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Anatomia do sistema digestório

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DESCRIÇÃO
Anatomia do sistema digestório, correlacionada ao contexto clínico e cirúrgico.
PROPÓSITO
Conhecer os aspectos morfofuncionais do sistema digestório e seus constituintes é fundamental
para o profissional de saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os conceitos gerais sobre os sistemas digestório, nervoso entérico e peritônio
MÓDULO 2
Reconhecer os elementos que compõem o tubo digestivo
MÓDULO 3
Conhecer os órgãos e glândulas anexas do sistema digestório
INTRODUÇÃO
Os alimentos que ingerimos contêm uma variedade de nutrientes que são usados para construir
novos tecidos corporais e reparar tecidos danificados. Também são vitais para a vida, porque são
a nossa única fonte de energia. No entanto, a maior parte dos alimentos que comemos consiste
em moléculas grandes demais para serem usadas pelas células do corpo.
Por essa razão, os alimentos devem ser quebrados em moléculas pequenas o bastante para
entrar nas células do corpo, cujo processo é conhecido como digestão. Os órgãos envolvidos na
degradação e digestão dos alimentos participam do sistema digestório, cada um com uma função
distinta.
O sistema digestório é um sistema tubular que se inicia na cavidade oral e se estende até o ânus,
e possui relações fundamentais com os sistemas respiratório e cardiovascular.
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
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ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por
questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um
espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números
e das unidades.
MÓDULO 1
 Identificar os conceitos gerais sobre os sistemas digestório, nervoso entérico e
peritônio
GENERALIDADES SOBRE O SISTEMA
DIGESTÓRIO
O sistema digestório tem duas subdivisões anatômicas: o trato digestório e os órgãos acessórios.
O trato é composto por um tubo musculomembranoso que se estende da boca ao ânus, que mede
cerca de 5m de comprimento in vivo, mas, devido à perda de tônus muscular na morte,
normalmente, tem cerca de 9m de comprimento no cadáver. É também conhecido como canal
alimentar. Note na imagem a seguir que o baço está representado, porém, não possui papel no
sistema digestório, somente relações anatômicas.
Imagem: Shutterstock.com
 Elementos do sistema digestório.
Pertencem ao sistema digestório a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino
delgado (Dividido em duodeno, jejuno e íleo) e o intestino grosso. Parte dele, o estômago e os
intestinos, constitui o trato gastrointestinal (TGI) . Os órgãos acessórios, na parte
proximal (Boca) , são os dentes, a língua e as glândulas salivares. Na cavidade abdominal, os
anexos são o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes auxiliam na decomposição
física (Mecânica) dos alimentos; a língua auxilia na mastigação e na deglutição.
 VOCÊ SABIA
Os outros órgãos digestivos acessórios, entretanto, nunca entram em contato direto com os
alimentos: eles produzem ou armazenam secreções que fluem para o trato gastrointestinal (TGI)
por meio de ductos e auxiliam na decomposição química dos alimentos.
O sistema digestório é o sistema orgânico que processa os alimentos, extrai os nutrientes e
elimina os resíduos. Ele o faz por meio de algumas etapas:
1
INGESTÃO
Processo que envolve levar os alimentos sólidos e líquidos à boca.
SECREÇÃO
As células das paredes do TGI e órgãos digestivos acessórios secretam água, ácidos, tampões e
enzimas para o lúmen do trato.
2
3
MISTURA E PROPULSÃO
As contrações e relaxamentos alternados do músculo liso nas paredes do TGI misturam alimentos
e secreções e os movem em direção ao ânus. Essa capacidade do TGI de misturar e mover
material ao longo de seu comprimento é chamada de motilidade.
DIGESTÃO
Trata-se de processos mecânicos ou químicos que visam quebrar em pequenas moléculas os
alimentos ingeridos. Na digestão mecânica, os dentes cortam e trituram o alimento antes deste ser
deglutido. Em seguida, os músculos lisos do estômago e do intestino delgado movimentam o
alimento para auxiliar no processo. Como resultado, as moléculas dos alimentos se dissolvem e se
misturam às enzimas digestivas. Na digestão química, as moléculas dos alimentos são quebradas
em moléculas menores. As enzimas digestivas produzidas pelas glândulas salivares, língua,
estômago, pâncreas e intestino delgado aceleram essas reações. Algumas substâncias presentes
nos alimentos podem ser absorvidas sem digestão química, como vitaminas, íons, colesterol e
água.
4
5
ABSORÇÃO
Refere-se à passagem de fluidos, íons e produtos da digestão para a corrente sanguínea.
DEFECAÇÃO
Resíduos, substâncias e/ou frações indigestíveis dos alimentos, bactérias, células eliminadas do
revestimento do TGI e materiais digeridos que não foram absorvidos em sua jornada pelo trato
digestório deixam o corpo pelo ânus, em um processo chamado defecação, que os elimina por
meio das fezes.
6
A parede do trato digestório, desde a parte inferior (1/3) do esôfago até o canal anal, tem o mesmo
arranjo estrutural de tecidos em quatro camadas, a saber:
MUCOSA
SUBMUCOSA
MUSCULAR
SEROSA (ADVENTÍCIA)
A mucosa é o revestimento interno do trato gastrointestinal, composta por uma camada de epitélio
em contato direto com o conteúdo do TGI, uma camada de tecido conjuntivo chamada de lâmina
própria e uma fina camada de músculo liso (muscular da mucosa). Na lâmina própria, há a
presença predominante de aglomerados de tecidos linfáticos, denominados de tecido linfático
associado à mucosa (MALT, a sigla em inglês).
 EXEMPLO
Temos as placas de Peyer no íleo, a terceira porção do intestino delgado. A muscular da
mucosa forma vilosidades que criam uma maior superfície de contato com o alimento, seja para a
digestão, seja para a absorção.
A submucosa consiste em tecido conjuntivo que liga a túnica mucosa à túnica muscular. Ela
contém muitos vasos sanguíneos e linfáticos que recebem moléculas de alimento absorvidas.
Também localizada na submucosa está uma extensa rede de neurônios conhecida como plexo
submucoso (Plexo de Auerbach) . A submucosa também pode conter glândulas e tecido linfático.
A túnica muscular da boca, faringe e partes superior e média do esôfago contém músculo estriado
esquelético (voluntários). O músculo esquelético também forma o esfíncter anal externo, que
permite o controle voluntário da defecação. Ao longo do restante do trato, a túnica consiste em
músculo liso que geralmente é encontrado em duas lâminas: uma lâmina interna de fibras
circulares e uma lâmina externa de fibras longitudinais.
 SAIBA MAIS
As contrações involuntárias do músculo liso ajudam a quebrar os alimentos, misturá-los com as
secreções digestivas e impulsioná-los ao longo do trato. Entre as camadas do músculo está um
segundo plexo de neurônios, o plexo mioentérico (Plexo de Meissner) .
A camada mais externa (Serosa) está presente nas porções do TGI que estão suspensas na
cavidade abdominal. Como o próprio nome indica, a serosa é uma membrana composta de tecido
conjuntivo areolar e epitélio escamoso simples (Mesotélio) . No abdome, a serosa que está
próxima ao trato e aos órgãos anexos também é chamada de peritônio visceral porque forma uma
porção do peritônio. No tórax, o esôfago não tem serosa; em vez disso, apenas uma única
camada de tecido conjuntivo areolar (adventícia) forma a camada de revestimento mais superficial
desse órgão.
Imagem: Shutterstock.com
 As camadas do trato gastrointestinal.
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO
Para exercer sua função, o trato gastrointestinal é regulado por um conjunto intrínseco de nervos
conhecido como
sistema nervoso entérico (SNE) e por um conjunto extrínseco de nervos que fazem parte do
sistema nervoso autônomo. O SNE consiste em milhões de neurônios conectados que se
estendem do esôfagoao ânus. Esses neurônios são organizados em dois plexos: o plexo
mioentérico (Plexo de Auerbach) e o plexo submucoso (Plexo de Meissner) . O plexo
mioentérico está localizado entre as camadas de músculo liso longitudinal e circular da muscular.
O plexo submucoso é encontrado na camada submucosa. Os plexos do sistema nervoso entérico
consistem em neurônios motores, interneurônios e neurônios sensoriais.
Como os neurônios motores do plexo mioentérico inervam as camadas do músculo liso
longitudinal e circular da musculatura, esse plexo controla principalmente a motilidade do TGI,
particularmente, a frequência e força da contração da musculatura. Os neurônios motores do plexo
submucoso suprem as células secretoras do epitélio da mucosa, controlando as secreções dos
órgãos do TGI.
Os interneurônios do SNE interconectam os neurônios dos plexos mioentérico e submucoso.
Os neurônios sensoriais do SNE suprem o epitélio da mucosa e contêm receptores que detectam
estímulos no lúmen do TGI. A parede do trato gastrointestinal contém dois tipos principais de
receptores sensoriais (percebem e conduzem estímulos à medula e ao encéfalo):
Fonte:Shutterstock
Quimiorreceptores: colhem, no alimento, estímulos de certos produtos químicos presentes no
lúmen.
Fonte:Shutterstock
Mecanorreceptores: percebem estímulos de estiramento, que são ativados quando o alimento
distende a parede de uma das porções do TGI.
Devemos ressaltar que o SNE é regulado por nervos do sistema nervoso autônomo
(extrínseco a parede do TGI).
O nervo vago (X par craniano) é responsável pela inervação parassimpática da maior parte do
trato gastrointestinal, exceto a última parte do intestino grosso, que é suprida pelos nervos
esplâncnicos pélvicos. O sistema parassimpático estimula tanto a secreção de enzimas como a
motilidade, dessa forma, aumentando a atividade do SNE.

A porção simpática do TGI é controlada por nervos esplâncnicos torácicos. A porção simpática
diminui a atividade do SNE, reduzindo a secreção de enzimas e outras substâncias, assim como
diminuindo a motilidade/peristalse.
PERITÔNIO
O peritônio é a maior membrana serosa do corpo; consiste em uma camada de epitélio
escamoso simples (mesotélio) com uma camada de suporte subjacente de tecido conjuntivo
areolar. Durante o desenvolvimento, o peritônio sofre alterações morfológicas dimensionais e
complexas antes de atingir sua forma e posição definitivas. O peritônio é dividido em:
Peritônio parietal, que reveste a parede da cavidade abdominal.
Peritônio visceral, que cobre alguns dos órgãos da cavidade abdominal e é sua membrana serosa.
Entre essas duas lâminas, há um espaço estreito contendo fluido seroso lubrificante que fica entre
as porções parietal e visceral do peritônio (cavidade peritoneal).
O peritônio, ao manter relação íntima com os órgãos da cavidade abdominal (TGI e anexos),
divide-os em:
ÓRGÃOS PERITONIZADOS
Envelopados totalmente pelo peritônio
ÓRGÃOS RETROPERITONEAIS (EXTRAPERITONEAIS)
Envelopados parcialmente pelo peritônio (subperitonizados)
Os rins, o cólon ascendente e descendente do intestino grosso, parte do duodeno e o pâncreas
são exemplos de órgãos retroperitoneais. As demais partes do trato gastrointestinal são
peritonizadas.
O peritônio possui inúmeras pregas que fixam as vísceras umas às outras ou às paredes da
cavidade abdominal. Além de terem papel na fixação, o peritônio contém os vasos e nervos que
seguem em direção às vísceras. Existem cinco grandes pregas de peritônio:
OMENTO MAIOR
O omento (Epiplon) maior cobre o cólon transverso e as alças do intestino delgado como um
“avental de gordura”. É uma folha dupla que se dobra sobre si mesma, totalizando quatro camadas
coalescidas (Incorporadas, unidas) . A partir do estômago e do duodeno, o omento maior se
estende no sentido inferior, estando situado anteriormente ao intestino delgado, depois dobra-se,
estende-se superiormente e se fixa ao cólon transverso.
O omento maior normalmente contém uma quantidade considerável de tecido adiposo, que pode
se expandir muito com o ganho de peso. Os muitos nódulos linfáticos do omento maior contribuem
com macrófagos e células plasmáticas produtoras de anticorpos que ajudam a combater e conter
infecções do trato gastrointestinal.
LIGAMENTO FALCIFORME
Possui formato de foice, daí seu nome. O ligamento falciforme é uma extensão do peritônio
visceral que recobre grande parte do fígado e o fixa à parede abdominal anterior e ao diafragma.
O fígado é o único órgão anexo do TGI ligado à parede abdominal anterior.
OMENTO MENOR
O omento menor surge como uma prega anterior na serosa do estômago e do duodeno e
conectando esses órgãos ao fígado, formando os ligamentos hepatogástrico (proximal) e
hepatoduodenal (distal). É a via de entrada do feixe vasculonervoso no fígado ― contém a veia
porta hepática, a artéria hepática comum, nervos e o ducto biliar comum, juntamente com alguns
nódulos linfáticos.
MESENTÉRIO
Essa reflexão peritoneal tem formato de “leque” e fixa o jejuno e o íleo à parede abdominal
posterior (raiz do mesentério). Normalmente, é ampla em tecido adiposo; contribui
significativamente para a circunferência abdominal em indivíduos obesos (gordura visceral). O
mesentério se estende da parede abdominal posterior para envolver o intestino delgado e retorna
à sua origem, formando uma estrutura de duas camadas. Entre as duas camadas estão os vasos
sanguíneos (motivo do nome, mesentéricos), nervos, vasos linfáticos e linfonodos para as
respectivas porções do intestino delgado.
MESOCÓLON
Trata-se de uma reflexão peritoneal que envolve o cólon transverso (mesocólon transverso) e o
cólon sigmoide (mesocólon sigmoide) e os fixa à parede posterior do abdome. Assim como o
mesentério, o mesocólon permite a passagem de vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos
para as respectivas porções do intestino.
Essas são as maiores reflexões peritoneais, porém há outras, por exemplo, o mesoapêndice, que
está relacionado ao envelopamento e fixação do apêndice vermiforme. Existem também algumas
variações anatômicas que culminam no surgimento de outras reflexões peritoneais, como o
mesorreto, que possui relação com o reto, uma das porções do intestino grosso.
GENERALIDADES DOS SISTEMAS
DIGESTÓRIO, NERVOSO ENTÉRICO E
PERITÔNIO
O especialista José Carlos Siciliano fará resumo do módulo, abordando todos os subtópicos
descritos neste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O SISTEMA DIGESTÓRIO É O SISTEMA ORGÂNICO QUE PROCESSA OS
ALIMENTOS, EXTRAI OS NUTRIENTES E ELIMINA OS RESÍDUOS. DENTRE
AS ETAPAS FUNCIONAIS LISTADAS ABAIXO, QUAL DELAS CORRESPONDE
À PORÇÃO GASTRODUODENAL (ESTÔMAGO E DUODENO)? ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
A) Secreção
B) Mistura e propulsão
C) Digestão
D) Absorção
E) Defecação
2. IDENTIFIQUE QUAL DAS REFLEXÕES DO PERITÔNIO LISTADAS ABAIXO
FIXA O FÍGADO À PAREDE ANTERIOR DO ABDOME E AO DIAFRAGMA.
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Ligamento hepatogástrico
B) Ligamento hepatoduodenal
C) Ligamento coronário
D) Ligamento falciforme
E) Ligamento triangular
GABARITO
1. O sistema digestório é o sistema orgânico que processa os alimentos, extrai os
nutrientes e elimina os resíduos. Dentre as etapas funcionais listadas abaixo, qual delas
corresponde à porção gastroduodenal (estômago e duodeno)? Assinale a alternativa
CORRETA:
A alternativa "C " está correta.
Digestão: trata-se de processos mecânicos ou químicos que visam quebrar os alimentos ingeridos
em pequenas moléculas. A musculatura lisa do estômago e duodeno movimentam o alimento para
auxiliar no processo de mistura com as enzimas digestivas. Após a mistura, as enzimas digestivas
produzidas pelas glândulas salivares, estômago e pâncreas que desemboca no duodeno
catalisam essas reações. Algumas substâncias nos alimentos podem ser absorvidas sem digestão
química.
2. Identifique qual das reflexões do peritônio listadas abaixo fixa o fígado à parede anterior
do abdome e ao diafragma. Assinale a alternativa CORRETA:A alternativa "D " está correta.
O ligamento falciforme é uma reflexão do peritônio visceral que recobre grande parte do fígado e o
fixa à parede abdominal anterior e ao diafragma. O fígado é o único órgão anexo do TGI ligado à
parede abdominal anterior.
MÓDULO 2
 Reconhecer os elementos que compõem o tubo digestivo
OS ELEMENTOS DO TUBO DIGESTIVO
CAVIDADE ORAL
Conhecida popularmente como boca, a cavidade oral possui a função de ingestão, além de
fornecer respostas sensoriais dos alimentos ou líquidos ingeridos graças às papilas gustativas da
língua. A boca participa no processo mecânico de mastigação (graças aos dentes), digestão
química, deglutição, fonação e respiração.
A boca é delimitada pelas bochechas, lábios, palato e língua. Sua abertura anterior, situada entre
os lábios, é denominada de comissura labial e sua abertura posterior é denominada de istmo
das fauces. É revestida por epitélio escamoso estratificado, sendo queratinizado em áreas
sujeitas à maior abrasão, como as gengivas e palato duro, e não queratinizado no assoalho da
boca, no palato mole e na superfície interna das bochechas e lábios. A parede lateral da cavidade
oral (Bochechas) é formada também pelo músculo bucinador.
Imagem: Shutterstock.com
As bochechas e os lábios retêm o alimento e o comprimem entre os dentes para a mastigação e
são essenciais para a fala articulada e para ações de sucção e sopro, sendo fundamentais na
nutrição do recém-nascido. Uma prega mediana chamada frênulo labial liga cada lábio à gengiva,
entre os incisivos anteriores.
 VOCÊ SABIA
O vestíbulo oral é o espaço situado entre as bochechas/lábios e os dentes ― o espaço em que
você insere a escova de dentes ao escovar as superfícies externas dos dentes (face vestibular).
Os lábios são divididos em três áreas:
Fonte:Shutterstock
Área cutânea, que possui a mesma coloração do resto da face e possui folículos capilares e
glândulas sebáceas.
Fonte:Shutterstock
Área vermelha, que é a região sem pelos onde os lábios se encontram. Possui papilas dérmicas
excepcionalmente altas, que permitem que os capilares sanguíneos e as terminações nervosas se
aproximem da superfície epidérmica, sendo mais sensível que a área cutânea.
Fonte:Shutterstock
Área mucosa, formada pela superfície interna do lábio, voltada para a gengiva e os dentes e
contém glândulas labiais que contribuem para a formação de saliva.
O palato forma o teto da cavidade oral e a separa da cavidade nasal. Sua porção anterior,
denominada de palato duro (Ósseo) , é formada pelos processos palatinos da maxila e pelos
ossos palatinos. Possui cristas transversais chamadas pregas (Rugas) palatinas que ajudam a
língua a segurar e a manipular os alimentos. Posteriormente, encontra-se o palato mole, que tem
uma textura mais esponjosa e é composto de músculo esquelético e tecido glandular.
O palato mole possui uma projeção medial cônica, a úvula, visível na parte posterior da boca, que
retém o alimento na boca até que esteja pronto para ser engolido. Na parte posterior da boca, dois
arcos musculares (revestidos por mucosas) de cada lado começam no teto perto da úvula e
descem até o assoalho da boca. O anterior é o arco palatoglosso e o posterior é o arco
palatofaríngeo. O último arco marca o limite entre a cavidade oral e a faringe (Orofaringe) . As
tonsilas palatinas estão localizadas na
parede entre os arcos (Fossa tonsilar) .
Imagem: Shutterstock.com
 Alguns elementos da cavidade oral. 
 Elementos da cavidade oral e istmo das fauces.
FARINGE
A faringe é definida como um funil musculomembranoso que conecta a cavidade oral ao esôfago e
a cavidade nasal à laringe; é um órgão que participa da formação dos sistemas digestório e
respiratório. Consiste em três regiões chamadas de: (1) nasofaringe, (2) orofaringe e (3)
laringofaringe.
Imagem: Shutterstock.com
 A faringe e suas porções.
A nasofaringe é exclusivamente respiratória e é revestida por epitélio colunar pseudoestratificado;
as demais porções são compartilhadas pelos tratos respiratório e digestivo e são revestidas por
epitélio escamoso estratificado não queratinizado, uma adaptação para resistir à abrasão pela
passagem de alimentos.
A faringe possui uma camada profunda de músculo esquelético orientado longitudinalmente, e
uma camada superficial de músculo esquelético circular. Os músculos circulares são os
constritores: músculo constritor superior, médio e inferior da faringe, que forçam o alimento para
baixo durante a deglutição.
 SAIBA MAIS
Quando a pessoa não está engolindo, o constritor inferior permanece contraído para excluir o ar
do esôfago. Essa conformação é considerada como o esfíncter esofágico superior, embora não
seja uma característica anatômica do esôfago. Ele desaparece na hora da morte, quando o
músculo relaxa. Assim, é considerado um esfíncter fisiológico, e não uma estrutura anatômica
constante.
Imagem: Shutterstock.com
 Músculos faríngeos.
Os músculos longitudinais da faringe tracionam a parede faríngea superiormente e auxiliam a
movimentar o bolo alimentar através da faringe para o esôfago. São os seguintes:
MÚSCULO ESTILOFARÍNGEO
MÚSCULO SALPINGOFARÍNGEO
MÚSCULO PALATOFARÍNGEO
A nasofaringe é posterior às coanas e ao palato mole. Recebe as tubas auditivas (de Eustáquio)
do ouvido médio e aloja a tonsila faríngea. O ar inalado gira 90° para baixo ao passar pela
nasofaringe. Partículas relativamente grandes (>10 μm) geralmente não conseguem fazer a curva
por causa de sua inércia. Elas colidem com a parede posterior da nasofaringe e aderem à mucosa
próxima à tonsila, que está bem-posicionada para responder aos patógenos transportados pelo ar.
A orofaringe é a região situada posteriormente à raiz da língua. Ele se estende da ponta inferior do
palato mole até a ponta superior da epiglote. Sua borda anterior é formada pela base da língua e
pelo istmo das fauces, a abertura da cavidade oral na faringe. Na parte “faríngea” da língua,
grandes coleções de
tecido linfoide (Tonsilas linguais) podem ser encontradas.
Nas paredes laterais da orofaringe, estão os arcos (Arcos ou pregas) palatoglosso e o
palatofaríngeo, e as tonsilas palatinas situam-se entre eles. O arco palatoglosso é uma prega de
membrana mucosa que cobre o músculo palatoglosso. O intervalo entre os dois arcos
palatoglossais é denominado de istmo das fauces e marca o limite entre a cavidade oral e a
orofaringe, como já vimos. O arco palatofaríngeo é uma prega de membrana mucosa que recobre
o músculo palatofaríngeo.
Ao conter líquidos ou sólidos na cavidade oral, o istmo das fauces é fechado pela depressão do
palato mole, elevação da parte posterior da língua e movimento em direção à linha média das
pregas palatoglossal e palatofaríngea. Isso permite que uma pessoa respire enquanto mastiga ou
manipula o material na cavidade oral.
Na deglutição, o istmo das fauces é aberto, o palato é elevado, a cavidade laríngea é fechada e o
alimento ou líquido é direcionado para o esôfago. Uma pessoa não pode respirar e engolir ao
mesmo tempo porque as vias aéreas estão fechadas em dois locais, o istmo da faringe e a laringe.
A laringofaringe se estende da margem superior da epiglote até a porção superior do esôfago ao
nível da sexta vértebra cervical. A entrada da laringe se abre na parede anterior da laringofaringe,
portanto, a parede anterior da laringofaringe consiste na face posterior da laringe. Na
laringofaringe, há um par de recessos mucosos (fossas piriformes) entre a parte central da laringe
e a porção posterolateral das lâminas da cartilagem tireoide. As fossas piriformes formam canais
que direcionam sólidos e líquidos da cavidade oral ao redor da abertura laríngea elevada e para o
esôfago.
Imagem: Shutterstock.com
 Corte sagital demonstrando algumas estruturas relacionadas à faringe.
A faringe é suprida por inúmeros vasos. A porção superior é suprida porramos da carótida
externa. Já a porção inferior é suprida por ramos da artéria subclávia. As veias que drenam a
faringe formam um plexo venoso faríngeo ao redor da parede. Esse plexo drena superiormente
para o plexo pterigoideo, na fossa infratemporal, e inferiormente para a veia facial e veia jugular
interna. Os vasos linfáticos da faringe drenam para os linfonodos cervicais profundos, assim como
linfonodos retrofaríngeos (Região posterior da faringe.) , paratraqueais e infra-hioides.
A inervação motora e sensorial (exceto para a região nasal) da faringe é fornecida por ramos dos
nervos vago e glossofaríngeo, que formam um plexo. Os ramos faríngeos provenientes do vago
surgem do gânglio cervical inferior e inervam toda a musculatura da faringe, com exceção do
músculo estilofaríngeo, que recebe um ramo do glossofaríngeo.
 ATENÇÃO
A inervação sensitiva é diferente de acordo com a porção estudada. A nasofaringe recebe fibras
de um ramo faríngeo do nervo maxilar. A orofaringe é inervada sensitivamente pelo
glossofaríngeo, ao emitir ramos para o plexo faríngeo. E a laringofaringe é suprida pelo vago.
ESÔFAGO
O esôfago é um órgão tubular musculomembranoso retilíneo de 25 a 30 cm de comprimento,
posterior à traqueia. Sua abertura superior encontra-se entre a sexta vértebra cervical e a
cartilagem cricoide da laringe. Após descer pelo mediastino superior e atingir o segmento posterior
desse espaço, o esôfago atravessa o diafragma em uma abertura chamada hiato esofágico,
continua por 3 a 4cm e encontra o estômago. Sua abertura para o estômago é chamada de
orifício cárdico. O bolo alimentar faz uma breve pausa neste ponto antes de entrar no estômago,
devido à presença do esfíncter esofágico inferior, que evita que o conteúdo do estômago
regurgite para o esôfago, protegendo a mucosa esofágica do efeito dos ácidos gástricos.
Imagem: Shutterstock.com
 Esquema demonstrando a trajetória do esôfago até alcançar o estômago.
A parede do esôfago possui algumas especializações regionais. A mucosa possui epitélio
escamoso estratificado não queratinizado. A submucosa contém glândulas esofágicas, que
secretam muco lubrificante para o lúmen.
A muscular externa (Longitudinal) é composta de músculo esquelético no terço superior do
esôfago, uma mistura de músculo esquelético e liso no terço médio e apenas músculo liso no terço
inferior. A maior parte do esôfago está no mediastino, onde é coberto por uma adventícia de tecido
conjuntivo que se funde com a adventícia da traqueia e aorta torácica. O segmento curto, abaixo
do diafragma, é parcialmente coberto por uma serosa (Peritônio) .
A deglutição é uma ação complexa que envolve mais de 22 músculos na boca, faringe e esôfago,
coordenada pelo centro da deglutição, um par de núcleos nervosos situados no bulbo, que
compõe o tronco encefálico. Este centro se comunica com os músculos da faringe e esôfago por
meio dos nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e hipoglosso (nervos cranianos V, VII, IX e XII,
respectivamente) e coordena uma série complexa de contrações musculares para produzir
deglutição sem engasgo.
O esôfago é essencialmente muscular e flexível. Graças a essa característica, o esôfago pode
ser comprimido ou estreitado por estruturas vizinhas em quatro locais, a saber:
Na junção do esôfago com a faringe no pescoço.
No mediastino superior, onde o esôfago é atravessado pelo arco da aorta.
No mediastino posterior, onde o esôfago é comprimido pelo brônquio principal esquerdo.
No mediastino posterior, no hiato esofágico do músculo diafragma.
Essas constrições têm consequências clínicas importantes.
 EXEMPLO
Um corpo estranho engolido tem mais probabilidade de parar em uma dessas áreas mais
estreitas; ou, uma substância corrosiva ingerida se moveria mais lentamente por meio de uma
região estreitada, causando mais danos neste local que em qualquer outro lugar ao longo do
esôfago.
O esôfago é inervado pelo nervo vago (Parassimpático) e por ramos do tronco simpático (Plexo
esofágico) . É irrigado por ramos esofágicos da aorta torácica, das artérias bronquiais e da artéria
gástrica esquerda. As veias esofágicas drenam para a veia ázigo, hemiázigo e para a veia gástrica
esquerda.
O esfíncter esofágico inferior (EEI) evita o refluxo gastroesofágico. O enfraquecimento desse
esfíncter leva ao refluxo repetitivo ou crônico.
O ácido estomacal, às vezes, os ácidos biliares e as enzimas pancreáticas regurgitam no esôfago
e irritam a mucosa. Isso causa a sensação de “azia” (Pirose) . Essa doença afeta especialmente
os homens brancos. Além do sexo e da etnia, os fatores de risco incluem idade avançada,
obesidade, gestação, tabagismo, hérnia de hiato e deitar-se logo após refeições.
 ATENÇÃO
A sensação de pirose, muitas vezes, pode ser tratada com antiácidos. Porém, em alguns casos, o
refluxo gastroesofágico pode levar a complicações mais sérias, como cicatrizes e estreitamento do
esôfago (estenose), erosão e inflamação da parede esofágica (esofagite erosiva) e até metaplasia
do epitélio esofágico, sendo então transformado em um epitélio colunar (esôfago de Barrett).
Embora a maioria das pessoas com esôfago de Barrett e adenocarcinoma tenha uma história de
longo prazo de refluxo, apenas 5% a 15% das pessoas com refluxo progridem para esôfago de
Barrett e menos de 0,1% para adenocarcinomas.
ESTÔMAGO
O estômago é uma dilatação do trato digestório entre o esôfago e o intestino delgado. É
especializado no acúmulo de alimentos ingeridos, os quais prepara química e mecanicamente
para a digestão e passagem para o duodeno. O estômago atua como um liquidificador e
reservatório de alimentos; sua função principal é a digestão enzimática. O suco gástrico converte
gradualmente uma massa de alimento em uma mistura semilíquida, denominada de quimo, que
passa rapidamente para o duodeno.
 VOCÊ SABIA
Um estômago vazio apresenta diâmetro ligeiramente maior que o intestino grosso; no entanto, é
capaz de expansão considerável e pode conter de 2 a 3 litros de alimento.
Logo após a junção esofagogástrica, observamos uma angulação entre o esôfago e estômago
chamada de incisura cárdica (ângulo de His), que auxilia na divisão do estômago em duas das
quatro regiões principais:
CÁRDIA
FUNDO
CORPO
PARTE PILÓRICA
A cárdia circunda a abertura do esôfago no estômago e é guarnecida por uma camada circular de
músculo, o colar de Helvetius. A parte arredondada situada superiormente e à esquerda da cárdia
é o fundo. Inferior ao fundo está a grande parte central do estômago, o corpo. A parte pilórica é
divisível em três regiões.
A primeira subdivisão, o antro pilórico, se conecta ao corpo do estômago.
A segunda subdivisão, o canal pilórico, que leva à terceira região, o piloro, que por sua vez se
conecta ao duodeno.
1
Quando o estômago está vazio, a mucosa forma grandes pregas gástricas que podem ser vistas a
“olho nu”.
O piloro se comunica com o duodeno do intestino delgado por meio de um óstio controlado pelo
esfíncter muscular liso, denominado esfíncter pilórico.
2
3
O esvaziamento intermitente do estômago ocorre quando a pressão intragástrica vence a
resistência do piloro.
O piloro é normalmente contraído tonicamente de forma que o óstio pilórico é reduzido, exceto
quando emite o quimo.
4
5
Em intervalos irregulares, o peristaltismo gástrico envia o quimo por meio do canal pilórico e se
dirige ao intestino delgado para posterior mistura, digestão e absorção.
O estômago possui duas curvaturas, a margem (borda) medial côncava do estômago chamada de
curvatura menor, e a margem convexa, lateral, é denominada de curvatura maior do estômago.
Imagem: Shutterstock.com
 Anatomia do estômago. Podemos notar a presença da curvatura maior e menor.
 VOCÊ SABIA
O tamanho, a forma e a posição do estômago podem variar em pessoas de diferentes biotipos e
mudar até mesmo no mesmo indivíduo como resultado dos movimentos diafragmáticos durante a
respiração, o conteúdo do estômago (vazio/cheio) e a posição.Na posição supina (Deitada) , o estômago comumente fica entre os quadrantes superiores direito
e esquerdo (regiões epigástrica, umbilical e hipocôndrio esquerdo). Na posição ereta, o estômago
se move inferiormente. Em indivíduos astênicos (Magros ou fracos) , o corpo do estômago pode
se estender até a pelve.
O suprimento arterial do estômago vem dos ramos da artéria celíaca (Ou tronco celíaco) . A maior
parte do sangue é fornecida por anastomoses formadas ao longo da curvatura menor pelas
artérias gástricas direita e esquerda, e, ao longo da curvatura maior, pelas
artérias gastro-omentais (Gastroepiploicas) direita e esquerda. O fundo e a parte superior do
corpo recebem sangue das artérias gástricas curtas e posterior.
As veias do estômago seguem as artérias.
1
As veias gástricas direita e esquerda drenam para a veia porta hepática.
As veias gástricas curtas e as veias gastro-omentais esquerdas drenam para a veia esplênica.
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3
A veia esplênica se junta à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática.
Uma veia pré-pilórica sobe sobre o piloro até a veia gástrica direita. Como essa veia é de fácil
localização, os cirurgiões a usam para identificar o piloro.
4
Os vasos linfáticos gástricos acompanham as artérias ao longo das curvaturas maior e menor do
estômago. Eles aferem linfa para quatro áreas (Zonas de Coller) de drenagem e 3 estações de
drenagem da linfa, conectadas em série. As quatro zonas linfáticas (De Coller) são:
ZONA I - GÁSTRICA INFERIOR
ZONA II – ESPLÊNICA
ZONA III - GÁSTRICO SUPERIOR
ZONA IV – HEPÁTICA
ZONA I - GÁSTRICA INFERIOR
Delineada por 2/3 inferiores da curvatura maior e piloro: linfonodos gastromentais.
ZONA II – ESPLÊNICA
Composta pelo quadrante superior esquerdo e curvatura maior: linfonodos esplênicos, no hilo do
baço.
ZONA III - GÁSTRICO SUPERIOR
Região cárdica e curvatura menor: linfonodos gástricos, diretamente na curva menor.
ZONA IV – HEPÁTICA
Região suprapilórica: linfonodos pilóricos.
Nas quatro grandes áreas de drenagem linfática, existem três estações do fluxo de drenagem
linfáticas dispostas em série:
PRIMEIRA ESTAÇÃO
Linfonodos regionais das quatro zonas de drenagem.
SEGUNDA ESTAÇÃO
Linfonodos ao longo dos ramos do tronco celíaco.
TERCEIRA ESTAÇÃO
Linfonodos na saída do tronco celíaco (linfonodos celíacos).
Em seguida, a linfa flui através dos troncos intestinais para o ducto torácico (de Pecquet).
O suprimento nervoso parassimpático do estômago vem dos troncos do nervo vago anterior,
posterior e seus ramos, que entram no abdome pelo hiato esofágico. O suprimento nervoso
simpático do estômago vem dos segmentos T6 a T9 dos nervos espinhais, que se unem formando
o nervo esplâncnico maior e alcança o plexo celíaco para ser distribuído para o estômago através
de plexos ao redor das artérias gástrica e gastro-omental.
A inflamação do estômago, chamada de gastrite, pode causar úlceras pépticas, pois a pepsina e o
ácido clorídrico corroem a parede do estômago. Úlceras pépticas ocorrem no duodeno e no
esôfago. Se não forem tratadas, as úlceras podem perfurar o órgão e causar hemorragia fatal ou
peritonite. A maioria dessas fatalidades ocorre em pessoas com mais de 65 anos.
Imagem: Shutterstock.com
 Úlcera péptica na mucosa gástrica.
INTESTINO DELGADO
A maior parte da digestão e absorção dos nutrientes ocorre em um longo tubo estreito, o intestino
delgado. Por isso, sua estrutura é especialmente adaptada para essas funções. Seu comprimento
fornece uma grande área de superfície para digestão e absorção e essa área é ainda aumentada
por pregas (Dobras) circulares da mucosa, vilosidades e microvilosidades.
O intestino delgado inicia-se no esfíncter pilórico do estômago, apresenta-se enovelado (enrolado)
na parte central e inferior da cavidade abdominal e se abre para o intestino grosso. Tem em média
2,5cm de diâmetro; seu comprimento é de cerca de 3 metros no organismo vivo, e cerca de 6,5
metros em um cadáver devido à perda do tônus da musculatura lisa após a morte.
O intestino delgado é dividido em três porções: o duodeno, o jejuno e o íleo.
DUODENO
A primeira parte do intestino delgado é o duodeno. Começa no esfíncter pilórico do estômago,
tubular em forma de “C” que se estende por cerca de 25cm até se fundir com o jejuno.
 VOCÊ SABIA
Do latim, duodeno significa “12 dedos”; é assim chamado, porque tem quase a largura de 12
dedos.
O duodeno segue um curso em forma de C ao redor da cabeça do pâncreas. Começa no piloro no
lado direito e termina na flexura duodenojejunal no lado esquerdo. Essa junção ocorre
aproximadamente no nível da vértebra L2. A maior parte do duodeno é fixada pelo peritônio a
estruturas na parede abdominal posterior, portanto, é considerado parcialmente retroperitoneal. O
duodeno é divisível em quatro partes, a saber:
PRIMEIRA PORÇÃO (SUPERIOR):
Possui em torno de 5 cm e está situada anterolateralmente ao corpo da primeira vértebra lombar
(L1).
SEGUNDA PORÇÃO (DESCENDENTE):
Possui em torno de 7 a 10 cm e tem trajetória inferior, situada ao lado direito entre a primeira e a
terceira vértebra lombar (L1-L3).
TERCEIRA PORÇÃO (INFERIOR):
Possui em torno de 6 a 8 cm e cruza a terceira vértebra lombar (L3).
QUARTA PORÇÃO (ASCENDENTE):
Possui algo em torno de 5 cm e se inicia do lado esquerdo da terceira vértebra lombar e ascende
até a segunda vértebra lombar (L3-L2).
A maior parte dos primeiros 2cm da parte superior do duodeno, imediatamente distal ao piloro, tem
um mesentério e é móvel. Os 3cm distais da parte superior e as outras três partes do duodeno não
têm mesentério e são imóveis por serem retroperitoneais.
PRIMEIRA PORÇÃO
SEGUNDA PORÇÃO
TERCEIRA PORÇÃO
QUARTA PORÇÃO
PRIMEIRA PORÇÃO
A parte superior (primeira) do duodeno surge do piloro, dilatada como uma ampola, e está
sobreposta pelo fígado e vesícula biliar. A parte proximal tem o ligamento hepatoduodenal (parte
do omento menor, como já vimos).
SEGUNDA PORÇÃO
A parte descendente (segunda parte) do duodeno segue inferiormente, curvando-se ao redor da
cabeça do pâncreas. Inicialmente, ele fica à direita e paralelo à veia cava inferior. O
colédoco (Ducto biliar comum) e o ducto pancreático principal (De Wirsung) entram em sua
parede posteromedial. Esses ductos se unem para formar a ampola hepatopancreática (De
Vater) , que se abre em uma eminência, chamada papila duodenal maior localizada
posteromedialmente na mucosa do duodeno descendente.
TERCEIRA PORÇÃO
A parte horizontal (terceira parte) do duodeno segue transversalmente, da direita para a esquerda,
passando pela veia cava inferior, aorta e a terceira vértebra lombar. É atravessado pela artéria e
veia mesentérica superior e pela raiz do mesentério do jejuno e do íleo. Superior a essa porção,
encontra-se a cabeça do pâncreas e seu processo uncinado (Ganchoso) .
QUARTA PORÇÃO
A parte ascendente (quarta) do duodeno segue superiormente e ao longo do lado esquerdo da
aorta para alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas. Nesse ponto, ele se curva
anteriormente para se juntar ao jejuno na flexura duodenojejunal, apoiado pela fixação do músculo
suspensor do duodeno (Ligamento de Treitz) . Esse músculo é composto por uma tira de músculo
esquelético do diafragma e por uma faixa fibromuscular de músculo liso da terceira e quarta parte
do duodeno. A contração desse músculo amplia o ângulo (Ângulo de Treitz) da flexura
duodenojejunal, facilitando a movimentação do conteúdo intraluminal do intestino.
As artérias que suprem o duodeno originam-se da artéria celíaca (ou tronco celíaco) e da artéria
mesentérica superior.
1
O tronco celíaco, por meio da artéria gastroduodenal e seu ramo, a artéria pancreaticoduodenal
superior, suprem o duodeno proximal à entrada do ducto biliar na parte descendente do duodeno.
A artéria mesentérica superior, por meio de seu ramo, a artéria pancreaticoduodenal inferior, supre
o duodeno distal à entrada do ducto biliar.
As artérias pancreaticoduodenais situam-se na curvaentre o duodeno e a cabeça do pâncreas e
suprem ambas as estruturas. A anastomose das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior
(entre as artérias celíaca e mesentérica superior) ocorre entre a entrada do colédoco e a junção
das partes descendente e inferior do duodeno.
2
3
As veias do duodeno seguem as artérias e drenam para a veia porta hepática, algumas
diretamente e outras indiretamente, por meio das veias mesentéricas superiores e esplênicas.
Os vasos linfáticos do duodeno seguem as artérias. Os vasos linfáticos anteriores drenam para os
linfonodos pancreaticoduodenais, localizados ao longo das artérias pancreaticoduodenais superior
e inferior e para os linfonodos pilóricos, que se encontram ao longo da artéria gastroduodenal. Os
vasos linfáticos posteriores passam posteriormente à cabeça do pâncreas e drenam para os
linfonodos mesentéricos superiores.
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Os nervos do duodeno derivam do vago e dos nervos esplâncnicos maior e menor por meio dos
plexos celíaco e mesentérico superior. As fibras nervosas são então conduzidas ao duodeno por
meio de plexos menores periarteriais que se estendem até as artérias pancreaticoduodenais.
Imagem: Shutterstock.com
 O duodeno e sua relação com o pâncreas.
 ATENÇÃO
Note também na imagem a presença do ducto pancreático principal e acessório desaguando na
segunda porção do duodeno.
JEJUNO E ÍLEO
A segunda parte do intestino delgado, o jejuno, começa na flexura duodenojejunal, onde o trato
gastrointestinal retoma o curso intraperitoneal. A terceira parte do intestino delgado, o íleo, termina
na junção ileocecal, a união do íleo terminal com o ceco.
 SAIBA MAIS
Juntos, o jejuno e o íleo possuem em média de 6 a 7 metros de comprimento, o jejuno constituindo
aproximadamente 2/5 e o íleo aproximadamente 3/5 da seção intraperitoneal do intestino delgado.
A maior parte do jejuno encontra-se no quadrante superior esquerdo do compartimento infracólico,
enquanto a maior parte do íleo se encontra no quadrante inferior direito. O íleo terminal
geralmente fica na pelve, de onde sobe, terminando na face medial do ceco. A artéria mesentérica
superior é responsável por irrigar todo o jejuno e o íleo por meio das artérias jejunais e ileais.
Esses vasos formam arcadas (alças) pelo mesentério que originam artérias retas.
Uma das formas de diferenciar o jejuno do íleo é observar tais arcadas arteriais.
 ATENÇÃO
O jejuno apresenta menos arcos arteriais, enquanto no íleo esses arcos estão em maior
quantidade. Uma diferença histológica entre essas porções é dada pela maior presença de
agregados linfoides no íleo, denominados de placas de Peyer.
Os vasos linfáticos especializados nas vilosidades intestinais (minúsculas projeções da membrana
mucosa) que absorvem a gordura são chamados de lácteos. Eles esvaziam seu fluido semelhante
ao leite nos plexos linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo. Os lácteos drenam, por sua vez, em
vasos linfáticos entre as camadas do mesentério. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos
mesentéricos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores e linfonodos Ileocólicos.
A inervação do jejuno e do íleo é dada por fibras simpáticas de nervos que se originam nos
segmentos T8 a T10 da medula espinhal e alcançam o plexo do nervo mesentérico superior por
meio dos troncos simpáticos e nervos esplâncnicos torácicos. As fibras parassimpáticas que
inervam o jejuno e íleo derivam dos troncos vagais posteriores.
Imagem: Shutterstock.com
 Esquema mostrando as porções do intestino delgado e
uma linha representativa de suas divisões.
INTESTINO GROSSO
O intestino grosso mede cerca de 1,5m de comprimento e 6,5cm de diâmetro no cadáver. Seu
nome é devido ao seu diâmetro, relativamente grande. Consiste em oito partes:
Ceco
Apêndice vermiforme
Cólon ascendente
Cólon transverso
Cólon descendente
Cólon sigmoide
Reto
Canal anal
O cólon possui morfologia tecidual típica do trato digestório: mucosa, submucosa, muscular e
serosa/adventícia. A mucosa é forrada por epitélio colunar (cilíndrico) simples (lâmina epitelial),
com microvilosidades longas. Ela é coberta por uma camada de muco que auxilia no transporte
das fezes. A mucosa não contém vilosidades, entretanto, muitas criptas de Lieberkühn, nas quais
numerosas células caliciformes e enteroendócrinas são encontradas.
CECO
O ceco é a primeira parte do intestino grosso, apresenta o formato de uma bolsa situada no
quadrante inferior direito do abdome (Fossa ilíaca) , inferior à válvula ileocecal (ponto de conexão
entre o íleo e o ceco). Preso à sua extremidade inferior está o apêndice vermiforme, um tubo cego
de 2 a 7cm de comprimento. Note na imagem a seguir a presença da válvula ileocecal e do íleo
terminal.
Imagem: Shutterstock.com
 O ceco e o apêndice vermiforme.
APÊNDICE VERMIFORME
O apêndice possui um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que deriva da parte posterior
do mesentério do íleo terminal. O mesoapêndice se conecta ao ceco e à parte proximal do
apêndice e permite a passagem dos vasos apendiculares. De topografia e sintopia variada, as
posições do apêndice são, a saber:
Apêndice descendente (ilíaca [a mais comum] e pélvica)
Apêndice medial
Apêndice ascendente (medial, lateral e retrocecal)
A mucosa do apêndice é povoada por linfócitos e é uma fonte significativa de células
imunológicas. Primatas herbívoros, como gorilas e orangotangos, têm um ceco de tamanho
aumentado, repleto de bactérias que digerem a fibra vegetal em sua dieta. Os humanos, com sua
dieta mais variada e facilmente digerida, têm apenas o apêndice como vestígio do tamanho do
ceco dos primatas.
CÓLONS
O cólon ascendente começa nivelado com a válvula ileocecal e sobe pelo lado direito da
cavidade abdominal. Encontra-se retroperitonealmente no lado direito da cavidade abdominal e
dirige-se em direção à flexura cólica direita próxima à superfície inferior do fígado. Nesse ponto,
ele se curva em um ângulo de 90° e forma a flexura cólica direita (flexura hepática), perto do lobo
direito do fígado, e se torna o cólon transverso.
O cólon transverso, por sua vez, passa horizontalmente pela cavidade abdominal superior, da
direita para a esquerda, projetando-se para dentro do peritônio. Esse segmento colônico cursa
intraperitonealmente em direção ao baço, formando a flexura cólica esquerda (flexura esplênica)
de 90°. Essa parte encontra-se presa à parede abdominal posterior pelo mesocólon, sendo
bastante flexível. Iniciando na flexura cólica esquerda, o cólon descendente procede inferiormente
retroperitonealmente no lado esquerdo da cavidade abdominal e transforma-se no cólon sigmoide,
que possui forma de “S”.
O cólon sigmoide encontra-se intraperitonealmente. Ele também possui um mesocólon. Essa
última parte do cólon termina no reto ao nível de S2-S3. Os cólons ascendente, transverso e
descendente formam uma estrutura quadrada e trilateral ao redor do intestino delgado.
A parede do cólon possui algumas características diferentes do intestino delgado. Devido às
contrações musculares, as paredes dos cólons apresentam pregas semilunares na superfície
interna. As pregas semilunares são causadas de forma meramente funcional, e são móveis. Tais
dobras formam bolsas (seriadas) na superfície externa, chamadas de haustrações (haustros).
A musculatura longitudinal (externa) dos cólons, embora envolva completamente o cólon da
mesma maneira que circunda o intestino delgado, estão concentradas em três faixas espessas,
em forma de fita: as tênias cólicas. O mesocólon está preso às tênias mesocólicas e o omento
maior está preso à tênia omental, enquanto as tênias livres são ilimitadas e completamente
visíveis. Outra característica morfológica do cólon são as pequenas saculações preenchidas por
gorduras formadas pela serosa, os apêndices epiploicos.
A serosa do cólon transverso até o cólon sigmoide frequentemente tem bolsas de gordura,
chamadas de apêndices omentais ou apêndices epiploicos. No reto e no canal anal, omúsculo
longitudinal forma uma lâmina contínua e os haustros estão ausentes.
Imagem: Shutterstock.com
 Esquema demonstrando o intestino grosso.
 ATENÇÃO
Note na imagem as flexuras cólicas direita e esquerda (hepática e esplênica), assim como os
haustros.
A cavidade pélvica é mais estreita que a cavidade abdominal, então, o cólon sigmoide, nivelado
com a crista ilíaca, gira medialmente e desce pela entrada pélvica, onde inicia-se o reto. Isso
resulta em uma porção aproximadamente em forma de “S”, daí o nome sigmoide (pois, no grego, a
letra que representa o som de “S” chama-se sigma).
O cólon ascendente e o cólon descendente são retroperitoneais, enquanto os cólons transverso e
sigmoide são envelopados por serosa, ou seja, peritônio visceral, e ancorados na parede
abdominal posterior pelo mesocólon (mesocólon transverso e mesocólon sigmoide). A serosa do
cólon transverso até o cólon sigmoide frequentemente tem bolsas de gordura, chamadas de
apêndices omentais ou apêndices epiploicos.
O suprimento arterial do cólon ascendente e a flexura cólica direita é proveniente de ramos da
artéria mesentérica superior (artérias ileocólica e cólica direita). Essas artérias se anastomosam
entre si e com o ramo direito da artéria cólica média, a primeira de uma série de arcadas
anastomóticas que são continuadas pelas artérias cólica esquerda e artérias sigmoideas para
formar um canal arterial contínuo, a artéria marginal de Drummond, ou artéria justacólica (arco de
Riolan).
Essa artéria é paralela e se estende ao longo do cólon transverso. Não há um consenso a respeito
da definição exata do que é a artéria marginal de Drummond. Na imagem ao lado, considera-se
que esta artéria se origina do arco justacólico, enquanto alguns autores acreditam que ambas se
tratem do mesmo vaso.
Imagem: Shutterstock.com
 Suprimento arterial dos cólons transverso, descendente
e sigmoide, assim como o reto.
 ATENÇÃO
O suprimento arterial do cólon transverso provém principalmente da artéria cólica média, um ramo
da artéria mesentérica superior. No entanto, o cólon transverso recebe suprimento das artérias
cólicas direita e esquerda por meio da artéria marginal.
A irrigação arterial do cólon descendente e sigmoide provém das artérias cólica esquerda e
sigmoide, ramos da artéria mesentérica inferior. As artérias sigmoides descem obliquamente para
a esquerda, onde se dividem em ramos ascendentes e descendentes. O ramo superior da
artéria sigmoide superior se anastomosa com o ramo descendente da artéria cólica esquerda,
formando assim uma parte da artéria marginal.
Desse modo, na flexura cólica esquerda, há uma transição no suprimento sanguíneo da parte
abdominal do trato digestório: a artéria mesentérica superior supre a parte proximal à flexura,
enquanto a artéria mesentérica inferior supre a parte distal à flexura. Isso ocorre durante o
desenvolvimento embrionário, no qual a artéria celíaca é responsável por suprir o intestino
primitivo anterior, a artéria mesentérica superior é responsável por suprir o intestino primitivo
médio e a artéria mesentérica inferior supre o intestino primitivo posterior.
A drenagem venosa do cólon ascendente e transverso se dá por tributárias da veia mesentérica
superior. A drenagem venosa do cólon descendente e do cólon sigmoide é dada pela veia
mesentérica inferior, que aflui na veia esplênica e para a veia porta hepática.
A drenagem linfática do cólon ascendente passa primeiro para os linfonodos epicólicos e
paracólicos, próximos aos linfonodos ileocólicos e cólicos direitos intermediários, e destes passam
para os linfonodos mesentéricos superiores. A drenagem do cólon transverso corre para os
linfonodos cólicos médios, que por sua vez drenam para os linfonodos mesentéricos superiores.
A drenagem do cólon descendente e do cólon sigmoide é conduzida através dos vasos que
passam para os linfonodos epicólicos e paracólicos e, em seguida, através dos linfonodos cólicos
intermediários ao longo da artéria cólica esquerda. A linfa desses nódulos passa para os
linfonodos mesentéricos inferiores que ficam ao redor da artéria mesentérica inferior.
O suprimento nervoso para o cólon ascendente é derivado do plexo mesentérico superior. O
suprimento nervoso do cólon transverso provém do plexo do nervo mesentérico superior por meio
dos plexos periarteriais das artérias cólicas direita e média. Esses nervos transmitem fibras
nervosas aferentes simpáticas, parassimpáticas (provenientes do vago) e viscerais.
Para o cólon descendente e sigmoide, a porção proximal à flexura cólica esquerda possui fibras
nervosas simpáticas e parassimpáticas provenientes do plexo aórtico. A porção distal à flexura
recebe ramos da parte lombar do tronco simpático via nervos esplâncnicos lombares e ramos do
plexo mesentérico superior e dos plexos periarteriais que seguem a artéria mesentérica inferior e
seus ramos. O suprimento nervoso parassimpático provém dos nervos esplâncnicos pélvicos, via
plexo hipogástrico inferior.
RETO E CANAL ANAL
O reto possui cerca de 15 cm de comprimento, é a continuação do intestino grosso para a
cavidade pélvica e se inicia a partir da junção reto sigmoide. Apesar do nome, não é uma porção
do intestino perfeitamente reta, pois possui três ligeiras curvas laterais, além de uma curvatura
anteroposterior. A mucosa retal é mais lisa que a do cólon. Possui três dobras (pregas) retais
transversais internas (valvas retais: superior, média e inferior) que permitem reter fezes durante a
passagem dos gases.
O peritônio cobre as superfícies anterior e lateral do terço superior do reto, apenas a superfície
anterior do terço médio e nenhuma superfície do terço inferior. Nos homens, o peritônio reflete-se
do reto para a parede posterior da bexiga, onde forma o
assoalho da escavação (Recesso) retovesical (Espaço de Retzius) . Nas mulheres, o peritônio
reflete do reto para a parte posterior do fórnice da vagina,
onde forma o assoalho da escavação (Bolsa) retouterina (Saco de Douglas) .
Em ambos os sexos, os reflexos laterais do peritônio a partir do terço superior do reto formam
fossas pararretais que permitem que o reto se distenda à medida que se enche de fezes. O reto
encontra-se anteriormente a três vértebras sacrais inferiores e ao cóccix, ao ligamento
anococcígeo, aos vasos sacrais medianos e às extremidades inferiores dos troncos simpáticos e
plexos sacrais.
Imagem: Shutterstock.com
Nos homens, o reto está relacionado anteriormente ao fundo da bexiga urinária, partes terminais
dos ureteres, ducto deferente, glândulas seminais e próstata. O septo retovesical (fáscia de
Denonvilliers) fica entre o fundo da bexiga e a ampola do reto e está associado às glândulas
seminais e à próstata.

Imagem: Shutterstock.com
Nas mulheres, o reto está relacionado anteriormente à vagina e é separado da parte posterior do
fórnice e do colo pela escavação retouterina (de Douglas). Inferior a esta escavação, o septo
retovaginal fraco separa a metade superior da parede posterior da vagina do reto.
A mucosa do canal anal forma cristas longitudinais chamadas colunas anais, com depressões
entre elas, chamadas seios anais. Conforme as fezes passam pelo canal, elas pressionam as
suas células e fazem com que exalem muco extra, que lubrifica o canal durante a defecação. O
canal anal é estruturado por dois tubos musculomembranosos sobrepostos:
O esfíncter interno, espessamento terminal da musculatura circular da parede do intestino grosso.
O esfíncter externo, porção terminal da musculatura levantadora do ânus.
O esfíncter externo é composto por três fascículos:
O PROFUNDO
O SUPERFICIAL
O SUBCUTÂNEO
Aparentemente, possui apenas uma região que se destaca de sua estrutura principal, a porção
subcutânea. O restante do esfíncter externo forma um tubo muscular contínuo com o músculo
puborretal (constituinte do o anel anorretal, sentido ao toque retal), porção mais interna da
musculatura levantadora do ânus (formada também pelos músculosiliococcígeo e pubococcígeo)
que constitui o assoalho muscular da pelve.
O esfíncter interno é composto de musculatura lisa, suprido por inervação autônoma, enquanto o
externo é formado de musculatura estriada, possuindo inervação somática. Assim, o ânus é
normalmente mantido fechado por dois anéis musculares. O esfíncter anal interno está sob
controle involuntário e relaxa automaticamente quando o reto é distendido com fezes. O esfíncter
anal externo está sob controle voluntário e permite adiar a defecação quando apropriado.
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 Anatomia do reto e canal anal.
O suprimento nervoso para o reto vem dos sistemas simpático e parassimpático.
O suprimento simpático provém da medula espinhal lombar, conduzido pelos nervos esplâncnicos
lombares e pelos plexos hipogástrico e pélvico, assim como por ramos dos plexos periarteriais das
artérias mesentérica inferior e retal superior.
O suprimento parassimpático vem do nível S2-S4 da medula espinhal, passando pelos nervos
esplâncnicos pélvicos e pelos plexos hipogástricos inferiores esquerdo e direito para o plexo
pélvico.
O sangue venoso do reto é drenado pelas veias retais superior, média e inferior. As anastomoses
servem de via de circulação colateral entre a circulação portal e a circulação sistêmica na parede
do canal anal. Como a veia retal superior drena para o sistema venoso portal e as veias retais
média e inferior drenam para o sistema sistêmico, essas anastomoses são áreas clinicamente
importantes de anastomose porta-cava. Ao contrário das veias dos membros, as veias retais não
têm válvulas e estão particularmente sujeitas à distensão e acúmulo venoso.
O plexo venoso retal submucoso circunda o reto, comunicando-se com o plexo venoso vesical nos
homens e com o plexo venoso uterovaginal nas mulheres. O plexo venoso retal consiste em duas
partes:
O plexo venoso retal interno, logo acima da mucosa da junção anorretal
O plexo venoso retal externo subcutâneo, externo à parede muscular do reto.
Embora esses plexos carreguem o termo “retal”, eles são principalmente "anais" em termos de
localização, função e significado clínico.
ELEMENTOS DO TUBO DIGESTIVO
O especialista José Carlos Siciliano fará resumo do módulo, abordando todos os subtópicos
descritos neste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL A PARTE DO DUODENO, QUE, CRUZADA TRANSVERSALMENTE
AO SEU EIXO PELO MESOCÓLON, É A MAIOR EM COMPRIMENTO?
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Primeira porção (ou superior)
B) Segunda porção (ou descendente)
C) Terceira porção (ou inferior)
D) Quarta porção (ou ascendente)
E) Quinta porção
2. A SINTOPIA E VARIAÇÃO DE POSIÇÃO DO APÊNDICE VERMIFORME É
DE EXTREMA IMPORTÂNCIA NA SEMIOLOGIA E CIRURGIA. DAS
SITUAÇÕES LISTADAS ABAIXO, QUAL É A MAIS FREQUENTE?
ASSINALE A CORRETA:
A) Retrocecal
B) Subcecal
C) Medial
D) Ilíaco
E) Posterior
GABARITO
1. Qual a parte do duodeno, que, cruzada transversalmente ao seu eixo pelo mesocólon, é a
maior em comprimento? Assinale a alternativa correta:
A alternativa "B " está correta.
A parte descendente (segunda porção) do duodeno possui em torno de 7 a 10cm e tem trajetória
inferior, situada ao lado direito entre a primeira e a terceira vértebra lombar (L1-L3).
2. A sintopia e variação de posição do apêndice vermiforme é de extrema importância na
semiologia e cirurgia. Das situações listadas abaixo, qual é a mais frequente?
Assinale a CORRETA:
A alternativa "D " está correta.
O apêndice vermiforme apresenta grande variação de posição na fossa ilíaca. Existem três grupos
de variações, as ascendentes, mediais e descendentes. Dessa última, a descendente ilíaca é mais
frequente.
MÓDULO 3
 Conhecer os órgãos e glândulas anexas do sistema digestório
DENTES
Os dentes são chamados coletivamente de dentição e servem para realizar a fase mecânica da
digestão, triturando os alimentos ingeridos em pedaços menores. Isso não apenas torna o
alimento mais fácil de engolir, mas também expõe mais área de superfície à ação das enzimas
digestivas acelerando a digestão. Os adultos normalmente apresentam um total de dezesseis
dentes na mandíbula e dezesseis na maxila. Da linha média até a parte posterior de cada
mandíbula ou maxila, existem dois incisivos, um canino, dois pré-molares e até três molares
(conhecidos como sisos).
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 Dentição humana permanente.
Os incisivos são dentes cortantes em forma de bisel usados para morder um pedaço de comida.
Os caninos são mais pontiagudos e agem para perfurá-los e rasgá-los. Eles servem como armas
em muitos mamíferos, mas foram reduzidos no curso da evolução humana até que agora mal se
projetam além dos outros dentes. Os pré-molares e os molares têm superfícies largas para triturar
alimentos.
Cada dente está embutido em uma cavidade chamada alvéolo, formando uma articulação do tipo
fibrosa, denominada de gonfose, que ocorre entre o dente e o osso. O alvéolo é revestido por um
ligamento periodontal, um periósteo modificado cujas fibras de colágeno penetram no osso, de um
lado, e no dente, de outro. Isso ancora o dente firmemente no alvéolo, mas permite um leve
movimento sob o estresse da mastigação. A gengiva cobre o osso alveolar.
As regiões de um dente são definidas por sua relação com a gengiva:
A coroa está exposta na cavidade oral, é a porção acima da gengiva.
A raiz é a porção inserida no alvéolo abaixo da gengiva.
Colo é a linha onde a coroa, a raiz e a gengiva se encontram.
O espaço entre o dente e a gengiva é o sulco gengival.
A maior parte do dente consiste em tecido duro amarelado chamado dentina, coberto por esmalte
na coroa e cemento na raiz. A dentina e o cemento são tecidos conjuntivos vivos com células ou
processos celulares embutidos em uma matriz calcificada.
As células do cemento (cementócitos) estão espalhadas mais ou menos aleatoriamente e ocupam
cavidades minúsculas semelhantes às lacunas do osso. As células da dentina (odontoblastos)
revestem a cavidade pulpar e possuem processos delgados que viajam por meio de minúsculos
túneis paralelos na dentina. O esmalte não é um tecido, mas uma secreção livre de células
produzida antes de o dente emergir acima da gengiva. A dentina e o cemento danificados podem
se regenerar, mas o esmalte danificado não; deve ser reparado artificialmente.
Internamente, um dente possui uma cavidade pulpar dilatada na coroa e na raiz superior e um
canal radicular estreito na raiz inferior. Esses espaços são ocupados pela polpa, uma massa de
tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. Esses nervos e vasos entram no
dente através de um poro, o forame apical, na extremidade inferior de cada canal radicular.
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 Anatomia típica de um dente.
Os dentes se desenvolvem sob as gengivas e emergem (erupção dentária) em uma ordem
previsível. Vinte dentes decíduos (dentes de leite) surgem com idades entre seis e trinta meses,
começando pelos incisivos. Entre seis e vinte e cinco anos, eles são substituídos por 32 dentes
permanentes.
À medida que um dente permanente cresce e se torna um dente decíduo, sua raiz se dissolve e
deixa pouco mais do que a coroa quando se desprende e cai. Os terceiros molares surgem por
volta dos 17 a 25 anos. Ao longo da evolução humana, o rosto tornou-se mais achatado e as
mandíbulas, mais curtas, deixando pouco espaço para os terceiros molares. Assim, muitas vezes,
permanecem abaixo da gengiva e ficam oclusos.
LÍNGUA
A língua é composta por músculo esquelético e coberta por uma membrana mucosa e papilas
gustativas. Junto com seus músculos associados, ela forma o assoalho da cavidade oral. Auxilia
na formação da fala articulada. É dividida em metades laterais simétricas por um septo mediano
que se estende por todo o seu comprimento, sendo fixada ao osso hioide, ao processo estiloide do
osso temporal e à mandíbula. Cada metade da língua consiste em um complemento idêntico de
músculos extrínsecos e intrínsecos.
Os músculos extrínsecos da línguase originam fora dela, de regiões adjacentes, e se inserem em
seus tecidos conjuntivos. São:
Músculo genioglosso
Músculo hioglosso
Músculo estiloglosso
Os músculos extrínsecos movem a língua de um lado para o outro e para dentro e para fora para
manobrar o alimento para mastigar, moldar o alimento em uma massa arredondada e forçá-lo a ir
para o fundo da boca para ser deglutido. Eles também formam o assoalho da boca e mantêm a
língua na posição.

Os músculos intrínsecos da língua se originam e se inserem no tecido conjuntivo da própria língua.
Eles alteram a forma e o tamanho da língua para falar e deglutir.
Os músculos intrínsecos são:
Músculo longitudinal superior
Músculo longitudinal inferior
Músculo transverso da língua
Músculo vertical da língua
O frênulo (freio) lingual é uma prega de membrana mucosa na linha média da superfície inferior da
língua, é anexado ao assoalho da boca e auxilia na limitação do movimento da língua
posteriormente. Cada lado do frênulo, uma veia lingual profunda, é visível através da fina
membrana mucosa. A carúncula sublingual está presente em cada lado da base do frênulo lingual
que inclui a abertura do ducto submandibular da glândula salivar submandibular.
O dorso (superfície superior) e as superfícies laterais da língua são cobertos por papilas
gustativas, projeções da lâmina própria cobertas por epitélio escamoso estratificado. Existem
quatro tipos de papilas (onde somente as últimas não possuem botões gustativos):
PAPILAS VALADAS OU CIRCUNVALADAS
PAPILAS FUNGIFORMES
PAPILAS FOLIÁCEAS
PAPILAS FILIFORMES
PAPILAS VALADAS OU CIRCUNVALADAS
As papilas valadas são grandes e se agrupam em número médio de 12, numa região conhecida
como V lingual, situada posteriormente na língua, margeadas pelo sulco terminal. Elas contêm em
torno de 100 a 300 botões gustativos.
PAPILAS FUNGIFORMES
As papilas fungiformes possuem um formato histológico semelhante a um cogumelo e estão
espalhadas por toda a superfície da língua, cada uma contendo em média 5 botões gustativos.
PAPILAS FOLIÁCEAS
As papilas foliáceas estão situadas nas margens laterais da língua e a maioria de seus botões
gustativos degenera na infância.
PAPILAS FILIFORMES
As papilas filiformes estão situadas em toda a superfície da língua, entretanto não possuem
botões gustativos. Essas papilas são pontiagudas e possuem receptores táteis e aumentam o
atrito entre a língua e o alimento, tornando mais fácil para a língua mover o bolo alimentar na
cavidade oral.
A mucosa da parte posterior da língua é espessa e livremente móvel. Não tem papilas linguais,
mas os nódulos linfoides subjacentes dão a essa parte da língua uma aparência irregular. Os
nódulos linfoides são conhecidos coletivamente como tonsilas linguais. A parte faríngea da língua
constitui a parede anterior da orofaringe e está presa à cartilagem epiglote por pregas
glossoepiglóticas.
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 Anatomia da língua.
1
As glândulas linguais na lâmina própria da língua secretam muco e um líquido seroso aquoso que
contém a enzima lipase lingual, que atua em até 30% dos triglicerídeos dietéticos e os converte
em ácidos graxos e diglicerídeos mais simples.
As artérias da língua derivam da artéria lingual, que se origina da artéria carótida externa. As veias
da língua são as veias linguais dorsais, que acompanham a artéria lingual; as veias linguais
profundas, que começam no ápice da língua, correm posteriormente ao lado do frênulo lingual
para se juntar à veia sublingual.
2
3
A maior parte da drenagem linfática converge para a drenagem venosa e a segue; no entanto, a
linfa da ponta da língua, frênulo e lábio inferior central segue um curso independente. Toda a linfa
da língua finalmente drena para os linfonodos cervicais profundos e passa através dos troncos
venosos jugulares para o sistema venoso nos ângulos venosos direito e esquerdo.
Todos os músculos da língua, exceto o palatoglosso, recebem inervação motora do nervo
hipoglosso, o XII par de nervo craniano. Palatoglosso é um músculo palatino suprido pelo plexo
faríngeo. Para sensações gerais (toque e temperatura), a mucosa dos dois terços anteriores da
língua é suprida pelo nervo lingual, um ramo do nervo mandibular (proveniente do trigêmeo, V par
de nervo craniano).
Para sensação especial (paladar), essa parte da língua, exceto as papilas valadas, recebem um
ramo do nervo facial, o VI par de nervo craniano. A mucosa do terço posterior da língua e as
papilas valadas são supridas pelo nervo glossofaríngeo, o IX par de nervo craniano. Existem
quatro percepções sensoriais básicas de sabor: (1) doce, (2) salgado, (3) azedo e (4) amargo. A
percepção de doçura é detectada no ápice, salgada é detectada nas margens laterais, e as de
acidez e de amargor, na parte posterior da língua.
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 Esquema demonstrando a área correspondente à percepção dos sabores.
GLÂNDULAS SALIVARES
Existem dois tipos de glândulas salivares, as intrínsecas (Menores) e as extrínsecas (Maiores) .
GLÂNDULAS SALIVARES INTRÍNSECAS
As glândulas salivares intrínsecas são formadas por um número indefinido de pequenas
glândulas dispersas entre os outros tecidos orais. Elas incluem glândulas linguais, glândulas
labiais na parte interna dos lábios, glândulas bucais na mucosa jugal (parte interna das
bochechas) e glândulas palatinas, no palato. Elas secretam saliva a uma taxa constante, quer
estejamos comendo, quer não, mas em quantidades relativamente pequenas. Essa saliva mantém
a boca úmida e inibe o crescimento bacteriano.
GLÂNDULAS SALIVARES EXTRÍNSECAS
As glândulas salivares extrínsecas são três pares de órgãos maiores e localizados fora da
mucosa oral. Elas se comunicam com a cavidade oral por meio de ductos, que são:
A glândula parótida, a maior, localizada logo abaixo da pele, anteriormente ao lóbulo da
orelha. Seu ducto (ducto parotídeo, ou ducto de Stenon) cruza superficialmente o músculo
masseter, perfura o músculo bucinador e se abre em um óstio na boca, nivelado com o
segundo molar superior.
A glândula submandibular, localizada a meio caminho ao longo do corpo da mandíbula,
medialmente à sua margem, profundamente ao músculo milo-hióideo. Seu ducto (ducto
submandibular, ou ducto de Wharton) penetra na cavidade oral por meio de uma papila
situada lateralmente ao frênulo lingual, a carúncula lingual. A glândula submandibular é
sulcada na maioria das vezes pela artéria facial, ramo da artéria carótida externa.
A glândula sublingual, localizada no assoalho da boca. Possui múltiplos ductos que
desembocam na boca posterior à carúncula submandibular.
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 As glândulas salivares maiores.
 SAIBA MAIS
Todas essas glândulas salivares maiores são tubuloacinares compostas com um arranjo
semelhante a uma árvore de ductos ramificados terminando em ácinos; alguns possuem apenas
células mucosas, alguns apenas células serosas e alguns apresentam uma mistura de ambas
(ácinos mistos).
A saliva umedece a boca, digere uma pequena quantidade de amido e gordura; limpa os dentes;
inibe o crescimento bacteriano; dissolve moléculas para que possam estimular as papilas
gustativas; umedece e lubrifica os alimentos e une as partículas para ajudar na deglutição. É uma
solução formada por 97% a 99,5% de água e os seguintes solutos:
1
Amilase salivar, uma enzima que inicia a digestão do amido na boca.
Lipase lingual, uma enzima que é ativada pelo ácido gástrico e digere a gordura após a ingestão
do alimento.
2
3
Muco, que se liga à massa alimentar de forma a lubrificá-la e ajudar na deglutição.
Lisozima, uma enzima que auxilia a eliminar bactérias.
4
5
Imunoglobulina A (IgA), um anticorpo que inibe o crescimento bacteriano.
Eletrólitos, incluindo sódio, potássio, cloreto, fosfato e sais de bicarbonato.
6
A salivação é controlada por grupos de neurônios chamados núcleos salivatórios no bulbo e ponte,
elementos do tronco encefálico. Eles recebem sinais dos receptores sensoriais na boca,bem
como de centros cerebrais superiores que respondem ao odor, visão ou pensamento da comida. A
salivação está principalmente sob o controle de fibras parassimpáticas dos nervos facial (VII) e
glossofaríngeo (IX), que estimulam a secreção de saliva aquosa e rica em enzimas. As fibras
simpáticas dos gânglios cervicais estimulam a secreção de saliva mais espessa e rica em muco.
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula flácida, com pouco tecido conjuntivo, e alongada em forma de
“martelo”, topograficamente no plano transverso do abdome. Está relacionado com o duodeno
pela cabeça e processo uncinado. É uma glândula volumosa, achatada e finamente lobulada;
produz secreções exócrinas e endócrinas, sendo, portanto, chamada de anfícrina.
PROCESSO UNCINADO
Região anatômica do pâncreas que faz relação com o duodeno. Etimologicamente, uncinado
significa “em forma de gancho”.
O pâncreas está localizado na parte superior e, aproximadamente, 2/3 de sua estrutura, na porção
posterior da cavidade abdominal, ocultado por órgãos da região epigástrica em um plano
retromesocólico. Na superfície, encontra-se delimitado no quadrante superior esquerdo, contudo,
não é acessível ao exame físico. Situa-se retroperitoneal e transversalmente da direita para a
esquerda, levemente oblíquo, de baixo para cima, e posterior ao estômago entre o duodeno, à
direita, e o baço, à esquerda: na sua maior parte, atrás do omento menor.
O mesocólon transverso se fixa à sua margem anterior. O pâncreas se estende do lado direito das
vértebras L1, L2 e às vezes L3, para a esquerda até o hilo do baço, passando por diante da veia
cava inferior e da aorta. O pâncreas forma um perfil sinuoso em uma secção transversa e que não
é evidente quando visto anteriormente.
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RETROMESOCÓLICO
Atrás do mesocólon (porção central do cólon transverso).
 VOCÊ SABIA
O peso médio do pâncreas é, aproximadamente, 100g nos homens e de 80 a 85g nas mulheres,
medindo aproximadamente 15 cm de comprimento, 4cm de altura e 2cm de espessura. Esse
órgão consiste em uma cabeça, colo, corpo e cauda ― porções estão fixadas à parede abdominal
posterior, com exceção da cauda que é, porém, pouco móvel. A forma do pâncreas é alongada e
lobulada, por suas características de superfície, assim como por sua estrutura, e apresenta
analogia com as glândulas salivares.
A cabeça, larga e plana, se adapta emoldurando-se perfeitamente à curvatura côncava do
duodeno, lembrando o formato de um disco que tem pequena orientação anterior direita. Para a
esquerda, a parte da cabeça é continuada pelo colo (Istmo) e, da parte inferior da cabeça para a
esquerda, projeta-se o processo uncinado (Ganchoso) .
O colo é comprimido pelos vasos mesentéricos superiores (artéria e veia) que se situam na
incisura pancreática, um sulco profundo na face posterior do colo. O processo uncinado situa-se
inferiormente ao colo do pâncreas, posteriormente estão os vasos mesentéricos superiores. Esses
vasos estão comprimidos, por assim dizer, entre o colo, para cima e anteriormente, o processo
uncinado para baixo e posteriormente.
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 Anatomia do pâncreas.
O corpo situa-se acima da flexura duodenojejunal e sobre o rim esquerdo, onde se afila na cauda,
que se estende pelo ligamento esplenorrenal.
A função exócrina é exercida pelos ácinos pancreáticos que lançam no duodeno (2ª parte,
descendente) uma secreção constituída de algumas das mais importantes enzimas digestivas
capazes de hidrolisar proteínas, gorduras e carboidratos.

Já a função endócrina, exercida pelas
ilhotas pancreáticas (De Langherans) , lança no sistema venoso (Pela veia esplênica)
hormônios (Insulina e glucagon) que são essenciais ao metabolismo dos carboidratos.
O suco pancreático corre por ductos menores, que, em última instância, unem-se e formam o
ducto pancreático principal (De Wirsung) .

Este se une ao
ducto colédoco (Biliar comum) e entra no duodeno como um ducto comum dilatado chamado de
ampola hepatopancreática, ou ampola de Vater.

A ampola se abre em uma elevação da mucosa duodenal conhecida como papila maior do
duodeno (De Vater) .
A passagem do suco pancreático e da bile através da ampola hepatopancreática para o duodeno
do intestino delgado é regulada por uma massa de músculo liso que envolve a ampola,
conhecida como esfíncter da ampola hepatopancreática (De Oddi) . O outro ducto principal do
pâncreas, o ducto pancreático acessório (De Santorini) , sai do pâncreas e deságua no duodeno,
na papila menor do duodeno, também na segunda porção.
O pâncreas é irrigado pelos ramos da artéria tronco celíaco e da artéria mesentérica superior.

Os arcos pancreáticos são formados superiormente, por ramos da artéria gastroduodenal e
inferiormente, por ramos da artéria mesentérica superior.

O colo, o corpo e cauda do pâncreas são irrigados pela artéria esplênica.
A artéria pancreaticoduodenal superior anterior representa um dos ramos terminais da artéria
gastroduodenal que desce posteriormente à 1ª porção do duodeno. A artéria pancreaticoduodenal
superior posterior é fornecida pela artéria gastroduodenal antes de dividir-se em seus ramos
terminais. A artéria pancreaticoduodenal superior posterior percorre inferiormente ao longo do lado
esquerdo do colédoco.
As duas artérias pancreaticoduodenais inferiores provêm de um tronco comum emitido pela artéria
mesentérica superior que se divide em ramo anterior e posterior. Esses vasos ascendem na
intimidade da cabeça do pâncreas ou na sua superfície para se anastomosar com as artérias
respectivas derivadas da gastroduodenal.
O sistema venoso é correspondente ao arterial, e as veias drenam para a veia porta hepática. Os
vasos linfáticos eferentes do tecido pancreático drenam para os linfonodos da região celíaca e
para os linfonodos do grupo mesentérico superior.
O pâncreas é inervado por fibras nervosas autônomas e sensoriais que surgem dos plexos celíaco
e mesentérico superior. As fibras sensoriais incluem algumas relacionadas com os reflexos e
outras relacionadas com dor. As fibras relacionadas com percepção dolorosa do pâncreas entram
na medula espinhal através dos nervos esplâncnicos.
FÍGADO
O fígado é o maior órgão glandular do abdome, de consistência mole e coloração vermelho
escuro. Topograficamente, está localizado imediatamente inferior ao diafragma e preenche a maior
parte do hipocôndrio direito e região epigástrica. É a maior glândula do corpo, pesando entre 1.4-
1.8 kg no homem adulto e 1.1-1.4 kg na mulher. No adulto mede 20-25 cm no eixo transversal e
10-12 cm no anteroposterior.
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Funções do fígado:
Digestão: Sintetiza bile, que emulsifica lipídeos e facilita sua digestão.
Metabolismo: É capaz de realizar gliconeogênese, um processo que visa produzir glicose a
partir de compostos que não são carboidratos; metaboliza e sintetiza aminoácidos, além de
ser capaz de converter amônia em ureia; participa do metabolismo do calcitriol, forma ativa
da vitamina D.
Síntese proteica: Sintetiza a maioria das proteínas plasmáticas, como a albumina,
fibrinogênio, protrombina e outros fatores de coagulação.
Desintoxicação: O fígado é capaz de remover álcool e diversas drogas da corrente
sanguínea.
Defesa: Possui macrófagos (células de Kupffer) que auxiliam o organismo na defesa de
patógenos.
Devido a essa gama de funções, é fácil entender por que doenças como cirrose, hepatite e câncer
de fígado são sérias e, frequentemente, evoluem fatalmente. Apenas uma dessas funções
contribui para a digestão ― a secreção da bile.
A bile é um fluido verde que contém minerais, colesterol, gorduras neutras, fosfolipídios, pigmentos
biliares e ácidos biliares. O principal pigmento é a bilirrubina, derivada da decomposição da
hemoglobina. As bactérias do intestino grosso metabolizam a bilirrubina em urobilinogênio, que é
responsável pela cor marrom das fezes. Na ausência de secreção de bile (acolia),

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