Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Universidade Licungo extensão da Beira Faculdade de ciências e tecnologia. Curso de licenciatura em ensino de Biologia. João Inoque Joy Tema Balanço do metabolismo do azoto Beira 2021. 2 João Inoque Joy TEMA Balanço do metabolismo do azoto Beira 2021 Este Trabalho é Apresentado na Cadeira de Fisiologia Vegetal, Curso De Biologia Laboral. Departamento de Ciências Naturais e Tecnologia Delegação da Beira. Para fim de uma avalição 3 Introdução O nitrogênio é um dos elementos mais fundamentais para os seres vivos, sendo um dos mais abundantes também, este preciso elemento é usado para a síntese de proteínas, aminoácidos ou ATP, daí a extrema importância. Por mais que o nitrogênio seja um dos elementos mais abundantes na natureza, a maioria dos seres vivos não o podem assimilar, dependendo de processos químicos-biologicos ou até com ajuda de outros seres vivos que ajudam a transformar o nitrogênio em substâncias assimilável. O trabalho que se segue refere-se às pesquisas bibliográficas realizadas que procuram trazer o que se sabe sobre todo o processo que envolve a planta e este elemento tão precioso. 4 1. Redução de nitratos Uma das características peculiares das plantas é a capacidade de poder sintetizar o seu próprio componente orgânico essencial á vida, a partir de nutrientes inorgânicos que encontram no meio. Entretanto nem todos os nutrientes podem ser assimilados pela planta no seu estado natural. A assimilação de nitrogênio envolve uma série complexa de reações bioquímicas que estão entre as reações de maior consumo energético dos organismos vivos. As plantas e os microrganismos absorvem o nitrogênio tanto na forma reduzida (NH4+) como na forma oxidada (NO3-). Chama-se a imobilização do nitrogênio, o processo que consiste na transformação do N inorgânico (NH3, NH4+, NO3-, NO2-) em N orgânico. Na assimilação do nitrato (NO3–), o nitrogênio do NO3– é convertido em uma forma mais energética (mais reduzida), o nitrito (NO2–), e, depois, em uma forma ainda mais energética (mais reduzida ainda), o amônio (NH4+), e finalmente em nitrogênio amida da glutamina. Esse processo consome o equivalente a 12 ATPs para cada nitrogênio amida. o que faz com que o NH4+ seja preferencialmente absorvido pelos microrganismos. NO³- + NAD(P)H + H+→ NO²- + NAD(P)* + H2O NO²- + 6 Fdred + 8 H+→ NH4+ + 6 Fdox + 2 Sendo a primeira reação catalisada pela enzima nitrato refutase e nitrito redutase a segunda As nitrato redutase das plantas superiores são formadas por duas subunidades idênticas com três grupos prostéticos cada: flavina adenina dinucleotídeo (FAD), heme e um complexo formado pelo molibdênio e uma molécula orgânica denominada pterina. A nitrito redutase é codificada no núcleo e sintetizada no citoplasma, apresentando um peptídeo de trânsito no N-terminal que a direciona para os plastídios 5 Fig. 1. Modelo do acoplamento do fluxo de elétrons da fotossíntese, via ferredoxina, com a redução do nitrito pela nitrito redutase. A enzima nitrito redutase possui dois grupos prostéticos, Fe4S4 e heme, que participam na redução do nitrito a amônio. Os microrganismos assimilam o amônio (amônia como substrato) por duas vias: desidrogenase do glutamato (GDH) e sintetase da glutamina-sintase do glutamato (GS/GOGAT). A primeira via torna-se ativa quando o NH4+ está presente em concentrações relativamente altas (> 0,5 mg NH4+ kg-1 de solo). Neste caso adesidrogenase do glutamato , na presença de equivalentes redutores, incorpora aquele íon aoα-cetoglutarato para formarglutamato . Porém, na maioria dos solos o amônio está presente em baixas concentrações, resultando em decréscimo da sua concentração intracelular. Neste caso, os microrganismos utilizam a segunda via, onde o amônio, primeiramente, se junta ao glutamato para formar glutamina. Posteriormente, o NH4+ é transferido da glutamina para o α-cetoglutarato, que resulta na formação de duas moléculas deglutamato . Uma vez incorporado aoglutamato, o amônio pode ser transferido para outras moléculas para formar aminoácidos adicionais. 6 1.1. Raízes e partes aéreas assimilam nitrato "Em muitas plantas, quando as raízes recebem quantidades pequenas de nitrato, este é reduzido, principalmente nesses órgãos. À medida que o suprimento de nitrato aumenta, uma proporção maior do nitrato absorvido é translocada para as partes aéreas, onde será assimilada. Mesmo sob condições similares de suprimento do nitrato, o equilíbrio do metabolismo desse nutriente entre a raiz e o caule conforme indicado pela proporção da atividade da nitrato redutase em cada um dos dois órgãos ou pelas concentrações relativas do nitrato e do nitrogênio reduzido na seiva do xilema varia de espécie para espécie. [...] Em geral, espécies nativas de regiões de clima temperado dependem mais intensamente da assimilação do nitrato pelas raízes que espécies de regiões tropicais e subtropicais." ( TAIZ, ZEIGER, MØLLER e MURPHY, et al. 2017). 2. Fixação de N2 A maior parte do grande reservatório de nitrogênio presente na 7 atmosfera não está diretamente disponível para os organismos vivos. A obtenção de nitrogênio da atmosfera requer a quebra de uma ligação tripla covalente de excepcional estabilidade entre os dois átomos de nitrogênio (N≡N) para produzir amônia (NH3) ou nitrato (NO3–). Tais reações, conhecidas como fixação do nitrogênio. A fixação do nitrogênio assimilável pelas plantas ocorrem por processos industriais e naturais: Relâmpagos. Os relâmpagos são responsáveis por cerca de 8% do nitrogênio fixado pelos processos naturais. Eles convertem o vapor de água e o oxigênio em radicais hidroxilas livres altamente reativos, em átomos de hidrogênio livre e em átomos de oxigênio livre, que atacam o nitrogênio molecular (N2), formando o ácido nítrico (HNO3). Posteriormente, esse ácido nítrico precipita-se sobre a Terra com a chuva Reações fotoquímicas. Quase 2% do nitrogênio fixado são originados de reações fotoquímicas entre o óxido nítrico gasoso (NO) e o ozônio (O3), produzindo o ácido nítrico (HNO3). Fixação biológica do nitrogênio . Os 90% restantes resultam da fixação biológica do nitrogênio, em que bactérias ou cianobactérias (algas azuis) fixam o N2 em amônia (NH3). Essa amônia dissolve-se na água e forma o amônio (NH4+): NH3 + H2O→ NH4+ + OH- 8 2.1. Fixação Biológica Representa a forma mais importante de fixar o nitrogênio atmosférico N2 em amônio, sendo que ela representa o ponto- chave do ingresso do nitrogênio molecular no ciclo biogeoquímico desse elemento. 2.1.1. Bactérias fixadoras de nitrogênio de vida livre e simbióticas A maior parte de organismos procariotos fixadores de nitrogênio vive no solo. Vários formam associações simbióticas com plantas superiores(formandonódulos nas suas raízes), nas quais o procarioto fornece nitrogênio fixado diretamente para a planta hospedeira em troca de outros nutrientes e de carboidratos. Uma das associações simbióticas mais conhecida ocorre entre as espécies da família Fabaceae (leguminosas ) e as bactérias do solo dos gênerosAzorhizobium, Bradyrhizobium, Mesorhizobium, Rhizobium e Sinorhizobium (rizóbios ). Outro tipo comum de simbiose ocorre entre várias espécies de plantas lenhosas, como o amieiro (Alnus ), e bactérias do solo do gênero Frankia; essas plantas são conhecidas como actinorrízicas. São conhecidas ainda as associações entre as herbácea sul- americana Gunnera e na diminuta pteridófita aquática Azolla , as quais formam associações com as cianobactérias Nostoc e Anabaena , respectivamente. 2.1.2. Condições necessárias á fixação do nitrogênio Devido ao alto consumo energético nas reações de fixação, as 9 enzimas catalisadoras são providas de sítios que facilitam as trocas de alta energia dos elétrons. O oxigênio, sendo um forte aceptor de elétrons, pode danificar esses sítios e inativar irreversivelmente a nitrogenase. Assim, o nitrogênio deve ser fixado sob condições anaeróbias. Nas cianobactérias, as condições de anaerobiose são criadas em células especializadas denominadasheterocistos. Essas células perdem o fotossistema II, Dessa forma, elas não formam oxigênio. 2.2.3.Estruturas especializadas na fixação simbiótica Em muitos casos a fixação do nitrogênio em plantas acontece em nódulos, órgãos especiais da planta hospedeira que envolvem as bactérias fixadoras, sendo que em certos casos estes nódulos ocorrem em glândulas do caule (GêneroGunnera ) e em outros casos ocorrem nas raízes (leguminosas) . As bactérias fixadoras de nitrogênio Acetobacter diazotrophicus e Herbaspirillum spp. vivem no apoplasto dos tecidos do caule de cana-de-açúcar e podem suprir seu hospedeiro com cerca de 30% do nitrogênio necessário, reduzindo a necessidade de fertilizantes nitrogenados (não há produção de nódulos). 10 Fig. 2. Nódulos em raiz de feijoeiro (Phaseolus vulgaris). 2.3. O complexo da enzima nitrogenase fixa o N2 A fixação biológica do nitrogênio, produz amônia a partir do nitrogênio molecular. A reação geral é: N2 + 8 e– + 8 H* + 16 ATP → 2 NH3 + H2 + 16 ADP + 16 Pi Na redução do N2 a 2 NH3, uma transferência de seis elétrons, está acoplada à redução de dois prótons para formar H2. O complexo da enzima nitrogenase catalisa essa reação. 11 Fig. 2. Reação catalisada pela nitrogenase. A ferredoxina reduz a Fe-proteína. A Fe-proteína reduz a MoFe-proteína, e essa última reduz o N2. "Cálculos baseados no metabolismo de carboidrato de leguminosas indicam que a planta respira 9,3 moles de CO2 por mol de N2 fixado. Com base na Equação 13.10, o ΔG0´para a reação geral da fixação biológica do nitrogênio é de cerca de –200 kJ mol-¹. Nos rizóbios, 30 a 60% da energia fornecida para a nitrogenase podem ser perdidos como H2, diminuindo a eficiência da fixação do nitrogênio." ( TAIZ, ZEIGER, MØLLER e MURPHY, et al. 2017). Ciclo do Azoto Como já foi dito anteriormente, o nitrogênio sofre transformações que permitem que os organismos o consumam, portanto todo o processo de transformação sofrido por este elemento é cíclico, 12 ou seja, o organismo também libera o nitrogênio. O ciclo do nitrogênio, portanto todo o processo de transformação ou reciclagem do nitrogênio desde a passagem orgânica para mineral. Entretanto este processo envolve quatro (4) etapas: 1. Fixação: trata-se da transformação gasosa do nitrogênio, ou seja, processo que transforma o nitrogênio no seu estado fundamental gasoso em nitrogênio orgânico possível de ser assimilado (amónia e nitrato). Processo este realizado maioritariamente pelas bactérias nitrificantes presentes no solo. 2. Amonificação: nem toda amónia presente no solo é resultado da fixação, parte desta resulta da decomposição de matéria orgânica depositadas pelo organismos, pode ser em forma de excrementos ou mesmo um organismo morto, visto que quando há morte de um organismo, parte da matéria orgânica que o constituía é libertada. Este processo é realizado pelos organismos decompositores Bactérias e Fungos. 3. Nitrificação: trata-se do processo de transformação do nitrogênio em compostos nitrito . Este processo é subdivido em dois, sendo A Nitrosação, bactérias nitrossomad transformam a amónia já fixada em nitrito; Nitração, que é a transformação do nitrito obtido na nitrosação (NO2-) emnitrato (NO3-), visto que a maioria das plantas consegue absorver o nitrogênio quando está na forma de nitrato. Este último processo é realizado pelas 13 Nitrobactérias (nitobacter) . 4. Desnitrificação: trata-se do último processo do ciclo, caracterizado pelo retorno do nitrogênio na sua forma gasosa para a atmosfera, são encarregues por este processo as bactérias pseudoamonas (desnitrificantes). Portanto isto faz com que a próxima etapa seja novamente a fixação tornando cíclico. C6H12O6 + 4NO3-→ CO2 + 6H2O + 2N2 14 Fig. 3. Ciclo do nitrogênio. 15 Conclusão O nitrogênio é um dos elementos mais importantes para a vida, é usado na sintetização de compostos orgânicos como proteínas, aminoácidos até mesmo ATP que são substâncias que a planta precisa, este elemento encontra-se em maior abundância na atmosfera com cerca de 78%. A planta precisa de ajuda de outros seres vivos e fenômenos que ajudam a obter nitrogênio, isso porque o nitrogênio atmosférico é impossível de ser assimilado, requerendo uma transformação que envolve consumo de energia para que seja possível utilizar o nitrogênio. Visto existem organismos capazes de transformar o nitrogênio, certas plantas criou um mecanismo de associação com estes demodo a fornecê-los o nitrogênio captado. A transformação do nitrogênio permite um processo cíclico em que o nitrogênio consumido é libertado por via de excreção e putrefação de matéria orgânica, e isto envole organismos decompositores. A amónia que é um derivado de nitrogênio, quando decomposto é transformada novamente em nitrogênio inorgânico atmosférico graças às bactérias desnitrificantes. 16 Referência Bibliográfica LESSA, Ruth. N. T;Ciclo do nitrogênio . Química ambiental ||. Universidade federal de pelotas. Pelotas, 2007. MØLLER, I. M., MURPHY, A., TAIZ, L., ZEIGER, E;Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal, 6 ed. Ortmend/são Paulo, 2017. VIEIRA, R. F.Ciclo do nitrogênio em sistemas agrícolas / Rosana Faria Vieira.-- Brasília, DF : Embrapa, 2017.
Compartilhar