Buscar

Pesquisa Científica no Brasil Resenha Crítica sobre Podcast Mamilos 157

Prévia do material em texto

2
FACULDADE PITÁGORAS
CURSO DE DIREITO
WANDER DE SOUZA
PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL
POÇOS DE CALDAS 
2019
WANDER DE SOUZA
PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL
UM PODCAST PARA QUEM SE PREOCUPA COM A CIÊNCIA
Resenha apresentada de um Podcast para obtenção de nota no 1º bimestre do curso de Direito na disciplina de Metodologia Científica. 
Orientadora: Clareana Serena Chiminte
POÇOS DE CALDAS 
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 03
2. PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL ................................................................. 04
3. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 08
INTRODUÇÃO
	Resenha crítica sobre o Podcast número 157 de Mamilos. Este podcast aborda o tema da Pesquisa Cientifica no Brasil, e a influência que a da Lei do Teto dos Gastos tem sobre os investimentos em pesquisa e ciência. Unem professores, doutores, mestres, pesquisadores, entre outros para um debate aprofundado do assunto. É apontado a importância do investimento em pesquisa científica, e como isso pode levar um país ao desenvolvimento. Apresentado as falhas no governo e na distribuição de verba, e o caminho para que o Brasil conquiste seu espaço na área.
PESQUISA CIENTÍFICA NO BRASIL
UM PODCAST PARA QUEM SE PREOCUPA COM A CIÊNCIA.
	Mamilos é um podcast oferecido por B9 e apresentado por Cris Bartis e Juliana Wallauer, é um podcast critico, informativo e didático. É um podcast semanal que busca nas redes sociais os temas mais debatidos e polêmicos e traz para mesa um aprofundamento do assunto. Apresentamos os diversos argumentos e visões para que os ouvintes formem opinião com mais embasamento.
Neste podcast em especifico sobre a Pesquisa Científica no Brasil, é reunido à mesa Altay Alves Lino de Souza, psicólogo com mestrado e doutorado pela USP; Naira Bonifácio, vice-presidente da SciBr Foundation; Carlos Hotta, professor doutor do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP; e Vladimir Telles, professor na FGV com pós-doutorado em economia. Além disso, temos participações especiais de Heitor Machado, Ricardo Balistiero, Hugo Aguillano e Gabriela Sobral.
Em 2017, o governo cortou 44% do orçamento previsto para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, dos R$ 5,8 bilhões previstos, só R$ 3,4 bilhões foram liberados. Para se ter um parâmetro de comparação, em 2010 o orçamento era de 10 bilhões de reais. Um dos projetos de maior visibilidade, o Ciência Sem Fronteiras, que enviou 94 mil graduandos e pós-graduandos brasileiros para instituições de ponta no exterior, deixou de existir em 2017. O Conselho Superior da Capes publicou uma nota alertando sobre o risco de paralisação nas atividades e pedindo ao governo federal que impeça a redução nas verbas. O conselho afirma que a diminuição no orçamento vai causar descontinuação de 200 mil bolsas de pesquisa científica, interromper projetos de formação e programas de cooperação internacional, prejudicando a imagem do Brasil no exterior. Questionar o investimento público em pesquisa não é pauta só no Brasil, nos EUA tentaram cortar no ano passado o orçamento para ciência e tecnologia e os dois partidos foram contra e aumentaram. A Alemanha também. A visão destes países é que é através do investimento em ciência que se supera crises. Temos que entender melhor o cenário do país para o desenvolvimento para a ciência, quais são os entraves, quais são os nossos erros e onde estamos conquistando significativos avanços. Segundo Ricardo Balistiero, para que a PEC funcione, o governo teria que fazer políticas públicas, começando pela reforma da previdência. Ciência é necessária para qualquer país que queira progredir. Segundo Altair, graças a ciência e tecnologia a vida de todos melhoram, mesmo se falando em relação aos empregos, que muitos temem perder devido as inovações, como exemplo temos a máquina de escrever, que segundo os dados a população que dependia disso evoluiu junto e não gerou nenhum desemprego.
Cientista gosta de resolver problemas, e o país precisa usufruir disso a seu favor. Como exemplo, graças a pesquisadores da USP, a polícia conseguiu incinerar uma grande quantidade de cigarros que foram apreendidos, sem que traga prejuízos. A ciência lida com o desconhecido, sem certezas.
A Aids foi descoberta sem que tenha total sentido o investimento na pesquisa, foi curiosidade de dois pesquisadores que resolveram estudar o que ninguém se importava. Ciência não é gasto é investimento. A China decidiu investir em pesquisa, querendo ser referencia em pesquisa bioquímica e hoje conseguiu e teve um desenvolvimento generoso em relação a isso. Hoje o Brasil é líder do agronegócio graças a pesquisa aplicada direcionada a agronegócio. 
A questão é, como usar o dinheiro, em coisas boas, pesquisas que vão ter impacto na sociedade. A verba destinada a pesquisa científica no Brasil é gasta de forma errônea, existem pesquisadores que recebem sem fazer nada, recebem por 40 horas semanais, porem trabalham apenas 2 horas semanais na pesquisa, e o resto fazem consultorias por fora. Outro problema é fazer com que o dinheiro chegue à mão do pesquisador no setor público. Em um relatório de 2014, foi publicado que 1.3% do PIB é investido em pesquisa. A média de investimento é 50% público e 50% privado, segundo cientistas teriam que ser 2% para que isso tenha maior retorno. O Brasil está muito abaixo da média de investimento em pesquisa em comparação aos outros países, mas a culpa em tese é do investimento privado, que segundo dados, em países de referência em pesquisa, 70% da verba arrecadada para o investimento em pesquisas científicas vem do investimento privado. Existe incentivo público para que empresas invista em pesquisa, infelizmente, na pratica não funciona e parece não ser o suficiente. 
A iniciativa privada tem a vantagem de ter um grau de responsabilidade e grau de liberdade maior, onde pode ser investido mais dinheiro. Ela é de extrema importância para a pesquisa cientifica. A maioria das inovações foram por meio da iniciativa privada. Como exemplo, a exploração espacial, que enquanto se “rasgava dinheiro”, nenhuma iniciativa privada queria investir, de certo tempo pra cá todos se interessam pois veem possibilidade de lucros próximo. Com incentivos adequados temos resultados melhores. Infelizmente os institutos privados sofrem com o excesso de intervencionismo do governo, onde eles priorizam as pesquisas de universidade pública, dificultando o progresso da pesquisa cientifica. 
Outro problema é a dificuldade em registrar uma patente e toda a burocracia do Brasil. Diversos cientistas estão saindo do Brasil, por culpa da burocracia. A burocracia impacta diretamente na nossa economia. É contraditório, mas tive até a criação Ministério da desburocratização. Há também a concepção de que universidade pública não pode ganhar dinheiro. Existe uma briga orçamentária desnecessária na Universidade pública. 
Dentro da faculdade existe uma perda de eficiência, pesquisadores que não fazem pesquisa e são contra pois querem ganhar o mesmo que quem está produzindo. Há também a questão de incentivo perverso, onde tem uma ineficiência em metas de produção, se sua remuneração está atrelada a suas publicações, força o pesquisador a burlar, e publicar artigos sem contribuição real, ou valorosa a ciência. Devemos ver a consistência ao invés da quantidade de publicações. Os pesquisadores não conseguem focar em uma pesquisa, pois precisa gerar o que o governo quer para arrecadar dinheiro. 
Nas universidades o método de seleção seletiva dos docentes, é ineficaz, os docentes deveriam ter maiores critérios para convidar um aluno para pesquisa, o docente deveria ser gestor de pessoas, chega a ter 5 papeis sem ser preparado pra isso. Falta gestão de competências dentro da universidade, há sobre carregamento dos docentes, uma ancora quepuxa pra traz, problemas estruturais. Essas e outras questões políticas pesam muito no cenário atual.
Apesar do brasil não fazer boa ciência, tem bons cientistas que fazem bem o seu trabalho. A ciência é produzida por estudantes, a produção de fato é pelos estudantes, e precisam de boa estrutura, a melhor que temos. Tivemos 12 anos de expansão direta, e hoje a qualidade dos pesquisadores no mercado melhorou muito, o sistema melhorou muito em questão de resultados e seleção. Os dados de impacto vêm muitas vezes dos novos pesquisadores, apesar da falta de instituição de qualidade no Brasil todo. Ë necessário intender que ciência é um investimento de longo prazo. Falta planejamento onde queremos chegar. Se não há de onde cortar gastos, acaba cortando onde não deveria, mas se corta gasto de um lado, tem receita de outro lado, devemos abrir as portas para que as universidades ganhem dinheiro, pois são experts no que fazem. Pois quando aperta o calo, sai os maiores gênios, e ficam os acomodados. O brasil tem que ser capaz de inserir os incentivos corretos. Os melhores pesquisadores saem das universidades pois as perspectivas não são tão boas. O desafio de administrar não é fácil, mas segundo dados, para cada 1 real investido, gera um aumento de 1.4 reais no produto interno bruto. Como pode ser tão fácil cortar fundos da ciência? A população e o governo não entendem a diferença de investimento e gasto, para a sociedade qualquer investimento é gasto público e é algo ruim. A ciência é o caminho para que as economias saiam da miséria, se desenvolvam. A ciência é tudo.
Este é um podcast muito intuitivo, e esclarecedor, mas falha na parcialidade, em relação a exatas e humanas, foram colocados à mesa apenas especialistas na área de exata, o que certamente influencia na mensagem passada para o ouvinte. É muito abordado a questão de ciência gerar dinheiro, porém para a área de humanas vai muito além disso. Enquanto que para os participantes deste podcast tudo está relacionado a verbas e ganhar e gerar dinheiro, para pesquisadores de humanas é mais importante a contribuição, o conhecimento, e o impacto que aquilo devera ter na sociedade. É um podcast interessante, concordo em boa parte dos fatos, mas falha neste quesito de diversidade de pensamentos. Foi um podcast voltado para o investimento na ciência e tecnologia, ignorando totalmente a parte de humanas, tantas pesquisas importantes para intender como sociedade, e como evoluímos, que foram ignoradas no podcast inteiro.
CONCLUSÃO
A pesquisa científica é muito importante para o desenvolvimento da sociedade e do país. Há no Brasil uma série de fatores que influenciam para que a pesquisa científica não cresça como deveria ser. Existem muitos pontos a serem melhorados, como, a conscientização da população quanto a importância do investimento em pesquisas científicas; mudanças no gerenciamento da verba destinada a isso, acabando com as metas por publicações, exigindo critérios mais rigorosos e resultados mais impactantes, sem esquecer que a ciência estuda o desconhecido, então é mais que comum cometerem erros, e isso não deve influenciar no investimento; o governo tem que criar medidas e incentivos mais eficientes para que o iniciativa privada queira investir mais. O governo, os próprios pesquisadores, e a população devem valorizar a pesquisa científica, e apoiar o investimento. Apesar dos os vários pontos que precisam ser melhorados, a ciência no Brasil está no caminho certo, o investimento publico está na média, só precisamos da ajuda do privado. Temos ótimos cientistas que precisam de liberdade e acima de tudo auxilio nos seus descobrimentos e todos os tramites legais que envolvem, precisamos lembrar que a pesquisa científica não gira somente em torno do lucro material, mas sim do conhecimento adquirido e do valor futuro que todo esse conhecimento pode nos render.

Continue navegando