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TEMA 04 - Direito Ambiental no Âmbito Constitucional e no Espaço

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DEFINIÇÃO 
A tutela ao meio ambiente na Constituição e os diversos instrumentos para a 
proteção ambiental. 
PROPÓSITO 
Compreender, a partir de uma visão constitucional, o direito ambiental e seus 
princípios mais relevantes. Entender os instrumentos e a estrutura 
administrativa existentes para a implementação do direito ambiental. Conferir 
atenção especial a importantes instrumentos de gestão preventiva: o 
licenciamento e as avaliações de impacto ambiental. 
PREPARAÇÃO 
Antes de iniciar o estudo do conteúdo proposto, é importante ter em mãos: a 
Constituição brasileira de 1988; a Lei nº 6.938, de 1981; a Lei Complementar nº 
140, de 2011; e as Resoluções nº 1/1986, 9/1987 e 237/1997 do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 
OBJETIVOS 
MÓDULO 1 
Compreender a proteção constitucional do meio ambiente e os princípios da 
precaução e prevenção 
MÓDULO 2 
Descrever o papel dos órgãos e das entidades mais relevantes do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) 
MÓDULO 3 
Distinguir as três licenças ambientais clássicas e o momento ideal para 
realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) 
INTRODUÇÃO 
Neste tema, partiremos de uma visão constitucional a fim de compreender o 
direito ambiental e seus princípios mais relevantes (prevenção, precaução). 
Abordaremos as principais estruturas criadas para implementar a gestão 
ambiental do Estado. Isso inclui compreender o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA), seus órgãos (como o CONAMA) e suas entidades (por 
exemplo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA) mais relevantes. 
Veremos ainda os principais instrumentos trazidos pela Política Nacional do 
Meio Ambiente (PNMA) (Lei nº 6.938, de 1981) para implementar a gestão 
pública nessa área e concretizar os princípios mais importantes do direito 
ambiental. 
Ao final, detalharemos alguns dos instrumentos mais importantes, polêmicos e 
debatidos no direito ambiental: as licenças ambientais (a licença prévia, por 
exemplo), o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o seu Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA). 
MÓDULO 1 
 
Compreender a proteção constitucional do meio ambiente e os princípios 
da precaução e prevenção 
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
Podemos dizer que a expressão meio ambiente encerra um pleonasmo. Isso 
porque tanto a palavra “meio” quanto a palavra “ambiente” trazem a mesma 
ideia-chave de entorno. É comum falarmos em meio ambiente, mas podemos 
ler, às vezes, apenas “ambiente”, “meio” ou até “entorno”. E muitos adjetivos se 
referem apenas ao ambiente. 
EXEMPLO 
Quando falamos em licenciamento ambiental, mas não em licenciamento meio 
ambiental. 
Mas esse meio, ou esse ambiente, estaria em volta de quê? Ou de quem? 
Embora atualmente seja possível debater se o que deve estar no centro das 
preocupações ambientais seja a vida ou até o planeta Terra, vamos partir da 
ideia mais tradicional, e ainda predominante, de que o centro a partir do qual 
sabemos o entorno é o ser humano (ANTUNES, 2020). 
Isso porque, além de o Direito ser uma construção humana, o Direito ambiental 
tem o seu marco inicial na: 
 
Fonte: Janwikifoto/WikimediaVista do interior do prédio do Sveriges Riksdag 
(Parlamento sueco), onde foram realizadas diversas das reuniões da 
Conferência. 
Conferência de Estocolmo 
Evento promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e realizado na 
Suécia em 5 de junho de 1972. 
Observando a Declaração de Estocolmo, percebemos que ela, desde o 
preâmbulo, ressalta que os seres humanos precisam de um entorno 
equilibrado, e que isso seria um direito da maior importância, fundamental, pois 
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está ligado diretamente à dignidade da vida humana. O art. 225 da nossa 
Constituição Federal, de 1988, grassa no mesmo sentido. 
Esse ambiente, meio ou entorno geralmente é imaginado, idealizado, como a 
visão de uma floresta nativa, de uma praia paradisíaca, ou seja, nos casos em 
que se apresenta como natural. 
 
Fonte: SL-Photography/ShutterstockBacia da Floresta Amazônica 
Podemos dizer que o ambiente natural é aquele que existe como tal sem a 
ação determinante do ser humano. 
Porém, o nosso entorno é cada vez menos natural, cada vez mais artificial, 
construído. A maior parte da população mundial já vive no espaço urbano, que 
surge pela ação humana, com a construção de casas, a abertura de vias de 
transporte, a construção de redes de esgoto e eletricidade. 
 
Fonte: Rich Carey/ShutterstockPlástico nos oceanos ameaça vida marinha 
Atualmente, já discutimos como os seres humanos interferem no clima do 
planeta, na quantidade de plásticos e outros resíduos que ocupam lugares 
antes intocáveis. 
 
Fonte: TR STOK/ShutterstockEmissão de poluentes pela atividade industrial 
Alguns chegam a dizer que esta era geológica pode ser descrita como 
antropoceno, tamanha é a nossa interferência no ambiente (SARLET; 
FENSTERSEIFER, 2020). 
Tudo isso demonstra a importância de cuidarmos do ambiente urbano, também 
chamado de artificial ou construído. Assim, instrumentos importantes como 
as avaliações de impacto ambiental e as licenças ambientais também são 
utilizados para garantir uma sadia qualidade de vida nas cidades, nos centros 
urbanos e nas regiões metropolitanas. 
CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL 
Embora seja o direito um fenômeno social, por meio do qual sociedades se 
regulam e protegem os bens que consideram mais importantes, quando 
estudamos o Direito estamos preocupados com o direito que está posto, 
escrito, positivado. Partindo dessa visão, que podemos chamar de positivista, 
o Direito é visto como um sistema de normas de determinado espaço e tempo. 
Por isso, nosso Direito constitucional possui como principal norma a 
Constituição, válida desde 5 de outubro de 1988 no território do Brasil. 
Podemos dizer que o Direito ambiental é um conjunto de normas cujo 
objetivo é proteger o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. 
Essas normas jurídicas podem ser divididas em dois grandes grupos. 
REGRAS 
PRINCÍPIOS 
Possuem, geralmente, um comando claro e estipulam determinada conduta. 
Por exemplo, o caput do art. 225 dispõe que o poder público e a coletividade 
devem preservar o meio ambiente para esta geração e para as vindouras. O 
inciso III, §1º, desse mesmo artigo estabelece que o público deve criar, em 
todas as unidades da federação, espaços territoriais especialmente protegidos, 
que conhecemos, comumente, como unidades de conservação. 
São mais abstratos do que as regras e apontam na direção de valores que 
podem ser concretizados de diversas formas (AVZARADEL, 2019). Veremos 
os princípios detalhadamente mais adiante. 
AUTONOMIA DO DIREITO 
AMBIENTAL 
POR SER UM RAMO RELATIVAMENTE 
NOVO DO DIREITO, NASCIDO NO 
https://stecine.azureedge.net/repositorio/direito_ambiental_no_ambito_constitucional_e_no_espaco_urbano/index.html#collapse-steps1
https://stecine.azureedge.net/repositorio/direito_ambiental_no_ambito_constitucional_e_no_espaco_urbano/index.html#collapse-steps2
SÉCULO PASSADO, VOCÊ DIRIA QUE O 
DIREITO AMBIENTAL CONTAVA COM 
AUTONOMIA? 
 
RESPOSTA 
A resposta é positiva. Essa autonomia decorre das características específicas 
do Direito ambiental – ser um direito voltado para o futuro, protegendo 
gerações futuras – e dos princípios igualmente peculiares. 
Nota-se que a proteção do meio ambiente está presente em tratados 
ambientais, na definição de crimes e de infrações administrativas, e na 
prevenção e reparação de lesões em nosso entorno. Por isso, o Direito 
ambiental reúne normas e institutos de vários outros ramos do Direito. 
Os tratados e as convenções podem ser examinados pelo Direito 
internacional 
Os crimes contra a natureza precisam ser vistos com a base vinda do Direito 
penal 
O fato de haver normas ambientais em vários ramos do Direito reforçasua 
autonomia e, embora mantenha com eles relações constantes, não se 
confunde com nenhum desses ramos. 
Como ramo autônomo, o Direito ambiental precisa de uma disciplina 
igualmente autônoma, capaz de sistematizar os institutos e as normas 
presentes em todo o ordenamento jurídico. E, ao mesmo tempo, deve abranger 
as características únicas que fazem do Direito ambiental um ramo novo e cheio 
de descobertas quando o comparamos com os ramos mais antigos. 
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TUTELA CONSTITUCIONAL DO 
MEIO AMBIENTE 
O Direito ambiental surge com a Conferência de Estocolmo. Foi nessa 
conferência que se originaram as seguintes ideias: 
Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) 
Após essa conferência, os países foram, cada um no seu ritmo, editando 
normas com sua visão ambiental, buscando resguardar o nosso entorno de 
forma mais completa, holística. 
Isso não quer dizer que não existiam normas que já se voltavam para questões 
que atualmente entendemos como ambientais. Nesses casos, o que mudou 
foi a perspectiva, a visão a partir da qual esses bens passaram a ser 
protegidos. Foram também acrescentadas normas mais adequadas aos 
desafios ambientais vistos em Estocolmo, marcadas por uma visão mais 
ampla, transversal. 
ATENÇÃO 
No Brasil, a norma que sinaliza essa mudança de visão e de postura foi editada 
em agosto de 1981. A Lei nº 6.938, conhecida como Política Nacional do Meio 
Ambiente (PNMA), é um marco indiscutível. Além de objetivos e conceitos, ela 
traz instrumentos e uma estrutura para a implementação do Direito ambiental: o 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). 
Contudo, conforme os países foram editando novas constituições, muitos 
aproveitaram para colocar a proteção ambiental também nesses textos. Como 
a Constituição representa, em regra, a norma mais importante de um 
ordenamento jurídico, a tutela do ambiente nos textos dessa natureza traduziu 
um reforço a essa proteção. 
A partir do momento em que o meio ambiente passa a ser juridicamente 
protegido, não podem ser editadas leis em sentido contrário, já que não serão 
compatíveis com a Constituição e, por isso, não terão validade no ordenamento 
jurídico. 
Atualmente, passados quase cinquenta anos da conferência de Estocolmo, boa 
parte dos países já possui alguma forma de proteção constitucional do meio 
ambiente. No caso do Brasil, isso aconteceu já na década de 1980, como 
veremos a seguir. 
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Ainda na década de 1980, a proteção ambiental passava a integrar a 
Constituição de forma destacada. Entre a Constituição de 1934 e a atual, 
houve apenas a previsão constitucional acerca de alguns recursos e bens 
importantes como água, energia, floresta, caça e pesca. 
Além de capítulo próprio para a proteção ambiental – e o art. 225, que possui 
parágrafos e incisos –, a Constituição de 1988 traz dispositivos sobre essa 
questão ao longo de todo texto. Veja mais a seguir: 
No início, temos a previsão da ação popular (art. 5º), que pode ser usada para 
anular atos lesivos ao meio ambiente. 
No meio, podemos destacar a preocupação com o ambiente em artigos das 
políticas econômica (art. 170), urbana (art. 182) e rural (art. 186). 
Na última parte do texto, destacamos essa preocupação no art. 225, já citado, 
e no capítulo que cuida dos índios (art. 231). 
A Constituição brasileira é tida como das mais completas em relação à 
proteção ambiental. Ela consagra o direito ao meio ambiente equilibrado como 
um direito fundamental, essencial a uma sadia qualidade de vida no caput do 
art. 225. Nesse mesmo artigo, consagra um dever geral de proteção para as 
gerações presentes e futuras, além de atribuir esse dever não apenas ao poder 
público, mas também à coletividade. 
Isso já seria, na visão de alguns, suficiente. Contudo, a Constituição vai além 
do básico, detalhando os deveres do poder público, estabelecendo princípios 
de forma implícita e instrumentos concretos, como: 
 O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (§1º do art. 225) 
 A responsabilidade por atos lesivos ao meio ambiente (§3º do art. 225) 
 SAIBA MAIS 
A Constituição prevê, ainda, outros instrumentos importantes ao longo do texto. 
Apenas para citar alguns exemplos, o art. 5º prevê a ação popular, e o art. 129 
traz a ação civil pública, ambas muito importantes. Para dar conta das 
particularidades do meio ambiente urbano, o art. 182 traz instrumentos como o 
plano diretor e o estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), entre outros. 
Em suma, podemos afirmar que a Constituição Federal de 1988 usa várias 
técnicas para proteger este entorno tão importante: o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. 
REGRAS CONSTITUCIONAIS 
DIRETAS E 
INDIRETAS SOBRE O MEIO 
AMBIENTE 
As normas com a finalidade de proteger o meio ambiente não estão apenas no 
capítulo específico (art. 225), mas ao longo de todo o texto da Constituição de 
1988. Isso nos possibilita dividir todo esse conjunto de normas em dois grandes 
grupos, segundo a forma que trazem essa proteção. 
NORMAS DIRETAS 
O primeiro grupo traz as normas diretas sobre meio ambiente. A maior parte 
está no capítulo específico, no art. 225. Outros exemplos importantes são as 
previsões da ação popular (art. 5º, inciso LXXIII) e da ação civil pública (art. 
129, inciso III). 
Podemos, ainda, incluir nesse grupo as normas que dividem as competências e 
as atribuições do Poder Público entre as esferas federal, estaduais e 
municipais. Os exemplos mais importantes estão listados a seguir. 
A competência comum a todos para o controle e combate à poluição ambiental 
(art. 23, inciso VI). Essa competência é de natureza executiva e será mais 
detalhada no módulo 2, com a análise do SISNAMA e da Lei Complementar nº 
140, de 2011. 
A competência concorrente para legislar em matéria ambiental (art. 24). Nesse 
ponto, compete à União editar normas gerais que podem ser suplementadas 
pelos estados, os quais não podem contrariar as leis da União. Por sua vez, os 
municípios podem suplementar as leis da União e dos estados, desde que não 
as contrariem ou legislem sobre os assuntos de interesse local (art. 30, incisos 
I e II) 
NORMAS INDIRETAS 
Por fim, podemos falar naquelas normas que cuidam de maneira indireta da 
questão ambiental. Elas disciplinam a gestão de bens e recursos naturais 
importantes como água, energia e minérios, além de atividades e serviços 
ambientalmente relevantes pelo seu impacto positivo ou negativo, como os 
serviços de saneamento básico e as atividades nucleares. São apenas alguns 
exemplos que podem ser encontrados nos art. 21, incisos XIX, XX e XXIII; no 
art. 22, incisos IV, XII e XXVI; e no art. 176. 
Outras disposições desse tipo são encontradas no capítulo que trata dos índios 
(povos originários), com repercussões indiretas na proteção ambiental, 
conforme podemos ver ao fazer a leitura dos arts. 231 e 232. Isso porque 
esses povos possuem uma relação especial com o território que 
tradicionalmente ocupam. Não é por acaso que os povos indígenas são 
chamados, por vezes, de “guardiões da floresta”. 
 
Fonte: Laszlo Mates/ShutterstockIntegrante de um dos povos indígenas da 
Amazônia brasileira 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO 
DIREITO AMBIENTAL 
O princípio da prevenção, por exemplo, pode ser realizado a partir das 
avaliações de impacto ambiental e das licenças ambientais. Ou seja, os 
princípios são concretizados por regras mais específicas (como as que 
disciplinam as avaliações de impacto e as licenças ambientais). 
Os princípios podem estar escritos de forma expressa na Constituição, 
porém, nem sempre aparecem dessa forma 
EXEMPLO 
Podem ser reconhecidos de forma implícita quando, mesmo não estando 
descritos, percebemos várias regras que os concretizam e apontam na mesma 
direção, para o mesmo valor ideal abstrato. 
EXEMPLO 
EXEMPLO 
O art. 37 impõea observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. 
EXEMPLO 
O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que o princípio do desenvolvimento 
sustentável decorre dos arts. 170 e 225, de forma implícita, uma vez que 
trazem disposições que detalham o desenvolvimento socialmente justo e 
ambientalmente adequado. 
O fato de ser uma disciplina recente e de não ter os seus princípios 
consagrados expressamente faz com o que os estudiosos do Direito (a 
chamada doutrina) tenham o papel fundamental de interpretar as normas e 
sinalizar os princípios contidos na nossa ordem constitucional e nas demais 
normas jurídicas existentes. Muitas vezes, os juízes adotam os critérios 
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apresentados pela doutrina para decidir casos concretos, ajudando esses 
princípios a ganhar visibilidade. 
 
Fonte: Sebastian Duda/ShutterstockRepresentação de um juiz 
ATENÇÃO 
Contudo, isso gera uma dificuldade: não existe um acordo sobre quais são 
todos os princípios do Direito ambiental. Cada manual ou curso traz um 
elenco, uma lista de princípios que, dificilmente, é a mesma de outra obra. 
Veremos, a seguir, os princípios do Direito ambiental mais relevantes para a 
gestão ambiental. Eles possuem aplicação prática e podem, em regra, ser 
encontrados na Constituição de forma implícita. 
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 
A Constituição prevê no caput do art. 225 um dever geral de preservar e 
proteger o meio ambiente. E, para isso, precisamos prevenir aquelas lesões 
que são previsíveis. 
Quando temos conhecimento sobre os impactos que certa atividade pode gerar 
no meio ambiente (ex.: o lançamento de efluentes não tratados e com certos 
resíduos em corpo hídrico), temos que agir de forma preventiva. Como 
veremos, as avaliações de impacto ambiental nos ajudam a entender com 
maior exatidão esses impactos. 
Por sua vez, as licenças ambientais ajudam a garantir que as medidas 
adequadas sejam adotadas antecipadamente à atividade e aos impactos (ex.: 
um empreendedor construir, operar e manter uma estação de tratamento de 
efluentes). 
COMENTÁRIO 
Em geral, é muito difícil conseguir reparar integralmente uma lesão ambiental, 
e os custos de reparação costumam ser maiores do que os de prevenção. 
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
O princípio da precaução lida com atividades ou situações em que predomina 
a incerteza científica sobre a existência, a extensão ou as características 
do impacto. Estamos, aqui, diante do risco de danos graves ou irreversíveis. 
NA AUSÊNCIA DA CERTEZA, DEVEM SER 
ADOTADAS MEDIDAS DE CAUTELA OU 
PRECAUÇÃO, QUE BUSCAM CONHECER E 
REDUZIR OS RISCOS IDENTIFICADOS. 
AVZARADEL, 2019 
Nossa Constituição possui claras referências a esse princípio, como ilustram os 
arts. 225 e 196, entre outros. 
EXEMPLO 
No caso de rompimento de uma barragem, ainda que os cálculos sejam 
controversos, o dano será grave, senão irreversível. Mesmo sem a certeza do 
rompimento, uma vez caracterizado o risco, devem ser adotadas medidas de 
cautela (ex.: testes, reforço de estruturas, evacuação das áreas vizinhas etc.). 
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre os princípios 
da prevenção e da precaução. Vamos assistir! 
 
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR 
Tal princípio por vezes é entendido de forma errônea, como se aquele que 
pagasse tivesse “passe livre” para poluir. 
Na verdade, ele orienta que todos os custos ambientais (por exemplo, os 
relativos às medidas de prevenção, cautela e reparação de danos e multas 
ambientais) devem ser incorporados pelo empreendedor. Isso deve se refletir 
no custo do produto ou serviço. 
Nossa PNMA (Lei nº 6.938) conceitua poluidor (art. 3º, inc. IV) como aquele 
direta ou indiretamente responsável pela degradação ambiental. 
Na mesma lei consta “a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela 
utilização de recursos ambientais com fins econômicos” (art. 4º, inc. VII). Do 
contrário, o ônus vai ser suportado pela sociedade, como ter que 
conviver com um ambiente poluído, degradado. 
ATENÇÃO 
Outra consequência negativa possível é a distorção no respectivo mercado, 
já que o empreendedor se exonera de incorporar todos os custos ambientais 
no preço final do seu produto ou serviço. Não por acaso, esse princípio surgiu 
nos anos 1970, a partir de uma decisão da Organização para Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE). 
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
Fundamenta-se no conceito desenvolvido no relatório elaborado pela ONU 
chamado Nosso Futuro Comum (1987). 
Esse relatório foi pensado para avaliar o meio ambiente no mundo após a 
Conferência de Estocolmo de 1972 e serviu de base para as discussões que 
aconteceram no Brasil durante a Cúpula da Terra, ou Rio-92. 
 
Fonte: Waraporn Wattanakul/ShutterstockRepresentação do conceito de 
negócios sustentáveis 
De acordo com esse relatório, o desenvolvimento sustentável é aquele que 
atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento 
das gerações futuras. 
Para isso, a atividade econômica deve ser compatibilizada com a proteção 
ambiental. Essa premissa aparece na Constituição quando, ao tratar da ordem 
econômica, elenca a proteção ambiental enquanto princípio norteador (art. 
170, VI). Por isso, qualquer que seja a atividade econômica, a proteção 
ambiental não pode ser ignorada. Essa é a única forma de garantir o 
atendimento das gerações futuras. 
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO 
SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE 
Conforme o art. 5º, inciso XXIII, da Constituição de 1988, a propriedade deve 
cumprir sua função social. Na verdade, o texto constitucional estabelece 
critérios ambientais para a propriedade, seja ela urbana ou rural. Veja mais a 
seguir: 
PROPRIEDADE URBANA 
Deve a propriedade estar de acordo com o plano diretor municipal (art. 182, 
§2º) 
PROPRIEDADE RURAL 
Deve a propriedade observar os critérios trazidos no art. 186, incluindo a 
“utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio 
ambiente” 
Nos dois casos, o descumprimento possui consequências: 
PROPRIEDADE URBANA 
Pode ocorrer, em último caso, a desapropriação, com pagamento em títulos da 
dívida pública municipal no prazo de até dez anos 
PROPRIEDADE RURAL 
A desapropriação é paga com títulos da dívida agrária em até vinte anos (art. 
184) 
ATENÇÃO 
Esses dois casos são exceção à regra da desapropriação com o pagamento 
prévio e em dinheiro (art. 5º, XXIV). 
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO 
Da leitura da nossa Constituição, percebemos que os valores 
democráticos são centrais: a cidadania é um dos fundamentos da nossa 
República, sendo o povo a fonte de todo poder (art. 1º, inciso II, parágrafo 
único). 
São previstos diversos mecanismos nesse sentido: 
PODER LEGISLATIVO 
Como as iniciativas populares de lei (art. 14) 
PODER JUDICIÁRIO 
As já mencionadas ações popular e civil pública garantem o acesso amplo à 
Justiça 
NO EXECUTIVO 
Deve ser efetivada a participação (art. 37, §3º) 
Por fim, são garantidos os direitos de obter informações, peticionar e obter 
certidões junto ao poder público (art. 5º, incisos XXXIII e XXXIV). 
O dever de proteger o meio ambiente também é da coletividade (art. 225). No 
mesmo artigo, está previsto um importante instrumento, o Estudo Prévio de 
Impacto Ambiental (EIA), necessariamente público (art. 225, §1º, IV). E, 
nesse estudo, ocorrem, geralmente, as audiências públicas (como veremos no 
módulo 3). 
Outra importante forma de participação se dá nos conselhos de meio 
ambiente. Veremos no próximo módulo o mais importante deles: o CONAMA. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. SOBRE OS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL, 
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA. 
O princípio do poluidor-pagador prevê que os custos ambientais devem ser 
internalizados pela sociedade. 
O princípio do desenvolvimento sustentável preocupa-seapenas com as 
opções das gerações presentes. 
O princípio da precaução determina que, na ausência de certeza, devemos 
aguardar a concretização do risco para depois adotar medidas preventivas. 
O princípio da prevenção é apropriado nos casos em que os impactos de 
determinada atividade sejam conhecidos. 
2. SOBRE AS DIFERENÇAS EXISTENTES ENTRE OS 
PRINCÍPIOS DA PRECAUÇÃO E DA PREVENÇÃO, MARQUE 
A ALTERNATIVA CORRETA. 
O princípio da precaução é aplicado nos casos de incerteza, diante de riscos 
de danos graves ou irreversíveis. Já a prevenção é aplicada de forma mais 
ampla, quando as atividades são conhecidas. 
O princípio da precaução é aplicado nos casos de certeza. Já o princípio da 
prevenção apenas se aplica quando ocorrem situações de risco de danos 
graves ou irreversíveis. 
Diante da ausência de certeza, devemos aplicar o princípio da prevenção com 
o objetivo de impedir o impacto ambiental negativo. 
Diante dos casos de certeza, devemos aplicar o princípio da precaução visando 
a gerenciar o risco existente. 
GABARITO 
1. Sobre os princípios do Direito ambiental, assinale a alternativa correta. 
A alternativa "D " está correta. 
 
 
O princípio da prevenção pressupõe a certeza científica e o conhecimento 
sobre a atividade em questão. 
2. Sobre as diferenças existentes entre os princípios da precaução e da 
prevenção, marque a alternativa correta. 
A alternativa "A " está correta. 
 
 
A aplicação do princípio da precaução está restrita aos casos de incerteza e 
nos quais existem riscos de danos graves ou irreversíveis. Essas restrições 
não se aplicam ao princípio da prevenção. 
MÓDULO 2 
 
Descrever o papel dos órgãos e das entidades mais relevantes do 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) 
GESTÃO AMBIENTAL 
 
Fonte: patpitchaya/ShutterstockRepresentação do conceito de ação coletiva 
pelo meio ambiente 
A Lei nº 6.938 de 1981 traz a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e 
marca uma mudança de paradigma na gestão pública do meio ambiente. Isso 
porque cria uma estrutura responsável por planejar, implementar e acompanhar 
os resultados dos programas e das ações destinados a atingir o objetivo 
traçado em seu art. 2º: 
PRESERVAR, MELHORAR E RECUPERAR A 
QUALIDADE AMBIENTAL PROPÍCIA À VIDA, 
ASSEGURANDO CONDIÇÕES PARA O 
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO E A 
PROTEÇÃO DA DIGNIDADE DA VIDA 
HUMANA. 
Ao estabelecer conceitos, diretrizes, instrumentos de gestão ambiental e uma 
estrutura permanente, a PNMA busca abandonar uma visão reativa, na qual o 
poder público somente adota medidas após danos ou desastres. 
RESUMINDO 
A gestão aqui significa (ou deveria significar) realizar diagnósticos, traçar 
metas, planejar e estruturar programas de ação, gerenciar riscos, prevenir 
danos, recuperar e melhorar a qualidade ambiental, sempre à luz dos 
conhecimentos e das tecnologias disponíveis. 
Veremos a seguir como se estrutura o Sistema Nacional do Meio Ambiente e 
quais instrumentos foram pensados para a gestão pública ambiental. 
SISTEMA E CONSELHO NACIONAL 
DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) 
Conforme o art. 6º da Lei nº 6.938 de 1981, o SISNAMA reúne os órgãos 
públicos e as entidades (autarquias, fundações etc.) responsáveis por 
implementar a política nacional. 
MAS O QUE DIFERENCIA OS ÓRGÃOS 
PÚBLICOS DAS ENTIDADES? 
Responda à pergunta e depois compare com as informações que você 
aprenderá ao longo desse tema. 
 
RESPOSTA 
Em breves linhas, os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica nem, 
geralmente, grande autonomia, estando subordinados hierarquicamente. Já as 
entidades possuem personalidade jurídica, podendo praticar atos em nome 
próprio (por exemplo, assinando contratos). Quando a personalidade da 
entidade for de direito público, como no caso das autarquias, ela poderá 
desempenhar atividades de fiscalização e controle (ex.: lavrar multas, expedir 
licenças ambientais) tratadas pela doutrina com o nome de poder de polícia 
administrativa. 
Voltando à estrutura do sistema, são listados no art. 6º da Lei nº 6.938 de 1981 
os seguintes integrantes: 
CONSELHO DE GOVERNO 
É o órgão superior na hierarquia do SISNAMA. Precisa ser convocado pelo 
presidente da República para assessorá-lo em questões que envolvam várias 
pastas ou ministérios (art. 6º, inc. I). 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 
É o órgão central do SISNAMA, responsável por planejar, coordenar, controlar 
e supervisionar a gestão pública em âmbito nacional (art. 6º, inc. III). 
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS 
RENOVÁVEIS (IBAMA) E INSTITUTO NACIONAL CHICO MENDES DE 
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBIO) 
São entidades (autarquias) executoras federais, chamadas pela lei de órgãos 
executores. Essas autarquias são responsáveis por ações de controle e 
fiscalização. Por exemplo, o IBAMA é o responsável pelo licenciamento de 
atividades e também pela fiscalização das atividades licenciadas. Já o ICMBIO 
é responsável por administrar as áreas protegidas (unidades de conservação) 
federais, como o Parque Nacional do Iguaçu (art. 6º, inc. IV). 
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ESTRUTURAS EXECUTORAS ESTADUAIS 
Embora a lei fale apenas em órgãos seccionais, aqui temos órgãos ou 
entidades (fundações, autarquias etc.) criadas pelos estados para atuar na 
área ambiental. São exemplos as secretarias estaduais de meio ambiente e os 
institutos estaduais de meio ambiente (art. 6º, inc. V). 
ESTRUTURAS EXECUTIVAS LOCAIS 
Embora a lei fale apenas de órgãos locais, aqui temos órgãos ou entidades 
criadas pelos municípios para atuar na área ambiental em âmbito local. São 
exemplos a secretaria municipal e a fundação municipal de meio ambiente (art. 
6º, inc. V). 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA) 
Com as funções de responder consultas e deliberar sobre normas e padrões 
técnicos ambientais (art. 6º, inc. II), aparece na lei como órgão consultivo e 
deliberativo. 
O CONAMA 
O CONAMA é um órgão colegiado federal (dentro da estrutura da União), 
formado por representantes dos chamados três setores. Em linhas gerais, 
esses setores são o público, o privado e a sociedade civil. Por isso, precisa 
deliberar para editar atos como resoluções (até 2020, foram cerca de 
quinhentas). 
Atualmente, possui 23 (vinte e três) membros. Além do colegiado, possui ainda 
as chamadas câmaras técnicas (divisões para assuntos específicos), podendo 
criar grupos de trabalho. 
Temos um artigo dedicado exclusivamente ao CONAMA. Entre as suas 
atribuições, destacamos: 
ART. 8º DA LEI Nº 6.938 DE 1981 
a. A edição de normas e padrões de cunho técnico para o licenciamento de 
atividades. Por exemplo, é na Resolução nº 1, de 1986, que constam as 
normas e a elaboração do IEV e seu relatório (art. 8º, inc. I). 
b. A edição de padrões e normas técnicas para o controle da poluição do ar 
por veículos automotores (art. 8º, inc. VI). Por exemplo, recentemente, por 
meio da Resolução nº 493, de 2019, foram atualizadas as exigências de 
controle da poluição veicular por motociclos. 
c. Editar padrões sobre qualidade do ambiente e seus recursos naturais (art. 
8º, inc. VII). Por exemplo, a Resolução nº 357, de 2005, traz normas 
técnicas para o enquadramento e a classificação de corpos d’água, além de 
parâmetros para o lançamento de efluentes nesses mesmos corpos. 
Esse colegiado é um órgão público dentro da estrutura do Ministério do Meio 
Ambiente, sendo presidido pelo ministro encarregado da pasta. Os membros 
do CONAMA cumprem o seu dever sem receber nada da União para isso 
(Decreto 99.274/1990, art. 6º, §4º). São custeados, geralmente, pelos setores 
representados. Seus membros se reúnem, no mínimo, três vezes por ano, em 
Brasília. 
ATENÇÃO 
Em 2019, a composição do CONAMA foi alterada para que houvesse a 
diminuição do número de membros no colegiado (Decreto 9806/2019). Essa 
alteração recebeu críticas por ter diminuído a participação do terceiro setor 
(sociedade civil). Conforme a lei da PNMA,de forma semelhante ao que 
acontece com as leis editadas pela União, os padrões técnicos e as normas 
editadas pelo CONAMA devem ser observados pelos estados e municípios, 
que poderão suplementá-los de acordo com as suas peculiaridades (Lei 
6938/1981, art. 6º, §§ 1º e 2º). 
INSTRUMENTOS DA PNMA 
Além de estabelecer uma estrutura administrativa específica para implementar 
a gestão pública (Lei 6938/1981), a PNMA traz um elenco de instrumentos que 
devem ser utilizados para que os objetivos propostos sejam alcançados (art. 
9º). 
PADRÕES DA QUALIDADE AMBIENTAL 
Esses padrões são estabelecidos, principalmente, pelo CONAMA, podendo 
haver padrões editados por conselhos estaduais e municipais. 
EXEMPLO 
Além da Resolução nº 357, de 2005, outro exemplo possível é a Resolução nº 
491, de 2018, que dispõe sobre os padrões de qualidade do ar, com limites 
para poluentes específicos como o monóxido de carbono (CO). 
O ZONEAMENTO AMBIENTAL 
Após o conhecimento das características ambientais de um local ou de uma 
região, esse instrumento é pensado de forma a estabelecer mapas (com 
divisões em zonas) capazes de orientar o planejamento de políticas públicas e 
as atividades privadas. 
Esse instrumento está regulamentado pelo Decreto nº 4.297, de 2002, embora 
traga o nome de Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). É conceituado 
como o: 
INSTRUMENTO DE ORGANIZAÇÃO DO 
TERRITÓRIO A SER OBRIGATORIAMENTE 
SEGUIDO NA IMPLANTAÇÃO DE PLANOS, 
OBRAS E ATIVIDADES PÚBLICAS E 
PRIVADAS, ESTABELECE MEDIDAS E 
PADRÕES DE PROTEÇÃO AMBIENTAL 
DESTINADOS A ASSEGURAR A QUALIDADE 
AMBIENTAL, DOS RECURSOS HÍDRICOS E 
DO SOLO E A CONSERVAÇÃO DA 
BIODIVERSIDADE, GARANTINDO O 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A 
MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE VIDA DA 
POPULAÇÃO. 
DECRETO 4.297/2002, art. 2º 
Esse zoneamento fica a cargo, principalmente, da União, a quem cabe 
sistematizar as informações produzidas pelos estados e municípios. O ZEE 
deve ser periodicamente revisto – em regra, a cada dez anos (Decreto 
4.297/2002, arts. 6º e 19). 
ATENÇÃO 
No espaço urbano, destacamos o zoneamento feito pelos municípios mediante 
aprovação, por lei, do plano diretor, previsto na Constituição (art. 182) e 
disciplinado pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de 2001). Nesse caso, 
para cada zona (industrial, residencial, mista, turística etc.), são previstas 
normas específicas de uso e ocupação do solo. 
INCENTIVOS À PRODUÇÃO E 
INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E A 
CRIAÇÃO OU ABSORÇÃO DE 
TECNOLOGIA, VOLTADOS PARA A 
MELHORIA DA QUALIDADE AMBIENTAL 
Na própria PNMA, o art. 12 estabelece como requisito para financiamentos e 
incentivos governamentais que o projeto em questão seja submetido ao 
licenciamento ambiental. 
Outra previsão importante da lei é o estimulo à pesquisa científica voltada para 
o meio ambiente (art. 13). 
CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS 
ESPECIALMENTE PROTEGIDOS 
Esse instrumento está disciplinado pela Lei nº 9.985, de 2000, que estabelece 
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Essas unidades 
são áreas que, em razão de seus atributos, estão sujeitas a um regime de 
proteção diferenciado. 
EXEMPLO 
Alguns exemplos importantes são os parques nacionais, as florestas nacionais 
(FLONAs) e as áreas de proteção ambiental (APAs). 
A criação desses espaços territoriais especialmente protegidos pode ser feita 
em todos os níveis (pela União e pelos estados e municípios) e deve ser 
precedida, em regra, por estudos técnicos e consulta pública (Lei 9985/2000, 
art. 22). 
Conforme o art. 225, §1º, inciso III, da Carta Magna, a extinção, a redução dos 
limites territoriais ou a diminuição da proteção jurídica de uma unidade de 
conservação apenas é possível por meio de lei (Constituição Federal, 1988). 
O SISTEMA NACIONAL DE 
INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO 
AMBIENTE E A GARANTIA DA 
PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES 
Esse instrumento está disciplinado pela Lei nº 10.650, de 2003, que tem como 
premissa as regras da publicidade e do livre acesso às informações. Na era 
da informação digital, o maior desafio consiste na integração das bases de 
dados e das informações (relatórios, estudos etc.) produzidos pela União, 
pelos estados e pelos municípios, visando a disponibilizar tais informações e 
permitir a avaliação sobre os resultados da gestão pública ambiental. A 
coordenação desse sistema de informações é atribuição do Ministério do Meio 
Ambiente (Decreto 99274/1990, art. 11). 
ATENÇÃO 
No mesmo art. 9º (inciso XI), existe a previsão de que, caso não existam as 
informações necessárias e solicitadas no interesse da proteção ambiental, o 
poder público fica obrigado a produzir e divulgar o que for solicitado. 
OS CADASTROS FEDERAIS DE 
ATIVIDADES 
A PNMA estabelece no art. 9º dois importantes cadastros técnicos federais: 
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (AIDA) (inciso VIII) 
Atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais 
(inciso XII) 
Na mesma Lei nº 6.938/1981, ficou determinado que cabe ao IBAMA 
administrar tais cadastros (art. 17): 
NO PRIMEIRO CADASTRO 
Deverão constar, por exemplo, as consultorias ambientais 
NO SEGUNDO CADASTRO 
Deverão constar, entre outras, as pessoas (físicas ou jurídicas) que se 
dediquem ao comércio de produtos perigosos 
PENALIDADES 
Tanto as penalidades administrativas quanto as penas decorrentes de crimes 
ambientais são valiosos instrumentos para proteção ambiental. Em ambos 
os casos, as regras mais importantes estão na Lei nº 9.605, de 1998, que, 
embora seja chamada de Lei de Crimes Ambientais (LCA), também cuida de 
infrações administrativas. 
 
Fonte: petrmalinak/ShutterstockRepresentação da justiça como instrumento de 
proteção ambiental 
COMENTÁRIO 
Vale lembrar que a Constituição, no art. 225, §3º, estabeleceu que essas 
esferas de responsabilidade (penal e administrativas) são autônomas, sem 
prejuízo da obrigação de reparar os danos constatados. Assim, uma empresa 
pode ser multada administrativamente e, caso haja crime, punida com multa. 
RELATÓRIO DE QUALIDADE DO MEIO 
AMBIENTE (RQMA) 
Esse relatório deveria ser divulgado anualmente pelo IBAMA. Possui enorme 
potencial para o monitoramento e a verificação dos resultados das políticas 
ambientais. Também seria muito importante para atualizar o planejamento das 
ações de gestão pública do ambiente. 
INSTRUMENTOS ECONÔMICOS 
Esses instrumentos procuram adotar condutas a partir de incentivos a 
atividades ambientalmente positivas em vez de controlar e punir. 
EXEMPLO 
Um exemplo importante é a concessão florestal, por meio da qual o poder 
público, após fazer uma licitação e, mediante contrapartidas do vencedor, 
delega a gestão sustentável de florestas públicas, desestimulando atividades 
ilegais na mesma área (CARVALHO FILHO, 2017). 
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre os 
Instrumentos da política Nacional do Meio Ambiente. Vamos assistir! 
 
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
(AIA) E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
Esses instrumentos são usados, muitas vezes, de forma conjugada: é no 
licenciamento ambiental que ocorrem diversas AIAs. Geralmente, dizem 
respeito a uma atividade ou um empreendimento específico. 
Pela importância e relevância desses instrumentos, eles serão vistos em 
detalhes no último módulo deste tema. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. SOBRE O SISNAMA E SEUS INSTRUMENTOS, MARQUE A 
ALTERNATIVA CORRETA. 
Podem os municípios elaborar padrões técnicos sem observar os expedidos 
pelo CONAMA. 
Compete ao ICMBIO estabelecer padrões de qualidade ambiental, uma vez 
que cuida das áreas protegidas, também chamadas de unidades de 
conservação. 
Compete ao Ministério do Meio Ambiente gerenciar o SISNAMA. 
Entre as modalidades de punição previstas na PNMA está a concessão 
florestal. 
2. EM RELAÇÃO AO CONAMA, ASSINALE A RESPOSTA 
CORRETA. 
Todos os seus membros recebem remuneração específica da União. 
Atualmente, possui um número menor de membrosque pertencem ao primeiro, 
ao segundo e ao terceiro setor. 
Por ser um órgão colegiado, suas decisões são tomadas apenas pelo Ministro 
do Meio Ambiente. 
É presidido pelo presidente do órgão superior. 
GABARITO 
1. Sobre o SISNAMA e seus instrumentos, marque a alternativa correta. 
A alternativa "C " está correta. 
 
 
Essa competência está atribuída ao Ministério do Meio Ambiente, o que é 
coerente com o seu papel de órgão central e coordenador do SISNAMA. 
2. Em relação ao CONAMA, assinale a resposta correta. 
A alternativa "B " está correta. 
 
 
Apesar das críticas pela diminuição do número de representantes do terceiro 
setor, o CONAMA ainda possui membros da sociedade civil e do setor 
empresarial, além dos que representam o poder público. 
MÓDULO 3 
 
Distinguir as três licenças ambientais clássicas e o momento ideal para 
realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) 
LICENÇAS AMBIENTAIS 
Para entendermos as licenças ambientais, precisamos compreender 
que fazem parte de um procedimento próprio e com finalidades 
específicas: o licenciamento. Conforme o art. 2º, inciso I, da Lei 
Complementar nº 140, de 2011, o licenciamento ambiental é: 
O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO 
DESTINADO A LICENCIAR ATIVIDADES OU 
EMPREENDIMENTOS UTILIZADORES DE 
RECURSOS AMBIENTAIS, EFETIVA OU 
POTENCIALMENTE POLUIDORES OU 
CAPAZES, SOB QUALQUER FORMA, DE 
CAUSAR DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. 
LC 140/2011, art. 2º, I 
Esse conjunto de atos com ordem prevista (procedimento) ocorre nos órgãos e 
nas entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), 
responsáveis pelo controle ambiental – daí a razão para se dizer que se trata 
de um procedimento administrativo. E as licenças, por sua vez, são atos 
administrativos. 
Em regra, são apresentados documentos e estudos pelo empreendedor. 
 
Tais estudos são avaliados por quem licencia, podendo ser feitas exigências de 
complementação. 
 
A documentação, então, é analisada pelas áreas técnicas e, quando preciso, 
pelo departamento jurídico (Resolução 237/1997, art. 10). 
 
Por fim, elabora-se um parecer, que pode ou não conceder a licença. 
 
Com base nesse parecer, o órgão (uma secretaria municipal, por exemplo) ou 
a entidade (como o Instituto Estadual do Ambiente – INEA) responsável pelo 
licenciamento vai tomar uma decisão, tornando-a pública. 
Embora muitas vezes o licenciador não cumpra os prazos para analisar os 
pedidos de licença, o desrespeito a esses prazos não importa na emissão da 
licença solicitada. Essa é a clara orientação da Lei Complementar nº 140, §3º, 
art. 14. 
Trata-se de instrumento de controle prévio, com a principal finalidade de 
verificar, no caso concreto de um empreendimento ou uma atividade, quais são 
as normas ambientais aplicáveis (leis, resoluções do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente –CONAMA, princípios). 
ATENÇÃO 
É importante destacar que uma licença ambiental não substitui ou exclui a 
necessidade de outras licenças ou autorizações – por exemplo, a licença 
municipal para a construção de um prédio ou a autorização da Agência 
Nacional de Petróleo (ANP) para operar um posto de combustíveis. 
No licenciamento ambiental, são utilizados vários instrumentos (por exemplo, 
são avaliados os zoneamentos e os padrões da qualidade aplicáveis). Sendo, 
em regra, preventivo, é nesse procedimento que ocorrem diversas avaliações 
de impacto ambiental. 
Nacionalmente, o licenciamento prévio de atividades é exigido desde a edição 
da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) (Lei 6.938/1981, art. 10). 
 
Fonte: kosmos111/ShutterstockRepresentação de um teste de padrão de 
qualidade para avaliação de impacto ambiental 
Atualmente, além das resoluções expedidas pelo CONAMA (1/86, 9/87 e 
237/97, por exemplo), vários aspectos importantes estão disciplinados na Lei 
Complementar nº 140, de 2011. 
Conforme o art. 13 da Lei Complementar nº 140, o licenciamento deve ocorrer 
em apenas um nível de competência: federal, estadual ou municipal. Existem 
três formas de sabermos quem deverá licenciar uma atividade. 
LEI COMPLEMENTAR Nº 140 
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Neste ponto, não são mais observados os arts. 4º, 5º e 6º da Resolução nº 237, 
de 1997, do CONAMA. 
FORMA 1 
FORMA 2 
FORMA 3 
Caso esteja o empreendimento proposto dentro dos limites de uma unidade de 
conservação, deverá licenciar o ente (União, estado ou município) que tenha 
criado esse espaço territorial especialmente protegido. A exceção dessa regra 
é a área de proteção ambiental (APA) (art. 7º, inciso XIV, d; art. 8º, inciso XV; 
art. 9º, inciso XIV, b). 
Nos demais casos, deveremos observar os seguintes critérios: i) atividades 
listadas expressamente como de competência da União (art. 7º, inciso XIV). 
São exemplos aquelas atividades localizadas ou desenvolvidas em terras 
indígenas, em dois ou mais estados, de caráter militar ou que utilizem material 
radioativo; ii) atividades de impacto local, que deverão ser licenciadas pelos 
municípios, conforme definição do respectivo conselho estadual de meio 
ambiente (art. 9º, inciso XIV, a); e iii) competência estadual nos casos que não 
se encaixem nos itens i e ii, também chamada de competência residual (art. 8º, 
inciso XVI). 
Em atividades dentro dos limites de APAs, são adotados, em linhas gerais, os 
critérios do art. 12. 
PODEM OS DEMAIS ENTES (SEUS 
ÓRGÃOS E ENTIDADES VINCULADAS) 
PARTICIPAR, APRESENTANDO SEUS 
PONTOS DE VISTA? 
https://stecine.azureedge.net/repositorio/direito_ambiental_no_ambito_constitucional_e_no_espaco_urbano/index.html#collapse-steps3
https://stecine.azureedge.net/repositorio/direito_ambiental_no_ambito_constitucional_e_no_espaco_urbano/index.html#collapse-steps4
https://stecine.azureedge.net/repositorio/direito_ambiental_no_ambito_constitucional_e_no_espaco_urbano/index.html#collapse-steps5
 
RESPOSTA 
Sim, mas essas opiniões não vinculam o ente responsável pelo licenciamento 
(LC 140/2011, art. 13, §1º). Por exemplo, num licenciamento conduzido pelo 
INEA, uma secretaria municipal de meio ambiente pode apresentar seus 
pontos de vista. Mas eles não precisam ser acatados pelo INEA, que pode 
adotar outros critérios – técnica e juridicamente fundamentados. 
Licenças ambientais têm prazo de validade e são renováveis. Essa 
renovação deve ser solicitada com mais de 120 (cento e vinte) dias de 
antecedência, contados do final do prazo. Dessa forma, a licença seguirá válida 
até que seja analisado o pedido de renovação (LC 140/2011, art. 14, §4º). 
ATENÇÃO 
Isso possibilita a atualização dos controles ambientais aplicáveis. Quem realiza 
alguma atividade sem antes obter licença pratica, ao mesmo tempo, infração 
prevista na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/1998, art. 60) e infração 
administrativa (Decreto 6514/2008, art. 66). 
TIPOS DE LICENÇA AMBIENTAL 
Tradicionalmente, o licenciamento ambiental está estruturado em três 
fases: prévia, de instalação e de operação. Essa organização foi pensada 
para empreendimentos com impactos relevantes nas fases de construção e de 
operação. Os conceitos e prazos máximos de cada uma das licenças que 
veremos estão disciplinados nos arts. 8º e 18 na Resolução nº 237 do 
CONAMA. 
LICENÇA PRÉVIA (LP) 
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Avalia os aspectos gerais do projeto, a concepção da atividade e sua 
localização. Ao ser concedida, proporciona os controles e as restrições 
relativas a essa fase e às fases seguintes, atestando que o empreendimento é 
viável. Obtida a LP, devem-se reunir os documentos necessários e exigidos 
para solicitar a licença seguinte. 
O prazo máximo da licença é de 5 (cinco) anos. É nessa fase que são 
realizadas, em regra, avaliações de impacto ambiental importantes como o 
Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA). 
LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) 
Avalia aspectos específicos da construção do empreendimento (como o 
preparo do terreno para a construção). São então avaliados os croquis e as 
plantas detalhadas da obra, bem comoo projeto executivo, de acordo com as 
orientações e restrições da LP. 
O prazo máximo dessa licença é de 6 (seis) anos. 
LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) 
Avalia os aspectos específicos da operação do empreendimento (efluentes e 
emissões, por exemplo). Serve para verificar se as licenças anteriores foram 
devidamente cumpridas. Como destaca Farias (2016), deve ser feita uma 
vistoria no local para que essa verificação ocorra antes da expedição da 
licença. 
A LO conta com um prazo mínimo de 4 (quatro) anos e máximo de 10 (dez). 
Essa licença precisa ser renovada enquanto a atividade existir. Conforme o 
histórico e as características da atividade, os prazos serão maiores ou 
menores. 
PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS 
Conforme as características do empreendimento (ausência de impacto 
relevante na construção ou operação), podem ser estabelecidos procedimentos 
simplificados. Por exemplo, podem ser concedidas licenças que avaliem, de 
uma vez, aspectos relativos a mais de uma fase do empreendimento. 
Podemos, assim, ter uma licença prévia e de implementação (LPI). 
Vejamos dois exemplos de resoluções CONAMA a respeito: 
1. Resolução 279, de 2001, traz o procedimento simplificado para 
empreendimentos elétricos, com pequeno potencial de impacto ambiental 
como usinas eólicas. 
2. Resolução 377, de 2006, traz normas desse tipo para os sistemas de 
esgotamento sanitário, sendo aplicada às unidades de pequeno e médio 
porte que não estejam em áreas ambientalmente sensíveis. 
Por fim, é possível que alguns empreendimentos com porte e potencial danoso 
pequenos sejam licenciados de forma ainda mais simplificada. Nesses casos, 
todas as fases podem ser avaliadas numa única licença. 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO 
AMBIENTAL (AIA) 
Somente conhecendo bem os impactos ambientais é que poderemos tomar 
medidas para reduzir ao máximo as chamadas externalidades negativas de um 
empreendimento. 
O conceito de impacto ambiental está descrito no art. 1º da Resolução nº 1, de 
1986, do CONAMA, nos seguintes termos: 
 
Fonte: kosmos111/ShutterstockRepresentação da importância da busca pelo 
equilíbrio nas avaliações de impacto ambiental 
(...) QUALQUER ALTERAÇÃO DAS 
PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E 
BIOLÓGICAS DO MEIO AMBIENTE, CAUSADA 
POR QUALQUER FORMA DE MATÉRIA OU 
ENERGIA RESULTANTE DAS ATIVIDADES 
HUMANAS QUE, DIRETA OU 
INDIRETAMENTE, AFETAM: 
I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II. As atividades sociais e econômicas; 
III. A biota; 
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e 
V. A qualidade dos recursos ambientais. 
As AIAs são fundamentais para uma gestão ambiental pública adequada. 
Embasam medidas preventivas e, em certos casos, de precaução. A partir 
do estudo sistemático dos impactos ambientais de certa atividade, é possível 
prever medidas mitigadoras, reduzindo ao máximo os impactos, bem como 
medidas compensatórias, que buscarão manter o equilíbrio e a qualidade do 
ambiente. 
COMENTÁRIO 
Em outros casos, essas avaliações servem para demonstrar como determinada 
área deve ser recuperada. Podemos perceber que o conceito de AIA é amplo e 
abrange vários instrumentos. 
INSTRUMENTOS LEGAIS DE 
IMPLEMENTAÇÃO DE AIA 
Embora o EIA seja muito importante e apareça, inclusive, no texto 
constitucional, é preciso deixar claro que ele é apenas uma das 
possibilidades de AIA. Pela importância que possui, vamos dedicar um item 
deste módulo apenas para ele. 
Sem querer esgotar todas as possibilidades, veremos a seguir outros dois 
exemplos importantes de AIA. 
ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA 
(EIV) 
Esse estudo está previsto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 10.257, de 2001, 
conhecida como Estatuto da Cidade. Será exigido somente pelo município, 
desde que esteja previsto em lei municipal. 
O EIV não integra, obrigatoriamente, o licenciamento ambiental. Também não 
se confunde com o EIA, nem o substitui. 
Esse estudo apenas é exigível em áreas urbanas, podendo ser requisito para 
que seja autorizada, por um município, a construção de um prédio ou a 
realização de uma obra. 
Procura avaliar impactos específicos do espaço urbano para que possam ser 
pensadas soluções que reduzam ou mitiguem tais impactos. 
EXEMPLO 
Impactos no sistema viário (engarrafamentos), diminuição da ventilação e da 
iluminação nas áreas urbanas (importante do ponto de vista sanitário) etc. 
RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO 
(RAS) 
É uma AIA exigível nos casos de empreendimentos de pequeno e médio porte 
que não se enquadram nos casos de EIA. Um dos exemplos são os 
empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental, como 
usinas eólicas, previstos na Resolução nº 279/2001 do CONAMA. 
Conforme essa Resolução e o seu Anexo I, o RAS precisa trazer, no mínimo: 
A descrição do projeto 
O diagnóstico ambiental e as previsões de impactos relativos à implementação 
e à operação do empreendimento 
As medidas mitigadoras e compensatórias dos impactos previstos 
ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO 
AMBIENTAL (EIA/RIMA) 
O EIA 
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e o seu relatório (RIMA) foram 
disciplinados nacionalmente pela Resolução nº 1, de 1986, do CONAMA. O art. 
2º traz um elenco não exaustivo, ou seja, exemplos de atividades sujeitas à 
elaboração da espécie de AIA. 
EXEMPLO 
Destacamos os seguintes exemplos: aeroportos, oleodutos, extração de 
combustível fóssil e aterros sanitários (incisos IV, V, VIII e X). 
Com a Constituição de 1988, ficou esclarecido o critério por trás dos exemplos 
trazidos: a existência de significativa degradação ambiental, efetiva ou mesmo 
potencial. Esse conceito precisa ser tecnicamente verificado. Por essa razão, 
cabe às estruturas do Poder Executivo – vale dizer, aos órgãos e às entidades 
que integram o SISMANA – analisar se, no caso concreto, estamos ou não 
diante da exigência do EIA/RIMA. 
 SAIBA MAIS 
O Supremo Tribunal Federal (STF) já julgou algumas leis estaduais 
inconstitucionais por tentarem submeter o EIA/RIMA à avaliação ou aprovação 
de natureza política por estruturas do Poder Legislativo. 
Em regra, o EIA/RIMA deve ser elaborado na fase prévia do licenciamento. 
Ou seja, sua elaboração, discussão e aprovação são requisitos para a 
obtenção da LP nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou 
potencial. E, não sendo esse o caso, deverão ser solicitados outros estudos 
(Resolução 237/1997, art. 3º). Ou seja, mesmo que não haja EIA/RIMA, 
deverá haver alguma modalidade de AIA. 
Aliás, a Resolução nº 237/1997 fez um ajuste importante: 
A elaboração do EIA/RIMA, que antes estava prevista como atribuição do 
órgão ou da entidade responsável pelo licenciamento na Resolução nº 1 de 
1986, passou a ser de responsabilidade do empreendedor (Resolução nº 
237/1997, art. 11). 
Isso não quer dizer que não existam mecanismos de fiscalização ou sanções 
caso os que elaborem o EIA/RIMA omitam ou insiram dados ou informações 
falsas. Essas condutas são crimes, previstos no art. 69-A da Lei de Crimes 
Ambientais (Lei 9.605/1998), bem como infrações administrativas, previstas no 
art. 82 do Decreto nº 6.514, de 2008. 
Depois de apresentado, o EIA tem seu conteúdo analisado. Uma vez aprovado, 
geralmente ele e o RIMA são publicados e/ou disponibilizados aos 
interessados. Geralmente ocorre, como veremos a seguir, uma audiência 
pública, na qual o projeto é debatido. 
 
Fonte: Muttaki Al Muhtadi/ShutterstockRepresentação da importância da 
fiscalização nos estudos e relatórios de impacto ambiental 
ATENÇÃO 
O EIA/RIMA foi pensado para empreendimentos complexos. Por isso, possui 
um conteúdo mínimo extenso. Por essa razão, costuma ser elaborado por 
uma equipe multidisciplinar. Sua elaboração pode levar meses, e seu custo 
(encargo do empreendedor) pode ser elevado, dependendo do caso. 
Como diretrizes para a elaboração do EIA, o art. 5º da Resolução nº 1, de 
1986, do CONAMA, elenca: 
[...] A CONSIDERAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE 
TÉCNICASE LOCAIS DIVERSOS; A 
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DE TODAS AS 
FASES DO EMPREENDIMENTO; A DEFINIÇÃO 
DAS ÁREAS AFETADAS; E A 
CONSIDERAÇÃO DOS PROGRAMAS 
PÚBLICOS PARA AS ÁREAS SUGERIDAS OU 
IDEALIZADAS PARA O EMPREENDIMENTO. 
Por sua vez, o art. 6º traz as atividades técnicas mínimas e indispensáveis: 
[...] DIAGNÓSTICO AMBIENTAL COMPLETO 
(FÍSICO, BIOLÓGICO E SOCIOECONÔMICO); 
ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E 
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS E DE SUAS 
ALTERNATIVAS; APRESENTAÇÃO DAS 
MEDIDAS MITIGADORAS, AVALIANDO SUA 
EFICIÊNCIA; E APRESENTAÇÃO DO PLANO 
DE MONITORAMENTO E 
ACOMPANHAMENTO. 
Com base nas informações apresentadas no requerimento da LP (como a 
tipologia da atividade), o órgão ou a entidade responsável pelo licenciamento 
costuma editar um ato com orientações específicas que complementam esses 
conteúdos mínimos vistos aqui anteriormente. 
Nos licenciamentos feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), esse documento se chama Termo de 
Referência. 
COMENTÁRIO 
O EIA acaba, muitas vezes, tendo centenas de páginas, sendo dividido em 
capítulos com uma linguagem altamente técnica. Isso dificulta que pessoas 
interessadas em conhecer e debater o empreendimento proposto possam 
participar, por exemplo, de uma audiência pública. 
O RIMA 
De forma a ampliar ao máximo o debate acerca dos empreendimentos sujeitos 
ao EIA, deve-se observar a obrigatoriedade de elaboração, em cada estudo, do 
RIMA. 
Conforme o art. 9º da Resolução nº 1 de 1986, o RIMA deve trazer as 
conclusões do EIA de forma acessível: 
A linguagem escrita deve ser menos técnica; devem ser utilizados gráficos, 
tabelas, mapas e outras formas de comunicação visual. Tudo para que os 
cidadãos não especializados possam entender os pontos positivos e negativos 
da atividade proposta e em licenciamento. 
Conforme o art. 11 da Resolução 1/1986, com a exceção das informações que 
caracterizem sigilo industrial, o RIMA deve ficar disponível para consulta. Ao 
final, o RIMA costuma ter algumas dezenas de páginas. 
Atualmente, esses relatórios são disponibilizados na rede mundial de 
computadores (nem sempre os EIAs, porque são arquivos muito pesados). 
DICA 
O RIMA ajuda que as pessoas consigam participar das audiências públicas 
conduzidas nos licenciamentos ambientais sujeitos ao EIA. Por isso, é comum 
vermos a expressão EIA/RIMA, já que os dois dispositivos são exigíveis nos 
casos de significativa degradação ambiental, efetiva ou potencial. 
AUDIÊNCIA PÚBLICA E PARTICIPAÇÃO 
Buscando disciplinar as audiências públicas nos casos de empreendimentos 
obrigados a fazer o EIA/RIMA, o CONAMA editou a Resolução nº 9, de 1987. 
Nos termos do art. 1º dessa resolução, a audiência pública se destina a 
expor aos interessados o projeto em licenciamento, esclarecer dúvidas e 
colher sugestões. 
Essa resolução traz no caput do art. 2º os casos nos quais a realização da 
audiência pública é obrigatória. E, nesses casos, a concessão de uma licença 
sem a realização da audiência acarreta sua nulidade. Ou seja, ela não é válida, 
não existe para o Direito. 
Vamos ver os casos de obrigatoriedade. São eles: 
Determinação do órgão ambiental 
Solicitação por uma associação ou organização não governamental (ONG) 
Solicitação pelo Ministério Público (MP) 
Solicitação por cinquenta ou mais pessoas 
Na prática, considerando todas essas hipóteses, é muito raro (e até estranho) 
que um EIA/RIMA não seja submetido a uma audiência pública. 
O requerimento da LP deve ser publicado. 
 
Além disso, nos termos da Resolução 9/1987, recebido o EIA, deve haver um 
edital com prazo mínimo de 45 dias para que os sujeitos envolvidos possam 
solicitar a audiência. 
 
Posteriormente, deve ser convocada a audiência pública, divulgando-a na 
imprensa e nas mídias oficiais. 
 
O local dessa audiência deve ser acessível aos interessados e, principalmente, 
aos afetados de alguma forma pelo projeto. 
 
Dependendo da dimensão do empreendimento e da área afetada, pode ser 
necessário fazer mais de uma audiência pública, para que todos os 
interessados possam participar. 
 
Cabe a um representante do órgão ou da entidade responsável pelo 
licenciamento conduzir a audiência. 
 
Após uma exposição do projeto, deve ser dado um tempo para debates, para 
que possam ser feitas perguntas e sugestões. 
 
Ao final, é feita uma ata resumida do que aconteceu. Em geral, também se faz 
uma ata com a transcrição completa. Atualmente, alguns órgãos e entidades 
disponibilizam também os vídeos e áudios da audiência em seus portais na 
rede. 
 
Todo esse material é anexado ao processo de licenciamento (em muitos casos, 
já digital) para ser avaliado junto com as análises técnicas a fim de 
fundamentar o parecer final do licenciador pela concessão ou não da licença. 
Como bem sublinha Antunes (2020), não existe uma obrigação de acolher 
as sugestões apresentadas na audiência pública, mas elas devem ser 
consideradas, e a opção de acolhê-las ou não deve ser fundamentada. 
 SAIBA MAIS 
Em 2020, o CONAMA editou a Resolução nº 494 autorizando, 
excepcionalmente, a realização de audiências públicas de forma virtual, 
enquanto durasse a pandemia causada pela Covid-19. O art. 3º dessa 
resolução exige que seja disponibilizado pelo menos um ponto de acesso à 
rede mundial para que os diretamente afetados possam participar. 
No vídeo a seguir, a professora Cristiane Jaccoud comenta sobre o Estudo 
Prévio de Impacto Ambiental e seu relatório (EIA/RIMA). Vamos assistir! 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. SOBRE AS LICENÇAS AMBIENTAIS, MARQUE A 
ALTERNATIVA CORRETA. 
O licenciamento ambiental é um instrumento de controle posterior, dentro do 
qual são realizadas avaliações de impacto ambiental. 
A LI autoriza o início das obras, desde que estejam de acordo com as 
restrições nela contidas. 
Além de analisar os impactos próprios da operação, o procedimento para 
obtenção da LP também deve verificar se as licenças anteriores foram 
observadas. 
A LO autoriza o início das obras, desde que estejam de acordo com as 
restrições nela contidas. 
2. SOBRE O EIA, O RIMA E A REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIAS 
PÚBLICAS, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA. 
O EIA é a única espécie de AIA admitida, por isso está consagrada na 
Constituição como obrigatória em todos os casos de licenciamento ambiental. 
O EIA é um estudo simples e pensado para empreendimentos de pequeno 
porte e pequeno potencial de impacto. Em regra, é solicitado antes da LI, após 
a audiência pública. 
Todo cidadão tem o direito constitucional de solicitar uma audiência pública nos 
casos de significativo impacto ambiental, bastando um requerimento individual 
para que seja obrigatória. 
O EIA é um estudo complexo, pensado para empreendimentos de grande 
potencial de impacto, efetivo ou potencial. Em regra, é solicitado na avaliação 
do pedido de LP, sendo, geralmente, objeto de uma audiência pública. 
GABARITO 
1. Sobre as licenças ambientais, marque a alternativa correta. 
A alternativa "B " está correta. 
 
 
Somente após obter a LI é possível iniciar a implementação ou as construções 
relativas ao empreendimento. A LP está voltada para uma avaliação mais geral 
e anterior sobre a localização e a viabilidade ambiental do projeto apresentado. 
E, por sua vez, a LO verifica o cumprimento das anteriores, focando em 
restrições que dizem respeito à operação do empreendimento. 
2. Sobre o EIA, o RIMA e a realização de audiências públicas, marque a 
alternativa correta. 
A alternativa "D " está correta. 
 
 
O EIA/RIMA é exigido nos casos de significativa degradação ambiental, efetiva 
ou potencial. O momento mais adequado para a apresentação do estudo e do 
respectivo relatório é no procedimento de obtenção da LP. Dadas as várias 
hipóteses nas quais é obrigatória a realização da audiência pública, os casos 
de EIA/RIMA geralmente são discutidos nessas audiências. 
CONCLUSÃO 
CONSIDERAÇÕESFINAIS 
Como vimos, a proteção ao meio ambiente é de tal maneira importante que 
conta com amparo em textos constitucionais. No caso do Brasil, existe um 
conjunto de normas que cuidam dessa proteção, trazendo o direito ao meio 
ambiente equilibrado como direito fundamental, deveres para a coletividade e, 
principalmente, para o poder público. Percebemos que muitos princípios do 
Direito ambiental estão de forma implícita na Constituição. Pudemos 
compreender os princípios mais relevantes e diferenciar dois deles, 
frequentemente confundidos: o da prevenção e o da precaução. 
Para realizar o que a Constituição determina, contamos com uma política 
nacional de meio ambiente e com um sistema nacional, que reúnem órgãos 
públicos e entidades como fundações e autarquias. Nesse sistema, podemos 
perceber a importância do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), que já editou cerca de quinhentas resoluções. 
Entre as matérias tratadas nessas resoluções, destacamos os padrões de 
qualidade do ambiente e as normas técnicas relacionadas com o licenciamento 
de atividades. Além dessa estrutura, foram elencados na Lei nº 6.938, de 1981, 
instrumentos de gestão pública ambiental, nem todos implementados da forma 
devida. 
Além disso, foi possível compreender a importância do licenciamento 
ambiental, as linhas gerais desse procedimento administrativo e as licenças 
ambientais para as fases prévia, de instalação e de operação. Da mesma 
forma, vimos a importância das avaliações de impacto ambiental. Para isso, 
nos dedicamos a uma delas: o Estudo Prévio de Impacto Ambiental, com o seu 
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). 
Foi possível notar que o EIA é previsto na Constituição e que geralmente 
ocorre no procedimento de obtenção da licença prévia, sendo debatido em 
audiências públicas. Essas audiências são uma das formas de concretização 
do princípio da participação em matéria ambiental. 
 
AVALIAÇÃO DO TEMA: 
REFERÊNCIAS 
ANTUNES, P. B. Direito ambiental. São Paulo: Atlas, 2020. 
AVZARADEL, P. C. S. Breve panorama do direito constitucional ambiental 
brasileiro. In: AVZARADEL, P. C. S.; PAROLA, G.; VAL, E. M. Democracia 
ambiental na América Latina: uma abordagem comparada. Rio de Janeiro: 
Multifoco, 2016. p. 189-240. 
AVZARADEL, P. C. S. Princípio da precaução: uma análise jurisprudencial 
cautelosa na sociedade de risco. In: COSTA, F. V. et al. VII seminário 
internacional tribunais nacionais e internacionais e a defesa dos direitos 
fundamentais na sociedade de risco. Belo Horizonte: Conhecimento, 2019. p. 
49-93. 
BENJAMIM, A. H. Direito constitucional ambiental 
brasileiro. In: CANOTILHO, J. J. G.; LEITE, J. R. M. Direito constitucional 
ambiental brasileiro. São Paulo; Saraiva, 2015, p. 83-156. 
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Institui a Política Nacional do 
Meio Ambiente. Brasília, 1981. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 1, de 1986. 
Dispõe sobre o impacto ambiental, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental e o 
Relatório de Impacto Ambiental. Brasília, 1986. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 7, de 1987. 
Dispõe sobre A realização de audiências públicas no licenciamento ambiental. 
Brasília, 1987. 
BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil 
de 5 de outubro de 1988. Brasília, 1988. 
BRASIL. Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990. Dispõe sobre o SISNAMA. 
Brasília, 1990. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 237, de 19 de 
dezembro de 1997. Dispõe sobre o licenciamento e as licenças ambientais. 
Brasília, 1997. 
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções 
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente. Brasília, 1998. 
BRASIL. Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação. Brasília, 2000. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 279, 19 de 
junho de 2001. Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental 
simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto 
ambiental. Brasília, 2001. 
BRASIL. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 
183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e 
dá outras providências. Brasília, 2001. 
BRASIL. Decreto nº 4.297, de 10 de julho de 2002. Dispõe sobre o 
Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE). Brasília, 2002. 
BRASIL. Lei nº 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso público 
aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do 
Sisnama. Brasília, 2003. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 2005. 
Dispõe sobre padrões de qualidade para o enquadramento de corpos d’água e 
o lançamento de efluentes. Brasília, 2005. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 376, de 9 de 
outubro de 2006. Dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de 
Sistemas de Esgotamento Sanitário. Brasília, 2006. 
BRASIL. Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações 
e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo 
administrativo federal para apuração dessas infrações e dá outras 
providências. Brasília, 2008. 
BRASIL. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, 
nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da 
Constituição Federal. Brasília, 2011. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 491, de 2018. 
Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Brasília, 2018. 
BRASIL. Decreto nº 9.806, de 29 de maio de 2019. Altera o Decreto nº 99.274, 
de 6 de junho de 1990, para dispor sobre a composição e o funcionamento do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente. Brasília, 2019. 
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 494, 11 de 
agosto de 2020. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Estabelece, em 
caráter excepcional e temporário, nos casos de licenciamento ambiental, a 
possibilidade de realização de audiência pública de forma remota, por meio da 
rede mundial de computadores, durante o período da pandemia do novo 
coronavírus (Covid-19). Brasília, 2020. 
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de direito administrativo. São Paulo: Atlas, 
2017. 
FARIAS, T. Pontos relevantes do licenciamento ambiental. In: FREITAS, V. 
P.; PHILIPPI Jr., A.; SPÍNOLA, A. L. S. Direito ambiental e 
sustentabilidade. Barueri, SP: Manole, 2016. P. 251-278. 
MACHADO, P. A. L. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2018. 
SARLET, I. W.; FENSTERSEIFER, T. Curso de direito ambiental. Rio de 
Janeiro: Forense, 2020. 
SARLET, I. W.; FENSTERSEIFER, T. Direito constitucional ambiental. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. 
 
EXPLORE+ 
Leia o artigo O licenciamento ambiental e o desafio do desenvolvimento 
sustentável no Brasil, escrito por Raisa Lustosa de Oliveira e Ana Luisa Celino 
Coutinho. 
Entre na página do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro. Na tela 
inicial, busque e clique no link “Consultas a processos e a EIAs/RIMAs”, depois 
em EIA/RIMA, e veja o exemplo de um estudo completo. 
 
CONTEUDISTA 
Pedro Curvello Saavedra Avzaradel 
CURRÍCULO LATTES 
 
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