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Teoria Microeconômica Mercados

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Questões resolvidas

Concorrência perfeita e Monopólio

a) Apenas a Seção 1 aborda a análise de mercados competitivos.
b) A Seção 1.1 trata exclusivamente da Concorrência Perfeita.
c) A leitura do Capítulo 1 - Aspectos Preliminares é recomendada para entender a concorrência perfeita e o monopólio.
d) A maximização do lucro em mercados competitivos é abordada na Seção 1.2.

Quais são as principais características de um mercado competitivo?

a) Questão não respondida na questão.
b) Questão não respondida na questão.
c) Questão não respondida na questão.

Explique a importância da variável “preço” para o modelo de Bertrand.

Em relação aos jogos na teoria econômica, qual é a definição de estratégia?

a) Um plano contingencial que especifica as ações possíveis de tomar em todos os momentos em que o jogador for convidado a jogar.
b) A regra para participar de um jogo.
c) O benefício que o jogador obtém para cada resultado do jogo.
d) A que maximiza o payoff de um jogador.

Nestas condições, como ficará o mercado de ingressos de cinema?

A) O preço dos ingressos de cinema permanecerá inalterado.
B) O preço dos ingressos de cinema aumentará para R$ 6,75.
C) O preço dos ingressos de cinema aumentará para R$ 6,82.

Quando há externalidades, o interesse da sociedade em um resultado de mercado vai além do bem-estar dos compradores e dos vendedores que participam do mercado; pois passa a incluir também o bem-estar de terceiros que são indiretamente afetados.

1. No estudo das falhas de mercado, podemos notar que a alocação ineficiente dos recursos de produção gera as chamadas externalidades, isto é, quando a ação de um indivíduo tem influência em um terceiro. Sendo assim, podemos entender que: a) O mercado sempre estará em equilíbrio no curto prazo. b) O preço de mercado sempre reflete todos os custos de produção. c) No custo social temos os custos privados e externos para uma produção. d) O valor social de um bem é sempre inferior ao valor privado. e) Nas externalidades positivas, a

a) O mercado sempre estará em equilíbrio no curto prazo.
b) O preço de mercado sempre reflete todos os custos de produção.
c) No custo social temos os custos privados e externos para uma produção.
d) O valor social de um bem é sempre inferior ao valor privado.
e) Nas externalidades positivas, a

Um dos principais estudos sobre externalidades é a aplicação de políticas públicas que têm por missão a garantia do bem-estar social de toda a população. Deste modo, o governo, por meio da sua política pública, poderá solucionar uma externalidade negativa. Deste modo:
a) Um imposto corretivo (que é conhecido como imposto de Pigou) poderá inibir a emissão de poluição no meio ambiente.
b) As licenças para poluição (direito de poluir) não têm capacidade de fixar as quantidades para emitir poluentes.
c) No caso do imposto de Pigou, os agentes econômicos não têm condição de aplicar a ideia de custo de oportunidade nas suas decisões;
d) As licenças de poluição podem ser negociadas apenas via sistema público, ou seja, pelo governo.
e) O uso de medidas tributárias sempre será mais eficiente do que medidas como regulamentações e licenças.

Quando as empresas anunciaram a possibilidade de fusão, o governo entrou na justiça alegando truste e impediu (pelo menos temporariamente) a união entre as empresas. O governo alegou que a junção entre as empresas representaria uma gigante no mercado de chocolates, que poderia exercer fortes influências nos resultados de mercado. A título de ilustração, tivemos outros dois exemplos que fogem à regra. O primeiro exemplo trata da criação da Ambev, a gigante cervejeira do Brasil. Quando a Brahma, a Antarctica e a Skol anunciaram a fusão, todos os analistas de mercado acreditavam que o governo faria uso da lei antitruste, pois visivelmente ela poderia exercer grandes influências no mercado. Contrariando todas as expectativas, o governo aprovou a fusão.

3. (FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Economia) É CORRETO afirmar que o mercado apresenta uma estrutura em concorrência perfeita quando: a) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada de novas firmas no mercado. b) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada de novas firmas no mercado. c) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; as firmas poderão influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; não existem barreiras à entrada de novas

Os modelos em questão são úteis, pois desenvolvem hipóteses para o desenrolar do raciocínio e podem facilitar a compreensão do comportamento das empresas diante da concorrência. Assim, vamos dar início à seção 2.2, onde trataremos da estrutura de mercado conhecida como competição monopolística. Bom aprendizado! Concorrência monopolística e oligopólio Seção 1 Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo Como vocês verão, a competição monopolística apresenta algumas características que remetem aos mercados competitivos, e outras características que se assemelham ao monopólio, contudo, indústrias monopolisticamente competitivas não se encaixam, em sua plenitude, no modelo competitivo e nem no de monopólio. Mankiw (2009, p. 331) cita o mercado de livros: quando você vai até uma livraria, pode encontrar uma infinidade de títulos e autores, o que o faz parecer competitivo, e como qualquer autor pode entrar no segmento, bastando escrever um livro, não se trata de um mercado altamente lucrativo. Por outro lado, cada livro é único, e as editoras têm alguma liberdade de escolha quanto ao preço que cobram, parecendo assim um mercado monopolístico. O exemplo apresentado pelos autores trata do mercado de livros, mas também pode ser aplicado a inúmeros outros mercados, como é o caso de artigos de luxo. No mercado de acessórios de luxo, nós podemos encontrar vários produtos semelhantes à nossa disposição, só que alguns dos acessórios disponíveis no mercado pertencem a marcas renomadas, e com isso (massificação da marca na mente dos consumidores), os clientes não conseguem enxergar uma concorrência, e passam a ver aquele produto como único, sem concorrência. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 374), um mercado monopolisticamente competitivo possui duas características-chave: Sobre elasticidade cruzada da demanda, você pode consultar o livro de Pindyck e Rubinfeld (2006, p.126). 1. As empresas competem vendendo produtos diferenciados, altamente substituíveis uns pelos outros, mas que não são, entretanto, substitutos perfeitos. Em outras palavras, as elasticidades cruzadas de suas demandas são grandes, mas não finitas. 2. Há livre entrada e livre saída: é relativamente fácil a entrada de novas empresas com suas próprias marcas e a saída de empresas que já atuam no mercado, caso seus produtos deixem de ser lucrativos. Assim como ocorre no monopólio, na competição monopolística as empresas apresentam curvas de demanda decrescentes. Por isso elas possuem poder de monopólio, mas isso não implica lucros extremamente altos, isso ocorre porque existe a livre entrada e saída do mercado, o que faz com que a possibilidade de obter lucro estimule outras empresas a participarem do mercado, o que reduzirá os lucros econômicos. A seguir, voltaremos nossa atenção para a maximização do lucro da empresa competitivamente monopolística, e seu equilíbrio no curto e no longo prazo. 1.1 A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo Conforme já dito, a empresa competitivamente monopolística se assemelha, em muitos aspectos, ao monopólio. O processo de maximização de lucros tem início a partir do momento em que a curva de custo marginal (RMg) se iguala à curva de receita marginal (CMg), e, com base na curva de demanda (como comentado no parágrafo anterior, é decrescente), ocorre a definição dos preços que serão praticados. No caso do gráfico 2.1 temos as curvas de Custo Marginal, Custo total médio, Demanda e Receita marginal. No exemplo em questão, percebe-se que o preço supera o custo total médio, de modo que a empresa obtém lucro. Agora, vamos apresentar o gráfico 2.2, que mostra o equilíbrio da empresa competitivamente monopolista em uma situação de prejuízo: Fonte: O autor (2015). Gráfico 2.1 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de lucro Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no curto prazo, e em situação de obtenção de lucro, consultar o livro: Mankiw (2009, p. 335). 1.2 A empresa monopolisticamente competitiva no longo prazo Uma situação como a que foi representada nos gráficos 2.1 e 2.2 pode não durar muito tempo, principalmente o que foi descrito no gráfico 2.1, isso porque, quando empresas apresentam lucros, existe um incentivo para que novas empresas entrem no mercado para ofertarem seus produtos No gráfico 2.2, o preço é inferior ao custo total médio, assim, a empresa não é capaz de obter lucro, o máximo que ela pode fazer é tentar reduzir os prejuízos. De acordo com Mankiw (2009, p. 334): “Uma empresa monopolisticamente competitiva escolhe sua quantidade e seu preço da mesma maneira que o monopólio. No curto prazo, esses dois tipos de estrutura de mercado são semelhantes”. Fonte: O autor (2015). Gráfico 2.2 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de prejuízo Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no curto prazo e em situação de prejuízo, favor consultar o livro: Mankiw (2009, p. 335). Essa entrada aumenta o número de produtos dentre os quais os clientes podem escolher e, com isso, reduz a demanda da empresa para cada empresa já presente no mercado. Em outras palavras, o lucro incentiva a entrada, a qual desloca para a esquerda as curvas de demanda com que deparam as empresas já existentes. À medida que cai a demanda pelos produtos dessas empresas, seus lucros diminuem (MANKIW, 2009, p. 334). De forma contrária, quando as empresas apresentam prejuízos, como no gráfico 2.2, muitas empresas que estão no mercado sofrem um incentivo para sair. De acordo com Mankiw (2009, p. 334): O processo de entrada e de saída das empresas no mercado continua até que as empresas tenham lucro econômico igual a zero. Voltando à hipótese de existir a possibilidade da entrada de novas empresas no mercado, temos o gráfico 2.3, que ilustra o equilíbrio dos competidores monopolísticos no longo prazo: Com a saída de empresas, os clientes têm menos produtos para escolher. Essa queda do número de empresas aumenta a demanda para as empresas que continuam no mercado. Em outras palavras, os prejuízos incentivam a saída e esta desloca as curvas de demanda das empresas remanescentes para a direita. Com o aumento na demanda pelos produtos das empresas remanescentes, estas passam a ter lucros crescentes (isto é, prejuízos decrescentes). Fonte: O autor (2015). Gráfico 2.3 – Competição monopolística no longo prazo No gráfico 2.3, fica evidente que a curva de demanda e a curva de custo total médio são tangentes, isso leva a um lucro econômico igual a zero. Também fica evidente que esse ponto de tangência se dá na mesma quantidade em que a receita marginal se iguala ao custo marginal, uma análise mais aprofundada implica que o alinhamento desses pontos se torna necessário, pois a quantidade (no gráfico representada pela letra Q) é a quantidade que maximiza o lucro, e o lucro é igual a zero no longo prazo. Contudo, vale ressaltar que, como as empresas podem ter custos diferentes, e algumas marcas podem se sobressair em relação a outras, elas podem cobrar preços diferenciados pelos seus serviços e produtos, e com isso (em alguns casos) obter lucros. De forma resumida, são duas as características que descrevem o mercado monopolisticamente competitivo em seu equilíbrio de longo prazo: Sobre o equilíbrio de longo prazo da empresa monopolisticamente competitiva, você pode consultar o livro: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 375-376). • Como no mercado monopolista, o preço é superior ao custo marginal. Essa conclusão surge porque a maximização do lucro requer que a receita marginal seja igual ao custo marginal e porque a curva de demanda de inclinação descendente faz com que a receita marginal seja inferior ao preço. • Como no mercado competitivo, o preço é igual ao custo total médio. Essa conclusão sugere que as livres entradas e saídas levam o lucro econômico a zero (MANKIW, 2009, p. 335). 1.3 Competição Monopolística, eficiência e bem-estar Do ponto de vista do bem-estar, a concorrência perfeita é mais desejável, dada a sua eficiência. Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 376) ressaltam que “[...] desde que não

No jogo da política monetária, qual é outro objetivo importante perseguido pelo Bacen além de cumprir a meta de inflação?

a) A estabilidade cambial.
b) A redução do desemprego.
c) A credibilidade.
d) O controle da balança comercial.

2. Em um jogo sequencial, no qual uma empresa se posicione como primeira, sua estratégia é caracterizada como um movimento estratégico. Porém, o movimento estratégico limita a flexibilidade do jogador e, mesmo assim, lhe confere uma vantagem. Por quê? De que forma um movimento estratégico pode dar a um jogador uma vantagem durante as negociações?

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Questões resolvidas

Concorrência perfeita e Monopólio

a) Apenas a Seção 1 aborda a análise de mercados competitivos.
b) A Seção 1.1 trata exclusivamente da Concorrência Perfeita.
c) A leitura do Capítulo 1 - Aspectos Preliminares é recomendada para entender a concorrência perfeita e o monopólio.
d) A maximização do lucro em mercados competitivos é abordada na Seção 1.2.

Quais são as principais características de um mercado competitivo?

a) Questão não respondida na questão.
b) Questão não respondida na questão.
c) Questão não respondida na questão.

Explique a importância da variável “preço” para o modelo de Bertrand.

Em relação aos jogos na teoria econômica, qual é a definição de estratégia?

a) Um plano contingencial que especifica as ações possíveis de tomar em todos os momentos em que o jogador for convidado a jogar.
b) A regra para participar de um jogo.
c) O benefício que o jogador obtém para cada resultado do jogo.
d) A que maximiza o payoff de um jogador.

Nestas condições, como ficará o mercado de ingressos de cinema?

A) O preço dos ingressos de cinema permanecerá inalterado.
B) O preço dos ingressos de cinema aumentará para R$ 6,75.
C) O preço dos ingressos de cinema aumentará para R$ 6,82.

Quando há externalidades, o interesse da sociedade em um resultado de mercado vai além do bem-estar dos compradores e dos vendedores que participam do mercado; pois passa a incluir também o bem-estar de terceiros que são indiretamente afetados.

1. No estudo das falhas de mercado, podemos notar que a alocação ineficiente dos recursos de produção gera as chamadas externalidades, isto é, quando a ação de um indivíduo tem influência em um terceiro. Sendo assim, podemos entender que: a) O mercado sempre estará em equilíbrio no curto prazo. b) O preço de mercado sempre reflete todos os custos de produção. c) No custo social temos os custos privados e externos para uma produção. d) O valor social de um bem é sempre inferior ao valor privado. e) Nas externalidades positivas, a

a) O mercado sempre estará em equilíbrio no curto prazo.
b) O preço de mercado sempre reflete todos os custos de produção.
c) No custo social temos os custos privados e externos para uma produção.
d) O valor social de um bem é sempre inferior ao valor privado.
e) Nas externalidades positivas, a

Um dos principais estudos sobre externalidades é a aplicação de políticas públicas que têm por missão a garantia do bem-estar social de toda a população. Deste modo, o governo, por meio da sua política pública, poderá solucionar uma externalidade negativa. Deste modo:
a) Um imposto corretivo (que é conhecido como imposto de Pigou) poderá inibir a emissão de poluição no meio ambiente.
b) As licenças para poluição (direito de poluir) não têm capacidade de fixar as quantidades para emitir poluentes.
c) No caso do imposto de Pigou, os agentes econômicos não têm condição de aplicar a ideia de custo de oportunidade nas suas decisões;
d) As licenças de poluição podem ser negociadas apenas via sistema público, ou seja, pelo governo.
e) O uso de medidas tributárias sempre será mais eficiente do que medidas como regulamentações e licenças.

Quando as empresas anunciaram a possibilidade de fusão, o governo entrou na justiça alegando truste e impediu (pelo menos temporariamente) a união entre as empresas. O governo alegou que a junção entre as empresas representaria uma gigante no mercado de chocolates, que poderia exercer fortes influências nos resultados de mercado. A título de ilustração, tivemos outros dois exemplos que fogem à regra. O primeiro exemplo trata da criação da Ambev, a gigante cervejeira do Brasil. Quando a Brahma, a Antarctica e a Skol anunciaram a fusão, todos os analistas de mercado acreditavam que o governo faria uso da lei antitruste, pois visivelmente ela poderia exercer grandes influências no mercado. Contrariando todas as expectativas, o governo aprovou a fusão.

3. (FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Economia) É CORRETO afirmar que o mercado apresenta uma estrutura em concorrência perfeita quando: a) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada de novas firmas no mercado. b) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada de novas firmas no mercado. c) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; as firmas poderão influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; não existem barreiras à entrada de novas

Os modelos em questão são úteis, pois desenvolvem hipóteses para o desenrolar do raciocínio e podem facilitar a compreensão do comportamento das empresas diante da concorrência. Assim, vamos dar início à seção 2.2, onde trataremos da estrutura de mercado conhecida como competição monopolística. Bom aprendizado! Concorrência monopolística e oligopólio Seção 1 Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo Como vocês verão, a competição monopolística apresenta algumas características que remetem aos mercados competitivos, e outras características que se assemelham ao monopólio, contudo, indústrias monopolisticamente competitivas não se encaixam, em sua plenitude, no modelo competitivo e nem no de monopólio. Mankiw (2009, p. 331) cita o mercado de livros: quando você vai até uma livraria, pode encontrar uma infinidade de títulos e autores, o que o faz parecer competitivo, e como qualquer autor pode entrar no segmento, bastando escrever um livro, não se trata de um mercado altamente lucrativo. Por outro lado, cada livro é único, e as editoras têm alguma liberdade de escolha quanto ao preço que cobram, parecendo assim um mercado monopolístico. O exemplo apresentado pelos autores trata do mercado de livros, mas também pode ser aplicado a inúmeros outros mercados, como é o caso de artigos de luxo. No mercado de acessórios de luxo, nós podemos encontrar vários produtos semelhantes à nossa disposição, só que alguns dos acessórios disponíveis no mercado pertencem a marcas renomadas, e com isso (massificação da marca na mente dos consumidores), os clientes não conseguem enxergar uma concorrência, e passam a ver aquele produto como único, sem concorrência. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 374), um mercado monopolisticamente competitivo possui duas características-chave: Sobre elasticidade cruzada da demanda, você pode consultar o livro de Pindyck e Rubinfeld (2006, p.126). 1. As empresas competem vendendo produtos diferenciados, altamente substituíveis uns pelos outros, mas que não são, entretanto, substitutos perfeitos. Em outras palavras, as elasticidades cruzadas de suas demandas são grandes, mas não finitas. 2. Há livre entrada e livre saída: é relativamente fácil a entrada de novas empresas com suas próprias marcas e a saída de empresas que já atuam no mercado, caso seus produtos deixem de ser lucrativos. Assim como ocorre no monopólio, na competição monopolística as empresas apresentam curvas de demanda decrescentes. Por isso elas possuem poder de monopólio, mas isso não implica lucros extremamente altos, isso ocorre porque existe a livre entrada e saída do mercado, o que faz com que a possibilidade de obter lucro estimule outras empresas a participarem do mercado, o que reduzirá os lucros econômicos. A seguir, voltaremos nossa atenção para a maximização do lucro da empresa competitivamente monopolística, e seu equilíbrio no curto e no longo prazo. 1.1 A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo Conforme já dito, a empresa competitivamente monopolística se assemelha, em muitos aspectos, ao monopólio. O processo de maximização de lucros tem início a partir do momento em que a curva de custo marginal (RMg) se iguala à curva de receita marginal (CMg), e, com base na curva de demanda (como comentado no parágrafo anterior, é decrescente), ocorre a definição dos preços que serão praticados. No caso do gráfico 2.1 temos as curvas de Custo Marginal, Custo total médio, Demanda e Receita marginal. No exemplo em questão, percebe-se que o preço supera o custo total médio, de modo que a empresa obtém lucro. Agora, vamos apresentar o gráfico 2.2, que mostra o equilíbrio da empresa competitivamente monopolista em uma situação de prejuízo: Fonte: O autor (2015). Gráfico 2.1 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de lucro Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no curto prazo, e em situação de obtenção de lucro, consultar o livro: Mankiw (2009, p. 335). 1.2 A empresa monopolisticamente competitiva no longo prazo Uma situação como a que foi representada nos gráficos 2.1 e 2.2 pode não durar muito tempo, principalmente o que foi descrito no gráfico 2.1, isso porque, quando empresas apresentam lucros, existe um incentivo para que novas empresas entrem no mercado para ofertarem seus produtos No gráfico 2.2, o preço é inferior ao custo total médio, assim, a empresa não é capaz de obter lucro, o máximo que ela pode fazer é tentar reduzir os prejuízos. De acordo com Mankiw (2009, p. 334): “Uma empresa monopolisticamente competitiva escolhe sua quantidade e seu preço da mesma maneira que o monopólio. No curto prazo, esses dois tipos de estrutura de mercado são semelhantes”. Fonte: O autor (2015). Gráfico 2.2 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de prejuízo Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no curto prazo e em situação de prejuízo, favor consultar o livro: Mankiw (2009, p. 335). Essa entrada aumenta o número de produtos dentre os quais os clientes podem escolher e, com isso, reduz a demanda da empresa para cada empresa já presente no mercado. Em outras palavras, o lucro incentiva a entrada, a qual desloca para a esquerda as curvas de demanda com que deparam as empresas já existentes. À medida que cai a demanda pelos produtos dessas empresas, seus lucros diminuem (MANKIW, 2009, p. 334). De forma contrária, quando as empresas apresentam prejuízos, como no gráfico 2.2, muitas empresas que estão no mercado sofrem um incentivo para sair. De acordo com Mankiw (2009, p. 334): O processo de entrada e de saída das empresas no mercado continua até que as empresas tenham lucro econômico igual a zero. Voltando à hipótese de existir a possibilidade da entrada de novas empresas no mercado, temos o gráfico 2.3, que ilustra o equilíbrio dos competidores monopolísticos no longo prazo: Com a saída de empresas, os clientes têm menos produtos para escolher. Essa queda do número de empresas aumenta a demanda para as empresas que continuam no mercado. Em outras palavras, os prejuízos incentivam a saída e esta desloca as curvas de demanda das empresas remanescentes para a direita. Com o aumento na demanda pelos produtos das empresas remanescentes, estas passam a ter lucros crescentes (isto é, prejuízos decrescentes). Fonte: O autor (2015). Gráfico 2.3 – Competição monopolística no longo prazo No gráfico 2.3, fica evidente que a curva de demanda e a curva de custo total médio são tangentes, isso leva a um lucro econômico igual a zero. Também fica evidente que esse ponto de tangência se dá na mesma quantidade em que a receita marginal se iguala ao custo marginal, uma análise mais aprofundada implica que o alinhamento desses pontos se torna necessário, pois a quantidade (no gráfico representada pela letra Q) é a quantidade que maximiza o lucro, e o lucro é igual a zero no longo prazo. Contudo, vale ressaltar que, como as empresas podem ter custos diferentes, e algumas marcas podem se sobressair em relação a outras, elas podem cobrar preços diferenciados pelos seus serviços e produtos, e com isso (em alguns casos) obter lucros. De forma resumida, são duas as características que descrevem o mercado monopolisticamente competitivo em seu equilíbrio de longo prazo: Sobre o equilíbrio de longo prazo da empresa monopolisticamente competitiva, você pode consultar o livro: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 375-376). • Como no mercado monopolista, o preço é superior ao custo marginal. Essa conclusão surge porque a maximização do lucro requer que a receita marginal seja igual ao custo marginal e porque a curva de demanda de inclinação descendente faz com que a receita marginal seja inferior ao preço. • Como no mercado competitivo, o preço é igual ao custo total médio. Essa conclusão sugere que as livres entradas e saídas levam o lucro econômico a zero (MANKIW, 2009, p. 335). 1.3 Competição Monopolística, eficiência e bem-estar Do ponto de vista do bem-estar, a concorrência perfeita é mais desejável, dada a sua eficiência. Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 376) ressaltam que “[...] desde que não

No jogo da política monetária, qual é outro objetivo importante perseguido pelo Bacen além de cumprir a meta de inflação?

a) A estabilidade cambial.
b) A redução do desemprego.
c) A credibilidade.
d) O controle da balança comercial.

2. Em um jogo sequencial, no qual uma empresa se posicione como primeira, sua estratégia é caracterizada como um movimento estratégico. Porém, o movimento estratégico limita a flexibilidade do jogador e, mesmo assim, lhe confere uma vantagem. Por quê? De que forma um movimento estratégico pode dar a um jogador uma vantagem durante as negociações?

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Teoria 
Microeconômica: 
Mercados
Alexander Luis Montini
Regina Lúcia Sanches Malassise
Teoria Microeconômica: 
Mercados
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Montini, Alexander Luis 
 
 ISBN 978-85-8482-287-4 
 1. Economia. 2. Microeconomia. I. Malassise, Regina 
Lúcia Sanches. II. 
 Título.
 CDD 339 
Montini, Regina Lúcia Sanches Malassise. – Londrina : 
Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2016.
 176 p.
M791t Teoria microeconômica: mercados / Alexander Luis 
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Gerente Sênior de Editoração e Disponibilização de Material Didático: 
Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Coordenação de Produção: André Augusto de Andrade Ramos
Coordenação de Disponibilização: Daniel Roggeri Rosa
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 3 | Teoria dos jogos
Seção 1 - Jogos, estratégias dominantes e equilíbrio de Nash
1.1 | Jogo e seus componentes
1.2 | O dilema dos prisioneiros
1.3 | O equilíbrio de Nash
1.3.1 | O equilíbrio de Nash aplicado à taxa de juros Selic
Seção 2 - Jogos repetitivos e sequenciais: ameaça, compromisso e 
credibilidade
2.1 | As implicações dos Jogos Repetitivos
2.2 | Jogos sequenciais
2.3 | Ameaças, compromisso e credibilidade
Unidade 2 | Concorrência monopolística e oligopólio
Seção 1 - Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo
1.1 | A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo
1.2 | A empresa monopolisticamente competitiva no longo prazo
1.3 | Competição Monopolística, eficiência e bem-estar
Seção 2 - Mercados Oligopolistas
2.1 | Mercado com poucos vendedores
2.2 | Equilíbrio no mercado oligopolista
Seção 3 - Equilíbrio: Modelos de Cournot, de Stackelberg e de Bertrand
3.1 | Modelo de Cournot
3.2 | Modelo de Stackelberg
3.3 | Modelo de Bertand
Unidade 1 | Concorrência perfeita e Monopólio
Seção 1 - Análise de mercados competitivos
1.1 | Concorrência Perfeita
Seção 2 - Poder de mercado do monopólio e monopsônio
2.1 | Monopólio: conceito, características e atuação no mercado
7
11
11
21
22
51
55
56
57
59
67
67
70
81
81
84
86
93
97
97
101
103
104
123
123
125
126
Unidade 4 | Noções de equilíbrio Geral
Seção 1 - Análise do equilíbrio geral com dois mercados, 
eficiência das trocas e o diagrama de Edgeworth
137
141
157
158
159
160
162
165
166
166
167
169
170
1.1 | Equilíbrio geral
1.2 | Diagrama de Edgeworth
Seção 2 - Falhas de Mercado e as Externalidades
2.1 | Externalidades
2.2 | Análise das Externalidades e o Mercado
2.2.1 | Externalidades Negativas
2.2.2 | Externalidades Positivas
2.3 | Análises das Políticas Públicas e as Externalidades 
2.3.1 | Politicas de Comando e Controle: Regulamentação 
2.3.2 | Política Baseada no Mercado: Taxas Corretivas e Subsídios
2.3.4 | Políticas Baseadas em Mercados: Licenças de Poluição Negociáveis
2.4 | Medidas Privadas para as Externalidades
2.5 | Outras falhas de mercado
141
147
Apresentação
Quando se fala em estruturas de mercado, vale lembrar que os mercados 
são constituídos por vendedores e compradores e podem apresentar diversas 
formas. Cada mercado possui características específicas em termos de produtos 
e serviços oferecidos, condições tecnológicas, acesso, informação, tributação, 
regulamentação, participantes, localização no espaço e no tempo que atribuem 
aos mercados características distintas (PINHO; VASCONCELLOS, 2006).
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2006), as principais estruturas clássicas 
de mercado são as seguintes:
• MERCADOS COMPETITIVOS: neste caso há muitos compradores e muitos 
vendedores, de modo que cada um deles exerce pouca (ou nenhuma) influência 
sobre os preços de mercado.
• MONOPÓLIOS: em alguns mercados existe apenas um vendedor, e este 
vendedor determina o preço de mercado.
• OLIGOPÓLIOS: é uma terceira estrutura de mercado, onde há poucos e 
(na sua maioria) grandes vendedores.
 Cada uma destas estruturas de mercado possui suas peculiaridades e deve 
ser analisada à parte, isso vai ser feito ao longo do nosso estudo. Por ora, basta-nos 
saber que, de acordo com o produto que se estuda e de acordo com a estrutura 
de mercado à qual este produto pertence, nós respondemos diferentemente a 
aumentos nos preços. 
Dentro deste contexto, o objetivo da presente bibliografia vai desenvolver sua 
linha de raciocínio em quatro unidades, apresentadas a seguir:
• Unidade 1 – Tratar sobre a concorrência perfeita e o Monopólio, 
conhecendo o modelo básico de concorrência e o Monopólio; para isso será 
necessário desenvolver uma análise sobre os mercados competitivos, discorrer 
sobre o poder de mercado do monopólio e do monopsônio, e abordar a 
determinação de preços e o poder de mercado de cada estrutura.
• Unidade 2 - Abordar a concorrência monopolística e o oligopólio, 
entendendo as formas oligopólicas de mercado, o equilíbrio monopolístico no 
curto e no longo prazo, os mercados oligopolistas e os equilíbrios de Cournot, 
Stackelberg e Bertrand.
 • Unidade 3 – Entender a Teoria dos Jogos, com o objetivo de analisar 
estratégias concorrenciais em ambiente de jogos e as decisões estratégicas, 
entender o conceito de estratégias dominantes, o equilíbrio de Nash, jogos 
repetitivos e sequenciais e as ameaças, os compromissos e o pressuposto da 
credibilidade.
• Unidade 4 - Compreender as noções de Equilíbrio Geral, entendendo a 
análise do equilíbrio geral com dois mercados, a eficiência das trocas e o diagrama 
de Edgeworth e as Falhas de mercado.
 Os conteúdos apresentados na referida bibliografia são essenciais para a 
compreensão da disciplina de Microeconomia e se complementam com outros 
estudos microeconômicos, como no caso da teoria da produção, que aborda 
conceitos sobre os custos de produção e a escala eficiente, e os conceitos de 
elasticidade. Boa leitura!
Unidade 1
CONCORRÊNCIA PERFEITA E 
MONOPÓLIO
Nos mercados competitivos, nós temos muitas empresas participando 
do mercado, talvez seja a estrutura de mercado mais comum, mais presente 
no nosso cotidiano. Alguns exemplos podem ser: postos de combustíveis, 
açougues, mercearias, padarias etc. Vale lembrar que não existe uma regra, 
eu posso ter alguns municípios onde existe apenas um posto de combustível, 
ou apenas uma padaria, sendo assim, caracteriza-se um monopólio e não um 
mercado competitivo.
Um monopolista é uma empresa que é a única vendedora em seu mercado. Por 
sua vez, o monopólio apresenta características bem diferentes das características de 
mercados competitivos, e traça estratégias específicas para a maximização do lucro. 
Já o monopsônio é caraterizado pela existência de muitos vendedores, mas apenas 
um comprador, o que confere à referida estrutura de mercado características únicas. 
Tanto o monopólio quanto o monopsônio serão objetos de estudo da seção 1.2.
Seção 1 | Análise de mercados competitivos
Seção 2 | Poder de mercado do monopólio e monopsônio
Nesta unidade você será levado a conhecer o modelo básico das 
estruturas de mercado, o qual é denominado de concorrência perfeita, que 
é o modelo ideal de mercado e que serve de base para a construção de todas 
as demais estruturas. Conhecerá, também, o Monopólio, que é o oposto da 
estrutura de concorrência. Ao estudar estas estruturas,você poderá analisar e 
comparar estas com a realidade de mercado e compreender as semelhanças 
e diferenças entre elas. 
Alexander Luis Montini
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
8
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
9
Introdução
Empresas diferentes possuem características diferentes, contudo, toda análise 
de mercado pressupõe a existência de compradores e vendedores, ou seja, 
oferta, representando o lado das empresas responsáveis pela oferta de produtos e 
serviços no mercado, e demanda, representando os consumidores, responsáveis 
pela demanda de bens e serviços no mercado. Não existe análise de mercado 
sem oferta e demanda. Se fossem somente empresas, seriam firmas abarrotadas 
de produtos, mas sem ter para quem vender. Se fossem somente consumidores, 
seriam pessoas passando necessidades sem ter de quem comprar. De forma 
resumida, para desenvolver uma análise de mercado devemos ter informações 
sobre as empresas (ou empresa) presentes no mercado e informações sobre os 
consumidores (público-alvo).
Dentro deste contexto podemos analisar o comportamento dos consumidores, 
como no caso de alterações nas variáveis que afetam a demanda, e o 
comportamento das empresas, principalmente no que se refere ao processo de 
maximização de lucros.
Porém, nem todos os consumidores e nem todas as empresas respondem 
em mesmo grau a alterações nos preços ou nas outras variáveis que afetam a 
demanda e a oferta, isso vai depender do produto (ELASTICIDADE) e da estrutura 
de mercado na qual a empresa analisada está inserida. Por isso a importância do 
estudo das estruturas de mercado.
Você poderá compreender mais sobre o mercado e o foco dos estudos 
da microeconomia lendo o Capítulo 1 - Aspectos Preliminares, do livro: 
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital. 
Concorrência perfeita e Monopólio
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10
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
11
Seção 1
Análise de mercados competitivos
Partindo da hipótese de que as empresas possuem custos - e sabemos que são 
iguais tanto para empresas pequenas quantos grandes -, vamos começar a estudar o 
comportamento das empresas em diferentes mercados, pois isso torna o faturamento 
delas diferente.
Um exemplo simples para entender como as diferentes estruturas de mercado 
definem os resultados das empresas pode ser dado através da seguinte comparação:
a) Numa feira livre podemos ter muitos vendedores de tomate. E assim, se no início 
da feira um feirante aumentar o preço do tomate em 20%, pode notar uma redução na 
quantidade vendida, porque as pessoas teriam a opção de comprar de outros feirantes 
próximos a um preço menor;
b) Por outro lado, quando pensamos no item segurança nacional, podemos 
verificar que constitucionalmente só a União pode ofertar este serviço no mercado, 
que é custeado com os impostos. Caso fosse ser ofertado no mercado, teria um preço 
muito alto para cada pessoa pagar e, ao mesmo tempo, é um item essencial, por isto 
mesmo sendo caro e necessário, e muitas pessoas pagariam por ele. Na verdade, 
todos nós pagamos, porém, por via de impostos. 
A diferença entre os mercados de tomate e da segurança nacional é óbvia: existem 
muitos ofertantes de tomate na feira, mas só um ofertante de segurança nacional. Esta 
diferença na estrutura de mercado modela as decisões sobre os preços e a produção 
das empresas que operam nestes mercados. Neste sentido, vamos conhecer duas 
estruturas de mercado que envolvem as situações descritas. Nesta seção estudaremos 
a concorrência perfeita e na seção 1.2 estudaremos o monopólio.
1.1 Concorrência Perfeita
Você, aluno, já teve um contato inicial com os conceitos que envolvem a 
estrutura de concorrência perfeita, quando estudou, em Introdução à Economia, 
oferta, demanda e equilíbrio de mercado.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
12
Caro aluno, para revisar as noções básicas de oferta e demanda, você 
deverá ler o Capítulo 2 - Fundamentos da Oferta e da Demanda, do livro: 
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital. 
Partindo daqueles conhecimentos prévios de equilíbrio de mercado, podemos utilizar 
os conhecimentos de Pindyck e Rubinfeld (2006), os quais destacam que o modelo de 
concorrência perfeita (ou mercado competitivo) se baseia em três suposições básicas:
1. Aceitação de preços.
2. Homogeneidade de produtos.
3. Livre entrada e saída do mercado.
ACEITAÇÃO DE PREÇOS: Vale ressaltar que em mercados competitivos, usualmente, 
encontramos um grande número de compradores e vendedores, sendo assim, qualquer 
empresa que decida participar do mercado deve trabalhar seus preços dentro da média 
do mercado, ou seja, dos seus concorrentes. Como veremos mais adiante, com um 
número maior de concorrentes a tendência é que os preços sejam mais competitivos, 
o que implica margens de lucro pequenas. Sendo assim, empresas que entram no 
mercado com preços muito agressivos acabam contribuindo para a queda na margem 
de lucro do mercado como um todo. Por outro lado, se a empresa praticar preços 
mais elevados do que a média de mercado, deixará de vender seus produtos, pois os 
consumidores irão buscar outras empresas para o fornecimento de produtos e serviços. 
Por isso, as empresas que participam de mercados competitivos são chamadas de 
tomadoras de preços, ou seja, devem aceitar os preços que são praticados no mercado. 
HOMOGENEIDADE DE PRODUTOS: A referida condição ocorre quando os produtos 
de todas as empresas são substitutos perfeitos entre si, ou seja, os bens oferecidos pelos 
diversos vendedores são em grande escala os mesmos, podemos dizer que os bens são 
homogêneos.
LIVRE ENTRADA E SAÍDA DO MERCADO: Esta terceira suposição implica que não 
existem custos significativos que tornam difícil para uma nova empresa entrar ou sair de 
um segmento.
Assim como qualquer empresa, organizações que participam de mercados 
competitivos buscam a maximização do lucro, que é igual à receita total menos o custo 
total. Sendo assim, podemos utilizar um modelo de maximização de lucro retirado do 
livro de Mankiw (2009) para tentar entender como empresas competitivas maximizam 
seu lucro. O exemplo em questão trata de um mercado específico: uma empresa de 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
13
laticínios. A empresa (que por simplificação também será chamada de firma) produz 
uma quantidade de leite Q e vende cada unidade no mercado ao preço P. A tabela 1.1 
mostra a receita total, média e marginal de uma empresa competitiva:
Através da análise da tabela 1.1 é possível compreender mais algumas características 
da empresa competitiva. Em primeiro lugar, mesmo que a empresa modifique seu 
volume de produção, os preços permanecerão constantes (segunda coluna). A 
quarta e a quinta coluna representam, respectivamente, a receita média e a receita 
marginal da empresa. Fica evidente que para empresas competitivas o preço é igual 
à receita média, que por sua vez é igual à receita marginal (P=RM=RMg). Como não 
há variação na Receita Marginal da empresa, a representação gráfica dos valores da 
RMg resulta em uma reta, conforme o gráfico 1.1:
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 279).
Tabela 1.1 - Receita da empresa competitiva
Quantidade 
(Q)
Preço 
(R$)
(P)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Receita 
Média
(RM=RT/Q)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/ΔQ)
0 6 0 - 6
1 6 6 6 6
2 6 12 6 6
3 6 18 6 6 
4 6 24 6 6
5 6 30 6 6 
6 6 36 6 6
7 6 42 6 6
8 6 48 6 -
Gráfico 1.1 - Receita Marginal da empresa competitiva
Fonte: O autor (2015).
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
14
Partindo da suposição de que a empresa em questão possui custo fixo de R$ 3,00 
e custos variáveis, a tabela 1.2 apresenta os dados referentes à maximização do lucro 
da empresa competitiva.
Na tabela 1.2, fica evidente a inserção das colunas de custo total, lucro e custo 
marginal, e por simplificação retiramosa coluna de preços (até mesmo pela redundância 
dos valores apresentados). Se observarmos a coluna do lucro, podemos perceber que 
no estágio 0, ou seja, quando a empresa não está produzindo nenhuma unidade, ela 
fecha suas contas com prejuízo. Isso ocorre porque a empresa (e as empresas em 
geral) apresenta custos fixos, que independem do volume de produção. À medida 
que a empresa vai produzindo (e vendendo) mais unidades, seu lucro vai aumentando 
até chegar a um ponto de maximização, ou seja, onde o lucro é o maior possível, no 
exemplo trabalhado isto ocorre entre os estágios 4 e 5 (lucro de R$7,00). A partir deste 
ponto os custos passam a aumentar, e com isso os lucros decrescem. A pergunta 
é a seguinte: “A empresa maximiza seu lucro no estágio 4 ou 5?”. Para responder a 
esta pergunta é necessário visualizarmos as duas últimas colunas. A RMg da empresa 
competitiva é constante, contudo, os Custos Marginais são crescentes, assim, sob a 
ótica do lucro máximo, conclui-se que:
Tabela 1.2 - Maximização do lucro da empresa competitiva
 Caro aluno, você pode compreender melhor os custos de produção 
lendo o Capítulo 7 - Custos de Produção, do livro: PINDYCK, Robert; 
RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital. 
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 279).
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 0 3 -3 6 2
1 6 5 1 6 3
2 12 8 4 6 4
3 18 12 6 6 5
4 24 17 7 6 6
5 30 23 7 6 7
6 36 30 6 6 8
7 42 38 4 6 9
8 48 47 1
Concorrência perfeita e Monopólio
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15
Gráfico 1.2 - Maximização do lucro da empresa competitiva
Fonte: O autor (2015).
• Se A RMg for maior que o CMg, a empresa deve aumentar sua produção.
• Se o CMg for maior que a RMg, a empresa deve diminuir a produção.
Portanto, o ponto de maximização do lucro da empresa competitiva ocorre onde 
RMg se iguala ao CMg, no que chamamos ponto ótimo.
O gráfico 1.2 mostra o ponto ótimo do exemplo trabalhado. Percebe-se que as 
curvas de RMg e CMg se encontram no estágio de produção 4, ou seja, no estágio 
4 a RMg e o CMg são exatamente iguais. No nosso exemplo seria possível visualizar 
o ponto ótimo na tabela, sem a necessidade da representação gráfica. Contudo, às 
vezes, o ponto ótimo pode não estar ocorrendo em um ponto específico, ele pode 
ocorrer entre estágios de produção. Assim, a única forma de encontrarmos o ponto 
ótimo é representando os valores na forma gráfica. 
EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO DA EMPRESA COMPETITIVA 
RESOLVIDO E COMENTADO
A seguir será demonstrada a resolução de um exercício de maximização de lucro de 
uma empresa competitiva típica, passo a passo. O exercício em questão foi adaptado 
a partir de Salvatore (1996):
Imagine que uma empresa competitiva pratique o preço P= 4 e apresente a 
seguinte estrutura de custos totais:
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
16
Calculando a receita marginal e o custo marginal, conseguimos preencher a tabela 
por completo:
Calculando a receita total e o lucro, temos:
Tabela 1.3 - Custo total de uma empresa competitiva típica
Tabela 1.4 - Maximização do lucro de uma empresa competitiva típica
Fonte: Adaptado de Salvatore (1996, p. 271).
Fonte: Adaptado de Salvatore (1996, p. 271).
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 4
1 10
2 13
3 15
4 16
5 17
6 18.5
7 21
8 25
9 36
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 0 4 -4
1 4 10 -6
2 8 13 -5
3 12 15 -3
4 16 16 0
5 20 17 3
6 24 18.5 5,5
7 28 21 7
8 32 25 7
9 36 36 0
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
17
Novamente, podemos perceber que o ponto de maximização de lucros ocorre 
no estágio de produção 7, onde temos o lucro máximo (7) e a RMg e o CMg são 
exatamente iguais. Para facilitar a visualização, podemos representar as colunas de 
RMg e de CMg na forma gráfica:
Tabela 1.5 - Receita marginal e custo marginal de uma empresa competitiva típica
Gráfico 1.3 - Maximização do lucro da empresa competitiva típica
Fonte: Adaptado de Salvatore (1996, p. 271).
Fonte: O autor (2015).
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(RCg=ΔCT/
ΔQ)
0 0 4 -4 4 6
1 4 10 -6 4 3
2 8 13 -5 4 2
3 12 15 -3 4 1
4 16 16 0 4 1
5 20 17 3 4 4
6 24 18.5 5,5 4 1,5
7 28 21 7 4 2,5
8 32 25 7 4 4
9 36 36 0 11
Concorrência perfeita e Monopólio
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18
O gráfico evidencia o ponto ótimo no estágio de produção 7, e vai de acordo com 
a respectiva tabela (tabela 1.5).
Várias considerações importantes podem dar sequência ao estudo. Muitos autores, 
inclusive, apontam características interessantes sobre a maximização do lucro da 
empresa competitiva no curto e no longo prazo, incluindo nas análises as curvas de 
lucro, de custos médios e de oferta da empresa. É uma ótima dica se aprofundar mais 
nos aspectos de curto e de longo prazo para quem tem o interesse de buscar uma 
visão mais ampla sobre o processo de maximização de lucros da empresa competitiva.
Caro aluno, você pode reforçar seus estudos sobre este tema lendo 
o Capítulo 8 - Maximização de lucro em oferta competitiva, do livro: 
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2013. Disponível na Biblioteca Digital.
Quantidade 
(Q)
Receita 
Total
(RT=PxQ)
Custo 
Total
(CT)
Lucro
(RT-CT)
Receita 
Marginal
(RMg=ΔRT/
ΔQ)
Custo 
Marginal
(CMg=ΔCT-
ΔQ)
0 0 8
1 4 9
2 8 10
3 12 11
4 16 13
5 20 19
6 24 27
7 28 37
1. Quais são as principais características de um mercado competitivo?
2. Considere o custo total e a receita total de uma empresa 
competitiva, dados na tabela a seguir (adaptado de MANKIW, 2009, 
p. 295):
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
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a) Qual é o preço praticado pela empresa?
b) Qual é o lucro para cada estágio de produção? Qual é a quantidade 
produzida que maximiza o lucro?
c) Calcule a receita marginal e o custo marginal para as respectivas 
quantidades. Represente o gráfico do ponto ótimo. Em qual quantidade essas 
curvas se cruzam?
Agora, daremos continuidade ao nosso estudo procurando entender 
o funcionamento de outra estrutura de mercado: o monopólio, que será 
apresentado na seção 1.2 da unidade em questão.
Durante a seção 1 tratamos sobre a estrutura de mercado, 
conhecida como mercado competitivo. Percebe-se que a 
grande concorrência entre as empresas participantes do 
mercado é sua principal característica. Tente refletir sobre os 
benefícios para os consumidores, advindos da concorrência. 
E para as empresas participantes, a concorrência também 
pode vir a ser benéfica?
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
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Concorrência perfeita e Monopólio
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21
Seção 2
Poder de mercado do monopólio e monopsônio
Na maioria das cidades do Brasil, a distribuição de água de torneira é um monopólio, 
ou seja, apenas uma empresa pode oferecer tal serviço. Sendo assim, não temos opção 
de escolha, somos obrigados a aceitar os preços que a empresa pratica e consumir 
o produto que ela oferece. Quando isso acontece, dizemos que o mercado é um 
monopólio. O nome diz tudo: mono = um, apenas uma empresa no mercado. Outro 
exemplo clássico de monopólio é o caso da Microsoft, detentora dos direitos autorais 
do programa operacional Windows. Mesmo sem que você saiba, está adquirindo um 
produto de um dos maiores monopólios do mundo. 
De fato, quando você compra o computador com o Windows, recebe o 
programa instalado, mas não recebe o código da programação (o código-fonte), e é 
automaticamente obrigado a adquirir o pacote Office, pois outros programas não são 
compatíveis com o Windows. Você é obrigado a adquirir o Word, o Excel etc. Assim, 
se torna ummonopólio. Há um bom tempo se questiona a liberação de parte do 
código-fonte do Windows para que outras empresas possam desenvolver programas 
que sejam compatíveis, mas a Microsoft reluta, encarando, até mesmo, pesadas 
multas para manter seu domínio sobre o mercado. Acabamos de apresentar dois 
bons exemplos de monopólios: água de torneira e Microsoft, grandes monopólios. Só 
que monopólios também podem ser encontrados em escalas menores. Querem um 
exemplo? Em muitos municípios, alguns serviços são terceirizados, como o transporte 
coletivo e a coleta de lixo, e, na maioria das vezes, apenas uma empresa é responsável 
pelo serviço. Conclusão: monopólio. Neste sentido, vamos prosseguir estudando 
mais detalhes sobre a estrutura de monopólio. 
Você deve estar se perguntando: qual é o monopólio? Será 
que é porque todos (ou quase todos) temos um computador 
com o Windows em casa? 
Concorrência perfeita e Monopólio
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22
2.1 Monopólio: conceito, características e atuação no mercado
Os monopólios apresentam características únicas, existem por motivos 
particulares e desenvolvem estratégias específicas para a maximização do lucro. 
Todos estes assuntos serão abordados nesta seção, bem como, alternativas para os 
governos lidarem com os problemas do monopólio. E outra estrutura de mercado, 
conhecida como monopsônio. Bom estudo!
De acordo com Pinho e Vasconcelos (2006), as hipóteses para a configuração de 
um monopólio são as seguintes:
• O setor é constituído de uma única firma.
• A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo.
• Existe concorrência entre os consumidores.
• A curva da receita média é a curva de demanda do mercado.
Quando pensamos em mercado sem concorrência, logo associamos a estrutura 
de mercado a dois fatores: preços altos e baixa qualidade dos produtos e serviços. 
Como apenas uma empresa participa do mercado, ela é responsável pela definição 
dos preços que serão praticados. Assim, as empresas monopolistas são chamadas de 
formadoras de preços (diferentemente de mercados competitivos onde as empresas 
eram tomadoras de preços). Se os monopolistas são formadores de preços, será 
que podem praticar o preço que querem? Não existe um limite para isso, limite 
que vocês irão compreender melhor durante a continuidade da leitura da seção. 
Vamos dar um exemplo simples: imaginem que uma cópia licenciada do sistema 
operacional Windows custe US$ 100, 00; agora, imaginem que a mesma cópia 
custe US$ 1.000,00! Qual é o espanto? A Microsoft é a única a oferecer tal produto, 
deve poder cobrar o quanto deseja, não é? Não. Se fosse o caso do exemplo acima, 
quais seriam as principais implicações? Seriam as seguintes:
1. O computador se tornaria algo mais elitizado, ou seja, nem todos teriam 
condições de acesso para adquirir um computador para as suas residências;
2. Isso incentivaria as pessoas a buscarem alternativas, como a aquisição de 
outros programas operacionais, disponíveis no mercado, como é o caso do Linux, 
por exemplo;
3. Haveria um grande estímulo à pirataria.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
23
De forma resumida, os monopolistas não podem cobrar o quanto desejam, 
existem limites para isso, e vocês verão que o governo exerce um papel importante 
no controle de preços deles.
Outro grande questionamento acerca dos monopólios é sobre sua existência. Já 
que podem ser ruins do ponto de vista da equidade e da eficiência, por que existem? 
Antes de responder a tal questão, vale um breve comentário sobre a consolidação 
dos primeiros grandes monopólios no nosso país. No Brasil, nós podemos dizer 
que o processo de industrialização não se deu pelas vias normais. Quais são as vias 
normais para o desenvolvimento industrial? Surgem rotas de comércio, as rotas de 
comércio se consolidam e viram cidades, nas cidades desenvolve-se o comércio, o 
comércio se fortalece e serve de base para o surgimento da indústria que virá. Foi 
assim que aconteceu com a maioria dos países desenvolvidos. No Brasil, não. Já 
no início da sua colonização, a distribuição de terras se deu com base em grandes 
propriedades (latifúndios). Os latifúndios, por sua vez, desestimulam a diversificação 
de culturas, e automaticamente favorecem a monocultura. A monocultura não 
estimula o comércio, ou seja, as trocas. Sem um comércio forte, ocorre um atraso no 
processo de industrialização (sem falarmos no grande favorecimento da importação 
de produtos acabados, que ocorreu no século XVIII e no início do século XIX), ou 
seja, uma industrialização tardia.
 As poucas indústrias que estavam surgindo (principalmente após o fim do ciclo 
do café, na década de 30) necessitavam de recursos:
• Sistema de transporte adequado.
• Sistema de distribuição de combustíveis.
• Oferta de energia elétrica.
• Fomento de recursos financeiros.
• Construção de rodovias.
• Mão de obra qualificada.
• Indústrias de base (siderurgia, química, metalurgia pesada, etc., indústrias 
que favoreçam o desenvolvimento de novas indústrias).
Como não existiam indústrias de ponta em setores de infraestrutura (estratégicos), 
o próprio governo se encarregou de constituir os primeiros grandes monopólios no 
Brasil. Assim, no final da primeira metade do século XIX, e principalmente no início 
da segunda metade do mesmo século, surgiram os primeiros grandes monopólios 
no Brasil (Eletrobrás, Petrobrás, Telebrás, Sidebrás etc.), que eram todos do Estado 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
24
(estatais). Hoje, muitas destas empresas mudaram suas funções (como reguladoras 
dos mercados), ou foram privatizadas.
Hoje, a existência dos monopólios se embasa principalmente devido à instituição 
de algumas barreiras, barreiras estas que impedem a entrada de outras empresas no 
mercado, consolidando assim um mercado monopolista. Existem basicamente três 
grandes barreiras, são elas:
1. Um recurso-chave é propriedade, exclusividade de uma única empresa. Um 
exemplo bem simples ocorre em uma situação onde temos várias propriedades 
em uma mesma área rural. Se nesta área apenas uma propriedade tiver um poço 
artesiano para a retirada de água, podemos dizer que existe um monopólio, pois o 
recurso-chave (no caso, o poço artesiano) é propriedade de uma única empresa. 
Um exemplo interessante que pode ser encontrado no livro do Mankiw (2009) é 
o caso da DeBeers. A DeBeers é uma empresa de diamantes da África do Sul, que 
controla cerca de 80% da produção mundial de diamantes. Mesmo não sendo um 
monopólio pleno (pois não detém 100% do mercado), a DeBeers exerce grande 
poder de mercado. A empresa em questão extrai, lapida e vende os diamantes. 
Assim, qualquer outra empresa que deseja entrar no mercado para comercializar 
diamantes, automaticamente (por suposição), terá que comprar a pedra bruta da 
DeBeers. E a DeBeers não vai repassar a pedra bruta a preço de custo, vai cobrar 
uma margem; assim, o preço final da empresa entrante vai acabar sendo maior do 
que o praticado pela DeBeers, o que implicará na sua saída do mercado. Outro 
exemplo já tratado durante o início da seção é o caso da Microsoft, ela detém um 
recurso-chave, o código-fonte do Windows.
2. O governo concede a uma única empresa o direito de explorar/comercializar 
um dado bem ou serviço: é muito comum no caso de licitações públicas, como no 
caso das concessionárias de pedágios. Várias empresas se inscrevem na licitação, e 
de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo contratante, apenas uma ganha 
o direito de prestar o serviço: transporte público, coleta de lixo e muitos outros 
serviços terceirizados podem se enquadrar nesta barreira. Outro exemplo relevante 
é no caso das leis de patentes e de direitos autorais. No caso das leis de patentes, 
caso o governo conclua que um medicamento é realmente original, ou seja, a 
empresa investiu muitos recursos para o desenvolvimento de uma formulação nova, 
a empresa que é detentora da patente tem assegurado o direto exclusivo de produzir 
o medicamento por cerca de 20 anos. É algo muitoquestionável, pois temos que 
o monopólio da produção de determinados medicamentos priva muitos países do 
tratamento de inúmeras doenças, como é o caso do tratamento da AIDS em países 
do terceiro mundo. No caso dos direitos autorais ocorre uma garantia do governo 
de que ninguém poderá imprimir e vender cópias de um livro, por exemplo, sem a 
permissão do autor.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
25
3. Os custos de produção tornam um único produtor mais eficiente do 
que um grande número de produtores (Monopólio Natural): é muito comum em 
mercados onde os custos para implantação das plantas industriais, ou os custos de 
comercialização de determinados bens/serviços são muito altos. O monopolista, 
no caso, é detentor das instalações, das linhas de distribuição, dos encanamentos 
(dependendo do setor) etc. Caso outra empresa decida entrar no mercado, vai ter 
que realizar novos investimentos, ou até mesmo alugar as instalações que já estão 
em funcionamento. Assim, os custos totais médios tendem a aumentar. A tabela a 
seguir ilustra um exemplo simples de cálculo de custos:
A primeira coluna apresenta os níveis de produção da empresa. Na segunda 
coluna temos os custos variáveis dela. A terceira coluna demonstra o custo total, 
que trata da soma dos custos fixos e dos custos variáveis.
A fórmula seria a seguinte:
CT= CF+CV
 Os custos médios são apresentados nas próximas três colunas. Lembrando que 
os custos médios tratam da divisão do custo pelo número de unidades produzidas. 
Assim, o Custo variável médio pode ser encontrado através da seguinte equação:
CVMe= CV / Qde.
O Custo fixo médio é encontrado usando a seguinte fórmula:
CFMe= CF / Qde. 
e o Custo total médio através da fórmula abaixo:
CTMe= CT / Qde., ou CTMe= CFEe + CVMe.
 A última coluna representa o Custo Marginal, ou seja:
CMg=CMg=ΔCT-ΔQ
Representando a coluna de Custo total médio, temos o seguinte gráfico:
Fonte: O autor (2015).
Tabela 1.6 - Cálculo das várias medidas de custos
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 40 0 40 0,0 0,0 0,0 0
1 40 25 65 25,0 40,0 65,0 25
2 40 28 68 14,0 20,0 34,0 3
3 40 33 73 11,0 13,3 24,3 5
4 40 36 76 9,0 10,0 19,0 3
5 40 40 80 8,0 8,0 16,0 4
6 40 54 94 9,0 6,7 15,7 14
Concorrência perfeita e Monopólio
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26
EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE CÁLCULO DE CUSTOS DE UMA 
EMPRESA TIPICA, RESOLVIDO E COMENTADO
De acordo com Mankiw (2009), quando a curva de custo total médio de 
uma empresa declina continuamente, nós temos um monopólio natural. Caso a 
produção se divida em um número maior de empresas, cada uma delas produz 
menos e o custo total médio aumenta. Assim, somente com uma empresa temos 
uma quantidade produzida maior com custos totais médios menores.
Para facilitar o desenvolvimento, e antes de continuar, vamos apresentar um 
exercício resolvido passo a passo. O exemplo pode ser encontrado no livro de 
Mankiw (2009, p. 264). Na tabela 1.7 temos a quantidade produzida, os custos fixos 
e os custos variáveis da empresa:
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.4 - Custo Total Médio
Tabela 1.7 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 1
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00
1 3,00 0,30
2 3,00 0,80
3 3,00 1,50
4 3,00 2,40
5 3,00 3,50
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
27
Somando o custo fixo com o custo variável da empresa, temos:
Calculando os custos variáveis médios e os custos fixos médios, temos:
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
Tabela 1.8 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 2
Tabela 1.9 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 3
6 3,00 4,80
7 3,00 6,30
8 3,00 8,00
9 3,00 9,90
10 3,00 12,00
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00 3,00
1 3,00 0,30 3,30
2 3,00 0,80 3,80
3 3,00 1,50 4,50
4 3,00 2,40 5,40
5 3,00 3,50 6,50
6 3,00 4,80 7,80
7 3,00 6,30 9,30
8 3,00 8,00 11,00
9 3,00 9,90 12,90
10 3,00 12,00 15,00
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00 3,00 0,00 0,00
1 3,00 0,30 3,30 0,30 3,00
2 3,00 0,80 3,80 0,40 1,50
3 3,00 1,50 4,50 0,50 1,00
4 3,00 2,40 5,40 0,60 0,75
5 3,00 3,50 6,50 0,70 0,60
Concorrência perfeita e Monopólio
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6 3,00 4,80 7,80 0,80 0,50
7 3,00 6,30 9,30 0,90 0,43
8 3,00 8,00 11,00 1,00 0,38
9 3,00 9,90 12,90 1,10 0,33
10 3,00 12,00 15,00 1,20 0,30
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
E, por fim, calculando as duas últimas colunas, do custo total médio e do custo 
marginal, temos:
Representando o gráfico do custo total médio, temos:
Fonte: Mankiw (2009, p. 264).
Tabela 1.10 - Várias medidas de custo de uma empresa típica – parte 4
Produção CF CV CT Cvme Cfme CTme Cmg
0 3,00 0,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,30
1 3,00 0,30 3,30 0,30 3,00 3,30 0,50
2 3,00 0,80 3,80 0,40 1,50 1,90 0,70
3 3,00 1,50 4,50 0,50 1,00 1,50 0,90
4 3,00 2,40 5,40 0,60 0,75 1,35 1,10
5 3,00 3,50 6,50 0,70 0,60 1,30 1,30
6 3,00 4,80 7,80 0,80 0,50 1,30 1,50
7 3,00 6,30 9,30 0,90 0,43 1,33 1,70
8 3,00 8,00 11,00 1,00 0,38 1,38 1,90
9 3,00 9,90 12,90 1,10 0,33 1,43 2,10
10 3,00 12,00 15,00 1,20 0,30 1,50 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
29
Fonte: O autor (2015)
Fonte: O autor (2015).
Diferentemente do gráfico 1.5, temos que os custos totais médios voltam a subir 
nos últimos estágios de produção, assim, não se trata de um monopólio natural.
Uma consideração importante, se compararmos as características de uma 
empresa competitiva com um monopólio, é no que se refere à curva de demanda. 
O gráfico 1.6 demonstra a curva de demanda de uma empresa competitiva:
O que se nota é que a curva de demanda de uma empresa competitiva é uma reta, 
isso acontece porque em mercados competitivos os preços são estáveis no curto 
prazo. Lembrando-se da seção da presente unidade, as empresas são tomadoras 
de preços, assim, os consumidores podem demandar diferentes quantidades, 
independente do preço.
Gráfico 1.5 - Custo total médio de uma empresa típica
Gráfico 1.6 - Curva de demanda da empresa competitiva
R$
0 Qtde.
Demanda
Concorrência perfeita e Monopólio
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30
Já no monopólio, a curva de demanda apresenta um formato diferente, conforme 
mostra o gráfico 1.7:
Observando o gráfico 1.7, podemos retirar duas conclusões: primeiro, em 
mercados monopolistas os preços não serão constantes; e segundo, para vender 
quantidades maiores o monopolista vai ter que se sujeitar a preços menores.
As fórmulas para o cálculo das receitas e dos custos das empresas competitivas e 
as do monopólio são idênticas. A tabela 10 ilustra o cálculo da receita total, da receita 
média e da receita marginal do monopolista:
Fonte: O autor (2015).
Fonte: Mankiw (2009, p. 305).
Gráfico 1.7 - Curva de demanda do monopolista
Tabela 1.11 - Receita do monopolista
R$
0 Qtde.
Demanda
Quantidade (Q) Preço (R$) Receita Total Receita Média Receita Marginal
(P) (RT=PxQ) (RM=RT/Q) (RMg=ΔRT/ΔQ)
0 11 0 - 10
1 10 10 10 8
2 9 18 9 6
3 8 24 8 4
4 7 28 7 2
5 6 30 6 0
6 5 30 5 -2
7 4 28 4 -4
8 3 24 3 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
31
Se observarmos a tabela 1.11 com cuidado, podemos perceber que, à medida 
que os preços vão diminuindo, a receita total também se altera. Até o estágio de 
produção 5, nós temos uma receita total crescente, no estágio 6 ela se estabiliza, e 
a partir daí novas reduções de preços resultam em receitas menores. A visualização 
se torna mais fácil quando representamos o gráfico da receita total do monopólio:
Da mesma forma que acontecia com o mercado competitivo, no monopólio 
o preço é igual à receita média, a diferença surge quando analisamos a receita 
marginal. Para os mercados competitivos, no ponto de maximização do lucro o 
preço era igual à receita média, que, por sua vez, era igual à receita marginal, ou seja:
 P=RM=RMg
Como no ponto ótimo a RMG=CMg, podemos concluir que, para as empresas 
competitivas, no ponto de maximização de lucros:
 P=CMg
No caso do monopólio, e de acordo com a tabela, podemos perceber que o 
preço é maior que a Receita Marginal (P>RMg). O gráfico 1.9 demonstratal relação: 
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.8 - Receita do monopólio
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
32
E, como veremos a seguir, o monopolista inicia o processo de maximização de 
lucros do mesmo modo que a empresa competitiva, escolhendo a quantidade, onde 
a RMg=CMg. Sendo assim, no ponto de maximização do lucro do monopolista o 
preço será maior que o Custo Marginal (P>CMg), o que nos dá indicativos de que o 
monopolista maximiza seus lucros cobrando preços maiores do que se no mercado 
existisse concorrência.
Igualando a receita marginal com o custo marginal, o monopolista inicia seu 
processo de maximização de lucros, como pode ser visto no gráfico 1.10:
Fonte: O autor (2015).
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.9 - Preço e Receita Marginal do monopólio
Gráfico 1.10 - Definição da quantidade ofertada do monopolista
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
33
De acordo com o gráfico 1.10, se o mercado fosse competitivo, a empresa 
maximizaria seu lucro escolhendo a quantidade Q1, e praticando o preço P1 (onde a 
RMg=CMg). Mas como o monopolista é único no mercado, ele faz uso da curva de 
demanda para definir os preços que irá praticar, isso pode ser visto no gráfico 1.11:
O gráfico 1.11 ilustra que, ao utilizar a curva de demanda de mercado, o monopolista 
pode praticar um preço mais alto (P2), o que fará com que os consumidores 
continuem comprando a mesma quantidade (Q1). O gráfico 1.12 mostra o lucro a 
mais que o monopolista consegue auferir ao praticar preços maiores.
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 1.11- Definição de preços do monopolista
Gráfico 1.12 - Maximização do lucro do monopolista
Fonte: O autor (2015).
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
34
O retângulo que surge no eixo da quantidade representando a diferença entre 
CMe e P2 denota o lucro do monopolista. Partindo de princípios lógicos, ao praticar 
preços maiores, automaticamente, o monopolista deveria ofertar uma quantidade 
maior no mercado, como indica o gráfico 1.13:
O triângulo superior, resultante da diferença, no eixo da quantidade, entre Q1 e 
Q2, demonstra a ineficiência do monopólio. De acordo com Pindyck e Rubinfeld 
(2006), é o que pode ser chamado de peso morto, ou seja, é aquele benefício a 
mais que o monopolista deveria ofertar (por praticar preços maiores) e não o faz. 
Pode ser expresso não só apenas em quantidades, mas também na forma de um 
atendimento diferenciado, uma embalagem melhor etc.
A discriminação de preços é percebível em vários segmentos nos quais uma 
única empresa é detentora de grande parte do mercado. Mankiw (2009) versa sobre 
algumas situações que ilustram a discriminação de preços. O autor em questão 
comenta sobre os ingressos de cinema, citando que, em alguns casos, alguns 
cinemas oferecem preços menores para aposentados e estudantes, algo difícil 
de explicar sob a ótica do mercado competitivo, pois o preço seria igual ao custo 
marginal, mas facilmente compreendido quando partimos da suposição de que os 
cinemas possuem poder de monopólio local, e os idosos e estudantes, uma menor 
disposição para comprar os ingressos. Entra em cena a discriminação de preços 
para aumentar o lucro dos monopólios, no caso dos cinemas. Outros exemplos 
podem ser:
Gráfico 1.13 - Problemas do monopólio
Fonte: O autor (2015).
Concorrência perfeita e Monopólio
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35
Tabela 1.12 - Receita do monopolista típico – parte 1
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 326-327).
• Preços de passagens aéreas.
• Cupons de desconto.
• Ajuda financeira. 
• Descontos por quantidade, etc.
Em todos os casos, os monopolistas (se for o caso) podem praticar a discriminação 
de preços para aumentar seus lucros.
Caro aluno, para revisar as noções básicas de oferta e demanda, você 
deverá ler o Capítulo 10 - Poder de Mercado: Monopólio e Monopsônio, 
do livro: PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013 p. 351-374. Disponível na 
Biblioteca Digital.
EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS DE UMA 
EMPRESA MONOPOLISTA TÍPICA, RESOLVIDO E COMENTADO 
Imagine uma determinada empresa que possua a seguinte relação entre os 
preços de seus produtos e dada quantidade demandada:
Calculando a receita total do monopolista, temos:
Qde. preço RT Cf Cv CT CTMe CMg RMg
10000 24 
20000 22 
30000 20 
40000 18 
50000 16 
60000 14 
Concorrência perfeita e Monopólio
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36
Tabela 1.13 - Receita do monopolista típico – parte 2
Tabela 1.14 - Receita do monopolista típico – parte 3
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 326-327).
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, pg. 326-327).
Qde. preço RT Cf Cv CT CTMe CMg RMg
10000 24 VC 
20000 22 440000 
30000 20 600000 
40000 18 720000 
50000 16 800000 
60000 14 840000 
Qde. preço RT Cf Cv CT CTMe CMg RMg
10000 24 240000 0 50000 50000 5000 5000 20000
20000 22 440000 0 100000 100000 5000 5000 16000
30000 20 600000 0 150000 150000 5000 5000 12000
40000 18 720000 0 200000 200000 5000 5000 8000
50000 16 800000 0 250000 250000 5000 5000 4000
60000 14 840000 0 300000 300000 5000 5000 
Agora, imagine que a empresa possa elaborar seus produtos sem custos e com 
um custo variável de 5 (CV=5) para cada unidade produzida: a partir daí podemos 
completar todas as colunas da tabela.
A tabela indica que as curvas de RMG e CMG se encontrariam na quantidade 
5.000, que ocorreria quando a demanda se encontra entre 50.000 e 60.000 
unidades.
Um grande questionamento que normalmente surge quando estudamos 
os monopólios é: já que podem cobrar preços maiores, e são (na sua maioria) 
ineficientes, como lidar com os problemas dos monopólios? Pindyck e Rubinfeld 
(2006) tecem vários comentários sobre a regulamentação de preços que pode ser 
exercida pelo governo. Já Mankiw (2009) explica que as políticas públicas podem ser 
mais amplas, e que os governos podem reagir ao poder dos monopólios de quatro 
formas:
1. Tornando os monopólios em mercados mais competitivos: o raciocínio 
é óbvio: deixando os mercados mais competitivos, a tendência é que os preços 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
37
Aindade acordo com Reis et al. (2010, p. 20-22):
praticados sejam menores e que a qualidade dos produtos/serviços possa ser melhor. 
Mas como fazer isso? De uma só forma: usando a legislação, principalmente a lei 
antitruste, uma lei que impede a união/fusão de empresas caso a empresa resultante 
apresente excessivo poder de mercado. Aqui no Brasil existem alguns casos clássicos, 
um deles se deu a partir do final da década de 90: a fusão entre duas empresas do 
setor alimentício, do segmento de chocolates, a Garoto e a Nestlé. De acordo com 
Reis et al. (2010, p.18-19):
Tais investigações e análises são conduzidas através da 
instauração de processo administrativo, que posteriormente é 
remetido ao CADE para julgamento. No âmbito da proteção ao 
consumidor, a SDE é o órgão responsável pela coordenação 
da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor 
e tem suas competências estabelecidas pela Lei nº 8.078, 
de 11 de setembro de 1990, cabendo-lhe planejar, elaborar, 
propor, coordenar e executar a política nacional de proteção 
ao consumidor. O CADE foi criado em 1962, como órgão do 
Ministério da Justiça, tendo sido transformado em autarquia 
federal em 1994, conforme Lei nº. 8.884/94, que também 
estabeleceu suas atribuições. Dentre suas funções, o CADE 
tem a finalidade de orientar, fiscalizar e apurar abusos de 
poder econômico, exercendo papel tutelador na prevenção 
e repressão dos abusos cometidos por empresas com poder 
de mercado. Assim, na estrutura do Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência, o CADE é o órgão responsável pelo 
julgamento dos processos e, com base na instrução realizada 
pela SDE e na análise dos pareceres, não vinculativos, 
emitidos tanto por esta quanto pela SEAE, decide se houve 
ou não infração à livre concorrência por parte de empresas 
ou seus administradores nos casos deconduta, e também, 
aprecia os atos de concentração submetidos à sua aprovação. 
O CADE é formado por um Plenário composto por um 
presidente e seis conselheiros, indicados pelo Presidente da 
República, sabatinados e aprovados pelo Senado Federal, para 
um mandato de dois anos (havendo a possibilidade de uma 
única recondução, por igual período) e, portanto, só podem 
ser destituídos em condições muito especiais. Esta regra 
confere autonomia aos membros do Plenário do CADE, o que 
é fundamental para assegurar a tutela dos direitos difusos da 
concorrência de forma técnica e imparcial.
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
38
Em 15 de março de 2002, a empresa Nestlé Brasil Ltda., 
subsidiária brasileira do grupo suíço Nestlé, submeteu à 
apreciação do CADE a aquisição da empresa Chocolates 
Garoto S/A. A operação se formalizou, após processo de disputa 
entre diversas empresas interessadas, com a celebração pelas 
Requerentes do Contrato de Subscrição, datado de 22 de 
fevereiro de 2002. Depois do fechamento do negócio, que 
ocorreu em 28 de fevereiro de 2002, conforme previsto na 
cláusula 3ª do Contrato de Subscrição, a Nestlé Brasil Ltda. 
passou a deter a totalidade do capital social da Chocolates 
Garoto S/A. Para resguardar as condições do mercado 
relevante, de forma a evitar a ocorrência de danos irreversíveis 
até a decisão final do Plenário do CADE, foi adotada uma 
Medida Cautelar, com a celebração do Acordo de Preservação 
da Reversibilidade da Operação (APRO), nos termos da 
Resolução CADE nº 28, de 24 de julho de 2002. A aquisição 
aumentava significativamente a concentração horizontal 
no mercado de chocolates em geral. Outras questões foram 
analisadas, incluindo a estimativa das barreiras à entrada e 
as perspectivas de expansão de marcas rivais como Mars e 
Hershey, que formavam uma franja competitiva constituída 
por grandes empresas multinacionais. Foi apresentado 
estudo detalhado das eficiências esperadas da concentração, 
elaborado por auditoria independente. O CADE concluiu que 
as importações não eram fator significativo no mercado e que 
havia barreiras a novas entradas em razão das dificuldades para 
garantir a distribuição por atacado e devido à diferenciação 
do produto sustentada por elevados gastos em propaganda. 
Além disso, foram descartadas as eficiências apresentadas 
pelas empresas, uma vez que, ou não seriam específicas à 
operação e poderiam ser obtidas de outras formas menos 
lesivas à concorrência, ou porque as eficiências decorriam 
de transferências financeiras. Assim, o Plenário concluiu que 
a transação deveria ser rejeitada, porque (1) nem a esperada 
redução nos custos variáveis (eficiências), nem o grau de 
rivalidade remanescente no mercado seriam suficientes para 
evitar os aumentos de preço ao consumidor de chocolate, e 
(2) não havia qualquer remédio estrutural capaz de reduzir os 
efeitos negativos da elevação da concentração.
Quando as empresas anunciaram a possibilidade de fusão, o governo entrou 
na justiça alegando truste e impediu (pelo menos temporariamente) a união entre 
as empresas. O governo alegou que a junção entre as empresas representaria em 
Concorrência perfeita e Monopólio
U1
39
uma gigante no mercado de chocolates, que poderia exercer fortes influências nos 
resultados de mercado. A título de ilustração, tivemos outros dois exemplos que 
fogem à regra. O primeiro exemplo trata da criação da Ambev, a gigante cervejeira do 
Brasil. Quando a Brahma, a Antarctica e a Skol anunciaram a fusão, todos os analistas 
de mercado acreditavam que o governo faria uso da lei antitruste, pois visivelmente ela 
poderia exercer grandes influências no mercado. Contrariando todas as expectativas, 
o governo aprovou a fusão. De acordo com Quintella (2013, p. 21):
Ainda de acordo com Quintella (2013, p. 23):
A fusão entre a Companhia Cervejaria Brahma e a Companhia 
Antarctica Paulista, resultando na Companhia de Bebidas das 
Américas – AmBev, foi feita com o objetivo de obter ganho de 
escala, aumentar a competitividade e poder atingir o mercado 
internacional, exaltando a bandeira nacionalista com o slogan 
de ser a primeira “multinacional verde-e-amarela”. Com isso, 
foi apresentada a ideia de distribuição internacional do Guaraná 
Antarctica, carro-chefe da Companhia Antarctica Paulista, 
usufruindo da estrutura da Pepsi Co. Após o anúncio da fusão, 
inúmeras cervejarias se apresentaram contra, sob a alegação de 
que tal fusão iria gerar monopólio. A Kaiser foi a principal opositora 
e até apresentou previsões que envolviam milhares de demissões.
Sobre o grande poder de barganha obtido por essa fusão, 
a Companhia de Bebidas das Américas - AmBev ficou 
proibida de exigir venda exclusiva em qualquer ponto de 
venda. E para garantir as suas propostas de melhoria de 
eficiência e redução de custos, a Companhia de Bebidas 
das Américas - AmBev assinou um termo de cumprimento 
de metas de duração de cinco anos, sob penalidade de 
multa em caso de descumprimento. O objetivo do CADE 
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) com essas 
restrições era garantir a entrada de um novo concorrente 
no mercado à cervejaria Bavária, que já tinha aceitação dos 
consumidores. Como a distribuição causa muitos custos 
e pode ser um problema para uma nova cervejaria, o CADE 
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica) procurou 
obrigar a Companhia de Bebidas das Américas - AmBev a 
Concorrência perfeita e Monopólio
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oferecer ajuda nesse ramo à Cervejaria Bavária, garantindo a 
sua continuidade. Apesar das precauções do CADE (Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica), muitas pessoas 
ficaram insatisfeitas com esse veredito, principalmente os 
representantes da Cervejaria Kaiser e da Schincariol, que, além 
de acreditarem que a formação da Companhia de Bebidas das 
Américas - AmBev iria conceder a esta enormes vantagens 
competitivas, também estavam excluídas da compra de ações 
da nova companhia devido a restrições estabelecidas pelo 
CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), visto 
que possuíam mais de 5% do mercado.
No dia 19 de maio de 2009 foi anunciada oficialmente a criação 
de uma das maiores empresas do ramo de alimentos do Brasil 
e do mundo, denominada Brasil Foods S.A. - BRF, originada da 
fusão entre a Sadia e a Perdigão. Essa fusão trouxe à tona uma 
série de questões, especialmente em relação à preservação da 
concorrência nesse mercado e o significado estratégico para 
o Brasil ao ter uma das maiores multinacionais de alimentos. A 
ameaça à concorrência é afirmada pelo fato das duas companhias 
estarem juntas na liderança do mercado em vários segmentos de 
produtos, constituindo a capacidade de impor preços. Assim, essa 
visão apoia o argumento dos especialistas e órgãos de defesa do 
consumidor de que a Brasil Foods iria reduzir a competição no 
mercado e elevaria os preços de alimentos.
Qual era a intenção do governo brasileiro ao aprovar a criação da Ambev? A intenção 
do governo era aumentar o gênero e o volume das exportações brasileiras, ou seja, 
entrar no mercado externo. O mercado cervejeiro internacional é extremamente 
conservador, com marcas com muitos séculos de existência, com grandes premiações 
internacionais. Uma marca de cerveja brasileira, por si só, teria dificuldade em entrar 
no mercado externo, e com a criação da Ambev isso agora é possível. O segundo 
exemplo é parecido, e também se refere ao mercado alimentício: a fusão entre a Sadia 
e a Perdigão, criando a gigante BRfoods. De acordo com Sarassa e Vonia (2010, p. 3-4):
Ainda de acordo com Sarassa e Vonia (2010, p. 6):
Concorrência perfeita e Monopólio
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Quando da criação da BRfoods, os questionamentos foram os mesmos citados no 
caso da Ambev, e a resposta do governo, embora não explícita, também foi parecida: 
aumentar as exportações.
2. Regulamentando o comportamento dos monopólios: a regulamentação dos 
monopólios pode ser exercida pelas agências reguladoras. Como no caso da Anatel, ela 
regula o mercado de telefoniano Brasil. As principais atribuições da Anatel são: assegurar 
preços justos ao consumidor, ou seja, nenhuma operadora de telefonia pode aumentar 
seus preços sem autorização da Anatel, e controlar a qualidade dos serviços ofertados 
para o consumidor. Preço e qualidade, justamente os dois principais problemas que 
existem quando pensamos nos monopólios.
3. Estatizando alguns monopólios: em muitos casos, o governo pode comprar 
a empresa monopolista. Em um primeiro momento, pouca coisa muda, o monopólio 
simplesmente deixa de ser privado e passa a ser estatal. Então, qual é a intenção do 
governo? Na maioria dos casos, o que pode ocorrer é que o governo compra a empresa 
com a intenção de vendê-la, mas vendê-la em partes, cada parte para um grupo diferente. 
Vou dar um exemplo bem simples. Vamos imaginar uma determinada região onde 
apenas uma empresa possui a concessão para explorar o transporte público. Como na 
figura 1.1:
Podemos dividir o impacto sobre a concorrência em duas 
linhas: os contrários, que temem que a BRF utilize o seu poder 
de mercado para elevar o preço dos alimentos; os favoráveis, 
que incluem na formação da BRF uma sinergia de operações 
que reduzirá custos e permitirá alimentos a menores preços 
e maior qualidade para os consumidores, como também a 
impossibilidade de impor preços ao mercado, visto sua natureza 
e a dos demais competidores. Os contrários à BRF afirmam que 
o domínio de mercado exercido pela empresa pode dar-lhe o 
poder de impor preços e deixar os alimentos mais caros e com 
menor qualidade, e que a redução de custos pela fusão não é 
repassada para o consumidor. Ainda nessa linha, podemos dizer 
que os casos de fusão no Brasil não resultaram em menores 
preços, mas em menos opções para o consumidor.
Concorrência perfeita e Monopólio
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42
Figura 1.1 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 1
Figura 1.2 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 2
Fonte: O autor (2015)
Fonte: O autor (2015)
Empresa dominante
Lote A Lote B
Lote C Lode D
O governo compra a empresa a coloca a mesma à venda em quatro lotes:
Depois de os lotes serem negociados, cada empresa passa a operar em um 
quadrante. Aos poucos, o governo vai concedendo o direito de uma empresa explorar 
o lote de outra empresa, e vice-versa, a abertura pode inicialmente ser na horizontal, 
como ilustra a figura 1.3:
Figura 1.3 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 3
Fonte: O autor (2015)
Lote A Lote B
Lote C Lode D
Concorrência perfeita e Monopólio
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43
Posteriormente, o governo pode propiciar a abertura na vertical, como na figura 1.4:
Ou seja, em uma área onde existia apenas uma empresa, agora temos quatro 
empresas operando.
4. Não fazer nada: por incrível que pareça, é uma opção. Primeiro, porque o 
governo pode deixar o mercado livre para que outras empresas (às vezes menores) 
possam se unir e decidir disputar o mercado; segundo, porque todas as outras três 
alternativas anteriores apresentam problemas. Qual é o problema da alternativa 1: utilizar 
a lei antitruste para impedir a criação de monopólios? Sob os olhos da legislação, a 
referida alternativa fere o direito de propriedade dos proprietários das empresas. Qual 
é o problema da alternativa 2: criar agências reguladoras? As agências fiscalizam as 
empresas, mas existe certa dificuldade em se fiscalizar/acompanhar a atuação das 
agências reguladoras. E na alternativa 3? Qual é o problema? Por mais louvável que 
seja a intenção do governo, não há aceitação pública. Em um país como o Brasil, com 
sérios problemas (principalmente de ordem social) a serem resolvidos, retirar dinheiro do 
orçamento federal para “comprar” empresas não seria bem visto aos olhos da sociedade.
Como visto, os monopólios são estruturas de mercado fantásticas, cheias de 
particularidades, e que merecem muito estudo e seriedade na sua compreensão.
Antes de fechar a seção 1.2, vale ressaltar a existência de uma variação do monopólio, 
que é o Monopsônio. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006), o monopsônio refere-
se a um mercado onde existe apenas um único comprador. Pinho e Vasconcellos 
(2006) acrescentam que o monopsônio pode prevalecer, principalmente, no mercado 
de trabalho, como no caso de uma empresa que se instala em uma determinada região 
do país e passa a ser a única demandante de mão de obra. Ainda de acordo com Pindyck 
e Rubinfeld (2006), as fontes de poder do monopsônio são as seguintes:
Figura 1.4 - Exemplo de quebra de monopólio no transporte urbano – parte 4
Fonte: O autor (2015)
Lote A Lote B
Lote C Lode D
Concorrência perfeita e Monopólio
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44
• Elasticidade da oferta do mercado.
• Número de compradores.
• Interação entre compradores.
A seguir temos algumas atividades para fixar o conteúdo da seção. Boa sorte!
Na próxima unidade, vamos tratar sobre outras duas estruturas de mercado, a 
concorrência monopolista e o oligopólio. Até breve!
Durante a seção 2 tratamos sobre a estrutura de mercado 
conhecida como monopólio. Gostaria que vocês refletissem 
sobre as principais diferenças entre mercados competitivos 
e monopólios. Também, apresentamos, na referida seção, 
que os monopólios podem apresentar problemas para os 
consumidores. Assim, é possível um monopólio ser eficiente 
do ponto de vista da equidade e da eficiência? Você é capaz 
de citar algum exemplo?
1. Explique quais são as principais características do monopólio. 
Quais são as características que o diferem do mercado 
competitivo?
2. Explique, na forma de texto, como ocorre o processo de 
maximização do lucro do monopolista.
Concorrência perfeita e Monopólio
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45
Caro aluno, você deve ter em mente que tanto a concorrência 
perfeita quanto o monopólio são estruturas de mercado que 
pressupõem que estamos analisando a situação da oferta de 
uma firma num contexto de indústria. Assim, a empresa está 
classificada dentro de uma estrutura dependendo das outras 
firmas concorrentes para um mesmo produto ou serviço, que 
estão atuando no mercado. Assim, você pode aprofundar seus 
estudos pesquisando sobre os custos sociais do monopólio. Em 
tais estudos sempre há uma comparação entre a concorrência 
perfeita e o monopólio em termos de bem-estar social. No link 
há um texto que versa sobre este tema e você pode estudá-lo.
Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/economia/
arquivos/files/texto11.pdf>.
Nesta unidade você estudou duas importantes estruturas de 
mercado, a concorrência perfeita e o monopólio. Pôde verificar 
que a concorrência perfeita se trata de um modelo básico 
que descreve o funcionamento do mercado de maneira ideal, 
com um grande número de empresas ofertando um produto 
homogêneo, o que garantiria um lucro normal (mínimo) para 
as empresas participantes do mercado. Porém, ao estudar o 
monopóltio, verificou que esta estrutura é diametralmente oposta 
à concorrência e que o lucro é máximo, pois, através do controle 
da oferta, a empresa tem plenas condições de maximizar seu 
lucro devido ao seu poder de monopólio. 
Concorrência perfeita e Monopólio
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1. Recentemente, divulgou-se na mídia o seguinte destaque: 
“Organização alerta CADE sobre suposto monopólio do 
Google”. Tal preocupação foi motivada pelo argumento de que 
o buscador Google elenca oferta de produtos e serviços com 
maior destaque para seus contratantes e, no caso, empresas que 
não são listadas na primeira página não existem (Disponível em: 
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,organizacao-
independente-alerta-cade-sobre-suposto-monopolio-do-
google,125814>. Com base nesta informação, classifique o 
suposto monopólio do Google em termos de qual seria sua fonte 
de monopólio, ou seja, a barreira que limitaria a concorrência de 
outra empresa com o Google. 
2. Oberve a figura:
Tendo em vista que a concorrência monopolística e o 
monopólio se iniciam no ponto em que P=RMg, a figura 
ilustra a diferença da forma como o preço e a receita 
marginal caminham a partir doponto inicial. Neste sentido, 
explique como inicia o processo e como elas se diferenciam. 
Concorrência perfeita e Monopólio
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3. (FMP-RS - 2011 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Economia) 
É CORRETO afirmar que o mercado apresenta uma estrutura em 
concorrência perfeita quando:
a) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe completa informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; 
não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado 
mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de 
qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada 
de novas firmas no mercado.
b) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; 
não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado 
mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de 
qualidade, mecanismos de comercialização; existem barreiras à entrada 
de novas firmas no mercado.
c) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe assimetria de informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; as 
firmas poderão influenciar a procura de mercado mediante mecanismos 
extrapreços, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos 
de comercialização; não existem barreiras à entrada de novas firmas no 
mercado.
d) Existe um grande número de produtores e compradores; cada um 
dos produtores e compradores é pequeno em relação à dimensão do 
mercado; os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos 
perfeitos entre si; existe completa informação e conhecimento sobre 
o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores; 
não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado 
mediante mecanismos extrapreços, como propaganda, melhoria de 
qualidade, mecanismos de comercialização; não existem barreiras à 
entrada de novas firmas no mercado.
Concorrência perfeita e Monopólio
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4. (Eletronorte/Economista/2006). Qual, dos seguintes pares de 
expressões, é incompatível?
a) Perfeita competição – muitos vendedores.
b) Monopsônio – um único comprador.
c) Monopólio – um único vendedor de um bem substituto próximo.
d) Oligopólio – poucas firmas vendendo produtos que são substitutos 
próximos.
e) Cartel – combinação formal de produtores.
5. Companhia de Gás da Bahia - BA (BAHIAGÁS/BA) 2006. Cada estrutura 
de mercado no mundo econômico apresenta características bem 
definidas a partir do número dos que exercem as atividades de oferta e 
de procura. Sobre a estrutura de mercado monopolista, é correto afirmar 
que:
a) No mercado monopolista ocorre uma concorrência duplamente 
imperfeita.
b) No mercado monopolista ocorre um grande número de vendedores 
e apenas um comprador.
c) Trata-se de um mercado de concorrência perfeita, caracterizado pelo 
grande número de participantes, nos dois lados considerados.
d) Não há alternativas possíveis para os compradores, estes ou comprarão 
do único produtor existente ou deixarão de consumir o produto.
e) Devido ao pequeno número de empresas dominantes, o controle 
sobre os preços favorece a ocorrência de práticas conspirativas, conluios 
e acordos que prejudicam o consumidor.
e) Existe um grande número de produtores; cada um dos produtores é 
pequeno em relação à dimensão do mercado; os produtos elaborados 
são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si; existe um pequeno 
número de compradores que poderão afetar o preço do mercado; existe 
completa informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte 
dos produtores e dos consumidores; não existe habilidade das firmas para 
influenciar a procura de mercado mediante mecanismos extrapreços, como 
propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização; não 
existem barreiras à entrada de novas firmas no mercado 
U1
49Concorrência perfeita e Monopólio
Referências
BAER, W. A Economia brasileira. São Paulo: Nobel, 1996.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. 32. ed. São Paulo: Companhia Editora 
Nacional, 2005.
MANKIW, N. G. Introdução à economia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2006.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de economia. 5. ed. São Paulo, 2006.
QUINTELLA, P., F. Análise econômica da criação da Ambev. 2013. Monografia 
(Graduação em Ciências Econômicas) – PUC: Pontifícia Universidade Católica, Rio de 
Janeiro, 2013.
REIS, Ana Clláudia et al. Fusão Nestlé e Garoto. Belo Horizonte, 2010. Disponível 
em: <http://www.sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/flaviane.pdf>. 
Acesso em: 30 jul. 2015.
SALVATORE, D. Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Makron, 1996.
SARASSA, S. M.; VONIA, E. Fusão da Perdigão Sadia. IV JOPEC: Jornada de 
Pesquisas Econômicas, 2013. Disponível em <http://www.fahor.com.br/publicações/
JOPEC/2013/Fusao_daPerdigao.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2015.
Unidade 2
CONCORRÊNCIA 
MONOPOLÍSTICA E 
OLIGOPÓLIO
A competição monopolística é uma estrutura de mercado que não é 
perfeitamente competitiva. Como vocês verão durante a seção 2.1, possui 
aspectos semelhantes e aspectos divergentes dos mercados competitivos e dos 
mercados monopolizados. Em se tratando do mercado monopolístico, nosso 
foco será na determinação de preços e quantidades no curto e no longo prazo.
O oligopólio, uma estrutura de mercado em que poucos vendedores ofertam 
produtos similares ou idênticos, pode ser considerado como sendo uma estrutura 
de mercado intermediária, ou seja, não existe tamanha concorrência como 
acontece no mercado competitivo, mas também não é composto por apenas 
uma empresa, como no caso do monopólio. Assim, na seção 2.2, dedicaremos 
nossos esforços para tentar compreender como a pouca concorrência é vista aos 
olhos dos consumidores, e como a decisão estratégica de um oligopolista afeta o 
equilíbrio do mercado em geral.
Seção 1 | Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo
Seção 2 | Os mercados oligopolistas
Avançando na nossa proposta, que visa à compreensão do funcionamento 
dos mercados, temos como objetivo principal, inicialmente, entender a 
estrutura de mercado conhecida como competição (ou concorrência) 
monopolística. Em um segundo momento, voltaremos nossa atenção 
para uma estrutura de mercado conhecida como oligopólio; e, por final, 
estudaremos três modelos de equilíbrio de mercado: o modelo de Cournot, o 
modelo de Stackelberg e o modelo proposto por Bertrand.
Alexander Luis Montini
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
52
As decisões estratégicas (em termos de preços praticados e quantidades 
produzidas) que conduzem ao equilíbrio de mercado são objetos de estudo de vários 
pesquisadores. Augustin Cournot, Stackelberg e Joseph Bertrand partem do modelo 
mais simples de oligopólio, que é quando temos apenas duas empresas dividindo o 
mercado (conhecido como duopólio), para tentar entender o comportamento da 
firma na busca pela maximização do lucro. Sendo assim, na seção 2.3, dedicaremos 
nosso tempo para apresentar aspectos relacionados aos três modelos propostos.
Seção 3 | Equilíbrio: Modelos de Cournot, de Stackelberg e 
 de Bertrand
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
53
Introdução
Durante a Unidade 1 procuramos compreenderos mercados competitivos e 
os mercados monopolistas, vimos como a concorrência existente no mercado 
competitivo leva a um equilíbrio que pode ser visualizado a partir do momento em 
que a curva de receita marginal (RMg) da empresa se iguala ao seu custo marginal 
(CMg). No caso do monopólio, também podemos visualizar que o processo de 
maximização de lucro se inicia da mesma forma que ocorre no mercado competitivo, 
só que o monopolista faz uso da curva de demanda para estabelecer seus preços 
(que são maiores do que os preços praticados em mercados com concorrência). 
Pindyck e Rubinfeld (2006) afirmam que empresas com poder de monopólio não 
exigem que a empresa seja monopolista pura, e que em muitos segmentos, ainda 
que diversas empresas estejam competindo entre si, cada uma tem pelo menos 
algum poder de monopólio; podem possuir controle sobre os preços, e podem 
cobrar valores superiores ao custo marginal. Nesta unidade estudaremos estruturas 
de mercado que, mesmo não sendo monopólio puro, podem fazer surgir o poder 
de monopólio. Vamos começar com a competição monopolística, no caso em 
questão a quantidade de poder de monopólio que a empresa exerce depende 
da diferenciação de seu produto em relação aos demais concorrentes. Pinho e 
Vasconcellos (2006) afirmam que a diferenciação dos produtos pode ocorrer por 
características físicas, pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas 
(como campanhas promocionais e fixação da marca na mente dos consumidores). 
A segunda estrutura de mercado que vai ser abordada na presente unidade é o 
oligopólio, um mercado onde apenas algumas empresas competem entre si e 
a entrada de novas empresas é dificultada. A mercadoria que produzem pode 
ser diferenciada, como no caso de automóveis e motocicletas; o mesmo ocorre 
com o setor de serviços, como no caso da telefonia móvel. Em alguns setores 
oligopolistas ocorre a cooperação, em outros casos ocorre a competição (que 
em algumas vezes tende a ser bem agressiva). De acordo com a interação entre 
as empresas concorrentes surgem o poder de monopólio e a lucratividade das 
respectivas empresas (PINDYCK RUBINFELD, 2006, p. 373). 
Ao final da unidade serão apresentados três modelos de equilíbrio de mercado 
que podem ocorrer em oligopólios: o de Cournot, o de Stackelberg e o de 
Bertrand. Os modelos em questão são úteis, pois desenvolvem hipóteses para o 
desenrolar do raciocínio e podem facilitar a compreensão do comportamento 
das empresas diante da concorrência. Assim, vamos dar início à seção 2.2, onde 
trataremos da estrutura de mercado conhecida como competição monopolística. 
Bom aprendizado!
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
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Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
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Seção 1
Equilíbrio monopolístico no curto e no longo prazo
Como vocês verão, a competição monopolística apresenta algumas características 
que remetem aos mercados competitivos, e outras características que se assemelham ao 
monopólio, contudo, indústrias monopolisticamente competitivas não se encaixam, em 
sua plenitude, no modelo competitivo e nem no de monopólio. Mankiw (2009, p. 331) cita 
o mercado de livros: quando você vai até uma livraria, pode encontrar uma infinidade de 
títulos e autores, o que o faz parecer competitivo, e como qualquer autor pode entrar no 
segmento, bastando escrever um livro, não se trata de um mercado altamente lucrativo. 
Por outro lado, cada livro é único, e as editoras têm alguma liberdade de escolha quanto ao 
preço que cobram, parecendo assim um mercado monopolístico. O exemplo apresentado 
pelos autores trata do mercado de livros, mas também pode ser aplicado a inúmeros 
outros mercados, como é o caso de artigos de luxo. No mercado de acessórios de luxo, 
nós podemos encontrar vários produtos semelhantes à nossa disposição, só que alguns 
dos acessórios disponíveis no mercado pertencem a marcas renomadas, e com isso 
(massificação da marca na mente dos consumidores), os clientes não conseguem enxergar 
uma concorrência, e passam a ver aquele produto como único, sem concorrência.
De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 374), um mercado monopolisticamente 
competitivo possui duas características-chave:
Sobre elasticidade cruzada da demanda, você pode consultar o livro de 
Pindyck e Rubinfeld (2006, p.126). 
1. As empresas competem vendendo produtos diferenciados, 
altamente substituíveis uns pelos outros, mas que não são, 
entretanto, substitutos perfeitos. Em outras palavras, as elasticidades 
cruzadas de suas demandas são grandes, mas não finitas.
2. Há livre entrada e livre saída: é relativamente fácil a entrada de 
novas empresas com suas próprias marcas e a saída de empresas que 
já atuam no mercado, caso seus produtos deixem de ser lucrativos.
Concorrência monopolística e oligopólio
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Assim como ocorre no monopólio, na competição monopolística as empresas 
apresentam curvas de demanda decrescentes. Por isso elas possuem poder de 
monopólio, mas isso não implica lucros extremamente altos, isso ocorre porque 
existe a livre entrada e saída do mercado, o que faz com que a possibilidade de obter 
lucro estimule outras empresas a participarem do mercado, o que reduzirá os lucros 
econômicos. A seguir, voltaremos nossa atenção para a maximização do lucro da 
empresa competitivamente monopolística, e seu equilíbrio no curto e no longo prazo.
1.1 A empresa monopolisticamente competitiva no curto prazo
Conforme já dito, a empresa competitivamente monopolística se assemelha, em 
muitos aspectos, ao monopólio. O processo de maximização de lucros tem início a 
partir do momento em que a curva de custo marginal (RMg) se iguala à curva de receita 
marginal (CMg), e, com base na curva de demanda (como comentado no parágrafo 
anterior, é decrescente), ocorre a definição dos preços que serão praticados. 
No caso do gráfico 2.1 temos as curvas de Custo Marginal, Custo total médio, 
Demanda e Receita marginal. No exemplo em questão, percebe-se que o preço 
supera o custo total médio, de modo que a empresa obtém lucro.
Agora, vamos apresentar o gráfico 2.2, que mostra o equilíbrio da empresa 
competitivamente monopolista em uma situação de prejuízo:
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.1 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de lucro
Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no curto 
prazo, e em situação de obtenção de lucro, consultar o livro: Mankiw 
(2009, p. 335).
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
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1.2 A empresa monopolisticamente competitiva no longo prazo
Uma situação como a que foi representada nos gráficos 2.1 e 2.2 pode não durar 
muito tempo, principalmente o que foi descrito no gráfico 2.1, isso porque, quando 
empresas apresentam lucros, existe um incentivo para que novas empresas entrem 
no mercado para ofertarem seus produtos
No gráfico 2.2, o preço é inferior ao custo total médio, assim, a empresa não é 
capaz de obter lucro, o máximo que ela pode fazer é tentar reduzir os prejuízos. De 
acordo com Mankiw (2009, p. 334): “Uma empresa monopolisticamente competitiva 
escolhe sua quantidade e seu preço da mesma maneira que o monopólio. No curto 
prazo, esses dois tipos de estrutura de mercado são semelhantes”.
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.2 – Empresa monopolisticamente competitiva em situação de prejuízo
Sobre o equilíbrio da empresa competitivamente monopolística, no 
curto prazo e em situação de prejuízo, favor consultar o livro: Mankiw 
(2009, p. 335).
Essa entrada aumenta o número de produtos dentre os quais 
os clientes podem escolher e, com isso, reduz a demanda 
da empresa para cada empresa já presente no mercado. Em 
outras palavras, o lucro incentiva a entrada, a qual desloca 
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
58
para a esquerda as curvas de demanda com que deparam as 
empresas já existentes. À medida que cai a demanda pelos 
produtos dessas empresas, seus lucros diminuem (MANKIW,2009, p. 334).
De forma contrária, quando as empresas apresentam prejuízos, como no gráfico 
2.2, muitas empresas que estão no mercado sofrem um incentivo para sair. De 
acordo com Mankiw (2009, p. 334):
O processo de entrada e de saída das empresas no mercado continua até que 
as empresas tenham lucro econômico igual a zero. Voltando à hipótese de existir a 
possibilidade da entrada de novas empresas no mercado, temos o gráfico 2.3, que 
ilustra o equilíbrio dos competidores monopolísticos no longo prazo:
Com a saída de empresas, os clientes têm menos produtos 
para escolher. Essa queda do número de empresas aumenta 
a demanda para as empresas que continuam no mercado. Em 
outras palavras, os prejuízos incentivam a saída e esta desloca 
as curvas de demanda das empresas remanescentes para 
a direita. Com o aumento na demanda pelos produtos das 
empresas remanescentes, estas passam a ter lucros crescentes 
(isto é, prejuízos decrescentes).
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.3 – Competição monopolística no longo prazo
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
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No gráfico 2.3, fica evidente que a curva de demanda e a curva de custo total 
médio são tangentes, isso leva a um lucro econômico igual a zero. Também fica 
evidente que esse ponto de tangência se dá na mesma quantidade em que a receita 
marginal se iguala ao custo marginal, uma análise mais aprofundada implica que 
o alinhamento desses pontos se torna necessário, pois a quantidade (no gráfico 
representada pela letra Q) é a quantidade que maximiza o lucro, e o lucro é igual 
a zero no longo prazo. Contudo, vale ressaltar que, como as empresas podem ter 
custos diferentes, e algumas marcas podem se sobressair em relação a outras, elas 
podem cobrar preços diferenciados pelos seus serviços e produtos, e com isso 
(em alguns casos) obter lucros.
De forma resumida, são duas as características que descrevem o mercado 
monopolisticamente competitivo em seu equilíbrio de longo prazo:
Sobre o equilíbrio de longo prazo da empresa monopolisticamente 
competitiva, você pode consultar o livro: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 
375-376).
• Como no mercado monopolista, o preço é superior ao 
custo marginal. Essa conclusão surge porque a maximização 
do lucro requer que a receita marginal seja igual ao custo 
marginal e porque a curva de demanda de inclinação 
descendente faz com que a receita marginal seja inferior ao 
preço.
• Como no mercado competitivo, o preço é igual 
ao custo total médio. Essa conclusão sugere que as livres 
entradas e saídas levam o lucro econômico a zero (MANKIW, 
2009, p. 335).
1.3 Competição Monopolística, eficiência e bem-estar 
Do ponto de vista do bem-estar, a concorrência perfeita é mais desejável, dada 
a sua eficiência. Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 376) ressaltam que “[...] desde que 
não haja externalidades e nada impeça o funcionamento do mercado, a soma 
total do excedente do consumidor e do produtor será a maior possível”. Sendo 
assim, podemos considerar a competição monopolística igualmente eficiente? Para 
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responder a esta pergunta é necessário comparar a competição monopolística 
com o mercado competitivo. O gráfico 2.4 ilustra uma representação simples do 
equilíbrio no mercado competitivo:
Conforme já comentado na Unidade 1, a empresa perfeitamente competitiva 
possui uma curva de receita marginal igual à curva de demanda, e pelo fato dos 
preços serem constantes, a representação gráfica resulta em uma reta horizontal. 
A empresa em questão produz na escala eficiente, na qual o custo total médio 
é minimizado, e o preço é igual ao Custo Marginal. Agora, vamos voltar nossa 
atenção para o gráfico 2.5, que ilustra o equilíbrio na competição monopolística.
Fonte: O autor (2015).
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.4 – Equilíbrio no mercado competitivo
Gráfico 2.5 – Equilíbrio na competição monopolística
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De acordo com o gráfico 2.5, o preço ultrapassa o custo marginal, assim é 
possível concluir que a empresa monopolisticamente competitiva produz abaixo 
da escala eficiente. Essas ineficiências acabam não sendo benéficas do ponto de 
vista dos consumidores, assim, do ponto de vista do bem-estar, a competição 
monopolística não seria uma estrutura de mercado desejável. Sendo assim, é 
inevitável perguntar se não seria necessária uma intervenção (regulamentação) 
por parte dos governos. De acordo com os autores Pindick e Rubinfeld (2006), a 
reposta é: não. Os autores justificam seu posicionamento devido a dois motivos. O 
primeiro motivo apresentado defende e ressalta a seguinte situação:
Quando os autores comentam sobre a elasticidade da demanda não ser tão 
pequena, eles querem dizer que pequenas variações de preços podem resultar 
em mudanças significativas na demanda pelo produto. A justificativa para a não 
regulamentação de mercados competitivamente monopolísticos afirma o seguinte:
Mankiw (2009) se posiciona de maneira parecida. O autor afirma que não existe 
uma maneira simples para os formuladores de políticas públicas solucionarem 
1. Na maioria dos mercados monopolísticos, o 
poder de mercado é pequeno. Geralmente há um número 
satisfatoriamente grande de empresas concorrendo, cada 
qual detentora de marcas satisfatoriamente substituíveis entre 
si, de tal modo que nenhuma das empresas tenha substancial 
poder de monopólio. Sendo assim, qualquer peso morto 
resultante será pequeno. Como as curvas da demanda são 
razoavelmente elásticas, seu excesso de capacidade deverá 
ser também pequeno (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 377).
2. Qualquer ineficiência deve ser confrontada com um 
importante benefício que a competição monopolística oferece: 
a diversidade de produtos. A maioria dos consumidores 
valoriza o fato de poder escolher entre uma ampla variedade 
de produtos concorrentes e marcas que diferem de várias 
formas entre si. Os ganhos decorrentes da diversidade de 
produtos podem ser grandes, podendo facilmente superar 
os custos da ineficiência resultantes de curvas de demanda 
descendentes (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 377).
Concorrência monopolística e oligopólio
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os problemas relacionados à ineficiência da competição monopolística, e que os 
formuladores precisariam regulamentar todas as empresas que produzem bens, 
ou ofertam serviços diferenciados, e como esses produtos e serviços são comuns 
na economia, o ônus administrativo seria muito alto.
Ainda em se tratando da ineficiência da competição monopolística, podemos 
partir do princípio de que o número de empresas no mercado pode não ser 
considerado ideal, ou seja, pode haver excesso ou insuficiência de entradas no 
mercado. Ainda de acordo com Mankiw (2009, p. 340): “Sempre que uma nova 
empresa pensa em entrar no mercado com um novo produto, leva em consideração 
apenas o lucro que poderá ter”. Contudo, vale lembrar que a entrada, ainda, poderia 
gerar dois efeitos externos, ou seja, duas modalidades de externalidades:
Pertinente à diferenciação dos produtos, é muito comum que as empresas 
façam uso de estratégias de marketing para conquistar seus clientes. Uma das 
estratégias mais utilizadas é a propaganda. Um grande questionamento que surge 
para os gestores das empresas é quanto gastar em propaganda. A propaganda, 
como qualquer investimento, deve gerar um retorno, e esse retorno pode ser 
medido, principalmente, das seguintes formas:
• Aumento de receita, através do aumento no volume de vendas.
• Reposicionamento de mercado.
• Fixação da marca na mente dos consumidores.
• A externalidade da variedade de produto: como os 
consumidores obtêm algum excedente do consumidor a partir 
da introdução de um novo produto, a entrada de uma nova 
empresa transfere a eles uma externalidade positiva.
• A externalidade do roubo de negócios: como outras 
empresas perdem clientes e lucros com a entrada de um novo 
concorrente, a entradade uma nova empresa impõe às existentes 
uma externalidade positiva (MANKIW, 2009, p. 340).
Sobre externalidade, você pode consultar os livros: Pindyck e Rubinfeld 
(2006, p. 555-557) e Mankiw (2009, p. 196-199). 
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Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 357) fazem a seguinte afirmação:
Os mesmos autores ainda afirmam que:
A quantidade de gastos com propaganda pode variar de forma substancial, de 
acordo com as características do mercado e, consequentemente, dos produtos 
ofertados. De acordo com Mankiw (2009, p. 340):
A propaganda é muito importante para os fabricantes de jeans de 
marca, que têm razões entre gasto em propaganda e receita em 
vendas de até 10% ou 20%. A propaganda é importante para que os 
consumidores tomem conhecimento de uma marca, e dá a ela certa 
aura e imagem. Dissemos que as elasticidades de preço da demanda 
em uma faixa de -3 a -4 são típicas para as principais marcas, e suas 
elasticidades da demanda à propaganda podem variar de 0,3 a 1. 
Portanto, tais níveis de propaganda parecem fazer sentido.
Os sabões em pó possuem as mais altas taxas de gastos em 
propaganda e receita de vendas, por vezes chegando a ultrapassar 
30%, mesmo quando a demanda de qualquer uma das marcas é 
quase tão elástica quanto a demanda por jeans. O que seria capaz 
de justificar tanta propaganda? Uma elevadíssima elasticidade 
dos sabões em pó à propaganda. A demanda de qualquer marca 
depende crucialmente da propaganda; sem ela, os consumidores 
disporiam de pouca base para poder escolher entre os fabricantes 
disponíveis (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 357).
Empresas que vendem bens de consumo altamente 
diferenciados, como remédios que podem ser vendidos sem 
receita, perfumes, refrigerantes, lâminas de barbear, cereais 
matinais e ração para cães, costumam gastar ente 10% e 20% de 
suas receitas com publicidade. Empresas que vendem produtos 
industriais, como prensas e satélites de telecomunicação, 
costumam gastar muito pouco em publicidade. E empresas 
que vende produtos homogêneos, como trigo, amendoim ou 
petróleo cru, não gastam nada.
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O mesmo autor ainda complementa que:
Contudo, existe uma grande discussão sobre os efeitos resultantes das 
propagandas realizadas pelas empresas. A discussão sobre os efeitos da propaganda 
nos resultados de mercado é longa. Alguns analistas de mercado acreditam que 
a propaganda é benéfica para os resultados de mercado, outros não concordam 
com tal posicionamento. Vale ressaltar, antes de continuar o debate, que o que 
estamos buscando é avaliar os efeitos da propaganda nos resultados de mercado, 
e não se somos contrários ou favoráveis à propaganda em si.
Os analistas de mercado que acreditam que a propaganda é nociva para os 
resultados de mercado justificam seu posicionamento afirmando que, na maioria, 
as propagandas são mais psicológicas do que informativas, ou seja, ao invés de 
mostrar os atributos do produto, utilizam estratégias, na maioria das vezes criativas, 
como acontece com a participação de celebridades em comerciais de TV, ou 
músicas populares, para desviar a atenção dos consumidores, massificando suas 
mentes para a diferenciação de seus produtos, e, quando o consumidor não 
consegue enxergar direito a real concorrência, ele passa a acreditar que aquele 
produto é único. Quando isso acontece, cria-se certa diferenciação em relação 
aos demais produtos, o que facilita as empresas a praticarem preços mais altos do 
que os preços praticados pela concorrência.
Os analistas de mercado que são favoráveis à propagada acreditam que 
através dela os consumidores podem dispor de mais informações para tomar suas 
decisões. Um exemplo simples é quando você se depara com um cartaz que traz 
o preço sugerido do produto, ou até mesmo os pontos de venda onde o produto 
pode ser encontrado. 
Embora ainda exista este debate, na atualidade, os formuladores de políticas 
públicas passaram a aceitar a propaganda como um mecanismo para tornar os 
mercados mais competitivos. De acordo com Mankiw (2009, p. 341):
Para a economia como um todo, o gasto em publicidade 
representa cerca de 2% da receita total das empresas. Essa 
despesa tem várias formas, incluindo comerciais para rádio e 
televisão, espaço em jornais e revistas, mala direta, anúncios nas 
páginas amarelas, outdoors e internet (MANKIW, 2009, p. 340).
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Assim, depois de analisar algumas características dos mercados 
monopolisticamente competitivos, podemos concluir que eles não apresentam 
todas as características desejáveis em termos de eficiência e bem-estar. Finalizando 
com as palavras de Mankiw (2009, p. 340): 
De forma geral, e de acordo com o conteúdo apresentado na seção 2.1, ficou 
claro que a competição monopolística se encontra (em termos de características) 
entre o monopólio e a concorrência perfeita, e que as empresas na competição 
monopolística fazem uso principalmente da propaganda, para diferenciar seus 
produtos dos outros produtos com características similares que estão sendo 
ofertados, e embora não seja um mercado perfeito, são poucas as ações que 
os formuladores de políticas públicas podem desenvolver em prol de melhores 
resultados de mercado, principalmente do ponto de vista do bem-estar econômico.
Um exemplo importante é o da desregulamentação da publicida-
de de determinadas profissões, como advogado, médico e farma-
cêutico. No passado, esses grupos conseguiram que os governos 
estaduais proibissem a publicidade em suas áreas com base no ar-
gumento de que anunciar era “pouco profissional”. Há alguns anos, 
contudo, os tribunais concluíram que o principal efeito dessas limi-
tações à publicidade era dificultar a competição. Por isso, reverte-
ram muitas das leis que proibiam esses profissionais de anunciar. 
Após a leitura da seção 2.1 da Unidade 2, reflita um pouco 
sobre os efeitos das propagandas nas decisões de compra 
dos consumidores.
Ou seja, a mão invisível não garante que o excedente total 
seja maximizado sob a condição monopolística. Mas, como as 
ineficiências são sutis, difíceis de medir e difíceis de solucionar, 
não há caminho fácil para as políticas públicas melhorarem os 
resultados de mercado.
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1. Explique como que os resultados do equilíbrio no curto 
prazo de empresas monopolisticamente competitivas podem 
influenciar seu equilíbrio de longo prazo.
2. Comente sobre as estratégias de diferenciação que podem 
ser usadas pelas empresas monopolisticamente competitivas 
para destacar seus produtos dos demais concorrentes.
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
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Seção 2
Mercados Oligopolistas
No mundo todo, existem muitos mercados onde temos um número muito 
reduzido de empresas ofertando produtos e serviços similares. Pense na seguinte 
hipótese: um consumidor aqui no Brasil (nos dias atuais) deseja escolher uma 
empresa para fornecer serviços de telefonia fixa para a sua residência, ele vai ter sua 
decisão direcionada para poucas empresas que dominam o mercado, sua opção 
de escolha é muito pequena, não existem muitas empresas ofertando o referido 
serviço, como no caso dos mercados competitivos, mas também não existe 
apenas uma, como no caso dos monopólios, por isso o oligopólio é um mercado 
intermediário entre os outros dois mercados que foram trabalhados na Unidade 1. 
Nos oligopólios, os produtos ou os serviços podem ou não ser diferenciados, o que 
reduz suas semelhanças com a competição monopolística (assunto estudado na 
primeira seção da presente unidade).
Durante a seção 2 vamos apresentar as principais características dos oligopólios, 
vamos falar das barreiras para a entrada no respectivo mercado e, por fim, vamos 
demonstrar o equilíbrio no mercado oligopolista e as políticas públicas para os 
oligopólios.Como o oligopólio é uma estrutura de mercado que prevalece (se 
comparado às outras estruturas de mercado, e considerando os vários serviços e 
produtos que são ofertados), vale a pena dispor de algumas páginas para tratar sobre 
o assunto. Bom aprendizado!
2.1 Mercado com poucos vendedores
São várias as características que definem um oligopólio, mas acredito que a 
principal delas é que é um mercado onde um número reduzido de vendedores são 
os principais responsáveis pela maior parte ou por toda oferta de um determinado 
produto/serviços ofertado. De acordo com Pinho e Vasconcellos (2006, p. 197):
O oligopólio é uma estrutura de mercado que, hoje, prevalece no 
mundo ocidental (inclusive no Brasil), na indústria e no transporte 
Concorrência monopolística e oligopólio
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De forma parecida, Salvatore (1996, p. 328) afirma que: “Oligopólio é uma 
organização de mercado em que existem poucos vendedores de um produto”. 
Como vocês verão mais à frente, as empresas oligopolistas poderiam se beneficiar 
caso houvesse cooperação entre elas, o que implicaria um resultado de mercado 
igual ao do monopólio (preços maiores que o custo marginal e uma pequena 
quantidade de produto/serviço sendo ofertada). Contudo, Mankiw (2009, p. 350) 
afirma: “Mas, como cada oligopolista se preocupa somente com seu próprio lucro, 
há fortes incentivos em ação que impedem que um grupo de empresas mantenha 
os resultados de um monopólio”. 
Em muitos casos, é comum observar que os oligopolistas podem obter elevadas 
margens de lucro, isso ocorre porque (da mesma forma que nos monopólios) existem 
barreiras que dificultam a entrada de novas empresas no mercado, principalmente 
barreiras naturais. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 378):
Também existe a possibilidade de que as empresas que estão participando do 
mercado adotem estratégias para dificultar a entrada de novas empresas. Um bom 
exemplo é adotar uma estratégia de exclusão de mercado, onde a empresa líder 
aumenta a oferta de seus produtos/serviços, com preços menores (por um dado 
período de tempo), o que dificultaria a permanência de outras empresas no referido 
mercado. Assim é posto que as decisões quanto à gestão de empresas em mercados 
oligopolistas não são tão simples, e podem envolver questões relacionadas com:
• A política de preços a ser praticada.
• O nível de produção efetivo.
• Gastos com publicidade.
aéreo e rodoviário, nos setores químicos e siderúrgicos e outros. 
Essa estrutura de mercado caracteriza-se pela existência de 
reduzido número de produtores e vendedores fabricando bens 
que são substitutos próximos entre si.
As economias de escala podem tornar o mercado não lucrativo, a 
não ser para algumas empresas; as patentes ou o acesso à tecnologia 
podem servir para excluir potenciais concorrentes; e a necessidade 
de novas empresas. Essas são barreiras ‘naturais’ à entrada – elas são 
básicas para a estrutura de mercado em particular.
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• Investimentos de uma forma geral.
O item investimentos de uma forma geral pode ser executado nas seguintes formas:
• Na renovação dos produtos da linha de produção.
• No lançamento de novos produtos.
• No reposicionamento de mercado.
• Na diversificação da produção.
• Na expansão das instalações, etc.
Conforme Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 379):
Para entendermos melhor como funciona a interação entre as diversas empresas 
que participam do mercado, vamos partir da mais simples possibilidade de oligopólio 
possível, que é o caso do duopólio, onde duas empresas dividem o mercado. Vamos 
utilizar o exemplo do duopólio para tentar compreender como se dá o equilíbrio 
no oligopólio, em termos de preços e quantidades praticadas. Vale lembrar, antes 
de prosseguir, que uma das características do oligopólio é a da interdependência 
econômica. Conforme Pinho e Vasconcellos (2006, p. 198): 
Essas considerações estratégicas podem ser complexas. Durante 
o processo de decisões, cada empresa deve considerar as 
reações dos concorrentes, ciente do fato de que estes também 
considerariam suas reações em relação às decisões deles. Além 
disso, as decisões, as reações, as reações às reações e assim por 
diante, são dinâmicas, evoluem ao longo do tempo. Ao avaliar as 
potenciais consequências de suas decisões, os administradores 
de uma empresa devem supor que seus concorrentes são 
igualmente racionais e inteligentes. Dessa maneira, poderão 
colocar-se na posição dos concorrentes e ponderar sobre as 
possíveis reações que eles poderiam ter.
Se todos os produtores são importantes, ou possuem uma faixa 
significativa do mercado, as decisões sobre o preço e a produção 
de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um 
vendedor influi no comportamento dos outros vendedores.
Concorrência monopolística e oligopólio
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2.2 Equilíbrio no mercado oligopolista
Conforme já dito, vamos partir da hipótese do duopólio para tentar entender 
o equilíbrio do oligopólio. As situações-problema enfrentadas pelos membros do 
duopólio são as mesmas do oligopólio composto por poucas empresas. A utilização 
do duopólio com exemplo é mais uma hipótese simplificadora. O exemplo que vai 
ser utilizado foi baseado no modelo proposto por Mankiw (2009, p. 350-353), e para 
facilitar a compreensão foram feitas algumas adaptações para o padrão brasileiro.
Imaginem, inicialmente, uma situação onde, em uma área rural afastada do 
centro, como no caso de uma vila rural, existam apenas dois moradores, a partir 
de agora serão denominados de morador A e morador B. Tanto o morador A 
quanto o morador B possuem poço artesiano em sua residência. Todos os dias eles 
bombeiam água do subsolo, armazenam e ofertam os galões de água para a venda 
para os outros moradores. Novamente, por simplificação, vamos imaginar que os 
moradores possam bombear toda água que desejarem, sem custos. Na realidade 
existe um custo, que seria, principalmente, o custo da energia elétrica necessária 
para que uma bomba de água possa direcionar a água do solo para a superfície. 
Como os custos são muito pequenos, e recorrendo novamente a uma hipótese 
simplificadora, vamos ignorá-los. Isso é importante para futuras análises, porque se o 
custo total para bombear um galão (20 litros) do subsolo é igual a zero, e se o custo 
para bombear dois galões também é zero, e daí por diante, significa que o custo 
marginal é zero, ou seja:
 CMg= 0
A tabela que segue apresenta as possíveis quantidades de água e os respectivos 
preços que seriam praticados.
Tabela 2.1 - Escala de demanda de água
Quantidade (galões) Preço (R$)
0 120
10 110
20 100
30 90
40 80
50 70
60 60
70 50
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Percebam que os preços não são estáveis (como na concorrência perfeita), e que 
crescem à medida que a quantidade fornecida de água aumenta. É um entendimento 
simples do funcionamento da oferta e da demanda. Multiplicando a quantidade pelo 
preço nós encontramos a Receita Total da empresa, que pode ser visualizada na 
tabela 2.2:
De acordo com a tabela 2.2, se a empresa (ou empresas) praticar o maior preço 
possível (no nosso exemplo, R$ 120), sua receita seria igual a zero (RT=0). A receita 
total vai aumentando até que a quantidade de galões atinja a quantidade de 60 
unidades, que conta com um preço respectivo de R$ 60, o que geraria uma receita 
total de R$ 3.600. A partir deste momento a receita total passa a diminuir devido ao 
fato dos preços diminuírem demais, fruto de uma maior oferta de água.
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 351).
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 351).
Tabela 2.2 - Receita total da demanda de água
Quantidade (galões) Preço (R$) Receita Total (RT)
0 120 0
10 110 1100
20 100 2000
30 90 2700
40 80 3200
50 70 3500
60 60 3600
70 50 3500
80 40 3200
90 30 2700
100 20 2000
110 10 1100
120 0 0
80 40
90 30
100 20
110 10
120 0
Concorrênciamonopolística e oligopólio
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Agora, vamos voltar ao início do nosso exemplo, onde partimos da suposição de 
que os moradores não têm custos, e se:
 Lucro= RT – CT
Caso o custo total seja igual a zero (CT=0), então temos que: 
 Lucro= RT
Assim a nossa tabela poderia ser apresentada da seguinte forma:
Agora podemos desenvolver nossa análise em busca do equilíbrio do oligopólio. 
Para facilitar o desenvolvimento do raciocínio, vamos inicialmente analisar o 
mercado como se ele fosse competitivo, depois vamos analisá-lo como se fosse um 
monopólio, para, por fim, analisar o mercado sob a ótica do oligopólio (no nosso 
exemplo, um duopólio).
Se o mercado fosse competitivo, qual seria a quantidade de água vendida? Qual 
seria o preço praticado? Se vocês se lembrarem da Unidade 1, vão recordar que a 
empresa competitiva maximiza seu lucro quando:
 RMg= CMg
E para a empresa competitiva:
 P = RMg
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 351).
Tabela 2.3 - Lucro resultante da demanda por água
Quantidade (galões) Preço (R$) Lucro (RT=CT)
0 120 0
10 110 1100
20 100 2000
30 90 2700
40 80 3200
50 70 3500
60 60 3600
70 50 3500
80 40 3200
90 30 2700
100 20 2000
110 10 1100
120 0 0
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Então, para a empresa competitiva:
 P = CMg no ponto de maximização de lucro
Como no nosso exemplo o custo marginal é zero, então o equilíbrio aconteceria 
na última linha da nossa tabela, a quantidade oferecida seria a maior possível (120 
galões), o preço seria o menor possível (0) e o lucro seria igual a zero. Fora as 
várias implicações teóricas sobre o equilíbrio no mercado competitivo, o resultado 
encontrado no nosso exemplo apresenta certa lógica. A hipótese da concorrência 
perfeita implica que a maioria dos habitantes da vila rural teria poços artesianos em 
suas residências, assim, se você possui um poço artesiano em sua residência, quanto 
pagaria pela água do seu vizinho? Nada.
E se o mercado fosse um monopólio? Qual seria a quantidade de água vendida? 
Qual seria o preço praticado? Ora, partindo da hipótese do mercado monopolista, 
a implicação seria que apenas um dos moradores teria poço artesiano em sua 
residência (somente o morador A ou somente o morador B), e cientes de que o 
monopolista utiliza informações sobre a demanda para estipular seus preços, 
entenderíamos que o monopolista praticaria o preço que maximizaria seu lucro. No 
nosso exemplo, quando o preço é de R$ 60, e a quantidade é de 60 galões, o lucro 
é maximizado, de acordo com os dados da tabela, estes resultados implicariam um 
lucro de R$ 3.600 para o monopolista.
Até agora, nada de novo! Os resultados na situação de monopólio e de mercado 
competitivo já foram discutidos na Unidade 1. Finalmente, podemos tentar encontrar 
o equilíbrio do oligopólio, assim, voltando ao início do nosso exemplo, temos que 
existem dois moradores (A e B) dividindo o mercado. Os moradores em questão 
possuem duas possibilidades: 
• A cooperação (união) entre eles para dividir o mercado em partes iguais.
• A competição (concorrência) entre eles buscando um lucro individual maior.
A primeira possibilidade implicaria uma situação que chamamos de conluio. De 
acordo com Mankiw (2009, p. 351), o conluio é: “um acordo entre as empresas de 
um mercado a respeito das quantidades a serem produzidas ou dos preços a serem 
praticados”. Ainda de acordo com os autores, a referida situação implicaria um cartel, 
situação onde várias empresas que pertencem a um determinado mercado agem 
conforme um determinado acordo.
No caso de um cartel, qual seria a quantidade ofertada de água? Qual seria o preço 
praticado e qual seria o lucro de cada um dos duopolistas? Quando as empresas 
formam cartel para definir preços e/ou quantidades, é como se no mercado 
existisse apenas uma empresa, situação que se assemelha ao monopólio, então os 
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resultados seriam os mesmos resultados que seriam obtidos em uma situação de 
monopólio. O preço praticado seria de R$ 60, assim, um total de 60 galões de água 
seria ofertado no mercado, 30 galões pelo morador A e 30 galões pelo morador B. 
O lucro de cada um deles seria de R$ 1.800, ou seja, dividiriam os lucros resultantes 
da venda de água no mercado. Vale ressaltar que quando empresas oligopolistas (ou 
até mesmo competitivas) formam cartel, elas não se transformam em monopólio, 
elas ASSUMEM características de monopólio, assim a ineficiência passa a prevalecer. 
Cada empresa continua sendo o seu proprietário, sua marca, seu modo de gestão, o 
que ocorre é que os preços serão semelhantes, e isso gera um peso morto. Quem 
mais é prejudicado diante de uma situação de cartel é o consumidor, que será 
obrigado a pagar preços maiores e contar com produtos/serviços (na maioria das 
vezes) com qualidade inferior. Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 374) afirmam:
Outro aspecto importante em relação aos cartéis é que extrapolam a fronteira da 
regulamentação, e tornam-se um crime. De acordo com artigo eletrônico do autor 
Taufick (2007):
Ainda de acordo com o mesmo autor:
À primeira vista, um cartel pode se assemelhar ao monopólio 
puro. Afinal, as empresas parecem operar como se fizessem parte 
de uma grande companhia. Entretanto, um cartel difere de um 
monopólio em dois importantes aspectos. O primeiro é que, como 
os cartéis raramente controlam todo o mercado, eles necessitam 
considerar de que maneira suas decisões de preço afetarão os 
níveis de produção fora deles. O segundo aspecto é que, como os 
membros de um cartel não fazem realmente parte de uma grande 
empresa, eles podem ficar tentados a ‘enganar’ seus parceiros, 
fazendo reduções de preço e apoderando-se de fatias maiores do 
mercado. Desse modo, muitos cartéis tendem a ser instáveis e de 
curta duração.
O cartel é crime contra a ordem econômica, previsto no art. 4º da 
Lei n.º 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Trata-se da formação 
de acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à 
fixação de preços ou quantidades vendidas ou produzidas, prevista 
no inciso II, "a" do dispositivo em questão. Falamos de crime pessoal, 
cuja sanção consiste em pena de reclusão ou multa.
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
75
Assim, caso haja a comprovada formação de cartel, cabe ao Ministério Público 
apurar e intervir para assegurar a legítima concorrência nos mercados.
Agora, voltando ao nosso exemplo, e após termos analisado o comportamento 
dos duopolistas em situação de cooperação, vamos analisá-los a partir do princípio 
da competição, ou seja, os moradores A e B vão competir entre si para buscar uma 
maior maximização de lucros individual. Vamos partir da situação de equilíbrio do 
cartel para desenrolar nosso raciocínio. Assim, em um primeiro momento, um total 
de 60 galões de água é ofertado no mercado, o preço é de R$ 60 e o lucro dos 
moradores (A e B) é de R$ 1800 para cada um. Imaginem a seguinte situação: o 
morador A (que agora oferta uma quantidade de 30 galões para o mercado) decide 
aumentar sua produção para 40 galões, assim um total de 70 galões seria ofertado 
no mercado; quando isso acontece, o preço de mercado diminui para R$ 50, assim, 
o morador A, que aumentou sua produção para 40 galões, passa a obter um lucro 
de R$ 2.000 (40 galões x R$ 50), um lucro maior, só que, como consequência da sua 
decisão, o lucro do morador B vai diminuir, agora ele continua vendendo 30 galões 
ao preço de R$ 50 e seu lucro despenca de R$ 1.800 para R$ 1.500. É posto que 
o morador B não ficou satisfeito com a decisão do morador A, que aumentou sua 
produção e, consequentemente, seus lucros. Como pessoas racionais pensam na 
margem, o morador B vai ter que adotar uma estratégia para recuperar suas perdas, 
diante da atual situação o morador B também aumenta sua produção para 40 galões, 
O cartel é, também, crime concorrencial e, portanto, infração 
econômico-penal.Nos termos do art. 21 da Lei n.º 8.884, de 
11 de junho de 1.994, trata-se de fixação de preço e condições 
de venda de bens e prestação de serviços em acordo com 
concorrente; obtenção de conduta comercial uniforme ou 
concertada entre concorrentes; divisão de mercados de serviços 
ou produtos; combinar previamente preços ou vantagens em 
concorrência pública. Os crimes concorrenciais, equiparados 
ao tort anglo-saxão, ao serem enquadrados como infrações de 
cunho econômico-penal, ensejam penalização essencialmente 
econômica (TAUFICK, 2007).
Sobre cartel, você pode consultar o livro: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 
397-401).
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
76
assim, um total de 80 galões será ofertado no mercado, só que com isso os preços 
caem para R$ 40 o galão, o morador B fica satisfeito, pois seu lucro aumenta dos 
atuais R$ 1.500 para R$ 1.600, só que o morador A pode ficar descontente, pois seu 
lucro cai de R$ 2.000 para R$ 1.600.
Na situação proposta, fica claro como que em uma situação de oligopólio a 
decisão de um vendedor afetará os outros vendedores. De acordo com Salvatore 
(1996, p. 328): 
Acerca de hipóteses sobre o comportamento duopolista, vale adiantar que na 
seção 2.3 da presente unidade serão apresentados três modelos de equilíbrio em 
mercados com características oligopolistas, o modelo de Cournot, o modelo de 
Stackelberg e o modelo de Bertand.
Voltando ao nosso exemplo, partiremos da última situação proposta, onde cada 
um dos moradores está ofertando 40 galões no mercado, ao preço de R$ 40, e o 
lucro de cada um é de R$ 1.600. Caso o morador B (que teve seu lucro diminuído de 
R$ 2.000 para R$ 1600) fique descontente, e decida aumentar sua produção de 40 
galões para 50 galões, um total de 90 galões seria ofertado no mercado, com isso, 
os preços despencariam para R$ 30 o galão, e o lucro do morador B cairia para R$ 
1.500 (50 galões x R$30), e isso faz com que o morador B decida manter a produção 
ao invés de aumentar. Os resultados apontam para um equilíbrio, no nosso caso 40 
galões ofertados por cada morador, ao preço de R$ 40; a partir deste momento, 
qualquer aumento na quantidade vendida representaria uma queda nos lucros das 
empresas participantes do mercado. Esse equilíbrio recebe o nome de equilíbrio 
de Nash. De acordo com Mankiw (2009, p. 352): “De fato, esse tipo de resultado é 
chamado de equilíbrio de Nash (em homenagem ao economista John Nash, cuja vida 
foi retratada no livro e no filme Uma mente brilhante)”. Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 
379) complementam: “Equilíbrio de Nash: Conjunto de estratégias ou ações em que 
cada empresa faz o melhor que pode em função do que suas concorrentes estão 
fazendo”. O Equilíbrio de Nash vai ser apresentado de uma forma mais completa na 
Unidade 3, na qual estudaremos a teoria dos jogos.
O resultado disso é que, a menos que se faça alguma hipótese 
específica sobre as reações de outras firmas com relação às ações 
da firma em estudo, não se pode construir uma curva de demanda 
específica para aquele oligopolista, e a solução será indeterminada. 
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
77
Para fixarmos o processo de interação dos agentes dupolistas na busca pela 
maximização do lucro (que leva ao equilíbrio de mercado), vamos apresentar um 
exercício resolvido e comentado, o qual é baseado no modelo apresentado no livro 
do Mankiw (2009, p. 369).
Imaginem a seguinte situação: dois países (país A e país B) são os responsáveis 
por grande parte da oferta mundial de diamantes. Suponha que o custo total da 
produção de diamantes seja constante, de R$ 1.000 por diamante. A demanda 
mundial de diamantes pode ser representada conforme os dados da tabela 2.4:
a) Analise os dados da tabela. Caso no mercado houvesse muitos fornecedores 
de diamantes, quais seriam o preço e a quantidade?
b) Se só houvesse um fornecedor de diamantes, quais seriam o preço e a 
quantidade?
c) Se o país A e o país B formassem um cartel, quais seriam o preço e a 
quantidade? Se os países dividissem o mercado por igual, quais seriam a produção 
EXEMPLO DE EXERCÍCIO RESOLVIDO E COMENTADO
Na prática de mercado, as empresas optam pelo clima de 
competição ao invés da cooperação, tente imaginar por que 
isso acontece!
Fonte: Adaptado de Mankiw (2009, p. 369).
Tabela 2.4 - Demanda mundial por diamantes
Preço (R$) Quantidade (unid.)
8.000 5.000
7.000 6.000
6.000 7.000
5.000 8.000
4.000 9.000
3.000 10.000
2.000 11.000
1.000 12.000
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
78
e o lucro do país A? O que aconteceria com o lucro do país A se ele aumentasse 
sua produção em mil unidades, enquanto o país B se mantivesse fiel ao acordo de 
cartel?
RESPOSTA:
a) Para dar início à linha de raciocínio que leva à obtenção da resposta é 
necessário calcular a Receita Total proveniente da venda dos diamantes, assim, 
devemos incluir uma nova coluna na tabela 2.4, a coluna da Receita Total, que pode 
ser obtida através da multiplicação da quantidade ofertada pelo preço de mercado 
(RT = P x Q.), com isso temos a tabela 2.5:
Depois do Cálculo da Receita Total é necessário o cálculo do Custo Total das 
várias unidades que estão sendo ofertadas (CT unit. X Q), assim, temos os dados que 
são apresentados na Tabela 2.6:
Fonte: O autor (2015).
Fonte: O autor (2015).
 Tabela 2.5 - Receita total por diamantes
Tabela 2.6 - Receita total e custo total dos diamantes
Preço (R$) Quantidade (unid.) Receita Total
8.000 5.000 40000000
7.000 6.000 42000000
6.000 7.000 42000000
5.000 8.000 40000000
4.000 9.000 36000000
3.000 10.000 30000000
2.000 11.000 22000000
1.000 12.000 12000000
Preço (R$) Quantidade (unid.) Receita Total Receita Total
8.000 5.000 40000000 40000000
7.000 6.000 42000000 42000000
6.000 7.000 42000000 42000000
5.000 8.000 40000000 40000000
4.000 9.000 36000000 36000000
3.000 10.000 30000000 30000000
2.000 11.000 22000000 22000000
1.000 12.000 12000000 12000000
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
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79
E, finalmente, a última informação que precisamos para completar os dados 
necessários para a resolução dos exercícios é o lucro dos países, que pode ser 
obtido através da subtração simples entre a Receita Total e Custo Total (Lucro = RT 
– CT). Assim temos a tabela 2.7;
Com os valores calculados, e relembrando o processo de maximização de lucro da 
empresa competitiva, que ocorre a partir do momento em que:
 RMg= CMg
E, para a empresa competitiva:
 P = RMg
Então, para a empresa competitiva:
 P = CMg no ponto de maximização de lucro
Como no nosso exemplo o custo marginal é R$ 1.000 por diamante, então, e 
respondendo à pergunta, o equilíbrio aconteceria na última linha da nossa tabela, a 
quantidade oferecida seria a maior possível (12.000 diamantes), o preço seria o menor 
possível (1.000) e o lucro econômico seria igual a zero (Lucro = 0).
b) Se só houvesse um fornecedor de diamantes, o mercado assumiria 
características de monopólio. O monopolista, na busca pela maximização do lucro, 
praticaria um preço de R$ 7.000, e ofertaria 6.000 unidades do produto no mercado.
c) Se o país A e o país B formassem um cartel, a quantidade e o preço seriam o 
mesmo do monopólio, ou seja, um preço de R$ 7.000, e uma quantidade de 6.000 
unidades. Assim, o país A teria uma produção de 3.000 unidades (6.000 / 2) ao preço de 
R$ 7.000, e seu lucro seria de R$ 18.000.000, resultado do seguinte cálculo:
Fonte: O autor (2015).
Tabela 2.6 - Receita total e custo total dos diamantes
Preço (R$) Quantidade 
(unid.)
Receita Total Custo Total Lucro
8.000 5.000 40000000 5000000 35000000
7.000 6.000 42000000 6000000 36000000
6.000 7.000 42000000 7000000 35000000
5.000 8.000 40000000 8000000 32000000
4.000 9.000 36000000 9000000 27000000
3.000 10.000 30000000 10000000 20000000
2.000 11.000 22000000 11000000 11000000
1.000 12.000 12000000 12000000 0
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
801. Em um mercado oligopolista, se um grupo de vendedores 
pudesse formar um cartel, qual seria a quantidade que eles 
tentariam vender? Como se daria a escolha do preço que seria 
praticado pelas empresas?
2. Faça um comparativo entre os preços praticados por uma 
empresa oligopolista com os preços praticados por uma 
empresa monopolista.
 (1) R$ 21.000.000 (RT) – R$ 3.000.000 (CT)
 (2) = R$ 18.000.000.000 (Lucro)
 Caso o país aumentasse sua produção em 1.000 unidades, um total de 7.000 
unidades seria ofertado no mercado, o lucro do país A aumentaria de R$ 18.000.000 
(36.000.000 / 2) para R$ 20.000.000, resultado da seguinte conta:
 (1) 4.000 (unid.) x R$ 6.000 = R$ 24.000.000 (RT)
 (2) 4. 000 (unid.) x R$ 1.000 (CT) = R$ 4.000.000 (CT)
 (3) R$ 24.000.000 (RT) – R$ 4.000.000 (CT)
 (4) = R$ 20.000.000 (Lucro).
Após a resolução do exercício, fica mais fácil compreender por que os acordos de 
cartel frequentemente são malsucedidos. Como não existe confiança entre as empresas 
oligopolistas, o resultado de mercado acaba sendo inferior ao resultado de mercado 
do monopólio (o que ocorreria no caso da formação de um cartel). Na próxima seção, 
vamos nos aprofundar um pouco mais no equilíbrio de mercado do oligopólio. 
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
81
3.1 Modelo de Cournot
Para explicar o modelo desenvolvido por Cournot (1938), vamos partir de um 
modelo simples de duopólio. A figura a seguir apresenta um retrato de Cournot:
Seção 3
Equilíbrio: Modelos de Cournot, 
de Stackelberg e de Bertrand
Na seção 2 da presente unidade, ficou claro que o oligopólio é uma estrutura de 
mercado em que existem poucos vendedores e muitos compradores, e as empresas 
que participam do mercado possuem certo poder de decisão para fixarem seus preços. 
Partindo dos princípios marginalistas, espera-se que os oligopolistas maximizem seus 
lucros no ponto onde a curva de custo marginal se iguala à curva de receita marginal. 
De acordo com Pinho e Vasconcellos (2006, p. 198): 
A seguir serão apresentados três modelos que buscam explicar o equilíbrio dos 
oligopolistas: o equilíbrio de Cournot, de Von Stackelberg e de Bertrand.
Além das estruturas já descritas, consideradas como as 
estruturas mais importantes do núcleo da microeconomia, 
existe uma série de outras abordagens para o estudo do 
comportamento dos mercados. A preocupação central 
de todas as abordagens é, de alguma forma, explicar seu 
funcionamento e, principalmente, mostrar a natureza da 
interdependência entre os oligopolistas.
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
82
Fonte disponível em: <http://cache.bzi.ro/cache/3/240/s560x316_Antoine_Augustin_Cournot.jpg>. Acesso em: 1º out. 2015.
Figura 2.1 - Antoine-Augustin Cournot
Cournot foi um matemático, filósofo e economista francês.
Cournot foi um dos pioneiros em demonstrar como as empresas são dependentes da 
ação de outras empresas no mercado oligopolista. Segundo Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 
380): “A essência do modelo de Counot é que, ao decidir quanto produzir, cada empresa 
considera fixo o nível de produção de sua concorrente“.
Para compreendermos o modelo de Cournot, vamos supor que em um determinado 
mercado existam apenas duas empresas fornecedoras de um determinado produto. Por 
simplificação, vamos imaginar que só existem custos fixos, assim, os custos variáveis e o 
custo marginal são iguais a zero:
 CV = CMg = 0
Assim, e dada a hipótese simplificadora colocada acima, a maximização do lucro para 
cada uma das empresas aconteceria no ponto onde a receita marginal seria igual a zero:
Ele deu uma formulação algébrica às teorias de David 
Ricardo sobre a mudança em seu tratado, a pesquisa sobre 
os princípios matemáticos da teoria da Riqueza (1838). Seu 
principal trabalho refere-se ao cálculo de probabilidades. 
Ele também escreveu sobre o materialismo, racionalismo e 
vitalismo em 1875. (BIOGRAFIAS Y VIDA, 2015).
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
83
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 2.6 – Equilíbrio de Cournot
 RMg = 0
O modelo pressupõe que cada uma das empresas parte do pressuposto de que 
seu concorrente, em suas decisões, não altere seus preços, função da atitude que 
seu concorrente tomaria. Conforme Pinho e Vasconcellos (2006, p. 199): “Em outras 
palavras, a característica básica desse modelo é que os empresários não reconhecem a 
interdependência entre si”. Representando o modelo através do gráfico 2.6 temos:
Partindo do pressuposto de que a demanda é linear, e se uma das empresas decidir 
começar a produção primeiro, o preço de equilíbrio será P*, que representa o ponto onde:
 CMg = RMg = 0
E a quantidade produzida será metade de OQ. Segundo Pinho e Vasconcellos (2006, 
p. 199):
Ainda de acordo com os autores:
O segundo empresário, observando o mercado, considera 
sua demanda como a demanda total menos a quantidade 
atendida pelo primeiro. Dessa forma, estabelece o preço 
correspondente a P*/2 e a quantidade correspondente a OQ/4 
– metade do mercado não tomado pelo primeiro. A atitude do 
segundo força o primeiro a diminuir seu preço para continuar 
maximizando lucro. 
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
84
Cournot foi um matemático, filósofo e economista francês.
Pindyck e Rubinfeld (2006) vão mais a fundo na compreensão do modelo de 
Cournot e avaliam as reações das empresas quando enquadradas no referido 
modelo. Eles afirmam que: “Em equilíbrio, cada empresa determina seu nível de 
produção conforme sua própria curva de reação; os níveis de produção são, por 
isso, encontrados no ponto de intersecção entre as curvas de reação” (PINDYCK; 
RUBINFELD, 2006, p. 382).
As ações e reações continuam indefinidamente, uma vez que 
ambos os empresários não reconhecem sua interdependência. 
No limite, a quantidade de equilíbrio será 2/3 do segmento 
OQ e o preço de equilíbrio será de 2/3 de P*. Se ao modelo 
adicionarmos mais firmas, o preço de equilíbrio final será 
menor (PINHO; VASCONCELLOS, 2006, p. 199). 
sobre modelo de cournot, você pode consultar o livro: Pindyck e 
Rubinfeld (2006, p. 380-382).
Sobre curvas de reação, você pode consultar o livro: Pindyck e Rubinfeld 
(2006, p. 380-384).
3.2 Modelo de Stackelberg
Heinrich von Stackerberg interessou-se particularmente pelo problema de poucos 
vendedores no mercado, parte da suposição de que a empresa que decide assumir a 
liderança pode obter vantagens. A figura 2.2 apresenta uma ilustração de Stacklberg:
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
85
Stackelberg foi um economista neoclássico alemão que contribuiu para muitos 
campos econômicos, tais como o estudo das estruturas de mercado e a teoria dos 
jogos (a teoria dos jogos vai ser objeto de estudo da próxima unidade).
O modelo parte do princípio de uma empresa pode determinar seu nível de 
produção antes que os outros concorrentes o façam. “O modelo de Stackelberg de 
duopólio difere do modelo de Cournot, no qual nenhuma empresa tem oportunidade 
de reagir” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 384).
Segundo Stackelberg, quando uma empresa adota uma estratégia antes de seus 
concorrentes, ela toma uma decisão sem volta no que tange à sua produção, que 
vai ser maior que a de seus concorrentes. De acordo com Rima (1990, p. 412): “No 
caso dos dois vendedores, von Stackelberg concebeu cada um como confrontado 
com a alternativa de liderar ou seguir a liderança de seu rival”. Ainda de acordo com 
a autora:
Fonte disponível em: <www.policonomics.com>. Acesso em: 1º de out. 2015.
Figura 2.2 - Heinrich von Stackelberg
Em sua "Estrutura de mercado e Equilibrium", de 1934, Stackelberg 
formulou um modelo simples sobre situações de duopólio (um 
caso especial de oligopólios), conhecidos como Stackelberg 
duopólio assimétrica ou, mais frequentemente, simplesmente 
"modelo de Stackelberg" (POLICONOMICS, 2015).
Concorrência monopolística e oligopólio
U286
A solução de equilíbrio no caso do duopólio sob a suposição 
de von Stackelberg é possível se um vendedor desejar 
assumir a posição de liderança enquanto o outro desejar 
ser seguidor e ambos agirem de modo correspondente. 
Mas se ambos desejarem serem seguidores e se conduzirem 
como se o rival fosse líder, nenhum poderia realizar suas 
expectativas. Igualmente, se ambos decidirem que só pode 
ser realizado o lucro máximo pela assunção do papel de líder, 
haverá desequilíbrio. Um dos dois tem que modificar seu 
comportamento e agir como seguidor antes que o equilíbrio 
possa ser alcançado (RIMA, 1990, p. 413).
De acordo com o modelo proposto por Stackelberg, você 
acredita que o resultado mais provável em situação de 
oligopólio seria o equilíbrio ou o desequilíbrio?
Sobre o modelo de Stackelberg, você pode consultar o livro: Pindyck e 
Rubinfeld (2006, p. 384-385).
3.3 Modelo de Bertand
Joseph Louis François Bertrand foi um matemático e economista francês, 
membro do Collège de France. A figura 2.3 apresenta uma ilustração de Bertrand:
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
87
Assim como no modelo de Cournot, o modelo de Bertrand se aplica a empresas 
que tomam decisões ao mesmo tempo, e produzem bens homogêneos. Contudo, 
ele inseriu algumas críticas ao modelo de Cournot.
O foco na questão do preço ao invés do nível de produção pode afetar o resultado 
de mercado. O que aconteceria se cada empresa pudesse escolher o preço ao invés 
da quantidade? Como elas fariam essa escolha de preços? De acordo com Pindyck 
e Rubinfeld (2006, p. 385-386):
Fonte disponível em: <www.policonomics.com>. Acesso em: 1º de out. 2015.
Figura 2.3 - Joseph Louis François Bertrand 
A crítica de Cournot teve maior valor para a economia, tal como 
se desenvolveu, ainda mais tanto a teoria dos jogos e a teoria 
do oligopólio, criando outro modelo para duopólios, conhecido 
como o modelo duopólio Bertrand. A principal diferença entre a 
visão de Cournot em duopólios e Bertrand é que para o último 
há a certeza de que nos duopólios a concorrência seria ligada 
aos preços e não à sua quantidade de produção, tal como foi 
proposto por Cournot (POLICONOMICS, 2015).
Para responder a essas questões, observem que, como a 
mercadoria é homogênea, os consumidores vão adquiri-la 
apenas do vendedor com menor preço. Dessa maneira, se as 
Concorrência monopolística e oligopólio
U2
88
duas empresas cobrarem preços diferentes, a empresa com preço 
menor abastecerá todo o mercado e aquela com preços mais altos 
nada venderá. Se as duas empresas cobrarem o mesmo preço, 
para os consumidores será indiferente adquirir a mercadoria de 
uma ou de outra, e cada uma abastecerá metade do mercado.
Pindyck e Rubinfeld (2006) afirmam que o modelo de Bertrand vem sofrendo 
várias críticas, principalmente devido a dois aspectos:
1. Se os produtos são homogêneos, é mais provável que a concorrência se dê 
via determinação de níveis de quantidades a serem produzidas, ao invés de preços, e;
2. Mesmo que as empresas estabeleçam seus preços em um mesmo patamar, 
como determinar a quantidade que cada empresa vai vender? (a suposição é de que 
dividem o mercado, mas é apenas uma suposição).
De forma geral, o modelo de Bertrand é útil à medida que nos mostra como a 
escolha das variáveis estratégias pode influenciar nos resultados de mercado.
Sobre o modelo de Bertrand, você pode consultar o livro: Pindyck e 
Rubinfeld (2006, p. 385-386).
1. Elenque as principais diferenças entre os três modelos 
apresentados na seção.
2. Explique a importância da variável “preço” para o modelo de 
Bertrand.
Concorrência monopolística e oligopólio Concorrência monopolística e oligopólio
U2
89
Iniciamos o estudo da Unidade 2 aprendendo um pouco 
mais sobre a competição monopolística, mostrando que a 
diferenciação do produto pode afetar os resultados de mercado, 
e que a referida estrutura possui algumas características do 
mercado competitivo e algumas características do monopólio. 
Em um segundo momento, apresentamos uma estrutura de 
mercado ímpar: o oligopólio, no qual ficou evidente que a ação 
adotada por uma das empresas que participam do mercado 
afeta os resultados de todas as outras empresas concorrentes; 
e finalizamos a unidade apresentando alguns modelos, que 
trabalham hipóteses específicas para buscar a compreensão do 
equilíbrio de mercado.
Podemos destacar a questão da marca e a influência da 
publicidade nos resultados de mercado em mercados onde existe 
uma competição monopolística. Em se tratando dos oligopólios, 
o que mais se evidencia é a questão das estratégias, tanto nos 
exemplos simples apresentados na Unidade 2 quanto em modelos 
mais específicos (apresentados na seção 3). É por isso que o 
oligopólio passa a ser o conteúdo mais apropriado para adentrarmos 
na Unidade 3 do nosso estudo, onde vamos tratar sobre a teoria dos 
jogos e estratégias empresariais. Espero que tenham aproveitado os 
conteúdos que foram disponibilizados. Bom estudo!
Teoria dos jogosConcorrência monopolística e oligopólio
U2
90
4. Explique por que os acordos de cartéis tendem a não 
prevalecer por longos períodos.
5. Nos três modelos apresentados na seção 2.3 existem 
hipóteses específicas. Elenque a hipótese fundamental para 
cada um dos modelos apresentados.
1. Explique características que diferem a competição 
monopolística do mercado competitivo.
2. Explique as semelhanças entre o monopólio e mercados 
com competição monopolística.
3. Qual a importância da publicidade para empresas que 
participam de mercados competitivamente monopolísticos?
U2
91Teoria dos jogos Teoria dos jogosConcorrência monopolística e oligopólio
Referências
BIOGRAFÍAS Y VIDAS. Antoine-Augustin Cournot. Disponível em: <www.
biografiasyvidas.com/biografia/c/cournot.htm>. Acesso em: 1º out. 2015.
MANKIW, N. G. Introdução à economia. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2006.
PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de economia. 5. ed. São Paulo, 2006.
POLICONOMICS. Heinrich von Stackelberg. Disponível em:<www.policonomics.
com/heinrich-stackelberg/> Acesso em: 24 ago. 2015.
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RIMA, I. H. História do pensamento econômico. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1990.
SALVATORE, D. Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Makron, 1996.
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Unidade 3
TEORIA DOS JOGOS
Jogos ocorrem, dentro do âmbito da economia, quando os agentes 
econômicos (empresas, países e até mesmo indivíduos) se encontram em 
situações estratégicas, ou seja, em situações nas quais existem opções de 
escolha das ações a serem adotadas, e o impacto das ações adotadas por 
um dos participantes acaba influenciando no resultado do jogo. Em uma 
situação estratégica, e quando existe uma estratégia que é melhor para 
um dos participantes do jogo, nós dizemos que se trata de uma estratégia 
dominante. Quando os participantes de um escolhem a melhor estratégia 
para si, com base nas estratégias adotadas pelos outros participantes, nós 
dizemos que encontramos um equilíbrio, chamado de equilíbrio de Nash. 
Tanto o conceito sobre os jogos quanto as estratégias dominantes e o 
equilíbrio de Nash serão objeto de estudo da seção 1 da presente unidade.
Seção 1 | Jogos, estratégias dominantes e equilíbrio de Nash
Objetivos de aprendizagem: 
Os objetivos da presente seção visam analisar estratégias concorrenciais em 
ambiente de jogos, para isso torna-se necessário trabalhar o conceito em torno 
dos jogos, e como decisões estratégicas são tomadas na busca por resultados mais 
favoráveis para o jogador. Durante a Unidade 3 também será trabalhadoo conceito 
das estratégias dominantes e o equilíbrio de Nash, e, por fim, serão apresentados 
conceitos sobre jogos repetitivos e jogos sequenciais, bem como a presença da 
ameaça e o compromisso e a credibilidade dos participantes dos jogos.
Alexander Luis Montini
Regina Lúcia Sanches Malassise
Como foi visto na Unidade 2, as empresas oligopolistas 
costumeiramente se encontram em situações estratégicas, 
principalmente acerca de decisões sobre os níveis de produção e a 
política de preços. Quando essas decisões são tomadas de forma 
constante, nós dizemos que se trata de um jogo repetitivo. Saindo 
Seção 2 | Jogos repetitivos e sequenciais: ameaça, 
compromisso e credibilidade
Teoria dos jogos
U3
94
do campo teórico e entrando no campo da realidade das empresas, 
podemos perceber que usualmente as empresas se encontram frente 
a situações que se encaixam no conceito de jogos repetitivos, ou 
seja, constantemente as empresas são obrigadas a tomar decisões 
e, consequentemente, se deparam com um conjunto de resultados 
possíveis (payoff). Os jogos sequenciais implicam que um jogador 
toma a decisão após o outro jogador, como se o jogo se desse na 
forma de uma sequência. Um jogo aplicado ao campo da economia 
parte do mesmo princípio que os chamados jogos de azar. Sendo 
assim, aspectos como as ameaças impostas pelos participantes, 
o compromisso que os jogadores podem assumir (ou até mesmo 
deixar de assumir) e a credibilidade dos agentes que participam do 
jogo devem ser levados em consideração. Todos estes assuntos serão 
estudados na seção 2
Teoria dos jogos
U3
95
Introdução
É fácil perceber a ligação existente entre os indivíduos e os jogos, sejam eles 
jogos esportivos ou jogos de azar. Contudo, Pinho e Vasconcellos (2006, pg. 244) 
ressaltam que:
Existem várias situações no campo da economia que podem ser classificadas 
como um jogo. Uma empresa, por exemplo, pode se deparar com os seguintes 
questionamentos:
• É viável investir em P&D (pesquisa e desenvolvimento) para o lançamento 
de um novo produto no mercado?
• Qual é o melhor período do ano para lançar o produto?
• Devo fazer um pré-teste antes do lançamento do produto em grande 
escala?
Contudo, uma decisão que frequentemente as empresas têm que enfrentar é 
acerca da política de preços. Qual é a melhor estratégia de preços para a empresa 
aumentar sua participação de mercado?
A todo instante somos obrigados a tomar decisões, e no cenário empresarial não 
é diferente, assim, podemos fazer uso da teoria dos jogos para tentar compreender 
as várias possibilidades que pairam sobre os tomadores de decisões. A teoria dos 
O termo jogo, no entanto, pode deixar de ser apenas uma 
palavra relacionada com lazer para ter importância fundamental 
como instrumento de análise econômica. Por exemplo, uma 
firma oligopolista, tal como num jogo de xadrez, deve estar 
atenta às possíveis estratégias de seus concorrentes, para não 
acabar em posição difícil ou em xeque. Deve também decidir 
se adota estratégia mais agressiva, qual o ataque mais ofensivo 
no futebol, ou se mantém comportamento mais moderado 
ou de espera em relação aos adversários, o que poderia ser 
comparado com a estratégia defensiva de um time, esperando 
as oportunidades proporcionadas pelos contra-ataques.
Teoria dos jogos
U3
96
jogos visa ao estudo das decisões em situação interativa. Durante a Unidade 3 
vamos abordar a teoria dos jogos, e com base na referida teoria vamos tentar 
entender várias situações dentro do contexto econômico, assim como o exemplo 
da política de preços das empresas, citado no parágrafo anterior.
Também, durante a presente unidade, você poderá compreender o conceito 
de jogos cooperativos e não cooperativos. À medida que os jogos forem sendo 
colocados ao longo da unidade, também entenderá o significado do equilíbrio de 
Nash, oriundo das pesquisas do matemático John Nash, que no início da década 
de 50 acrescentou várias contribuições para a teoria dos jogos. Outro ponto de 
destaque são as características específicas dos jogos repetitivos e jogos sequenciais. 
Vale lembrar que, como em qualquer jogo, as características dos jogadores são 
importantes para compreender seu comportamento, e este aspecto também será 
tratado ao longo da unidade. A teoria dos jogos, ao mesmo tempo em que pode 
ser vista como algo extremamente complexo, é igualmente fascinante. Espero que 
vocês desfrutem do conteúdo que será apresentado. Boa leitura!
Os jogos, que são objeto de análise econômica, por 
constituírem método de investigação científica, têm 
conotação específica e tratamento formal, que é fornecido 
pela teoria dos jogos. Esta tem como objetivo a análise de 
problemas por meio da interação entre os agentes, na qual 
as decisões de um indivíduo, firma ou governo afetam as 
decisões dos demais agentes ou jogadores ou vice-versa. 
(PINHO; VASCONCELLOS, 2006, p. 244).
Teoria dos jogos
U3
97
Seção 1
Jogos, estratégias dominantes 
e equilíbrio de Nash
O jogo é uma atividade que faz parte do cotiadiano das pessoas tanto quanto das 
empresas. Se nos concentrarmos no significado teórico do termo, podemos dizer 
que um jogo é uma situação em que os participantes se encontram em posições 
estratégicas, sendo assim, são obrigados a tomar decisões estratégicas. As decisões 
estratégicas, por sua vez, geram resultados (payoffs), que podem ser positivos ou 
negativos.
1.1 Jogo e seus componentes
Os jogos se caracterizam pela interação entre indivíduos com fins de atingir um 
determinado objetivo. Segundo Mas-Colell, Whinston, Green (1995, p. 219), “Um jogo 
é uma representação formal de uma situação em que certo número de indivíduos 
interagem em um cenário de interdependência estratégica”. Estes autores destacam 
que para definir um jogo é necessário que haja: jogadores, regras, resultados e 
retorno. Os jogadores são os participantes do jogo; as regras definem o que os 
jogadores podem fazer; os resultados são expressos em termos de ações possíveis 
para cada conjunto de informações; e o retorno depende da utilidade esperada de 
cada jogador para os resultados possíveis do jogo.
Os jogadores ou participantes de um jogo são aqueles que estão envolvidos no 
processo e que tanto atuam quanto sentem os reflexos das estratégias do jogo. 
O conjunto das ações possíveis está disponível aos jogadores e é apresentado 
respeitando as regras previamente esteblecidas antes do início da rodada de 
negociação. As informações disponíveis podem ser simétricas ou assimétricas, 
inclusive os desenvolvimentos dos jogos aplicados a casos de agente principal, leilão 
e eleição são exemplos de casos nos quais as informações são assimétricas. E todos 
os possíveis resultados do jogo são expressos na matriz de payoff, sendo que estes 
Teoria dos jogos
U3
98
resultam de funções matemáticas previamente estabelecidas.
Os jogos são estruturados de acordo com alguns critérios. De acordo com a 
atuação dos participantes, eles podem ser cooperativos, quando os participantes 
podem negociar contratos de cumprimento obrigatório que lhes permitam planejar 
estratégia em conjunto; ou não cooperativos, quando não é possível a negociação 
de contratos vinculativos de cumprimento obrigatório entre os participantes. Pindyck 
e Rubinfeld (2002, p. 463) afirmam que:
O jogador pode optar pela cooperação ou pela competição. Um exemplo de 
jogo cooperativo pode ser no caso de duas empresas que assinam um contrato para 
um novo investimento com a finalidade de divisão de lucros. 
Como vimos na Unidade 2, os oligopólios gostariam de alcançar os resultados 
de monopólio, mas isso exige cooperação, e como cada oligopolista pensava em 
si e não no grupo, partiam para a competição. Como vocês vão perceber, a falta de 
confiança e a não existência de contratos vinculativos farão com que os resultados 
de monopólios se tornem cada vez mais improváveis. Assim, vamos nos concentrar 
principalmente em jogos não cooperativos para tentar compreender a teoria dos 
jogos .
Emrelação ao tempo em que as ações dos agentes ocorrem, os jogos podem 
ser simultâneos, quando os jogadores se movimentam ao mesmo tempo e nenhum 
dos jogadores sabe o que o outro escolheu até que ambos tenham feito seu 
movimento (BIERMAN; FERNANDEZ, 2011, p. 8); ou podem ser sequenciais, quando 
os jogadores se alternam um após o outro nas rodadas como resposta às ações e 
reações de seu oponente no jogo. 
Em relação à forma de apresentação dos possíveis resultados, os jogos podem 
ser descritos na forma normal, como uma matriz de payoffs, ou na forma extensiva, 
em que seu desenho imita os ramos de uma árvore, também chamada de árvore de 
decisão, conforme podemos ver na Figura 3.1.
Um jogo cooperativo ocorre quando seus participantes podem 
negociar contratos vinculativos entre si, o que lhes permite 
planejar estratégias em conjunto. Um jogo não cooperativo 
ocorre quando não é possível a negociação de tais contratos 
entre participantes. 
Teoria dos jogos
U3
99
De acordo com o acesso à informação, os jogos podem ser de informação 
perfeita, que “significa que um jogador conhece o jogo e as informações passadas 
do jogo” (MAS-COLELL; WHINSTON; GREEN, 1995, p. 224), ou imperfeita, quando 
desconhece a informação anterior. 
Encontrar ou definir um resultado possível para um jogo implica encontrar uma 
situação de equilíbrio possível. Desta forma, de acordo com o poder de barganha dos 
participantes, um jogo pode ser com estratégias dominantes, no qual um jogador 
adota a melhor estratégia independente dos demais, ou com equilíbrio de Nash, no 
qual um jogador adota a melhor estratégia tendo em vista o que estão fazendo seus 
rivais. 
A interação estratégica entre os indivíduos do jogo pressupõe a racionalidade 
deles, isto é, “a ação escolhida por um decisor é pelo menos tão boa, segundo suas 
preferências, como qualquer outra ação disponível” (OSBORNE, 2004, p. 6). Ou, 
em outros termos, significa dizer que os indivíduos têm “completo conhecimento 
de seus próprios interesses e cada jogador consegue calcular perfeitamente quais 
ações servem melhor aos seus respectivos interesses” (MARGARIDO; TUROLLA; 
MACHADO, 2009. p. 6). 
Fonte: Adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2002, p. 470)
1 A analogia entre as competições nos jogos e na economia foi desenvolvida por Johannes von Neumann e Oskar Morgenstern 
em seu livro Teoria dos Jogos e do Comportamento Econômico (1944)
Fígura 3.1 – Formas de representação do jogo
Matriz de payoffs Àrvore de decisão
Teoria dos jogos
U3
100
Portanto, uma definição importante deste jogo é a de estratégia, a qual 
corresponde a um plano contingencial que especifica, para um determinado 
jogador, quais as ações possíveis de tomar em todos os momentos em que ele for 
convidado a jogar (MAS-COLELL; WHINSTON; GREEN, 1995, p. 228). Neste sentido, 
cada jogador tem disponível um conjunto de estratégias. Matematicamente, esse 
conjunto de estratégias pode ser representado da seguinte maneira:
Si = {s1, s2,.., sI}
Em que Si representa o conjunto de estratégias do jogador i, sendo o conjunto 
de estratégias dado por S = (s1, ..., sI), o perfil de estratégia do jogador I definido 
por um vetor s = (si,..,sn) e si é estratégia escolhida pelo jogador i, dado o nível de 
utilidade esperada ui associado a cada resultado possível. Assim, um jogo na sua 
forma normal é descrito como:
 
Onde ГN é a representação de um jogo na sua forma normal, na qual estão 
contemplados os jogadores I, o conjunto de estratégias possíveis Si e uma função 
payoff ui(s1,...,sn) que fornece níveis de utilidade von Neumann-Morgenstern 
associados com resultados (possivelmente aleatórios) das estratégias (s1,...,sn) (MAS-
COLELL; WHINSTON;GREEN, 1995, p. 230).
Jogo é uma situação na qual os participantes tomam decisões 
considerando as possíveis respostas uns dos outros. O payoff é o 
benefício que o jogador obtém para cada resultado do jogo. Estratégia é 
a regra para participar de um jogo. Estratégia ótima é a que maximiza o 
payoff de um jogador. 
Como em qualquer jogo, o objetivo da teoria dos jogos é buscar maximizar 
os resultados, para isso os jogadores devem procurar desenvolver uma 
estratégia ótima. “A estratégia ótima é aquela que maximiza seu payoff 
esperado” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 408). 
Embora o foco da presente seção seja entender a aplicabilidade da teoria 
dos jogos nas ciências econômicas, é importante ressaltar que a teoria 
dos jogos também pode ser aplicada a outras áreas. Segundo Pinho e 
Vasconcellos (2006, p. 244): “A teoria dos jogos, definida como o estudo 
das decisões em situação interativa, não se restringe à economia, sendo 
também bastante utilizada em Ciência Política, Sociologia, estratégia 
militar, entre outras”.
N
=[I ,{S
i
} , {U
i
(+)}]
Teoria dos jogos
U3
101
1.2 O dilema dos prisioneiros
Um dos problemas clássicos analisados na teoria econômica dos jogos é o 
conhecido caso do dilema do prisioneiro. Em especial, o dilema se expressa porque 
um dos prisioneiros (jogadores/participantes) age de maneira independente, visando 
aumentar sua própria vantagem, sem se importar com a ação do outro. É um jogo 
que envolve ações simultâneas, sem possibilidade de cooperação. O dilema do 
prisioneiro (DP) dito clássico funciona da seguinte forma:
Dois ladrões que cometeram um crime em comum são presos por um policial. 
Para cada ladrão, o policial propôs que confesse o crime e sirva de testemunha de 
acusação. Se um dos ladrões confessa o crime e outro não, aquele que confessou 
será posto em liberdade, o que não confessou cumprirá pena de 10 anos na prisão. 
Se os dois confessarem, ambos ficarão presos por três anos. Se nenhum dos dois 
confessar, a penalidade será de apenas um ano para cada um. Ambos os prisioneiros 
conhecem estas condições (VASCONCELLOS, 2000, p. 210).
A partir desta descrição pode-se desenhar uma matriz de payoff, conforme 
verifica-se na Figura 3.2. Os números negativos indicam anos de prisão de cada 
ladrão.
A representação do jogo na matriz de payoff da Figura 3.2 requer certo cuidado 
na leitura dos resultados. Para toda leitura de matriz, o primeiro número em cada 
vetor (linha) da matriz é o payoff do participante que aparece na linha. Na Figura 3.2, o 
participante que aparece na linha é o Prisioneiro A e o primeiro número de cada vetor 
(quadrante) é -3, 0, -10 e -1, que são os possíveis reultados que o Prisioneiro A terá 
dependendo de sua ação e da do Prisioneiro B. O segundo número de cada vetor é do 
participante que aparece na coluna, no nosso exemplo é o Prisioneiro B e os números 
referentes aos payoffs dele são -3, -1-, 0 e -1, que são os possíveis reultados que o 
Prisioneiro B terá dependendo de sua ação e da do Prisioneiro A. 
Fonte: Vasconcellos (2000, p. 210).
Figura 3.2 – Representação do dilema dos prisioneiros
Teoria dos jogos
U3
102
Assim, a leitura dos payoffs do dilema dos prisioneiros, conforme destaca a Figura 
3.3, seria: Parte a) primeiro quadrante superior payoffs para estratégia Prisioneiro A 
confessa e Prisioneiro B confessa, neste caso ambos ficarão presos por 3 anos; Parte b) 
segundo quadrante superior payoffs para estratégia Prisioneiro A confessa e Prisioneiro 
B não confessa, neste caso A ficará livre e B ficará preso por 10 anos; Parte c) primeiro 
quadrante inferior payoffs para estratégia Prisioneiro A não confessa e Prisioneiro B 
confessa, neste caso o prisioneiro A fica preso 10 anos e o prisioneiro B fica livre; Parte 
d) segundo quadrante inferior payoffs para estratégia Prisioneiro A e Prisioneiro B não 
confessam, neste caso ambos os prisioneiros ficarão detidos por 1 ano. 
Percebe-se que existe uma estratégia dominante para cada um dos prisioneiros. 
Para A confessar é melhor estratégia, B confessando ou não, porque em qualquer caso 
ele poderia receber uma pena menor (3 anos se B confessar e 0 se B não confessar). 
Para Prisioneiro B confessar também é a melhor estratégia independente de A (3 anos 
se A confessar e 0 se A não confessar). Isto ocorre porqueeles não podem conversar, 
e mesmo que pudessem ainda assim não conseguiriam confiar um no outro, dado 
que, de acordo com as regras do jogo repassadas pela polícia, cada um só consegue 
uma pena menor caso o seu oponente adote uma estratégia de maior pena para ele 
(não confessando).
Fonte: Adaptado de Vasconcellos (2000, p. 210).
Figura 3.3 – Esquema e leitura da matriz de payoff
Não confessar é a melhor estratégia para cada um dos 
prisioneiros. Neste caso, qual será o resultado final do jogo?
Teoria dos jogos
U3
103
Percebe-se que a estratégia que minimiza o tempo de prisão é a representada na 
parte D, ou seja, ambos não confessam. Esta seria a estratégia ótima. Porém, como 
estão presos separados, não podem confiar um no outro, e têm que tomar a decisão 
ao mesmo tempo; os prisioneiros são levados, de acordo com a estratégia dominante 
de cada um deles, a decidir pelo que é melhor para si sem observar a ação do outro, 
ou seja, cada qual deve tomar sua decisão independente do que o outro vai fazer e 
pensando somente no que é melhor para ele próprio. 
Neste caso, os quadrantes da parte B e C mostram que não confessar aumenta a 
pena daquele que não confessou, ou seja, quem não confessar ficará preso 10 anos, 
seja ele o prisioneiro A ou B.
Desta forma, a estratégia dominante de cada um leva-os a não obter o melhor 
payoff, que seria não confessar e cada um deles ficaria preso um ano apenas. A 
solução do jogo leva para um equilíbrio não eficiente para os prisioneiros, pois eles 
acabam confessando e ficando presos, cada um, 3 anos.
Estratégia ótima: estratégia que maximiza o payoff esperado do jogador 
(em cooperação).
Estratégia dominante: estratégia ótima sem cooperação. Ocorre quando 
um jogador faz o melhor que pode independente do que seus oponentes 
estão fazendo.
2.3 O equilíbrio de Nash
Ainda dentro da teoria de jogos, um avanço foi promovido por John Nash tomando 
por base o ponto-chave e subentendido dentro da teoria que deixa transparecer que 
os jogos sempre eram algo de soma zero, ou seja, o que um ganhava era exatamente 
o que o outro perdia. 
 Neste sentido, para superar o problema relacionado com a tomada de 
decisões antagônicas entre dois jogadores e levá-los a uma situação de equilíbrio 
cooperativo e que poderia levar a uma situação melhor. 
 Para isto era necessário conseguir um acordo de tal forma que os jogadores 
deveriam abandonar suas posições antagônicas e trabalhar num sentido cooperativo, 
ou pelo menos neutro, de tal forma a que um não atrapalhe o outro. Quando tal 
acontece, a nova situação denomina-se Solução de Nash.
Neste contexto, o conceito de equilíbrio de Nash para o jogo pode ser descrito 
Teoria dos jogos
U3
104
como: “um perfil estratégia s = (si, ..., sn) constitui um equilíbrio de Nash para o jogo 
 se para cada 
para todos (MAS-COLELL; WHINSTON; GREEN, 1995, p. 246). Então, no equilíbrio 
de Nash a estratégia escolhida de um jogador (si) é a melhor resposta às estratégias 
realmente jogadas pelos seus rivais (s - 1).
Neste ponto a principal afirmação que se tem é que pelo equilíbrio de Nash cada 
jogador está fazendo o melhor que pode em função do que seus concorrentes estão 
fazendo e vice-versa. Considerando o fato importante de que numa situação desta 
um jogador não possui estímulo para se desviar da conduta, logo, um equilíbrio de 
Nash se apresenta como mais estável. Para melhor compreensão, podemos recorrer 
a um exemplo comentado, é o que veremos no próximo item.
Este exercício explora a estratégia de determinação da taxa básica de juros Selic 
tomando por base a expectativa de inflação projetada pelo mercado financeiro e 
divulgada pelo Relatório Focus. Explora-se a ideia de que o governo fixa a taxa Selic 
considerando as expectativas de inflação, desta forma simulamos um jogo não 
cooperativo, sequencial e busca-se identificar qual seria o equilíbrio de Nash. 
Os participantes deste jogo são: o Comitê de Política Monetária (Copom) do 
Banco Central do Brasil (Bacen) e os bancos. Uma regra do jogo é que o Copom é 
órgão decisório de política monetária e define a meta para a taxa de juros básica da 
economia brasileira (Selic) . Esta taxa é o principal instrumento para o cumprimento 
das metas de inflação que vigoram no país desde 1999.
Relatório Focus é uma publicação do Banco Central na qual é divulgado 
um resumo das expectativas de mercado a respeito de alguns indicadores 
da economia brasileira, realizado consultando a opinião de cerca de 120 
bancos, gestores de recursos e demais instituições. O governo se utiliza 
do cálculo da mediana das expectativas para monitorar a evolução das 
expectativas de mercado para as principais variáveis macroeconômicas, 
de forma a gerar subsídios para o processo decisório da política monetária. 
Assim, a decisão sobre a taxa básica de juros Selic é fixada tomando por 
base este relatório. 
1.3.1 O equilíbrio de Nash aplicado à taxa de juros Selic
N
=[I ,{S
i
} , {U
i
(+)}] i=1. . . . . l .
U
i
(S
i
,S- i) >_ Ui( S̀ i,S- i)
Teoria dos jogos
U3
105
Uma ameaça vazia é assim denominada porque aquele que a faz teria 
pouco interesse em executá-la.
Outra regra é que, para determinar a Selic, o Bacen utilize as expectativas de 
inflação que é calculada por ele tomando por base as informações dos estudos 
do Relatório Focus. Admite-se que, ao utilizar a expectativa de inflação para 
calibrar a taxa de juros, o Bacen pode ser influenciado por expectativas altistas do 
mercado financeiro, que lucra com a elevação das taxas de juros. Isto porque são as 
instituições deste mercado os principais compradores dos títulos da dívida pública, 
em sua maioria remunerados pela taxa Selic.
É possível modelar, na forma de um jogo, essa situação, cujos participantes são o 
Banco Central do Brasil e os bancos, em que a estratégia destes últimos é influenciar 
o nível da taxa de juros básica conforme seus interesses, através da expectativa 
de inflação. Caso não consigam, os bancos podem direcionar seus recursos 
para o público emprestando o dinheiro, o que pode estimular muito a atividade 
econômica e comprometer os objetivos de política monetária no que diz respeito 
ao cumprimento da meta de inflação. 
De outro lado, esta pode ser uma ameaça vazia, pois pode ser muito mais 
seguro para os bancos emprestarem para o governo (mesmo que a taxa de juros 
seja reduzida), via compra de títulos, do que emprestar para o público, devido aos 
problemas relativos de assimetria de informações (devido à inadimplência).
Assim, neste exercício, busca-se apresentar a estratégia de determinação da 
taxa Selic, utilizando o instrumental da Teoria dos Jogos, destacando a influência 
dos bancos, via projeção da expectativa de inflação, sobre a determinação da taxa 
Selic. Utiliza-se de um jogo não cooperativo, sequencial finito, na forma normal e de 
informação perfeita. Então, aqui será trabalhada a ideia de que tanto o Bacen quanto 
o mercado financeiro atuam estrategicamente buscando fazer o melhor que podem, 
tendo em vista o comportamento um do outro, buscam um equilíbrio de Nash. 
A relação entre a taxa de juros e a expectativa de inflação no Brasil
Desde a implantação do Plano Real, e atualmente sob o regime monetário de metas 
para a inflação, a taxa de juros tem sido um importante instrumento para combater 
2 É a taxa apurada no Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por 
um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de 
ativos, na forma de operações compromissadas (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2011).
Teoria dos jogos
U3
106
as pressões inflacionárias. Cabe ao BCB cumprir as metas de inflação, e para isso o 
Copom determina a meta para a taxa básica de juros da economia, isto é, a meta para 
a taxa Selic.
Muitos bancos centrais determinam a meta para a taxa de juros através da chamada 
“regra de Taylor”. ConformeCarvalho et al. (2007), a regra de Taylor relaciona a taxa 
de juros básica da economia a três elementos: a) aos desvios da inflação presente em 
relação à meta de inflação, a qual foi previamente estabelecida; b) ao hiato do produto 
(ou seja, o desvio do produto efetivo de um país com relação ao produto potencial ); 
e c) à taxa de juros real de equilibrio. A formulação da regra de política monetária a la 
Taylor pode ser assim expressa:
it = Пt + g(yt – y*) + h(Пt – П*) + rf
it = taxa de juros nominal de curto prazo
Пt = taxa de inflação
(yt – y*) = é o hiato do produto, ou seja, é a diferença entre o produto efetivo e o 
produto potencial.
(Пt – П*) = desvio da taxa de inflação (Пt) com relação à meta inflacionária (П*).
rf = estimativa da taxa de juros real de equilíbrio.
g e h são parâmetros que medem a sensibilidade da taxa de juros, respectivamente, ao 
desvio do produto em relação ao seu produto potencial e ao desvio da taxa de inflação 
em relação à meta inflacionária.
De acordo com Minella et al. (2003), o BCB estima a regra de Taylor relacionando a 
taxa de juros básica a desvios da inflação esperada em relação à meta inflacionária, ao hiato 
do produto e às variações na taxa de câmbio. Por esta regra, quanto maior a expectativa de 
inflação, maior tende a ser a meta para a taxa de juros de curto prazo.
As fontes utilizadas para estimar as expectativas inflacionárias são as estimativas do 
próprio BCB e da pesquisa diária que ele faz em mais de 100 instituições financeiras sobre 
as expectativas quanto às alterações nas principais variáveis macroeconômicas, incluindo-
se aí as expectativas para a inflação.
Segundo o Infomoney (2006), o BCB criou, em 1999, a Pesquisa de Expectativas de 
Mercado tendo em vista que uma parte significativa do comportamento dos preços no 
tempo se refere às expectativas que os agentes têm em relação à inflação no futuro. Então, 
a pesquisa intitulada Relatório Focus: 
3 As metas de inflação são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que utiliza o Índice de Preços ao Consumidor 
Amplo – IPCA como indicador.
4 O produto potencial é uma medida da capacidade de crescimento da economia estimada pelo Banco Central e refere-se à 
capacidade produtiva máxima que não acelera a inflação.
Teoria dos jogos
U3
107
O Sistema de Expectativas de Mercado calcula estatísticas da amostra diariamente, 
permitindo a geração de relatórios diários aos membros do Copom. Então, semanalmente, 
às segundas-feiras, é divulgado para o mercado um relatório com a apresentação dos 
resultados da pesquisa com base no levantamento das previsões das instituições, o 
Relatório Focus. Este relatório é uma das principais fontes que o BCB utiliza para determinar 
a meta para a taxa Selic. 
As críticas à estratégia do Copom na definição da taxa Selic via expectativas de inflação 
Vários autores criticam a relação entre o BCB e o mercado financeiro. Conforme Farhi 
(2004, p. 86), “(...) a autoridade monetária ainda escolheu apurar as expectativas de inflação 
justamente entre os que mais têm a lucrar com a elevação das taxas de juros”. O consultor 
Amir Khair também critica a forma de captação de dados para projetar as expectativas 
inflacionárias e diz que o Banco Central deveria captar dados de quem está na economia 
real e não no mercado financeiro (KHAIR apud LAVAROTTI, 2010, p. 26). Reforçando a 
posição de Khair, vale transcrever a seguinte passagem:
Ainda sobre este assunto, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, em matéria 
intitulada “Banco ganha com previsão errada de inflação”, informa que os bancos, 
através de suas expectativas sobre a taxa de inflação, e que são utilizadas pelo BCB, 
influenciam na determinação da taxa Selic. Ao projetar taxas de inflação maiores no 
futuro, os bancos podem induzir o Banco Central a elevar os juros básicos, favorecendo 
Resta que o Banco Central poderia, como já foi inclusive 
sugerido publicamente, apurar as ‘expectativas de inflação 
dos agentes privados’ consultando um universo mais amplo de 
agentes que incluísse segmentos organizados da sociedade, 
como entidades patronais da indústria e comércio e sindicatos 
de trabalhadores, de forma a contrabalançar o viés altista e 
exclusivamente financeiro na pesquisa que incorpora em seu 
modelo (FARHI, 2004, p. 87).
“tem o objetivo de monitorar a evolução do consenso de 
mercado para as principais variáveis macroeconômicas brasileiras, 
dentre elas, a inflação /.../ desta maneira o Copom consegue mais 
subsídios para o processo decisório de política monetária, de 
maneira que as decisões tendem a ser mais precisas à medida que 
o colegiado faz uso de mais informações” (p.1).
Teoria dos jogos
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108
seu próprio lucro com os títulos públicos. Assim, os juros altos acabam beneficiando 
os rentistas e prejudicando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), além de 
concentrar renda no setor mais rico da sociedade: “Os dados computados pelo Focus 
têm forte influência sobre as taxas futuras no mercado financeiro. A elevação dessas 
taxas pressiona os juros pagos pelos títulos públicos, além de terem peso na decisão 
do Copom sobre o rumo da Selic” (FOLHA DE S. PAULO, 2004, p. B-5). 
Altas taxas de juros básicas trazem consequências negativas para o país, tais como 
desestímulo ao investimento produtivo por parte dos empresários e aumento dos gastos 
com o pagamento de juros da dívida pública mobiliária federal. No Brasil, ocorre o que se 
chama de “dominância monetária”, quando a política monetária exerce forte influência 
“negativa” sobre as contas públicas. A dominância monetária se deve a uma anomalia 
da economia brasileira: uma boa parte dos títulos emitidos para o pagamento da dívida 
pública é indexada à taxa básica de juros. A participação da dívida pública mobiliária 
federal interna indexada à taxa Selic ainda é muito elevada (cerca de um terço em 2010), 
apesar do movimento de declínio ocorrido nos anos mais recentes.
 Com as altas taxas de juros praticadas pela autoridade monetária brasileira somada 
à necessidade de financiamento do governo, os bancos brasileiros encontram um 
ambiente favorável para a aplicação dos seus recursos livres, caracterizado pelo baixo 
risco e alto rendimento. É preferível para os bancos emprestar dinheiro ao governo (via 
compra de títulos), reduzindo assim a disponibilidade de recursos para empréstimos 
ao público em geral, mesmo sabendo-se que as taxas de juros praticadas pelos bancos 
são muito superiores à taxa Selic. Porém, a efetividade dos ganhos proporcionados 
pelas altas taxas de juros do mercado, em média 40% a.m., dependem da existência 
de demanda por crédito e da evolução da inadimplência. 
Emprestar dinheiro ao público é uma atividade arriscada para os bancos devido aos 
problemas de assimetria de informação (seleção adversa e risco moral), que dificultam 
que os bancos cumpram adequadamente uma das suas funções, que é o financiamento 
da economia, especialmente das famílias e pequenas e médias empresas. No Brasil, 
é comum a afirmação de que a taxa de inadimplência dos empréstimos bancários é 
elevada, o que reforça o racionamento de crédito pelos bancos e a preferência deles em 
financiar o governo (menor risco), e por isso mesmo, como principais compradores dos 
títulos públicos, os bancos querem as maiores taxas possíveis. 
Neste trabalho, enfatiza-se a influência do sistema financeiro na determinação da 
taxa de juros básica5 , ou seja, acredita-se na tese de que há, junto com outros fatores, 
uma “convenção a favor do conservadorismo na política monetária”, conforme 
ressaltado por Modenesi (2008).
5 No entanto, há outras explicações: a reduzida eficácia da política monetária, a convenção a favor do conservadorismo 
na política monetária, a hipótese Bresser-Nakano, a fragilidade das contas públicas e a incerteza jurisdicional. Para maiores 
detalhes, ver Modenesi (2008).
Teoria dos jogos
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109
Há autores que defendem a ideia de que o BCB adotou uma convenção de que 
há um piso (elevado)para a taxa de juros no Brasil: “Depois da persistente manutenção 
da taxa de juros em nível muito elevado é natural que surja o medo de redução, e 
que esse nível se torne uma convenção” (BRESSER; NAKANO, 20026 , p. 169 apud 
MODENESI, 2008, p. 15). 
Quando se faz uma retrospectiva da política monetária brasileira recente, depara-
se com diversos momentos em que o BCB agiu de modo muito conservador e lento 
no processo de redução da taxa Selic. Por exemplo, em outubro de 2008, quando a 
crise financeira internacional chegou ao seu ápice, com a quebra do Banco Lehman 
Brothers, enquanto bancos centrais de diversos países reduziram suas taxas, o BCB 
manteve a meta da taxa Selic em 13,75% ao ano. 
Modenesi (2008) cita afirmações de Erber (2008)7 que reforçam a ideia de que o 
excesso de conservadorismo e rigidez monetária (diga-se, prática de elevadas taxas 
de juros) pode ser explicado pela ótica da economia política. Erber (op. cit.) defende 
que as altas taxas de juros praticadas no país não são um problema de natureza 
exclusivamente macroeconômica: elas resultam de uma coalizão de interesses entre 
o BCB e os rentistas. De um lado, o agente (BCB) é capturado pelo principal (rentistas). 
Mas não são apenas os bancos que ganham “capturando” o BCB. O BCB também é 
favorecido, visto que quanto mais a política monetária executada tem êxito no alcance 
de seus objetivos, maior a reputação conquistada pela autoridade monetária. Forma-
se uma coalizão de interesses, em que:
5 BRESSER-PEREIRA, L. C. e NAKANO, Y. Uma estratégia de desenvolvimento com estabilidade. Revista de Economia Política, 
v. 22 (3), 2002, p. 146-180.
7 ERBER, F. (2008), “Development projects and growth under finance domination – the case of Brazil during the Lula years 
(2003-2007)”. Reviue Tiers Monde, 194, 2008.
O Banco Central é um membro necessário desta coalizão – 
é a instituição que concebe e executa a política monetária 
– sem que isto implique, necessariamente, numa ‘captura’ 
no sentido da ‘escolha pública’. Para o estabelecimento da 
coalizão, basta que o Banco Central e os membros privados 
derivem benefícios conjuntos da mesma política – no caso, 
o prestígio de cumprir as metas e os lucros derivados dos 
altos juros e do câmbio valorizado (ERBER, 2008, p. 15 apud 
MODENESI, 2008, p. 16).
Teoria dos jogos
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110
No Brasil a taxa Selic, definida pelo Copom, para combater a inflação, é a mesma 
taxa que, além de refletir o custo das reservas bancárias, também é utilizada para 
remunerar parte significativa dos títulos da dívida pública. Este fato é uma anomalia da 
economia brasileira, em que o Banco Central determina diretamente as taxas de juros 
que remuneram a dívida pública (seu custo) e esta mesma taxa é utilizada para fins de 
política monetária (seu benefício), o que se deve ao passado de inflação alta no país 
(BRESSER-PEREIRA; GOMES, 2009; ARESTIS; PAULA; FERRARI-FILHO, 2009). 
Caracterização do jogo
Aqui são destacados alguns pressupostos a respeito do ambiente e do 
comportamento dos indivíduos envolvidos no jogo.
Parte-se do pressuposto de que o principal objetivo da política monetária é cumprir 
a meta de inflação, que é alcançada por meio da determinação da taxa Selic. Esta, por 
sua vez, é transmitida à economia por meio de vários canais8 . Neste trabalho será 
considerado apenas o canal do crédito. Este canal tem aumentado sua relevância na 
economia. Por exemplo, em dezembro de 2000, o crédito representava 28,3% do PIB 
brasileiro. Já em dezembro de 2010, sua participação aumentou para 46,4%. 
De modo simplificado, o canal do crédito operacionaliza a transmissão da taxa 
Selic para a economia do seguinte modo: supondo que ocorra uma redução da 
taxa Selic, isto eleva a quantidade de recursos para crédito. Se houver demanda por 
crédito, o sistema bancário expande os empréstimos. Como resultado, espera-se que 
os itens da demanda agregada mais dependentes de financiamento, como os gastos 
com investimento e com bens duráveis de consumo, favoreçam o nível de atividade 
econômica, o que poderá impactar o nível geral de preços, elevando a inflação.
No jogo da política monetária, isto é, na determinação da taxa Selic, outro objetivo 
importante perseguido pelo Bacen é a credibilidade. Conforme Mendonça (2002), o 
conceito de credibilidade refere-se ao grau de confiança que os agentes possuem 
na autoridade monetária, ou seja, no seu compromisso em executar uma política 
conforme anunciada e esperada. Uma política será crível quando consegue sinalizar 
aos agentes que a chance de a autoridade monetária se desviar dos seus objetivos é 
reduzida. Neste caso, a chance de o Bacen não elevar a Selic com a expectativa de 
inflação em alta seria mínima. 
Considera-se que os bancos possuem preferência pela liquidez. Eles estão sujeitos 
a riscos e incertezas inerentes à economia e seus incentivos em relação à oferta de 
crédito dependem da situação conjuntural, das expectativas quanto ao futuro e da 
remuneração dos títulos públicos. 
8 Os outros canais de transmissão da política monetária são: taxa de câmbio, estrutura a termo da taxa de juros, preço dos ativos 
(q de Tobin) e expectativas. Para maiores detalhes ver Mishkin (2000); Carvalho et al. (2007); BANCO CENTRAL DO BRASIL (1999).
Teoria dos jogos
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111
Fonte: Adaptado de BANCO CENTRAL DO BRASIL (2011). 
Assim, temos como jogadores o Bacen e o mercado financeiro. Um payoff esperado 
para o Bacen é conseguir cumprir a meta de inflação e manter sua credibilidade, 
através de determinação da Selic, e para os bancos é garantir retorno para seus ativos.
A ideia de que os interesses entre o Bacen e os bancos estão alinhados em relação 
à projeção da expectativa de inflação e influência desta sobre a determinação da 
taxa Selic pode ser constatada através do Gráfico 3.1. Existe uma estreita relação 
entre a evolução da taxa Selic (anunciada pelo Bacen) e a expectativa de inflação 
(projetada pelo mercado financeiro via Relatório Focus). Realmente, o Bacen reage 
imediatamente às projeções de elevação na inflação com variações de, em média, 
0,25% no período 2005-2010. 
OBS.: Os dados das expectativas de inflação diárias foram transformados para 
mensais.
O resultado da interação estratégica entre o Bacen e os bancos pode ser visualizado 
a partir da construção de uma árvore do jogo ou de uma matriz de payoff, conforme 
ilustrações a seguir. 
Apresentação do Jogo
Na ilustração da árvore do jogo, a Figura 3.4 expressa os valores fictícios a partir de 
um cenário base, os valores destes payoffs têm sentido simbólico e servem apenas 
para ilustrar os possíveis resultados em função da combinação de estratégias adotadas 
pelos participantes do jogo9.
Gráfico 3.1 - Evolução das expectativas de inflação para o IPCA e da taxa Selic – 2005-2010.
9 Conforme realizado por Margarido, et al. (2009).
Teoria dos jogos
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Como se trata de um jogo sequencial na forma extensiva, ele começa com o nó 
inicial no qual o Bacen toma sua decisão, tendo em vista seu conjunto de informações 
ele utiliza um conjunto Si de estratégias possíveis para o jogo. Para este jogo as 
estratégias do Bacen são “eleva a Selic” ou “não eleva a Selic”. 
Na sequência, os bancos tomam suas decisões e, num jogo com informação 
perfeita, o segundo jogador tem a possibilidade de tomar sua decisão observando as 
ações do primeiro jogador e reagir a ela. Então, tendo em seu conjunto de informações 
a taxa Selic anunciada pelo Bacen e com base em seu conjunto de informações, os 
bancos escolhem entre duas estratégias possíveis: “emprestar” ou “não emprestar” os 
recursos a crédito. 
A ideia por trás da decisão entre emprestar ou não leva em conta a estratégia dos 
bancos que procuram influenciar a decisão do Bacen (Copom) no que diz respeito 
à determinação da taxa de juros para o próximo período. Se os bancos optam por 
não emprestar, então é porque a taxa Selic atendeu aos interesses dos bancos e eles 
preferem comprar títulos públicos. Se, ao contrário, optampor emprestar, considerando 
a possibilidade de expansão do crédito, é porque a taxa Selic não atendeu à expectativa 
dos bancos, e eles optam por emprestar os recursos e expandir o crédito. Assim, para 
os bancos, duas estratégias possíveis seriam “emprestar” a crédito, caso o Bacen fixe 
uma taxa de juros menor que a esperada, ou “não emprestar” a crédito, caso o Bacen 
fixe uma taxa de juros compatível10 com a expectativa de inflação projetada pelos 
bancos. 
Desta maneira, supõe-se que os agentes participantes do jogo sejam racionais. 
Fonte: O autor (2015).
Figura 3.4 - Representação do jogo na forma extensiva.
Teoria dos jogos
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113
Fonte: O autor (2015).
10 O termo compatível significa que se houver expectativa de alta da inflação, projetando-a acima da meta estabelecida pelo 
BCB, o BCB deveria aumentar a taxa Selic. 
Quadro 3.1 - Jogo sequencial na forma estratégica
Quando os bancos formam suas expectativas de inflação, eles sabem que o Bacen 
leva em conta tais expectativas. Os bancos, por sua vez, levam em conta as ações do 
Bacen para tomarem suas decisões no que diz respeito à concessão de empréstimos. 
Da mesma forma, o Bacen considera as reações dos bancos quando ele altera o nível 
da taxa Selic. Conforme Kydland e Prescott “(...) a condução da política econômica não 
é um jogo contra a natureza, mas sim, um jogo em que participam agentes racionais” 
(apud MODENESI, 2005, p. 165).
Outra forma de representar esse jogo é através da construção de uma matriz de 
payoffs. Neste caso, o primeiro número em cada vetor da matriz é o payoff do Bacen 
e o segundo, o dos bancos. O Quadro 3.1 representa o jogo na forma de matriz. A 
análise deste primeiro quadro leva em conta a reação dos bancos quando o Bacen 
eleva a taxa Selic, os possíveis payoffs para os bancos aparecem em negrito. Quando 
o Bacen aumenta a taxa Selic, a melhor resposta para os bancos é não emprestar, o 
que lhes dá um payoff de 30 ao invés de 2 caso emprestassem. 
Justifica-se este resultado porque, quando a taxa Selic é elevada, aumenta a 
remuneração dos títulos públicos indexados a essa taxa e os bancos são os mais 
importantes compradores destes títulos. Para os bancos, é preferível aplicar em títulos 
porque é uma aplicação mais segura. 
Se os bancos respondessem emprestando, o payoff atribuído de 2 seria em razão 
de que, nos momentos em que o Bacen aumenta a taxa de juros, este aumento se 
propaga para as taxas de juros de mercado, visto que tais taxas dependem da taxa 
Selic, que também é a taxa que reflete o custo das reservas bancárias. Assim, quando 
a Selic aumenta, as taxas de juros das operações de crédito também aumentam. O 
problema para os bancos é que, como a elevação da taxa de juros tem o objetivo de 
restringir a demanda agregada, desaquecendo a economia, o risco de aumento da 
 Não emprestar Emprestar
Eleva a Selic (30,30) (3,2)
Não eleva a Selic (15,5) (2,10)
Bancos
Banco 
Central
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inadimplência aumenta e, consequentemente, os ganhos dos bancos são menores.
Cabe também ressaltar que a elevação das taxas de juros bancárias em razão do 
aumento da taxa Selic traz problemas para os bancos: geralmente, nesta situação, 
os mais propensos tomadores de crédito são aqueles que possuem maior risco de 
default (risco de calote). Assim, os bancos ficam muito expostos aos problemas de 
seleção adversa e risco moral e, por isso mesmo, podem preferir fazer o racionamento 
de crédito.
O Quadro 3.2 leva em conta a reação dos bancos quando o Bacen não eleva a taxa 
Selic. Os possíveis payoffs para os bancos aparecem em negrito. Se o Bacen reduz a 
taxa de juros, a melhor resposta dos bancos é emprestar, pois eles têm um payoff de 
10 contra um payoff de 5, caso não emprestem. Isso porque quando a taxa Selic não 
aumenta, para os bancos pode ser mais vantajoso emprestar para o público, pois as 
taxas de juros do mercado para os empréstimos a crédito são maiores e permitem 
ganhos maiores aos bancos. 
Além disso, caso o Bacen opte por reduzir a taxa Selic, o custo das reservas bancárias 
diminui, o que tende a se propagar para as taxas de juros praticadas no mercado 
bancário. A queda nas taxas de juros incentiva os tomadores de crédito, estimulando 
o consumo. Com taxas de juros de mercado mais baixas, o risco de inadimplência 
tende a reduzir-se. Por isso, o ganho dos bancos pode ser maior quando estes reagem 
emprestando.
No quadro 3.3 analisa-se a reação do Bacen no caso em que os bancos optem 
por não emprestar. Os possíveis payoffs para os bancos aparecem em negrito. O 
resultado para o Bacen é 30 caso os bancos não emprestem. Essa situação pode ser 
assim justificada: quando os bancos projetam uma expectativa de alta da inflação e o 
Bacen acata elevando a taxa Selic, os bancos não emprestam. O Bacen tem o melhor 
resultado, pois se sabe que com taxas de juros mais altas e restrição do crédito, a 
autoridade monetária tem maiores possibilidades de alcançar seu principal objetivo 
em termos de política monetária, que é o cumprimento da meta de inflação. 
Fonte: O autor (2015).
Quadro 3.2 - Jogo sequencial na forma estratégica. 
 Não emprestar Emprestar
Eleva a Selic (30,30) (3,2)
Não eleva a Selic (15,5) (2,10)
Bancos
Banco 
Central
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Fonte: O autor (2015).
Quadro 3.3 - Jogo sequencial na forma estratégica. 
 Não emprestar Emprestar
Eleva a Selic (30,30) (3,2)
Não eleva a Selic (15,5) (2,10)
Bancos
Banco 
Central
Caso os bancos optassem por emprestar, a recompensa do Bacen seria 15. Esse 
resultado é coerente, pois se Bacen mantivesse/reduzisse a taxa Selic e os bancos 
reagissem não emprestando, para um Bacen preocupado com a inflação este 
seria um cenário interessante, pois a combinação de não elevação da taxa básica e 
contração no crédito tem efeito benéfico, no sentido de conter a inflação (via restrição 
da demanda agregada). Por outro lado, o Bacen sabe que, se optasse por não elevar 
a taxa Selic, os bancos fariam melhor emprestando a crédito. Se os bancos agissem 
assim, o aumento do crédito traria pressões sobre a demanda, elevando a inflação e 
afetando a credibilidade do Bacen quanto à sua capacidade de colocar a economia no 
curso de modo a cumprir a meta inflacionária.
No quadro 3.4, analisa-se a reação do Bacen no caso em que os bancos optem 
por emprestar. Os possíveis payoffs para os bancos aparecem em negrito. Essa é 
uma possibilidade que o Bacen teme, pois isso pode contribuir para o descontrole da 
inflação. Como os bancos ganham menos quando a taxa Selic não é elevada, então 
eles podem pressionar o Bacen emprestando a uma taxa de juros de mercado menor 
do que as habitualmente praticadas; os bancos podem expandir os empréstimos, 
aumentando o crédito na economia, o que pode ir contra os interesses da política 
monetária. Então, uma estratégia para o Bacen seria elevar a taxa de juros, pois assim 
os bancos, ao perceberem que seus ganhos seriam maiores, optariam por não 
emprestar e assim direcionariam os recursos para aquisição de títulos da dívida. Com 
um montante menor de recursos no mercado, o Bacen conseguiria manter a meta 
inflacionária e sua reputação. 
Teoria dos jogos
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Fonte: O autor (2015).
Fonte: O autor (2015).
Quadro 3.4 - Jogo sequencial na forma estratégica 
Quadro 3.5 - Jogo sequencial na forma estratégica
 Não emprestar Emprestar
Eleva a Selic (30,30) (3,2)
Não eleva a Selic (15,5) (2,10)
 Não emprestar Emprestar
Eleva a Selic (30,30) (3,2)
Não eleva a Selic (15,5) (2,10)
No quadro 3.5, após a análise de todas as interações estratégicas possíveis para os 
jogadores, chega-se à conclusão de que só existe um equilíbrio de Nash em estratégias 
puras para o jogo, dado pelo par de estratégias “elevar a Selic, não emprestar”, cujos 
resultados de payoff são (30,30). Este resultado é condizente com as utilidades 
esperadas do jogo para o Bacen, que consegue manter a meta inflacionária e sua 
credibilidade junto ao mercado, e para os bancos, que conseguem maximizarsua 
rentabilidade. 
Assim, olhando apenas do ponto de vista do controle da inflação e das interações 
estratégicas entre o Bacen e o setor bancário, o Brasil é um país que tem conseguido 
êxito no cumprimento das metas de inflação à custa de altas taxas de juros, estratégia 
que favorece os bancos, que são os mais importantes compradores dos títulos 
públicos. Os bancos são instituições muito expostas ao risco e eles procuram manter 
parte importante dos seus ativos em opções líquidas e seguras, como os títulos. Por 
isso mesmo, acredita-se que exercem grande influência na determinação da taxa 
básica.
Teoria dos jogos
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117
Podemos ainda diferenciar o Equilíbrio de Nash de um jogo de estratégia 
dominante. Enquanto no primeiro o equilíbrio ocorre quando ambos os jogadores 
escolhem uma estratégia procurando fazer o melhor que podem, tendo em vista as 
possíveis ações de seus oponentes, no segundo cada qual adota a melhor estratégia 
para ele independente do que seus oponentes estão fazendo. 
Ainda dentro deste contexto, o equilíbrio de Nash permite ter um jogo de equilíbrio 
estável, isto significa que não há estímulo para que qualquer um de seus participantes 
mude suas escolhas, a menos que algum tome a iniciativa primeiro. Desta forma, 
podemos concluir que:
Destaca-se ainda que pode ocorrer de, em um jogo, verificar-se que os jogadores 
estão utilizando uma estratégia maximin. Uma estratégia deste tipo é resultado de uma 
análise feita pelos participantes de um jogo não cooperativo e simultâneo no qual os 
participantes procuram maximizar o mínimo ganho possível. Imaginemos uma situação 
conforme descrito por Pyndyck e Rubinfeld (2002) e apresentada na Figura 3.5.
Após ler o estudo sobre a determinação da taxa de juros, 
você concorda que este jogo ainda sirva para explicar a 
determinação da taxa Selic hoje?
A principal característica que diferencia um equilíbrio de Nash 
de um equilíbrio em estratégias dominantes é a dependência 
do comportamento do oponente. Um equilíbrio em estratégias 
dominantes ocorre quando cada jogador faz sua melhor 
escolha, independente da escolha do outro jogador. Todo 
equilíbrio em estratégias dominantes é um equilíbrio de Nash, 
porém, o contrário não é verdadeiro (PINDYCK; RUBINFELD, 
2002, p. 460).
Teoria dos jogos
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Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2002, p. 469).
Figura 3.5 – Estratégia Maximin
No exemplo, duas empresas competem no mercado de softwares de criptografia 
e ambas possuem o mesmo padrão de criptografia, de tal forma que os softwares 
desenvolvidos por qualquer uma das empresas pode ser lido pela outra. Assim, para o 
consumidor seria indiferente comprar de uma ou de outra. 
Ainda como informação adicional, a parcela de mercado da Empresa 1 é muito 
maior que a da Empresa 2, e ambas as empresas estão considerando a possibilidade 
de adotar este novo padrão de criptografia. Assim, de acordo com a Figura 3.5, numa 
escolha racional, com cooperação e com decisões simultâneas, ambas as empresas 
deveriam investir, porque a Empresa 1 ganharia 20 e a Empresa 2 ganharia 10. 
Ocorre que, como a Empresa 2 é menor e sua escolha pode não ser muito racional, 
caso ela não invista o prejuízo da Empresa 1 será de -100, enquanto a Empresa 2 não 
perderia nada. 
Por outro lado, se optar por investir, a Empresa 2 ganha 10 independente do que 
a Empresa 1 faça. Desta forma, a Empresa 2 tem um estímulo para investir e esta seria 
sua estratégia maximin, enquanto que a Empresa 1 será muito prejudicada caso isto 
não ocorra, logo ela opta por não investir e seu prejuízo será de apenas -10, sendo esta 
sua estratégia maximin. 
Conforme podemos ver a partir da análise dos resultados do jogo representado na 
Figura 3.5, a adoção da estratégia maximn implica a não existência de um equilíbrio, 
pois, mesmo ao observar as estratégias possíveis de seu oponente, a empresa escolhe 
uma estratégia que é pior para ela, dadas as estratégias disponíveis para seu oponente. 
Desta forma, numa estratégia maximin o jogador procura maximizar o ganho mínimo, 
Teoria dos jogos
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isto é, evitar maior prejuízo, devido às possíveis ações de seus oponentes. Podemos 
ver mais um exercício extraído de Pindyck e Rubinfeld (2002), conforme segue.
a) Se ambas as empresas tomarem suas decisões simultaneamente e 
empregarem estratégias maximin (de baixo risco), qual deverá ser o resultado?
Com uma estratégia maximin, uma empresa determina o pior resultado para cada 
escolha, depois escolhe a opção que:
Duas empresas fabricantes de computadores, A e B, 
estão planejando comercializar sistemas de rede para o 
gerenciamento de informações corporativas. Cada empresa 
pode desenvolver tanto um sistema rápido de alta qualidade 
(A) como um sistema mais lento e de baixa qualidade (B). Uma 
pesquisa de mercado indicou que os lucros de cada empresa 
resultantes de cada estratégia alternativa são aqueles que se 
encontram na seguinte matriz de payoff:
Com uma estratégia maximin, uma empresa determina o pior 
resultado para cada escolha, depois escolhe a opção que 
maximiza o payoff dentre os piores resultados. Se a empresa A 
escolher H, o pior payoff ocorreria se a empresa B escolhesse 
H: O payoff de A seria 30. Se a empresa A escolhesse L, o pior 
payoff ocorreria se a empresa B escolhesse L: O payoff de A 
seria 20. Com uma estratégia maximin, A, então, escolhe H. Se 
a empresa B escolhesse L, o pior payoff ocorreria se a empresa 
A escolhesse L: o payoff seria 20. Se a empresa B escolhesse H, 
o pior payoff, 30, ocorreria se a empresa A escolhesse L. Com 
uma estratégia maximin, B, então, escolhe H. Logo, sob uma 
estratégia maximin, tanto A quanto B produzem um sistema 
de alta qualidade (PINDYCK; RUBINFELD, 2002a, p. 199). 
30,30 50,35
40,60 20,20
EMPRESA B
H L
H 
 
L
EMPRESA A
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120
Uma conclusão importante sobre a estratégia maximin é que ela não necessita que um 
jogador reaja à estratégia de seu oponente e, quando não há uma estratégia dominante, 
os jogadores conseguem reduzir a incerteza em relação à reação de seu oponente, sendo 
conservador e adotando uma estratégia maximin. Neste caso, a solução maximin ocorre 
com mais frequência quando há uma probabilidade grande de que haja no mercado um 
oponente de porte considerável e que tenha uma conduta irracional.
Ainda podemos considerar os jogos para os quais não haja equilíbrio em estratégias 
puras, mas sim em estratégia mista. Um exemplo típico é o jogo de moedas no qual os 
jogadores podem escolher entre cara ou coroa. Suponha que os jogadores anunciem 
suas estratégias no momento em que a moeda é lançada. Desta forma, cada jogador 
pode obter diferentes resultados desta partida, porém, conforme verifica-se na Figura 
3.6, não há um equilíbrio de Nash em estratégia pura.
Isto ocorre porque cada conjunto de payoff permite diferentes resultados que 
ocorrem independente da estratatégia de cada jogador, porque cada um joga para 
ganhar 1, mas quando não ocorre perde -1.
Assim, não existe um equilíbrio em estratégia pura (coroa, coroa ou cara, cara). Isto ocorre 
porque se o jogador 1 escolher coroa, o jogador 2 oferecerá cara, então o jogador 1 perderá, 
o inverso também é verdadeiro. Desta forma, não haveria combinação de cara ou coroa que 
pudesse satisfazer cada um dos jogadores em estratégia pura (quando ele tem que escolher 
ou só cara ou só coroa), um deles sempre estará disposto a alterar sua estratégia. 
Os jogos estudados até aqui são jogos para os quais os participantes 
utilizam-se de estratégia pura, isto é, eles fazem uma única escolha 
específica na matriz de payoff e decidem agir para obtê-la. Existem 
outros jogos para os quais adota-se estratégia mista, na qual os 
participantes podem escolher duas ou mais possibilidades a partir do uso 
de probabilidade para cada uma.
Fonte: Adaptado de Pindyck; Rubinfeld (2002, p. 470).
Figura 3.6 – Jogo de moedas
Teoria dos jogos
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121
Assim, cada uma das opções (cara ou coroa) tem probabilidade de ½ de ocorrer,desta 
forma teremos um equilbrio de Nash em estratégias mistas. Sabendo desta probabilidade 
dos payoffs após jogar a moeda, nenhum dos dois jogadores tem estímulo para alterar sua 
estratégia. 
Neste contexto, Equilíbrio de Nash Misto envolve um par de estratégias (considerando 
suas probabilidades de ocorrência) de modo que cada estratégia é uma melhor resposta 
em relação à outra. E um jogo para o qual nenhuma estratégia pura pode ser um equilíbrio 
de Nash.
Nesta seção estudamos situações que envolviam jogos não cooperativos, simultâneos e 
de apenas uma rodada. Na seção 3.2 estudaremos mais possibilidades de um jogo.
1. Leia a citação a seguir:
Dois ladrões que cometeram um crime em comum são presos 
por um policial. Para cada ladrão, o policial propôs que confesse 
o crime e sirva de testemunha de acusação. Se um dos ladrões 
confessa o crime e outro não, aquele que confessou será posto 
em liberdade, o que não confessou cumprirá pena de 10 anos 
na prisão. Se os dois confessarem, ambos ficarão presos por três 
anos. Se nenhum dos dois confessar, a penalidade será de apenas 
um ano para cada um. Ambos os prisioneiros conhecem estas 
condições (VASCONCELLOS, 2000, p. 210).
A partir desta citação, explique: por que o jogo do dilema dos 
prisioneiros apresenta uma estratégia dominante? Qual é ela?
Gabarito: Percebe-se que existe uma estratégia dominante para 
cada um dos prisioneiros. Para A confessar é melhor estratégia, 
B confessando ou não, porque em qualquer caso ele poderia 
receber uma pena menor (3 anos se B confessar e 0 se B não 
confessar). Para Prisioneiro B confessar também é a melhor 
estratégia independente de A (3 anos se A confessar e 0 se A 
não confessar). Isto ocorre porque eles não podem conversar, e 
mesmo que pudessem, ainda assim não conseguiriam confiar um 
no outro, dado que, de acordo com as regras do jogo repassadas 
pelo policial, cada um só consegue uma pena menor caso o 
seu oponente adote uma estratégia de maior pena para ele (não 
confessando) (PINDYCK; RUBINFELD, 2002a, p. 205).
Teoria dos jogos
U3
122
2. Para a questão a seguir, adaptada do Exame Nacional de Cursos de 
Pós-graduação em Economia (ANPEC), marque V para verdadeiro e F 
para falso.
Com relação à teoria dos jogos, é correto afirmar que:
1) Um equilíbrio de Nash ocorre somente com estratégias puras. ( )
2) Um equilíbrio com estratégias dominantes é necessariamente um 
equilíbrio de Nash. ( )
3) Um equilíbrio de Nash é necessariamente um equilíbrio com 
estratégias dominantes. ( )
4) Um equilíbrio de Nash em estratégias mistas é sempre uma 
combinação de dois ou mais equilíbrios de Nash em estratégia pura. ( )
Gabarito: 1) (F) O equilíbrio de Nash, dependendo da situação, não 
ocorre com estratégias puras, mas pode ocorrer em estratégias mistas. 
Ou seja, o equilíbrio de Nash envolve como no caso do jogo de moeda, 
porque nele com Equilíbrio de Nash nenhum jogador tem incentivo de 
desviar da estratégia e não existe estratégia pura; 2) (V) Lembrando dos 
conceitos de estratégia dominante, em que a estratégia que maximiza 
o payoff do jogador é a que ele adota independente do seu oponente 
e que Equilíbrio de Nash é estável e nenhum jogador tem estímulo 
para mudar; 3) (F) Um equilíbrio de Nash é o melhor que um jogador 
faz tendo em vista o que seu oponente faz e a estratégia dominante é 
tomada independente do que faz seu oponente; 4) (F) Um equilíbrio 
em estratégia mista só ocorre quando não há um equilíbrio possível 
em estratégias puras.
Teoria dos jogos
U3
123
Seção 2
Jogos repetitivos e sequenciais: ameaça, 
compromisso e credibilidade
Na seção anterior discutimos jogos nos quais havia a pressuposição de que eles se 
encerravam com apenas uma rodada, não sendo possível aos jogadores mudarem 
suas estratégias. Ocorre que em muitos casos da realidade os participantes tomam 
decisões em um momento, e com o passar do tempo, numa nova rodada, o jogo se 
repete e eles têm então a oportunidade de rever sua decisão.
Assim, num jogo repetitivo, os jogadores recebem seus payoffs várias vezes 
e as estratégias podem se tornar mais complexas. Se imaginarmos o dilema dos 
prisioneiros como um exemplo de jogo de oligopólio no qual as empresas estão 
decidindo sobre o aumento de preços, se este jogo torna-se repetitivo, cada 
organização desenvolve uma reputação a respeito de seu comportamento e 
também tem a possibilidade de estudar o comportamento de seu oponente.
Neste sentido, nesta seção, você conhecerá um pouco mais sobre jogos dinâmicos 
ou repetitivos e as consequências deste tipo de jogo para seus participantes.
2.1 As implicações dos Jogos Repetitivos
Os jogos repetitivos ocorrem porque a cada ação tomada e uma nova rodada 
os decorrentes payoffs são recebidos várias vezes pelos participantes de maneira 
sucessiva.
A maior implicação desta repetição é que o resultado do jogo pode mudar. 
Em termos gerais, os pesquisadores procuraram desenvolver simulações nas 
quais buscou-se identificar se haveria um padrão de estratégia adotada a partir do 
momento em que o jogo se repete.
Em um estudo destes, o pesquisador Robert Axerold verificou em seu experimento 
que uma determinada estratégia específica funcionava melhor quando utilizada 
contra outra determinada do que contra outras, isto é, a adoção de uma estratégia 
Teoria dos jogos
U3
124
por um participante tendia a ser seguida pelo outro, num esquema de cooperação 
condicionada à estratégia de seu oponente.
A esta forma de cooperação estratégica chamou-se estratégia tit-for-tat que 
pode ser entendida como estratégia de repetição, na qual o jogador responde de 
forma similar às jogadas de seu oponente e ambos tendem a cooperar retaliando os 
que não o fazem (PYNDYCK; RUBINFELD, 2002). A Figura 3.7 permite visualizar um 
payoff de exemplo desta questão.
Na figura, o exemplo começa com a ideia de que o jogador que inicia o jogo (no 
caso, a Empresa 1) opta por começar com um preço alto, neste caso a Empresa 2 
também fará a mesma opção (50;50), lembrando que neste caso de oligopólio os 
dois terão vantagem de aumento de lucro com preço maior e que se trata de um 
jogo silmultâneo no qual as decisões de uma rodada são tomadas ao mesmo tempo 
e só podem ser alteradas na próxima.
Assim, o jogador inicial Empresa 1 manterá seu preço alto enquanto a Empresa 
2 seguir a mesma ação estratégica, porém, no momento em que a cooperação 
cessar, a Empresa 2 baixar seu preço, a Empresa 1 terá um prejuízo nesta rodada 
de (-50), mas na próxima rodada ela reduzirá seu preço e ambas as empresas agora 
terão lucro menor (10;10).
Num jogo repetido infinitas vezes, um jogador pode perceber ou não que 
seu oponente está utilizando uma estratégia tit-for-tat. Porém, a conclusão mais 
importante disto é que eles irão perceber que, ao longo do tempo, a cooperação 
proporciona que o ganho esperado da cooperação será muito maior do que o que 
obteriam caso optassem por uma guerra de preços.
Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2002, p. 473).
Figura 3.7 – Simulação payoff problema de determinação de preço
Teoria dos jogos
U3
125
Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2002, p. 477- 478).
Figura 3.8 – Simulação payoff de jogo sequencial 
Por outro lado, caso o jogo seja finito, ou seja, determinado por um número 
específico de repetições, pode ocorrer de a Empresa 2, sabendo que a Empresa 1 
está adotando uma estratégia tit-for-tat, pode optar por manter a cooperação até a 
última rodada e aí baixar seu preço. Como também não há certeza de que a Empresa 
1 adote a mesma estratégia.
Porém, de certa forma, a estratégia tit-for-tat em cooperação é preferível por 
dois motivos: porque os ganhos serão maiores do que agindo individualmente e, no 
caso de alguém não utilizá-la em jogos repetitivos, há a possibilidade de mudar sua 
estratégia numa próxima rodada, o que reduziria as perdas a apenas uma rodada.
Por fim, admite-se que, caso haja muitas empresas num setor, a cooperação 
não se estabelece devido a problemas associados aos custos e às necessidadesde 
readequação constante das estratégias de mercado.
2.2 Jogos sequenciais
A exemplo do modelo de oligopólio de Stackelberg, nos jogos sequenciais os 
jogadores fazem seus movimentos um após o outro em resposta às ações e reações 
de seus oponentes. Num jogo como este os participantes necessitam estar atentos 
às ações e reações racionais dos jogadores. Vejamos o exemplo da Figura 3.8.
Teoria dos jogos
U3
126
Em relação à figura, na parte a) verificamos a matriz de payoff do jogo para ambos 
os participantes. Na parte b apresentamos a forma extensiva do jogo na qual parte-se da 
suposição de que no lançamento de uma campanha de produção de biscoitos crocantes 
ou açucarados para um mesmo mercado, a Empresa 1 tenha decidido primeiro.
Então, se ela optar por produzir o açucarado, a escolha racional para a Empresa 2 é 
produzir o crocante. O payoff seria lucro de 20 para a Empresa 1 e 10 para a Empresa 
2. Lembrando que optar por concorrer no mesmo mercado com o mesmo produto 
levaria a prejuízos para ambas as empresas, desta forma, a escolha racional da Empresa 
2 a partir do anúncio da Empresa 1 é o caminho. Aqui, percebe-se que existe vantagem 
para a Empresa 1 ser a primeira, pois, ao criar um fato consumado sobre sua decisão 
de produção, deixa à Empresa 2 como única alternativa produzir o biscoito crocante. 
Podemos acrescentar ainda que:
No caso, a vantagem de ser o primeiro num jogo em que pode 
ocorrer um payoff mais elevado para o primeiro jogador a se 
mover. Então, quando o primeiro jogador se move sinalizando sua 
escolha para seu oponente, este deve escolher uma resposta, de 
acordo com esse sinal. O primeiro a se mover age ofensivamente 
e o segundo responde defensivamente. A primeira empresa a 
lançar um produto pode determinar o padrão a ser seguido pelos 
concorrentes. 
Em alguns casos, ser o primeiro concede o poder de determinar o 
padrão de mercado, que se torna tão difuso que a marca do produto 
vira sinônimo do nome do produto. No Brasil, marcas como Toddy, 
Nescau, Omo, Bombril, etc. são utilizadas como sinônimo dos 
produtos que representam (PINDYCK; RUBINFELD, 2002a, p. 203).
2.3 Ameaças, compromisso e credibilidade
Num jogo sequencial como o descrito na Figura 3.8, no qual supôs-se que a 
Empresa 1 tomou a decisão inicial e optou por produzir o biscoito açucarado porque 
este traria para ela maior lucro, o que leva a Empresa 2 a aceitar tal situação?
Você concorda que a Empresa 2 irá realmente acatar o 
resultado do payoff e produzir o biscoito crocante? Por quê?
Teoria dos jogos
U3
127
Em especial, uma empresa como a Empresa 1 tem uma certa vantagem no 
mercado. Mas esta vantagem deve ser suficiente para induzir o comportamento de seus 
oponentes. Desta forma, a Empresa 1 fez um movimento estratégico.
Este pode ser entendido como uma ação que influencia outra pessoa a tomar uma 
decisão favorável ao agente que iniciou o movimento. No caso, a Empresa 1 conseguiu 
com sua estratégia levar a Empresa 2 a optar por produzir o biscoito crocante. De certa 
forma, este movimento estratégico é uma ação que dá vantagem de ser o primeiro 
aquele que limitou seu comportamento. Destaca-se que: 
Mas tal situação somente se estabelece porque a garantia de que o movimento 
estratégico será cumprido vem do compromisso que a Empresa 1 deve assumir, enviando 
sinais para que sua ação seja respaldada por atividades que indiquem que ela irá cumprir 
o que está anunciando. Desta forma, ao firmar contratos de compras de insumos, realizar 
investimentos significativos em marketing para difundir sua marca e este produto etc. 
Em um jogo também poderíamos perguntar se a Empresa 1 poderia apenas ameaçar, 
isto é, anunciar, mas não sinalizar que irá realmente fazer isto. A Empresa 2 saber que ela 
não agiria assim devido aos riscos envolvidos de prejuízo para ambas casos, a Empresa 2 
também optasse por produzir o biscoito açucarado. Neste caso, a ameaça seria vazia. Uma 
ameaça vazia é aquela que tem pouca possibilidade de ser colocada em prática num caso 
em que os partipantes do jogo são racionais. Como você pôde estudar nesta seção, os 
jogos repetitivos e jogos sequenciais constituem em itens diferenciados e importantes nos 
desenvolvimentos dos estudos com Teoria dos Jogos. Pois bem, vamos agora exercitar 
um pouco do que aprendemos.
Um movimento estratégico influencia o comportamento 
condicional do oponente. Se o jogo for bem compreendido, 
e a reação do oponente puder ser prevista, um movimento 
estratégico deixará o jogador em melhor situação. Transações 
econômicas envolvem barganha, implícita ou explícita. 
Em toda barganha, supomos que ambas as partes tentem 
maximizar seus próprios ganhos. Movimentos estratégicos de 
um jogador proporcionam sinais aos quais o outro jogador reage. 
Quando um jogo de barganha é jogado apenas uma vez (de 
modo que não há incentivo para criar reputações), os jogadores 
podem atuar estrategicamente visando maximizar seus payoffs. 
Quando um jogo de barganha é repetido, os jogadores podem 
atuar estrategicamente visando estabelecer reputações que 
favoreçam suas negociações no futuro (PINDYCK; RUBINFELD, 
2002, p. 204). 
Teoria dos jogos
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128
1. Em alguns casos, o poder de determinar o padrão de 
mercado se torna tão difuso no mercado que a marca do 
produto vira sinônimo do nome do produto; por exemplo, 
no Brasil, as pessoas associam sabão em pó a OMO, amido 
de milho a Maisena. Sendo as marcas utilizadas pelos 
consumidores para se referir ao produto, tiveram vantagem de 
serem marcas pioneiras no mercado. Neste sentido, explique 
qual o significado do termo “vantagem de ser o primeiro”. Dê 
um exemplo de um jogo em que tal vantagem exista.
2. Em um jogo sequencial, no qual uma empresa se posicione 
como primeira, sua estratégia é caracterizada como um 
movimento estratégico. Porém, o movimento estratégico limita 
a flexibilidade do jogador e, mesmo assim, lhe confere uma 
vantagem. Por quê? De que forma um movimento estratégico 
pode dar a um jogador uma vantagem durante as negociações?
Pois bem, a Teoria dos Jogos é ampla e constitui-se em ferramenta que propicia muitos 
estudos e pesquisas em Economia. Desta forma, continuar estudando é o caminho para 
o aluno que queira entender mais profundamente esta teoria. 
Nesta seção vimos que jogos ocorrem, dentro do âmbito da 
economia, quando os agentes econômicos (empresas, países e 
até mesmo indivíduos) se encontram em situações estratégicas 
que podem ser classificadas como dominantes ou equilíbrio de 
Nash. Por outro lado, os jogos podem assumir forma de uma 
rodada, serem repetitivos ou ainda serem sequenciais. E que 
as estratégias são descritas em termos de se apresentarem 
críveis a fim de evitar a ameaça vazia. Desta forma, um jogador 
deve ter ações que inspirem compromisso e, assim, conquistar 
credibilidade junto aos demais jogadores. 
Teoria dos jogos
U3
129
Você poderá encontrar na realidade brasileira muitos casos e 
situações que se encaixam em jogos, pois a diversidade de situações em 
que esta teoria se aplica abre possibilidades de ampla aplicação desta. 
Você pode compreender e estudar um pouco mais sobre este assunto 
lendo o Capítulo 13 – Teoria dos Jogos e Estratégia Competitiva, do livro 
Microeconomia, dos autores Robert S. Pindyck e Daniel L. Rubinfeld, 
publicado em 2002 e disponível na Biblioteca Digital. Bons estudos!
1. Observe a figura:
Figura: Representação do dilema dos prisioneiros
Tendo em vista os pressupostos da Teoria dos Jogos, descreva 
como se dá a resolução do Dilema dos Prisioneiros.
Teoria dos jogos
U3
130
3. Observe a figura:
Partindo da interpretação possível para este jogo, explique o que é 
uma estratégia maximin. 
Partindo da figura, explique que tipo de equilíbrio podemos ter neste 
caso? Por quê?
30,30 50,35
40,60 20,20
EMPRESA B
H L
H 
 
L
EMPRESA A
2. Observe o payoff de um jogo de moedas:
Figura: payoff do jogo de cara ou coroa
4. Observe o quadro:
Quadro: Jogo sequencial na forma estratégica.Este quadro é uma referência à aplicação da Teoria dos Jogos ao 
caso da determinação da taxa Selic no Brasil. Neste sentido, explique 
qual a conclusão final deste jogo. Por quê?
 Não emprestar Emprestar
Eleva a Selic (30,30) (3,2)
Não eleva a Selic (15,5) (2,10)
Bancos
Banco 
Central
Teoria dos jogos
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131
5. Leia a descrição de um jogo no estilo do dilema dos prisioneiros.
Dois suspeitos de cometerem um crime em comum são presos 
por um policial. Para cada suspeito, o policial propôs que confesse 
o crime e sirva de testemunha de acusação. Se um dos suspeitos 
confessar o crime e outro não, aquele que confessou será posto em 
liberdade, o que não confessou cumprirá pena de 20 anos na prisão. 
Se os dois confessarem, ambos ficarão presos por 2 anos. Se nenhum 
dos dois confessar, a penalidade será de apenas um ano para cada 
um. Ambos os prisioneiros conhecem estas condições. 
Tomando por base esta descrição, desenhe a matriz de payoff para 
este caso.
Teoria dos jogos
U3
133
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NOÇÕES DE 
EQUILÍBRIO GERAL
Na maior parte do nosso estudo tratamos de mercados isoladamente, 
contudo, os mercados são frequentemente interdependentes, ou seja, 
mudanças em um mercado podem influenciar os resultados de outro 
mercado, tanto pelo fato de uma mercadoria ser insumo de outra mercadoria, 
como pelo fato de mercadorias serem substitutas ou complementares. Assim, 
a análise do equilíbrio geral pode auxiliar na compreensão de tais inter-relações. 
Nas relações expostas nas primeiras unidades do livro partimos do princípio 
da eficiência dos resultados, que é alcançada através da maximização do 
excedente do produtor e do excedente do consumidor, assim vamos partir da 
economia das trocas para poder entender a relação entre dois consumidores, 
e para isso vamos utilizar o diagrama de Edgeworth.
Todas as análises anteriores partiam de hipóteses simplificadoras que limitavam 
os resultados de mercados e que pressupunham determinados comportamentos. 
Mas, o que aconteceria se os mercados não se comportassem da forma esperada, 
ou seja, e se eles apresentassem falhas? Assim, vamos tratar sobre as principais 
falhas de mercado: informações assimétricas, bens públicos e externalidades.
Seção 1 | Análise do equilíbrio geral com dois mercados, 
eficiência das trocas e o diagrama de Edgeworth
Seção 2 | Falhas de mercado
Objetivos de aprendizagem: 
Durante a seção 4.1 vamos procurar compreender o equilíbrio geral de 
mercado, partindo de hipóteses que permeiam mercados competitivos e 
análises que envolvem dois produtos. Para a análise da troca de dois produtos, 
entre duas pessoas, será utilizada uma ferramenta conhecida como caixa (ou 
diagrama) de Edgeworth. Já na seção 4.2, trataremos de situações específicas 
no que tange à análise de mercado: as falhas nos mercados.
Alexander Luis Montini
Unidade 4
Noções de equilíbrio geral
U4
138
Noções de equilíbrio geral
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139
Introdução
Na grandemaioria dos conteúdos apresentados nas três primeiras seções, 
o enfoque, quase que na sua totalidade, era positivista, ou seja, era como se o 
comportamento da oferta e da demanda determinasse os resultados, em diferentes 
estruturas de mercado. Na Unidade 4 do presente livro, a abordagem será mais 
normativa, ou seja, buscaremos demonstrar os objetivos da eficiência econômica, 
que é a propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível de eficiência, 
a partir de recursos escassos, mostrando quando os mercados geram resultados 
positivos, ou quando eles falham e, consequentemente, necessitam da intervenção 
governamental. A seção 1 trata da análise do equilíbrio geral, a interação entre 
dois mercados é levada em consideração, mostrando quando e por que um 
mercado competitivo é eficiente do ponto de vista econômico. Na seção 2, vamos 
tratar sobre uma importante falha de mercado, que aparece quando dispomos 
de informações erradas ou incompletas (as chamadas informações assimétricas). 
Quando acontecem essas falhas de informações, objetivamos mostrar que, quando 
alguns agentes econômicos dispõem de melhores informações do que os demais, 
os mercados podem não alocar os recursos de forma eficiente. Ainda em relação 
às falhas de mercado, vamos abordar outras duas situações: as externalidades e os 
bens públicos. Mostraremos que, embora essas falhas possam ser sanadas, muitas 
vezes torna-se necessária a intervenção do governo para melhorar os resultados 
do mercado. Desde os mercados competitivos, estudados na Unidade 1, até as 
falhas de mercado, objeto da presente unidade, procuramos mostrar aos leitores 
uma parte importante da microeconomia que estuda os mercados. Boa leitura!
Noções de equilíbrio geral
U4
140
Noções de equilíbrio geral
U4
141
Seção 1
Análise do equilíbrio geral com dois mercados, 
eficiência das trocas e o diagrama de Edgeworth
Nesta seção você compreenderá que a interdependência entre os mercados 
pode influenciar nos preços e nos níveis de produção, seja pela condição de bem 
substituto ou complementar. Neste sentido, veremos como o equilíbrio geral trata tal 
interdependência entre os mercados.
1.1 Equilíbrio geral 
A análise de equilíbrio geral determina os preços e as quantidades em todos os 
mercados, concomitantemente, e considera o resultado do feedback, que se refere 
ao ajuste de preços ou quantidades em determinado mercado, em comparação 
com tais ajustes em mercados relacionados. Normalmente, uma análise de 
equilíbrio parcial, como foi visto nas unidades 1 e 2, é suficiente para entendermos 
o comportamento dos mercados, contudo, as inter-relações entre os mercados 
devem ser consideradas. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 500):
Vamos imaginar uma situação hipotética em que o governo da Venezuela 
resolva cobrar um imposto sobre todas as importações de petróleo no país, o que 
incorreria em aumento no preço, deslocando a curva da oferta para a esquerda, e 
esta elevação de preço faria com que aumentasse a demanda por gás natural, e, 
como consequência, o seu preço. Mas com os preços do gás natural em ascensão, 
haveria aumento na demanda por petróleo, deslocando a curva de demanda para a 
direita e, por consequência, o preço aumentaria ainda mais. Logo, os dois mercados 
continuariam a interação no sentido de igualar oferta e demanda.
Diferentemente do que ocorre com a análise de equilíbrio 
parcial, a análise de equilíbrio geral determina os preços e 
as quantidades em todos os mercados simultaneamente; 
além disso, ela explicitamente leva em conta os efeitos de 
feedback. Um efeito de feedback é um ajuste de preços ou de 
quantidade em determinado mercado causado pelos ajustes 
de preços ou de quantidades em mercados correlatos.
Noções de equilíbrio geral
U4
142
Na prática, não é viável desenvolver uma análise completa de 
equilíbrio geral que leve em consideração os efeitos de uma 
mudança ocorrida em determinado mercado sobre todos os 
demais mercados. Em vez disso, vamos nos restringir a alguns 
mercados bastante relacionados entre si. Por exemplo, quando 
estivermos examinando o efeito de um eventual imposto sobre o 
petróleo, vamos também examinar os mercados de gás natural, 
carvão e eletricidade (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 500).
As hipóteses simplificadoras, ao mesmo tempo em que facilitam a compreensão 
de um determinado problema, acabam limitando a análise de uma dada situação. Se 
formos pensar de uma forma mais abrangente, a economia é muito mais complexa, 
e embora isso seja posto, é possível tentar entendê-la através de um raciocínio 
não tão complexo. De uma forma simplificada, nós temos que o fluxo circular da 
renda é composto por famílias que demandam bens e serviços, e ofertam fatores 
de produção (trabalho, capital e terra), e por empresas que demandam os fatores de 
produção e ofertam bens e serviços, conforme a Figura 4.1:
Fonte: Disponível em: <http://www.mises.org.br/images/articles/2008/Novembro%2008/figure1.jpg>. Acesso em: 04 nov. 
2015.
Figura 4.1 - Fluxo circular da atividade econômica
Noções de equilíbrio geral
U4
143
A Figura 4.1 mostra que existe um fluxo real de bens e serviços das empresas 
para as famílias, e um fluxo real de serviços produtivos das famílias para as firmas. De 
acordo com Ferguson (2003, p. 500):
A citação acima vai de encontro com Salvatore (1996, p. 414), que afirma que: “a 
análise do equilíbrio geral, por outro lado, estuda o comportamento de todas as unidades 
individuais com poder de decisão e de todos os mercados, simultaneamente”.
É muito importante, ao tratarmos de mercados interdependentes, identificarmos 
os bens ou serviços como substitutos ou complementares. Para a demonstração dos 
bens substitutos, utilizaremos na nossa série de análises um exemplo encontrado no 
livro de Pindyck e Rubinfeld (2006): ingressos de cinema e aluguel de DVDs. A Figura 
4.2 mostra as curvas de oferta e de demanda de ingressos de cinema, e de aluguel de 
DVDs. O preço inicial dos ingressos de cinema, mensurado em unidades, é de R$ 6,00, 
e o equilíbrio só ocorre na intersecção entre as curvas de Demanda (Dm) e Oferta (Sm) 
(parte A). Por outro lado, o mercado de DVDs encontra-se em equilíbrio ao preço de 
R$ 3,00 (parte B). Porém, vamos supor que haja uma elevação nos impostos cobrados 
sobre os ingressos de cinema. O efeito dessa elevação deslocará a curva de oferta dos 
ingressos de cinema para cima (esquerda), portanto observamos na Figura 4.2 que a 
curva de desloca de Sm para S*m, o que eleva o preço de R$ 6,00 para R$ 6,35, fazendo 
com que haja redução na quantidade vendida Qm para Q’m. 
Até aqui tratamos o equilíbrio parcial. Porém, podemos trabalhar com o equilíbrio 
geral, ao examinarmos os efeitos da elevação dos impostos nos ingressos de cinema 
sobre o mercado de DVDs, bem como a ocorrência de efeitos eventuais de feedback no 
mercado de DVDs sobre o mercado de ingressos de cinema. É importante ressaltar que 
a elevação dos impostos sobre os ingressos de cinema afeta o mercado de DVDs, por se 
tratarem de bens substitutos. Portanto, um preço mais elevado nos ingressos de cinema 
vai deslocar a demanda de DVDs para a direita, de Dv para D’v, o que aumentará o preço 
do aluguel dos DVDs de R$ 3,00 para R$ 3,50, como pode ser visto na Figura 4.2: 
Em vez de trocar a produção pelos insumos, as firmas 
devem pagar às famílias uma renda monetária pelos serviços 
produtivos ofertados. Em sua condição de consumidoras, 
as famílias criam um fluxo de sentido inverso de gastos de 
consumo para as firmas, trocando sua renda monetária por 
bens e serviços a elas ofertados. Assim há um fluxo monetário 
numa direção para compensar cada fluxo real na direção 
oposta. O problema da análise do equilíbrio geral é determinar 
o processo pelo qual os vários fluxos se equilibram.
Noções de equilíbrio geral
U4
144
Fonte: Adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 501).
Figura 4.2 - Dois mercados independentes
Nestas condições, como ficará o mercado de ingressosde cinema? A curva 
original da demanda de ingressos de cinema indicava que o preço dos DVDs não havia 
se alterado, permanecendo em R$ R$ 3,00. Mas, como agora o preço do aluguel do 
DVD subiu para R$ 3,50, a curva de demanda de ingressos de cinema desloca-se para 
cima (direita), de Dm para D’m (Figura 4.3). Assim, o preço mais alto dos DVDs acaba 
refletindo no mercado de ingressos de cinema, e assim, com o deslocamento da curva 
da Demanda para a direita (Dm para D’m), o preço dos ingressos de cinema aumentam 
de R$ 6,35 para R$ 6,75. E os movimentos vão continuando até se alcançar um equilíbrio 
geral, como pode ser visto na Figura 4.3:
Noções de equilíbrio geral
U4
145
FONTE: Adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 501).
Figura 4.3 - Interação entre dois mercados independentes
Podemos concluir que, se tratássemos de um equilíbrio parcial, a elevação do preço 
do cinema não teria impactado o mercado de aluguel de DVDs, o que não traria novos 
reflexos para o mercado de ingressos de cinema. No entanto, devido ao fato de serem 
substitutos próximos, para analisarmos o efeito da elevação de um imposto sobre uma 
mercadoria, é necessária a análise do equilíbrio geral. No nosso exemplo, de acordo 
com a Figura 4.3, o preço de equilíbrio para os ingressos de cinema é de R$ 6,82, que 
pode ser visto no ponto de intersecção (equilíbrio) entre as curvas de demanda (D*m) e 
de oferta (S*m). O preço de equilíbrio de DVDs é de R$ 3,58, e pode ser visualizado no 
ponto de intersecção (equilíbrio) entre as curvas de demanda (D*v) e de oferta (Sv).
Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 501) acrescentam: 
Em outras palavras, ambos os conjuntos de curvas são 
coerentes com os preços dos mercados correlatos, e não 
temos razões para esperar que as curvas da oferta e da 
demanda possam ainda sofrer outros deslocamentos. 
Noções de equilíbrio geral
U4
146
Ainda de acordo com os autores:
Para concluirmos nossa análise, é importante relembrarmos que ingressos de cinema 
e quantidade de DVDs alugados são bens substitutos. No entanto, se analisássemos 
bens complementares (pão e manteiga, por exemplo), um imposto sobre o pão elevará 
o seu preço, e reduzirá a demanda por manteiga, o que provocará redução na demanda 
por pão. A seguir será apresentado um texto que ilustra como os mercados estão 
interligados, e como mudanças em um determinado mercado podem afetar outros 
mercados.
Na prática, para determinarmos os preços (e as quantidades) 
de equilíbrio geral, devemos determinar simultaneamente dois 
preços que sejam capazes de igualar as quantidades demandadas 
e as quantidades ofertadas em todos os mercados relacionados. 
Para nossos dois mercados, isso significaria encontrar a solução 
para quatro equações, a oferta de ingressos de cinema, demanda 
de ingressos de cinema, oferta de DVDs e demanda de DVDs 
(PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 501).
A INTERDEPENDÊNCIA DOS MERCADOS INTERNACIONAIS
Como o Brasil e os Estados Unidos são concorrentes no 
mercado mundial de soja, as regulamentações brasileiras 
em seu próprio mercado podem afetar significativamente o 
mercado norte-americano, o que por sua vez teria efeitos de 
retroalimentação no mercado brasileiro. Isso levou a resultados 
inesperados quando o Brasil passou a adotar uma política de 
regulamentação objetivando uma elevação da oferta de soja no 
mercado interno no curto prazo, assim como uma elevação das 
exportações do produto no longo prazo.
No final da década de 1960 e princípio de 1970, o governo 
brasileiro limitou as exportações de soja, fazendo com 
que seus preços caíssem no mercado interno. O governo 
esperava que, ao tornar a soja mais barata no mercado 
brasileiro, estivesse estimulando um aumento das vendas e 
incentivando a demanda interna por produtos à base de soja. 
Os controles de exportação iam acabar sendo retirados, e 
Noções de equilíbrio geral
U4
147
Para conseguirmos entender melhor o conceito de eficiência econômica, temos 
que buscar compreender a eficiência das trocas, ou seja, a economia das trocas, cuja 
compreensão é facilitada através do entendimento do diagrama de Edgeworth, assunto 
que será tratado a seguir.
imaginava-se que as exportações brasileiras aumentariam.
Essa expectativa baseava-se em uma análise de equilíbrio parcial do 
mercado brasileiro de soja. Na realidade, a redução das exportações 
brasileiras fez com que fossem elevados os preços e a produção dos 
Estados Unidos, aumentando também as exportações norte-americanas. 
Isso tornou mais difícil a exportação de soja pelo Brasil - um problema que 
persistiu mesmo depois dos controles. No fim, os preços, a produção e as 
exportações domésticas não cresceram o suficiente para contrabalançar 
os danos causados pela intervenção. Portanto, a política brasileira de soja 
foi mal orientada e isso prejudicou o Brasil no longo prazo. Os responsáveis 
por tal programa erraram ao não levar em consideração o efeito de seus 
atos sobre a produção e exportação de soja dos Estados Unidos.
Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 502).
1.2 Diagrama de Edgeworth
Na prática, e como vimos no item 1.1, os preços dos demais bens podem afetar 
as demandas e as ofertas dos indivíduos por um bem em particular. Neste sentido, 
entender a eficiência das trocas que ocorrem entre os indivíduos é fundamental 
para a análise do equilíbrio geral. Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 502) ilustram tal 
importância:
Suponhamos que duas mercadorias estejam inicialmente 
alocadas de tal forma que ambos os consumidores possam ter 
aumento de bem-estar se fizerem trocas entre si. Isso significa 
que a distribuição inicial das mercadorias é economicamente 
ineficiente. Em uma distribuição eficiente de mercadorias, 
ninguém consegue aumentar seu próprio bem-estar sem 
reduzir o bem-estar de alguma outra pessoa. Usa-se às 
vezes como sinônimo a expressão eficiência de Pareto, em 
homenagem ao economista italiano Vilfredo Pareto, que 
desenvolveu o conceito da eficiência nas trocas.
Noções de equilíbrio geral
U4
148
Sobre o conjunto de Pareto, você pode consultar o livro: Varian (2000, 
p. 548-549).
O comércio, ou a troca entre os agentes, embora em alguns casos não pareça 
ser vantajoso para um dos agentes, é interessante do ponto de vista da eficiência. 
“Como regra, trocas voluntárias entre duas pessoas ou dois países são mutualmente 
benéficas” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 503). Segundo Mankiw (2009, p. 8):
Existe uma ferramenta muito útil para analisar a troca de dois bens entre duas 
pessoas, que é o diagrama (ou caixa) de Edgeworth, assim denominada em 
homenagem a Francis Ysidro Edgeworth (1845-1926), economista inglês que foi 
pioneiro no uso do referido instrumento.
Para entendermos o funcionamento da caixa de Edgeworth, vamos utilizar um 
exemplo simples que pode ser encontrado no livro de Pindyck e Rubinfeld (2006). 
No exemplo em questão, os autores trabalham com a suposição de que existem dois 
indivíduos, James e Karen. E que juntos tenham 10 unidades de alimentos e seis unidades 
de vestuários. A dotação inicial dos dois indivíduos pode ser visualizada na Tabela 4.1:
O comércio permite que as pessoas se especializem na atividade 
em que são melhores, como agricultura, costura ou construção. 
Ao comerciarem com os outros, as pessoas podem comprar 
uma maior variedade de bens e serviços a um custo menor. 
Assim como as famílias, os países beneficiam-se da possibilidade 
de comerciar uns com os outros. O comércio permite que se 
especializem naquilo que fazem de melhor e desfrutem de uma 
maior variedade de bens e serviços.
A caixa de Edgeworth permite representar as dotações e 
preferências de duas pessoas num único e conveniente 
diagrama, o que pode ser utilizado para analisar vários resultados 
do processo de trocas. Para entender a construção de uma caixa 
de Edgeworth é preciso examinar as curvas de indiferença e as 
dotações das pessoas envolvidas (VARIAN, 2000, p. 545). 
Noções de equilíbrio geral
U4
149
A Tabela 4.1 mostra que, inicialmente, James contacom sete unidades de 
alimento e uma unidade de vestuário. Já Karen dispõe de três unidades de alimento 
e cinco unidades de vestuário. Vamos partir do pressuposto de que Karen tem 
uma dotação maior de vestuário do que de alimento, e que sua taxa marginal de 
substituição (TMSs) de vestuário por alimento seja de três (ou seja, para obter uma 
unidade de alimento ela abriria mão de três unidades de vestuário). Já para James a 
TMSs de vestuário por alimento é bem menor (1,5), isso implica que James dá mais 
valor a vestuário do que Karen (enquanto que Karen dá mais valor a alimento do 
que James). Portanto, há condições para que ocorra uma troca que seja benéfica 
para ambos, mas é claro que os termos finais da troca dependeriam do processo de 
negociação. De acordo com Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 504):
A Figura 4.4 mostra uma caixa de Edgeworth. O eixo vertical mostra o número de 
unidades de vestuário e o eixo horizontal mostra o número de unidades de alimento. 
INDIVÍDUO ALOCAÇÃO INICIAL TROCA ALOCAÇÃO FINAL
James 7A, 1V -1A, +1V 6A, 2V
Karen 3A, 5V +1A, -1V 4A, 4V
Fonte: Adaptado de Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 503).
Tabela 4.1 - Vantagens do comércio
Sempre que TMSs de dois consumidores forem diferentes, há 
possibilidade de comércio mutuamente benéfico, pois elas 
mostram que a distribuição dos recursos é ineficiente – assim, 
o comércio fará com que ambos os consumidores melhorem 
seu bem-estar. Por outro lado, para que possa ser alcançada 
a eficiência, é necessário que haja igualdade entre a TMSs dos 
dois consumidores.
Noções de equilíbrio geral
U4
150
Figura 4.4 - Diagrama de Edgeworth
Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 504).
Seguindo o exemplo apresentado no início da seção, o comprimento da caixa é de 
10 unidades de alimento (quantidade total de alimento disponível); já a altura da caixa 
é de seis unidades de vestuário. Cada ponto dentro da caixa representa uma possível 
combinação de cestas de mercado para os dois indivíduos. No ponto A, por exemplo, 
James tem sete unidades de alimento (A) e uma unidade de vestuário (V); assim, para 
James o ponto A representa 7A e 1V, neste caso sobrariam para Karen 3A e 5V.
Podemos, também, ver o efeito da troca efetuada por Karen e James. James abre 
mão de 1A em troca de 1V, passando do ponto A para o ponto B (6A e 2V). Karen abre 
mão de 1V em troca de 1A, deslocando-se também do ponto A para o ponto B (4A 
e 4 V). Portanto, o ponto B passa a representar as cestas de mercado de James e de 
Karen depois de ter sido efetuada uma troca mutuamente benéfica. Só que para que se 
conclua que a passagem do ponto A para o ponto B representa uma alocação eficiente 
é necessário saber se as TMSs de James e Karen são exatamente iguais no ponto B, e 
para isso é necessário conhecer o formato das curvas de indiferença de ambos. A Figura 
4.5 mostra diversas curvas de indiferença tanto para James quanto para Karen.
Noções de equilíbrio geral
U4
151
Figura 4.5 - Eficiência nas trocas
FONTE: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 505).
A Figura 4.5 mostra as possibilidades de ambos os consumidores aumentarem sua 
satisfação por meio das trocas. Sendo A a alocação inicial dos recursos, a área sombreada 
descreve todas as trocas que seriam vantajosas para ambos.
Caso ocorra uma nova troca a partir do ponto B, James abriria mão de mais uma 
unidade de alimento em troca de uma unidade adicional de vestuário, já Karen abriria 
mão uma unidade de vestuário em troca de uma unidade adicional de alimento, 
que poderia ser representada, no nosso exemplo, pelo ponto C, pois no ponto C a 
satisfação de Karen aumentou sem diminuir a satisfação de James, fazendo com que 
essa combinação seja mais eficiente do que a do ponto B. Assim, é correto afirmar que 
a partir de uma alocação inicial, muitas alocações eficientes podem ser encontradas. 
“Para descobrir todas as possíveis alocações eficientes de alimento e vestuário entre 
Karen e James, teríamos que procurar todos os pontos de tangência entre cada uma 
de suas respectivas curvas de indiferença” (PINDYCK; RUBINFELD, 2006, p. 506). 
Se representássemos uma curva que passasse por todos os pontos de alocação de 
eficiência, teríamos o que chamamos de curva de contrato. A Figura 4.6 representa a 
curva de contrato do nosso exemplo:
Noções de equilíbrio geral
U4
152
Figura 4.6 - Curva de contrato
Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 507).
Cada ponto sobre a curva de contrato é eficiente, porque uma pessoa não pode 
aumentar seu bem-estar sem que, para isso, houvesse uma redução no bem-estar de 
outra pessoa. Contudo, é válido ressaltar a observação feita por Pindyck e Rubinfeld 
(2006, p. 507):
É o que ocorreria no caso de o governo diminuir uma tarifa de importação, ao passo 
que os consumidores teriam mais produtos à sua disposição a preços menores, o que 
poderia levar alguns trabalhadores da economia doméstica a perderem seus empregos, 
por conta da diminuição da produção interna. Neste caso seria necessária uma segunda 
intervenção no mercado (que poderia ser feita com uma alocação dos trabalhadores 
em novas funções) para que fosse alcançado um resultado eficiente, ou seja, a situação 
dos consumidores melhoraria e as condições dos trabalhadores não pioraria, o que 
representaria um aumento na eficiência.
Frequentemente conseguimos elevar a eficiência, mesmo 
quando algum efeito de uma mudança proposta diminui o 
bem-estar de alguém. É preciso apenas que consideremos uma 
segunda modificação, de tal forma que o conjunto combinado 
das alterações seja capaz de aumentar o bem-estar de todos, 
sem piorar o de ninguém. 
Noções de equilíbrio geral
U4
153
Figura 4.7 - Equilíbrio competitivo
Fonte: Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 507).
Ainda tratando do equilíbrio geral, temos que considerar que em mercados competitivos 
existem muitos compradores e vendedores, e que o processo de troca pode ser mais 
complexo do que o que fora exposto até então. A Figura 4.7 ilustra as oportunidades de 
trocas entre vestuário e alimentos quando os preços de ambos são iguais:
É importante ressaltar que os preços reais não importam, e o que realmente interessa 
é o preço de um bem em relação ao outro. A partir desse momento, cada unidade do 
primeiro bem pode ser trocada por uma unidade do segundo bem. De acordo com 
Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 507):
Em um mercado competitivo, os preços dos dois bens 
determinam os termos de troca entre os consumidores. Se A é 
a alocação inicial dos bens e a linha de preço PP’ representa a 
razão dos preços, o mercado competitivo levará a um equilíbrio 
em C, o ponto de tangência entre as curvas de indiferença. 
Como resultado, o equilíbrio competitivo é eficiente.
Noções de equilíbrio geral
U4
154
Durante a presente seção, buscamos subsídios para demonstrar uma alocação 
eficiente nas trocas entre duas mercadorias. Sob uma ótica similar, poderíamos considerar 
na nossa análise o uso eficiente dos insumos no processo produtivo, o que nos faria tratar 
sobre o equilíbrio geral na produção; assim, ao invés de duas pessoas, estaríamos supondo 
que muitos consumidores possuam insumos de produção, inclusive trabalho, e recebam 
rendimentos ao vendê-los. Essa análise também seria feita com a caixa de Edgeworth, 
onde a única diferença é que, ao invés de medir as mercadorias em cada um dos eixos, 
estaríamos medindo os insumos do processo produtivo. Segundo Ferguson (2003, p. 521):
A análise do equilíbrio geral da produção é exatamente a mesma 
que a do equilíbrio geral de troca. A única diferença está na 
terminologia (jargão econômico). As dotações fixas de insumos 
K e L determinariam as dimensões do diagrama de Edgeworth.
Sobre a eficiência na produção, você pode consultar o livro: Pindyck e 
Rubinfeld (2006, p. 512-520).
Durante o estudo do equilíbrio geral, tratamos de exemplos 
simples e utilizamos uma série de hipóteses simplificadoras. 
Procure se colocar no papel dos agentes econômicos 
decidindo sobre a escolha entre vários bens, e busque 
elencar outraspossíveis variáveis que poderiam influenciar 
suas decisões de escolha.
Durante a seção 1 tratamos sobre a análise do equilíbrio geral, 
e procuramos mostrar que para qualquer alocação inicial de 
recursos (tanto para trocas entre indivíduos, quanto para o 
mercado de insumos), um sistema competitivo levará a um 
resultado, economicamente, eficiente. Na próxima seção 
buscaremos compreender por que os mercados falham e o 
que os governos podem fazer a respeito disso. 
Noções de equilíbrio geral
U4
155
1. Em um equilíbrio, nem todos os preços são iguais. Por exemplo: 
se o preço do alimento for R$ 1,00 e o do vestuário for R$ 3,00, o 
segundo bem teria que ser trocado por três unidades do primeiro 
bem. Assim, se a TMSs de alimento por vestuário for maior do que 
3, James não estaria disposto a abrir mão de nenhuma quantidade 
de alimento para obter vestuário, já Karen estaria disposta a vender 
vestuário para obter mais alimento, mas teria dificuldade em achar 
alguém para negociar. Com isso, podemos supor que o mercado 
em questão se encontraria em desequilíbrio. Dessa forma, como 
que, em um mercado competitivo, o equilíbrio pode ser alcançado?
2. Durante a seção focamos nas trocas que podem ocorrer entre 
dois indivíduos. Procure explicar o que acontece quando os países 
fazem comércio.
Noções de equilíbrio geral
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156
Noções de equilíbrio geral
U4
157
Seção 2
Falhas de Mercado e as Externalidades 
As produções de bens e serviços estão cada vez mais globalizadas, ou seja, uma 
produção nacional rompe barreiras em aspectos operacionais (produção e vendas), 
e este fato faz com que o padrão de produção siga para as chamadas economias 
de escala (produção em massa). Esta característica de produção já é vista em muitos 
países, como o Brasil e outras nações dos continentes americano, europeu, asiático 
etc. 
O processo de globalização pode ser visto com bons olhos por aqueles que 
detêm o capital e pela população em geral, que passa a ter maiores possibilidades 
de consumo, emprego, renda e riquezas. Estes resultados podem trazer benefícios 
econômicos e sociais para um país, porém é preciso analisar todos os impactos de um 
processo produtivo sobre o bem-estar social de uma população. 
A indústria têxtil, por exemplo, é secular na economia mundial e, em alguns países, 
tem uma representação econômica muito forte. Todavia, a produção têxtil gera 
poluição hídrica e da atmosfera, assim sendo, esta produção terá efeitos negativos 
sobre o bem-estar de uma sociedade (devemos ressaltar que não são todas as indústrias 
do setor têxtil que geram poluição para o meio ambiente). Quando a ação de um 
agente econômico influencia na vida de outro agente econômico, entendemos isso 
como uma “externalidade”. Para o caso da indústria têxtil temos a chama externalidade 
negativa, uma vez que a produção desta indústria influenciou de forma negativa a 
qualidade da água e do ar que estão disponíveis à população. 
No entanto, podemos ter na economia as chamadas externalidades positivas, isto 
é, situações em que a ação de um agente econômico tem reflexos positivos para 
toda a coletividade. Imagine, por exemplo, que um grupo de moradores restaure uma 
praça do bairro onde residem; esta ação pode ser entendida como uma externalidade 
positiva, pois a restauração da praça poderá gerar um benefício para todos os 
moradores daquele e de outros bairros. Para as externalidades positivas ainda podemos 
citar os investimentos que um determinado setor industrial faz para o surgimento de 
uma nova tecnologia. Este investimento poderá ter um reflexo positivo em todas as 
áreas da indústria, bem como em outros setores de atividade. Basta lembrar-se do 
advento da telecomunicação, internet, transporte, medicamentos etc. Deste modo, 
nesta seção iremos estudar as falhas de mercado por meio das externalidades.
Noções de equilíbrio geral
U4
158
2.1 Externalidades 
As externalidades podem ser de cunho negativo ou positivo, conforme já vimos 
na introdução desta seção. Sendo assim, iremos verificar como as ações de mercado 
geram externalidades negativas e, com isso, entender quais mecanismos existem 
para minimizar ou acabar com estas externalidades, bem como iremos estudar as 
políticas publicas e os meios privados que existem para estes casos. 
Segundo Mankiw (2009), podemos ter distintas externalidades e, para cada uma 
delas, há uma resposta do setor público na tentativa de minimizá-las (no caso da 
externalidade ser negativa) ou maximizá-las (no caso da externalidade ser positiva) 
por meio da equalização dessas situações. Assim sendo, temos alguns exemplos 
citados por este autor: 
o A fumaça emitida pelos escapamentos dos carros gera externalidades 
negativas porque outras pessoas são obrigadas a respirar o ar poluído. Como 
resultado dessa externalidade, os motoristas tendem a se tornar grandes poluidores. 
O governo federal procura resolver esse problema estabelecendo padrões de 
emissão para os carros. Além disso, tributa a gasolina para diminuir o tempo que as 
pessoas passam dirigindo, reduzindo, assim, o uso do carro.
o A restauração de imóveis antigos produz uma externalidade positiva, 
porque as pessoas que passam por eles podem desfrutar de beleza e do senso 
histórico que essas construções propiciam. Os proprietários dos imóveis não obtêm 
nenhum benefício na sua restauração e, por isso, tendem a demolir rapidamente as 
construções históricas. Dessa forma, o governo pode incentivar tais restaurações 
oferecendo isenções fiscais aos proprietários que as restaurarem.
o O latido dos cachorros cria uma externalidade negativa, porque os vizinhos 
são perturbados pelo barulho. Os donos não arcam com o custo total do barulho 
e, por isso, tendem a tomar poucas precauções para impedir que seus cães latam. 
Os governos municipais lidam com esse problema tornando ilegal a “perturbação da 
paz”.
o A pesquisa de novas tecnologias oferece uma externalidade positiva, 
porque cria conhecimento que outras pessoas podem usar. Como os inventores 
não conseguem receber os benefícios totais de suas invenções, tendem a dedicar 
menos recursos à pesquisa. O governo federal aborda parcialmente esse problema, 
por meio do sistema de patentes, que confere aos inventores uso exclusivo de seus 
inventos por um período limitado (MANKIW, 2009, p. 196).
Com os casos apresentados, podemos notar como a ação de um agente 
econômico passou a gerar uma externalidade, e como os governos podem reagir, 
por meio de suas políticas públicas, para resolver estas situações. 
Noções de equilíbrio geral
U4
159
2.2 Análise das Externalidades e o Mercado 
Podemos retomar o caso já citado da indústria têxtil para compreender as 
externalidades e o mercado, em uma economia. Por isso, vamos analisar por meio 
do Gráfico 4.1 como seria uma situação ótima entre a produção (oferta) e consumo 
(demanda) por itens têxteis em um mercado qualquer. 
No Gráfico 4.1 podemos notar como o mercado têxtil poderia estar em equilíbrio 
(demanda e oferta). Portanto, neste gráfico temos que a curva da demanda reflete 
o valor privado para os compradores, enquanto a curva da oferta reflete o custo 
privado para os vendedores. A quantidade de equilíbrio maximiza o valor total para os 
compradores menos os custos totais dos vendedores. Na ausência de externalidades, 
no ponto de equilíbrio, o mercado é eficiente. 
Fonte: O autor (2015).
Gáfico 4.1 | Pessoas em ambientes diversos realizando atividades diversas 
Quando há externalidades, o interesse da sociedade em um resultado 
de mercado vai além do bem-estar dos compradores e dos vendedores 
que participam do mercado; pois passa a incluir também o bem-estar 
de terceiros que são indiretamente afetados. Como os compradores e 
vendedores desconsideram os efeitos externos de suas ações quando 
decidem quanto demandar ou ofertar, o equilíbrio de mercado não é 
eficiente quando há externalidades (MANKIW, 2009, p. 196).
Noções de equilíbrio geral
U4
160
2.2.1 Externalidades NegativasCom o estudo introdutório das externalidades já entendemos que a ação de um 
indivíduo poderá influenciar de forma positiva ou negativa a vida econômica e social 
de um terceiro. Sendo assim, vamos supor que a indústria têxtil emita determinada 
quantidade de poluição no seu meio ambiente, para cada unidade produzida. Para o 
caso da indústria têxtil, podemos citar a emissão de gases na atmosfera; e resíduos 
líquidos em córregos, rios ou lagos, sem o devido tratamento, por exemplo. Este é 
um caso de “externalidade negativa”, visto que a poluição gerada por esta indústria irá 
gerar malefícios para toda a sociedade, ou seja, custos sociais. Deste modo, como 
uma externalidade negativa pode afetar o desempenho do mercado? 
Em função da externalidade, podemos entender que o custo da produção na 
indústria têxtil é maior para sociedade do que para os próprios industriais do setor. 
Logo, devemos entender que o custo social desta produção será o somatório dos 
custos privados e dos custos para a população (custos externos) que é afetada com 
a poluição. 
Para entender um pouco destas questões ligadas a custos de produção, vamos 
entender como podemos classificar os principais tipos de custos, segundo Cardoso 
Júnior et al. (2015):
• Custos Externos: toda atividade econômica requer fatores de produção, e 
sendo estes limitados no meio ambiente, seu preço é formado pela sua escassez 
e as expectativas dos agentes econômicos. Como estes fatores são limitados na 
natureza, qualquer retirada irá gerar momentaneamente um déficit para o meio 
onde estava colocado este fator, por isso em processos industriais modernos há a 
contabilidade do custo externo, isto é, como as empresas irão recompor os fatores 
de produção retirados do meio ambiente. Por exemplo, uma empresa de celulose 
que retira da natureza árvores para seu processo industrial deverá ter um passivo 
ambiental para replantio destas árvores e ter sustentabilidade no longo prazo. Desta 
forma, além dos custos privados de produção, deveremos contabilizar os custos 
externos.
• Custos Privados: os custos privados são os custos de produção para 
se produzir certa quantidade de mercadoria ou serviço, assim este custo está 
relacionado ao processo interno de produção. 
• Custo Social: refere-se aos custos de produção de mercadorias e serviços 
mais os custos externos que o processo de produção gera ao longo do tempo. 
Assim sendo, o custo social é o somatório de todos os custos. É importante que as 
empresas saibam como contabilizar os custos externos, visto que as leis ambientais 
estão cada vez mais rígidas e o mais relevante é que o processo industrial ineficiente 
tem um maior custo externo e interno. Deste modo, ter uma boa gestão ambiental 
Noções de equilíbrio geral
U4
161
na empresa é crucial para a minimização dos custos externos (Custos Sociais = 
Custos Privados + Custos Externos).
Com o entendimento dos principais custos de produção ligados ao nosso estudo 
das falhas de mercado e externalidades, podemos prosseguir com a nossa análise 
para as chamadas externalidades negativas. Considerando ainda o caso da indústria 
têxtil podemos notar, no Gráfico 4.2, que a curva do custo social está acima da curva 
da oferta, pois a curva do custo social é composta pelo custo privado e externo. 
Com o Gráfico 4.2 podemos observar que a quantidade de equilíbrio (E) supera 
a quantidade ótima no mercado (Q0). Esta situação ocorre, pois, no equilíbrio de 
mercado, os consumidores e produtores não consideram os custos externos de 
produção para a formação dos seus preços no mercado. Com isso, o preço de 
mercado não é composto dos custos externos, mas apenas pelos custos privados. 
Assim, para obter uma situação ótima, seria necessário que a produção desta indústria 
embutisse no preço dos seus produtos os custos externos da produção. Fazendo 
isso, os preços aumentariam e, consequentemente, haveria queda na produção 
e consumo por itens têxteis. Deste modo, o mercado tomaria ações econômicas 
pensando nos efeitos que a produção pode gerar no seu meio ambiente, de forma 
a minimizar essa produção para que houvesse redução na emissão de poluentes.
Porém, o mercado normalmente não toma ação de formar seus preços 
considerando os chamados custos externos (isto é uma falha de mercado). Diante 
Fonte: O autor (2015).
Gráfico 4.2 - Externalidade negativa
Noções de equilíbrio geral
U4
162
deste contexto, o setor público (governo) poderia garantir o bem-estar social e 
econômico com a incidência tributária sobre a poluição emitida pela indústria têxtil. 
Deste modo, esta ação deslocaria a curva da oferta para a esquerda, caso o imposto 
refletisse exatamente o custo externo da poluição emitida para o meio ambiente. 
Com a nova curva da oferta teríamos um novo ponto de equilíbrio, visto que o 
deslocamento na curva da oferta iria coincidir com o ponto ótimo (Q_o), na curva do 
custo social. Por esta razão, no ponto ótimo teríamos preços de mercado mais altos, 
formados com o custo externo e, além disso, poderá se ter uma conscientização na 
produção e no consumo para os produtos e derivados da indústria têxtil. 
O imposto que é utilizado para corrigir uma externalidade negativa consegue 
internalizar uma externalidade, uma vez que dá aos consumidores e produtores 
de um mercado um incentivo para analisarem suas ações em função dos efeitos 
externos que a produção pode gerar para a sociedade. 
A tributação ambiental pode ser entendida como alternativa às chamadas 
políticas repressivas, uma vez que esta pode inibir os danos ambientais. 
Na tributação ambiental temos o princípio do poluidor–pagador, que tem 
por objetivo internalizar o valor do custo externo, ou seja, as chamadas 
externalidades negativas.
2.2.2 Externalidades Positivas 
As externalidades positivas podem ser entendidas como o efeito positivo da 
ação de um indivíduo sobre terceiros. Assim sendo, suponha que um estudante 
de Economia, no primeiro ano do seu curso de graduação, compre um livro de 
estudos para economia e o empreste para seus colegas. Esta é uma externalidade 
que podemos entender como positiva. 
Um caso bastante claro é o efeito que investimentos em educação podem 
gerar para uma economia. Uma população com mais anos de estudos tem maiores 
condições de promover, de forma progressiva e equilibrada, o crescimento e 
desenvolvimento econômico de uma nação. 
Na Figura 4.8 podemos analisar o investimento em educação de alguns países 
para o ano de 2010, para que seja possível compreendermos na prática as chamadas 
externalidades positivas na economia. 
Noções de equilíbrio geral
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163
Com a Figura 4.8 podemos entender a relação, diretamente proporcional, 
entre os gastos com educação por aluno e o desenvolvimento econômico (países 
como Suíça, Dinamarca e os EUA estão no topo da lista para o ranking do Índice 
de Desenvolvimento Humano). Por exemplo, na Suíça, em 2010, o gasto do setor 
público com educação foi de US$ 14.922 por estudante, enquanto que no Brasil 
esse gasto foi de US$ 3.067 para o mesmo período, segundo dados da Organização 
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2015). Por uma análise 
simples e isolada, entendemos uma relação de externalidade positiva que existe entre 
investimentos em educação e crescimento e desenvolvimento econômico, visto 
que países ricos investem muito mais do que países pobres. É importante também 
Fonte: OCDE. Disponível em: <http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2013/06/>. Acesso: 1º out. 2015
Figura 4.8 - Investimentos em educação 
Noções de equilíbrio geral
U4
164
observar que países pobres, por suas limitações econômicas, não têm as mesmas 
condições financeiras de outros países e, por isso, os investimentos são menores 
em educação. 
Deste modo, entendemos que os aumentos dos investimentos com educação 
têm reflexos positivos em toda a sociedade. Com um nível melhor de escolaridade 
é possível que se tenha também: 
• Avanços tecnológicos. 
• Diminuição da criminalidade.• Aumento da produtividade em todos os setores de atividade econômica. 
• Quantidade menor de doenças.
• Melhor distribuição de renda. 
Para análise gráfica das externalidades positivas podemos seguir os mesmos 
princípios das externalidades negativas. Com o Gráfico 4.3 (exemplo com o setor de 
educação), temos condição de verificar que, devido ao fato da geração de benefício 
social, o valor (preço) social está acima do valor (preço) privado e, por isso, são 
necessárias adoções de medidas que possam potencializar as externalidades positivas.
Fonte: O autor (2015)
Gráfico 4.3 - Setor educacional
Noções de equilíbrio geral
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165
No Gráfico 4.3 entende-se que, com o aumento da quantidade de educação, 
haverá um benefício externo (social) para toda a população. Deste modo, o governo 
poderia conceder subsídios ao setor, para estimular a oferta e a demanda por 
serviços de educação na economia. O resultado seria uma progressão econômica e 
social, isto é, uma externalidade positiva.
Em resumo, temos, segundo Wessels (2010), que as externalidades negativas 
aparecem quando uma atividade impõe custos não indenizados às pessoas. 
Neste caso, o custo social de um bem excede o custo privado. Por outro lado, as 
externalidades positivas surgem quando uma atividade cria benefícios para pessoas, 
sem que essas precisem pagar por eles (o benefício social supera o benefício 
privado). No caso da patente, ela protegeria o investidor, estimulando as empresas a 
continuarem investindo, sem medo de terem suas invenções copiadas. 
Como que um sistema de patentes poderia solucionar um 
problema de externalidades, em um mercado qualquer?
Segundo Varian (2000, p. 613), dizemos que uma situação envolve 
uma externalidade de consumo se um consumidor se preocupar 
diretamente com a produção ou consumo de outro agente. Do mesmo 
modo, uma externalidade da produção surge quando as possibilidades 
de produção de uma empresa são influenciadas pelas escolhas de outra 
empresa ou consumidor. 
2.3 Análises das Políticas Públicas e as Externalidades 
Os mercados alocam de forma ineficiente alguns recursos de produção. Sendo 
assim, temos as chamadas externalidades positivas e negativas nos mercados. Por 
isso, o objetivo, a partir de agora, está em entender como o setor público pode 
auxiliar na solução para alocação eficiente dos recursos e, com isso, alcançar um 
ponto ótimo ou o chamado “ótimo social”. 
Noções de equilíbrio geral
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166
2.3.1 Politicas de Comando e Controle: Regulamentação 
2.3.2 Política Baseada no Mercado: Taxas Corretivas e Subsídios
É possível que o governo tome uma medida que venha proibir um determinado 
tipo de ação por parte de um ou vários agentes econômicos, para reduzir ou 
eliminar a poluição do meio ambiente. Todavia, nem sempre é possível proibir 
todas as atividades que emitem algum tipo poluição. Por exemplo, os sistemas de 
transporte, de toda natureza, podem emitir algum tipo de poluição no ar, agua ou 
terra. Deste modo, é preciso que o governo analise a questão custo-retorno para 
tomar a melhor decisão para toda a sociedade, uma vez que é preciso manter o 
progresso econômico e social (não deixamos a questão ambiental de lado nesta 
análise, mas é preciso saber analisar o custo e retorno). Com a regulamentação 
ambiental o governo poderá determinar o nível de poluição que as indústrias 
poderão emitir no meio ambiente. Logo, uma regulamentação poderá determinar o 
nível máximo aceitável de poluição para garantir o bem-estar social. Ainda é possível 
que o governo exija que as indústrias empreguem determinada tecnologia para que 
a produção seja mais limpa e sustentável. 
Na teoria econômica, temos que o uso de tributos para corrigir as externalidades 
foi originado nos estudos de Pigou (Economista Arthur Pigou), que sugeriu a 
cobrança de impostos para solucionar problemas ambientais, por exemplo. Assim 
sendo, este economista, propos a utilização de impostos (imposto corretivo) para 
corrigir externalidades negativas, bem como o pagamento de subsídios (subsidio 
corretivo) para efeitos externos positivos.
A cobrança de impostos, como meio para redução da poluição, é defendida 
por muitos economistas, pois as organizações são sensíveis à incidência tributária. 
Assim sendo, um imposto corretivo irá reduzir a produção e, consequentemente, 
a poluição, o que levaria a sociedade a um estado de ótimo social, desde que o 
imposto fosse na proporção do custo externo.
Para alcançar este ótimo social iremos estudar as políticas públicas que podem 
minimizar as externalidades negativas ou potencializar as externalidades positivas. 
Por isso, iremos examinar as reações de um governo para as externalidades por 
meio de “políticas de comando e controle” e “políticas baseadas no mercado”. 
os impostos corretivos são entendidos na teoria econômica como 
“imposto de Pigou”. 
Noções de equilíbrio geral
U4
167
2.3.3 Políticas Baseadas em Mercados: Licenças de Poluição 
Negociáveis 
As licenças para poluição são utilizadas, em muitas economias, como forma de reduzir a 
poluição emitida pelas indústrias e outros setores de atividades econômicas. Nos mercados, 
sabemos que há empresas eficientes e ineficientes e, com isso, é possível também 
compreender que as eficientes teriam melhores condições de reduzir a poluição a custos 
menores do que as ineficientes. 
Vamos supor que o governo estabeleça que cada indústria (mesmo porte) do setor 
de celulose e papel possa despejar “apenas” 100 toneladas de resíduos líquidos no meio 
ambiente. Deste modo, suponha que a empresa “A” tenha condições de emitir 60 toneladas 
de resíduos e a indústria “B” despeja normalmente 140 toneladas de resíduos. Assim, a 
empresa A poderia vender o direito de emitir 40 toneladas para a indústria “B”, fazendo com 
que a indústria B conseguisse continuar produzindo no mesmo padrão que vinha fazendo 
(140 toneladas), mantendo aquilo que o governo estipulou para o mercado.
A comercialização destes direitos (licenças) no mercado é regulamentada pelo governo 
e por um órgão competente, pois, assim como há muitas empresas que desejam vender 
seus direitos, também há muitas outras com o objetivo de comprá-los (para continuarem 
com seu padrão de produção e poluição). 
O comércio para direito de poluição deve ser um mercado de livre concorrência, em 
que os preços sejam regulados pela lei da oferta e procura. Nas economias de mercado e 
globalizadas temos, por exemplo, o chamado mercado de carbono, que negocia cotas para 
emissão de carbono no meio ambiente. 
Na economia brasileira, a negociação de créditos de carbono ocorre na BM&FBOVESPA, 
que é a principal Bolsa de Valores do país. Segundo a BM&FBOVESPA (2015), o mercado de 
carbono (da Bolsa de Valores) tem como objetivo fomentar a negociação de créditos de 
carbono no Brasil, além de disponibilizar uma alternativa para que as companhias brasileiras 
possam realizar a venda dos seus projetos de redução de emissão de gases do efeito estufa. 
Portanto, a Bolsa disponibiliza um canal de negociação seguro e transparente para garantir o 
fechamento de negócios competitivos. 
Quando comparamos as licenças (direitos de poluir) aos impostos corretivos, podemos 
notar que há diferenças entre eles, porém há um ponto comum entre licenças e impostos 
corretivos. Tanto para as licenças quanto para os impostos corretivos é preciso pagar para 
poluir. Para compreender melhor as diferenças básicas entre as licenças e os impostos 
corretivos, vamos analisar os gráficos 4.4 e 4.5.
Sob este prisma, entende-se que um imposto corretivo poderá reduzir a poluição 
emitida a um custo menor para a sociedade. Além disso, a cobrança de um imposto 
corretivo representaria uma declaração pública para que as empresas não emitissem 
poluentes. Esta é uma ideia difundida por muitos economistas, mas não unânime. 
Noções de equilíbrio geral
U4
168
Com o Gráfico 4.4, verificamos que as quantidades produzidas são determinadas em 
função do preço pago para se poluir. Dessaforma, o empresário irá analisar o custo de 
oportunidade entre poluir e pagar o imposto, pois em alguns casos é preferível poluir e 
pagar o imposto, visto que o retorno financeiro com produção e poluição serão maiores 
do que pagar o imposto. Deste modo, as quantidades produzidas e a “poluição” podem 
se moldar ao preço de se poluir, ou seja, ao imposto corretivo. 
No Gráfico 4.5 iremos verificar que as licenças de poluição (direito de poluir) irão 
fixar as quantidades de poluição no meio ambiente, fazendo com que o governo possa 
estabelecer um limite aceitável para emissão de poluição (por esta razão a quantidade 
de poluição fica fixa). 
Fonte: O autor (2015)
Gráfico 4.4 - Imposto Corretivo
Gráfico 4.5 - Licença de poluição 
Fonte: O autor (2015)
Noções de equilíbrio geral
U4
169
Com a análise gráfica do imposto corretivo e das licenças para poluir, podemos notar 
que existe uma diferença básica entre estas duas medidas. O imposto corretivo não tem 
condições de fixar a quantidade de poluição que pode ser emitida, porém as licenças 
conseguem limitar e fixar a quantidade de poluição que pode ser emitida.
Com o estudo desta seção já entendemos como as políticas públicas podem ser 
aplicadas para resolver problemas de externalidade. Porém, como medidas ou políticas 
privadas poderiam solucionar as externalidades apresentadas? A forma privada de se 
resolver as externalidades pode ser entendida por meio do “teorema de Coase”. Esta 
teoria foi desenvolvida pelo economista Ronald Coase, com a proposta de demonstrar 
como é possível se chegar a uma solução privada ótima para as externalidades do 
mercado. Na teoria de Coase fica claro que é possível se chegar a uma solução privada 
para uma externalidade, quando os agentes econômicos afetados por ela tenham 
condições de negociar, sem custo de transação (alocação), o direito da propriedade de 
um bem e, com isso, internalizar o acordo alcançado para manter o bem-estar social. 
Segundo Mankiw (2009, p. 207):
Podemos citar como exemplo a seguinte situação hipotética: um indivíduo A 
possui um cachorro que late e incomoda o indivíduo B. Ao latir, o cachorro gera uma 
externalidade negativa para o indivíduo B. De acordo com o teorema de Coase, o 
indivíduo B poderia oferecer um pagamento para que o indivíduo A se desfizesse do cão. 
O indivíduo A aceitará o acordo se a quantia oferecida por B for maior que o benefício 
de ficar com o cachorro (MANKIW, 2009).
2.4 Medidas Privadas para as Externalidades 
O teorema de Coase diz que os agentes econômicos privados 
podem solucionar o problema das externalidades entre si. 
Qualquer que seja a distribuição inicial dos direitos, as partes 
interessadas sempre podem chegar a um acordo no qual todos 
fiquem numa situação melhor e o resultado seja eficiente.
Noções de equilíbrio geral
U4
170
Como os bens públicos, geralmente, são ofertados a custos baixos para muitos 
compradores, torna-se muito difícil evitar que eles sejam demandados por muitos. 
Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 524-525) ressaltam que, “portanto, os mercados ofertam 
quantidades insuficientes de bens públicos”. Assim, uma forma de corrigir a falha de 
mercado gerada pelos bens públicos seria o governo intervir, seja ofertando mais 
daquele bem para a população, ou até mesmo gerando incentivos para que o setor 
privado oferte tal produto/serviço.
Finalmente, podemos abordar outra falha de mercado que é quando possuímos 
informações assimétricas. Se o consumidor não tiver infomações corretas acerca dos 
preços de mercado ou da qualidade do produto, os resultados de mercado podem não 
ser eficientes. Segundo Pindyck e Rubinfeld (2006, p. 524):
Os bens gratuitos proporcionam um especial desafio para a 
análise econômica. A maioria dos bens em nossa economia 
é alocada em mercados onde os compradores pagam pelo 
que recebem e os vendedores são pagos pelo que fornecem. 
Para esses bens, os preços são sinais que orientam as decisões 
de compradores e vendedores, e dessas decisões resulta 
a alocação eficiente dos recursos. Quando os bens estão 
disponíveis gratuitamente, contudo, as forças de mercado 
que normalmente alocam os recursos em nossa economia 
não existem.
A falta de informações pode estimular os produtores a 
ofertarem quantidades excessivas de determinados produtos 
e quantiadades insuficientes de outros. Em outros casos, 
embora alguns consumidores possam não adquirir um 
produto em especial, mesmo que se beneficiassem de sua 
compra, outros consumidores vão adquirir produtos que lhes 
causam prejuízos.
2.5 Outras falhas de mercado
Existe outro problema relacionado com as informações assimétricas, que é o custo 
da informação. Varian (2000, p. 36) ressalta que: 
Noções de equilíbrio geral
U4
171
Se não custar caro saber quais bens são de alta qualidade e 
quais são de baixa qualidade, os preços dos bens simplesmente 
se ajustarão para refletir as diferenças de qualidade. Mas, 
se a informação sobre a qualidade tiver um alto custo para 
ser obtida, então não será mais plausível que compradores 
e vendedores tenham as mesmas informações sobre os 
bens comercializados. Existem certamente vários mercados 
no mundo real nos quais pode ser muito caro, ou mesmo 
impossível, obter informações precisas sobre a qualidade dos 
bens vendidos.
Uma babá deixa que as crianças assistam à televisão muito mais 
tempo do que os pais das crianças desejam. O motivo é que 
atividades mais educativas exigem mais energia da babá, mesmo 
sendo benéficas para as crianças (MANKIW, 2009, p. 585).
Ainda em se tratando de informação assimétrica, existe a questão da ocorrência 
do risco moral. Risco moral, de acordo com Mankiw (2009, p. 468), é “a tendência de 
alguém inadequadamente monitorado de apresentar comportamento desonesto ou 
indesejável”. 
Um exemplo de risco moral pode ser o seguinte:
A seleção adversa é outro assunto que pode ser tratado dentro do contexto das 
informações assimétricas. Ela pode ser visualizada quando um agente conhece mais 
acerca dos atributos de um bem ou serviço do que outro agente e, consequentemente, 
a pessoa que possui menos informação corre o risco de pagar mais caro por um bem 
de qualidade inferior. Mankiw (2009, p. 585) apresenta um exemplo de seleção adversa:
Sobre risco moral vocês podem consultar o livro de Pindyck e Rubinfeld 
(2006, p. 539-541). 
Noções de equilíbrio geral
U4
172
Portanto, podemos concluir que a existência de informação assimétrica e imperfeita, 
as externalidades, bem como análises envolvendo bens públicos, podem levar a 
diferenças drásticas na natureza do equilíbrio de mercado.
Vendedores de carros usados conhecem os defeitos dos 
carros, enquanto os compradores em geral ignoram. Como 
os proprietários dos piores automóveis estão mais propensos 
a vendê-los do que os donos dos melhores carros, os 
compradores ficam, com toda razão, receosos de comprar um 
“abacaxi”. E o resultado é que muitas pessoas evitam comprar 
carros usados.
Sobre seleção adversa vocês podem consultar o livro de Mankiw (2009, 
p. 585). 
1. No estudo das falhas de mercado, podemos notar que a 
alocação ineficiente dos recursos de produção gera as chamadas 
externalidades, isto é, quando a ação de um indivíduo tem influência 
em um terceiro. Sendo assim, podemos entender que: 
a) O mercado sempre estará em equilíbrio no curto prazo.
b) O preço de mercado sempre reflete todos os custos de 
produção. 
c) No custo social temos os custos privados e externos para 
uma produção.
d) O valor social de um bem é sempre inferior ao valor privado.
e) Nas externalidades positivas, a medida adequada é reprimir 
a oferta. 
Noções de equilíbrio geral
U4
173
2. Um dos principais estudos sobre externalidades é a aplicação de 
politicas públicas que têm por missão a garantia do bem-estar social 
de toda a população. Deste modo, o governo, por meio da sua política 
pública, poderá solucionar uma externalidade negativa. Deste modo: 
a) Um imposto corretivo (que é conhecido como imposto de 
Pigou) poderáinibir a emissão de poluição no meio ambiente.
b) As licenças para poluição (direito de poluir) não têm capacidade 
de fixar as quantidades para emitir poluentes.
c) No caso do imposto de Pigou, os agentes econômicos não 
têm condição de aplicar a ideia de custo de oportunidade nas suas 
decisões;
d) As licenças de poluição podem ser negociadas apenas via 
sistema público, ou seja, pelo governo.
e) O uso de medidas tributárias sempre será mais eficiente do que 
medidas como regulamentações e licenças. 
Ao longo da nossa bibliografia procuramos abordar conceitos 
relacionados especificamente às estruturas de mercado. 
Inicialmente, tratamos das principais estruturas de mercado 
em separado, são elas: mercado competitivo, monopólio, 
concorrência monopolística e oligopólio. Ficou claro que, 
embora existam algumas características em comum entre os 
mercados, cada um deles deve ser tratado de forma específica, 
dadas as são particularidades. Partindo do Oligopólio, entramos 
na Teoria dos Jogos, onde buscamos mostrar como as ações 
de um agente econômico podem afetar o resultado dos outros 
agentes econômicos, e às vezes do mercado como um todo. Já na 
presente unidade (Unidade 4) abordamos noções sobre o equilíbrio 
geral. Para facilitar a compreensão, utilizamos exemplos simples 
envolvendo duas pessoas e suas decisões de compra acerca de 
dois bens. Por fim, mostramos como que, às vezes, os mercados, 
por vários motivos, podem apresentar falhas, e como os governos 
podem interferir nisso, visando ao bem-estar da sociedade. 
Noções de equilíbrio geral
U4
174
3. Cite pelo menos dois exemplos de bens públicos.
5. : Dê um exemplo de um risco moral.
O equilíbrio geral é uma matéria complexa, e pode ser estudada 
com base em inúmeras hipóteses. Cabe ao leitor decidir encarar 
a empreitada de se aprofundar cada vez mais nas especificidades 
do equilíbrio e das falhas dos mercados. Ele pode tentar entender 
as estruturas de mercado, através de uma visão mais ampla, 
buscando correlacionar os conteúdos teóricos com situações 
reais, para somente assim atingir um grande objetivo da ciência, 
que é o de levar os estudos e as discussões dos livros e das salas 
de aula para a vida real das pessoas.
1. Falso ou verdadeiro? O delineamento explícito dos 
direitos de propriedade normalmente elimina o problema de 
externalidade?
2. É possível ter uma alocação eficiente de Pareto numa 
situação em que alguém esteja pior do que estaria numa 
alocação que não fosse eficiente de Pareto?
4. Verdadeiro ou falso? Risco moral refere-se a uma situação 
em que um lado do mercado não tem capacidade de analisar 
as ações do outro.
U4
175Noções de equilíbrio geral
Referências
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br/pt-br/noticias/2010/BMFBOVESPA-realiza-leilao-de-creditos-de-carbono-voltado-ao-
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PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
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SALVATORE, D. Microeconomia. 3. ed. São Paulo: Makron, 1996.
VARIAN, H. Microeconomia: Princípios Básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
WESSELS, W. Microeconomia: Teoria e Aplicações. São Paulo: Saraiva, 2010.
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Microeconômica: 
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