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A cada dois meses, de todos os cantos do mundo, um novo grupo de oitenta pessoas chega aos Institutos para a Realização do Po tencial Humano, nos arredores da Filadélfia. Eles vêm assistir a um curso de sete dias sobre Como Aumentar a Inteligência do seu Bebê. Essas pessoas têm quatro coisas em comum: (1) todos têm filhos; (2) todos amam muito seus filhos; (3) fizeram grandes sacrifícios para assistir ao curso; e (4) estão decididos a fazer com que seus filhos, ao crescer, tornem-se pessoas melhores em um mundo melhor. Este livro foi planejado para transmitir o conhecimento, a ex periência e os métodos de ensino dos Institutos a todos os pais que desejam obter esse conhecimento do modo mais rápido e mais barato que puderem. Acreditamos que cumpra esta missão. Glenn Doman, fundador e presidente dos Institutos, passou mais d� trinta anos estudando crianças em mais de uma centena de países. Escreveu diversos livros, entre eles Como Ensinar 6 seu Bebê a Ler. tOMO A INTEL16ENCIA DO SEU BEBE GlennDoman Autor de COMO ENSINAR O SEU BEBÊ A LER Título original norte-americano HOW TO MULTIPLY YOUR BABY'S INTELLIGENCE Copyright © 1984 by Glenn Doman Foto do Autor na 4." Capa: SHERMAN HINES Para Helen Gould Ricker Doman e Joseph J ay Doman Minha mãe e meu pai, que insistiram para que eu começasse a vida de pé nos seus ombros. Direitos de publicação exclusiva em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela DISTRIBUIDORA RECORO DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A. Rua Argentina 171 - 20921 Rio de Janeiro, RJ - Tel.: 580-3668 que se reserva a propriedade literária desta tradução Impresso no Brasil PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 - Rio de Janeiro, RJ - 20922 T • Agradecimentos Se a História registra quem escreveu o primeiro livro, a informação não chegou acé mim. Seja quem for, homem ou mulher, estou certo de uma coisa: o livro não foi feito sem uma grande ajuda de outras pessoas. Deus sabe que enquanco. estive trabalhando neste livro, por 40 anos, de uma maneira ou de outra, tive certamente gigantescas contribuições, todas elas vitais. Participaram mais diretamente .Janet Doman e Susan Aisen es crevendo vários capítulos tão brilhantemente claros e incisivos que,'em bora me deixem encantado, me deixam, ao mesmo tempo, contraria do pelo fato de o resto do livro não o ser tanto. Lee Pattinson reviu-o, palavra por palavra, e retirou as arestas dos meus infinitivos com advérbios. Assim fazendo, Lee aliviou a tarefa de Ferris Mack, meu editor da Doubleday e amigo há muitos anos, cu jas "sarcásticas notas" foram inteligences e amáveis o bastante para tornar indolor a retirada de algumas frases prediletas a respeito de pes soas especiais em todo o mundo. As centenas de milhares de palavras que constavam dos vários ori ginais foram datilografadas por Greta Erdtmann e Cathy Ruhling, que procuraram agir como se aquele tédio sem fim fosse de fat0 agradável. Michael Armentrout projetou graficamente o livro e, sem uma úni ca queixa, montou-o de várias formas para atender a meus ''caprichos'', que devem ter-lhe parecido intermináveis. Sherman Hines, esse anista ímpar e fotógrafo canadense, fez to das as fotografias, exceto as que têm outros créditos. Agonizei diante da necessidade econômica de reduzir suas cores radiantes para preto e branco. O velho Hipócrates e Temple Fay e muitos outros grandes neuro cirurgiões e neurofisiologistas estão aí, em cada página, como estão 5 os grandes mestres que tive. (Os terríveis professores que tive também estão, embora de modo diference.) Aquele grupo de pessoas que eu só posso descrever como subli mes, os integrantes da equipe dos Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano estão em cada página, em cada palavra e nos espaços entre elas. Eles variam em idade e em experiência, desde o Pro fessor Raymond Dart, de 90 anos, cuja descoberta do Australopithe cus ajricanus Dartii modificou finalmente as idéias do homem sobre quem somos e de onde viemos até aqueles jovens de 21 anos, aspiran tes a posições em nossa equipe. O CORPO DE DIRETORES Janet Doman, Gretchen Kerr Green, Douglas Doman, Robert Derr, Susan Aisen, Bruce Hagy, Ann Bali, Rosalind Doman, Katie Do man, Neil Harvey, Elaine Lee, Maxwell Britt, Mary Ellen Cooper, Lee Pattinson, Michael Armentrout, Pearl Le Winn e Helen Derr. O CORPO MÉDICO Dr� Roselise Wilkinson, Dr. Edward B. Le Winn, Dr. Raymond Dart, Dr. Allan Sosin, Dr. Robert Doman, Dr. Mihai Dimancescu, Dr. Leland Green, Dr. Phillip London, Dr. Harold Wilkinson, Dr. Euge ne Losasso, Dr. José Carlos Veras e Dr. Max Karpin. O GRUPO DOS MAIS ANTIGOS Lidwina van Dyk, Miki Nakayachi, Dawn Price, William Wells, Phyllis Kimmel, Frank Caputo, Janet Caputo, Charlotte Coombs La winski, Leia Coelho-Reilly, Beatrice Carrancedo, David Coventry, Bar bara Coventry, Fred Hill, Patricia Carmichael-Gerard, Susan Sosin, Carol Gratten e Mary Ravenell. O CORPO ADMINISTRATIVO Greta Erdtmann, minha valiosa assistente por mais de 20 anos, Cathy Ruhling, James Kaliss, Mitchell Burchfield, Dr. Nathan Rach mell, Tom Tindall, Tom Herman, John Tini, Helen Carey, Doris Bru no, Martha Clement, Marilyn Rogers, Sharon Jerge, Linda Pollack- 6 Johnson, Edna Platt, Rosalie Sherman, Marjorie Dart, Pearl LeWinn, Bertha White, Barbara McKinney, Michael Brandt, Pam Coventry, Lisa Dioda, Nest Holvey, Janet Koert, Ferris Alger e Jerry Schwartz. O GRUPO JOVEM Matthew Newell, Susan Cameron, John Grifo, Harris Kaplan, Yael Joseph, Tsunenori Fujimaki, Teruki Temera. Assim também, em cada página, estão milhares de magníficas crianças com quem pudemos aprender, de acordo com seus vários ní veis, desde as portadoras de disfunções cerebrais, até as crianças do Rennaissance. Ao falar dessas crianças e de suas realizações individuais remetemo nos aos seus pais - determinados e heróicos - que vivem num mun do feliz criado por eles mesmos. Citar uma, cem ou mil delas, de certo modo diminuiria os milhares restantes. Portanto, daqui os saúdo a to dos - crianças, homens e mulheres - e me curvo diante deles com o mais profundo amor e r.espeito. Desejo agradecer àquele grupo de diretores dos Institutos, tanto os vivos quanto os mortos não devidamente homenageados, que nos deram seu amor, dedicação e orientação e que em mais de uma oca sião arriscaram sua preciosa reputação para nos amparar quando está vamos atacando o status quo tão zelosamente guardado pelos autono meados e auto-ungidos "donos únicos da verdade''. QUADRO DE DIRETORES Dr. Walter Burke, Sr. Frank Cliffe, Sr. Chatham R. Wheat III, Dr. Ralph Pelligra, Sr. Harry Guenther, Sr. James McGeehan, Sr. Jo seph Gay, Sr. John Wright, Dr. Robert Morris, Srta. Liza Mi.nnelli. Capitão-de-Corveta Phillip Phillips, Sr. Richard Norton, Dr. José Car los Veras, Sr. Kaname Matsuzawa, Dr. Susumu Samoto, Sr. Carlos Carrancedo, Sr. Alan Spitzer. Agradeço a Stephen Sordoni e sua família por terem cedido a Ka tie e a mim sua bela casa, para que pudéssemos escrever a versão final do livro. Por último, mas não menos importante, curvo-me sinceramente perante todos aqueles que apoiaram o trabalho dos Institutos, ao lon go dos anos. Eles nos deram seu resoluto apoio financeiro, emocional, intelectual, científico e moral e contribuíram de muitas outras manei- 7 ras. Incluem, mas de modo algum se limitam, as seguintes pessoas e grupos de pessoas: Dan e Margaret Melcher, Walker Buckner, John e Mary McShain, Dr. Jerold Morantz, Scott e Helen Nearing, Neil Young, Sra. Betty L. Hutton Williams, William Christopher, Dr. e Sra. Susumu Samo to, Sr. e Sra. C.B. Norris, Sherman Hines, Lloyd McBride, Dr. Linus Pauling, William Johntz, Aletha Burke, Dr. Ewan Cameron, Maude Cliffe, Mary L. Smith, Sr. e Sra. Marvin Kaplan, Dr. Masaru Ibuka, John e Josie Connelly, Dorothy Cassard, Dr. Frank Gerbode, Sra. Henry Hoyt, Sr. e Sra. Charles Hoyt, Lynette Britt, Dianne Phillips, Sra. Christian Johnson.Vic Vykukal, Don Peeler, Ora. Lourdes Lobo Veras, Pat Spitzer, Bruce e Karen Doman, Buckminster Fuller, James Ertel, Ray Mark man, Dick Dixon, Fred Erdtmann, Dr. Aroldi Rossi, Clare Fejes, Dr. Konrad Lorenz, Sarah Garroway, Marty Osprow, Carmen Guenther, Senadora Marion Menning, Elizabeth Gay, Dr. Wilton Krogman, Shi nichi Suzuki, Mildred Wright. Christopher Burden, Dennis Dubin, Joseph Eger, Frank La Ca va, Peter Geyelin, Dr. Richard Mitchell, Dr. Froelich Rainey, Keido Matsuzawa, Mark Gero, Dr. Thor Heyerdahl, Catherine McGeehan, Joy Norton, Dr. Jonas Salk, Joan Morris, Dr. Desmond Morris, Erik Doman, Joyce Stoner, Dr. Gerald Soffen, Shannon Doman, Dr. AI fred Tonori, Dr. William Tutrnan. The United Steelworkers of America, The Ken Foundation, The Sony Corporation, Encyclopaedia Britannica, Louis N. Cassett Foun dation, D.J. Kernott Memorial Fund, Henry e Lucy Moses Fund, Pew Memorial Trust, Sra. Christiane Mueller da French Benevolent Society, Sr. Kennech Nees da Sony Corporation of America Foundarion, Juliet Childs do General Electric Employees Community Service Fund, Brenda Hoelman e Dr. Earl Greenwald do Medical Resources Group lnc., Ar dei! de Loggie do Helen D. G. Beatty Trust e muitos outros. Sumário I Parte - INTRODUÇÃO Prefácio - A Revolução Suave 13 Capítulo 1 Os Pais de Amanhã 19 Capítulo 2 As Criancinhas do Instituto Evan Thomas 24 Capítulo 3 As Crianças da Renascença 39 Capítulo 4 As Descobertas 58 II Parte - INTELIGÊNCIA Capítulo 5 A Natureza dos Mitos 69 Capítulo 6 A Gênese do Gênio 74 Capítulo 7 - É Bom, Não Ruim, Ser Inteligente 78 Capítulo 8 - Hereditariedade, Meio Ambiente e Inteligência 83 Capítulo 9 - Homo Sapiens, o Presente dos Genes 99 III Parte - CRIANÇAS Capítulo 10 - A Mágica Está na Criança 107 Capítulo l 1 - Tudo que Leonardo Aprendeu 113 CapítuJo 12 - Todas as Crianças São Gênios Lingüísticos 120 Capítulo 13 - Do Nascimento aos Seis Anos 126 Capítulo 14 - O Que Realmente Significa Q.I.? 136 Capítulo 15 - Sobre Motivação - e Testes 140 IV Parte - O CÉREBRO Capítulo 16 - O Cérebro - Use-o ou Perca-o 149 V Parte - MÃES Capítulo 17 - As Mães São as Melhores Mães e os Pais São os Melhores Pais 165 VI Parte - GÊNIOS Capítulo 18 - Gênios - Não Temos Muitos, Mas Muito Poucos 179 VII Parte - COMO AUMENTAR A INTELIGÊNCIA DO SEU BEBÊ Capítulo 19 - Como Cri?.:- Sucesso Para Seu Filho 19 l Capítulo 20 Como Utilizar Trinta Segundos 198 Capítulo 21 Como Ensinar Seu Bebê a Ler 208 Capítulo 22 - Como Dar Conhecimento Enciclopédico ao Seu Bebê 231 Capítulo 23 - Como Ensinar Matemática ao Seu Bebê 256 Capítulo 24 - Quantos Tipos de Inteligênc'ia Existem? 273 Capítulo 25 - Mais Sobre Alegria 287 I Parte Introdução Prefácio: A Revolução Suave Silenciosamente, sempre silenciosamente, a Revolução Suave começou há quase um quarto de século. Era a mais suave de todas as revoluções na história do mundo. É possivelmente a mais importante das revolu ções e com certeza a mais gloriosa. Considere, primeiro, o objetivo da Revolução Suave: dar a todos os pais conhecimentos necessários para tornarem seus bebês alcarnen1e inteligentes, extremamente capazes, e crianças interessantes, tornando o mundo, assim, mais humano, sadio e decente. Considere, em seguida, os revolucionários - tudo, menos um ban do. Há três grupos: Primeiro, os recém-nascidos do mundo, que sempre estiveram por aí com seu potencial jamais sonhado, um potencial quase além dos nos sos sonhos - certamente além do nosso conhecimento. Segundo, as mães (e pais), que sempre tiveram seus sonhos sobre o que seus bebês poderiam vir a ser. Quem poderia acreditar que seus sonhos mais ardentes poderiam ficar tão próximos da possibilidade real? Finalmente, o pequeno grupo de pessoas, no máximo umas cem ou um pouco mais, que compõe o quadro dos Institutos para o Desen volvimento do Potencial Humano, que em 42 anos chegaram a reco nhecer a verdade espantosa sobre as crianças, uma verdade na qual tro peçaram várias vezes durante os anos em que a procuraram. Bebês, mães, corpo médico, um grupo nada convincente para de sencadear a mais importante - e a mais inesperada - revolução da história. Quem já ouviu falar de uma revolução em que não há mortos, nem dor, nem sangue, nem ódios, nem destruição? Quem já ouviu fa lar de uma revolução suave? Nesta mais suave das revoluções há dois inimigos. O primeiro é 13 o mais implacável dos inimigos, os Mitos Antigos; o segundo, o mais formidável inimigo, A Maneira. como as Coisas São. Não é necessário que sejam destru(das velhas tradições, mas somente que crenças falsas cultivadas há muito tempo sejam agora sepultadas. Quem iria chorar a morte da ignorância, da incompetência, do analfabetismo, da infelicidade e da pobreza? Não poderia a eliminação destes antigos inimigos levar a um mundo melhor, com menos necessidade de violência, matanças, ódios e guer ras - ou, talvez, com nenhuma necessidade disso? Que descobertas poderiam ter levado aos sonhos lindos que os "re volucionários" tiveram? O que teria acontecido há quase um quarto de século? Nossa primeira descoberta surpreendente foi a de que era possível ensinar bebês a ler. Tão incrível como possa parecer, não é só possível, mas também mais fácil ensinar uma criança de um ano a ler do que uma de sete anos. Muito mais fácil. Por volta de 1963, escrevemos um livro para mães, chamado How ro Teach Your Baby to Read (Como Ensinar seu Bebê a Ler). Este li vro teve um sucesso imediato e a revolução suave começou. Muitas mães escreveram para dizer da sua alegria ao ler o livro e do seu sucesso ao ensinar os filhos. Depois, centenas escreveram para dizer o que tinha acontecido às suas crianças depois que aprenderam a ler. Milhares de mães compraram o livro e ensinaram seus bebês a ler. O livro foi pu blicado em inglês por uma editora britânica e também em alemão, fran cês, italiano, espanhol e português. Dezenas de milhares de mães es creveram para nos contar o que tinha acontecido. O que essas mães contaram com júbilo e orgulho foi que: 1. Seus bebês tinham aprendido a ler facilmente. 2. Seus bebês cinl,am adorado aprender. 3. Havia sido intensificado o amor entre elas e seus bebês (o que elas relataram com muito prazer, mas sem surpresa). 4. O respeito da mãe pelo filho e deste pela mãe cresceu rapida mente (isso elas relataram com muita alegria, e bastRnte surpresa). 5. À medida que aumentou a facilidade de leitura dos filhos, au mentou também seu amor pelo estudo, e do mesmo modo desenvol veram-se suas habilidades em muítos aspectos. Hoje, esse livro está traduzido em 18 línguas e, no mínino, mais de um milhão de mães compraram How to Teach Your Bpby to Read (Como Ensinar seu Bebê a Ler). Todo dia, chegam cartas de mães, como vem acontecendo por mais de 18 anos. Essas cartas são hinos de exaltação, e a alegria e orgulho· que cantam é a do potencial assombroso de seus bebês. Essas mães nos 14 transmitem a confirmação de seus sentimentos intuitivos em relação às habilidades inatas de seus bebês e da própria determinação de que seus filhos devem ter todas as oportunidades para ser tudo que sejam capazes de ser. Ao viajarmos ao redor do mundo e visitarmos todos os continen tes (exceto a Antártida, onde não há crianças), conversamos com mi lhares de mães individualmente e em grupos. Nas sociedades mais so fisticadas e nas mais simples, pedimos: - As mães presentes no grupo que acham que seu filho está indo tão bem quanto deveria queiram levantar a mão. É sempre a mesma coisa. Ninguém se mexe. Talvez elas sejam tímidas, por isso invertemos o pedido, para ve rificar se esta era a causa: - Pedimos às mães, nesta sala, que acham que seu filho não está indo tão bem quanto poderia que ergam a mão. Agora, todas as mãos na sala se levantam. No mundo inteiro, todos sabem que alguma coisa está errada no mundo das crianças, mas ninguém faz nada a respeito. Talvez: ninguém faça nada porque,igualmente em relação ao mau tempo, ninguém sabe exatamente o que fazer. Depois de 42 anos de trabalho com mães e crianças, o que foi ao mesmo tempo agradável e meticuloso, e de uma longa série dos mais fortuitos acidentes, aprendemos o que está certo e o que pensamos que deveria ser feito. Aprendemos como as coisas podem ser - como as coisas poderiam ser - não!, como as coisas devem ser, com as crian ças do mundo. Há algum tempo, está claro para nós que as mães estão absoluta mente corretas quanto à certeza de que seus filhos não estão indo tão bem como deveriam. Há algum tempo, ficou claro para nós por que mães e pais esta vam certos em acreditar que seus filhos tinham direito a extrair mais da vida do que estavam extraindo. Se os pais estivessem errados, de algum modo, sobre tudo isso. seria por não saberem o quanto estavam certos. Sabemos, agora, sem sombra de dúvida, que: l. As crianças querem aumentar sua inteligência. 1. As crianças podem aumentar sua inteligência. 3. As crianças estão aumentando sua inteligência. 4. A.s crianças devem aumentar sua inteligência . .5. As mães podem ser �nsinadas a aumentar a inteligência de seus filhos. 15 É importante registrar que pelo menos por 20 anos temos realmente ensinado mães a aumentarem a inteligência de seus filhos a passos lar gos, e elas têm feito isso, embora décadas atrás nem elas nem nós te nhamos visto isso exatamente sob este prisma. Nos últimos sete ou oito anos, temos não só cultivado a inteligên cia das crianças em termos quantitativos consideráveis, mas também temos visto, tanto os pais como nós, precisamente, do 9�e somo� ca pazes. Somos gente pragmática, os pais e nós, muito mais influenciada pelos ratos, quer dizer, pelo que realmente acontece quando você au menta a inteligência das crianças do que pelas teorias de qualquer pes soa, inclusive as nossas. Tudo tem funcionado muito bem (deixando de lado alguns reve ses) com as sessões às três da manhã (assim corno às nove da manhã) mais alegres, raivosas, felizes, infelizes, cômicas, torturantes, infinita mente compensadoras, extremamente frustrantes, perturbadoras, gra tificantes, deliciosas do que qualquer um de nós pode lembrar. Quarenta e dois anos depois de começar, os dias ainda são por demais excitantes e instigantes, e nenhum de nós trocaria nossas vidas por qualquer outra. Mas, em nosso movimentadíssimo Éden, há um grande proble ma, uma pergunta que temos respondido não só para nossa própria satisfação, um esforço final da nossa consciência coletiva. Quase todos que temos conhecido nos fizeram a pergunta, e se não fizeram, não importa, porque nós a fazemos constantemente a nós mesmos: "Não é verdade que, se um grupo de pessoas adquiriu conheci mento especial e talvez vital sobre os bebês do mundo, propositalmen te ou por acaso, essas pessoas, gostem ou não, têm, de fato, uma obri gação para com todas as crianças do mundo?" É óbvio que a resposta a essa pergunta é "Sim, temos uma obri gação especial para com todas as crianças do mundo". Nossa obrigação para com cada criança no mundo é dizer à sua mãe o que aprendemos para que ela decida com seu marido o que, se for o caso, gostaria de fazer a respeito. Porque acreditamos que, se o futuro de cada criança pequena do mundo tiver que ser decidido por alguém além dela (e é claro que tem), seus pais precisam ser esse alguém. Lutaríamos individual e coletivamente pelo direito de os pais fa zerem ou não fazerem as cofaas que esse livro propõe. Acreditamos que temos o dever de dizer a todas as mães vivas que o que aprendemos é possível. Temos de dizer-lhes o se'guinte: Não só é possível, mas é fácil e agradável: 16 • ensinar um bebê de 12 meses a ler • ensinar matemática a um bebê de 12 meses (ele pode fazer melhor do que você) • ensinar um bebê de 12 meses a entender e ler uma língua estrangeira (ou duas ou três, se você quiser) • ensinar um bebê de 28 meses a escrever (não só a escrever palavras ... a escrever histórias e peças) • ensinar um recém-nascido a nadar (mesmo que você não saiba) • ensinar um bebê de 18 meses a fazer ginástica (ou balé, ou como ro lar uma escada sem se machucar) • ensinar um bebê de 18 meses a tocar violino (ou piano, ou qualquer outro instrumento) • ensinar um bebê de 8 meses sobre aves: nome, identificação, classi ficação científica, habitat, ou qualquer outra coisa a respeito delas que você queira; sobre flores, árvores, insetos, répteis, conchas, ma míferos, peixes, presidentes. reis e bandeiras, jóias, nações e Esta dos • ensinar um bebê de 18 meses a jogar xadrez ou pintar ou, enfim, a fazer qualquer coisa que você possa apresentar-lhe diretamente, de maneira honesta e factual Quando uma dessas coisas acontece a uma criancinha, sua inteli gência desabrocha. Quando várias dessas coisas acontecem a uma criança pequena, sua inteligência desabrocha rapidamente. Quando todas essas coisas são dadas a crianças pequenas com ale gria, amor e respeito, sua inteligência se multiplica. Acima de tudo e, talvez, melhor que tudo, quando os pais que real mente amam e respeitam seus bebês lhes dão o presente da beleza, do conhecimento e da habilidade, as crianças não se transformam em monstrinhos desagradáveis. Como a beleza, o conhecimento e a ver dade dados como um presente prazeroso poderia criar grosseria� Não podem e não criam. Se criassem, a equipe dos Institutos, que ama e respeita as crian ças, ficaria quieta e esqueceria todo o conhecimento de que se tornou herdeira; mas o que acontece é o oposto. As crianças mais competentes são as mais auto-suficie-ntes. Têm pouqu{ssimos motivos para se queixar e wdos os motivos para sorrir. As crianças mais brilhantes têm pouquíssimos motivos para pedir ajuda. As crianças mais hábeis têm pouca necessidade de bater em ou tras crianças. As crianças mais hábeis quase não têm necessidade de chorar e têm a maior motivação para fazer coisas. 17 Em suma, as crianças que são verdadeiramente brilhantes, cultas e capazes são as mais agradáveis e as mais compreensivas com as ou tras. Têm rodas as características pelas quais amamos as crianças. É a criança menos competente, incapaz, chata, insensível e igno rante que se lamenta, chora, se queixa e bate. Enfim, com as crianças acontece o mesmo que com os adultos. Reconhecemos que temos, de fato, o dever de contar a todas as mães e a todos os pais o que aprendemos, para que possam pensar no assunto. Temos o dever de dizer a todas as mães que elas são e sempre foram ... as melhores professoras que esse velho mundo jamais viu. Este livro, como How to Teach Your Baby to Read, Teach Your Baby Marh, How to Measure Your Baby's True lntelligence e os ou tros livros da Série Revolução Suave, é a nossa maneira de cumprir essa deliciosa obrigação. Assim, o que a Revolução Suave quer é dar a cada criança, atra vés de seus pais, uma oportunidade de ser excelente. E nós, juntos, somos os revolucionários. A equipe dos Institutos espera que você e seu bebê tenham tanto prazer, excitação, descobertas e alegria ao usar esse conhecimento quan to nós tivemos ao enveredar aos trancos e barrancos por esse terreno durante todos os anos de exploração. Uma Nota para os Pais. Não há chauvinismo nos Institutos, nem ma chismo, nem feminismo. Amamos e respeitamos mães e pais, meninos e meninas. Para resolver os problemas exasperadores de nos referir mos a todos os seres humanos como "adultos crescidos" ou "peque nas criaturas", decidimos nos referir mais freqüentemente a todos os pais como mães e a lodas as crianças como meninos. Parece justo. 18 1 Os Pais de Amanhã Aproximadamente de dois em dois meses e sempre num domingo, che ga um grupo. Quase sempre é um grupo de 80 pessoas. Chegam ao campus dos Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano que fica no velho subúrbio de Filadélfia, Chestnut Hill, vindas de to� dos os continentes (exceto da Antártida, onde não há crianças).Algu mas são da Filadélfia, mais ou menos a metade é dos Estados Unidos e umas 15 ou 20 são californianas. Sempre há umas l2 canadenses e o restante é proveniente da Europa, Ásia, do Pacífico Sul Oriente Mé- . ; ,. , d10, America do Sul e da Africa. Todas vêm para um curso de sete dias sobre ·como Aumentar a Inteligência do seu Bebê. Como há sempre muitas inscrições para o curso, elas se matriculam com muitos meses de antecedência. O curso tem início com a apresentação individual dos integrantes d_a equipe aos participanles do curso, no auditório. As pessoas que assistem ao curso são solicitadas a nos dizer quem são de onde são co- mo ouviram falar do curso e por que o estão faze;do. ' Também são informadas de que no final do curso terão que fazer uma declaração de encerramentq, dizendo aos professores e à classe o que de mais importante aprenderam. A grande maioria dessas pessoas está entre 20 e 40 anos. Muito poucas têm menos de 20 e poucas ficam entre 50 e 60 anos; há também estudantes ocasionais de 70 e 80 anos. A grande maioria dos estudantes possui curso superior ou parte dele. Poucos não têm o secundário completo ou não freqüentaram es cola. Ce_rca de 25 por cento são profissionais com pós-graduação -engenheiros, advogados, médicos, educadores e assim por diante. A grande maioria pertence à classe média, alguns com dificulda des financeiras e outros estabilizados; às vezes, aparece um milionário ou outro. 19 D Glenn Doman, fundador dos Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano dando aula a 92 pais (dos Estados Unidos, Europa, América do Sul e Canadá) em outubro de 1982, no curso Como Aumentar a Inteligência do seu Bebê. O Perfil do De�envolvimento é mostrado ao fundo, no Auditório Valentine. p - ;;,,_ w,. / .:À i \ --=::"- '.'\t·. . ·- L AUR E L BELL-CAHJLk FAiR OAKS. r.t:. Os participantes Peter Hill (de Sussex, Inglaterra) e Laurel Bell-Cahill (de Fair Oaks, Califórnia) do curso O Melhor Bebê, de outubro de 1982, ouvem aten tamente a conferência de Glenn Doman sobre a neurofisiologia da inteligên- eia. 20 \ . ; i Resumindo, eles têm muito pouco em comum. No entanto, o que têm em comum é muito mais importante do que o que não têm em comum, que são: 1. Todos são pais. 2. Todos amam muito seus filhos. 3. Todos se sacrificaram bastante para estar ali, de uma maneira ou de outra. 4. Estão todos acima da média na sua determinação de ver seus filhos crescerem como pessoas melhores num mundo melhor. Vamos começar a ver Como Aumentar a Inteligência do seu Be bé olhando para um grupo de pais interessados, acompanhando suas esperanças, sonhos e medos. Vamos ver um grupo típico que vem para o curso The Better Baby Institute. São pais, todos eles, com exceção de quatro que estão para ser, e, sendo pais, fazem todas as perguntas certas, perguntas cujas respos tas os fez vir de tão longe para conhecer. Fazem todas as perguntas positivas que seu comportamento instintivo como pais e sua esperança natural como pais que amam seus filhos os levam a fazer. É possível melhorar as habilidades do meu bebê? Posso torná-lo mais brilhante, saudável, capaz, amável, feliz, criativo do que de ou tra forma ele seria ou suas características são inatas e basicamente imu táveis? Se eu puder torná-lo mais capaz, como suspeito fortemente que posso, o que tenho a fazer? Como são seres humanos, também fazem todas as perguntas ne gativas que lhe foram incutidas por força de seus medos e mitos ances trais, aliados a opressões de ordem profissional. Se eu puder melhorar as habilidades do meu filho e até sua inteli gência para que ele fique acima da média, isso não vai ser ruim para ele? Se ele for melhor do que os outros garotos, não vai se tomar desa justado ao meio e malquisto? Se eu lhe ensinar matemática e a ler e escrever com um ano de idade, ele não vai achar enfadonho quando chegar ao colégio? Não é coisa ruim ser gênio? Todos os gênios não acabam na sarjeta? Os gênios não são muito infelizes? Como eu pode ria ensinar todas essas coisas a meu filho? Sou apenas mãe! Muitos deles já sabiam as respostas para essas perguntas, tendo lido How to Teach Your Baby to Read (Como Ensinar seu Bebé a Ler). Já tinham ensinado seus filhos de um, dois ou três anos a ler e estavam radiantes com o resultado. Outros também tinham ensinado matemá tica a seus bebês, tendo lido esse livro. Os que já tinham começado estavam ainda mais ansiosos por mais informação. 21 Havia no grupo 55 mães, 18 pais, duas avós e um avô. Havia duas futuras mães, grávidas de seu primeiro filho, e um delicioso casalzi nho da Colômbia, em lua-de-mel. Nove das outras mulheres também estavam grávidas. O jovem casal em lua-de-mel recebeu prioridade máxima, já que o trabalho dos Institutos deveria começar até mesmo antes da lua-de mel. O magnífico conhecimento sobre bebês que a equipe dos Institu tos tem nas mãos é tão precioso que o seu trabalho deveria começar quando um rapaz e uma moça se olhassem com uma luz especial nos olhos. De qualquer maneira, com exceção do casalzinho de olhos brilhan tes, todos na classe eram pais ou estavam às vésperas de tornar-se pais, preenchendo, assim, o nosso único requisito, uma vez que o curso é só para pais e não para profissionais. No entanto, já que o fato de ser r Glenn Doman e a equipe dos Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano. 22 um profissional não impede por si só a entrada no curso, havia na classe vários advogados, seis mães que tinham sido professoras, dois psicó logos infantis, vários médicos, dois engenheiros e uma mãe Ph.D. em desenvolvimento infantil. A maior pane dos alunos era constituída de mães de tempo integral. Havia também um pai de tempo integral. Nos Institutos, chamamos esses pais e m�es de tempo integral de mães pro fissionais ou pais profissionais. A finalidade desse curso é ensinar aos pais a serem pais profissionais, e cada aluno recebe, no final do curso, um certificado de mãe profissional ou pai profissional. Isso, obviamen te, não significa um ou uma profissional que por acaso é pai ou mãe, mas uma pessoa cuja profissão é ser mãe ou pai. Os motivos para freqüentar o curso, que declararam quando se apresentaram no primeiro dia, também variaram muito. Alguns che garam de olhos arregalados e anunciaram que tinham sido informados pessoalmente a respeito do trabalho dos Institutos com crianças por anos e anos e que assistir a esse curso era um dos seus maiores sonhos, agora a ponto de se realizar. Outros, mais céticos por natureza, disse ram que, embora tivessem ouvido falar muito a respeito do trabalho dos Institutos e esperado que estivéssemos certos, achavam as histó rias que ouviram difíceis de acreditar e vieram para ver com seus pró prios olhos. Dois anunciaram que não estavam certos quanto à razão por que vieram, e só estavam lá porque alguns parentes, que tinham assistido ao curso, insistiram para que viessem e até arcaram com as despesas. Todos estavam esperando por um dos maiores e talvez mais deli ciosos choques de suas vidas. 23 "' ! 1 2 As Criancinhas do Instituto Evan Thomas Há dois grupos de crianças sadias que vêm aos Institutos. O primeiro grupo está na Escola para o Desenvolvimento Precoce, que recebe crian ças desde o período pré-natal até 50 meses de idade. Elas vêm uma vez por semana com as mães, que aprendem como ensinar leitura, mate mática, conhecimentos enciclopédicos etc. As mães, depois, ensinam as crianças em casa. Esta é uma escola para mães. O outro grupo é de crianças de seis anos em diante que, com suas mães, são formadas pela Escola para o Desenvolvimento Precoce. Essas crianças freqüentam a Escola Internacional, que é um.a escola inteira mente licenciada nas oito séries do primeiro grau. Juntas, essas duas escolas constituem o Instituto Evan Thomas. Como presidente do grupo, tive o privilégio de apresentar a dire toria: Gretchen Kerr, co-diretora de todosos Institutos; Janet Doman, outra co-diretora; Douglas Doman, vice-diretor; Dra. Roselise Wilkin son, diretora médica; Bob Derr, médico e diretor do The Better Baby lnstitme; Dr. Neil Harvey, diretor do Instituto Temple Fay para Estu dos Acadêmicos; Dr. Edward LeWinn, diretor do Instituto para a In vestigação Clínica; Dr. Raymond Dart, diretor do Instituto do Homem; Ann Bali, diretora do [nstituto para a Inovação Clínica. Todos esses institutos apóiam firmemente os institutos que trabalham diretamente com crianças. É claro que os pais ficaram muito contentes em conhecer profis sionais de todos os Institutos, sobre quem muitos tjnham ouvido falar e lido tanto, mas estavam compreensivelmente mais ansiosos para co nhecer a equipe dos Institutos que atende os pais e as crianças direta mente, e cujos membros usam blazers relativos a cada Instituto. 24 Foram apresentados a Susan Aisen e sua equipe de b/azer bege, dos Institutos para o Desenvolvimento da Excelência Intelectual, cujo trabalho consiste (através dos pais) em tornar todas as crianças peque nas capazes de ler, aprender matemática, falar várias línguas, adquirir conhecimentos enciclopédicos, tocar violino e fazer uína porção de ou tras coisas interessantes. Heather McCarty (71 meses). Heather lê clássicos de Dickens, faz pesquisa na enciclopédia, lê e discute com a mãe sobre os acontecimentos que saem no jor nal. A mãe começou a ensinar Heather a ler quando a menina rinha 18 meses, iniciando com palavras e frases; ela estava lendo os livros da biblioteca com três anos. romances e enciclopédias, com quatro ano�. 25 conheceram Rosalind Doman e sua equipe de blazer preto, dos Institutos para a Excelência Física, cujo trabalho resume-se (através dos pais) em tornar todas as crianças pequenas capazes de nadar, pendurar-se, correr, praticar �xercícios olímpicos, fazer balé e uma por ção de outras coisas magnificamente .. No dia seguinte, conheceram Ann Ball e sua equipe de blazer ver de do Jnstituto para a Excelência Fisiológica, cujo trabalho é fazer (a;ravés dos pais) todas as crianças gozarem de esplêndida saúde, do ponto de vista cardiológico, respiratório, visual, auditivo e tátil. cada um dos diretores apresentou, a seguir, os membros de sua equipe. · f · f d d · · d. · os pais oram in orrna os e que tais pessoas estanarn tspom- veis para consultas durante os intervalos de dez minutos entre cada au la de urna hora. Poderiam identificar prontamente a pessoa certa para fazer a pergunta certa pela cor do b/azer. Todos os pais fariam uso desta possibilidade na semana seguinte; muitos o fariam várias vezes. cada pai recebeu um fichário de notas contendo os primeiros 40 dos 130 pontos-chaves que o curso �e este livro) cobre. Essas 130 des cobertas opunham-se diretamente ao que a maioria dos profissionais acredita sobre crianças, mães, inteligência, gênio. cérebro humano e como criancinhas aprendem. Foi-lhes recomendado que lessem esses primeiros 40 pontos na quela noite e, s� não �ivessem ficado chocados demais, que voltassem na manhã seguinte, as 8:45. segunda-feira, às 8:45 da manhã, estava evidente não só que to dos haviam sobrevivido ao choque das primeiras 40 descobertas em que havíamos gasto todas as nossas vidas, mas que estavam também esti muladíssimos por elas e com muita vontade de começar. A única experiênda intelectuaJ que conheço mais prazerosa e esti mulante do que assistir ao curso de sete dias ... é dar o curso. Chego a ensinar quase 20 horas - quer dizer, cerca de um terço do curso todo, que é bem mais do que qualquer outra pessoa tem a oportunidade de fazer. De que adianta ter sido diretor dos Institutos durante seus primei ros 25 anos de existência e presidente do Conselho desde então, se vo cê não pode ficar com os trabalhos mais deliciosos e estimulantes? Es colher as coisas mais excitantes das muitas eletrizantes que acontecem nos Institutos já é em si uma tarefa difícil. De qualquer maneira, começo discutindo os objetivos do curso (pa ra dizer aos pais o que aprendemos ao estudar crianças em mais de l 35 nações, desde as culturas mais primitivas do mundo até as mais civili zadas, por um período de mais de 40 anos). Discutimos também, com a mesrna clareza, quais coisas não são nossos objetivos - tentar ven der qualquer coisa a qualquer pessoa ou persuadir quem quer que seja 26 a fazer o que quer que seja, ou mudar qualquer pessoa de algum mo do. Simplesmente, gastamos cerca de 50 horas dizendo às pessoas pre cisamente o que aprendemos e demonstrando os resultados. Se os pais acham que mudaram com esta aquisição de informação e conhecimen to, favorável ou desfavoravelmente, isso é outra coisa e é algo sobre o que eles - mais do que nós - têm de decidir. Na segunda-feira de manhã, falamos sobre a leitura: sobre o que a leitura realmente é (uma função do cérebro - e não uma matéria esco lar), por que 30 por cento das crianças sadias na escola, dos seis aos 18 anos, fracassam na aprendizagem da leitura (é tarde demais); por que é fácil ensinar um bebê de seis meses a ler (todas as crianças são gênios lingüísticos desde o nascimento e, a menos que essa genialidade seja usada, decresce até os seis anos, quando virtualmente desapare· ce); que é mais fácil ler uma língua pela visualização do que compreendê la através do ouvido; que não há ato intelectual mais difícil para um adulto do que aprender uma língua estrangeira, ao passo que uma crian ça aprende mais fácil e perfeitamente até os três anos; de acordo com seu ambiente, até os seis anos (para um recém-nascido hoje em Chica go, o inglês é uma língua estrangeira, assim como o francês é uma lín gua estrangeira para um recém-nascido hoje em Paris). A manhã decorre desta forma. Vale ressaltar que os pais que não sabiam ser a criança capaz de ler ficam intrigados. É estranho, mas os pais que já ensinaram seus bebês a ler e que já têm o conhecimento básico do porquê e do como são os mais intrigados, e desejam saber de todos os detalhes neurológicos do processo. Toda essa ansiedade se transforma em calma relativa comparada com o que acontece no primeiro período da tarde. Às duas da tarde de segunda-feira, os pais do curso do The Better Baby Institute se encontram com as crianças do Instituto Evan Tho mas pela primeira vez. O primeiro grupo está numa faixa de idade que varia desde recém nascidos até 50 meses. São as criancinhas do Programa para o Desen volvimento Precoce, que vêm com suas mães ou seus pais uma vez na semana, por uma ou duas horas, e que, além do curso, são ensinadas em casa por seus pais. O segundo grupo que ficam conhecendo tem de cinco a nove anos, aJunos da Escola Internacional, tendo sido ad mitidos depois de formados pelo Programa para o Desenvolvimento Precoce. Essas crianças freqüentam escola nos Institutos. As crianças vão a esse encontro para demonstrar sua capacidade de leitura. Vale a pena reproduzir aqui o programa de demonstração de lei tura do último curso do The Better Baby Institute, anterior à feitura deste livro. 27 ·1 i O leitor deverá prestar toda a atenção aos nomes dos bebês, e crian ças que está encontrando pela primeira vez. Poderá encontrar-se com estas encantadoras crianças a toda hora - primeiro, neste livro; mais tarde, pela vida. Lembre-se dos seus nomes. 28 O INSTITUTO EVAN THOMAS PARA O DESENVOLVIMENTO PRECOCE E A ESCOLA INTERNACIONAL CRIANCINHAS E MÃES ). 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. APRESENTAM UMA DEMONSTRAÇÃO DE LEITURA Segunda-feira, 28 de setembro de 1981 AMBER LEBER Lendo a lição de palavras com o papai 5 meses ELISE MAITHEWS Lendo em três idiomas com a mamãe 16 meses PAUL McCARTY Lendo poesia e prosa 17 meses ADRIANA CAPUTO Lendo textos favoritos em japonês, italia- 3 anos no, espanhol e inglês DYLAN LEBER Divertindo-se lendo em inglês e japonês 3 anos com o papai RYAN MAITHEWS Lendo um livro que ela escreveu e ilustrou 4 anos MICHELLEGAUGER Demonstrando conhecimento de gramática 4 anos inglesa, frases em francês e em japonês HEA THER McCARTY Lendo textos favoritos da biblioteca 4 anos JASON SHERMAN Resolvendo problemas e lendo 4 anos COLLEEN BROWN Identificando citações literárias 6 anos DONNA PALLAS Lendo, traduzindo e respondendo a 7 anos perguntas em japonês MICAH SHERMAN Resolvendo problemas complexos 7 anos Dizer que os pais estavam encantados assistindo às criancinhas fa. zerem exatamente o que dizia o programa seria atenuar demais o caso. Os pais estavam rotalmente fascinados. Já que o que estas extraordinárias crianças são como seres huma nos é um dado importantíssimo neste livro, parece essencial fazer al gumas observações sobre elas nesse ponto. 29 1 1. 1. As crianças mais velhas (de cinco a nove anos) que estão no momento matriculadas na Escola [nternacional começaram o progra ma quando tinham entre 24 e 54 meses. As mais jovens (do berço até cinco anos), muitas vezes irmãos ou irmãs dos mais velhos, foram, em geral, registradas no Programa para o Desenvolvimento Precoce antes de nascer. 2. Quanto mais velhas as crianças, maiores serão sua habilidade e sua capacidade, mas, quanto mais jovens, mais extraordinárias são. para a sua idade. As crianças da família Karz são um esplêndido exem plo. S�an Katz, de sete anos à época em que escrevo este livro, é o alu no mais velho da Escola Internacional e está na terceira série. Sean é uma das pessoas de quem mais gosto em todo o mundo. Ele lê qual quer coisa, inclusive Shakespeare e ciências, com facilidade e prazer. Escreve música, tem uma afinação perfeita e toca violino magnifica mente. Sabe maternática, tem conhecimento enciclopédico sobre cen tenas d_e assuntos, nada, mergulha, faz ginástica e balé esplendidamente.Com cmco anos, Sean ganhou o campeonato mundial de braçadas (os cilando pendurado pelos braços de degrau em degrau, uma escada sus pensa na horizontal). Não era o campeonato mundial para crianças, era o campeonato mundial, ponto. Sean Katz é encantador, maravi lhoso e tem um agradável senso de humor. Sua mãe, Joan Katz, iniciou º no programa quando ele tinha dois anos e meio. Brandi Katz é irmã de Sean. Tem seis anos e, naturalmente, eu a amo também. A Sra. Katz iniciou-a no Programa para o Desenvolvi mento Precoce quando a menina tinha menos de dois anos. Brandi faz tudo que Sean faz. Não tão bem quanto Sean, mas Jaz melhor do que Sean fazia na sua idade. A. Sra. Katz estava compreensivelmente ocupada quando Sean eBrandi estavam com ela no Programa para o Desenvolvimento Preco ce e não quis ter mais filhos por vários anos. Quando Sean e Brandi tornaram-se alunos de tempo integral da Escola Internacional, sobrou um pouco mais de tempo para a Sra. Katz. Derek Katz ainda não tem dois anos e também é uma das pessoas de que mais gosto. Derek foi matriculado com a Sra. Katz no Progra ma para o Desenvolvimento Precoce não só antes de nascer, mas antes de ser concebido. Derek não apenas é tão capaz ou tão extraordinário quanto Sean e Brandi no que faz, mas é muito mais capaz do que Sean e Brandi eram na sua idade. �m exemplo: com sete meses, Derek de monstrou para os pais do curso urna leitura de palavras em três lín guas. Com sete meses ele ainda não andava nem falava, então a Sra. Katz demonstrou sua habilidade para ler colocando num canto do au ditório uma pilha de cartões brancos com palavras escritas em tinta 30 vermelha. Segurando Derek no colo do outro lado do salão de confe rências, ela dizia: "Derek, engatinhe até lá onde estão as palavras e me traga a palav_ra em inglês para 'laranja'", ou: "Derek, por favorme dê a palavra Japonesa para 'mãe"'; ou ainda: "Derek, você pode ria me trazer, por favor, a palavra em hebraico para 'porta'?" Derek não sabia andar nem falar aos sete meses, mas sabia ler centenas de palavras. Com 17 meses, conseguia seguir instruções escritas. Aos J 7 meses, Sean ainda não estava no programa. Quanto mais cedo as crianças começam a aprender, mais capazes serão em qualquer idade, em comparação às crianças que iniciaram mais carde. Há muitas razões sólidas para isso, como veremos. Acontece uma coisa interessante quando as crianças e seus pais fazem demonstrações para pais-estudantes do curso O Melhor Bebê. Em primeiro lugar, o Auditório Valentine, no qual fazem as demons trações, foi construído de maneira a colocar a audiência inteiramente à vontad�. As pes��as sentam-se num anfiteatro elevado que permite ver e ouv1r com fac1hdade. Isso dá ao auditório a aparência de um imen so salão de júri, com os alunos no papel de jurados e o apresentador no papel de advogado apresentando seu caso. Isto, por outro lado torna o auditório uma sala terrível para ensinar, mesmo para o profess�r mais maduro. Em segundo lugar, as crianças e os pais que demonstram sua ha bilidade desempenham um papel ao qual não estão acostumados. Seu relacionamento normal é com a mãe como professora (papel no qual ela se encaixa magnificamente) e a criança como aluno. Nenhum deles está acostumado a ensinar 80 adultos, por mais excitados e ansiosos que estes adultos estejam. . Os resultados disso são muitas vezes inesperados e, às vezes, hilariantes. As crianças mais velhas são inteiramente confiáveis. Se, por um lado, não têm a menor idéia do que lhes vai ser per gu�tado! além do assunto geral, acham-se inteiramente cientes d� que estao agmdo como demonstradores para os pais-estudantes. Já con cordaram com isso e tiveram, de fato, que merecer o privilégio de aju dar a equipe dos Institutos a dar o curso do Melhor Bebê. O único hu mor no c�so das crianças maiores (de cinco, seis e sete anos) ocorre quando ficam surpreendidas ao descobrir que os adultos ficaram ad mirados com alguma coisa que disseram. -,.2- Puxa, mamãe, não é verdade que todo mundo sabe o que quer dizer "pestilento"? As criança_s P:quenas são mais f�eqüentemente motivo de surpresas ou de graceJos mocentes. Contranamente às expectativas as crian ças de um ano não apresentam nenhum temor do palco. Evidentemen te, não têm a mínima idéia do que está acontecendo com toda aquela 31 ...,, gente grande e não fizeram acordo com ninguém sobre como se com portar. Conseqüentemente, se são ainda mais capazes para sua idade (do berço a 23 meses) do que as crianças mais velhas, fazem exatamente o que querem. São magníficas, mas um pouco irresponsáveis. Na maior parte do tempo são confiáveis, e o que preferem fazer é ter sua lição dada pela mamãe, como sempre, só que em vez de terem aula na sala de sua casa, desta vez é no belo e grande escritório com cem ou mais "vizinhos" olhando. As crianças gostam tanto de suas sessões com a mãe que sua curiosidade sobre o assunto da aula sobre puja sua curiosidade sobre o pessoal no auditório. De fato, gostam e sentem-se encorajadas quando, tendo feito alguma coisa muito espe cial para uma criança de um ano, vêem que foram recompensadas não só pelo aplauso da mamãe, mas também pelo aplauso de cem adultos entusiasmados (além dos 80 pais, há 20 membros da equipe sentados nas alas laterais para ver o novo espetáculo, a que nunca se cansam de assistir). Outros bebês ficam tão espancados ao ver 100 rostos sorridentes olhando para eles que sua curiosidade pela classe excede sua curiosida de sobre o assunto com a mamãe, e quando é esse o caso passam o tempo todo estudando os rostos dos adultos com grande interesse, não prestando a menor atenção à matéria. De vez em quando, um dos bebês chega em frente do auditório, sorri agradavelmente para a audiência, sorri para a mamãe, depois so be em seu colo e vai dormir. Finalmente, há o bebê cujo comportamento é uma combinação dos acima descritos. Qualquer que seja a decisão do bebê, está tudo bem com a equi pe, com a mamãe e com o instrutor. As criancinhas não fizeram acordo com ninguém; aprender com a mamãe, sorrir para os grandes e tirar uma agradável soneca são coi sas perfeitamentesensatas para se fazer, se isto é o que se deseja fazer. Na segunda-feira, 28 de setembro de 1981, todas as crianças qui seram fazer o que a equipe esperou que quisessem fazer, até as peque ninas. Amber Leber tem cinco meses e é uma das pessoas de quem mais gosto. Ela adora ler palavras com o papai. O Sr. Leber é interessante pelo fato de ser um pai profissional que teve de decidir, junto com a Sra. Leber, se deveria acabar seu doutorado em química ou ficar em casa e tornar-se um pai profissional enquanto a Sra. Leber ganharia o sustento da família. Decidiram. O Sr. Leber é um magnífico pai pro fissional. Elise Matthews é uma graciosa menina de 16 meses. A encantado ra mãe de Elise ficou aliviada, mas não surpresa, quando Elise resol- 32 veu ler em três línguas. Talvez seja oportuno mencionar duas coisas agora. 1. Há dois outros grupos de pessoas, além das crianças. que têm um lugar muito especial no meu coração. Esses outros grupos são os pais extremamente dedicados às crianças dos Institutos e, é claro, a equipe dos Institutos. 2. Esses pais, quando novos nos Institutos, são mais conhecidos por todos como a "mãe de Paul", o "pai de Dylan", ou a "mãe de Michelle". Portanto, estamos muito mais acostumados a ouvir sobre o "pai de Ryan" do que sobre o Doutor Matthews, mas não devemos nos enganar. Estas crianças divertidas e magníficas são um produto autêntico de três coisas: a. seu assombroso potencial; b. o precioso conhecimento da equipe; e. a determinação de cada um dos pais de dar aos filhos todas as oportunidades para a excelência intelectual, física e social. Paul McCarty tem li meses, é uma das pessoas de quem mais gos to; lê poesia com sua engenhosa mãe. Adriana Caputo tem três anos e desde um ano de idade é total e absolutamente confiável ao fazer demonstrações para os pais. Seus pais são membros àa equipe, e toda a família Caputo está entre as pes soas de quem mais gosto em todo o mundo. Adriana lê em quatro lín guas com facilidade. Dylan Leber tem três anos, é ruivo e dono de uma alegria pura. Como Adriana, sempre foi extremamente confiável. Como todas as outras crianças, Dylan sabe fazer todas as coisas que as outras crian ças fazem, mas sua especialidade particular é a química avançada. Quando Dylan tinha apenas dois anos, ele reconhecia todos os elementos químicos por sua estrutura atômica. Dylan me espanta, particularmente, porque só tenho uma vaga noção de quantos elementos há nos dias de hoje, tendo perdido a conta lá pelos 90. Também admito, particu larmente, o fato de que com 20 anos (imagine com dois) as estruturas atômicas dos elementos químicos me pareciam todas arranjos de brin quedos de armar. Não tenho prazer nisso, nem me orgulho a respeito da minha incompetência em química. Simplesmente confesso-a e dese jaria que alguém tivesse me mostrado a matéria aos dois anos, quando o aprendizado se dá sem esforço de qualquer tipo. Ryan Matthews tem quatro anos e me encanta com seu olhar. Ela é escritora e ilustradora, entre outras coisas. Michelle Gauger tem quatro anos. Ela e a mãe formam uma com binação imbatível. Michelle divertiu-se mexendo com a estrutura da língua (em três línguas) para ajudar a ensinar os pais que vieram de tantos lugares Longínquos para aprender. 33 Heather McCarty é linda e tem quatro anos; quando tinha dois, resolveu sentar-se no meu colo durante todas as demonstrações; faz a mesma coisa desde então, e eu adoro! Lê quase tudo e gosta de ler alto para a sua audiência. Leu alguns dos seus textos favoritos, assim como alguns que nunca tinha visto antes. Jason Sherman dá novo significado à expressão "sorriso irresistí vel" e fez brilhar mais cada dia da minha vida em que o vi, desde que começou o programa, ao nascer, há quatro anos. É tão fluente em es panhol quanto em inglês e lê essa língua sem nenhum esforço. Demons trou que as crianças entendem não só o que lêem, como também as implicações do texto. CoJleen Brown é uma das crianças maiores, de seis anos de idade, e você não se surpreenderá em saber que é uma das pessoas de quem mais gosto. Certamente não é preciso que as crianças maiores da Esco la Internacional demonstrem que conseguem ler com total compreen são. As crianças pequenas já demonstraram isto conclusivamente. Col leen demonstrou seu conhecimento de literatura, que é extenso. Donna Pallas tem sete anos. Como todas as outras crianças, ela consegue fazer todas as coisas e, claro, é uma das pessoas de quem mais gosto. Nesse dia em particular e no que se refere à leitura, ela leu, tra duziu e respondeu a perguntas em japonês. Ela não leu japonês em ro manji (que é japonês escrito em alfabeto inglês), mas em kanji (carac teres japoneses derivados do chinês que constituem a linguagem escri ta dos eruditos japoneses). Todas as crianças lêem kanji. Donna gosta especialmente de arte e é uma artista de primeira. Pinta a óleo e aqua rela e desenha usando vários materiais. No meu aniversário, a minha família comprou um original de Donna Pallas para mim, que desde então admiro. Não sei quantos artistas venderam seus trabalhos aos cinco anos de idade, mas acredito que não foram muitos. Micah Sherman é um dos alunos mais velhos da Escola Interna cional. Está com sete anos e cursa a terceira série. Como todas as crian ças, Micah é uma companhia deliciosa, é absolutamente incortejável; tem uma aparência turbulenta que me faz lembrar o Pimentinha, com a sabedoria de uma pessoa de 35 anos. Toca violino com paixão, e to ca tudo, de Bach ao jazz. Numa recente reunião nos Institutos, Liza Minnelh, que é membro da diretoria dos lnstitutos e amiga especial de Micah, anunciou que cantaria New York, New York, mas só se Mi cah a acompanhasse no violino. Micah, como todas as crianças, fala muitas línguas, faz exercícios de ginástica e de dança magnificamente, corre vários quilômetros por dia, tem conhecimento sobre inúmeros assuntos, faz cálculos com grande rapidez e muitas, muitas outras coi sas muito além da sua idade. Talvez, acima de tudo, ele seja um garo to inteligente e - tenho orgulho em dizer - um querido amigo meu. Uma das grandes emoções de se pertencer a uma faculdade que 34 dá o �urso O Mel�or Beb? para pais é ver os pais. É um jogo que toda a equipe gosta de J?gar e e muno bom. Levei algum tempo para enten der por que a equipe gosta tanto de jogá-lo. Finalmente, entendi. Tive a agradabilíssima e excitante experiência de viver com mães e b�bê� �'.'1s mais p�imiti�as sociedades do mundo (tanto quanto nas mais c1v1hzadas). Y1 bebes nascerem no Deserto Kalahari, na África onde a .temper�tura é_ ele_ 49 graus. Vivi com criancinhas esquimós � seus pais no Circulo Art1co com temperaturas de 48 graus abaixo de zero. Passei muito tempo com mães e recém-nascidos nas mais pro fundas _florestas do mundo, entre as pessoas mais primitivas da terra,as do Xmgu, em Mato Grosso, no Brasil. Observei outras praticamente sobre_ toda a face do globo e conheci o formigamento na espinha da emoçao �e estar entre as seis pessoas civilizadas que jamais viram essa gen�e. Min.ha ma_ior alegria não foi ver estas cenas pela primeira vez, porem, mais que isso, observar a emoção nos rostos dos membros mais jovens da equipe quando vêem essa gente e essas cenas pela primeira vez. Acho que às vezes desfruto deste prazer indireto e excitante ainda mais quando o vejo nos rostos jovens da equipe da mesma maneira que o vi nos rostos das no.ssas crianças através dos anos. Assim, tenho desfrutado dos meus prazeres indiretos tanto quan to dos meus prazeres diretos. E agora a equipe mais velha, na qual estão nossos próprios filhos, Janet e Douglas, mostram surpreendentes e maravilhosas cenas aos membros mais jovens da equipe. Mas nenhuma excitação que tenhamos sentido nas ilhas do Pací fico, nas Montanhas Papuas �a Nova Guiné, nos desertos mais secos nas sel\:'.aS mais úmidas, no Artico gelado, ou nos brilhos cintilante� das ci?ades mais 3ofisticaclas com gentemundialmente famosa chega ª?S p�s da ernoçao que se tem ao descobrir - pela primeira vez na h1stona do mundo - alguns fatos novos que mudarão as vidas das crianças do mundo. N�da mais pode con:parar-se a este delírio empolgant_e. 9uantas vezes tivemos essa expenência a ponto de ter que nos repmnir para não correr para o meio de uma rua movimentada e gri tar em altos brados: VOCÊS SABEM O QUE DESCOBRIMOS E ENTENDEM O QUE ISTO VAI REPRESENTAR PARA TODAS AS CRIANÇAS NO MUNDO? VOCfS COMPREENDEM? 35 E este, evidentemente, é o motivo pelo qual a equipe gosta de jo gar o jogo de observar os pais. Porque, de fato, isto é precisamente o que o curso Como Aumen tar a Inteligência do seu Bebê faz. Guia os pais para o mesmo cami nho de descobertas que nós mesmos seguimos por mais de 40 anos. Os pais começam precisamente onde começamos. Começam com quase nenhuma informação sobre o que são real mente as crianças e menos ainda sobre como funciona o cérebro. Começam com uma fortíssima dúvida quanto à maneira como as coisas são no mundo das crianças. Sentem que as crianças nào estào, realmente, tendo tudo que é seu por direito. Desconfiam de que isso pode ser culpa de um mundo profissional que, ou está completamente errado a respeito de crianças, ou não se importa com as crianças (ou possivelmente os dois). Finalmente, seu amor por seus filhinhos e sua crença de que as crianças não estão realmente chegando perto daquilo que poderiam ser e, de fato, deveriam ser os tornam absolutamente determinados a en contrar a resposta que dará às suas crianças a oportunidade de serem melhores do que de outra forma seriam. E é exatamente aqui que começamos! O que o curso faz é levar os pais para o caminho exato das desco bertas que percorremos nos últimos 42 anos. Temos sete dias para fazer isso. Neste livro, temos mais de trezentas páginas para fazer a mesma coisa. É por isso que este livro é tão importante para tantas famílias que querem desesperadamente dar a seus filhinhos as melhores oportuni dades que esse velho mundo já ofereceu, mas que não podem, apesar de desejar muito, pedir, tomar emprestado ou roubar o dinheiro ne cessário para vir e ficar na Filadélfia por sete dias e noites. Porcanto, venha conosco através deste livro. A realidade é mais excitante do que qualquer romance. Os membros mais antigos da equipe vivenciaram todas as desco bertas pessoalmente. Os membros antigos da equipe vivenciaram a maior parte das des cobertas e aprenderam sobre as primeiras. Os membros jovens da equipe só vivenciaram as descobertas mais recentes, aprendendo a respeito das primeiras com a equipe. Mas isto nào quer dizer, nem por um minuto, que todo membro da equipe não tenha, em algum ponto, feito realmente cada uma des sas descobertas por si próprio! A emoção de ler um parágrafo numa língua estrangeira e entendê-lo pela primeira vez não é menor pelo fato de milhões de pessoas já terem feito isso antes. 36 Todos os grandes segredos da vida têm que ser redescobertos por cada um de nós pessoalmente, para que sejam realmente compreendi dos. Assim, cada membro da equipe extasiou-se com cada nova desco berta, estivesse ele presente no momento da descoberta original ou no momento em que entendeu a descoberta; ele descobriu por si. Isso também iria acontecer com os pais. Cada membro da equipe desfrutou do grande prazer de ver os pais fazerem cada um suas próprias descobertas. Era fascinante ver os pais, na segunda-feira, vivenciando num dia o que nos aconteceu em dez anos. Eles eram uma combinação de esperança, medo e desconfiança. Seria possível que o que eles tinham visto e ouvido fosse verdade mesmo? As criancinhas podiam realmente fazer o que pareciam estar fa zendo? Não havia dúvida de que todas sabiam ler, até mesmo as meno res, mas seri� poss{vel que estivessem realmente entendendo o que liam, como pareciam entender? Haveria algum truque? Disseram-lhes que as coisas que as crianças leram tinham sido es colhidas ao acas0 entre centenas ou até milhares de possibilidades. Po deria ser verdade? Mesmo que não fosse verdade e que as crianças tivessem simples mente decorado, de tanto repetir, as coisas específicas que tinham li do, ainda assim, seria notável. E a� crianças! Como eram encantadoras e como pareciam conten tes consigo mesmas. Seus olhos não pareciam iluminar-se com um bri lho especial? Todas pareciam divertir-se tanto! Os pais estavam contentes, mas perturbados, dilacerados entre a desconfiança e a vontade de acreditar no que tinham visto e ouvido. O fato de quererem tanto acreditar no que tinham visto e ouvido aumentava, em vez de diminuir, seu medo de que de alguma forma a coisa não fosse bem assim. Isso era claro como cristal para eles. As crianças que tinham visto e conhecido eram crianças muito especiais. De onde tinham vindo? . Será que os Institutos, de algum modo, tinham reunido todas as �nanç�s da Costa Leste dos Estados Unidos que, por alguma razão inexplicável, na�ceram c�m ª, habilidade de ler em várias línguas?Naquela noite, os pais sairam com os sentimentos um tanto con fusos. Seus pensamentos continham t�ês elementos: excitação intensa, esperança, e um pouco de medo - nao medo da grande inteligência mas medo de que a equipe, apesar de sincera, estivesse, de algum mo: do, enganando a si mesma e a todo mundo também. 37
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