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SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente do Conselho Nacional SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira Diretor-Adjunto Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações SÉRIE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317- 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br © 2019. SENAI – Departamento Nacional © 2019. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me- cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autoriza- ção, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utiliza- da por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional de Santa Catarina Gerência de Educação FICHA CATALOGRÁFICA _____________________________________________________________________________ S491t Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Transformação digital no setor industrial / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2019. 130 p. : il. (Série Aprendizagem Industrial). ISBN 978 - 85 - 505 - 0361 - 5 Programa SENAI de Ações Inclusivas 1. Revolução industrial. 2. Inovações tecnológicas. 3. Internet das coisas. 4. Robótica. 5. Proteção de dados. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série. CDU: 004:658.51 _____________________________________________________________________________ SUMÁRIO Conheça aqui a abertura da unidade curricular. Explore esta oportunidade de apren- dizagem e veja quantas desco- bertas serão possíveis! CAPÍTULO 3 Computação em nuvem Conheça o conceito de “com- putação em nuvem”, a evo- lução dos sistemas de arma- zenamento, e os modelos de implantação de nuvem e de serviços fornecidos por prove- dores. CAPÍTULO 1 Indústria 4.0 Conheça os princípios da In- dústria 4.0 e como eles têm permitido o surgimento de novas profissões e novos mo- delos de negócio, produtos e serviços, a partir das tecnolo- gias habilitadoras. CAPÍTULO 4 Big data Conheça o que é o big data, suas características e aplica- ções, além de entender como o uso dessa tecnologia possi- bilita que as empresas se tor- nem ágeis. CAPÍTULO 2 Internet das coisas (IoT) Conheça como os termos “IoT” e “IIoT” surgiram; veja como tecnologias e processos pos- sibilitam a conexão de objetos nos ambientes físico e virtual e a sua rastreabilidade em toda a cadeia de valor. CAPÍTULO 5 Robótica avançada Conheça a robótica avançada e sua aplicação. Conheça tam- bém a composição, as carac- terísticas, os tipos de robôs e sua aplicação dentro e fora da indústria. 07 39 9 49 29 63 MENSAGEM AO APRENDIZ CONHECENDO A AUTORA REFERÊNCIAS PALAVRAS DA AUTORA SUMÁRIO CAPÍTULO 9 Segurança digital Conheça o que é segurança digital, seus pilares e os novos riscos aos quais a indústria está exposta com a transfor- mação digital. CAPÍTULO 7 Simulação Conheça o processo de simu- lação, os conceitos de comis- sionamento virtual, realidade aumentada e de realidade vir- tual, e veja as etapas de virtu- alização do produto, dos equi- pamentos e da célula. CAPÍTULO 10 Realidade aumentada Conheça o que é realidade au- mentada, seus componentes e sua aplicação nas empresas que estão em transformação digital. Leia o fechamento que a autora prepararou para você! Aprovei- te todos os caminhos que levam ao conhecimento. CAPÍTULO 8 Integração de sistemas Conheça o conceito de “inte- gração sistemas”, a verticali- zação e a horizontalização na Indústria 4.0. Confira agora as referências utilizadas nesta unidade curri- cular. Aproveite e amplie seus conhecimentos! Conheça mais detalhes sobre a autora deste livro, sua for- mação e experiências profis- sionais, entre outros. 103 85 115 123 93 127 125 CAPÍTULO 6 Manufatura aditiva Conheça o conceito de “manu- fatura aditiva”, suas principais tecnologias, características e aplicações. Além disso, conhe- ça como o processo contribui para tornar a indústria mais ágil.75 Olá! Seja bem-vindo à Unidade Curricular de “Transformação digital no setor industrial”. Você já ouviu falar sobre o movimento de transformação digital que está acontecen- do nas empresas? Este movimento tem o objetivo de integrar tecnologia digital a todos os processos de uma empresa. Isto está mudando a forma de produção e até mesmo as tarefas dos trabalhadores. As novas tecnologias, conhecidas como tecnologias habilitadoras da In- dústria 4.0, estão exigindo das empresas inovação e transformação da cultura. Mas, você sabe o que é Indústria 4.0? Quais são as tecnologias habilitadoras? Como elas estão influenciando a transformação digital no setor industrial? Quais são as profissões do futuro? Nesta Unidade Curricular você encontrará os caminhos que o levarão a compreender o histórico da Indústria 4.0 e como suas tecnologias estão influenciando o dia a dia das empresas. Portanto, esteja preparado para conhecer vários conceitos novos! Bons estudos! MICHELE GABRIEL MENSAGEM AO APRENDIZ 9INDÚSTRIA 4.0 • REVOLUÇÃO INDUSTRIAL TECNOLOGIAS • DESAFIOS CAPÍTULO 1 A INDÚSTRIA 4.0 Sim, vamos lá! A empresa está em processo de transformação digital. Estamos implantando nuvem para armazenamento de dados, big data para análise de dados, instalando robôs nas linhas de produção, dentre outras ações. Este movimento de implantação de novas tecnologias é um dos efeitos das transformações que estão acontecendo no setor industrial a partir da feira de Hannover, a maior feira de automação industrial do mundo que aconteceu na Alemanha em 2011. No Brasil as iniciativas também convergem para a modernização do nosso parque industrial, pela melhoria de processos na indústria e pela qualificação de profissionais. Nesta feira, foi apresentado o termo Indústria 4.0, como um projeto estratégico e de alta tecnologia para promover a manufatura alemã e impulsionar suas exportações. Desde então, várias inciativas estratégicas da indústria surgiram pelo mundo. Gustavo, ouvi falar que a empresa está implantando novas tecnologias para ser mais ágil. E que isto é por causa da 4ª Revolução Industrial. Você pode me explicar melhor? Indústria 4.0, o que é isto?Indústria 4.0, o que é isto? Tudo bem, Gustavo. E no Brasil? FIMFIM No Japão, tivemos a Revolução Robótica. Na França, tivemos a Fábrica do Futuro. No Reino Unido, tivemos a Fábrica Digital. Nos Estados Unidos, tivemos a Manufatura Avançada. A INDÚSTRIA 4.0 11 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Compreender como surgiu a Indústria 4.0. ■ Compreender os desafios da Indústria 4.0. ■ Identificar as tecnologias habilitadoras. ■ Conhecer as profissões do futuro. 1.1. A INDÚSTRIA 4.0 Hoje, na era da internet, as pessoas estão quase o tempo todo conec- tadas entre si por meio de redes sociais e aplicativosde comunicação. Seguindo esta linha, a Indústria 4.0 propõe a utilização da internet para integrar equipamentos industriais e sistemas. Para entender a Indústria 4.0 é importante, antes, conhecer um pouco da história da indústria e suas revoluções. Você já deve ter percebido que a modernização é uma constante na in- dústria. Voltando no tempo, é possível verificar que houve grande evo- lução desde a criação da primeira máquina a vapor até hoje. A seguir, confira uma linha do tempo que se inicia no final do século XVIII e caminha até os dias de hoje. 1º Revolução Industrial 2º Revolução Industrial 3º Revolução Industrial 4º Revolução Industrial 1780 1870 Hoje 1970 Da vi L eo n (2 02 0) Figura 1 - Linha do tempo Revoluções Industriais Fonte: Adaptado de Citisystems (2017) 1.1.1. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Primeira Revolução Industrial teve início na Inglaterra, no século XVIII, cujo destaque tecnológico foi a máquina a vapor, aprimorando os meios de transporte, como locomotivas e navios; além do tear mecâni- co, para a produção têxtil (BRANCO, 2007). Esses avanços se deram, em primeiro momento, em países da Euro- pa (como Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, Holanda, entre outros), nos EUA e no Japão. Confira a seguir outros fatores da revolução que trouxeram modifica- ções para a sociedade. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL12 Deslocamento do emprego Houve grande diminuição do trabalho artesanal feito pelo homem. Os produtos passaram a ser manufaturados na indústria, provocando um deslocamento no emprego. Sl id e Sh ar e ([2 0- -? ]) Aumento de produtividade O trabalho produzido em série, com apoio de máquinas, e o avanço dos sistemas de transporte acarretaram no aumento da produtividade. m tt vi rt ua l ( [2 0- -? ]) A INDÚSTRIA 4.0 13 Aumento da circulação Com a estruturação de ferrovias e a implantação de navios a vapor, houve aumento da circulação de mercadorias e pessoas. N un o Al m ei da ([ 20 --? ]) FIQUE POR DENTRO Você sabia que a Revolução Industrial também influenciou, entre ou- tras coisas, a mudança do modo de se vestir das pessoas? Isso se deu principalmente pelo fato de que foram criadas máquinas agrícolas capazes de coletar com mais agilidade o algodão e pela mo- dernização das máquinas de tear, barateando o produto e tornando as roupas mais acessíveis à população de menor renda (FERRAZ, 2007). an dr ea re na ta ([ 20 --? ]) TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL14 1.1.2. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Já a Segunda Revolução Industrial teve início nos Estados Unidos, no final do século XIX e começo do século XX. Teve como principais desta- ques de inovação a utilização do aço, a invenção da energia elétrica e dos motores elétricos e o desenvolvimento de combustíveis derivados do pe- tróleo (BRANCO, 2007). Veja, a seguir, outros fatores dessa revolução. Diminuição de custos de produção O aperfeiçoamento das tecnologias aplicadas às máquinas industriais trouxe maior eficiência e consequente diminuição de custos de produção. fo to po ly ([ 20 --? ]) Aumento da qualidade dos produtos O aperfeiçoamento das tecnologias aplicadas às máquinas indus- triais, que se tornaram mais eficientes, possibilitou a produção de mi- lhares de peças idênticas e com a mesma qualidade. Xt oc kI m ag es ([ 20 --? ]) A INDÚSTRIA 4.0 15 Melhoria das formas de comunicação Avanços na área de telecomunicações, como o rádio e o telefone. M ic ha el B ur re ll ([2 0- -? ]) 1.1.3. TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Terceira Revolução Industrial teve início no século XX, a partir da década de 1970, quando houve grande demanda por tecnologia e mão de obra. Teve como destaques de inovações, que viraram os pilares da produção industrial: o computador, a informática, a biotecnologia, e a microeletrônica (GOMES, s.d.). Reestruturação do trabalho O sistema de trabalho passou a ser polivalente, flexível, integrado em equipes e menos hierárquico. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL16 W av eb re ak m ed ia ([ 20 --? ]) Flexibilização da produção A informatização traz uma flexibilização para a programação e repro- gramação dos processos de fabricação, conforme necessidade, dando mais eficiência à produção. Nesse período houve aumento da importância, no cenário econômico global, dos países emergentes, como a China, a Rússia, o Brasil e a Índia. Ki nw un ([ 20 --? ]) A INDÚSTRIA 4.0 17 ? PERGUNTA Você sabia que as primeiras tentativas de criação do que viria a ser um aparelho televisor aconteceram já no século XIX? Contudo, somente em 1925 o engenheiro escocês John Logie Baird conseguiu fazer sua primeira transmissão em casa. Em 1927, Baird fez uma transmissão de Londres até Glasgow e, no ano seguinte, de Lon- dres para Nova York. Da vi L eo n (2 02 0) O televisor foi aperfeiçoado por vários cientistas de diferentes lugares, mas, pela falta de comunicação e por conta da tecnologia da época, o processo levou quase um século (CASTRO, s.d.). 1.1.4. QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Segundo a consultoria McKinsey, em seu relatório “Industry 4.0: how to navigate digitization of the manufacturing sector” (2015), os mode- los tradicionais de alavancagem de produtividade estão superados, e é por esta razão que as empresas estão visualizando na Quarta Revolução Industrial uma nova resposta para manutenção de sua competitivida- de. Nas décadas de 1970 e 1980 tivemos o Sistema Toyota de produção como a grande alternativa de diferencial de produtividade. Dez anos mais tarde, as empresas investiram na terceirização e no deslocamento da produção para países com baixos custos de mão de obra. Porém, nos anos 2000, esses custos foram migrando para patama- res superiores aos identificados inicialmente. Em paralelo, percebe-se a evolução e redução de custos com roboti- zação e automação e as empresas passam a usufruir destas tecnologias como garantia de competitividade, construindo um caminho facilitado para se tornarem, futuramente, fábricas inteligentes. Partindo deste contexto é que vem sendo implementada a Indústria 4.0. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL18 Ph on la m ai Ph ot o ([2 0- -? ]) Considerando este cenário, percebendo a alta disponibilidade da tec- nologia da informação, comunicação e sistemas embarcados em suas empresas, máquinas, equipamentos, e visualizando a tendência de uma computação ubíqua e de conectividade, a Alemanha criou em 2011 um projeto estratégico denominado Industrie 4.0. Este projeto avan- çou fortemente, criando uma série de mecanismos para consolidar as empresas alemãs como os principais players da Indústria 4.0. Em 2011, o presidente Barack Obama foi alertado sobre as graves consequências da desindustrialização vivenciada nos Estados Unidos naquela época. Observando este problema e as oportunidades trazidas pelo avanço tecnológico, o governo americano lançou naquele ano uma iniciativa chamada “Manufatura avançada”. Esta iniciativa visava revita- lizar a indústria americana e posicioná-la como líder global em compe- tividade industrial. Juntos, estes dois países com suas respectivas inciativas vêm apre- sentando ótimos resultados conforme se verifica no relatório, de 2016, sobre o índice de competitividade industrial da consultoria Deloitte. 1.2. TECNOLOGIAS HABILITADORAS DA INDÚSTRIA 4.0 Como você pôde verificar, a indústria veio evoluindo em capacidade de produção com maior eficiência, qualidade e segurança para o chão de fábrica. Esses avanços foram possíveis com a integração de sistemas mecânicos, elétricos e eletrônicos. Isso trouxe mais complexidade aos projetos e maior desenvolvimento e manutenção desses sistemas. PLAYERS Os players de mercado são grupos que dividem sua expertise em um segmento crescente, ge- ralmente localizado em regiões aparentemente não tão promissoras, mas que no final das con- tas acabam apresentan- do um grande potencial lucrativo. A INDÚSTRIA 4.0 19Da vi L eo n (2 02 0) A Indústria 4.0 tem trazido vantagens além do imaginável. Porém, as- sim como antes, a ideia é trazer novas tecnologias para serem agrega- das às atuais que são utilizadas no chão de fábrica, agora conectando também os sistemas de gestão. ? PERGUNTA Isso traz maior complexidade e desafios para os projetos dessa nova indústria? Você será um profissional 4.0 e deverá compreender essa nova reali- dade. Não é possível ser especialista em todas as áreas que a Indústria 4.0 abrange, mas é importante entender que essas tecnologias existem e, obrigatoriamente, será necessário interagir com elas. Segundo o relatório do BCG (Boston Consulting Group), são nove as principais tecnologias da Indústria 4.0, sendo estas determinantes para a produtividade e crescimento das indústrias. Acompanhe na tabela a seguir quais são estas tecnologias e uma bre- ve descrição de cada uma. Nos capítulos a seguir, você irá conhecê-las uma a uma com detalhes. TECNOLOGIA HABILITADORA DESCRIÇÃO Big data e inteligência artificial A big data é uma das áreas mais importantes para a otimização da produção. Envolve muitos dados (como o próprio nome diz) retirados de sensores e controladores nas linhas de produ- ção, além de dados gerados pelos produtos já vendidos e em utilização por clientes. A inteligência artificial (analytics) é parte essencial nesse processo, pois é necessário filtrar esses dados para gerar informações relevantes sobre os produtos, clientes, entre outros, na busca do aprimoramento constante dos meios de produção e dos produtos em si. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL20 Computação em nuvem ou cloud computing A computação em nuvem se baseia no conceito de que os bancos de dados devem estar todos em servidores conectados à internet (que são utilizados para analytics). Dessa forma, dados podem ser compartilhados em tempo real para sistemas de todo o mundo. É daí que vem o conceito de nuvem: está acima de todos, acessível a todos, em qualquer lugar e a qualquer hora. Segurança digital ou cybersecurity Ninguém vai querer utilizar servidores em nuvens não seguras, correto? Por isso a importância da segurança. Criptografia é uma área de extrema relevância nesse contexto, pois as informações coletadas precisam ser guardadas de forma segura e em locais seguros. Integração de siste- ma ou horizontal & vertical integration Integração vertical significa integrar sistemas desde os níveis mais baixos de produção até os sistemas complexos de gerên- cia e relacionamento com cliente. Já a integração horizontal significa tornar possível a troca de informações entre diferentes equipamentos, de diferentes fabricantes, utilizados na produção. Robótica avançada ou robotics Essa área envolve a utilização de robótica integrada a outros sistemas. O objetivo é tornar as funções dos robôs mais flexíveis e suas tarefas mais eficientes e seguras. Realidade aumen- tada ou augmented reality A realidade aumentada vem para diminuir custos e aumentar a segurança em diversas atividades industriais. Treinamentos, simulações de operações ou mesmo atuações remotas podem ser realizados utilizando essa tecnologia. Manufatura aditiva ou additive manu- facturing A área da manufatura aditiva ainda está em ascensão. Trata-se das conhecidas impressoras 3D. Enquanto fresadoras e tornos CNC fabricam peças removendo material de blocos (desperdi- çando esforço e matéria-prima), as tecnologias de adição e ma- terial possibilitam a fabricação de peças mais complexas e com menor desperdício de matéria-prima. Pode-se dizer que ainda é uma tecnologia cara, porém promissora. Manufatura digital ou simulation Prever todos os detalhes envolvidos na montagem e teste de uma nova linha de produção é tarefa praticamente impossível. Qualquer ponto que passe despercebido no momento do projeto pode resultar em muito prejuízo no momento da construção da linha. Portanto, ferramentas de simulação estão sendo cada vez mais utilizadas para evitar esses prejuízos, além de otimizar processos de fabricação encontrando as melhores soluções de leiaute e organização das plantas industriais. A INDÚSTRIA 4.0 21 Internet das coisas ou internet of things (IoT) A internet das coisas é uma das principais tecnologias em desen- volvimento atualmente, devido a seu enorme potencial. Com a utilização do IPv6, pretende-se conectar tudo à rede, e isso inclui os equipamentos industriais. Como integrar esses equipamentos e garantir a segurança das informações é o grande desafio a ser enfrentado. Perceba então que a IoT está intimamente relaciona- da à Indústria 4.0. Com todas estas tecnologias, quais serão as profissões do futuro? Con- fira a seguir o resultado do mapeamento realizado pelo Senai em 2018. 1.3. O FUTURO DAS PROFISSÕES As últimas duas décadas, tem sido marcada por transformações tec- nológicas extremamente impactante advindas da Indústria 4.0. A tec- nologia melhorou estruturas e agilizou processos, mas também colocou em dúvida a necessidade de muitas profissões em um futuro próximo. “As profissões não são imutáveis. Elas são um ar- tefato que construímos para atender a um deter- minado conjunto de necessidades em uma sociedade industrial baseada em impressão”, explicam os pes- quisadores Richard Susskind e Daniel Susskind. Estes pesquisadores acreditam que, conforme a sociedade avança em tecnologia, muitos trabalhos serão extintos por não atenderem às de- mandas do novo modelo do mercado. FIQUE POR DENTRO Richard Susskind e Daniel Susskind são autores do livro O Futuro das Profissões: Como a tecnologia vai transformar o trabalho de especialis- tas humanos, lançado em 2015. Estima-se que 2 bilhões de postos de trabalho desaparecerão até 2030 de acordo com pesquisa do DaVinci Institute. Além disto o relatório The Future of Jobs and Skills (O Futuro do Trabalho e das Habilidades), pu- blicado em 2016 pelo Fórum Econômico Mundial, aposta que a inteli- gência artificial, a robótica, a nanotecnologia e a impressão 3D serão algumas das áreas que movimentarão o mercado do futuro. IPV6 O IPv6 é a versão mais recente do chamado in- ternet protocol (protocolo de internet), mais conhe- cido como IP. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL22 Por outro lado, funções de apoio à gestão e trabalho operacional ten- dem a ser eliminadas total ou parcialmente. “Profissões que são muito repetitivas obviamente serão substituídas por softwares. E as que são por natureza muito humana, como serviços de cui- dadores e de atendimento, tendem a ter seus valo- res pressionados para baixo em razão da roboti- zação, por exemplo”. (Arthur Igreja, especialista da multiplataforma AAA, em entrevista ao IDGNow). No entanto, apesar da extinção de muitos trabalhos, outras profissões serão criadas. Para cada posto de trabalho eliminado pelo avanço da tecnologia, 2,4 novos serão criados, especialmente em startups. REFLITA Você está preparado para este futuro já tão presente? O novo mercado de trabalho vai priorizar profissionais mais focados em desenvolver sua vida profissional como um todo do que em consti- tuir carreira. Conheça a seguir, pesquisa realizada pelo SENAI que aponta as áreas que mais irá precisar de profissionais. O levantamento do Senai aponta as profissões, de nível médio e supe- rior, que devem ganhar relevância em um mercado de trabalho que se transforma diante da 4ª Revolução Industrial. A previsão é que surjam 30 novas ocupações em oito áreas que devem sofrer o maior impacto da Indústria 4.0. Essas áreas estão entre as que mais devem ter seus processos transformados e que apostam na domi- nância das tecnologias digitais para a competitividade dos seus negó- cios na próxima década. Acompanhe a seguir quais são estas oito áreas e quais as profissões que cada uma irá necessitar. STARTUP Startup é uma em- presa jovem com um modelo de negócios repetível eescalável, em um cenário de in- certezas e soluções a serem desenvolvidas. Fonte: https://www. startse.com/noticia/ startups/18963/afi- nal-o-que-e-uma-s- tartup A INDÚSTRIA 4.0 23 Automotivo • Mecânico de veículos híbridos • Mecânico espcialista em telemetria • Programador de unidades de controles eletrônicos • Técnico em informática veicular Da vi L eo n (2 02 0) Tecnologias da informação e comunicação • Analista de IoT (internet das coisas) • Engenheiro de cibersegurança • Analista de segurança e defesa digital • Especalista em big data • Engenheiro de softwares Da vi L eo n (2 02 0) TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL24 Alimentos e bebidas • Técnico em impressão de alimentos • Especialista em aplicações de TIC para rastreabilidade de alimentos • Especialista em aplicações de embalagens para alimentos Da vi L eo n (2 02 0) Máquinas e ferramentas • Projetista para tecnologias 3D • Operador de High Speed Machine • Programador de ferramentas CAD/CAM/CAE/CAI • Técnico de manutenção em automação Da vi L eo n (2 02 0) A INDÚSTRIA 4.0 25 Construção Civil • Integrador de sistema de automação predial • Técnico de construção seca • Técnico em automação predial • Gestor de logística de canteiro de obras • Instalador de sistema de automação predial Da vi L eo n (2 02 0) Têxtil e vestuário • Técnico de projetos de produtos de moda • Engenheiro em fibras têxteis • Designer de tecidos avançados Da vi L eo n (2 02 0) TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL26 Petróleo e gás • Especialista em técnicas de perfuração • Especialistas em sismologias e geofísica de poços • Especialistas para recuperação avançada de petróleo Da vi L eo n (2 02 0) Você finalizou a primeira etapa de seus estudos. Confira no Resumin- do, a seguir, os principais conceitos tratados nesse capítulo. A INDÚSTRIA 4.0 27 RESUMINDO Indústria 4.0 Revolução industrial Tecnologias habilitadoras 1ª Revolução Industrial Big data e analytics 2ª Revolução Industrial Cloud computing Petróleo e gás Augmented reality Simulation Internet of things (IOT) Additive manufacturing Cybersecurity Horizontal & vertical integration Automotivo Têxtil e vestuário Robotics Máquinas e ferramentas Alimentos e bebidas Construção civil Tecnologias da informação e comunicação Profissões do futuro 3ª Revolução Industrial 4ª Revolução Industrial Ca rlo s A nd ré M . A . ( 20 20 ) TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL28 ANOTAÇÕES CAPÍTULO 2 29internet • objetos • ágilciberfísico • integração INTERNET DAS COISAS Olá, o tema agora é IoT! Vou lhes explicar com um exemplo. Pensem em um smartphone. Este smartphone pode enviar sinais ao portão da sua casa, e abri-lo automaticamente quando você ainda está próximo. Achei muito legal! Eu quero saber mais sobre isto!! Quero saber como podemos utilizar em uma empresa. Nunca ouvi, o que é? Que legal! FIMFIM Internet das coisas, o que é isto? INTERNET DAS COISAS 31 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Entender os benefícios da IoT para diversos setores. ■ Entender como o fluxo de comunicação contínua de dispositivos na IoT contribui para tornar a indústria ágil. 2.1. O QUE É INTERNET DAS COISAS Com base na ideia do pesquisador Kevin Ashton, percebeu-se a opor- tunidade de interligação direta entre dispositivos, de modo que eles pu- dessem se comunicar entre si (M2M-machine to machine). Para Santos et al. (2016), a internet das coisas é uma extensão da inter- net atual, que proporciona aos objetos, com capacidade computacional e de comunicação, se conectarem à internet. Essa conexão permite aos usuários controlar os objetos remotamente e/ou torná-los provedores de serviços. Já os objetos (things) são elementos que possuem capacidade de co- municação e/ou processamento aliados a sensores. Eles não são ape- nas computadores convencionais, mas também TVs, notebooks, auto- móveis, smartphones, webcams, sensores ou qualquer equipamento que possua uma forma de conexão à rede. Tudo isso só é possível graças a um combinado de tecnologias que se complementam para viabilizar a integração dos objetos nos ambientes físico e digital. Veja a seguir algumas destas tecnologias e como cada uma contribui para a transformação digital das empresas. Identificação óptica As informações sobre o objeto são arma- zenadas como um código de barras ou um código Data Matrix bidimensional e são lidas via tecnologia de imagem digital ou à laser. Sistemas de código de barras e Data Matrix são uma alternativa econômica para a tecnologia RFID (Identificação rádio frequência). Da vi L eo n (2 02 0) Identificação óptica As informações sobre o objeto são arma- zenadas como um código de barras ou um código Data Matrix bidimensional e são lidas via tecnologia de imagem digital ou à laser. Sistemas de código de barras e Data Matrix são uma alternativa econômica para a tecnologia RFID (Identificação rádio frequência). TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL32 Comunicação São tecnologias e elementos utilizados para conectar objetos inteligentes. Normalmente, são utilizadas tecnologias como redes cabeadas, WiFi, ou bluetooth para conexão e comunicação dos objetos, observando os diversos protocolos de comunicação. Da vi L eo n (2 02 0) Comunicação São tecnologias e elementos utilizados para conectar objetos inteligentes. Normalmente, são utilizadas tecnologias como redes cabeadas, WiFi, ou bluetooth para conexão e comunicação dos objetos, observando os diversos protocolos de comunicação. Computação Há um anseio para que os objetos tenham a capacidade de realizar processamento. Para isto, é preciso dotá-los de elementos de processamento, como microcontro- ladores, processadores e FPGA (arranjo de portas programáveis em campo, do inglês (field programmable gate array). Da vi L eo n (2 02 0) Computação Há um anseio para que os objetos tenham a capacidade de realizar processamento. Para isto, é preciso dotá-los de elementos de processamento, como microcontro- ladores, processadores e FPGA (arranjo de portas programáveis em campo, do inglês (field programmable gate array). Semântica Semântica, em um sistema linguístico, significa “sentido das palavras”. No contexto de internet das coisas, a semânti- ca é um atributo essencial para a comuni- cação de múltiplos dispositivos por meio de um dialeto comum. Normalmente, os objetos vão dispor de protocolos de comunicação abertos, garantindo que diversas tecnologias possam ser desenvol- vidas para explorar as possibilidades da comunicação. Um exemplo disso é a tecnologia bluetooth, que permite a extração e o envio de dados entre disposi- tivos para prover novos serviços. Da vi L eo n (2 02 0) Semântica Semântica, em um sistema linguístico, significa “sentido das palavras”. No contexto de internet das coisas, a semânti- ca é um atributo essencial para a comuni- cação de múltiplos dispositivos por meio de um dialeto comum. Normalmente, os objetos vão dispor de protocolos de comunicação abertos, garantindo que diversas tecnologias possam ser desenvol- vidas para explorar as possibilidades da comunicação. Um exemplo disso é a tecnologia bluetooth, que permite a extração e o envio de dados entre disposi- tivos para prover novos serviços. INTERNET DAS COISAS 33 Serviços A aplicação das tecnologias utilizadas na IoT envolve novos modelos de negócios, desde possibilidades de personalização de produtos até o atendimento às necessida- des dos clientes tanto na indústria 4.0 como nas áreas de serviços de: Transportes, fornecendo aos motoristas informações em tempo real sobre as melhores rotas, situação do trânsito e das estradas, demandas de atendimen- to. E aos usuários, indicando o melhor meio a ser utilizado (trem, metrô, ônibus, taxi), tempo e custo de viagem etc. Comércio, pela produção automática de acordo com a demanda estatística do estabelecimentocomercial, pratelei- ras inteligentes que controlam disponi- bilidade e reposição de produtos. Saúde, com a possibilidade de transmi- tir ao médico, em tempo real, os sinais vitais do paciente para um acompanha- mento a distância. Serviços públicos, com sensores para o alerta de enchentes ou necessidade de limpeza em bueiros e galerias, câmeras de monitoramento inteligente de trânsito com controle de semáforos, sistemas inteligentes de verificação de sonegação de impostos etc. Agronegócio, com sensores para verificação das condições do solo, da previsão do tempo, de identificação e controle de animais. Da vi L eo n (2 02 0) Serviços A aplicação das tecnologias utilizadas na IoT envolve novos modelos de negócios, desde possibilidades de personalização de produtos até o atendimento às necessida- des dos clientes tanto na indústria 4.0 como nas áreas de serviços de: Transportes, fornecendo aos motoristas informações em tempo real sobre as melhores rotas, situação do trânsito e das estradas, demandas de atendimen- to. E aos usuários, indicando o melhor meio a ser utilizado (trem, metrô, ônibus, taxi), tempo e custo de viagem etc. Comércio, pela produção automática de acordo com a demanda estatística do estabelecimento comercial, pratelei- ras inteligentes que controlam disponi- bilidade e reposição de produtos. Saúde, com a possibilidade de transmi- tir ao médico, em tempo real, os sinais vitais do paciente para um acompanha- mento a distância. Serviços públicos, com sensores para o alerta de enchentes ou necessidade de limpeza em bueiros e galerias, câmeras de monitoramento inteligente de trânsito com controle de semáforos, sistemas inteligentes de verificação de sonegação de impostos etc. Agronegócio, com sensores para verificação das condições do solo, da previsão do tempo, de identificação e controle de animais. Sensores É por meio de sensores que são coletados dados sobre o contexto no qual os objetos se encontram. Esses dados são enviados à centros de armazenamento em servidores locais ou em nuvem. Da vi L eo n (2 02 0) Sensores É por meio de sensores que são coletados dados sobre o contexto no qual os objetos se encontram. Esses dados são enviados à centros de armazenamento em servidores locais ou em nuvem. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL34 FIQUE POR DENTRO Indicadores de radiofrequência (RFID, em inglês radio-frequency identi- fication), redes wireless, dispositivos móveis e sensores têm permitido a construção de grandes aplicações e sistemas industriais em áreas como agricultura, indústria de processamento de alimentos, indústria de ser- viços de saúde, monitoramento ambiental, transporte, entre outros. 2.2. IOT NA INDÚSTRIA 4.0 Na Indústria 4.0, a internet das coisas contribui para a integração dos ambientes físico e digital, resultando no chamado ambiente ciberfísico. Um ambiente de produção ciberfísico pode ser entendido como uma rede on-line de máquinas organizadas de forma semelhante às redes sociais. De modo geral, há conexão entre a Tecnologia da Informação (TI), os componentes mecânicos e os componentes eletrônicos das má- quinas e dos equipamentos, que também se comunicam entre si por meio de seus protocolos de comunicação. Dentro da indústria, esse processo de comunicação entre os mundos fí- sico e digital vem sendo chamado de internet industrial das coisas (IIoT). Ela também cria uma rede inteligente entre máquinas, propriedades, sistemas de comunicação, produtos inteligentes e indivíduos em toda a cadeia de valor da empresa, durante todo o ciclo de vida do produto. Isso é possível graças aos sensores e elementos de controle que per- mitem que as máquinas sejam ligadas a plantas, frotas, redes e aos se- res humanos através da internet. Com base nas informações disponíveis nesta rede inteligente, pro- cessos e contratos podem ser coordenados com o objetivo de aumen- tar a eficiência da empresa, otimizar os tempos de produção e de logís- tica, reduzir energia, aumentar a qualidade dos produtos, otimizar as vendas e as compras. Graças à IIoT, a empresa ganha agilidade na tomada de decisão, pois há compartilhamento de informação em tempo real. Observe algumas representações dessa conectividade. INTERNET DAS COISAS 35 Indústria 4.0 Cyber-físicoModalidade inteligente Internet das coisas Internet de serviços Internet de dados Internet de pessoas Logística inteligente Negócios na WEB Redes sociais Casas inteligentes Prédios inteligentes Gestão inteligente de energia Fábrica inteligente Da vi L eo n (2 02 0) Figura 2 - IoT na Indústria 4.0 Fonte: Adaptado de Deloitte (2017) Veja a seguir exemplos da aplicação da internet das coisas. EXEMPLO Fábrica inteligente Para as empresas que fabricam produtos exclusivamente para mon- tadoras (OEM, em português “fabricante original de equipamentos”), como é o caso da empresa Hirotec America, o tempo de inatividade operacional é um problema significativo. Normalmente, essas paradas na fábrica são causadas por máquinas que operam fora das condições adequadas. Ou seja, sem manutenção preventiva ou preditiva, esses equipamentos são mantidos em opera- ção até a falha ocorrer, e quando ocorre, a equipe de manutenção (ou o técnico) é contatada e o equipamento fica parado até que os reparos sejam realizados. A fim de eliminar essa tendência de manutenção reativa, a Hirotec pro- curou usar seus sistemas e registros para obter uma visão mais pro- funda de suas operações. Nesse processo, os profissionais da empresa perceberam a necessidade de conectividade, acesso a dados e esca- labilidade, e viram na internet das coisas (IoT) a ferramenta ideal para alcançar esse objetivo. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL36 Com isso, desenvolveram uma estratégia competitiva para capitalizar os potenciais benefícios da IoT. A iniciativa começou por identificar as tecnologias fundamentais que alimentariam a IoT. A empresa optou por uma plataforma IoT para permitir que os dispositivos da empresa se conectassem à nuvem. Ao implementar esta solução, a Hitotec alcançou maior visibilidade de seus ativos e recursos, e de suas necessidades e prioridades, o que per- mitiu à empresa melhorar sua produtividade. Para Justin Hester, pesquisador sênior da Hirotec America, com a so- lução IoT a empresa ganhou mais visibilidade em seis semanas do que em toda a sua existência. Adaptado de: Industrie 4.0 Maturity Index, Acatech - National Academy of Science and Engineering, 2017. EXEMPLO Cidade inteligente Com a massificação da conexão dos objetos à internet surge uma gama de aplicações como em cidades inteligentes, por exemplo, que se sustentam nos pilares: sustentabilidade, eficiência, pessoas e segu- rança. Acompanhe na imagem algumas situações nas quais a IoT pode ser aplicada. Gerenciamento de água: detectar a qualidade da água observando a vida marinha por meio de câmeras. Luzes inteligentes: sensores que permitam que as luzes sejam acesas aos detectarem presença humana. Monitoramento de tráfego: câmeras com análise de vídeo em grandes avenidas e estradas pela detectar trânsito, acidentes ou condução perigoso. Manutenção preditiva de elevadores: sensores que enviam dados das peças, uso e desempenho do elevador à empresa de manutenção a fim de evitar acidentes. Detecção de fogo e de fumaça: uso de análise de vídeo e de câmeras para detectar fumaça ou fogo em locais públicos. Reconhecimento facial: câmeras com sistema de reconhecimento que ajudam a polícia na busca por bandidos/ suspeitos ou pessoas desaparecidas. Câmeras inteligentes: uso de análise de vídeo e de câmeras para facilitar a contagem de pessoas, invasão, objetos suspeitos deixados ou esqueci- dos, reconhecimento de placas de veículos. Análise de comportamento: câmeras em piscinas públicas que detectam se o usuário está se afogando. Banheiros inteligentes: sensores que detectam piso molhado ou falta de papel em banheiros públicos, a fimde que a manutenção e a limpeza sejam feitas sob demanda e não por escala (período). Monitoramento de idosos: instalação de sensores nas casas a fim de monitorar o bem-estar e o movimento dos idosos. Casas inteligentes: sistema de controle de energia e da água (local e remotamente) a fim de reduzir o consumo. Gestão compartilhada: canal de comunicação com o poder público, de modo que os cidadãos possam participar da gestão, fazer sugestão, denúncia, reclamação sobre os problemas da cidade. Gerenciamento de energia: coletar dados do uso de energia para orientar as empresas sobre como reduzir o consumo. Monitoramento do clima: usar dados sobre alteração de temperatura, previsão de volume de chuvas a fim de garantir a saúde e a segurança da popula- ção e/ou evitar alagamentos. IoT Da vi L eo n (2 02 0) INTERNET DAS COISAS 37 Gerenciamento de água: detectar a qualidade da água observando a vida marinha por meio de câmeras. Luzes inteligentes: sensores que permitam que as luzes sejam acesas aos detectarem presença humana. Monitoramento de tráfego: câmeras com análise de vídeo em grandes avenidas e estradas pela detectar trânsito, acidentes ou condução perigoso. Manutenção preditiva de elevadores: sensores que enviam dados das peças, uso e desempenho do elevador à empresa de manutenção a fim de evitar acidentes. Detecção de fogo e de fumaça: uso de análise de vídeo e de câmeras para detectar fumaça ou fogo em locais públicos. Reconhecimento facial: câmeras com sistema de reconhecimento que ajudam a polícia na busca por bandidos/ suspeitos ou pessoas desaparecidas. Câmeras inteligentes: uso de análise de vídeo e de câmeras para facilitar a contagem de pessoas, invasão, objetos suspeitos deixados ou esqueci- dos, reconhecimento de placas de veículos. Análise de comportamento: câmeras em piscinas públicas que detectam se o usuário está se afogando. Banheiros inteligentes: sensores que detectam piso molhado ou falta de papel em banheiros públicos, a fim de que a manutenção e a limpeza sejam feitas sob demanda e não por escala (período). Monitoramento de idosos: instalação de sensores nas casas a fim de monitorar o bem-estar e o movimento dos idosos. Casas inteligentes: sistema de controle de energia e da água (local e remotamente) a fim de reduzir o consumo. Gestão compartilhada: canal de comunicação com o poder público, de modo que os cidadãos possam participar da gestão, fazer sugestão, denúncia, reclamação sobre os problemas da cidade. Gerenciamento de energia: coletar dados do uso de energia para orientar as empresas sobre como reduzir o consumo. Monitoramento do clima: usar dados sobre alteração de temperatura, previsão de volume de chuvas a fim de garantir a saúde e a segurança da popula- ção e/ou evitar alagamentos. IoT Conseguiu compreender o que é e como pode-se aplicar a IoT? E na empresa onde você está realizando as atividades práticas, como essa tecnologia poderia ser aplicada? Siga em frente e continue explorando esses conhecimentos. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL38 RESUMINDO Internet das coisas Tecnologias IoT na indústria 4.0 Identificação óptica Fábrica inteligente Comunicação Cidade inteligente Computação Semântica Serviços Sensores Da vi L eo n (2 02 0) 39 CAPÍTULO 3 COMPUTAÇÃO EM NUVEM cloud computing • informação modelo de serviço • modelo de plataforma Como assim? Sim, isto mesmo. Agora, você vai conhecer mais uma tecnologia que auxilia na transformação digital das empresas: a computação em nuvem! A nuvem é um grande reservatório de recursos para armazenar dados e disponibilizá-los em tempo real por meio da internet. Vamos ver se eu entendi. Então eu posso acessar, de qualquer lugar, minha conta de e-mail, fotos, músicas, softwares, arquivos de todos os formatos e tamanhos. É o caso da Netflix onde assisto filmes e séries sem fazer download? FIMFIM Computação em nuvem, o que é isto? Computação em nuvem, o que é isto? COMPUTAÇÃO EM NUVEM 41 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Entender como a tecnologia disponibiliza e amplia o acesso à informação. ■ Reconhecer os diferentes modelos de serviço. ■ Diferenciar as formas de implementação. ■ Identificar formas de aplicação na empresa. 3.1. O QUE É COMPUTAÇÃO EM NUVEM? Na busca pela definição do conceito de computação em nuvem (em inglês, cloud computing) encontramos múltiplas abordagens e pouco consenso com relação a uma definição. Informalmente, é possível imaginar a nuvem como um grande reser- vatório de recursos, que foi construído para se adaptar às necessida- des de armazenamento de dados de seus clientes e estar disponível em tempo real por meio da internet. Dessa forma, a computação em nuvem pode ser compreendida como um modo pelo qual os usuários acessam, por meio da internet, os recur- sos computacionais disponíveis, sendo que tais recursos têm capacida- de de se adaptar às necessidades desses usuários (clientes). Para melhor entender a nuvem, acompanhe a seguir a evolução dos sistemas de armazenamento. 1880 O cartão perfurado, inventado no século XIX, foi o precursor da memória usada em computadores. Da vi L eo n (2 02 0) 1880 O cartão perfurado, inventado no século XIX, foi o precursor da memória usada em computadores. 1950 A fita magnética, originalmente inventada para gravar áudio, se tornou na década de 1950 o novo método para o armazena- mento de dados. Da vi L eo n (2 02 0) 1950 A fita magnética, originalmente inventada para gravar áudio, se tornou na década de 1950 o novo método para o armazena- mento de dados. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL42 1962 Já na década de 1960 é lançado o primeiro compacto áudio-cassete com capacidade de armazenamento de 660 KB em cada lado. Da vi L eo n (2 02 0) 1962 Já na década de 1960 é lançado o primeiro compacto áudio-cassete com capacidade de armazenamento de 660 KB em cada lado. 1963 O primeiro disco de memória removível (conhecido hoje como HD externo) tinha capacidade de memória de 2.6 MB. Da vi L eo n (2 02 0) 1963 O primeiro disco de memória removível (conhecido hoje como HD externo) tinha capacidade de memória de 2.6 MB. 1971 Os disquetes, que começaram a ser produzidos com 8” e capacidade de armazenamento de 80 KB, evoluíram para 5.25”, com armazenamento de 1.2 MB Da vi L eo n (2 02 0) 1971 Os disquetes, que começaram a ser produzidos com 8” e capacidade de armazenamento de 80 KB, evoluíram para 5.25”, com armazenamento de 1.2 MB 1990 Inventado em 1982 originalmente para áudio, com a versão de 1990, que permitia gravar e apagar arquivos, passou a ser utilizado na informática por sua capaci- dade de armazenamento de até 700 MB, o equivalente a 486 disquetes. Da vi L eo n (2 02 0) 1990 Inventado em 1982 originalmente para áudio, com a versão de 1990, que permitia gravar e apagar arquivos, passou a ser utilizado na informática por sua capaci- dade de armazenamento de até 700 MB, o equivalente a 486 disquetes. COMPUTAÇÃO EM NUVEM 43 1994 O zip drive, com capacidade de 100 MB, tinha a proposta de substituir o disquete, mas não chegou a conquistar o mercado. Da vi L eo n (2 02 0) 1994 O zip drive, com capacidade de 100 MB, tinha a proposta de substituir o disquete, mas não chegou a conquistar o mercado. 1995 A evolução do CD, o DVD chegou com capacidade de 4,7 GB de espaço. Da vi L eo n (2 02 0) 1995 A evolução do CD, o DVD chegou com capacidade de 4,7 GB de espaço. 1999 O cartão de memória, com capacidade de 1 GB, chegou com a proposta de aumentar a memória de câmeras fotográficas e celulares. Da vi L eo n (2 02 0) 1999 O cartão de memória, com capacidade de 1 GB, chegou com a proposta de aumentar a memória de câmeras fotográficas e celulares. 2000 O pen-drive substituiu definitivamente o disquete. Com capacidade atualmente de 512 GB de armazenamento, há promessa de lançamentode versão com capacidade de 1 TB. Da vi L eo n (2 02 0) 2000 O pen-drive substituiu definitivamente o disquete. Com capacidade atualmente de 512 GB de armazenamento, há promessa de lançamento de versão com capacidade de 1 TB. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL44 2013 Do ponto de vista de quem armazena os dados, a nuvem elimina o equipamento físico. Ou seja, o usuário não precisa se preocupar com o equipamento que vai guardar os seus arquivos. Precisa apenas de um aparelho para acessá-los. Além disso, poderá acessar, de onde estiver, sua conta de e-mail, fotos, músicas, softwares, arquivos de todos os formatos e tamanhos. Da vi L eo n (2 02 0) 2013 Do ponto de vista de quem armazena os dados, a nuvem elimina o equipamento físico. Ou seja, o usuário não precisa se preocupar com o equipamento que vai guardar os seus arquivos. Precisa apenas de um aparelho para acessá-los. Além disso, poderá acessar, de onde estiver, sua conta de e-mail, fotos, músicas, softwares, arquivos de todos os formatos e tamanhos. FIQUE POR DENTRO Na ciência da computação, os fatores multiplicativos são Megabytes, Gigabytes e Terabytes (mega, giga e tera) que equivalem a: 1 MB = 1 megabyte = 1.000.000 de bytes 1 GB = 1 gigabyte = 1.000.000.000 de bytes 1 TB = 1 terabyte = 1.000.000.000.000 bytes Confira agora os modelos de serviços da computação em nuvem. 3.2. MODELOS DE SERVIÇO A nuvem é dinâmica e seus recursos são provisionados à medida que a demanda cresce ou diminui, em um modelo baseado em métricas de uso. Dessa forma, sua precificação, na maioria das vezes, é calculada de acordo com o uso do serviço. Ou seja, o cliente paga por um serviço de armazenamento proporcionalmente ao espaço que faz uso. Algumas vantagens do modelo de computação em nuvem são a con- fiabilidade e a tolerância a falhas, pois os clientes podem estabelecer acordos de nível de serviço com os provedores, de modo a garantir a disponibilidade apenas dos recursos que precisam. Além disso, tarefas como backup e proteção contra vulnerabilidades de segurança da in- formação passam a ser de responsabilidade dos provedores e não mais dos clientes. Essa flexibilidade permite que as indústrias tenham maior agilidade, pois no momento que acontece a maior demanda, a nuvem se adapta a esta necessidade, o que garante que a empresa seja ágil na resposta ao cliente. De uma forma genérica, é possível dizer que o que diferencia os tipos de modelos de serviço em nuvem é o tipo de cliente ao qual cada um se des- tina. Veja a seguir os tipos e como implementar a computação em nuvem. BACKUP VULNERABILIDADES Backup: É uma cópia de segurança dos seus dados (informações) de um dispositivo de arma- zenamento (celulares, tablets, computadores) ou sistema (aplicativos, softwares e jogos) para outro ambiente para que esses mesmos dados possam ser restaurados em caso de perda dos dados originais ou ocor- rência de um acidente. Vulnerabilidade: É a ca- racterística de quem ou do que é vulnerável, ou seja, frágil, delicado e fraco. COMPUTAÇÃO EM NUVEM 45 3.3. MODELOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE NUVENS O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) define também modelos para a implementação de nuvens. Os modelos definidos mais consagrados são: nuvem pública, nuvem privada, nuvem comunitária e nuvem híbrida. Centenas de empresas podem usá-la ao mesmo tempo, mas separadamente. Ela pode ser acessada por qualquer usuário. O provedor da nuvem é responsável pela manutenção e pela segurança. Por ser de uso geral, há maior risco à falta de privacidade. Nuvem pública Da vi L eo n (2 02 0) Centenas de empresas podem usá-la ao mesmo tempo, mas separadamente. Ela pode ser acessada por qualquer usuário. O provedor da nuvem é responsável pela manutenção e pela segurança. Por ser de uso geral, há maior risco à falta de privacidade. Nuvem pública Propriedade de uma única empresa que faz uso exclusivo dos recursos (servidores e software), com a utilização apenas de pessoas específicas. Protegida pelo firewall e administrada de acordo com o regimento da organização. Seu custo, no entanto, pode ser alto e, consequente- mente, impeditivo para muitas empresas. Nuvem privada Da vi L eo n (2 02 0) Propriedade de uma única empresa que faz uso exclusivo dos recursos (servidores e software), com a utilização apenas de pessoas específicas. Protegida pelo firewall e administrada de acordo com o regimento da organização. Seu custo, no entanto, pode ser alto e, consequente- mente, impeditivo para muitas empresas. Nuvem privada Pode ser compartilhada por diversas empresas que, normalmente, possuem interesses em comum. A administração geralmente é realizada por uma das empresas parceiras. Os custos também são divididos. Nuvem comunitária Da vi L eo n (2 02 0) Pode ser compartilhada por diversas empresas que, normalmente, possuem interesses em comum. A administração geralmente é realizada por uma das empresas parceiras. Os custos também são divididos. Nuvem comunitária O firewall é o sistema de segurança ou mecanis- mo desenvolvido para evitar que, através da internet, hackers ou pro- gramas de conteúdo du- vidoso tenham acesso a um computador pessoal: verifico sempre se o fire- wall do meu computador está ligado antes de bai- xar um programa. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL46 Composta de duas ou mais nuvens, preservam as características originais de seu modelo, interligadas por uma tecnolo- gia que possibilita a portabilidade de informações e aplicações. Nuvem híbrida Da vi L eo n (2 02 0) Composta de duas ou mais nuvens, preservam as características originais de seu modelo, interligadas por uma tecnolo- gia que possibilita a portabilidade de informações e aplicações. Nuvem híbrida 3.4. A NUVEM NA INDÚSTRIA 4.0 A computação em nuvem, na Indústria 4.0, permite que diversos sis- temas atuem com alta performance, disponibilidade, acessibilidade e economia de recursos. Além disso, a computação em nuvem se mostra como uma ferramenta fundamental na quebra de barreiras geográficas, aumento da produtivi- dade, conectividade e geração de novas oportunidades para empresas de todos os portes e segmentos. As soluções em computação em nuvem podem garantir este desem- penho, já que ajudam com as ferramentas de colaboração e integração entre os departamentos, possibilitando mais agilidade na produção, melhor comunicação e redução de erros. Por exemplo, a indústria pode utilizar um serviço de virtualização que permita construir, implementar e compartilhar soluções de análise em tempo real da operação de um parque fabril. E por meio de armazena- mento e serviços na nuvem, a indústria pode aplicar algoritmos de inte- ligência artificial para auxiliar na análise preditiva. Com base nesses dados, a indústria poderá tomar decisões mais assertivas quanto aos recursos materiais e humanos, etapas e volu- me de produção, períodos de manutenção etc., visando redução de custos e aumento de produtividade. ASSERTIVAS Aquilo que se afirma ou se declara como verdade. COMPUTAÇÃO EM NUVEM 47 EXEMPLO Fórmula 1 A Fórmula 1 é um bom exemplo da junção de tecnologias com a com- putação em nuvem, big data e internet das coisas, pois antes, durante e depois dos treinos e das corridas, vários dados são coletados, arma- zenados e analisados. Os engenheiros das equipes analisam em tempo real dados de, apro- ximadamente, 150 sensores em cada carro, que contemplam informa- ções sobre pressão dos pneus, consumo de combustível, força do ven- to, localização na pista, via GPS, temperatura dos freios, entre outras. Cada sensor se comunica tanto com a equipe no boxe como com um time de engenheiros na fábrica. Eles podem transmitir 2 GB de dados em uma volta e 3 TB em uma corrida. Os resultados dessas análises têm aumentado a segurança dos pilo- tos e mecânicos, reduzido o consumo de peças, pneus e combustível e aumentado a competitividadeentre as escuderias. Mas não é só isso, no conceito de Horizontalização, os dados obtidos pelas equipes são compartilhados com os seus fornecedores, a indústria, que os usam para aprimorar seus produtos seja no design, durabilidade e eficiência das peças, seja na eficiência do combustível. Adaptado de: FIT. Fast Cars, Big Data - How Streaming Data Can Help Formula 1, 2017. EXEMPLO Indústria automotiva Da criação da linha de produção em série aos dias de hoje, muita coisa mudou na indústria automotiva que, por sinal, é uma das áreas da in- dústria que mais têm se beneficiado dos avanços da tecnologia. Don Butler, diretor executivo de uma montadora de veículos, explica que a computação em nuvem permite que a empresa “colete dados dos veículos, armazene-os e os analise a fim de descobrir o valor que pode derivar deles como, por exemplo, reparar mais facilmente esses veículos considerando como as pessoas os estão usando”. Em outras palavras, a computação em nuvem permite que a indústria automo- tiva crie mais produtos, serviços e experiências baseados nos dados coletados, em tempo real, sobre a necessidade do consumidor e em sua experiência de uso. Além disso, Don Butler está pilotando, no Google Earth, uma solução desenvolvida pela Siemens que, baseada na nuvem, habilita a nave- gação virtual das linhas de montagem em suas plantas, até o nível de TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL48 estações de trabalho individuais. Com isso, a empresa busca obter melhoria em comunicação, eficiência, globalização e padronização de seus processos e produtos. Adaptado de: ITIF. How Cloud Computing Enables Modern Manufac- turing, 2017. REFLITA Conseguiu compreender o que é e como pode-se aplicar a computação em nuvem? E na empresa onde você está realizando as atividades prá- ticas, como essa tecnologia poderia ser aplicada? Você chegou ao final deste capítulo. Ainda há muito a conhecer, siga em frente. RESUMINDO Computação em nuvem O que é computação em nuvem? Modelos de serviços Modelos de implantação de nuvens Nuvem pública Nuvem privada Nuvem comunitária Nuvem híbrida A nuvem na Indústrial 4.0 Da vi L eo n (2 02 0) 49 CAPÍTULO 4 big data • mineração de dados analytics • inteligência artificial BIG DATA Mas o que é isto? Pode dar um exemplo? Já estou curioso para aprender sobre big data. Eu também! Agora, é a vez de falarmos sobre o big data! Você já percebeu na quantidade de dados disponíveis hoje? O que fazer com tudo isto? É possível realizar análises preditivas e prescritivas! Na análise preditiva é possível identificar “o que vai acontecer”. Já na análise prescritiva, é possível dizer “o que devemos fazer”. Sim... imagine que você esteja realizando corridas e está usando um relógio que avalia os seus batimentos cardíacos. Considerando os seus dados pessoais, se houver algum risco a sua saúde, você será avisado pelo relógio e orientado a descansar e beber mais líquidos. FIMFIM BIG DATA 51 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Entender como a tecnologia do big data pode ser utilizada para beneficiar a indústria e a sociedade. ■ Reconhecer as características do big data. ■ Diferenciar as técnicas de mineração de dados. 4.1. O QUE É BIG DATA? Estamos vivendo a era da informação, na qual diariamente são gera- dos milhões de dados. No ano de 2017, por exemplo, foram gerados 2.5 quintilhões de bytes de dados por dia (DOMO, 2017). Se fôssemos ar- mazenar esses dados em discos Blu-ray seriam necessários 10 milhões de discos. Para se ter uma ideia da velocidade na geração dos dados, é sabido que 90% dos dados disponíveis hoje foram gerados nos últimos dois anos. Ou seja, a sociedade atual está gerando uma quantidade de informação muito superior à gerada por toda a humanidade ao longo dos séculos. A internet é uma das principais fontes de dados. Globalmente, a web recebe os mais diversos forma- tos de dados, de artigos científicos a publicações nas redes sociais, nos formatos de texto, imagem, vídeo e áudio. Este grande volume de dados recebe o nome de big data. No entanto, big data não deve ser entendido apenas pelo volume de dados. O fator principal, para a indústria, no uso dessa tecnologia é a capacidade de processar e avaliar as informações relevantes, pois de nada serve pos- suir grandes volumes de dados se não puder fazer uso deles. É preciso extrair conhecimentos úteis e valiosos, de modo que se faz necessário o uso de ferramentas e técnicas de gestão para processar grande volume de dados, em diversos formatos, em velocidade adequada. Há cinco características-chave em big data: volume, velocidade, va- riedade, veracidade e valor. BLU-RAY Blu-ray é um tipo de DVD com grande capacidade para armazenamento de áudios e vídeos de alta definição. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL52 Refere-se à quantidade de dados cada vez maior que está sendo gerada e/ou consu- mida. O desafio é de armazenar e recuperar esse grande volume de dados por meio de soluções computacionais capazes de armazenar volumes massivos de dados e indexá-los para uma rápida pesquisa e recuperação. Além disso, o custo para armazenagem dos dados está mais barato. De acordo com a revista Computer World, em 1970, por exemplo, armazenar 1 gigabyte de dados custava $185.000 (cento e oitenta e cinco mil dólares). Essa mesma quantida- de, em 2017, estava sendo ofertada por $0.02 (2 centavos de dólar). Volume Da vi L eo n (2 02 0) Refere-se à quantidade de dados cada vez maior que está sendo gerada e/ou consu- mida. O desafio é de armazenar e recuperar esse grande volume de dados por meio de soluções computacionais capazes de armazenar volumes massivos de dados e indexá-los para uma rápida pesquisa e recuperação. Além disso, o custo para armazenagem dos dados está mais barato. De acordo com a revista Computer World, em 1970, por exemplo, armazenar 1 gigabyte de dados custava $185.000 (cento e oitenta e cinco mil dólares). Essa mesma quantida- de, em 2017, estava sendo ofertada por $0.02 (2 centavos de dólar). Volume Refere-se à velocidade com que os dados são gerados e/ou recuperados. De acordo com o site domo.com (2018), em 2017, a cada minuto, foram realizadas mais de 150 mil chamadas no Skype e mais de 4 milhões de visualizações no YouTube. Em 1992, por exemplo, a humanidade gerava 100 GB de dados por dia. Em 2013, passamos a gerar 28.875 GB de dados por segundo! A previsão para 2018 é de 50.000 GB sendo gerados a cada segundo. A velocidade dos dados está ligada à taxa de geração, mas também à taxa de consumo. Para a indústria, essa velocida- de é um desafio de big data, pois é preciso desenvolver mecanismos capazes de processar esses dados em tempo real. Velocidade Da vi L eo n (2 02 0) Refere-se à velocidade com que os dados são gerados e/ou recuperados. De acordo com o site domo.com (2018), em 2017, a cada minuto, foram realizadas mais de 150 mil chamadas no Skype e mais de 4 milhões de visualizações no YouTube. Em 1992, por exemplo, a humanidade gerava 100 GB de dados por dia. Em 2013, passamos a gerar 28.875 GB de dados por segundo! A previsão para 2018 é de 50.000 GB sendo gerados a cada segundo. A velocidade dos dados está ligada à taxa de geração, mas também à taxa de consumo. Para a indústria, essa velocida- de é um desafio de big data, pois é preciso desenvolver mecanismos capazes de processar esses dados em tempo real. Velocidade Refere-se aos mais diversos formatos de dados. No início da era digital, buscou-se fazer uso de dados estruturados, como em modelos de banco de dados relacio- nais. Porém, com o avanço da internet e a proliferação das redes sociais, passamos a utilizar dados não-estruturados, como vídeos, imagens, textos (mensagens). Processar tais formatos de dados requer o desenvolvimento de tecnologias especializadas. Variedade Da vi L eo n (2 02 0) Refere-se aos mais diversos formatos de dados. No início da era digital,buscou-se fazer uso de dados estruturados, como em modelos de banco de dados relacio- nais. Porém, com o avanço da internet e a proliferação das redes sociais, passamos a utilizar dados não-estruturados, como vídeos, imagens, textos (mensagens). Processar tais formatos de dados requer o desenvolvimento de tecnologias especializadas. Variedade BIG DATA 53 Refere-se à obtenção de dados verídicos. O conceito de velocidade está alinhado com o conceito de veracidade, pois os dados devem ser analisados em tempo real. Ou seja, os dados devem ser analisa- dos de forma constante para dar veracida- de à análise.Veracidade </> Da vi L eo n (2 02 0) Refere-se à obtenção de dados verídicos. O conceito de velocidade está alinhado com o conceito de veracidade, pois os dados devem ser analisados em tempo real. Ou seja, os dados devem ser analisa- dos de forma constante para dar veracida- de à análise.Veracidade </> Refere-se ao valor agregado do processo: coleta, armazenamento e análise de dados. Em outras palavras, o processo de análise de dados pode gerar novos conhecimentos e valor para a indústria. Valor $ Dav i L eo n (2 02 0) Refere-se ao valor agregado do processo: coleta, armazenamento e análise de dados. Em outras palavras, o processo de análise de dados pode gerar novos conhecimentos e valor para a indústria. Valor $ 4.2. BIG DATA ANALYTICS Tirar o melhor proveito do big data requer a capacidade de tratamento desses dados. Esse processo pode ser definido como big data analytics, formado por métodos de gestão, técnicas de processamento, mineração de dados e descoberta de conhecimento, inclusive com o uso da inteligên- cia artificial. Conheça uma proposta de processo de big data analytics. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL54 2- Adquirir dados 3- Limpar dados 7- Analisar resultados 8- Refinir o problema Queremos algo a mais? 4- Realizar modelo 5- Análisar dados 6- Apresentar 1- Estabelecer questionamentos Dados coletados Dados para modelo Modelo de dados Resultados x x x x x x Fontes de dados Da vi L eo n (2 02 0) BIG DATA 55 1 - ESTABELECER QUESTIONAMENTOS A primeira coisa a fazer é estabelecer as perguntas para as quais bus- caremos respostas. Normalmente, essa formulação acontece em dois estágios: em Adquirir dados (2) e em Realizar modelo (4), no qual as per- guntas são refinadas. 2 - ADQUIRIR DADOS Nessa etapa, são consultadas diversas fontes de dados a fim de esta- belecer os elementos da análise. 3 - LIMPAR DADOS Essa etapa consiste na aplicação de técnicas de limpeza de da- dos (data cleaning), com o objetivo de detectar e sanar imperfeições nos dados coletados. Isso porque nem todos os dados coletados são ne- cessários para responder ao questionamento estabelecido, pois podem conter informações irrelevantes, duplicadas ou em formato inapropria- do para o modelo. 4 - REALIZAR MODELO Se os dados coletados apresentarem formato adequado para a resolu- ção do problema, serão transformados em uma semântica que permita ao analista de dados proceder com a análise. Nesse estágio, os dados são agrupados, formatados e/ou transformados para os métodos analíticos, normalmente empregando técnicas de aprendizagem de máquina. 5- ANALISAR DADOS Esse é considerado o passo fundamental do processo. É nesse estágio que, com uso de técnicas estatísticas, de manipulação de dados e de apren- dizado de máquina, os dados são transformados em conhecimento. 6 - APRESENTAR Os resultados dos métodos analíticos são compostos por diversos ele- mentos e a sua compreensão não é imediata e de fácil assimilação. Por isso, são utilizadas técnicas de visualização para representar o novo co- nhecimento de uma maneira coerente e de fácil compreensão. 7 - ANALISAR RESULTADOS Nesse momento, as considerações sobre os resultados obtidos são apre- sentadas por meio de um conjunto de relatórios que descrevem o proces- so realizado e as descobertas geradas ao longo das etapas anteriores. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL56 8 - REFINAR O PROBLEMA Normalmente, o processo de big data analytics busca a melhoria contínua e o aperfeiçoamento das análises. Dessa forma, nesse estágio o problema é refinado, seja para novos questionamentos ou para maior detalhamento do problema abordado. Agora que você já conheceu uma proposta de processo para big data analytics, é hora de aprender como surgiu a inteligência artificial e como ela pode beneficiar a indústria. 4.3. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Você viu que na análise de dados são empregadas técnicas de apren- dizagem de máquina, ou seja, inteligência artificial. Mas, você sabe o que é inteligência artificial e como ela surgiu? Na década de 1950, pesquisadores descobriram que ao descrever as ações humanas por meio de uma série de deduções e lógicas matemá- ticas seria possível programar o computador para realizar estas opera- ções, simulando a inteligência humana. A esta linha de pesquisa deu-se o nome de inteligência artificial (AI, do inglês artificial intelligence), que desde sua criação tem se buscado fazer com que os computadores si- mulem a forma de pensar e agir dos seres humanos, modelando ele- mentos como ações reativas e até sentimentos. Para melhor compreender os objetivos da inteligência artificial, co- nheça o teste proposto em 1950 por Alan Turing, conhecido com o pai da computação. No teste de Turing, um humano (interrogador) utiliza um teclado para fa- zer perguntas a duas entidades ocultas: outro humano e um computador. ! ! ? Humano Computador Da vi L eo n (2 02 0) BIG DATA 57 Para Turing, o comportamento inteligente de uma máquina é expres- so pela habilidade de obter o desempenho humano em todas as tarefas cognitivas, podendo, assim, enganar um interrogador humano. Nenhum computador foi aprovado nesse teste, pois, para isso, seria necessário uma máquina com diversas habilidades, dentre as quais destacamos: ■ processamento de linguagem natural de modo a permitir que uma máquina compreenda e se comunique em uma linguagem humana; ■ representação do conhecimento, permitindo ao computador ar- mazenar informações antes e/ou durante o interrogatório; ■ raciocínio automatizado para utilizar a informação armazenada para responder às questões, assim como obter novas conclusões a partir dos fatos adicionados a cada interrogatório; ■ aprendizado de máquina para se adaptar às circunstâncias, detec- tar e extrapolar padrões; ■ visão computacional para reconhecer possíveis imagens ou obje- tos utilizados no interrogatório; e ■ robótica para atuar na percepção e para manipular objetos. FIQUE POR DENTRO Essa tecnologia tem sido adotada por muitas empresas para tratar su- gestões, informações, reclamações e dúvidas de seus clientes. Exem- plos de inteligência artificial são as assistentes virtuais das empresas Google (Google Assistant), Apple (Siri) e Amazon (Alexa). Para conhecer mais sobre inteligência artificial, assista aos fil- mes Ela e Inteligência artificial. Ela (Her). Direção: Spike Jonze. EUA, 2013. Inteligência artificial (A.I.: Artificial Intelligence). Direção: Steven Spielberg. EUA, 2001. O que Turing propôs foi um desafio e tanto na área da computação, pois desenvolver todas essas habilidades requer conhecimento prove- nientes de múltiplas áreas. Dessa forma, o que se viu ao longo da história da inteligência artificial foi o desenvolvimento isolado de cada habilida- de, sem ter o teste de Turing como foco. Em relação ao big data, a inteligência artificial contribuiu com a cons- trução de modelos computacionais para análise e descoberta de padrões em grandes conjuntos de dados. A área da inteligência artificial que mais se relaciona a tais processos é denominada “aprendizagem de máquina”, com a subárea “mineração de dados” (em inglês, data mining). TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL58 4.4. MINERAÇÃO DE DADOS Por meio das técnicas de mineração é possível obter dados, normal- mente, na forma de regraslógicas ou predições computacionais, que irão subsidiar um processo de tomada de decisão. Exemplo disso são as aplicações que buscam fazer previsões (denominadas modelagens pre- ditivas), descobrir novos padrões ou associações (denominadas mode- lagens descritivas), refinar agrupamentos por critérios de semelhança ou compreender anomalias de comportamento. As técnicas de mineração de dados podem variar de acordo com o ob- jetivo da pesquisa. O objetivo dessa técnica é encontrar regras de associação entre itens que ocorrem simultaneamente. Por exemplo, um conjunto de dados das vendas anuais de uma rede de supermercados possui todos os itens que foram comprados por uma pessoa, a data/hora da compra e o sexo do cliente. Por meio de regras de associação pode-se compreender quais itens são comprados em conjunto (sempre que os clientes compram o item X também compram o item Y: sabão lava-roupas e amaciante, por exemplo). Com isso, a rede de supermercados pode compreender fenômenos de associação e colocar os produtos lado a lado nas prateleiras a fim de garantir a continuida- de desse comportamento. Associação Da vi L eo n (2 02 0) O objetivo dessa técnica é encontrar regras de associação entre itens que ocorrem simultaneamente. Por exemplo, um conjunto de dados das vendas anuais de uma rede de supermercados possui todos os itens que foram comprados por uma pessoa, a data/hora da compra e o sexo do cliente. Por meio de regras de associação pode-se compreender quais itens são comprados em conjunto (sempre que os clientes compram o item X também compram o item Y: sabão lava-roupas e amaciante, por exemplo). Com isso, a rede de supermercados pode compreender fenômenos de associação e colocar os produtos lado a lado nas prateleiras a fim de garantir a continuida- de desse comportamento. Associação As técnicas de classificação são utilizadas para predizer possíveis valores (classes) a partir de uma série de exemplos previa- mente rotulados. Por exemplo, em um conjunto de dados provenientes de sensores instalados em máquinas da linha de produção de automóveis, os dados foram rotulados para dizer se o produto apresentará problemas na etapa de controle de qualidade. Classificação Da vi L eo n (2 02 0) As técnicas de classificação são utilizadas para predizer possíveis valores (classes) a partir de uma série de exemplos previa- mente rotulados. Por exemplo, em um conjunto de dados provenientes de sensores instalados em máquinas da linha de produção de automóveis, os dados foram rotulados para dizer se o produto apresentará problemas na etapa de controle de qualidade. Classificação BIG DATA 59 As técnicas de agrupamento consistem em segmentar em subgrupos um conjunto de registros a partir da similaridade de seus atributos. Observe a ilustração que mostra dados não rotulados. No processamento, os padrões são detectados e os dados são rotulados. Em seguida, um algoritmo de agrupamento é utilizado para agrupar um conjunto de dados a partir do conceito de similaridade entre os dados. Agrupamento Da vi L eo n (2 02 0) As técnicas de agrupamento consistem em segmentar em subgrupos um conjunto de registros a partir da similaridade de seus atributos. Observe a ilustração que mostra dados não rotulados. No processamento, os padrões são detectados e os dados são rotulados. Em seguida, um algoritmo de agrupamento é utilizado para agrupar um conjunto de dados a partir do conceito de similaridade entre os dados. Agrupamento Dados não rotulados Dado não classificado Algoritmo de agrupamento Da vi L eo n (2 02 0) Figura 3 - Algoritmo de agrupamento Fonte: IIEEE Communications Surveys & Tutorials, vol. 16, no. 1, First Quarter (2014) Agora que você já estudou sobre big data, acompanhe a seguir alguns exemplos de aplicação na Indústria 4.0. 4.5. BIG DATA NA INDÚSTRIA 4.0 Big data e inteligência artificial podem ser utilizados no contexto da Indústria 4.0 por meio da leitura de dados gerados por dispositivos e sensores, bases históricas de downtime, além de alertas de manutenção preventiva. Os dados coletados a partir de dispositivos e sensores podem ser utilizados em processos analíticos, integrados com bases externas, ou utilizados por algoritmos de mineração de dados. Os algoritmos utiliza- dos podem fornecer predições ou novos conhecimentos que auxiliarão na redução de defeitos, na otimização da matéria-prima e da energia elétrica, assim como para definir a melhor configuração do ambiente produtivo para atender flutuações do mercado. DOWNTIME Tempo de inatividade. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL60 Computação em nuvem Big data Análise avançada Smart data Indústria 4.0 2 4 3 1 Cliente Fornecedores Aplicação de algoritmo e de soluções automatizadas. Sensores e equipamentos Segurança da informação Dados do negócio • Redução de defeitos. • Redução de matéria-prima e de energia. • Aderência ao mercado. • Dados de máquinas e processos. • Período de parada e uso de energia. • Alertas de manutenção preditivas. Da vi L eo n (2 02 0) Figura 4 - Ambiente produtivo Indústria 4.0 Fonte: Adaptado de PCL Design (2019) Esse processo ajuda a empresa a ser ágil na tomada de decisão em resposta aos eventos da planta e às demandas do mercado, e a apren- der com as ações tomadas de sua cadeia de valor. BIG DATA 61 RESUMINDO Big data O que é o big data Características de big data? Volume Velocidade Veracidade Variedade Valor Big data analytics Inteligência artificial Mineração de dados Tipos de mineração Associação Classificação Agrupamento Big data na indústria 40 Da vi L eo n (2 02 0) TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SETOR INDUSTRIAL62 ANOTAÇÕES 63ROBÔ • CONTROLADOR • SENSORES MULTIFUNCIONAL • INTEGRAÇÃO CAPÍTULO 5 ROBÓTICA AVANÇADA Robótica avançada, o que é isto? Robótica avançada, o que é isto? Bernardo, você sabia que a robótica está revolucionando o funcionamento das empresas? Sim, os benefícios são inúmeros! Os robôs são recomendados para a realização de tarefas padronizadas e que dependem de um número limitado de variáveis, sendo apropriados para executar o atendimento de demandas massivas. A utilização dos robôs dentro da indústria traz grandes vantagens no aumento da produção, qualidade dos produtos e retorno econômico. Pode me dar um exemplo? Que legal! Ouvi dizer que a utilização de robôs nas empresas apresenta diversos benefícios. Mas quais são? Ao montar um carro, um robô em formato humano pode pegar a bateria em uma pilha e instalá-la no motor. FIMFIM ROBÓTICA AVANÇADA 65 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Selecionar o robô mais adequado para cada tipo de trabalho. ■ Entender como esta tecnologia pode contribuir para tornar a indústria ágil. 5.1. O QUE É ROBÓTICA? Robótica é o uso dos robôs para a execução de atividades, em substi- tuição do ser humano em locais insalubres e em atividades que possam colocar em risco a saúde do homem. A utilização da robótica requer conhecimentos de mecânica (pneumá- tica, hidráulica, cinemática), eletrônica (sensores e atuadores), softwa- res e programação (Microcontroladores e CLP – Controladores Lógicos Programáveis). ? PERGUNTA Mas, o que são robôs? Segundo a Robotics Industries Association – RIA (2017), “[...] um robô é um dispositivo automático com conexões de realimentação [feedback] entre os sensores, atuadores e o ambiente sem que haja a ação de con- trole direto do ser humano para a realização das tarefas”. No setor industrial, os robôs vêm contribuindo com o aumento da produtividade e da qualidade dos produtos, melhorias na saúde e se- gurança do trabalhador, redução do consumo de energia e de insumos. O robô industrial é definido por Norma ISO como uma máquina multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel, e ser usada em aplicações de automação industrial. Ele pode ser controlado automaticamente e ser usado para manipulação, com vários
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