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Introdução ao Estudo da Fisiologia Humana e Organização Funcional do Sistema Nervoso

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DESCRIÇÃO
Definição de fisiologia humana, com abordagem de conceitos importantes no contexto de seu
estudo, como célula, água corporal total e líquido extracelular, homeostasia e sistemas de controle
homeostáticos. Divisão funcional do sistema nervoso, seus tipos de células e suas principais
funções.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos básicos, o objeto de estudo da Fisiologia Humana e a divisão
anatômica e funcional do sistema nervoso é fundamental para que você possa avançar no estudo
do funcionamento do corpo humano, o que será imprescindível para a sua atuação como
profissional da área de saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir o que é Fisiologia e Fisiologia humana, seus conceitos básicos e as relações existentes
entre os diferentes sistemas orgânicos do corpo humano
MÓDULO 2
Identificar o significado e a importância da homeostasia e de seus sistemas de controle
MÓDULO 3
Reconhecer como o sistema nervoso se divide funcionalmente, quais são os dois tipos de células
que o compõe, suas principais características e respectivas funções
INTRODUÇÃO
A Fisiologia humana é uma disciplina do núcleo básico da maioria das profissões inseridas na
área da Saúde. Uma boa compreensão da Fisiologia humana é pré-requisito para que você
entenda várias outras cadeiras – Fisiopatologia, Farmacologia, Fisiologia do exercício – além de
muitas disciplinas aplicadas de sua grade curricular. Afinal, todo profissional de saúde deve saber
como o corpo humano funciona em condição de repouso. Um bom funcionamento do corpo
humano depende de uma complexa integração e regulação que envolve todas as células do
corpo. Nesta disciplina, nós vamos estudar como esses fenômenos ocorrem.
Para que tudo funcione bem e de forma integrada, todos os sistemas orgânicos atuam
constantemente na intenção de manter o equilíbrio vinte quatro horas por dia. A partir de agora,
temos como objetivo que você compreenda como isso pode ocorrer e quais são os sistemas de
controle homeostáticos que executam esta complexa tarefa, que é manter o equilíbrio das funções
fisiológicas e do metabolismo.
Fisiologicamente, o corpo humano é dividido em dez sistemas orgânicos e, dentre eles, o sistema
nervoso é hierarquicamente superior, pois tem a capacidade de controlar os demais, com o
sistema hormonal. Dessa forma, após a apresentação dos conceitos básicos da disciplina, vamos
introduzir o estudo desses sistemas, através de uma abordagem sobre a organização funcional
básica do sistema nervoso.
MÓDULO 1
 Definir o que é Fisiologia e Fisiologia humana, seus conceitos básicos e as relações
existentes entre os diferentes sistemas orgânicos do corpo humano
FISIOLOGIA HUMANA
A palavra fisiologia tem sua origem na língua grega. O prefixo “fisio” é equivalente a physis, que
significa natureza, função ou funcionamento; e o sufixo “logia”, que vem de logos, significa palavra
ou estudo. Essa prática parece ter surgido na Grécia há mais de 2500 anos com os pré-socráticos,
os primeiros a estudar de maneira racionalizada e científica a natureza. No entanto, o termo
“Fisiologia” foi criado bem depois, pelo médico francês Jean François Fernel (1497-1558), para
descrever o “estudo das funções corporais”. Dessa forma, a Fisiologia é uma ciência que busca
entender o funcionamento dos organismos vivos.
Por aí já fica bem claro a vasta área de conhecimento em que a ciência está diretamente
envolvida, visto que engloba toda a variedade de vida que existe no planeta Terra, que vai de uma
simples bactéria do reino Monera ao ser humano do reino Animalia, ou seja, todo e qualquer ser
vivo conhecido está inserido no contexto do estudo da Fisiologia.
Nesse âmbito, pode-se citar a Fisiologia bacteriana, a Fisiologia vegetal, a Fisiologia animal e
muitas de suas subdivisões, como a Fisiologia humana, nosso foco nesta aula.
A fisiologia humana estuda o funcionamento do organismo humano e a sua capacidade de
adaptação às diversas condições ambientais.
E quais conhecimentos podemos obter com o estudo da Fisiologia humana?
A partir do estudo e entendimento da Fisiologia humana, pode-se avançar, por exemplo, na
compreensão de:
Como funciona o organismo humano quando o indivíduo faz a utilização dos diferentes tipos de
medicamentos com uma enorme diversidade de ações e interações, o que é explicado no estudo
da Farmacologia.
Como funciona o organismo humano quando o indivíduo se encontra doente, o que é explicado
pela Fisiopatologia.
Como funciona o organismo humano durante os diferentes tipos de exercício físico, como
caminhar, correr, nadar, fazer musculação ou pilates, o que é explicado pela Fisiologia do
exercício.
Como funciona o organismo humano doente e fazendo exercício, o que é explicado pela Fisiologia
do exercício clínico.
Partindo do princípio que durante o exercício físico e a doença o organismo humano funciona de
maneira completamente diferente quando comparado a uma condição de repouso e saudável,
você já deve ter deduzido que, na Fisiologia humana, o estudo do funcionamento do
organismo humano considera o indivíduo em estado de repouso e com boa saúde. Para que
você compreenda melhor os conceitos básicos de Fisiologia, vamos continuar o nosso estudo
partindo da menor unidade que compõe um organismo, a célula.
 Células humanas.
UNIDADE BÁSICA DA VIDA – CÉLULA
Agora que você já compreendeu o que é Fisiologia humana, é necessário lembrar que o
organismo humano, cuja função será estudada aqui, é composto por aproximadamente 100
trilhões de células, sendo que um quarto dessas células são hemácias que têm por função fazer o
transporte de oxigênio dos pulmões para todas as outras células do corpo. A célula é considerada
a unidade básica da vida e a maioria delas tem a capacidade de se reproduzir e originar células de
seu próprio tipo, mas também podem ser destruídas por agentes estranhos como vírus e
bactérias.
Algumas células têm um tempo de vida reduzido, durando apenas alguns dias ou meses, como as
próprias hemácias citadas anteriormente, que possuem um ciclo de vida de aproximadamente
quatro meses. Outros tipos de células têm uma durabilidade maior, podendo acompanhar o
indivíduo durante toda a sua vida.
Conheça a seguir a classificação dada às células em relação à durabilidade:
LÁBEIS
São as células que duram pouco tempo, como as hemácias.
ESTÁVEIS
São as células que duram meses ou anos, como os fibroblastos, que podem ser encontrados no
tecido conjuntivo.
PERMANENTES
São as células que duram a vida toda, como os neurônios e as fibras da musculatura estriada
esquelética.
Para que todas as células do organismo humano funcionem plenamente, é imprescindível que os
parâmetros fisiológicos sejam mantidos dentro de valores de normalidade. Em Fisiologia, esta
condição está associada ao bom desempenho da função celular, ou seja, a manutenção deste
estado quase estável é fundamental para um bom funcionamento das células, que são
extremamente sensíveis às variações dos parâmetros fisiológicos. Caso a manutenção desse
estado quase estável dos parâmetros fisiológicos não ocorra, as funções celulares serão afetadas
e o indivíduo pode desenvolver alguma doença, que, de acordo com a sua progressão, pode
chegar ao óbito.
Um agrupamento de células formará os tecidos. No corpo humano, existem quatro tipos básicos
de tecidos: epitelial, nervoso, muscular e conjuntivo. O agrupamento desses tecidos vai dar
origem aos diferentes órgãos do corpo humano. Ao reunir um grupo de órgãos que realizam juntos
determinadas funções, os fisiologistas criaram dez sistemas orgânicos diferentes. São eles:
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA HORMONAL
SISTEMA CARDIOVASCULAR
SISTEMA RESPIRATÓRIO
SISTEMA DIGESTÓRIO
SISTEMA URINÁRIO
SISTEMA REPRODUTIVO
SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO
SISTEMA IMUNOLÓGICO
SISTEMA TEGUMENTAR
A seguir, veremos os níveis de organização do corpo humano quanto aos quatro tipos de tecidos:
 Níveis de organização do corpo humano.
Embora didaticamente o corpo humano possa ser divididonesses sistemas orgânicos, é
imprescindível que você o compreenda como algo uno e indissociável. Dessa forma, todos os
sistemas orgânicos e, consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células trabalham,
simultaneamente e de forma integrada, o tempo todo, para manter um bom funcionamento do
organismo humano. Como assim?
 EXEMPLO
A ação conjunta do corpo humano e o controle da pressão arterial sistêmica
Quando a pressão arterial sistêmica se eleva, o indivíduo aumenta a excreção de água pela
urina. Nesse caso, o sistema cardiovascular e o sistema urinário atuaram conjuntamente para
manter a pressão arterial dentro de valores considerados normais e, consequentemente, o
indivíduo saudável. Quando o corpo não consegue equilibrar essa desordem orgânica, ocorre o
mau funcionamento e, no caso acima, o indivíduo passa a desenvolver a hipertensão arterial
sistêmica, que é uma doença cardiovascular que afeta aproximadamente 25 a 30% da população
mundial.
Um grande desafio para você, neste momento, é compreender a interação dos sistemas orgânicos
que faz com que o corpo humano seja único e indivisível. Didaticamente, é interessante estudar os
sistemas orgânicos de maneira separada, como observamos nos livros-textos básicos de
Fisiologia humana e nas grades curriculares dos cursos de graduação. Mas, em um estado mais
avançado de conhecimento, as associações entre os sistemas serão possíveis e necessárias.
Você que está iniciando o estudo da Fisiologia humana poderá estudar o sistema neuro-hormonal
ou cardiorrespiratório, unindo, assim, dois sistemas. Até que, com um conhecimento mais
aprofundado, você conseguirá pensar no funcionamento do corpo humano integrando todos os
sistemas orgânicos e, consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células. Isto facilitará o seu
conhecimento nas aplicações em qualquer atividade profissional na área de saúde.
ÁGUA CORPORAL TOTAL E LÍQUIDO
EXTRACELULAR
O corpo humano é composto por mais de 60% de líquido. A maior parte desse líquido,
aproximadamente dois terços, encontra-se dentro das células e, por isso, é chamado de líquido
intracelular. O líquido que fica fora das células, cerca de um terço, é chamado de líquido
extracelular. O líquido extracelular pode ser dividido em dois compartimentos: o líquido
intersticial, que também pode ser chamado de fluido intersticial ou líquido intercelular, e o plasma.
Essa divisão pode ser vista na figura a seguir.
 Compartimentos líquidos do corpo humano.
O líquido intersticial é formado por 90% de água e apresenta aspecto claro e transparente. Ele é
responsável por envolver as células, estando em contato direto com elas para fazer as trocas
necessárias de nutrientes e oxigênio para o seu bom funcionamento. A manutenção de uma certa
estabilidade no ambiente que cerca a célula é de vital importância para que ela permaneça viva.
O plasma é a porção líquida do sangue e corresponde a aproximadamente 55% do seu volume
total. No plasma sanguíneo, proteínas, sais minerais, vitaminas, gás carbônico e outras
substâncias estão dissolvidas em água, que é mais de 90% da constituição plasmática e tem
como função destacada garantir o transporte de substâncias pelo corpo humano. Chamamos de
soro o plasma sem uma proteína denominada fibrinogênio, que tem importante papel na
coagulação do sangue.
Podemos destacar algumas diferenças entre os constituintes presentes no líquido intracelular e no
líquido extracelular. Vejamos:
Líquido extracelular
Grande quantidade de sódio, cloreto, íons bicarbonato, oxigênio e os nutrientes celulares como
glicose, ácidos graxos e aminoácidos.

Líquido intracelular
Grandes quantidades de potássio, fosfato e magnésio.
Essa diferença de concentração de determinados íons dentro e fora da célula é mantida por
transportes especializados através da membrana plasmática e é fundamental para o bom
funcionamento da célula e, consequentemente, do organismo humano.
 Claude Bernard (1813-1878), o “pai da Fisiologia experimental”.
O termo meio interno ainda é bastante utilizado na literatura para se referir ao líquido extracelular,
apesar de ter sido criado há mais de um século pelo fisiologista francês Claude Bernard
(1813-1878), considerado o “pai da Fisiologia experimental”.
Qual é o papel do líquido extracelular?
Importante ressaltar que, para manutenção do equilíbrio fisiológico, o líquido extracelular tem
papel importantíssimo. É nele que os parâmetros fisiológicos devem ser mantidos quase
constantes, pois alterações nas concentrações dos componentes do líquido extracelular podem
gerar respostas fisiológicas indesejáveis.
 EXEMPLO
O consumo excessivo de sódio na dieta pode levar ao aumento da concentração de sódio e gerar
retenção hídrica e aumento da pressão arterial.
O líquido extracelular é capaz de ser transportado para todas as partes do corpo humano,
seja pela movimentação do sangue através dos vasos sanguíneos, seja pelo movimento entre os
capilares e os espaços intercelulares. As paredes dos capilares são permeáveis à maior parte das
moléculas presentes no plasma sanguíneo, exceto às grandes moléculas das proteínas
plasmáticas, em função do tamanho. Dessa forma, existe um movimento contínuo de água e
constituintes dissolvidos entre o plasma e o líquido intersticial e vice-versa em todo o corpo,
fazendo com que exista uma grande similaridade em todo o conteúdo do líquido extracelular, seja
plasma ou líquido intersticial.
Através do líquido extracelular, o oxigênio e os nutrientes conseguem acessar as células. Nesse
processo, o sistema respiratório deve captar o oxigênio do meio ambiente nas inspirações e fazê-
lo chegar nos alvéolos para que possa ocorrer a hematose. O sangue, antes com alta
concentração de gás carbônico, passa a ter altas concentrações de oxigênio. Através do
bombeamento de sangue pelo coração, o oxigênio será transportado para as células do
organismo. Nestas células, à medida em que o oxigênio é absorvido, o dióxido de carbono (CO2) é
difundido ao líquido extracelular e, posteriormente, aos capilares para serem encaminhados aos
pulmões em sua maior parte pelas hemácias. Após a hematose, o CO2 é expelido ao meio
ambiente na expiração.
A imagem a seguir ilustra esse processo:
 Troca gasosa alvéolo/capilar e capilar/celular.
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HEMATOSE
É um processo em que ocorre a passagem do oxigênio de dentro dos alvéolos pulmonares para o
sangue (difusão).
O líquido extracelular ou meio interno, então, tem papel fundamental no acesso de oxigênio e
nutrientes para as células, bem como na remoção de dióxido de carbono e resíduos metabólicos
através do funcionamento integrado entre o sistema respiratório e o sistema cardiovascular.
Observe no infográfico a seguir a organização da circulação sanguínea:
 Organização geral da circulação sanguínea.
A seguir, veremos como se dá o funcionamento de alguns dos sistemas humanos:
SISTEMA DIGESTÓRIO
Aqui, o alimento é deglutido e encaminhado ao estômago. Em seguida, passa ao duodeno, que
fica na primeira parte do intestino delgado. Diferentes nutrientes, como carboidratos, ácidos
graxos e aminoácidos, poderão ser absorvidos para o líquido extracelular e transportados para
as células ou especialmente para o fígado, onde inicia-se um processo de alteração química em
determinadas substâncias. Todo o material que foi ingerido pelo indivíduo na sua alimentação e
não foi digerido ou reabsorvido para a circulação sanguínea é eliminado através das fezes. O
fígado também cumpre um importante papel depurador de substâncias tóxicas ao organismo e
que precisam ser eliminadas.
SISTEMA URINÁRIO
Constitui-se num processo de excreção de substâncias indesejáveis ao funcionamento do corpo.
A maior parte dessas substâncias são resíduos metabólicos da função celular. Os rins
desempenham uma importante função neste processo, uma vez que ele excretará todos os
constituintes que foram filtrados em seus glomérulose não foram reabsorvidos nos túbulos renais
através da urina. De forma integrada ao sistema hormonal, os rins também atuam na reabsorção e
excreção de substâncias, como, por exemplo, o sódio, influenciando diretamente na concentração
dessas substâncias no líquido extracelular.
SISTEMA ENDÓCRINO
Baseia-se no funcionamento de glândulas responsáveis por secretar substâncias químicas
denominadas hormônios. Os hormônios são transportados das glândulas até uma célula-alvo
específica para desempenhar suas funções fisiológicas. Esse transporte se dá através do líquido
extracelular e, posteriormente, no plasma. Por exemplo, os hormônios produzidos pela tireoide
são responsáveis por aumentar a velocidade das reações químicas das células. Eles são
transportados e ativados através do plasma sanguíneo até as células-alvo.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
É um sistema específico que atua no processo de defesa do corpo humano. Ele é constituído
pelos glóbulos brancos e outras células derivadas, pelo timo, linfonodos e vasos linfáticos. De
forma geral, essas estruturas protegem o corpo humano contra bactérias, vírus, parasitas e
fungos.
SISTEMA TEGUMENTAR
O corpo humano também é protegido pelo sistema tegumentar, que envolve estruturas que
formam o revestimento externo com a pele, os pelos e as unhas. Além de desempenhar o papel
de proteção pelo isolamento em relação ao meio externo, o sistema tegumentar é um
importante aliado na manutenção da temperatura corporal pelos mecanismos de
termorregulação, contribuindo para a homeostase, sendo o mecanismo mais importante a
evaporação do suor para perder calor. Glândulas sudoríparas presentes no sistema tegumentar
são responsáveis por excretar suor ao meio externo. À medida em que o suor evapora, ocorre um
resfriamento da pele. Simultaneamente, o sangue que permeia o tecido epitelial também é
resfriado, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal em ambientes quentes, assim
como para a homeostase.
Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes sobre o assunto.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar o significado e a importância da homeostasia e de seus sistemas de controle
HOMEOSTASIA
O termo homeostase foi criado pelo fisiologista americano Walter Cannon em 1929. O prefixo
homeo indica semelhante, similar, parecido, e o termo estase significa estático, o que indica
que o organismo necessita de uma condição de relativa estabilidade para manter suas funções
plenas. Observe que o termo não é homostase, com o prefixo homo, que significa igual,
deixando claro que Cannon já reconhecia a existência de uma variação nos controles biológicos.
Mesmo passado tanto tempo da criação do termo por Cannon, algumas pessoas ainda têm
dificuldade de entender esse conceito. Não é raro vê-las se referindo erradamente a homeostase
como “o equilíbrio do corpo humano”.
No entanto, a definição correta do termo homeostase é a manutenção de condições quase
constantes no líquido extracelular ou, melhor ainda, a manutenção de todos os parâmetros
fisiológicos quase constantes no líquido extracelular.
Observe que não se fala em constância, em equilíbrio, e sim numa quase estabilidade que jamais
é alcançada realmente. Pode-se até falar que o organismo busca um equilíbrio. No entanto, todos
os parâmetros fisiológicos estão em constante oscilação. Cada um tem suas características e
valores próprios chamados de ponto de ajuste, que podem variar dentro de limites inferiores e
superiores que são considerados normais (veja o quadro a seguir).
Valor normal Limite inferior – limite superior unidade
Oxigênio 40 35 – 45 mmHg
Dióxido de carbono 40 35 – 45 mmHg
Íon sódio 142 138 – 145 mmol/L
Íon potássio 4,2 3,8 – 5,0 mmol/L
Glicose 85 75 – 95 mg/dL
Ácido-base 7,4 7,3 – 7,5 pH
Temperatura 37,1 36,6 – 37,6 OC
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Parâmetros fisiológicos constituintes importantes do líquido extracelular.
Observe que os parâmetros fisiológicos são mantidos dentro dos seus valores de normalidade.
Veja alguns exemplos:
TEMPERATURA CORPORAL
PH DO SANGUE
GLICEMIA
É um parâmetro fisiológico que tem como ponto de ajuste o valor de 37,1 OC e tem como limite
inferior e limite superior, 36,6 OC e 37,6 OC respectivamente, variando apenas 0,5 OC para baixo
ou para cima. Conforme a temperatura corporal aumenta ou diminui, existe todo um sistema de
controle que é ativado para fazer com que esse parâmetro fisiológico busque sempre o seu valor
do ponto de ajuste fisiológico. A manutenção dentro dessa faixa de normalidade (limite inferior e
limite superior) é fundamental para a função celular e, consequentemente, para a saúde do
indivíduo, pois, se esses valores ultrapassam os limites para baixo ou para cima, as células têm a
sua função comprometida. À medida que esses valores continuam se afastando dos parâmetros
considerados normais, a função celular vai ficando cada vez mais comprometida e, em casos mais
extremos, poderão levar à destruição das células e, consequentemente, ao óbito do indivíduo.
Alguns parâmetros têm faixas muito estreitas de controle, como o pH do sangue, que tem seu
ponto de ajuste em 7,4 e oscila entre 7,35 e 7,45. Caso os valores de pH do sangue fiquem abaixo
de 6,9 ou acima de 7,8, o indivíduo tem grande chance de morrer. Importante ressaltar novamente
que a manutenção do pH do sangue dentro dos valores normais é fundamental para manter a
https://stecine.azureedge.net/repositorio/introducao_ao_estudo_da_fisiologia_humana_e_organizacao_funcional_do_sistema_nervoso/index.html#collapse-steps1
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qualidade do funcionamento das células do corpo humano. Assim, quando o sangue está com o
pH ideal, as células estão saudáveis e funcionando plenamente. Porém, quando o sangue se
encontra mais ácido ou mais básico, pode haver doenças e complicações que poderão culminar
com a destruição das células. O corpo humano é feito de trilhões de células e, para que esteja
saudável, todas essas células devem estar funcionando plenamente.
Esse é um parâmetro fisiológico que possui um espectro de variação maior, tendo um ponto de
ajuste em 85 mg/dL, limite inferior de 70 mg/dL e limite superior de 100 mg/dL. Para cada
parâmetro, temos seus respectivos valores de normalidade, mas nunca se pode esquecer que
cada indivíduo é único e, dentro desses valores apresentados para uma população, podem haver
pequenas variações individuais. Uma análise pura e simples dos dados referentes a esses
parâmetros coletados jamais se sobrepõe a uma boa avaliação clínica, que será sempre
soberana. Uma tomada de decisão correta e consistente dependerá significativamente do bom
entendimento sobre Fisiologia humana de que o profissional da saúde necessita.
SISTEMAS DE CONTROLE HOMEOSTÁTICOS
Há dois tipos de sistemas de controle homeostáticos: retroalimentação negativa (feedback
negativo)e retroalimentação positiva (feedback positivo).
O que é a retroalimentação negativa?
Ela pode ser conceituada da seguinte forma: é um mecanismo que ocorre quando o organismo
provoca uma alteração em determinado parâmetro fisiológico no sentido contrário do que
estava ocorrendo.
A maioria dos sistemas de controle homeostáticos atua por retroalimentaçãonegativa (feedback
negativo).
Esse sistema de controle é facilmente explicado com alguns exemplos, como o que ocorre com a
pressão arterial. Veja:
 EXEMPLO
Quando a pressão arterial se torna elevada, existem sensores específicos que são ativados e
enviam essa informação ao sistema nervoso central. Este, por sua vez, envia uma informação a
órgãos específicos que desencadeiam uma série de reações que culminam com a diminuição da
pressão arterial. A situação oposta também ocorre. Quando a pressão arterial sofre uma
diminuição, outros sensores reconhecem essa alteração e um processo de elevação é
desencadeado. Tudo isso para manter a homeostasia e o bom funcionamento do corpo humano.
Observe que o parâmetro fisiológico (no exemplo, a pressão arterial) é direcionado para o sentido
contrário do que estava ocorrendo, ou seja, os efeitos são negativos em relação ao estímulo
inicial. Dessa forma, os diferentes tipos de parâmetros fisiológicos são mantidos quase constantes
nos indivíduos saudáveis na maioria das vezes.
O que é a retroalimentação positiva?
A retroalimentação positiva (feedback positivo), por sua vez, ocorre em situações bem
específicas. Se este tipo de resposta ocorresse na maioria das vezes, poderia gerar uma
instabilidade no organismo cada vez maior, o que culminaria na morte do indivíduo. Na
retroalimentação positiva, o organismo provoca uma alteração em um determinado parâmetro
fisiológico no mesmo sentido do que estava ocorrendo. Por exemplo: imaginem a temperatura
corporal sofrendo retroalimentação positiva se ela já estivesse elevada. Ela iria aumentar mais
ainda e piorar a situação até que o indivíduo fosse a óbito. O mesmo raciocínio vale para o caso
da diminuição da temperatura corporal. Vamos ver um outro exemplo de retroalimentação
positiva?
 EXEMPLO
Na coagulação sanguínea, uma variedade de enzimas é ativada após o rompimento de um vaso e
começam a atuar sobre outras enzimas que se encontravam inativas no sangue próximo ao local
de rompimento, causando mais coagulação sanguínea. Essa sequência de fatores continua até
que o vaso esteja com o seu rompimento fechado e o sangramento tenha sido interrompido.
Vamos a outra situação clássica de retroalimentação positiva fisiológica?
 EXEMPLO
No parto natural, à medida que o bebê começa a sair e pressionar o colo uterino, esse estiramento
aumenta a secreção de um hormônio denominado ocitocina e, em função disso, aumentam as
contrações locais. Quando o bebê sai um pouco mais, o colo uterino sofre uma nova distensão,
fazendo com que tenha mais secreção de ocitocina e aumentem as contrações. Até que o bebê
saia completamente, esse ciclo se repete por várias vezes.
A despolarização da membrana também é um outro exemplo em que a abertura dos canais
rápidos de sódio estimula a abertura de mais canais rápidos de sódio numa velocidade muito alta.
Nesses casos, a retroalimentação positiva será útil e fisiológica. Mas, são casos específicos em
que esse sistema é utilizado.
O PROCESSO DE RETROALIMENTAÇÃO
Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes sobre os processos de retroalimentação
negativa e positiva.
Os ajustes do controle circadiano
Alguns parâmetros fisiológicos também têm um controle circadiano, que se ajusta de acordo
com o momento do dia, em um período de 24 horas, sob o qual se baseia o relógio biológico
humano (fator endógeno). Mas fatores exógenos ou ambientais também afetam o ciclo circadiano.
A temperatura corporal, por exemplo, diminui naturalmente durante a madrugada quando o
metabolismo se encontra bem baixo e volta a aumentar naturalmente no início do dia. Esse ciclo
se repete diariamente e alguns parâmetros fisiológicos são afetados diretamente por ele. Um
exemplo em que isto ocorre se dá pela quantidade de cortisol, que, no início do dia, é maior em
comparação ao período da noite. A produção de hormônio do crescimento, que aumenta muito
nas duas primeiras horas de sono, é mais um exemplo de parâmetros fisiológicos controlados
circadianamente.
Sendo assim, a homeostasia é mantida basicamente por retroalimentação negativa, exceto em
casos bem específicos em que a retroalimentação positiva ou o ciclo circadiano participam do
controle em determinados parâmetros fisiológicos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Reconhecer como o sistema nervoso se divide funcionalmente, quais são os dois tipos
de células que o compõem, suas principais características e respectivas funções
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA
NERVOSO
Conhecer as bases anatômicas e fisiológicas do sistema nervoso é fundamental para o
profissional da área da saúde. Atualmente, os profissionais que pesquisam sobre o sistema
nervoso passaram a ser chamados de neurocientistas. O termo neurociência passou a ser muito
utilizado, e nem sempre corretamente. Portanto, se faz necessário que exista um entendimento
sobre o que realmente significa neurociência. No entanto, na verdade, não existe uma
neurociência, mas as neurociências, pois existem cinco grandes disciplinas neurocientíficas
completamente interligadas:
NEUROCIÊNCIA MOLECULAR
NEUROCIÊNCIA CELULAR
NEUROCIÊNCIA SISTÊMICA
NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL
NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
Dessa forma, o termo neurociências fica melhor empregado no plural, e o estudo da fisiologia do
sistema nervoso, que será o assunto discutido a seguir, está inserido no estudo da neurociência
sistêmica.
 ATENÇÃO
O conhecimento sobre o funcionamento do sistema nervoso é imprescindível para um profissional
da área da saúde, visto que o sistema nervoso e o sistema hormonal são capazes de controlar e
regular os demais sistemas orgânicos e, consequentemente, as funções corporais.
Hierarquicamente, esses dois sistemas são superiores aos demais e, inclusive, num estado de
conhecimento mais avançado, não é raro que sejam estudados de maneira associada, sendo
então, nomeados de sistema neuro-hormonal.
Dessa forma, estudar o sistema nervoso não é importante apenas para quem pretende preservar
ou restaurar a função do sistema nervoso pura e simplesmente como uma visão mais reducionista
poderia imaginar, mas para quem quer entender o funcionamento do corpo humano sob qualquer
perspectiva e pretende trabalhar diretamente com o organismo humano, seja na Biomedicina, nas
Ciências Biológicas, na Educação Física, na Estética e Cosmética, na Enfermagem, na Farmácia,
na Fisioterapia, na Medicina, na Nutrição, na Radiologia ou em qualquer outra área da saúde que
trabalhe diretamente com seres humanos.
Como funciona o sistema nervoso?
O sistema nervoso recebe ininterruptamente uma infinidade de estímulos nervosos
(informações) provenientes de todas as partes do interior do corpo humano e do meio
ambiente. Essas informações são continuamente captadas por receptores sensoriais e
conduzidas ao sistema nervoso central (SNC) por vias aferentes. O SNC interpreta tais
informações e, caso seja necessário, determina a(s) resposta(s) que será(ão) adequada(s) para
cada informação que foi captada. Caberá às suas vias eferentes conduzirem aos efetores
(músculos e glândulas) a informação determinada pelo SNC para uma resposta adequada ao
estímulo que foi captado.
Por exemplo, o nariz é um órgão sensorial que permite que o indivíduo possa identificar as mais
diferentes substâncias odorantes. Na nossa pele, temos receptores sensoriais que sinalizam
quando algum objeto externo toca a superfície corporal e, através de receptores espalhados por
todo o corpo humano, interna ou externamente, os estímulos são detectados e direcionados ao
SNC (via aferente). Além disso, o encéfalo pode armazenar informações, produzir pensamentos e
determinar respostas adequadas aos diferentes estímulos que ali chegam.
Para que você possa entender como o sistema nervoso se divide funcionalmente, é necessário
relembrar como ele foi dividido anatomicamente. Por incrível que possa parecer, ainda existem
alguns equívocos sobre essa divisão que não podem passar despercebidos por olhares maiscríticos. O critério utilizado pelos anatomistas para dividir o sistema nervoso em sistema nervoso
central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP) foi a presença de caixas ósseas, no caso, o
crânio e a coluna vertebral. Todas as estruturas que se encontram dentro das caixas ósseas são
consideradas como parte do SNC e todas as estruturas que se encontram fora das caixas ósseas
fazem parte do SNP (veja a figura a seguir). Dentro das caixas ósseas, encontram-se o encéfalo,
a medula espinal e uma parte dos neurônios aferentes (sensitivos) e eferentes (motores). Fora das
caixas ósseas, encontram-se uma parte (maior parte) dos neurônios aferentes e eferentes e os
gânglios.
 Estruturas do sistema nervoso central (vermelho) e do sistema nervoso periférico (azul).
Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em dois:
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
Esse sistema relaciona o ser humano ao meio ambiente (seu exterior) e é voluntário e consciente.
Portanto, seus efetores serão sempre o músculo estriado esquelético.

SISTEMA NERVOSO VISCERAL
Esse sistema relaciona o ser humano ao seu interior, e é involuntário e inconsciente. Portanto,
seus efetores poderão ser os músculos lisos ou o músculo estriado cardíaco ou as glândulas.
Os dois sistemas possuem as seguintes estruturas:
RECEPTORES
São encarregados de captar os estímulos (no meio ambiente ou no interior do corpo humano,
sistema nervoso somático e visceral, respectivamente).
VIA AFERENTE
Conduz os estímulos captados em direção ao SNC.
SNC
Interpreta os estímulos e analisa se há necessidade de uma resposta para algum ajuste.
VIA EFERENTE
Conduz um estímulo nervoso proveniente do SNC para uma resposta julgada necessária.
EFETOR
Responsável por produzir a resposta determinada pelo SNC.
 ATENÇÃO
A via eferente do sistema nervoso visceral se chama sistema nervoso autônomo. O sistema
nervoso autônomo é ativado principalmente por centros localizados na medula espinal, no tronco
encefálico, no hipotálamo e em parte do córtex cerebral. É responsável pelo controle da
frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura corporal, motilidade
gastrintestinal, assim como outras atividades viscerais para manutenção da homeostase. Essa
parte do sistema nervoso é subdividida em sistema nervoso simpático e sistema nervoso
parassimpático.
Veja uma comparação entre as duas partes do sistema nervoso autônomo:
Função simpática
É mediada, em sua maioria, pela ação de uma substância denominada norepinefrina, que atua
nas seguintes funções: aumento da frequência cardíaca, dilatação da pupila, dilatação dos
brônquios, constrição dos vasos sanguíneos, aumento da sudorese, inibição dos movimentos
peristálticos do trato gastrointestinal e aumento da renina.

Função parassimpática
É mediada por um neurotransmissor denominado acetilcolina e sua ação repercute da seguinte
forma: redução da frequência cardíaca, aumento da secreção de glândulas do olho, aumento da
peristalse, aumento da secreção salivar e de glândulas pancreáticas e constrição dos brônquios.
A atividade autonômica tem papel preponderante na função fisiológica dos seres humanos.
Doenças crônicas como a insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, diabetes, entre outras estão
associadas ao comprometimento da atividade do sistema nervoso autônomo.
TIPOS DE CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO E
SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES
Como é composto o sistema nervoso?
O sistema nervoso é composto por dois tipos de células, os neurônios e as neuroglias ou
células da glia. Para cada neurônio, existe, aproximadamente, uma neuroglia, contrariando o que
sempre foi reproduzido por estudiosos e diversos livros textos que afirmavam (equivocadamente)
que, para cada neurônio, existem 10 neuroglias. Outro equívoco é a de que existem 100 bilhões
de neurônios. Na verdade, estima-se que o sistema nervoso possua aproximadamente 86 bilhões
de neurônios e 85 bilhões de neuroglias conforme estudo publicado pelo grupo de pesquisadores
comandado pelo professor Roberto Lent, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
(LENT et al., 2012).
Classicamente, sempre se considerou o neurônio como a unidade morfofuncional mais importante
do sistema nervoso, e as neuroglias com um papel secundário, sendo apenas células de
“suporte”. No entanto, a importância dessas “células de suporte” aumentou muito ao se entender
que as neuroglias também trabalham com sinais, apesar de serem sinais diferentes. São sinais
químicos que orientam o crescimento e a migração dos neurônios durante o desenvolvimento, de
conexão entre os neurônios na vida adulta, de proteção e reconhecimento de disfunções, entre
outros. Sendo assim, ao serem capazes de interferir na comunicação entre os neurônios, podem
até alterar a transmissão dessas informações.
Os neurônios são células especializadas na condução de estímulos nervosos, ou seja,
informações (ver figura a seguir). Um neurônio pode ter três partes:
DENDRITOS
Principais locais de recepção de estímulos num neurônio. A palavra dendrito deriva do termo
grego dendro, que significa árvore. Dependendo do neurônio, ele pode ter apenas um dendrito
(bipolar) ou até milhares de dendritos (multipolar) ou não ter dendritos, como os neurônios
pseudounipolares. Constituem a parte receptora do neurônio. Em outras palavras, a maioria dos
impulsos nervosos que são transmitidos aos neurônios chegam pelos dendritos.
CORPO CELULAR (SOMA OU PERICÁRIO)
Essa estrutura é encontrada em todos os neurônios e é considerada o seu centro metabólico.
Neste local, ficam o núcleo e a maior parte das organelas celulares. É no núcleo que ocorre a
síntese das proteínas neuronais e dos seus neurotransmissores.
AXÔNIO
Estrutura responsável por transmitir os impulsos nervosos até a terminação axonal onde ficam os
botões sinápticos com as vesículas secretoras contendo neurotransmissores. Os axônios se
iniciam em uma área especializada chamada cone axonal ou segmento inicial e podem estar
envoltos por uma camada lipídica chamada bainha de mielina, que interfere diretamente na
velocidade de transmissão nervosa. Quanto mais espessa a camada da bainha de mielina, mais
rápida é a propagação do impulso nervoso. O espaço entre as bainhas de mielina é denominado
nodo de Ranvier. A propagação do impulso nervoso no axônio sempre vai em sentido de sua
extremidade, denominada de terminação axonal, que fazem contato com outro neurônio ou com
uma célula efetora. Essas conexões são denominadas sinapses. Através das sinapses, as
informações de um neurônio são transmitidas a outro neurônio ou a uma célula efetora.
 Neurônio típico com dendritos, corpo celular e axônio.
Na figura a seguir, estão ilustradas as conexões entre neurônios, as sinapses.
 Conexões entre neurônios.
OS IMPULSOS NERVOSOS
Neste vídeo, nos aprofundaremos com mais detalhes no processo de transmissão dos impulsos
nervosos desde o dendrito até a sinapse.
Os neurônios encontrados nos seres humanos podem ser classificados de acordo com sua
estrutura:
MULTIPOLARES
São os mais comuns no sistema nervoso central, sendo encontrados no encéfalo e na medula
espinal. Eles contêm múltiplos dendritos, podendo chegar a ter milhares, com uma grande
capacidade de receber estímulos.
BIPOLARES
São encontrados em órgãos sensoriais, principalmente na retina e no epitélio olfatório, possuem
apenas um dendrito e um axônio de cada lado do corpo celular.
PSEUDOUNIPOLARES
Encontrados principalmente nos gânglios espinais, são todos aferentes. Os pseudounipolares não
apresentam dendritos, mas um axônio que se subdivide em um ramo dirigido à periferia em
direção a um receptor sensorial e um outro ramo que se dirige ao SNC. A informação sensorial
proveniente da periferia é enviada diretamente para a medula espinal, sem passar pelo corpo
celular.
Do ponto de vista funcional, os neurônios podem ser classificados em:
AFERENTES OU SENSITIVOS
Conduzem os estímulos a partir dos receptores em direção do SNC.
INTERNEURÔNIOSSão 99% dos neurônios e estão todos localizados no SNC conectando dois neurônios.
EFERENTES OU MOTORES
Conduzem os estímulos a partir do SNC em direção aos efetores.
As neuroglias ou células da glia podem ser divididas em micróglias e macróglias (figura a
seguir). O termo glia é proveniente da palavra grega que significa cola. Portanto, neuroglia seria a
cola neural. Isso porque antigamente se achava que as neuroglias tinham apenas a função de
agregação e sustentação dos neurônios, o que continua sendo correto, embora já se saiba que
elas desempenham outras funções de grande importância.
 Neuroglias ou células da glia.
A seguir, veremos os componentes e funções de cada uma delas:
MICRÓGLIAS
São as menores neuroglias que existem e estão distribuídas por todo o SNC. Exercem uma
função imune no SNC, sendo ativadas pela presença de moléculas inflamatórias, como as
citocinas, por exemplo, de maneira muito semelhante ao que ocorre com os macrófagos no
sangue. Quando ocorre alguma lesão neuronal, inflamação ou doença degenerativa, elas se
proliferam rapidamente na área da lesão, fagocitam as substâncias indesejadas e participam da
produção de antígeno.
MACRÓGLIAS
Dentre as macróglias existem:
• Os astrócitos, que têm várias funções importantes, mas podemos destacar o importante papel
de preencher os espaços entre os neurônios, dando-lhes maior sustentação estrutural e atuando
na nutrição neuronal, pois armazenam glicose que poderá ser disponibilizada aos neurônios para
ser utilizada como fonte de energia. Além dessas funções, formam a barreira hematoencefálica
que envolve os capilares encefálicos e impede que substâncias tóxicas e nocivas passem de
dentro dos vasos para o encéfalo. Sendo assim, cumprem um importante papel de proteção do
encéfalo. De forma complementar, também são responsáveis por remover íons e
neurotransmissores e secretam fatores de crescimento neuronais.
• Os oligodendrócitos, que sintetizam a mielina que envolve os axônios localizados no SNC,
podendo mielinizar múltiplos axônios ao mesmo tempo.
• As células de Schwann, as quais cumprem função muito semelhante aos oligodendrócitos na
síntese da mielina que envolve os axônios localizados no SNP. No entanto, ao contrário dos
oligodendrócitos, são capazes de mielinizar um único axônio.
• As células ependimárias, que são consideradas células de revestimento. Elas revestem os
ventrículos do encéfalo e o canal central da medula espinal.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste conteúdo, você aprendeu o que é Fisiologia humana, seu objeto de estudo, como
todas as células do corpo humano trabalham para manter a homeostasia e, consequentemente, o
indivíduo saudável, e de que forma o sistema nervoso se divide funcionalmente. No entanto,
sempre é bom lembrar que a ciência é extremamente dinâmica e que novos estudos e pesquisas
são realizados continuamente. Em função disso, essas informações podem ser alteradas. Sendo
assim, é necessário que você busque atualização constante através de cursos, congressos e
simpósios da área, leitura de artigos atualizados e livros. Enfim, nunca pare de estudar.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
BEAR, M.F.; CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências: desvendando o sistema
nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
BERNE, Robert M. & LEVY, Matthew, N. Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
HALL, J. E. Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociências. 2. ed. Atheneu,
2010.
LENT, R. et al. How many neurons do you have? Some dogmas of quantitative neuroscience
under revision. In: European Journal of Neuroscience. 35(1): 1-9, 2012. Consultado em meio
eletrônico em: 22 out. 2020.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
ArtMed, 2017.
EXPLORE+
Leia o artigo A formulação do conceito de homeostase por Walter Cannon, de Ivana
Brito e Amilton Haddad, publicado em 2017.
Leia o artigo Resposta ao estresse: I. Homeostase e teoria da alostase, que detalha
todas as discussões dos cientistas sobre o conceito de homeostasia, de Maria Bernardete
Cordeiro de Sousa, Hélderes Peregrino Silva e Nicole Leite Galvão-Coelho, publicado em
2015.
CONTEUDISTA
Ercole da Cruz Rubini
 CURRÍCULO LATTES
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