Buscar

Saúde do adulto e do idoso

Prévia do material em texto

SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO: 
CONHECENDO A HIPERTENSÃO 
ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) E A 
DIABETES MELLITUS (DM) 
 
INTRODUÇÃO 
 A hipertensão (HA) arterial e diabetes mellitus 
(DM) fazem parte de uma classe de DOENÇAS 
CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT), 
representando, de forma mútua, uma das principais 
causas de óbitos em todo o país. 
 
 Em 2019, 54,7% dos óbitos registrados no Brasil 
foram causados por DCNT. 
 
INTRODUÇÃO 
 Tanto a diabetes mellitus quanto a hipertensão 
arterial, não tem cura, mas tem controle. Uma vez 
controladas, os portadores destas patologias 
poderão viver muito bem e com qualidade de vida. 
 
 O uso de medicamentos e a adoção dos bons 
hábitos de vida - como exercícios físicos, 
alimentação regrada, sem cigarros e bebida 
alcoólica - são medidas a serem tomadas para o 
controle destas patologias, do contrário, as duas 
doenças costumam ter graves consequências. 
DIABETES MELLITUS (DM) 
CONCEITO 
 A diabetes mellitus (DM) é uma síndrome 
decorrente da falta de insulina (na qual o 
organismo não produz uma quantidade suficiente 
de insulina) e/ou da incapacidade de a insulina 
exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-
se por uma hiperglicemia crônica (níveis elevados 
de açúcar no sangue constantemente). 
 
 A DM pode ser classificada em tipo 1, tipo 2, 
diabetes gestacional e outros tipos. 
CONCEITO 
 A diabetes tipo 1 é um 
tipo de diabetes na 
qual o pâncreas não 
produz insulina, 
fazendo com que o 
organismo não seja 
capaz de utilizar o 
açúcar no sangue para 
produzir energia, 
aumentando o nível de 
glicose no sangue. 
 A diabetes tipo 2 é 
caracterizada pela 
resistência aos efeitos 
da insulina - hormônio 
que regula a entrada 
de açúcar nas células - 
ou não produz insulina 
suficiente para manter 
um nível de glicose 
normal. 
DIABETES TIPO 1 DIABETES TIPO 2 
FISIOPATOLOGIA DIABETES MELLITUS 
TIPO 1 
O sistema 
imunológico do 
organismo destrói as 
células β 
pancreáticas. 
Destruição de 70 a 
90% das células β. 
O pâncreas passa a 
produzir pouca ou 
nenhuma insulina o 
que ocasiona a 
hiperglicemia. 
Mecanismos auto 
imunes, mediados 
por células como 
linfócitos T e 
macrófagos. 
FISIOPATOLOGIA DIABETES MELLITUS 
TIPO 2 
Diminuição da 
captação de glicose 
em tecidos insulina 
dependentes, 
principalmente 
nos tecidos muscular 
e adiposo, levando 
assim, a um estado 
hiperglicêmico. 
Produção normal 
de insulina. 
Produção de 
insulina acima do 
normal. 
O organismo 
passa a criar uma 
resistência à 
ação da insulina. 
SINAIS E SINTOMAS 
Poliúria 
Polifagia 
Polidipsia 
Perda de 
Peso 
Fadiga 
Fraqueza 
Letargia 
Prurido 
cutâneo 
SINTOMAS CLÁSSICOS 
SINTOMAS MENOS 
ESPECÍFICOS 
DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico da DM é feita a partir da verificação 
do resultado de vários exames laboratoriais. 
 
TIPO DESCRIÇÃO 
EXAME DE GLICEMIA 
EM JEJUM 
É o exame mais solicitado pelo médico e a 
análise é feita a partir da coleta de uma 
amostra de sangue em jejum de pelo 
menos 8 horas ou de acordo com a 
recomendação do médico. 
TESTE DE TOLERÂNCIA 
À GLICOSE (TOTG) 
O paciente recebe uma carga de 75 g de 
glicose, em jejum, e a glicemia é medida 
antes e 2 horas após a ingestão 
TESTE DE GLICEMIA 
CASUAL 
É feito sem a padronização do tempo 
desde a última refeição. 
DIAGNÓSTICO 
 A interpretação dos resultados dos exames para o 
diagnóstico da diabetes mellitus é apresentada na 
figura abaixo: 
 
 
Fonte: DB Diagnóstico, 2021. 
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 
 O tratamento não medicamentoso deve ser feito através das 
mudanças do estilo de vida. 
 
 Mudanças em 
seus hábitos 
alimentares 
através de uma 
dieta balanceada. 
Interrupção 
do tabagismo 
e do consumo 
de álcool. 
Realizar 
atividades 
físicas 
regularmente 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 Os medicamentos 
antidiabéticos orais são 
substâncias que, 
quando ingeridas, têm 
a finalidade de baixar a 
glicemia e mantê-la 
dentro dos valores 
normais. São usados, 
quase em sua 
totalidade, por pessoas 
com diabetes tipo 2. 
 O tratamento com uso da 
insulina, deve ser 
utilizado de acordo com o 
tipo de diabetes que a 
pessoa possui, podendo 
ser indicada a aplicação 
da injeção todos os dias 
antes das principais 
refeições, no caso da 
diabetes do tipo 1, ou 
quando os 10 remédios 
antidiabéticos começam 
a não ter efeito, no caso 
da diabetes do tipo 2. 
ANTIDIABÉTICOS ORAIS INSULINA 
EXEMPLO ANTIDIABÉTICO ORAL 
Fonte: Liga interdisciplinar de Diabetes (2017). 
COMPLICAÇÕES 
 O prolongamento da hiperglicemia (altas taxas de açúcar no 
sangue) pode causar sérios danos à saúde, entre eles temos: 
 
RETINOPATIA 
DIABÉTICA 
 Lesões que 
aparecem na 
retina do olho e 
que podem 
causar 
sangramentos e, 
como 
consequência, a 
cegueira. 
PÉ DIABÉTICO 
 Ocorre quando 
uma área 
machucada ou 
infeccionada 
nos pés 
desenvolve uma 
úlcera (ferida). 
INFECÇÕES 
 Devido os 
glóbulos 
brancos 
(responsáveis 
pelo combate 
aos vírus, 
bactérias, etc.) 
ficam menos 
eficazes com a 
hiperglicemia. 
AÇÕES DE ENFERMAGEM 
 A diabetes mellitus exige cuidado individual e contínuo 
para prevenção de complicações e melhora da 
qualidade de vida do portador desta patologia. Dessa 
forma, as ações de enfermagem ao paciente diabético 
devem incluir: 
 
1) Orientar o paciente portador do diabetes a mudar o 
hábito de vida , ou manter se já forem saudáveis a fim de 
diminuir a ocorrência de complicações. 
 
2) Educar e monitorar o paciente em uso de 
insulinoterapia, demonstrar a aplicação da insulina, 
fornecer esquema de rodízio ao paciente, instruir como 
armazenar, conservar e transportar. 
AÇÕES DE ENFERMAGEM 
3) Orientar o paciente a realizar a automonitorização 
e ensiná-lo a manusear o material e equipamento 
utilizado para tal. 
 
4) Auxiliar o paciente a manter níveis adequados de 
glicemia como forma de proporcionar uma melhor 
qualidade de vida. 
 
5) Questionar sempre ao paciente sobre questões 
que podem envolver sinais de complicações da 
doença; 
POLÍTICAS DE SAÚDE 
 Política Nacional de Prevenção do Diabetes e de 
Assistência Integral à pessoa diabética - Lei nº 13.895, 
de 30 de outubro de 2019. 
 
 Sistema Único de Saúde (SUS) deve adotar a Política 
Nacional de Prevenção do Diabetes e de Assistência 
Integral à Pessoa Diabética, em qualquer de suas 
formas, incluído o tratamento dos problemas de saúde 
com ele relacionados. 
 
 A lei estabelece prevê a realização de campanhas 13 
de divulgação e conscientização sobre a importância e 
a necessidade de medir regularmente os níveis 
glicêmicos e de controlá-los. 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
 SISTÊMICA (HAS) 
CONCEITO 
 A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma 
síndrome decorrente de vários fatores 
caracterizada pelas elevações sustentadas dos 
níveis de pressão arterial, sendo a pressão arterial 
sistólica ≥ 140 mmHg e pressão arterial diastólica ≥ 
90 mmHg. 
FISIOPATOLOGIA 
Vasoconstrição e 
consequentement
e o AUMENTO DA 
PRESSÃO 
ARTERIAL 
GENÉTICOS 
NEURAIS 
RENAIS 
VASCULARES 
AMBIENTAIS 
Aumento abrupto 
da resistência 
vascular 
periférica. 
DÉBITO 
CARDIÁCO 
SINAIS E SINTOMAS 
 A HAS é uma doença que em mais de 90% dos 
casos, é silenciosa. Porém, algumas pessoas 
podem apresentar sintomas como: 
 
Cefaléia Tontura 
Zumbidos no 
ouvido 
Visão turva 
Fraqueza 
Sangramento 
nasal 
DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico de HAS é feito pela obtenção de 
medida da pressão arterial. 
 
 Para o diagnóstico da HAS recomenda-se a 
realização de três medidas da pressão arterial, em 
momentos e dias diferentes , para conclusão 
diagnóstica. 
 Para isso, deve-se obter valores maiores ou iguais 
a 140/90 mmHg em todas as medidas, para 
pacientes que tenham mais de 18 anos, a fim de 
classificar o paciente como hipertenso. 
 
DIAGNÓSTICO 
 A interpretação dos resultados das medições para 
odiagnóstico da hipertensão arterial é apresentada 
na figura abaixo: 
 
Fonte: Sociedade Portuguesa de Hipertensão (2022) 
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 
 O tratamento não medicamentoso deve ser feito através das 
mudanças do estilo de vida. 
 
Mudanças em 
seus hábitos 
alimentares 
através de uma 
dieta balanceada. 
Interrupção do 
tabagismo e 
do consumo 
de álcool. 
Realizar 
atividades 
físicas 
regularmente 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 Os medicamentos que são utilizados no tratamento 
de hipertensão arterial são chamados anti-
hipertensivos. 
 
 Esses fármacos reduzem a entrada de cálcio nas 
células, o que causa a dilatação generalizada das 
artérias e arteríolas e a consequente diminuição da 
resistência vascular periférica, reduzindo a pressão 
arterial. 
EXEMPLOS DE ANTI-HIPERTENSIVOS 
Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, (2010). 
Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, (2010). 
COMPLICAÇÕES 
 As complicações da HAS são muitas, mas as principais são: 
 
INFARTO AGUDO 
DO MIOCÁRDIO 
Obstrução maior 
ou igual a 90% 
de uma ou mais 
artérias 
coronárias pode 
ocasionar 
necrose do 
músculo 
cardíaco. 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
A hipertensão arterial 
aumenta o esforço do 
coração. Ao longo dos 
anos, esse esforço faz 
com que o coração se 
torne mais fraco e 
incapaz de bombear o 
sangue adequadamente. 
AVC 
A hipertensão 
aumenta o risco de 
AVC isquêmico e 
hemorrágico. 
AÇÕES DE ENFERMAGEM 
 O objetivo do tratamento da hipertensão é a 
manutenção de uma pressão arterial adequada que 
não cause danos para o paciente, portanto, a 
colaboração da equipe de enfermagem frente a 
este cuidado é de grande importância. Portanto, os 
principais cuidados de enfermagem ao paciente 
hipertenso devem incluir: 
 
1) Monitorização da Pressão Arterial: a monitoração 
deve ocorrer em intervalos frequentes , todos os dias. 
AÇÕES DE ENFERMAGEM 
2) Educar do paciente para o autocuidado : o objetivo 
do tratamento da hipertensão é a manutenção de 
uma pressão arterial adequada de modo que não 
cause danos para o paciente. 
 
3) Monitorização no uso de medicamentos. 
 
4) Orientar o paciente portador da hipertensão 
arterial a mudar os hábitos de vida , ou manter se já 
forem saudáveis a fim de diminuir a ocorrência de 
complicações. 
POLÍTICAS DE SAÚDE 
 O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 
gratuitamente medicamentos nas Unidades 
Básicas de Saúde (UBS) e pelo programa 
Farmácia Popular. 
 Para retirar os remédios, basta apresentar um 
documento de identidade com foto, CPF e receita 
médica dentro do prazo de validade, que são 120 
dias. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial 
que vem se apresentando de maneira acelerada, 
principalmente nos países em desenvolvimento. Com o 
envelhecimento temos também o aumento da 
prevalência de doenças crônicas, tais como 
Hipertensão arterial e Diabetes mellitus, cuja idade é 
um dos principais fatores de risco para manifestação 
dessas doenças. 
 A proposta desta pesquisa bibliográfica foi demonstrar a 
importância de se conhecer a diabetes mellitus e a 
hipertensão arterial, ressaltando ainda o quão 
importante é realizar um diagnóstico precoce, já que 
essas doenças atuam silenciosamente, sendo a maioria 
dos indivíduos acometidos por vários fatores de risco 
aglomerados em efeito cascata, gerando várias 
complicações. 
REFERÊNCIAS 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Diabetes mellitus. Caderno de 
Atenção Básica nº 36. Brasília, DF, 2013. Disponível em: 
file:///C:/Users/55319/Downloads/CAB%20DIABETES_36.pdf. 
Acesso em: 02/04/2022. 
 BRASIL, Ministério da Saúde. Hipertensão arterial: hábitos 
saudáveis ajudam na prevenção e no controle da doença. [S. l.], 
15 abr. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/hipertensao-arterial-habitossaudaveis-
ajudam-na-prevencao-e-no-controle-da-doenca. Acesso em: 1 
abr. 2022. 
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica 
– HAS e Diabetes mellitus – DM PROTOCOLO. Caderno de 
Atenção Básica nº 7. Brasília, DF, 2001. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_06.pdf. Acesso 
em: 02/04/2022. 
REFERÊNCIAS 
 DIAGNÓSTICO, DB. DIABETES. 15 fev. 2021. TABELA. 
Disponível em: https://www.diagnosticosdobrasil.com.br/material-
tecnico/diabetes. Acesso em: 15 abr. 2022. 
 LIGA INTERDISCIPLINAR DE DIABETES (Rio Grande do Sul). 
Medicamentos Orais no tratamento do Diabetes Mellitus. 15 ago. 
2017. TABELA. Disponível em: https://www.ufrgs.br/lidia-
diabetes/2017/08/15/medicamentos-orais-no-tratamentodo-
diabetes-mellitus/. Acesso em: 17 abr. 2022 
 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Hipertensão arterial. Biblioteca 
Virtual em Saúde, [s. l.], 2 abr. 2014. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/hipertensao-18/. Acesso em: 15 abr. 
2022. 
 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Hipertensão (pressão alta) [S. 
l.],20 dez. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/2021- 1/setembro/saude-apresenta-atual-
cenario-das-doencas-nao-transmissiveis-nobrasil. Acesso em: 1 
abr. 2022. 
REFERÊNCIAS 
 MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Saúde apresenta 
atual cenário das doenças não transmissíveis no Brasil. 
In: DOENÇAS CRÔNICAS. [S. l.], 15 set. 2021. 
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/2021-1/setembro/saudeapresenta-
atual-cenario-das-doencas-nao-transmissiveis-no-brasil. 
Acesso em: 1 abr. 2022. 
 NEVES, Úrsula. Assistência de enfermagem ao 
paciente diabético. PEBMED, 28 maio 2019. Disponível 
em: https://pebmed.com.br/assistencia-de-enfermagem-
aopaciente-diabetico-como-
fazer/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext. 
Acesso em: 6 abr. 2022. 
 NEVES, Úrsula. Cuidados de enfermagem ao paciente 
hipertenso. PEBMED, 28 maio 2019. Disponível em: 
https://pebmed.com.br/cuidados-de-enfermagem-
aopaciente-hipertenso/. Acesso em: 6 abr. 2022.

Continue navegando