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1U. Avaliações das aptidões físicas

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Prévia do material em texto

Conteudista: Prof. Me. Luiz Antonio de Oliveira Ramos Filho
Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites
Material Teórico
Material Complementar
Referências
Conceitos Básicos
Introdução
Vamos iniciar a disciplina Avaliação das Aptidões Físicas. Esta disciplina é muito importante,
pois te dará condições de avaliar seus futuros atletas, alunos e clientes, caso você atue em
clubes esportivos, escolas ou academias �tness, respectivamente.
1 / 3
Material Teórico

Re�ita 
Por que é tão importante avaliar meu público: atletas, alunos ou
clientes?
Objetivo da Unidade:
Conhecer os procedimentos para realizar avaliações físicas e saber
selecionar os testes mais adequados para cada público.
Imagine que você irá começar um programa de exercícios físicos numa academia. Será que os
professores dessa academia já irão te colocar para suar a camiseta logo no primeiro dia, sem
ter uma noção do que você é capaz de fazer? Parece arriscado, não é mesmo? Imagina que
você entrou na academia para emagrecer e, após algum tempo, seu peso aumentou. O que será
que aconteceu com o seu corpo? Onde foi o erro?
Agora, imagine que você é um atleta que treina quase todos os dias da semana. Como saberá
se você está melhorando sua performance? E se você estiver piorando, só saberá na
competição? Imagina quanto tempo perdido treinando de forma equivocada! De quem será a
culpa, do atleta, do treinador, do preparador físico?
Ou imagine que você é professor de educação física numa escola, com várias turmas e que,
visivelmente, algumas crianças não demonstram interesse pelas suas aulas. Algumas são
sedentárias, outras estão acima do peso ideal, outras não possuem coordenação motora, entre
outras di�culdades comuns. Após um ano de aulas, os pais procuram a escola para saber a
evolução das crianças. Você apenas dirá que elas melhoraram de uma forma geral ou
conseguirá demonstrar com dados qual foi essa evolução de cada um? 
Apenas com base nesses três exemplos, já é possível imaginar a importância da avaliação das
aptidões físicas, pois ela irá auxiliar toda a prescrição do treinamento, possibilitando
correções e melhorias no trabalho a ser realizado. Seja num ambiente escolar, seja num clube
esportivo com atletas amadores ou pro�ssionais, seja numa academia, as atividades a serem
desenvolvidas serão diferentes em cada local, os objetivos também, mas em todos os locais
será possível avaliar seu público e direcionar com mais propriedade o trabalho a ser
desenvolvido. 
Conceitos de Testes, Medidas e Avaliação
Nessa primeira unidade, vamos aprender alguns conceitos que irão facilitar a compreensão
dos conteúdos que virão a seguir. Para começar, será que existe diferença entre teste, medida
e avaliação? Apesar dessas palavras aparentemente terem o mesmo signi�cado, cada uma tem
um sentido especí�co, conforme os conceitos a seguir.
Saiba Mais 
Intervenção do pro�ssional de educação física (CONFEF): 
(...) V – Especi�cidades da intervenção pro�ssional 
(...) 4 – Avaliação física 
Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar,
coordenar, executar, dirigir, programar, ministrar, desenvolver,
prescrever, orientar, identi�car necessidades, desenvolver coleta de
dados, entrevistas, aplicar métodos e técnicas de medidas e avaliação
cineantropométrica, biomecânica, motora, funcional, psico�siológica
e de composição corporal, em laboratórios ou no campo prático de
intervenção, com o objetivo de avaliar o condicionamento físico, os
componentes funcionais e morfológicos e a execução técnica de
movimentos, objetivando orientar, prevenir e reabilitar o
condicionamento, o rendimento físico, técnico e artístico dos
bene�ciários. 
Fonte: CONFEF (2002).
Exemplos de testes:
Balança para testar o peso corporal;
Estadiômetro ou �ta métrica para testar a altura (Figura 1);
Teste de 12 minutos (Cooper) para testar a capacidade cardiopulmonar;
Teste de salto vertical para testar a impulsão e a potência muscular.
Glossário 
Teste: Instrumento, ferramenta, procedimento ou técnica (protocolo)
usado para se obter uma informação (MORROW JR. et al., 2014).
Figura 1 – Estadiômetro para testar a estatura
Fonte: Getty images
Só o teste não basta para ter toda a informação necessária. Precisamos de maiores detalhes de
aplicação do teste para coletar os resultados. Por exemplo, o teste de corrida durante 12
minutos deve ser registrado em metros ou quilômetros? O teste de peso corporal será em
gramas, quilos ou toneladas? Para solucionar esses detalhes, nós temos as medidas.
Exemplos de medidas:
O peso corporal de João é 90 quilogramas (kg);
A altura da Maria é 1,65 metro (m);
No teste de força máxima, José conseguiu levantar 95 quilogramas (kg);
No teste de velocidade máxima, Ana concluiu em 6 segundos (s).
 Então já conhecemos alguns testes e sabemos o que são as medidas deles, mas será que
esses resultados são bons, ruins ou regulares? Por exemplo, o resultado de 6s que a Ana fez
no teste de velocidade signi�ca que ela foi rápida ou não? O peso corporal do João é de 90kg,
está acima ou abaixo do ideal? Para ajudar na interpretação dos dados, existe a avaliação.
Glossário 
Medida: Atribuir um número para mensurar a quantidade da
característica que está sendo testada (MORROW JR. et al., 2014).
Glossário 
Avaliação: Declaração de qualidade, mérito e valores referente às
variáveis medidas (MORROW JR. et al., 2014).
Exemplos de avaliações:
João está obeso, pois o peso dele está muito acima do considerado ideal para a estatura
dele;
A estatura da Maria é a média das mulheres no Brasil;
O nível de força do José ainda está muito abaixo da categoria que ele irá disputar;
Ana é a recordista mundial de velocidade.
 Agora nós já sabemos que existem testes adequados para cada aspecto a ser avaliado. Cada
teste tem a medida adequada para ser registrada (aspecto quantitativo). Com essas
informações na mão, conseguirei avaliar para saber a real situação do indivíduo em
comparação a outros indivíduos ou em comparação a ele mesmo (aspecto qualitativo). Por
exemplo, João ainda está obeso, mas já conseguiu reduzir o peso dele em 4kg nos últimos 30
dias, demonstrando uma grande evolução no emagrecimento.
Para facilitar a avaliação do resultado, vários testes disponibilizam tabelas com dados de
grandes amostras populacionais. Elas servem como parâmetros para o avaliador interpretar
rapidamente os resultados que ele obteve, como por exemplo o Teste de agilidade no quadrado
(Tabela 1).
Tabela 1 – Teste de agilidade do quadrado (recorte apenas de 15 a 17 anos) 
Sexo Idade Excelência
Muito
Bom
Bom Razoável Fraco 
Masculino 
15 <= 4,91
4,92 –
5,59
5,60
–
5,99
6,00 –
6,26 
> 6,26 
16 <= 4,90
4,91 –
5,42
5,43
– 5,75
5,76 –
6,10 
>
6,03
Sexo Idade Excelência
Muito
Bom
Bom Razoável Fraco 
17 <= 4,90 
4,91 –
5,43 
5,44
– 5,75 
5,76 –
6,03 
> 6,03 
 
Feminino
15 <= 5,33 
5,34 –
6,19 
6,20
–
6,66 
6,67 –
7,00 
> 7,00 
16 <= 5,41 
5,42 –
6,15 
6,16 –
6,55 
6,56 –
6,94 
> 6,94 
17 <= 5,54 
5,55 –
6,22 
6,23
–
6,58 
6,59 –
7,00 
> 7,00 
Fonte: GAYA; GAYA, 2016
Agora que os conceitos de teste, medida e avaliação estão claros, vamos NOS aprofundar em
mais alguns detalhes sobre cada um. Os testes basicamente são divididos em testes
laboratoriais e testes de campo. Os testes laboratoriais normalmente são realizados em
ambiente controlado, com equipamentos mais so�sticados, com mobilidade reduzida, como
esteiras ergométricas, túneis de vento (SOUZA; PEREIRA, 2019). Geralmente, os testes
laboratoriais são realizados em universidades ou clubes esportivos com grande poder
�nanceiro. 
Um aspecto positivo desses tipos de testes é a precisão da coleta de dados com equipamentos
tecnológicos. No entanto, também existem críticas aos testes laboratoriais, pois eles retiram o
atleta do seu ambiente esportivo. Por exemplo, um jogador de futebol que normalmente corre
na grama com chuteiras fará teste laboratorial de tênis macio num piso liso. Um ciclistaque
normalmente enfrenta subidas e descidas com vento e calor não terá as mesmas in�uências
num laboratório, por mais que o equipamento de teste tente reproduzir as mesmas condições.
No entanto, esse teste chamado ergoespirometria conseguirá fazer análises mais detalhadas
sobre a captação de oxigênio, que in�uencia na resistência do esforço (Figura 2).
Figura 2 – Teste laboratorial de ergoespirometria para
ciclista
Fonte: Getty Images
Por outro lado, os testes de campo buscam a maior aproximação com a realidade do
esportista, pois são realizados no mesmo ambiente em que ele costuma competir, ou seja, o
teste será realizado no campo para o jogador de futebol, na pista ou estrada para o ciclista, na
piscina para o nadador e assim por diante. Nesse caso, o avaliador perderá um pouco o
controle sobre o ambiente. Por exemplo, um dia muito quente poderá prejudicar o
desempenho físico. Um dia chuvoso poderá adiar o teste por deixar o piso escorregadio.
Porém, mesmo com essas possíveis adversidades, os testes de campo são bem-vistos de
forma geral, pois possuem a especi�cidade da modalidade em questão, além de normalmente
serem mais acessíveis para as equipes com menor poder �nanceiro. Por exemplo, o teste de
velocidade em que se deve registrar o tempo de execução do teste. Poderá ser realizado com
um equipamento preciso automático, chamado fotocélula, ou com o simples cronômetro de
mão (Figura 3).
Figura 3 – Teste de campo com cronômetro
Fonte: Getty Images
Em relação às medidas que resultam dos testes, devemos compreender que elas podem ser
medidas objetivas ou subjetivas. Quando o resultado independe do juízo do avaliador, é
considerada uma medida objetiva (SOUZA; PEREIRA, 2019). Por exemplo, a medição de peso
corporal numa balança ou a estatura no estadiômetro não poderão resultar em dados
diferentes para o mesmo indivíduo, mesmo que vários avaliadores realizem os testes, pois
ambos equipamentos oferecem precisão de resultado.
Já as medidas subjetivas, em que a coleta da medida não é tão precisa, dependem dos critérios
do avaliador (ARAÚJO; RODRIGUES, 2012). Por exemplo, no teste de dobras cutâneas, utilizado
para de�nir o percentual de gordura, diferentes avaliadores poderão fazer a pega da dobra
mais super�cial ou mais profunda, ou deixar o adipômetro maior ou menor tempo
pressionando a dobra cutânea, in�uenciando diretamente no resultado (Figura 4). 
Figura 4 – O teste das dobras cutâneas pode resultar em
diferenças entre os avaliadores
Fonte: Getty Images 
Em casos assim, deve-se seguir exatamente o protocolo que explica sobre os procedimentos
de execução do teste, para que o avaliador inter�ra o mínimo possível no resultado. Por
exemplo, nesse mesmo teste de dobras cutâneas, normalmente orienta-se para deixar o
adipômetro pressionando a dobra no máximo durante dois segundos, que é o tempo
necessário para ele estabilizar o ponteiro, dando tempo su�ciente para o avaliador treinado
conseguir ler a medida do teste. Além disso, sempre que possível, o mesmo avaliador deverá
avaliar as mesmas pessoas, diminuindo ainda mais as possíveis distorções. Voltaremos nesse
assunto adiante, quando formos aprender sobre os erros mais comuns de testes, medidas e
avaliações.
Outro aspecto importante sobre as medidas é em relação ao sistema que é registrado, ou seja,
o sistema métrico (Sistema Internacional de Unidades – SI) ou o sistema imperial. O sistema
métrico é o mais utilizado em todo o mundo, incluindo o Brasil, em que as distâncias são
registradas em centímetros, metros, quilômetros, os pesos em quilos e a temperatura em
centígrados. Por outro lado, existe o sistema imperial, criado na Inglaterra e muito utilizado
ainda em alguns países, como Estados Unidos e Canadá, países fabricantes de produtos de
tecnologia na área da avaliação física. As medidas imperiais são em polegadas, pés, jardas e
milhas nas distâncias, libras no peso e Fahrenheit na temperatura (CORDEIRO, 2014). 
Por essa razão, eventualmente, deparamo-nos com as medidas imperiais no Brasil, como nas
larguras das telas de televisão medidas em polegadas, nas balanças digitais, que precisam ser
con�guradas de libras para quilos, ou mesmo nas �tas métricas, que sempre trazem, ao lado
dos centímetros, as medidas em polegadas, que poderão confundir os leigos. Caso a única
forma de medida de um equipamento seja a imperial, é possível prosseguir com a medição e
registro dos dados, para que depois seja feita a conversão dos resultados. Exemplos:
1 polegada é igual a 2,54 cm;
1 pé é igual a 30,48 cm;
1 jarda é igual a 91,44 cm;
1 milha é igual a 1,6 km;
1 libra é igual a 0,45 kg.
 Em relação à avaliação, ou seja, à interpretação dos dados, ela basicamente é dividida em três
partes: diagnóstica, formativa e somativa. A avaliação diagnóstica é a avaliação inicial de todo
o processo, quando o avaliador ainda irá conhecer o avaliado. Nesse momento, informações
mais básicas são coletadas, que irão nortear todo o planejamento de treinamentos que será
realizado na sequência, a partir dos objetivos obtidos na avaliação diagnóstica. O objetivo do
avaliador será ter um parâmetro inicial para, então, poder prescrever o treinamento.
A avaliação formativa ocorre durante o processo de treinamento, em que o objetivo do
avaliador será monitorar o progresso do avaliado, além de ajustar os treinamentos que estão
sendo realizados. A avaliação formativa deverá ocorrer com certa frequência, mesmo que de
forma mais simples se comparada à avaliação diagnóstica.
A avaliação somativa normalmente é realizada no �nal do período de treinamento, somada
com outras formas de avaliação, oferecendo um resultado mais abrangente sobre o
desempenho do avaliado (MORROW JR. et al., 2014).
Fundamentação Cientí�ca dos Testes
Para realizar uma avaliação física de forma correta, com embasamento cientí�co do que será
avaliado e com a escolha adequada dos testes, devem-se considerar alguns aspectos
extremamente importantes (KISS, 2003 apud SOUZA; PEREIRA, 2019):
Quanto aos critérios de autenticidade cientí�ca: validade, �dedignidade e objetividade;
Quanto à praticidade: viabilidade, economia e padronização;
Quanto aos resultados: especi�cidade, discriminação, aplicabilidade em situações
práticas;
Quanto a aspectos pedagógicos: motivação e entendimento.
 A autenticidade cientí�ca está relacionada à qualidade do teste. Validade signi�ca o quão
próximo da realidade é o resultado de determinado teste (BAGNI; BARROS, 2015). Por
exemplo, temos a análise interavaliador, ou seja, quando dois ou mais avaliadores aplicam o
teste e obtêm resultados muito semelhantes. Também pode ser atestada a validade em relação
a diferentes equipamentos. Por exemplo, para testar a estatura, podemos usar o estadiômetro
ou a �ta métrica presa numa parede e ambos devem indicar o mesmo resultado. Dessa forma,
ambos são válidos como teste de estatura.
A �dedignidade está relacionada à precisão e à con�ança do resultado do teste, ou seja, caso
um teste seja realizado pelo mesmo avaliador (análise intra-avaliador), com o mesmo
avaliado, por duas vezes ou mais num curto espaço de tempo, sem que o avaliado tenha
passado por grandes mudanças físicas, os resultados deverão ser muito próximos (BAGNI;
BARROS, 2015). Quanto mais disperso forem os resultados, menor será a �dedignidade do
teste. A objetividade signi�ca usar o teste adequado para aquilo que ele realmente é capaz de
testar. Não se deve improvisar nessa área, usando um teste para concluir um resultado que
não é o foco do teste.
Em relação à praticidade, o avaliador deverá ter noção de quanto tempo leva para realizar cada
teste e quantas pessoas ele irá avaliar. Imagine um teste complexo e demorado para ser
aplicado numa turma de escola com 50 alunos. Ele irá demorar muitas horas, tornando
inviável deixar tantas pessoas esperando por perto. O mesmo ocorre em relação à economia,
ou seja, os testes deverão ser viáveis �nanceiramente, sem gastos desnecessários.Já em
relação à padronização do teste, devem-se manter as mesmas características do teste para que
a comparação seja possível de ser realizada. Por exemplo, ao se avaliar um grupo com muitas
pessoas, caso alguns façam um teste bem cedo, ao amanhecer, provavelmente o farão com
temperatura amena. Se outras pessoas do mesmo grupo realizarem o mesmo teste por volta
do meio-dia, numa temperatura mais quente e com sol mais intenso, essas mudanças
poderão atrapalhar o resultado do teste. Por isso, deve-se manter o teste da forma mais
padronizada possível. 
Em relação aos resultados, a especi�cidade re�etirá a qualidade do teste. Aqui temos o caso do
teste laboratorial, como, por exemplo, um nadador fazendo testes fora da piscina, num
laboratório. Por mais preciso que seja o resultado do teste, não terá a especi�cidade esperada
para a natação. Caso o laboratório tenha um tanque aquático, com testes especí�cos para
nadadores, certamente haverá a especi�cidade desejada. Caso o laboratório não tenha a
especi�cidade necessária, o ideal será manter os nadadores dentro das piscinas e selecionar
os testes mais adequados para essa realidade (Figura 5).
Figura 5 – A especi�cidade do teste é fundamental na
avaliação
Fonte: Getty Images 
Em relação à aplicabilidade em situações práticas, o avaliador deverá ter clareza sobre o que irá
avaliar e sobre como essa informação será usada depois. Será um grande erro fazer testes que
não terão utilidade depois. Os atletas adolescentes e adultos costumam questionar o porquê de
estarem realizando cada teste, pois possuem interesse em saber sobre os resultados. Se o
avaliador não souber para que serve o teste, é melhor não o fazer, a�nal, para que o atleta irá
se esforçar num teste que não terá utilidade?
Por �m, os aspectos pedagógicos devem ser bem analisados. Um novato terá maior
di�culdade para realizar um teste que ele nunca fez. Assim, devem-se considerar alguns pré-
testes como forma de aprendizado, para que o teste principal realmente avalie o que se
pretende e não o aprendizado do avaliado. Da mesma forma, o avaliador deverá ter atenção em
relação à motivação do avaliado. Se, num teste, o avaliador conversou com ele, passou
instruções motivadoras durante a execução do teste e, com outro avaliado, não procedeu da
mesma forma, esse comportamento poderá in�uenciar no resultado.
Erros Comuns na Aplicação e Interpretação dos Testes 
Você já deve ter percebido que realizar avaliação física de outras pessoas requer conhecimento
sobre os procedimentos dos testes, precisão na coleta das medidas e uma boa interpretação
para avaliar os resultados. Isso tudo só é possível com estudo e treinamento contínuo do
avaliador.
Imagine você começar a fazer uma sequência de testes com várias pessoas e, após os ter
realizado com metade do grupo, lembrou-se de que havia um detalhe a mais para ser feito em
determinado teste. E agora, segue adiante assim mesmo, sabendo que esse erro poderá
in�uenciar no resultado ou recomeça tudo novamente, passando insegurança e gerando
descontentamento para os que já �zeram? Parece trágico, mas situações como essa
frequentemente ocorrem por despreparo do avaliador.
Então, ao selecionar cada teste que será realizado, caberá ao avaliador treinar a execução do
teste algumas vezes, para �car mais habituado e até para se precaver de eventuais problemas,
como, por exemplo, um teste de agilidade num piso escorregadio, o que não dará certo, pois
os avaliados irão perder velocidade a cada aceleração ou frenagem sem a aderência apropriada
no piso. Outro exemplo, um teste de velocidade na natação, com outras pessoas nadando na
mesma piscina, que acabam invadindo a raia do teste, colidindo e atrapalhando toda a
velocidade do avaliado.
Basicamente, os erros mais comuns que acontecem durante a avaliação das aptidões físicas se
originam a partir de (BAGNI; BARROS, 2015):  
Avaliador;
Equipamentos;
Local de aplicação do teste;
Avaliado.
O avaliador será uma fonte de erro quando não estiver bem treinado para o teste que irá
aplicar, pois poderá errar procedimentos do teste ou aspectos éticos, orientações para o
avaliado e medições inadequadas. Por exemplo, o avaliador não instruir que o avaliado se
aqueça antes do teste, sendo que o protocolo recomendava aquecimento para melhorar o
rendimento do atleta e diminuir as chances de lesões (Figura 6).
Figura 6 – Deve-se evitar o risco de lesões durante os
testes físicos
Fonte: Getty Images 
Outro erro comum de procedimento é avaliar um indivíduo pela manhã e, no reteste, voltar a
avaliá-lo à noite, sem considerar que essa mudança de horário in�uencia na estatura do
indivíduo, devido ao cansaço e problemas posturais. O avaliador também poderá sofrer com a
falta de habilidade para manejar o equipamento ou com erros de registro dos resultados.
Podem ocorrer erros como a falta de manutenção e de calibração em relação aos
equipamentos, que, aparentemente, estarão funcionando adequadamente, mas, na verdade,
estão medindo resultados errados. Também pode ocorrer de o equipamento apresentar defeito
e isso passar despercebido pelo avaliador. 
O local de aplicação do teste poderá induzir o avaliador a erro devido a problemas no piso
(escorregadio, irregular, inclinado, grama alta...). A área de uso do local poderá ser muito
pequena, ter problemas de iluminação, ventilação ou também poderá apresentar falta de
privacidade para os avaliados. Outro cuidado a ser tomado é em relação ao clima (chuva, sol
excessivo, neve, ar muito seco ou muito húmido) e às temperaturas (calor, frio, incluindo a
temperatura de piscinas para nadadores). Caso as condições de realização do teste não sejam
as ideais, o teste deverá ser adiado, ou, então, caso mesmo assim seja realizado, deverá ser
registrada a informação detalhada das condições adversas que havia. Assim, quando esses
dados forem comparados com outras avaliações, os avaliadores terão conhecimento da
situação.
O avaliado também poderá ser uma complicação para a realização do teste, pela falta de
cooperação ou esforço. Por exemplo, ele poderá não aceitar retirar vestimentas que
atrapalhem o teste. Também poderá realizar testes sem a concentração necessária, errando
sequências de movimentos, ou simplesmente sem se esforçar ao máximo como o teste
requer.
A seguir, é apresentado um esquema com uma visão geral que resume as etapas de avaliação
das aptidões físicas na área da educação física (Figura 7). Repare na diversidade de objetivos
que pode ter a avaliação das aptidões físicas, como métodos de detecção de talentos
esportivos, orientação para exercícios físicos, análises sobre as condições de saúde dos
indivíduos e da população em geral, pesquisas cientí�cas, entre outros.
Sobre os diferentes atributos passíveis de serem avaliados, esse grande leque demonstra a
amplitude de técnicas e equipamentos que devem ser aprendidos pelos estudantes de
educação física. A maioria desses atributos serão debatidos nesta disciplina.
Figura 7 – Etapas do delineamento de um programa de
avaliação no campo da educação física
Fonte: Adaptada de GUEDES; GUEDES, 2006
Em Síntese
A disciplina de avaliação das aptidões físicas é fundamental para
os estudantes de educação física aprenderem a avaliar os alunos,
clientes e atletas;
Teste, medida e avaliação parecem ser a mesma coisa, mas não
são. Teste é o procedimento ou equipamento que será utilizado.
Medida é a forma como deverá ser coletado o resultado do teste.
Avaliação é a interpretação sobre o resultado do teste, comparando
o avaliado com ele mesmo em testes anteriores ou em relação a um
parâmetro populacional;
Existem diversas formas de avaliar seu público. O avaliador deverá
ter o conhecimento adequado para selecionar os testes mais
especí�cos que atendam aos objetivos da avaliação;
Existem muitos erros que podem ser cometidos no processo de
avaliação das aptidões físicas. Caberá ao avaliador conhecer
profundamente os testes que pretende aplicar, o ambienteem que
serão aplicados e a orientação do avaliado. Dessa forma, o
avaliador conseguirá diminuir consideravelmente os possíveis
erros da avaliação.
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados
nesta Unidade:
Vídeos
Esclareça dúvidas sobre a avaliação física 
No vídeo a seguir, há uma rápida apresentação que passa uma visão geral sobre o que é a
avaliação física e como é realizada:
2 / 3
Material Complementar
YOUTUBE
Esclareça dúvidas sobre avaliação física
https://www.youtube.com/
https://www.youtube.com/watch?v=GfcoIH0xiaw
Você sabe o que é avaliação funcional? 
No vídeo a seguir, o Prof. Me. Ruy Amadei explica o que é a avaliação funcional, muito
frequente nas academias de �tness, com um enfoque nas atividades do dia a dia que qualquer
pessoa, seja atleta ou não, deve realizar:
Esclareça dúvidas sobre avaliação física
A avaliação física é uma análise geral da sua condição corporal e é fundamental para
quem quer acompanhar de perto os seus resultados na academia. Con�ra no...
VEJA EM YOUTUBE 
YOUTUBE
Você Sabe o que é Avaliação Funcional?
Olá, sou Ruy AmadeiProfessor de Educação Física e mestre em Ciência do
Movimento. Gravei esse vídeo para explicar resumidamente o que é a
Avaliação Funcional...
VEJA EM YOUTUBE 
Você Sabe o que é Avaliação Funcional?
https://cdn.embedly.com/widgets/media.html?src=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fembed%2FGfcoIH0xiaw%3Ffeature%3Doembed&display_name=YouTube&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DGfcoIH0xiaw&image=https%3A%2F%2Fi.ytimg.com%2Fvi%2FGfcoIH0xiaw%2Fhqdefault.jpg&key=40cb30655a7f4a46adaaf18efb05db21&type=text%2Fhtml&schema=youtube
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https://www.youtube.com/
https://cdn.embedly.com/widgets/media.html?src=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fembed%2F5mXMkKS_BrU%3Ffeature%3Doembed&display_name=YouTube&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3D5mXMkKS_BrU&image=https%3A%2F%2Fi.ytimg.com%2Fvi%2F5mXMkKS_BrU%2Fhqdefault.jpg&key=40cb30655a7f4a46adaaf18efb05db21&type=text%2Fhtml&schema=youtube
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https://www.youtube.com/watch?v=5mXMkKS_BrU
Time de Futsal realiza avaliação isocinética no Cepraf 
No vídeo a seguir, é demonstrado um pouco da avaliação física realizada no laboratório de
�siologia do Santos FC, com jogadores pro�ssionais de futsal.
Leitura
Aptidão física relacionada à saúde de escolares brasileiros: dados do projeto esporte Brasil 
Esse artigo cientí�co oferece uma visão ampla sobre a avaliação das aptidões físicas de 7.507
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Time de Futsal realiza avaliação isocinética no
Cepraf
A pré-temporada da equipe de Futsal do Santos FC, em parceria com Cortiana
Plásticos, Centro Universitário Lusíada (Unilus) e Cimentos Votorantim e o
apoio d...
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Time de Futsal realiza avaliação isocinética no Cepraf
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https://www.youtube.com/watch?v=J4S8Xt62GoM
alunos de escolas, abordando vários tipos de testes e sua relação com os critérios de saúde:
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Referências
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BAGNI, U. V.; BARROS, D. C. Erro em antropometria aplicada à avaliação
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CONFEF. Resolução nº 046/2002: Intervenção do Pro�ssional de
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GAYA, A.; GAYA, A. Projeto Esporte Brasil: Manual de testes e
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SOUZA, E. F.; PEREIRA, J. L. Medidas e avaliação. Curitiba: InterSaberes,
2019. (e-book)

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