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Dallari, Dalmo de Abreu: “Elementos da Teoria Geral do Estado”. São Paulo, Saraiva, 31ª edição 2012.
Resenha crítica da obra.
A obra “Elementos da Teoria Geral do Estado” é uma obra atual na qual o autor dialoga muitas vezes com ideias de autores clássicos e seus livros, como o “Contrato Social” de Rousseau ou a “A História da Riqueza Das Nações” de Adam Smith, procurando explicar como surge o Estado e toda sua estrutura, seja do convívio social à estrutura econômica. Dallari tenta estabelecer também uma relação entre os clássicos e a contemporaneidade mostrando que muitas ideias outrora imaginadas ainda podem ser usadas. 
Cap. V-Problemas do Estado contemporâneo
O Estado na Ordem Internacional. (p.259)
O Estado para o jurista é uma pessoa jurídica de direito público e internacional, quando participa da sociedade mundial. Porém, na prática o reconhecimento de um Estado não obedece a uma regulação jurídica precisa, tendo que depender de uma comprovação de soberania. Alguns afirmam que o Estado é soberano quando consegue impor suas vontades e os Estados mais fortes possuem meios de modificar o direito quando lhes convém.
Os Estados vivem aparentemente em anarquia, pois não existe nenhuma ordem jurídica ou órgão superior no qual todos se submetem. Durante a história houve certas “desculpas” para subjugarem os Estados menos organizados ou menos avançados tecnológica e economicamente. A primeira vez dizendo que iriam catequizar em uma missão civilizadora no qual os colonizadores tiveram o fardo de carregar e mais tarde devido a uma corrida imperialista dos neocolonizadores que diziam trazer o progresso as nações desprovidas de tal. Essa corrida imperialista causou a primeira guerra mundial.
Com o fim da segunda guerra mundial o mundo viu que precisava urgentemente de instituições que zelassem pela paz e pelos direitos humanos, assim foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU) pelos países vencedores da segunda grande guerra: Estados Unidos, URSS e Grã-Bretanha. A ONU caracterizou-se por ser um acordo entre Estados, celebrado nos moldes de um tratado. Cada membro preservou sua soberania, podendo retirar-se da organização quando quisesse e ficando aberta a possibilidade de ingresso de novos Estados. Assim, a ONU não tem soberania, não devendo ser confundida com um superestado. A ONU tem um conselho de segurança com membros fixos, que detêm o direito de vetar qualquer resolução proposta, que são os EUA, ex-URSS (atual Rússia), França, Grã-Bretanha e China. Se um dos cinco vetar uma resolução ela não é valida, só possui valor quando os cinco países aceitam tal resolução. Este poder de veto é de extraordinária importância e constitui um dos pontos que suscitam maiores críticas contra a organização. 
Intervenção do Estado na Sociedade. (p.271)
O Estado moderno por nascer absolutista sempre foi visto ao longo da história como um inimigo que impedia liberdade individual e deveria ser combatido. Ao longo do tempo a burguesia enriqueceu e começou a exigir um estado mais liberal, considerando a liberdade contratual um direito natural dos indivíduos. Sob influência do jusnaturalismo, outros direitos naturais foram sendo proclamados, principalmente no âmbito econômico, como a propriedade visando impedir a interferência do Estado. Adam Smith em sua obra “A Riqueza das Nações” defendia que cada homem é o melhor juiz de seus interesses e deve ter a liberdade de promovê-los segundo a sua livre vontade, condenando qualquer tipo de intervenção estatal.
O chamado “liberalismo econômico” no século XIX se afirmaria como principal doutrina econômica quando Stuart Mill publicou “Da Liberdade” que se baseava em três objeções fundamentais:
 “Ninguém é mais capaz de realizar qualquer negocio ou determinar como ou por que deva ser realizado do que aquele que está diretamente interessado; mesmo que os indivíduos não realizem tão bem o que se tem em vista, como o fariam agentes do governo, é melhor ainda que o indivíduo o faça, como elemento da própria educação mental; cada função que se acrescenta às que o governo já exerce, provoca maior difusão da influência que lhe cabe sobre esperanças e temores, convertendo, cada vez mais, a parte ativa e ambiciosa do publico em parasitas do poder público, ou de qualquer partido que aspire ao poder.” ¹
O Estado sem interferência na vida social trouxe, de início, alguns inegáveis benefícios: houve um progresso econômico acentuado, criando condições para a revolução industrial; o individuo foi valorizado. Mas com isso o Estado criou condições para sua própria superação, como a valorização do individuo causando um ultraindividualismo, dando margem a um comportamento egoísta e sem escrúpulos. Com isso tudo a crença do Estado não intervir fez com que aumentasse ainda mais as desigualdades sociais pelo simples fato deste não proteger os menos afortunados de serem explorados por uma classe dominante.
A maior consequência dessas práticas abusivas foi a formação do proletariado que ocorreu devido à formação de grandes aglomerados urbanos, como decorrência direta da revolução industrial, tudo isso porque havia excesso de mão-de-obra que estimulava a manutenção das péssimas condições de trabalho. Foi isso o principal estímulo para os primeiros movimentos socialistas e, nas primeiras décadas do século XX, um surto intervencionista que já não poderia ser contido.
Quando Franklin Roosevelt lança o “New Deal” que era uma politica intervencionista deixa clara a mudança de postura em relação a uma classe deverás oprimida. Desde então o Estado não se limita à policia e à administração da justiça, como financia, fabrica, comercia, gera a economia. Mais tarde a palavra globalização foi empregada como uma substituição de palavras e expressões muito desgastadas como o capitalismo, pois estavam carregadas de implicações políticas e sociais negativas.
Estado Socialista e Capitalismo de Estado. (p.280)
O socialismo apareceu no início do século XIX como uma forma de criticar as injustiças sócias da sociedade individualizada, instaurada a partir da ascensão politica da burguesia e marcada pela revolução industrial. Para os socialistas, as injustiças sociais, a miséria do proletariado, a existência ostensiva de uma pequena classe de privilegiados, tudo isso, só se mantinham graças ao Estado. E não se pensava que o Estado pudesse ter outra utilidade que não a manutenção e a proteção de tais privilégios.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels apresentaram “O Manifesto Comunista” que pregava a união de todos os trabalhadores contra a burguesia. Marx e Engels depois disso passaram a chefiar uma corrente socialista chamada de “Socialismo científico” que foi criticada por outros socialistas, pois estes últimos não aceitavam a conquista do poder por vias legais e acusaram os precursores do socialismo científico de oportunistas.
Foi na Rússia que surgiu o Estado socialista. Quando socialistas aliados aos republicanos depuseram do czar do poder, porém devido a divergências desses dois grupos os socialistas tomaram de vez o poder. Em sua constituição era qualificada como ditadura do proletariado, pois o poder do proletariado deveria ser exercido ditatorialmente contra seus outrora exploradores, que eram naturalmente inimigos de um Estado socialista. Em 1961 o Estado soviético se transforma em Estado de todo o povo, porque nessa altura todo o povo era trabalhador e ninguém mais vivia da exploração do trabalho alheio.
	Existe uma crítica acerca dos Estados socialistas, alguns estudiosos acreditam que esses Estados socialistas se tornaram um capitalismo de Estado, se convertendo em um grande capitalista. Tudo isso porque o Estado era órgão do poder politico, adquiriu poder econômico e detinha monopólio de todo o capital, logo seria o maior dos capitalistas.
Ideia Atual de Estado Democrático. (p.299) 
O Estado moderno democrático já no seu início de formação sofria com crises, pois uma classe que estava ascendendo socialmente exigia mais liberdade e direitos iguais, além de acabar com qualquer privilegio de uma classe ociosa.Desde então, todas as discussões sobre o Estado e todas as experiências levadas a efeito foram motivadas pela busca da melhor forma de atingir esses objetivos. O industrialismo promoveu uma grande concentração de trabalhadores que eram maltratados, com isso, cresceu um sentimento de revolta nesses trabalhadores que lutavam por melhores condições e voz política. Foi nesse cenário que começou a surgir o movimento dos proletariados e mais uma vez coloca-se em discussão o Estado democrático.
Correntes políticas foram criadas para debater se realmente uma liberdade com valor supremo era o melhor método de uma nação prosperar. Uma corrente doutrinária tinha convicção de que a liberdade total do povo era a causa inevitável da desigualdade e pregava que o Estado devia ter um controle social que assegurasse a igualdade de todos os indivíduos. 
O Estado democrático tinha uma grande contradição para ser respondida: “Garantir a total liberdade individual deixando que ocorressem as grandes diferenças sociais ou um poder autoritário que cerceava a liberdade, porém diminuía as desigualdades”. A única certeza era de que a eliminação desses mecanismos representaria a eliminação da democracia. Várias concepções foram analisadas e os mais pessimistas chegaram à conclusão de que a democracia é utópica, porque na prática encontra obstáculos intransponíveis, porém a pior democracia causa menos prejuízos do que a melhor democracia. Os otimistas já acreditam que o Estado democrático ideal poder per alcançado, basta eliminar a rigidez formal, respeitar a vontade do povo, preservar a liberdade e a igualdade.
 
John Stuart Mill, Da Liberdade, págs. 53, 87, 123 e 124.

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