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• Mais de 1.000 novas composições de preços: steel framing, fôrmas de papelão, ar-condicionado, tubos e conexões em PPR • Tabelas de produtividade variável: ajuste as composições à realidade da sua obra • Modelos prontos de orçamentos de obras • Dados de consumo para estruturas de concreto • Conce i tuarão de BDI - Bene f í c ios e Despesas Indiretas 1 3 ° E D I Ç Ã O TCPO 13̂ edição Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos 2010 TCPO 13a edição - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos Copyright - Editora PINI Ltda. Todos os direitos de reprodução ou tradução reservados à Editora PINI Ltda. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SR Brasil) TCPO, Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. - 1 3 . ed. - São Paulo: Pini, 2008. ISBN 978-85-7266-201-7 1. Construção - Custos 2. Construção - Tabelas 3. Indústria da construção - Preços. 08-04633 CDD-338.43690212 índices para catálogo sistemático: 1. Construção: Preços: Orçamentos: Tabelas: Produção 338.43690212 2. Indústria da construção: Preços: Orçamentos: Tabelas: Produção 338.43690212 3. Orçamentos: Construção : Preços : Tabelas: Economia 338.43690212 4. Tabelas: Orçamentos: Construção : Produção 338.43690212 Editora PINI Ltda. Rua Anhaia, 964 CEP: 01130-900 SãoPaulo-SP Brasil svww.piniweb.com Dúvidas sobre o conteúdo das composições (11) 2173-2370 e-mail engenharia@pini.com.br 13a edição, fev/2010 2a tiragem: 1.500 exemplares APRESENTAÇÃO A indústria da construção civil passa por um longo ciclo de transformação no que se refere aos processos, tecnologias e metodologias de execução, com reflexos imedia- tos no aumento da produtividade e na capacitação de pessoal. Atenta às mudanças, a equipe técnica da PINI tem realizado uma série de pesquisas em obras criteriosa- mente selecionadas, com o objetivo de reunir uma quantidade significativa de amos- tras dos serviços nos canteiros. A idéia é aprimorar o conhecimento sobre as faixas de produtividade em diferentes empresas e em várias tipologias de construção. Con- tamos, nesse sentido, com a importante colaboração do professor Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, Doutor e Livre-Docente em Construção Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que coletou vários dados para a determinação das tabelas de "Produtividade Variável". As informações foram tratadas e são aqui apre- sentadas na nova edição das Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos - TCPO. As composições de serviços são parte integrante do Volare, software da PINI para orçamento, planejamento e controle de obras, e do TCPO em CD-ROM. Consti- tuem também a base das Tabelas de Custos, que podem ser adquiridas na versão im- pressa já com a informação dos preços unitários. Visando aprimorar nossos serviços e, principalmente, facilitar a elaboração de orçamentos mais precisos, os usuários do portal PINIweb, do Volare, do TCPO em CD-ROM e das Tabelas de Custos podem con- sultar pela internet os fornecedores cadastrados pela PINI que estão associados aos serviços e insumos desta edição. No caso de dúvidas, nossa equipe técnica estará sempre à disposição para auxiliar os profissionais interessados. Boa consulta. Eng* Bernardo Corrêa Neto Gerente de Engenharia e Custos da PINI SUMÁRIO APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO 7 CÁLCULO DA TAXA DE BDI - BENEFÍCIOS E DESPESAS INDIRETAS 9 A ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO E OS SERVIÇOS DE FÔRMAS. ARMAÇÃO E CONCRETAGEM 18 ORÇAMENTOS DETALHADOS - EXEMPLOS Edifício Residencial de Padrão Médio 22 Residência de Alto Padrão 29 Agência 8ancária 33 Escola Infantil 37 Galpão Pré-Fabricado 40 PRODUTIVIDADE VARIÁVEL 44 Produtividade Variável para o Serviço de Execução de Fundações - Divisão 02 117 Produtividade Variável para o Serviço de Armação - Divisão 03 174 Produtividade Variável para o Serviço de Fôrmas - Divisão 03 178 Produtividade Variável para o Serviço de Concretagem - Divisão 03 182 Produtividade Variável para o Serviço de Assentamento de Alvenaria - Divisão 04 224 Produtividade Variável para o Serviço de Execução de Vedação com Gesso Acartonado - Divisão 04 228 Produtividade Variável para o Serviço de Execução de Cobertura com Telhado - Divisão 07 260 Produtividade Variável para o Serviço de Contrapiso - Divisão 09 350 Produtividade Variável para o Serviço de Revestimento com Gesso - Divisão 09 351 Produtividade Variável para o Serviço de Revestimento Cerâmico - Divisão 09 352 Produtividade Variável para o Serviço de Revestimento Interno de Paredes com Argamassa - Divisão 09 354 Produtividade Variável para o Serviço de Revestimento Externo de Paredes com Argamassa - Divisão 09 355 Produtividade Variável para o Serviço de Execução dos Sistemas Prediais de Água Fria - Divisão 15 461 Produtividade Variável para o Serviço de Execução dos Sistemas Prediais de Água Quente - Divisão 15 464 Produt iv idade V a r i á v e l pa ro o S e r v i ç o de E x e c u ç ã o dos S i s t e m a s Prediais de Águas Pluviais - Divisão 15 466 Produtividade Variável para o Serviço de Execução dos Sistemas Prediais de Rede de Esgoto - Divisão 15 467 Produtividade Variável para o Serviço de Execução dos Sistemas Prediais de Rede de Gás - Divisão 15 468 Produtividade Variável para o Serviço de Execução dos Sistemas Prediais de Incêndio - Divisão 15 469 NOVA ABORDAGEM PARA CUSTOS DE EQUIPAMENTOS 47 ÍNDICE 565 01 REQUISITOS GERAIS 01520 Abrigos temporários para canteiros 53 01544 Andaimes, bandejas e plataformas de obra 54 01560 Barreiras, tapumes e entelamentos 57 01740 Limpeza final da obra 57 02 02060 02210 02220 02225 02230 02240 02250 02300 02315 02335 02340 02342 02350 02360 02372 02450 02455 02465 02470 02500 02510 02515 02520 02540 02595 02620 02625 02630 02632 02700 02710 02720 02740 02752 02753 02770 02780 02790 02821 02822 02825 02830 02852 02915 02920 02930 02935 CANTEIRO DE OBRA E MATERIAIS BÁSICOS Sondagem 58 Demolições no canteiro 58 Remoções de entulho 63 Limpeza de área para canteiro - 64 Rebaixamento de lençol freático 64 Escoramento e calçamento 64 Terraplenagem 65 Escavação e aterro 65 Subgrade e leitos rodoviários 70 Estabilização de solo 71 Geotêxteis / Geomatrizes 72 Desmonte de rocha - 72 Tratamento de solos 75 Gabiões 75 Fundação e elementos portantes 76 Estacas cravadas — 77 Estacas com perfuração prévia 80 Alvenaria de embasamento - 83 Serviços gerais de canteiro S4 Fornecimento de água - S5 Fornecimento de energia — S6 Poços de água - S6 Sistemas de tanques sépticos - 87 Locação da obra 88 Drenagem 88 Drenagem com geotèxtil S9 Drenagem de águas pluviais 90 Drenos e coletores de águas pluviais - 91 Bases, lastros, pavimentos e complementos 93 Bases e lastros com ligante 93 Bases e lastros sem ligante 94 Pavimentos flexíveis 95 Pavimentos de concreto 96 Pisos cimentados - 103 Guias e sarjetas (meios-fios e sarjetas) 103 Unidades para pavimentação 107 Superfícies para esportes e recreação ÍOS Muros de fechamento 108 Alambrados - 109 Tapumes e portões para obra - 110 Muros dearrimo 111 Pontes e viadutos para pedestres e veículos 112 Preparo do solo 112 Grama e hidrossemeadura 112 Plantas em geral - 113 Conservação de áreas verdes - 116 03 03110 03130 03140 03210 03220 03310 03320 0 3 3 4 0 03350 03415 03475 03850 03910 03930 03931 03932 03933 03935 04 04033 04034 04050 0 4 0 6 0 04070 04085 04090 04211 04212 04221 04222 04231 04232 04240 04270 04840 05 05120 0 5 1 2 5 05145 05520 06 06110 07 07110 07120 07130 07140 CONCRETO Fôrmas para concreto estrutural moldado in loco 118 Fôrmas permanentes 143 Cimbramentos / escoramentos 143 Armadurade aço 147 Armadura de tela de aço 151 Concreto estrutural 152 Concreto não-estrutural 157 Concreto leve 157 Acabamentos especiais para concreto 160 Lajes pré-labricadas 161 Painéis pré-fabricados 164 Furos, cortes e enchimento em concreto 166 Limpeza do concreto - - 168 Recuperação de estruturas de concreto 170 Reparo e reforço de concreto 170 Reparo e reconstituição em armaduras 172 Chumbadores e barras de ancoragem 173 VEDAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS Alvenaria de peças de solo-cimento 185 Alvenaria de peças de gesso 187 Materiais e procedimentos básicos para alvenaria 187 Argamassas para alvenaria 188 Grout para alvenaria 194 Vergas para alvenaria 194 Acessórios para alvenaria 195 Alvenaria de peças de barro e cerâmica - vedação 196 Alvenaria de peças de barro e cerâmica - estrutural 205 Alvenaria de peças de concreto - vedação 207 Alvenaria de peças de concreto - estrutural 214 Alvenaria de peças de sflico-calcário - vedação 215 Alvenaria de peças de sílico-calcário - estrutural 216 Alvenaria de elementos vazados 217 Alvenaria de peças de vidro 218 Painéis pré-fabricados 219 COMPONENTES METÁLICOS Aço estrutural 229 E s . l i u l u i d i meldlM-di c u i d o u 2 2 9 Estruturas metálicas em alumínio 232 Corri mão e trilhos 233 MADEIRAS E PLÁSTICOS Estruturas de madeira 234 IMPERMEABILIZAÇÃO, ISOLAÇÃOTÉRMICA E COBERTURA Impermeabilização com material betuminoso e argamassa em locais úmidos 236 Impermeabilização asfáltica quando em contato direto com a água 239 Impermeabilização com mantas 240 Impermeabilização com produtos fluidos 240 07165 Impermeabilização com cimento estrutural 244 07185 Proteção mecânica 246 07210 Isolamento térmico de edificações 246 07220 Isolamento térmico de coberturas e lajes 247 07320 Telhas 248 07410 Painéis metálicos para cobertura e paredes 256 07620 Rufos, guarnições e chapas metálicas 257 07712 Calhas e condutores 258 07725 Grelhas 259 08 PORTAS, JANELAS E VIDROS 08110 Portas e batentes de aço 261 08120 Portas e batentes de alumínio 262 08210 Portas e batentes de madeira 262 08220 Portas de PVC — — 265 08330 Portas e grades de enrolar 265 08355 Portas corta-fogo 265 08460 Portas de entrada automáticas 266 08495 Portões 267 08510 Janelas e grades de ferro 270 08520 Janelas de alumínio 271 08530 Janelas de aço 278 08550 Janelas de niadei 281 08560 Janelas de PVC 283 08620 Unidades de iluminação zenital - clarabóias 284 08710 Ferragens para portas 2S5 08S10 Vidros e cristais 285 08820 Vidros fixos e portas com ferragens 286 08830 Espelhos 286 08895 Limpeza de vidros 286 09 ACABAMENTOS 09115 Pintura 291 09210 Revestimento com argamassa de gesso 296 09285 Revestimento de pedra natural 296 09350 Mosaicos de vidro 298 09500 Forros 299 09605 Regularizações de base para pisos 303 09606 Pisos cerâmicos 305 09607 Pisos de ladrilhos e mosaicos de vidro 307 0 % 0 8 P Í 3 0 3 d e p o 3 t i l h o 3 d e p o r c e t o n o 3 0 0 09609 Pisos de ladrilhos de cimento 308 09620 Pisos especiais 309 09621 Pisos industriais 310 09627 Pisos de granilite 311 09635 Pisos com pedras decorativas 312 09640 Pisos de madeira 316 09655 Pisos vinilicos e de borracha 318 09680 Pisos com forraçáo têxtil (carpetes) 320 09705 Argamassas e adesivos 320 09706 Revestimentos cerâmicos 338 09707 Revestimentos com mosaico de vidro 341 09708 Revestimentos com pastilhas de vidro e porcelana 342 SUMÁRIO 09710 Acabamentos acústicos para paredes 345 09720 Revestimentos para paredes 345 09780 Revestimentos de gesso acartonado 346 09906 Preparação de superfícies para pintura 346 09940 Revestimentos decorativos 349 10 PRODUTOS ESPECIAIS OU SOB ENCOMENDA 10270 Pisos elevados 357 10430 Sinalização externa 357 10440 Sinalização interna 357 10615 Divisórias desmontáveis 358 10640 Divisórias fixas 359 10S20 Acessórios para banheiros 360 13 MÓDULOS E SISTEMAS ESPECIAIS DE CONSTRUÇÃO 13052 Saunas e equipamentos para sauna 362 13105 Pára-raios e acessórios 362 13460 Grcuito Fechado de TV - CFTV — 363 13610 Aquecedores solares 363 13850 Detecção e alarme 364 13960 Extinção de fogo por dióxido de carbono 364 13965 Extinção de fogo por água pressurizada 364 13970 Extinção de fogo por pó químico seco 365 13975 Tubulações, hidrantes, registros e mangueiras 366 14 SISTEMA DE TRANSPORTE 14200 Elevadores 367 14210 Elevadores de obra 367 14510 Transporte, carga e descarga mecanizada de materiais 368 14515 Transporte, carga e descarga manual de materiais 372 15 SISTEMAS HIDRÁULICOS E MECÂNICOS 15007 Acessórios para portadores de necessidades especiais 376 15110 Registros, Válvulas e Acessórios 378 15130 Bombas 383 15140 Tubos e conexões de polipropileno - água quente 3S3 15141 Conexões de ferro maleável galvanizado - condução de líquidos, gases e vapores 390 15142 Tubos e conexões de PVC - água fria (soldável) 401 15143 Tubos e conexões de PVC - água fria (rosqueável) 411 15144 Tuboe e conexfee de cobre e bronze - condução de líquidos, gases e vapores 415 15145 Tubos e conexões de CPVC - água quente 423 15148 Tubos e conexões de PVC - água fria 426 15150 Instalação de esgoto sanitáno 426 15151 Tubos e conexões de ferro fundido dúctil - esgoto 430 15152 Tubos e conexões de PVC - esgoto (série normal) 434 15153 Tubos e conexões de PVC - esgoto (série reforçada) 441 15154 Tubos e conexões cerâmicos - esgoto 445 15155 Acessórios para esgoto sanitário 446 15156 Tubos e conexões de PVC - esgoto (gesso acartonado) 449 15161 Grelha - saneamento - 450 15410 Aparelhos sanitários - 450 15450 Reservatórios de água potável - 456 154S0 Aquecedores domésticos de água 457 15810 Dutos - 460 16 SISTEMAS ELÉTRICOS E DE COMUNICAÇÃO 16100 Instalações elétricas 470 16120 Gibos e condutores 470 16131 Eletrodutos de aço-carbono e conexões 475 16132 Eletrodutos de PVC e conexões 479 16133 Dutos, canaletas e acessórios - 483 16134 Eletrocalhas, perfilados e acessórios 4S5 16135 Eletrodutos de alumínio e conexões 4S7 16136 Caixas em chapa de aço — — 4S9 16138 Quadros em chapa de aço 491 16139 Quadros em PVC 492 16141 Disjuntores — 492 16142 Bases e chaves — - 495 16143 Interruptores e tomadas - 497 16270 Transformadores - - 499 16510 Luminárias para interiores 501 16520 Luminárias para exteriores - 502 16530 Iluminação de emergência - 504 16560 Iluminação para sinalização - 504 16588 Postes, mastros e colunas - 504 16715 Circuitos de telefonia 505 16973 Dutos de polietileno de alta densidade e conexões 507 17 AR-CONDICIONADO, EXAUSTÃO E VENTILAÇÃO 17001 Dutos para ar-condicionado 509 17007 Dispositivos para sistema de ar 509 17010 Ar-condicionado 510 17015 Controle para ar-condicionado - 511 22 MÁQUINAS,VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS 22060 Equipamentos para agricultura 514 22070 Equipamentos básicos - 514 22072 Equipamentos para tubos - 518 22073 Equipamentos para cortar e dobrar ferro 518 99100 Fqiiipampntnç para funriaçfifK 519 22200 Equipamentos para drenagem 520 22300 Equipamentos para concreto e argamassa 521 22400 Máquinas operatrizes 525 22500 Equipamentos para pavimentação - 526 22600 Equipamentos para perfuração e demolição — 529 22700 Equipamentos de terraplanagem 531 22800 Equipamentos de transporte - 558 INTRODUÇÃO PREPARAÇÃO DE UM ORÇAMENTO Fundamental para o sucesso de construtores, incorporadores e contratantes de obras públicas ou privadas, o orçamento não constitui um exercício de futu- rologia ou de adivinhação. Por isso, manter uma base de composições confiá- vel é primordial para a elaboração de um bom orçamento. O TCPO -Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos disponibiliza tal base de dados. Mas cabe também ao profissional da área de orçamentos listar todos os serviços que serão necessários para execução da obra e, a partir dos projetos e espe- cificações, quantificá-lose associá-los ao TCPO. Um bom exercício consiste em utilizar os modelos de orçamentos apresenta- dos neste manual como base de sua planilha orçamentária, substituindo os serviços pelos pertinentes ã obra em questão. Após a elaboração da planilha orçamentária, a inclusão das quantidades e dos preços unitários dos insumos, é preciso conhecer também os custos indiretos da obra. Para isso, confira es- tudo sobre BOI (Benefícios e Despesas Indiretas) apresentado nesta edição. TERMOS BÁSICOS UTILIZADOS NO LIVRO Composições - são serviços de obra que necessitam de insumos para se efetiva- rem. São apresentadas ao longo deste livro composições por unidade de serviço. Insumos - são itens como materiais, mão-de-obra e equipamentos que fazem parte da composição de serviço. Os insumos possuem uma unidade de medida e um coe- ficiente de consumo adequado para cada serviço. Coeficiente - consumo apresen- tado para cada insumo inserido na composição. Conteúdo do serviço - descreve as atividades que estão sendo consideradas no serviço para obtenção do coeficiente. Critério de medição - indica con>o mensurar o quantitativo de serviços usado no or- çamento. Os critérios adotados são compatíveis com os coeficientes apresentados. Procedimento executivo - são sugestões de procedimentos de execução. Cada construtora pode adotar procedimentos próprios, diferentes e/ou específicos para determinadas situações e/ou contingências de obra. As informações apresenta- das servem como base para que a empresa possa montar os seus próprios proce- dimentos. Como referências bibliográficas, o TCPO indica, junto de várias composi- ções, as publicações "Caderno de Encargos" e/ou "A Técnica de Edificar". TCPO: FERRAMENTA ESSENCIAL PARA ORÇAMENTAÇÃO O TCPO - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos constitui a principal referência para a preparação de orçamentos de obras no Brasil. A primeira edição foi lançada em 1955 e. desde então, os profissionais do setor têm acesso a um manancial confiável de dados e informações para estimar os consumos de materiais e de mão-de-obra necessários para execução dos serviços de construção. Ao longo desse período, a indústria da construção civil passou por profundas transformações no que se refere ao desenvolvimento de novos materiais, tecnologias e processos construtivos. Isso tem exigido muita atenção e pesquisas constantes de nossa equipe para que possamos apresentar um cenário sempre atualizado do que está sendo executado em nossos canteiros de obras. A seguir, algumas explicações básicas para facilitar a sua consulta. ORGANIZAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES E CODIFICAÇÃO A estrutura de apresentação dos dados e o sistema de codificação do TCPO foram inspirados no MasterFormat®, introduzido como padrão nos Estados Unidos e no Canadá há mais de 30 anos. Trata-se da Classificação PINI , que foi incorporada ao TCPO em 2000 e está em constante evolução, passando por revisões que visam ao melhor atendimento do mercado brasileiro. Confira a seguir a estrutura de codificação da Classificação PINI: Codificação • 01 02 03 04 05 Divisão Subdivisão Natureza do Tipo Item item Para melhor compreensão veja, como exemplo, a seguinte composição: 04221.8.1.18 ALVENARIA de vedação com bltxos de concreto, 19 cm x 19 cm x 39 cm, espessura da parede 19 cm. juntas de 10 mm com argamass; mista de cimento, arenoso e areia sem peneirar traço 1:4:4 - unidade: m* 04 221 08 01 18 Divisão Subdivisão Natureza do ripo Item item Os dois primeiros dígitos determinam a divisão à qual o item pertence (04221.8 .1 .18) . Veja, a seguir, quais são as divisões da Classificação PINI: 00 - Informações Introdutórias sobre o Projeto 01 - Requisitos Gerais 02 - Canteiro de Obra e Materiais Básicos 03 - Concreto 04 - Vedações Internas e Externas 05 - Componentes Metálicos 06 - Madeiras e Plásticos 07 - Impermeabilização, Isolação Térmica e CoberUra 08 - Portas, Janelas e Vidros 09 - Acabamentos 10 - Produtos Especiais ou Sob Encomenda 11 - Equipamentos para Fins Especiais 12 - Mobiliário e Decoração 13 - Módulos e Sistemas Especiais de Construção 14 - Sistemas de Transporte 15 - Sistemas Hidráulicos e Mecânicos 16 - Sistemas Elétricos e de Comunicação 17 - Ar-condicionado, Exaustão e Ventilação 22 - Máquinas, Veículos e Equipamentos Como já informamos anteriormente, a codificação baseada no MasterFor- mat® tem passado por constantes revisões, com o ntuito de adaptá-la cada vez mais à prática do mercado brasileiro. Uma dessas alterações refere-se à inclusão das divisões 17 (Ar-condicionado, Exaustão e Ventilação) e 22 (Máqui- nas, Veículos e Equipamentos). Por conta das adaptações, as divisões 00 ,11 e 12 não apresentam composições de serviços, visto que a nossa cultura da construção não inclui, na maioria absoluta dos contratos, itens complementa- res ao orçamento das obras, tais como mobiliário e cecoraçáo, por exemplo. Os três códigos seguintes determinam a subdivisão (04221.8 .1 .18) que, no caso, trata-se de: 2 2 1 - Alvenaria de peças de concreto - vedação Após o P ponto, o dígito determina a natureza do item (04221.8.1.18) Natureza do item: 0 - Máo de obra: trata-se da mão-de-obra própria da construtora 1 - Empreitada: refere-se à contratação da mão-de-obra de um serviço junto a terceiros 2 - Verba: valor estimado do serviço para itens ainda não definidos em pro- jeto ou que não se enquadram em nenhuma das classificações aqui apre- sentadas. Exemplo: taxas de prefeitura 3 - Material: refere-se ã aquisição de material 5 - Equipamento (aquisição) 6 - Serviço (material e mão-de-obra): significa que o serviço contratado inclui o fornecimento dos materiais e da mão-de-obra para sua total execução 7 - Equipamento (locação) 8 - Serviço composto (composições de serviços) 9 - Custo horário de equipamentos: são composições de custo para hora pro- dutiva e improdutiva de máquinas e equipamentos. Nas composições de hora produtiva levam-se em conta todos os insumos necessários para sua operação (combustível, pneus, manutenção, mão-de-obra) além da depre- ciação e os juros do capital (remuneração). Nas composições de horas im- produtivas, são considerados apenas a depreciação, os juros do capital e a mão-de-obra, ou seja, o custo da hora parada do equipamento 10 - Depreciação do equipamento (utilizado em composições da divisão 22) 11 - Juros do capital (utilizado em composições da divisão 22) 12 - Manutenção do equipamento (utilizado em composições da divisão 22) 13 - Diversos Após o 2a ponto, o(s) dígito(s) determina(m) o tipo do item (04221.8.1.18) que, no caso, indica: 1 - Blocos de concreto Os últimos dígitos após o 3o ponto detalham o item (04221.8.1.18). Neste caso: 18 - 1 9 cm x 19 cm x 39 cm, espessura da parede 19 cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, arenoso e areia sem peneirar traço 1:4:4 TABELAS DE PRODUTIVIDADE VARIÁVEL Os coeficientes de consumo das composições apresentadas no TCPO podem registrar variações, dependendo da tipologia da obra, do projeto arquite- tônico e do treinamento dos profissionais envolvidos na execução. A partir de uma análise das tabelas de produtividade variável, é possível convergir esses índices para a realidade da obra a ser orçada e aprimorar o resultado do orçamento. NOVA ABORDAGEM PARA CUSTOS DOS EQUIPAMENTOS Esta edição traz uma revisão das composições de Custo Horário de Equipa- mentos (CHE). Além disso, apresentamos uma nova abordagem para deter- minação desses custos, cuja metodologia será aqui apresentada e poderá ser adotada para diversos tipos de equipamentos. CÁLCULO DA TAXA DE BDI - BENEFÍCIO E DESPESAS INDIRETAS 1 - P R E L I M I N A R E S Quando é solicitado a um profissional ou a uma empresa construtora orçamento para a execução de obra, seja residencial, comercial ou industrial, a primeira provi- dência a ser tomada é ter os projetos em mãos e verificar a quantidade dos mate- riais e os equipamentos necessários e dimensionar a mão-de-obraa ser utilizada. Mediante as especificações constantes dos projetos (arquitetônico, instala- ções elétricas e hidráulicas, ar-condicionado, paisagismo etc.) pesquisar os preços no mercado e calcular o seu custo. Existem no mercado programas de computador que ajudam a levantar esses custos, entre eles um dos mais conhecidos é o Volare, da PINI. Entretanto esses programas em geral só calculam os custos e não os orçamentos como iremos explicar mais adiante. A própria PINI publica mensalmente, na Revista Construção Mercado, uma extensa lista de composição de custos unitários dos serviços de edificações e custos unitários por metro quadrado de edificações para construções habi- tacionais (nove modalidades), comerciais e industriais, em vários Estados do Brasil, mas todos eles são custos e não preços. Para que esses dados se transformem em orçamento, ou preço de venda, é necessário adicionar o BDI, que são as despesas indiretas do construtor ou do profissional responsável pela obra, os encargos financeiros, os tributos federais e municipal e a remuneração ou lucro que precisam ter para assumir a responsabilidade da execução. 2-S IGNIF ICADO DO BDI 2.1 - O USO DA SIGLA BDI OU LDI Alguns órgãos da Administração Pública Federal têm usado a sigla LOI (Lu- cros e Oespesas Indiretas) em substituição ao BDI, que é uma sigla mais comumente utilizada e consagrada no meio técnico e empresarial. Conceituai- mente há uma pequena diferença que trataremos mais adiante. 2.2 - SIGNIFICADO DA SIGLA BDI Alguns autores atribuem o BDI como originário do termo em inglês "Budget Difference Income". No plano brasileiro o BDI significa "Benefício e Despesas Indiretas" e mais adiante explicaremos com maiores detalhes o real significado desses termos. 3 - DEFINIÇÃO DO BDI BDI é uma taxa que se adiciona ao custo de uma obra para cobrir as despesas indiretas que o construtor tem, mais o risco do empreendimento, as despesas fi- nanceiras incorridas, os tributos incidentes na operação e eventuais despesas de comercialização. O lucro do empreendedor e o seu resultado são frutos de uma operação matemática baseada em dados objetivos envolvidos em cada obra. Nas licitações públicas ou privadas, a empresa pode recorrer a dados históricos das demonstrações contábeis relativas às despesas dc sua sede central como pa râmetro mais próximo da realidade para o cálculo da taxa de BDI, optando por incluir ou excluir determinados gastos de acordo com a avaliação dos riscos do empreendiniento da qual vai participar e levando em conta os interesses estratégi- cos de sua empresa na apresentação de uma determinada proposta comercial. A Administração, ao estabelecer as taxas correspondentes a cada um dos componentes do BDI, tem o dever de justificar a origem das mesmas em fun- ção dos diferentes tipos e porte de obras e analisar a qualificação e a estrutu- ra das empresas que participam de uma licitação. Portanto, a taxa do BDI não pode estar sujeita à vontade subjetiva e arbitrá- ria da Administração, dos legisladores, dos órgãos de fiscalização e controle, como forma de tabelar o preço final do serviço a ser contratado, sem uma clara demonstração de como foi composto e calculado, com total transparên- cia, garantida pela constituição, pela legislação em vigor e pelas regras de conduta ética-profissional, conforme iremos demons:rar mais adiante. O BDI adotado pela Administração para o cálculo do "orçamento estimado" previsto nos artigos d5, 75 e 48 da Lei 8666/93 deve ser considerado apenas como um parâmetro de avaliação para a obtenção do valor de referência para o julgamento da licitação por parte da Comissão Julgadora. 4 - OUTROS CONCEITOS E DEFINIÇÕES 4.1 - CUSTO E DESPESA Uma das questões conceituais mais importantes para a elaboração de um orça- mento de obras é saber discernir com clareza o que é Custo e o que é Despesa. Durante muito tempo alguns autores, o mercado e a própria Administração têm feito muita confusão para definir se determinaco gasto é Custo ou Des- pesa, o que tem causado inevitáveis polêmicas cori relação ã definição da Composição do BDI e, conseqüentemente, dos componentes do Custo Direto. Ocorre que, ao longo do tempo, velhos conceitos tidos como verdadeiros foram mudando em função de novas leis e exigências do mercado, e a Administração e as empresas construtoras não acompanharam essa evolução, daí surgindo muitos problemas de entendimento entre as partes. A falta durante muito tempo de uma Metodologia de Cálcu o do BDI oficial ou oficiosa, calcada em novas leis e regulamentos que disciplinam a matéria, manteve os vícios do passado e continuam a ser praticados por aqueles que elaboram os orçamentos. Assim, a "Metodologia de Cálculo do Orçamento de Edificações - Composição do Custo Direto e do BDI" aprovada pelo Instituto de Engenharia veio suprir essa necessidade, válida na sua essência e nos seus conceitos, para qualquer tipo de obra. Essa metodologia trouxe uma inestimável contribuição para o esclarecimento da matéria, referência muito importante para o mercado, in- clusive adotada em grande parte pelo Grupo de Trabalho nomeado pelo TCU que elaborou o parecer dando origem ao Acórdão 32>. 4.2 - DEFINIÇÃO CONCEITUAL DE CUSTO E DESPESA Os maiores tratadistas da Contabilidade de Custos estabelecem a seguinte definição para o custo e despesa: 4.2.1 - CUSTO é todo gasto envolvido na produçáo: • todos os insumos (mão-de-obra, materiais e equipamentos); • toda a infra-estrutura necessária para a produção (canteiros, administração local, mobilização e desmobilização, etc.). 4.2.2 - DESPESA é todo o gasto necessário para a comercialização do produto: • gastos com a administração central e financeiras; • gastos com pagamento de tributos; • gastos de comercialização (participação em licilações, remuneração de a g p n t p ç r n m p r r i a i s , v i a g p n c , p r o p o s t a s t é c n i c a s , e t c ) 4.3 - DEFINIÇÃO LEGAL DO CUSTO O art. 13, § 1® do Decreto Lei n® 1598/77 já definia como Custo os gastos com a produção de bens e serviços. Todos os gastos envolvdos na produção de uma obra são considerados Custos. Segundo os preceitos de NPC -17 de NPC - Normas e Procedimentos de Conta- bilidade do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concretoi, considera como custos de produção todos aqueles gastos incluídos no processo de obtenção de bens e serviços nos contratos por empreitada. A Instrução Normativa IN-003/05, do INSS, veio defintivamente pôr fim a qual- quer celeuma, ao estabelecer pesadas multas às empresas que não cadastrarem a obra no CEI (Cadastro Específico do INSS) e lançarem como custo todos os gas- tos de cada obra no Centro de Custo específico na contabilidade da empresa. 4.4 - DIFERENÇAS ENTRE CUSTO E PREÇO O Custo é o resultado da soma de todos os custos unitários dos serviços ne- cessários para a construção mais os custos de infra-estrutura necessária para a realização de uma obra. Preço ou Preço de Venda é o valor monetário do CUSTO acrescido do BDI. 4.5 - SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE MARGEM E BDI MARGEM utilizada no comércio é o percentual que se acresce ao valor de com- pra de um produto já pronto, industrializado ou não, para a venda desse produto. A margem deve cobrir todos os gastos com o aluguel da loja, pagamento dos vendedores, comissões, gastos com consumos de materiais de limpeza e de co- mercialização, energia elétrica, telefones, água, etc., mais os tributos e o lucro. BDI utilizado na construção civil é um percentual que se adiciona aos Custos Diretos de uma obra, todas as Despesas Indiretas da Administração Central as quais devem cobrir os gastos de aluguel da sede, almoxarifado e oficina central, salários e benefícios de todo o pessoal administrativo e técnico, pró- labore dos diretores, todos os materiais de escritório e de limpeza, consumos de energia, telefone e água, mais os tributos e o Lucro. Embora semelhantes em muitos aspectos no que concerne à natureza dos gastos,possui uma diferença fundamental: No comércio o produto está pronto para ser comercializado (entregue na loja e pode ser visto, tocado, experimentado, testado, etc.). Portanto o Custo Direto é o valor de compra do bem no atacado. Na construção civil, o produto a ser comercializado é para entrega futura, a partir da sua contratação e pode levar meses ou anos para ser concluído. A conclusão ou não, sua performance, o nível de qualidade do produto concluído dependem da experiência e qualificação da contratada. Além disso, na construção civil, é exigida a comprovação de experiência anterior, presença permanente do engenheiro res- ponsável registrado no Crea, da fiscalização do contratante, constante oscilação no mercado de insumos e sujeito a fatores imprevisíveis como chuvas, greve dos trabalhadores, mudanças drásticas no comportamento da economia, etc. 5 - ORÇAMENTO É o cálculo que se faz para determinar todos os gastos de uma obra ou de um serviço de construção. Temos dois tipos de orçamento: • Orçamento Estimativo - quando é calculado com base no Projeto Básico sem se ater a detalhes da construção e sujeito a alterações posteriores; • Orçamento Definitivo - quando calculado com base em Projeto Executivo completo com todos os projetos complementares definitivos. O Orçamento é composto de duas partes: • Custo Direto que designamos simplesmente por CD - é representado por todos os valores constantes da planilha de custos; • BDI - é uma margem que se adiciona ao Custo Direto para determinar o volor do Orçamento. O Orçamento, depois de aprovado, transforma-se em Preço de Venda ou sim- plesmente PV. Os Preços de Venda ou simplesmente, Preços, podem ser compostos por: • Preços Unitários; • Preço Global; • Preço Integral. 6 - P R E Ç O DE VENDA 0 preço de venda é o resultado da aplicação de uma margem denominada BDI sobre o Custo Direto calculado na planilha de custos. Notas: 1 - Não confundir planilha de custos com planilha de orçamento; 2 - 0 orçamento depois de aprovado transforma-se em PreçD de Venda - PV. FÓRMULA PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA Para a obtenção do Preço de Venda, aplica-se a fórmula: PV = CD x [l + — 1 L 1 0 0 J PV = Preço de Venda; BDI = Benefício e Despesas Indiretas; CD = Custo Direto. 7 - CUSTO DIRETO O Custo Direto é resultado da soma de todos os custos unitários dos ser- viços necessários para a construção da edificação, ob:idos pela aplicação dos consumos dos insumos sobre os preços de mercado, multiplicados pelas respectivas quantidades, mais os custos da infra-estrutu'a necessária para a realização da obra. Os Custos Diretos se dividem em: • Custo Direto propriamente dito, composto pela soma de todos os gastos que serão incorporados ao objeto principal do contrato (edificações, estradas, usinas etc.) representado pela planilha de custos unitários. • Custo Indireto composto por serviços auxiliares (infra-estrutura) para pos- sibilitar a execução do objeto do contrato (canteiro de obras, alojamentos, administração local, mobilização e desmobilizaçáo etc.). 7.1 - COMPOSIÇÃO DO CUSTO DIRETO DE UMA OBRA São Custos Diretos todos os gastos incluídos no Centro de Custo de uma obra, de acordo com a Instrução Normativa IN n» 003/05 do IívSS. Toda obra tem que estar cadastrada no CEI (Cadastro Específico do INSS) referente a cada obra/contrato, que corresponde ao CNPJ da empresa no plano da obra. A empresa construtora está obrigada a lançar todos os gastos incorridos no âmbito dessa obra no Centro de Custo da obra/contrato na con- tabilidade geral da empresa, sob pena de pesadas multas a serem lavradas pela fiscalização do INSS. Em outras palavras, qualquer gasto havido com materiais, pessoal, equipamentos, administração local, canteiro de obras, mobilização e desmobilizaçáo, ou qualquer outro gasto havido no âmbito da obra deve ser lançado no Ceitro de Custo da obra, constituindo-se assim, obrigatoriamente no Custo Direto da obra. 7.2 - OS GASTOS QUE COMPÕEM O CUSTO DIRETO 7.2.1 - CUSTOS UNITÁRIOS DIRETOS É o conjunto de todos os custos unitários dos serviços 3 serem executados na produção da obra, composto de materiais, equipamentos e mão-de-obra, incluídos todas as Leis Sociais e Encargos Complementares devidos. Montagem da planilha de custos unitários (custo direto) Planilha de custo é uma forma simplificada de representado dos serviços que compõem os custos de uma obra. Na planilha de custos deve estar a lista de todos os serviços a serem executa- dos numa determinada obra. De posse de todos os projetos (implantação, arquitetônico, instalações elétri- cas, hidráulicas, paisagismo, ar-condicionado etc.) faz-se a listagem ordenada de todos os serviços necessários para a execução desse objeto (obra) e os respectivos custos unitários desses serviços, de acordo com as especificações que devem acompanhar esses projetos. Em seguida, deve-se levantar as quantidades de cada um desses serviços, para obter os custos parciais que serão somados aos demais itens que com- põem a planilha de custos unitários. Notas: 1 - Serviço é o resultado da conjugação de materiais, mão-de-obra e equipamentos, de acordo com a Composição de Custos Unitários de cada um desses sermos; 2 - Não confundir Composição de Custos Unitários com Composição de Preços Unitários. Os Custos Unitários só se transformam em Preços Unitários depois de obtido o BDI e adicionado aos Custos. Insumos que compõem o custo direto unitário Mão-de-obra - Representada pelo consumo de horas ou fração de horas de tra- balhadores qualificados e/ou não qualificados para a execução de uma determi- nada unidade de serviço multiplicado pelo custo horário de cada trabalhador. O custo horário é o salário/hora do trabalhador mais os encargos sociais e complementares. Materiais - São representados pelo consumo de materiais a serem utilizados para a execução de uma determinada unidade de serviço, multiplicado pelo preço unitário de mercado. Equipamentos - Representados pelo número de horas ou fração de horas ne- cessárias para a execução de uma unidade de serviço, multiplicado pelo custo horário do equipamento. OBS.: Os consumos dos insumos são obtidos pela experiência de cada uma das empresas do ramo da construção ou pelas Tabelas de Composições de Preços e Orçamentos, mais conhecida como TCPO, da Editora PINI. 7.2.2 - ENCARGOS SOCIAIS SOBRE A MÃO-DE-OBRA São encargos obrigatórios exigidos pelas Leis Trabalhistas e Previdenciárias ou resultantes de Acordos Sindicais adicionados aos salários dos trabalhadores. Os Encargos Sociais dividem-se em três níveis: • Encargos Básicos e Obrigatórios; • Encargos Incidentes e Reincidentes: • Encargos Complementares. DESCRIÇÃO HORISTA MENSAL A l Previdência Social 20.00 20,00 A2 A3 FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) Salário-Educação 8,00 2,50 8,00 2,50 A4 Sesi (Serviço Social da Indústria) 1,50 1,50 A5 A6 Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Sebrae (Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa) 1,00 0,60 1,00 0,60 A 7 Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) 0,20 0,20 AS INSS - Seguro Contra Acidentes de Trabalho 3,00 3,00 A9 Seconci (Serviço Social da Indústria da Construção e Mobiliário) 1,00 1,00 A Total dos Encargos Sociais Básicos 37,80 37,80 Os Encargos Sociais Incidentes e Reincidentes são: BI Repouso Semanal e Feriados 22.90 B2 Auxílio-enfermidade 0 0,79 B3 Licença-paternidade (*)0,34 B4 13° Salário 10,57 8,22 B5 Dias de chuva / falta justificada / acidente de trabalho | (*) 4,57 B Total de Encargos Sociais que recebem incidências de A 39,17 8,22 C l Depósito por despedida injusta 50?': sobre [ A 2 + (A2 + 8 ) ] 5,57 4,33 C2 Férias (indenizadas) 14.06 10,93 O Aviso prévio (indenizado) (*) 13,12 (*)10,20 C Total de Encargos Sociais que não Recebem incidências globais de A 32,74 25,46 Dl Reincidência de A sobre B 14,81 3.11 D2 Reincidência de A2 sobre G 1,05 0,S2D Total das taxas das reincidências 15,86 3,92 Subtotal 125,58 75,40 ENCARGOS BÁSICOS E COMPLEMENTARES No caso dos Custos de Mão-de-Obra de produção, além das Leis Sociais Básicas, Incidências e Reincidências, normalmente calculadas para compor o Custo de Mão-de-Obra de produção, a eles devem ser acrescentados os chamados Encar- gos Complementares, diretamente relacionados à Mã:>-de-0bra a ser utilizada, compostos de custos com o transporte dos trabalhadores segundo determina a Lei 7.418/85, fornecimento de EPI (Equipamento de Proteção Individual) regu- lamentado pela NR-6, fornecimento de alimentação e outras regalias aprovadas nos dissídios coletivos da categoria nas áreas de atuíção da empresa. TOTAL DE LEIS SOCIAIS 125,58 75,40 Os Encargos Complementares são: E l Vale-transporte1 - Aplicar a fórmula 10.34 10.34 E2 Refeição Mínima2 - Aplicar a fórmula 8,42 8,42 E3 Refeição - Almoço'- - Aplicar a fórmula 31.75 31.75 E4 Refeição - Jantar - Aplicar a fórmula - - E5 EPI (Equipamento de Proteção Individual) - Aplicar a fórmula 5.30 5,00 E6 Ferramentas manuais - Aplicar a fórmula 2,30 2,00 E Total das taxas complementares 57,51 57,51 Total de Encargos Sociais 183,09 132,91 O cálculo das taxas de E l a E6 foi feito baseado em custos vigentes na cidade de São Paulo. CÁLCULO DOS ENCARGOS COMPLEMENTARES - FÓRMULAS BÁSICAS Os encargos complementares não são fixos e dependem dos custos vigentes em cada local de execução dos serviços e devem ser calculados segundo a fórmula: VAIE-TRANSPORTE: VT -[ _ f 2x Ctx N - ( $ x 0,06) x 100 = V A L E C A r É DA M A N H Ã : _ [C^x N - (0,033 x S x 22) x 0,01 VC - 1 ! x 100 = (2) (3) VAIE-ALMOÇO ou JANTAR: VR = I " " 1x100 = _ C3 x N x 0,95 j Sendo: Ci = tarifa de transporte urbano; C2 = custo do café da manhã; C3 = vale-refeição - definido em Acordo Sindical; N = número de dias trabalhados no mês; S = salário médio mensal dos trabalhadores. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL4 • I f \ F j + P2 F2+P3 P n F n EPI = N (5) FERRAMENTAS MANUAIS5 • Z p. Fj + Pj Fj +P3 F3 + Pn Fn FM = N x 100 = (6) x 100 = Sendo: N = número de trabalhadores na obra; S = salário médio mensal; P I , P2, P3, Pn = custo de cada um dos EPI ou de ferramentas manuais; F l , F2, F3 Fn = fator de utilização do EPI ou de ferramentas manuais, dado pela seguinte fórmula: F = — VU (7) Sendo: t = tempo de permanência do EPI ou da ferramenta ã disposição da obra em meses; VU = Vida útil do EPI ou ferramenta manual em meses. 7 . 3 - C U S T O S INDIRETOS Os Custos Indiretos (nâo confundir com despesas indiretas) são os gastos de infra-estrutura necessários para a consecução do objetivo que é a realização física do objeto contratado. Chamamos de Custos Indiretos todos os custos envolvidos necessários para a produção do objeto contratado, mas que não estarão incorporados ao objeto. Podemos chamar também de custos de infra-estrutura necessária para a pro- dução do objeto contratado, seja de edificação, construção de estradas, usinas etc. Não confundir com despesas indiretas que irão compor o BDI. Os principais custos indiretos são: • Instalação do Canteiro e Acampamento de Obras; • Administração Local; • Mobilização e Desmobilização. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Costumamos chamar os Custos Unitários Diretos mais os Custos Indiretos genericamente de Custos Diretos para efeito do cál- culo das taxas das Despesas Indiretas. 7.3.1 - ADMINISTRAÇÃO LOCAL6 É um componente do Custo Direto constituído por todas as despesas incorri- das na montagem e na manutenção da infra-estrutura da obra necessária para a execução da edificação. A Administração Local compreende as seguintes atividades básicas: • Chefia da obra - engenheiro responsável; • Outros engenheiros de obra; • Engenharia e Planejamento de obra; • Medicina e Segurança do Trabalho; • Produção - mestre-de-obras e encarregados; • Manutenção dos equipamentos; • Manutenção do canteiro; • Consumos de energia, água, telefone fixo e móvel; • Gestão da qualidade e produtividade; • Gestão de materiais; • Gestão de recursos humanos; • Administração da obra - todo o pessoal do escritório local; • Seguro de garantia de execução, ART etc. Esses gastos farão parte da Planilha de Orçamento em itens independentes da composição de custos unitários, especificados como Administração Local, podendo-se adotar as seguintes alternativas de lançamento: • Preços compostos analiticamente; • Custo mensal ou horário de mão-de-obra administrativa ou técnica;. • Custos mensais reembolsáveis; • Custo mensal ou total de manutenção do canteiro de obras; • Verba; • Módulo de Verba. 7.3.2 - CANTEIRO DE OBRA7 Canteiro de Obra é um componente do Custo Direto necessário para a constru- ção da obra e compreende as seguintes instalações dimensionadas de acordo com o seu porte: • Preparação do terreno para instalação do canteiro; • Cerca ou muro de proteção e guarita de controle de entrada do canteiro; • Construção do escritório técnico e administrativo da obra constituído por sala do engenheiro responsável, sala de reunião, sala do assistente administrativo, sala dos engenheiros, sala de pessoal e recrutamento, sala da fiscalização etc.; • Sala de enfermaria, almoxarifado, carpintaria, oficina cfe ferragem etc.; • Vestiários, sanitários, cozinha e refeitório; • Oficina de manutenção de veículos e equipamentos; • Alojamento para os empregados; • Placas obrigatórias da obra. Da mesma forma como no cálculo da despesa de Administração Local, deverá constar num item independente da composição de custos unitários, lançados na planilha, compostos analiticamente, como custo reembolsável, como verba ou como módulo de verba. 7.3.3 - MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇAO5 É componente do Custo Direto constituído por despesas incorridas para a pre- paração da infra-estrutura operacional da obra e a sua retirada no final do contrato e compreende os seguintes serviços: • Transporte, carga e descarga de materiais para a montagem do canteiro de obra. Montagem e desmontagem de equipamentos fixos de obra; • Transporte, hospedagem, alimentação e despesas dive-sas do pessoal pró- prio ou contratado para a preparação da infra-estrutura operacional da obra; • Aluguel horário de equipamentos especiais para carga 9 descarga de mate- riais ou equipamentos pesados que compõem a instalação Essa despesa deve compor a planilha de orçamento como item independente podendo ser calculada analiticamente ou por verba. 1 le i 7.418/85 e Decreto 95.247/87: é obrigatório o forneomento de transporte aos empregados. Exemplo de determinação da taxa: C l RS 2,20; N 26 d-as; S RS 700.00; VT » 10,34'á. 7 Acordo Coletivo de TrotMlho - Sir>duíCon-SP - custo aproximado dc RS ISO; Exemplo de determinação da taxa com a aplicação da fórmula VC - 8.42:0. ' Acordo Coletivo dc Trabalho - SindusCon-SP - valor acordado do \'R - RS 9,00 almoço ou jantar. Exemplo de determinação da taxa com a aplicação da fórmula: VR = 31 , 4De acordo com o Art. 166 d3 a r e N R 6 e NR18da le i 6-514/77 a empresa está cbngada a fornecer EPI aos empregados. Aplica-se a fórmula considerando custo m«d>o mensal por operário de RS 30,00 e chega-se à taxa de EPI = 5,00. Dependendo do tipo e caraiteristica da cbra esse percentual pode vanar para nvjis ou para menos, c deve ser cakvi3do caso por caso. 1 A empresa obnga se a fornecer as ferramentas manuais necessárias fwra a exeoiçáo dos serviços. Aplicar a fórmula considerando o custo médio mensal estimado por operário de RS 12,00: taxa de FM - 2,0';>. 4 Administração Local é classificada contatxlmente con» custo direto da tbra e, portanto, náo deve fa/er parte da composição do BOI. ' O Canteiro de Obras deve ser classiticado como Custo Direto por ser um custo diretamente relacionado com a execução da obra. * O Tnbunal de Contas da União, pela Oecisáo n' 1332/02 e Acórdão 325/07. consdera como Custo Direto as despesas com aInstalação do Canteiro e Acampamento c Administração local e Mobil«ação e Desmototeação. 8 - MODELO DE PLANILHA DE CUSTOS PLANILHA DE ORÇAMENTO ESTIMATIVO OBRA: Construção Local: Contratante: Endereço: PREÇO UNIT. SUBTOTAL TOTAL RS 01.00.00 SERVIÇOS PRELIMINARES PREÇO UNIT. SUBTOTAL TOTAL RS 01.01.00 Limpeza do terreno m? 1.000,00 1,94 1.940,00 01.02.00 Demolição m3 50,00 120,00 6.000,00 01.03.00 Retirada do entulho m3 65,00 48,00 3.120,00 11.040.00 02.00.00 INFRA-ESTRUTURA 02.01.00 Escavação manual m3 75,00 18,73 1.404,75 02.02.00 Apiloamento de regularização m? 276,00 3,45 952,20 02.03.00 Lastro de concreto m> 183,98 17,45 3.210,4S 02.04.00 Estaca de concreto ml 310,00 48,50 15.035,00 02.05.00 Aço CA-50 kg 1.387,76 7,S0 10.824,53 02.06.00 Fôrma de madeira m? 234,99 45,89 10.783,09 02.07.00 Concreto fCk = 20 MPa m3 16,26 320,49 5.211,1? 02.0S-00 Alvenaria de fundação m3 18,97 280,80 5.326,7S 02.09.00 Impermeabilização m? 39,34 34,85 1.371,00 54.119,56 03.00.00 SUPERESTRUTURA 03.01.00 Fôrma de madeira m* 945,00 45,89 43366,05 03.02.00 Aço CA-50 kg 4.321,00 7,80 33.703.S0 03.03.00 Concreto f a - 20 MPa m3 134,76 320,49 43.189,23 03.04.00 Laje pré-fabricada m? 27S.20 156,00 43.399,20 03.05.00 Alvenaria de vedação de 14 cm etc. m? 187,33 39,07 7.318,9S 170.977,27 04.00.00 COBERTURA 04.01.00 Estrutura de cobertura m5 320.87 35,80 11.487,15 04.02.00 Telha m? 356,00 48,92 17.415,52 04.03.00 Calha de chapa galvanizada ml 78,30 48,30 3.781,89 04.04.00 Rufo de chapa galvanizada etc. ml 34,90 35,26 1.230,57 33.915,57 05.00.00 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS 05.01.00 Cavalete e abrigo - completo un 1,00 487,00 487,00 05.02.00 Tubo de PVC rígido de 25 mm ml 97,40 14,67 1.428,86 05.03.00 Registro de gaveta de DN 25 mm un 8,00 67,34 538,72 05.04.00 Válvula de descarga un 3,00 246,98 740,94 05.05.00 Bacia sifonada de louça branca 3,00 223,32 669,96 05.06.00 Lavatório de louça cj 3,00 176,43 529,29 05.07.00 Metais etc. cj 3,00 1.234,44 3.703,32 8.098,00 06.00.00 INSTALAÇÕES ELETRICAS (relacionar todos os serviços) vs * 26.324,00 07.00.00 PISOS (relacionar todos os serviços) vs 45.345,00 08.00.00 REVESTIMENTO DE PAREDES (relacionar todos os serviços) vs 32.987,00 09.00.00 PINTURA (relacionar todos os serviços) VS 8.564,00 10.00.00 INFRA-ESTRUTURA 10.01.00 Instalação do canteiro de obras v b * * 12.346.00 10.02.00 Administração local vb 38.345,00 10.03.00 Mobilização e desmobilizaçáo vb 15349,60 TOTAL DA PLANILHA DE CUSTOS CD = 447.411,00 Para transformar em PLANILHA DE PREÇOS calcular BDI pela fórmula (8) e adicionar ao CD. PV = OBS.: Os códigos, tipos de serviços, as quantidades e o valor dos preços unitários são 3penas representativos para fins de demonstração; vs* é a unicade representativa de cada item de serviços não detalhada nesta planilha; vb* * (verba) pode ser desdobrada em vários itens de serviços. 9 - COMPOSIÇÃO DO BDI (BENEFÍCIO E DESPESAS INDIRETAS) O BDI é o resultado de uma operação matemática para indicar a "margem" cobrada do cliente incluindo todos os custos indiretos, tributos etc. e a sua remuneração pela realização de um determinado empreendimento. O resultado dessa operação depende de uma série de variáveis entre as quais podemos apresentar algumas mais importantes: Tipo de obra; Valor do contrato; Prazo de execução; Volume de faturamento da empresa; Local de execução da obra etc. Para a execução de obras com projetos especiais, complexos ou de maior porte recomenda-se calcular o BDI especificamente para cada situação, ob- servadas as peculiaridades físicas e técnicas de cada uma delas. 9.1 - FÓRMULA DO BDI Para o cálculo do BDI será aplicada a fórmula básica: BOI = 1 + R líi+ f 11 0 X 100 X 100 J / T + s + c + n " l i » j - í (3) LI i - ( t + $ + c + o j j Sendo: i = taxa de administração central; r = taxa de risco do empreendimento; f = taxa de custo financeiro do capital de giro; t = taxa de tributos federais; s = taxa de tributo municipal - ISS; c = taxa de despesas de comercialização; I = lucro ou remuneração liquida da empresa. As taxas no numerador incidem sobre os custos diretos. As taxas no denominador incidem sobre o Preço de Venda (faturamento). POR QUE ALGUMASTAXAS ESTÁO NO NUMERADOR E OUTRAS NO DENOMINADOR. No numerador estão as taxas de Despesas Indiretas que são função dos Cus- tos Diretos - CD. Portanto não é possível obtermos as taxas de Despesas Indiretas sem conhecermos os Custos Diretos. No denominador estão as taxas dos Tributos, taxa de Despesas de Comerciali- zação, mais a taxa do lucro, que são função do Preço de Venda - PV. COMO É CALCULADO O PREÇO FINAL OU O PREÇO DE VENDA PV. O Preço de Venda - PV é calculado pela aplicação da fórmula: PV = CD x L 100J (9) 9.2 - CÁLCULO DAS DESPESAS INDIRETAS São basicamente três os itens que compõem as Despesas Indiretas: • Taxa de despesas de administração central; • Taxa de rico do empreendimento; • Taxa de despesas financeiras. 9.2.1 - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL Administração central é um dos componentes das Despesas Indiretas e a ob- tenção de seus dados e a sua comprovação podem ser feitas pelas demonstra- ções contábeis e financeiras constantes do balanço anual da empresa. Uma das questões mais polêmicas no cálculo do LDI / BDI é a determinação da taxa de despesa da administração central. Compor a taxa de administração central não é uma tarefa tão simples quanto parece, pois depende dos gastos de cada empresa que são extremamente variáveis em função do seu porte e dos contratos que administram. A grande questão que se coloca diante do administrador público é saber qual é a estrutura ideal que deve ser exigida da contratada para que ela possa atender com eficiência o contrato a que se propõe a executar. As despesas da administração central são aquelas incorridas durante um de- terminado período com salários de todo o pessoal administrativo e técnico lotado ou não na sede central, no almoxariíado central, na oficina de manuten- ção geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a serviço, veículos, aluguéis, consumos de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel, combustível, refeições, transporte, materiais de escritório e de limpeza, seguros etc. A Administração ou o órgão que for compor o seu BDI para fins de licitação deve avaliar com critério técnico qual a estrutura mínima a ser exigida da empresa, a qual pode comprometer uma boa gestão do contrato e avaliar os gastos a serem aceitos para que ela possa desempenhar dentro da normalida- de a obra que irá executar, sem ser uma taxa estabelecida arbitrariamente. A Taxa de Administração Central " i " é dada pela seguinte fórmula: i = Rac + Deac Onde: Rac = Rateio da Administração Central; Deac= Despesas Específicas da Administração. 9 .2 .1 .1 - Gastos que compõem a administração central Os principais gastos que compõem a administração central são: INSTALAÇÕES DA SEDE • Imóveis (da sede central, filial, depósitos); • Mobiliários (estantes, mesas, cadeiras); • Decoração da sede; • Manutenção dos imóveis. EQUIPAMENTOS • Microcomputador com impressora; • Máquinas de calcular e escrever; • Relógio de ponto; • Aparelhos de ar-condicionado; • Cofre; • Copa (geladeira, fogão, cafeteira); • Televisão, rádio; • Telefones (fixos e celulares); • Veículos para fiscalização e pequenas cargas. MÃO-DE-OBRA INDIRETA e respectivos encargos sociais • Pró-labore de diretores; • Engenheiro de planejamento; • Engenheiro de produção; • Engenheiro de segurança do trabalho; • Engenheiro gerente; • Engenheiro supervisor; • Engenheiros; • Gerente técnico; • Chefe de escritório; • Gerente administrativo-financeiro; • Gerente de pessoal; • Gerente financeiro; • Comprador; • Auxiliar de compras; • Técnico de segurança do trabalho; • Técnico de edificações; • Orçamentistas; • Secretárias; • Recepcionistas; • Auxiliar administrativo; • Auxiliar de almoxarife; • Cozinheira; • Copeira; • Encarregadode armador (oficina central); • Encarregado de carpintaria (oficina central); • Enfermeiro; • Estagiários; • Motoristas; • Vigias e pessoal de segurança; (10) • Zelador; • Auxiliares de limpeza; • Oífice-boys etc. ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE • Ônibus e vale-transporte para o pessoal da sede; • Transporte de pessoal administrativo; • Transporte de diretores e coordenadores; • Alimentação dos funcionários - Vale-refeiçáo. CONSUMOS • Consumos (água, energia, gás, telefones fixo e celular); • Consumo de material de escritório; • Suprimentos de computador (toner, papéis etc.); • Material de limpeza; • Medicamentos; • Correio (cartas e malotes); • Seguros (roubo, incêndio); • Internet; • Cópias; • Taxas mensais/anuais de Creas/ Sindicatos etc. SERVIÇOS TERCEIRIZADOS • Serviços contábeis; • Assessoria jurídica; • Serviços de vigilância. Além dos gastos enumerados existem dezenas de outros que precisam ser computados como despesas da administração central, porém como são mui- tos, por uma questão de simplificação, deixaremos de enumerá-los. Depois de estabelecidos os parâmetros para cada porte de empresa fica mais fácil calcularmos o Rateio da Administração Central para aquela determinada obra especifica. 9.2.2 - RATEIO DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL' Rateio é a parcela de despesa da administração central a ser debitada de uma determinada obra, proporcional ao seu valor estimativo ou segundo os critérios estabelecidos pela direção da empresa. Uma vez obtido o total das despesas mensais da administração central é necessário saber qual é a cota de despesas que caberia a uma determinada obra a ser licitada, levando-se em conta o valor do faturamento mensal da empresa, o valor da licitação, seu provável faturamento, despesas diretas mensal e o prazo de execução. A taxa do rateio da administração central é dada pela fórmula: DMACxFMOxN ___ Rac = x 100 = FMAC x CDTO (11) Onde: DMAC = Despesa mensal da administração central; FMO = Faturamento mensal da obra; N - Prazo da obra em meses, FMAC = Faturamento mensal da administração central; CDTO = Custo direto total da obra. Portanto, o valor da taxa ou o Rateio da Administração Central é determinado em função de todas essas variáveis consideradas, sendo seus resultados finais inversamente proporcionais ao porte e faturamento global das empresas. 9.2.3 - DESPESAS ESPECÍFICAS DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL10 São despesas claramente definidas para atender determinadas obras pagas total ou parcialmente pela administração central. _ Despesas Deac = = (12) CD São despesas a serem pagas pela administração central, porém não entram no rateio por se tratar de serviços específicos voltados para uma determinada obra. Exemplos: • Gerente ou administrador do contrato em tempo parcial ou integral; • Consultores técnicos especializados; • Projetos - detalhamento; • Laudos de auditoria especial; • Despesas de viagem, transporte, hotéis, refeições etc. Dimensionado o total das Despesas Específicas da Administração Central, entra-se na fórmula (10) para obter a taxa de Despesas Indiretas da Admi- nistração Central. 9.3 -TAXA DE RISCO DO EMPREENDIMENTO 11 Aplicável aos contratos de Empreitada por Preços Unitários, Preço Fixo, Global ou Integral. Taxa se aplica para empreitadas por preço unitário, preço fixo, global ou in- tegral, para cobrir eventuais incertezas decorrentes de omissão de serviços, quantitativos irrealistas ou insuficientes, projetos mal-feitos ou indefinidos, especificações deficientes, inexistência de sondagem do terreno etc. Essa taxa é determinada em percentual sobre o custo direto da obra e depende de uma análise global do risco do empreendimento em termos orçamentários. 9.4 -TAXA DE DESPESA FINANCEIRA Aplicáveis para contratos com pagamento a prazo. A taxa de despesa financeira é devida para pagamentos a prazo e compre- ende uma parte pela perda monetária decorrente da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da receita correspondente e a outra parte, de juros correspondentes ao financiamento da obra paga pelo executor. Os custos financeiros serão calculados conforme a fórmula: = |^( l+i )» x ( l + j ) » J - l = (13) Sendo: f = taxa de despesa financeira; i = taxa de inflação média do mês ou a média da inflação mensal dos últimos meses. Não é inflação futura; j = juro mensal de financiamento do capital de giro cobrado pelas instituições financeiras; n = número de dias decorridos. 9.5 -TR IBUTOS 9.5 .1-TRIBUTOS FEDERAIS12 São tributos obrigatórios que incidem sobre o faturamento ou lucro das em- presas dependendo da sua opção contábil. Na opção pelo Lucro Real, a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é o lucro líquido estimado podendo se obter o seu valor pela aplicação das alíquotas desses dois tri- butos, respectivamente de 15,0% e 9 , 0 C o n w a Lei 8666/93 exige que os dados na licitação sejam objetivos e transparentes, para o efeito da composição do BDI serão utilizados os tributos do Lucro Presumido incidindo sobre o faturamento da obra. TRIBUTOS FEDERAIS COM MATERIAL SEM MATERIAL TRIBUTOS FEDERAIS PRESUMIDO LUCRO REA l PRESUMIDO LUCRO R E A l PIS (Programa de Integração Social) 0,65 1,65 (* ) 0,65 1,65 (* ) Cofins (Financiamento da Seguridade Social) 3,00 7,60 (*) 3,00 7,60 (* ) IRPJ (Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas) 1,20 ( * * ) 4,80 ( * * ) CSLL {Contribuição Soaal para Lucro Líquido) 1,08 ( * * ) 2,88 ( * * ) 9.5.4 - COMPARAÇAO DOS TRIBUTOS DO SUPERSIMPLES COM OSTRIBUTOS DO LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL TRIBUTOS LUCRO REAL L. PRESUMIDO SUPERSIMPLES C/ MAT. S/MAT. C/MAT. S/MAT. INDIFERENTE PIS 1.65 (*) 1.65 (*) 0.65 0.65 Alíquota única. Cofins 7,60 (*) 7,60 (*) 3,00 3,00 Depende do valor IRPJ L 5 ( * * ) 1,5(**) 1.20 4.80 da receita bruta CSLL 0,9 ( * * ) 0,9(**) 1.0S 2,88 anual ISS 2.00 ( * * * ) 5,00 2.00 ( * * * ) 5.00 Total 13,65 16,65 7,9325 16,3350 4,50:r. a 15,509o (*) descontar os créditos com materiais - tributos prorrogados até 01/01/2009. ( * * ) aplicar as alíquotas de 15,0*20 e 9,0%, respectivamente, sobre o valor da taxa de Lucro considerado no BDI ou adotar as taxas do Lucro Presumido. 9.5.2 -TRIBUTO MUNICIPAL - ISS Trata-se de um tributo municipal cobrado pela prestação de serviços no local de execução da obra ou de serviço. Cada município estabelece uma alíquota que vai de 2,0 % a 5,0 % sobre a des- pesa de Mão-de-Obra no local de execução da obra. Nas faturas de serviços de execução deverá haver a menção explícita da utilização de materiais e estar indicado o valor correspondente à parcela de mão-de-obra aplicada. No Município de São Paulo a alíquota do ISS é de 5,0'íó sobre a parcela de Mão-de-Obra aplicada. OBS.: Para as faturas dos contratos de obras ou serviços com fornecimento de materiais a alíquota é aplicada somente sobre a parcela de mão-de-obra13 uti- lizada no município onde o serviço é prestado. Portanto, se a sede da empresa fica em outro município deve ser desconsiderado o BDI. 9.5.3 -TRIBUTOS NO CASO DE EMPRESAS OPTANTES DO "SUPERSIMPLES" No caso das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) que sejam beneficiárias do Regime Tributário Simplificado, as taxas a serem con- sideradas são únicas para IRPJ , CSLL, PIS, Cofins e ISS e dependem do valor da Receita Bruta obtida nos 12 meses do exercício anterior conforme a tabela constante do anexo IV da Lei Complementar n5123 de 14/12/2006: RECEITA BRUTA AllQUOTA Até 120.000.00 4.50% De 120.000,01 a 240.000,00 6,54 % De 240.000.01 a 360.000.00 7,70% De 360.000,01 a 480.000,00 8,49 % De 480.000,01 a 600.000.00 8,97 % De 600.000,01 a 720.000,00 9,78% De 720.000,01 a 840.000,00 10,28% De 840.000,01 a 960.000,00 10,78% De 960.000,01 a 1.080.000.00 11,51% De 1.080.000.01 a 1.200.000.00 12,00% De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 12,80% De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 13.25 % De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 13,70% De 1.560.000.01 a 1.680.000.00 14,15% De 1.680.000,01a 1.800.000,00 14,60% De 1.800.000,01 a 1.920.000.00 15.05% De 1.920.000,01 a 2.040.000.00 15,50% De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 15,95% De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 16.40% De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 16,85 % (*) A partir de 01/01/2009 se não houver nova prorrogação. Dessa taxa devem ser descontados os créditos havidos. Atualmente PIS = 0,65% e Cofins = 3,0:;ó. ( * * ) Taxas considerando lucro de 10,0%. ( * * * ) Mão-de-obra considerada 40,050 do valor da fatura. 9.6 -TAXA DE COMERCIALIZAÇÃO É o resultado de todos os gastos não computados como Custos Diretos ou Indiretos, referentes à comercialização do produto mais as reservas de con- tingência ocorridas num determinado período dividido peh faturamento global no mesmo período. Podem ser consideradas como custos de comercialização as seguintes despe- sas: compras de editais de licitação, preparação de propostas de habilitação e técnicas, custos de caução e seguros de participação reconhecimento de firmas e autenticações, cópias xerox e toners de impressoras, emolumentos, despesas cartoriais, despesas com Acervos Técnicos, anuidades/mensali- dades com Crea, Sinduscons e Associações de classe, despesas com visitas técnicas, viagens comerciais, assessorias técnicas e jurídicas especializadas, atmoços e jantares com clientes potenciais, propaganda institucional, brindes, cartões e folhetos de propaganda, comissão de representantes comerciais, placas de obra não apropriadas como custos etc. A taxa de comercialização "c" é obtida pela aplicação da fórmula: 6 c c = FAE Sendo: Gc = Gasto anual em comercialização da empresa; FAE = Faturamento anual da empresa. (14) * Mo Rateio da Adnwilstraçéo Centrai considerar: a média mensal de to<Jos os gastos da estrutura administrativa e operacional da empresa como diretoria, engenheiros de »po>o técnico, gerentes, contador, comprador, contas a pagar, secretária, ofice boy, vigilante, faxin;ira etc. mais todas as despesas administrativas e de consumo do escritório central, levantar o faturamento médio mensal da empresa e o faturamento médio mensal da obra. Determinar oCusto Oireto da obra e o seu praío dc execução e cm seguida aplicar a fórmula da Taxa de Rate* (11). 10 Computar ixi custo o tempo gasto pelo Gerente de Contrato ou Coorderador Geral durante todo o prazo do coniraio, multiplicado peso seu salário mats le is Sociais e dividico pelo Custo Direto, além de outras despesas com refeições, transporte, estadia etc. e demais desresas especificas da obra. 11 Alguns autores chamam de taxa de eventuais ou imprevistos. 17 Alguns órgãos consideram que a totalidade dos participantes tém suas contatxlxlades regidas por lucro Real desconhecendo que as pequenas e médias empresas são legidas na sua maioria peío lucro Presumida, o que está errado. Além disso, há uma corrente de pensamento que considera que a opção pelo lucro Real impossibilita a consideração do 1R'L e CSU no 801. Portanto, como a le i e»ge que os dados sejam objetivos, adota-se para os fms de cálculo do BDI / IOI os impostos do lucro Presumido. " Existe muita controvérsia na questão da base de cálculo para apfccaçãoda alíquota do ISS. Conw a regulamentação da le i federal é feita pelo Legislativo de cada Mtraofeio, a apfccação da alíquota que deveria ser feita apenas sobre a parcela de mão-de-obra cwstante na fatura, algumas prefeituras adotam o critério de calcular sobre o valor da latura, dcsconiadas as compras dc materiais demonstradas pelas Nolas Fscais e cm alguns casos alíquotas aplicadas sctire o valor total das faturas, contrariando a legislado federai. 9 . 7 - L U C R O OU BENEFÍCIO Lucro ou Benefício é uma parcela destinada a remunerar o custo de oportuni- dade do capital aplicado, a capacidade administrativa, gerencial e tecnológica adquirida ao longo de anos de experiência no ramo, a responsabilidade pela administração do contrato e condução da obra pela estrutura organizacional da empresa e investimentos na formação profissional do seu pessoal e a cria- ção da capacidade de reinvestir no próprio negócio. Quando falamos em lucro como componente do BDI precisamos saber de que lucro estamos falando perante a legislação em vigor. Segundo os tratadistas o lucro é o retorno positivo de um investimento feito por um indivíduo ou uma pessoa de negócios. Conforme os princípios da Economia, o lucro pode ser originário do exercício de uma atividade (lucro operacional) e do crédito (lucro da gestão econômica). Pela estrutura de Demonstrações Contábeis de resultados utilizados no Brasil, o lucro é desdobrado nos seguintes tipos: lucro Bruto: diferença positiva entre Receitas e Despesas (Art. 2 7 8 - RIR/99); lucro Operacional: diferença positiva entre lucro bruto e despesas opera- cionais; lucro não Operacional: resultado positivo das receitas e despesas não ope- racionais; lucro líquido: diferença positiva do lucro bruto menos o lucro operacional e o não operacional (art. 247 RIR/99); Lucro a ser distribuído: lucro líquido menos a Reserva de Lucros ou compen- sada com Prejuízos Acumulados. Além disso, a legislação tributária brasileira criou, entre outros, mais duas modalidades de Lucro que vão compor o BDI/LDI: Lucro Presumido: resultante da aplicação de alíquotas do IRPJ e CSLL sobre determinada base de cálculo, proporcional à receita bruta de pessoas jurídi- cas (Art. 516 do Decreto n« 3000/99); 10 - TABELA DE COMPOSIÇÃO DO BDI TAXAS MÍNIMAS E MÁXIMAS A CONSIDERAR NO CÁLCULO DO BDI Lucro Real: é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas pelo Decreto n° 3.000/99 (Art. 247); Portanto, quando falamos de lucro na composição do BDI para empresas op- tantes do Lucro Real não é simplesmente o Lucro líquido como muitos acredi- tam ser, mas devem ser consideradas todas as adiçces e exclusões referidas nos artigos 249 e 250 do Decreto n° 3.000/99 de modo que o estabelecimento da sua taxa não pode ser feito ao sabor da subjetividade; O lucro aqui considerado não trata apenas do rendimento líquido que sobrou de todas as operações que envolvem os gastos da enpresa, mas incorporam os gastos não previstos nas adições e exclusões qie definem o conceito de lucro líquido, previstos na legislação (Art. 247 - RIR/99) . É por isso que a sabedoria dos nossos antecessores passou a chamar esse tipo de lucro de "Benefício" para diferenciar do conceito de lucro líquido, sem as obrigações empresariais inerentes a sua responsabilidade econômica e social. Finalmente, podemos considerar que devido aos enormes riscos financeiros envolvidos numa empreitada de construção, os benefícios embutidos a que já nos referimos e a sua complexidade em estabelecer jarâmetros matemáticos que possam chegar a algum número objetivo e considerando que o significado do Lucro a ser utilizado na composição do B D I , no caso de empresas optantes do Lucro Real, tem no seu conteúdo componentes que extrapolam a simples conceituaçáo do Lucro líquido com todos os ajustes, edições e exclusões cons- tantes do Decreto n5 3.000/99, e, considerando o valor médio de todas as avaliações apresentadas pelos vários setores interessados, concluímos que a taxa de Lucro a ser atribuída no BDI deva ficar em torno de 10,0% (dez por cento) qualquer que seja o tipo e montante da obra considerada, podendo ter variações de 5,0% (cinco por cento) para mais ou para menos. CONCLUSÃO Os exemplos apresentados estão sujeitos à revisão em decorrência de alte- rações nas leis vigentes, bem como nas mudanças de alíquotas dos tributos determinadas pela legislação previdenciária, tributá ia e fiscal. Qualquer dú- vida ou contribuição sobre o tema poderá ser enviada diretamente ao Eng. MaçahicoTisaka - Email: mtisaka@hotmail.com. ITEM DISCRIMINAÇÃO TAXAS A CONSIDERAI PROCEDIMENTO OBRAS CALCULADAS COM TAXAS MÍNIMAS - BOI 1 Administração central 10.00 20,00 soma 110 ,00 10,00 1.1 Rateio da administração central 9,00 15.00 ícalcular 9,00 9.00 1.2 Despesas específicas 1,00 5,00 calcular 1,00 1,00 2 Taxa de risco 1,00 5,00 estimar J 1 . 0 0 1.00 3 Despesa financeira 2,00 5,00 calcular 12,00 2,00 1 4 Tributos 7,93 21,93 soma 17.93 8,05 4.1 PIS 0,65 1,65 definido J Õ . 6 5 0,65 <*) 4.2 Cofins 3,00 7.60 definido J 3 . 0 0 3,00 (* ) 4.3 IRPJ 1,20 4,80 definido 1,20 1.5 ( * * * ) 4.4 CSLL 1,08 2,88 definido 1,08 0,9 ( * * * ) 4.5 ISS 2,00 5,00 estimar 2,00 (*) 2,00 (* ) 5 Taxa de Comercialização 2,00 5,00 calcular 2,00 2,00 6 Lucro 5,00 15,00 valor médio 10,00 10,00 BDI - Aplicar a fórmula ( 1 ) calcular 41,52 % 41,74 % OBS.: (*) ISS de 590 (base São Paulo) aplicado sobre M.O. de 40,0% do valor da fatura. ( * * ) Até 01/01/2009. Depois se não forem prorrogadas as taxas passam a ser respectivamente 1,65% e 7,6%. ( * * * ) Aplicadas respectivamente alíquotas de 15,0% e 9,0Üc sobre a taxa de 10,0*30 do Lucro. A ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO E OS SERVIÇOS DE FÔRMAS, ARMAÇÃO E Figura 3 - A unidade dc estrutura como demandante de metro quadrado dc fôrmas, quilograma dc armação c metro cúbico dc concrctagcm. A estrutura é um dos principais subsistemas do edifício, tendo grande impor- tância técnica, por responder pela estabilidade da obra, e econômica, na medi- da em que representa parte significativa dos custos de construção. Dentre as opções para a constituição da estrutura, o concreto armado tem sido uma das alternativas mais adotadas em nosso País. E, ao se discutirem as estruturas de concreto armado, três partes devem ser analisadas: a ma- triz de concreto; as armaduras de aço; e o molde representado pelas fôrmas. Enquanto concreto e aço fazem parte do produto final, o molde (produto inter- mediário) não pode ser desprezado, seja porque tem estreita relação com a qualidade das peças moldadas ou seja pela representatividade nos custos da estrutura (figura 1). Do ponto de vista dos serviços que permitem a moldagem da estrutura de concreto armado, em função da existência dessas três "partes" do produto, fala-se em três "serviços" sendo demandados: o de fôrmas; o de armação; e o de concretagem. Portanto, na medida em que se pretende entender os custos de uma estrutura de concreto armado, é importante conhecer-se a demanda relativa a cada um dos três serviços (fôrmas, armação e concretagem) por unidade de estrutu- ra que se pretende executar. Enquanto comuniente se mensura estrutura em metro cúbico, as fôrmas são avaliadas em metro quadrado, a armação em quilograma e a concretagem em metro cúbico. As quantidades de cada serviço podem variar em função da concepção da estrutura; assim é que, no caso de uma estrutura convencional (com pilares Figura 1 - A estrutura dc concreto armado como a soma: a) do molde; b) da armadura; c c) do concreto. Figura 2 - A oecuçào da estrutura como o resultado de três serviços: a) execução d<s fôrmas; b) armação; c c) concrctagjm. Sistema de fôrmas montado "Gaiola" de armadura Figura 4 - Estrutura dc concreto: a) convencional; b) com laje plana. Figura 5 - Visão analítica na abordagem da estrutura de concreto armado: a torre com os andares-tipo estudada em separado em relação aos subsolos/periferia dc um edifício. não muito espaçados, presença razoável de vigas, e lajes de espessura mode- rada), tem-se mais fôrmas por metro cúbico de estrutura que numa tipologia estrutural do tipo laje plana. Além do partido estrutural adotado pelo proje- tista, o próprio edifício pode ter porcentagens dos três serviços diferentes nas diferentes partes que o compõem; assim é que se podem ter diferenças significativas ao se analisar a estrutura da torre e a da periferia do edifício. Para fins de balizamento do processo de orçamentação (que pode subsidiar várias decisões: a relativa aos custos esperados; mas também as relativas às escolhas de tipologias estruturais; dentre outras), mostram-se, no texto a se- guir, para a torre da edificaçao: as demandas por serviços de fôrmas, armaçao e concretagem, tanto por unidade de estrutura (m3 de estrutura) quanto por unidade de área de construção (m? construído); e as produtividades medianas para cada serviço e para a estrutura como um todo. Os números que serão mostrados foram levantados num conjunto de obras de boas empresas, repre- sentando desempenhos considerados bons em tenros do mercado nacional. Há, no entanto, que se ter sempre em mente que números medianos são uma boa referência para as obras em geral, mas que cada obra específica deve analisar suas condições particulares para ainda aprimorar as previsões que os números aqui citados podem proporcionar. Para análises mais detalhadas da demanda por mão-de-obra e materiais na execução ce estruturas de concreto armado, recomenda-se a leitura das seções relativas à produtividade variável nos serviços de fôrmas, armação e concretagem. No que se refere à periferia da edificação, cabe citar que são encontrados indi- cadores bastante variáveis; os números aqui mostrados representam situação encontrada em edifícios de múltiplos pavimentos de área construída relevante. Apresentam-se valores medianos para as demandas por fôrmas, armação e concretagem, tanto em função do metro cúbico de estrutura de concreto ar- mado quanto por metro quadrado de construção a que se associam. ESTRUTURA DA TORRE DE UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS A tabela 1 mostra a quantidade de serviço de fôrmas,armação e concretagem, demandados para a execução de 1 m3 de estrutura de concreto armado usu- al, para o caso de um edifício de múltiplos pavimemos, adotando concepção convencional. Tabela 1 - Demanda usual pelos serviços de fôrmas, armação c concretagem para a execução de 1 m 3 de estrutura de concreto armado. OEMANOA PARA 1 M» OE ESTRUTURA SERVIÇO UNIDADE MlN. MED. MÁX. Fôrmas m? 8,01 9,01 12,52 Armação kg 81,78 91,68 160,00 Concretagem m' 1,00 1,00 1,00 A tabela 2 também mostra a demanda pelos três serviços necessários à exe- cução da estrutura de concreto armado; tal demanda, agora, é expressa em termos do metro quadrado de área construída. Tabela 2 - Demanda usual pelos serviços de fôrmas, armação e concretagem para a execução da estrutura de concreto armado relativa a 1 m 2 de construção. DEMANDA PARA 1 M' DE CONSTRUÇÃO SERVIÇO UNIDADE MlN. MED. MÁX. Fôrmas 1,99 2,17 2,58 Armação kg 19,70 22,69 39,38 Concretagem m3 0,17 0,24 0,31 A tabela 3 indica os consumos medianos de mão-de-oJra, separadamente para fôrmas, armação e concretagem, mas também conjuitamente para a estrutu- ra de concreto armado como um todo, para o caso de execução de 1 m3 de es- trutura de concreto armado. Tal demanda por mão-de-obra para confecção da estrutura é também expressa em termos do metro quadrado de construção. As melhores soluções em fôrmas para concreto e escoramentos metálicos atendimento comercial em todo o Brasil fórmoi ondoimw• ncoromertfoi Q800 282 2125 W W W . S h . C O m . b r A ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO E OS SERVIÇOS DE FÔRMAS, ARMAÇÃO E CONCRETAGEM Tabela 3 - Demanda usual por mão-de-obra para a confecção da estrutura de concreto armado (por metro cúbico de estrutura e por metro quadrado de construção). DEMANDA POR MÃO-DE-OBRA PARA A EXECUÇÃO DA ESTRUTURA SERVIÇO POR M' DE ESTRUTURA POR M' DE CONSTRUÇÃO Fôrmas 5,36 1,34 Armação 4,68 1,10 Concretagem 1,65 0,40 Estrutura como um todo 11,69 2,84 ESTRUTURA DA PERIFERIA DE UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS A tabela 4 mostra a quantidade de serviço de fôrmas, armação e concretagem, demandada para a execução de 1 m3 de estrutura de concreto armado usual, para o caso da periferia de um edifício de múltiplos pavimentos, adotando concepção convencional. Tabela 4 - Demanda usual pelos serviços de fôrmas, armação e concretagem para a execução de 1 m J de estrutura de concreto armado da periferia da edificação. SERVIÇO UNIDADE DEMANDA POR W DE ESTRUTURA Fôrmas m? 9,55 Armação kg 92,60 Concretagem m J 1,00 A tabela 5 também
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