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Camila Fernandes da Silva QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM DISFAGIA HOSPITALIZADOS Trabalho apresentado à banca examinadora para conclusão do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte 2013 Camila Fernandes da Silva QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM DISFAGIA HOSPITALIZADOS Trabalho apresentado à banca examinadora para conclusão do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Orientador: Laélia Cristina Caseiro Vicente - Mestre Doutora em Distúrbios da Comunicação Co-orientador: Tatiana Simões Chaves– Especialização em Motricidade Orofacial. Belo Horizonte 2013 Resumo Introdução: A deglutição é um fenômeno dinâmico ligado à manutenção da higidez biológica, que se verifica pela ingestão de nutrientes adequados, absorvidos e incorporados pelo organismo. A atuação fonoaudiológica hospitalar objetiva favorecer a comunicação e prevenir, diagnosticar e reestabelecer a alimentação por via oral segura. Objetivo: Analisar a qualidade de vida relacionada à deglutição em pacientes disfágicos hospitalizados e verificar se as variáveis gênero, idade, escolaridade, via de alimentação, doença de base e percepção de saúde interferem no julgamento.Métodos: A amostra foi composta por 57 pacientes com diagnóstico clínico de disfagia orofaríngea, maiores de 18 anos, de ambos os gêneros, internados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas e no Hospital Risoleta Tolentino Neves, que foram atendidos pelas equipes de fonoaudiologia dos referidos locais. A coleta dos dados foi realizada por meio da aplicação do questionário de Qualidade de Vida em Deglutição SWAL-QOL validado para língua portuguesa brasileira. Os dados coletados foram tabulados em um banco de dados e análises estatísticas apropriadas foram empregadas utilizando-se o valor de significância de 5% (p ≤ 0,05). Resultados: Dos 57 pacientes que participaram do estudo, apenas 8,8% fazia uso exclusivo de via alternativa para alimentação e 91,2% apresentavam pelo menos uma consistência por via oral. Quando questionados quanto à auto-percepção da qualidade da saúde, 12,3 % a consideram ruim, 29,8% satisfatória, 49,1% boa, e 8,8 % muito boa. Os escores duração da alimentação e sono foram os que mais sofreram impacto na qualidade de vida. O estudo evidenciou que a via de alimentação impactou negativamente na qualidade de vida em deglutição dos participantes quanto ao escore geral e nos domínios deglutição como um fardo, frequência de sintomas, seleção de alimentos, comunicação, medo e saúde mental. Quanto à doença de base, foram significante os escores frequência de sintomas e fadiga, sendo que os resultados indicaram que o grupo dos neurológicos apresentaram os piores escores no SWAL-QOL. Quanto à correlação entre os domínios do SWAL-QOL e o FOIS, os participantes com via alternativa apresentaram os menores escores em vários domínios do SWAL- QOL. Houve correlação entre a idade e o, escore total e o domínio frequência de sintomas uma vez que o aumento da idade levou a uma redução dos escores citados. Conclusão: A disfagia interfere na qualidade de vida relacionada à deglutição do paciente hospitalizado, sendo que a via de alimentação alternativa e as doenças neurológicas foram as variáveis que mais impactaram nos domínios do SWAL-QOL entre os participantes deste estudo. . Descritores: Fonoaudiologia; deglutição; transtornos da deglutição; qualidade de vida. Referências: 1- Yamada EK, Siqueira KO, Xerez D, Koch HA, Costa MMB. 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