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Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Apresentação Durante muito tempo, os excipientes eram considerados substâncias inertes, sem qualquer efeito biológico sobre a pele. Hoje, sabe-se que muitas matérias-primas utilizadas como adjuvantes na formulação apresentam propriedades importantes na fisiologia cutânea, com efeitos terapêuticos ou até reações adversas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as principais matérias-primas utilizadas nos cosméticos e entender a importância de cada uma no desenvolvimento da formulação, bem como seu efeito sobre a pele. Também irá aprender sobre alguns componentes responsáveis por reações cutâneas comuns ao uso dos cosméticos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar componentes primários (emolientes, umectantes, tensoativos, filtros solares e espessantes). • Relacionar todos os componentes primários identificados à interferência na fisiologia cutânea.• Reconhecer riscos pelo uso de cosméticos associados a componentes secundários (conservantes, corantes, fragrâncias, antioxidantes). • Desafio Já faz algum tempo que, ao comprar um protetor solar, é preciso se preocupar não apenas com o fator de proteção contra os raios UVB, mas, também, com a proteção anti-UVA. Recentemente, muitos produtos estão apresentando, além da proteção contra a radiação ultravioleta, ativos contra a luz visível e azul. Imagine a seguinte situação: a cliente Marta chega ao seu consultório com um produto que acabou de comprar, mas está em dúvida quanto aos efeitos. Observe o rótulo do produto. Agora, responda: 1. Como você explicaria para a cliente por que existem dois números de fotoproteção, e qual a importância de cada um? 2. Qual a importância da proteção contra luz visível, azul e infravermelho? 3. Que tipos de ativos podem auxiliar nessa proteção? Infográfico Os produtos cosméticos são formados por uma série de matérias-primas e, muitas vezes, por associações de componentes com características semelhantes. Isso melhora a performance do produto. Saber identificar os componentes e as propriedades de cada um é de extrema relevância para o profissional de Estética. Veja, no Infográfico a seguir, as matérias-primas de um creme com proteção solar, além das funções que cada uma delas exerce na formulação e na pele. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f2ed9968-bcc6-415a-ba03-92dc23ade2e7/e362c315-c4ed-4d90-b1c3-ccb4b646acb9.png Conteúdo do livro Matéria-prima é toda substância ativa ou inativa, com especificação definida, empregada no preparo de medicamentos e de outros produtos, como os cosméticos. Existem diversas classes de matérias-primas de acordo com as funções exercidas, como: aumentar a estabilidade do produto; melhorar o sensorial, conferindo maior espalhabilidade, além de cor e odor agradáveis; promover melhor a permeação cutânea; solubilizar componentes durante o desenvolvimento da forma farmacêutica; entre outras. No capítulo Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas, da obra Formulações em Cosmetologia, você vai estudar algumas das matérias-primas mais utilizadas no desenvolvimento de um cosmético. Ainda, você verá as características e as funções dos umectantes, emolientes, espessantes e filtros solares no produto, além de compreender a importância desses componentes na fisiologia cutânea, como eles agem na pele. Por fim, você verá os componentes secundários da formulação, como os conservantes, os corantes, as fragrâncias e os antioxidantes e qual a sua relação com algumas reações cutâneas. Boa leitura. FORMULAÇÕES EM COSMETOLOGIA Alexandra Allemand Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os componentes primários, como emolientes, umectantes, tensoativos, filtros solares e espessantes. � Relacionar todos os componentes primários identificados à interfe- rência na fisiologia cutânea. � Reconhecer os riscos pelo uso de cosméticos associados aos com- ponentes secundários, como conservantes, corantes, fragrâncias e antioxidantes. Introdução Neste capítulo, você estudará algumas das matérias-primas mais utilizadas no desenvolvimento de um cosmético, bem como as características e funções de umectantes, emolientes, espessantes e filtros solares nesse produto. Você compreenderá também a importância desses componentes na fisiologia cutânea, como eles agem na pele; os componentes secun- dários da formulação, por exemplo, conservantes, corantes, fragrâncias e antioxidantes, e qual a sua relação com algumas reações cutâneas. Componentes primários da formulação cosmética Os umectantes e emolientes são matérias-primas muito utilizadas em asso- ciação para promover hidratação e maciez à pele. Os umectantes pertencem a um grupo de compostos hidrofílicos e, devido à sua propriedade higroscópica de absorção de água, são capazes de retê-la na formulação evitando seu ressecamento. Muitos deles também apresentam propriedade de emoliência. Um dos seus principais representantes é a glicerina, frequentemente utilizada pelo seu baixo custo e pela alta eficácia (CORRÊA, 2012; RIBEIRO, 2010). Já os emolientes, além dos benefícios para a pele, melhoram as caracte- rísticas da formulação cosmética, bem como a espalhabilidade, sensação ao toque e viscosidade, podendo promover maior duração do efeito e poder de propagação. Eles são representados pelos óleos, que podem ser quimicamente diferentes, alguns mais hidrofílicos, leves e não pegajosos; e outros mais lipofílicos e, portanto, mais oleosos (LIPIZENČIĆ; PAŠTAR; MARINOVIĆ- KULIŠIĆ, 2006). Os espessantes, por sua vez, são excipientes utilizados para aumentar a viscosidade do produto e melhorar sua estabilidade, podem ser chamados também de agentes de viscosidade ou doadores de consistência. Usa-se alguns deles, denominados de agentes suspensores, em muitas formulações para reduzir a velocidade de sedimentação de partículas dispersas em um veículo no qual não são solúveis. Alguns agentes geleificantes também apresentam a propriedade de espessamento (FERREIRA, 2011). Muitos compostos apresentam mais de uma propriedade, podendo ser umectante e emoliente ao mesmo tempo ou emoliente e espessante, por exem- plo. Já a predominância de uma propriedade sobre a outra é determinada pela concentração usada para cada matéria-prima. O Quadro 1 demonstra alguns exemplos de substâncias umectantes, emo- lientes e espessantes. Substância Umectante Emoliente Espessante Glycerin x Propylene glycol x Sorbitol x Trehalose x Lanolin x Liquid paraffin (mineral oil) x Paraffin x X Quadro 1. Substâncias umectantes, emolientes e espessantes (Continua) Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas2 Fonte: Rowe, Shesket e Fuinn (2009). Substância Umectante Emoliente Espessante Almond oil x Cetostearyl alcohol x X Carboxymethylcellulose (CMC) X Ethylcellulose (HEC) X Carbômeros (polycarbophil, etc.) X Xanthan gum X Quadro 1. Substâncias umectantes, emolientes e espessantes Os tensoativos constituem outro tipo de matéria-prima utilizada em diversas formulações cosméticas e têm a capacidade de alterar a tensão superficial, permi- tindo formulações mais estáveis e uniformes, devido à sua propriedade molecular de ter afinidade com substâncias hidrossolúveis e lipossolúveis. Por isso, eles são muito empregados no preparo de emulsões, que se tratam de formas farmacêuticas caracterizadas por componentes oleosos e aquosos. Além disso, apresentam características como detergência e formação de espuma, sendo matérias-primas indispensáveis na formulação de sabonetes e xampus (FERREIRA, 2011). Você deve se lembrar de que a polaridade é a principal característica a ser considerada quando se escolheum tensoativo para uma aplicação. Os tensoativos aniônicos, ao se ionizarem em solução aquosa, fornecem íons orgânicos carregados negativamente. Eles constituem sua maior classe e a mais utilizada pela indústria em geral, bem como são os principais tensoati- vos de sabões, sabonetes, xampus e detergentes. Por exemplo: sodium lauryl sulfate, disodium laureth sulfossuccinate, docusate sodium, triethanolamine (TEA) lauryl sulfate e ammonium lauryl sulfate. Já os catiônicos, ao se ionizarem em solução aquosa, fornecem íons orgâ- nicos carregados positivamente e são, em geral, utilizados na composição de produtos como condicionadores, máscaras capilares e amaciantes de roupas. Seus agentes têm propriedades antiestáticas, capacidade de adesão à superfície, alinhamento de fibras têxteis e dos cabelos, tornando os fios e tecidos mais macios. Constituem uma classe representada por poucos tensoativos. Por exemplo: cetrimonium chlorid, cetylpyridinium chloride. (Continuação) 3Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Os tensoativos não iônicos possuem grupos hidrofílicos sem carga ligados à cadeia graxa, compatíveis com a maioria das matérias-primas, apresentam baixa irritabilidade à pele e aos olhos, mas têm baixo poder de espuma e detergência. Devido a essas propriedades, são muito usados em xampus e sabonetes infantis. Por exemplo: cocamide diethanolamine (DEA), decyl glucoside, lauryl glucoside. Os tensoativos anfóteros, por sua vez, fornecem íons orgânicos carregados positiva ou negativamente, dependendo do pH do meio, eles se comportam como tensoativos aniônicos ou catiônicos em meio alcalino ou ácido respec- tivamente. Por exemplo: cocamidopropyl betaine, sodium cocoamphoacetate (DALTIN, 2011). A definição clássica de protetor solar, segundo Pathak (1997), é um pro- duto destinado a bloquear o sol e proteger ou abrigar células viáveis da pele contra efeitos potencialmente danosos da radiação ultravioleta (UV), como queimadura solar e câncer de pele. Já pelos conceitos atuais, fotoprotetores tópicos, protetores ou filtros solares são substâncias de aplicação cutânea em diferentes apresentações que contenham em sua formulação ingredien- tes capazes de interferir na radiação solar, reduzindo seus efeitos deletérios (SCHALKA; REIS, 2011). Essas substâncias podem ser classificadas quanto à categoria química em filtros inorgânicos e orgânicos; à sua solubilidade em lipofílicos e hidrofílicos; e ao espectro de absorção em filtros absorvedores ou refletores/refratores de radiação UVA e/ou UVB (RIBEIRO, 2010; SCHALKA; REIS, 2011). Os filtros inorgânicos são substâncias fotoestáveis que protegem a pele da radiação UV por reflexão, dispersão e/ou absorção de UV, dependendo do tamanho da partícula de cada agente fotoprotetor (KEDE; SABATOVICH, 2009). As partículas de óxidos metálicos presentes neles são capazes de, por mecanismo óptico, refletir ou dispersar a radiação incidente (SCHALKA; REIS, 2011). Eles formam uma barreira sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo a luz UV. Na reflexão e dispersão, a luz incidente nessas partículas inorgânicas é redirecionada, refletindo de volta ou espalhando por vários diferentes caminhos, trata-se de um processo responsável pela translucência ou opacidade das partículas de filtros inorgânicos aplicadas sobre a pele (RIBEIRO, 2010). O índice de refração de um material é uma propriedade intrínseca, portanto, fixa, e quanto maior ele for, maior será sua capacidade de refletir a luz. Por isso, o dióxido de titânio (TiO2), na mesma concentração que o óxido de zinco (ZnO), tem melhor efeito fotoprotetor e deixa a pele mais opaca, esbranquiçada (RIBEIRO, 2010). Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas4 Os principais representantes dos filtros inorgânicos são o ZnO e o TiO2, usados geralmente em associação com os orgânicos, e abrangem tanto a proteção contra os raios UVB como UVA (SCHALKA; REIS, 2011; KEDE; SABATOVICH, 2009) — tratam-se de semicondutores, capazes também de absorver essa radiação. Quando estão sob a ação da luz UV, os elétrons dessas moléculas são excitados, e a luz é convertida em outra forma de energia, como o calor. O TiO2 tem a capacidade de absorver o UVB, mas não o UVA, que pode ser refletido dependendo do tamanho das moléculas do filtro; já o ZnO absorve a radiação UV em toda sua extensão. O tamanho da partícula também influencia no efeito sobre a radiação, e essa condição pode ser alterada na cosmetologia. A redução do TiO2 para tamanhos inferiores a 40 nm aumenta sua absorção na faixa do UVB e dimi- nui sua reflexão do UVA, tornando-o menos eficaz como protetor na região do UVA. Com a redução do TiO2 e ZnO, consegue-se minimizar a interação dessas partículas com a luz visível, mantendo o filme transparente sobre a pele, tendo uma melhor aceitação estética. Portanto, os filtros inorgânicos são comercializados na forma regular, com tamanhos superiores a 200 nm, e na forma micronizada, variando entre 10 a 110 nm (RIBEIRO, 2010). Já os filtros orgânicos ou químicos são moléculas que atuam por absorção da radiação UV. Dependendo da capacidade de absorver comprimentos de onda mais curtos ou mais longos, eles se subclassificam em filtros UVA, UVB e de amplo espectro, UVA e UVB (SCHALKA; REIS, 2011; KEDE; SABATOVICH, 2009). Esses filtros podem ser classificados segundo a sua estrutura química, como você pode ver a seguir. � Derivados do ácido para-aminobenzoico (PABA) — para-aminoben- zoato de etil dihidroxipropila e para-aminobenzoato de octil dimetila (octildimetilPABA ou padimato O). � Derivados dos salicilatos — salicilato de trietanolamina e salicilato de octila. � Derivados dos cinamatos — parametoxinamato de dietanolamida, parametoxinamato de isoamila e parametoxinamato de 2-etil-hexila (parametoxinamato de octila). � Derivados da benzofenona — benzofenona 2, benzofenona 3, benzo- fenona 4, benzofenona 5 e benzofenona 8. � Derivados de dibenzoilmetano — butil metoxi-dibenzoilmetano (avo- benzona). Esse filtro é utilizado com a finalidade de proteção UVA, porém tem alta fotoinstabilidade e sofre isomerização irreversível sob ação do UV, que leva à diminuição de sua capacidade protetora. � Derivados de antranilato — antranilato de metila. 5Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas � Derivados da cânfora — metilbenzidileno cânfora e benzildileno cân- fora. São altamente eficazes contra a radiação UVB, além de apresen- tarem fotoestabilidade. � Derivados do fenilbenzimidazol — ácido fenilbenzimidazol sufônico, fenil dibenzimidazol tetrasulfonato de sódio. � Derivados do benzotriazol — metileno-bis-benzotriazolil tetrametilbu- tilfenol e trisiloxano dro-metriazol, sendo o mais conhecido no Brasil o metileno-bis-benzotriazolil tetrametilbutilfenol (Trinosorb M®). Somada à fotoestabilidade desse composto, tem-se o amplo espectro de proteção UV, praticamente capaz de cobrir toda a faixa do UVB e UVA. Por ter alto peso molecular, permeia pouco na pele, fato que lhe confere menor toxicidade cutânea, se comparado aos outros filtros tradicionais. � Derivados da triazina — bis-etilhexiloxifenol metoxifenil triazina (Tri- nosorb S®), butamido triazona de etilexila e octil triazola (este último tem alto poder de absorção na região do UVB em baixas concentrações e alta fotoestabilidade). O Trinosorb S®, assim como Trinosorb M®, é fotoestável e tem amplo espectro de absorção na faixa do UV, como maior poder de absorção na faixa do UVB e no UVA até 360 nm. A partir desse com- primento de onda, diminui sua eficácia se comparada ao Trinosorb M®. Você deve conhecer a legislação vigente sobre as substâncias permitidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Você tem acesso às listas atualizadas nos links a seguir: Lista de corantes permitidos para uso em cosméticos — https://goo.gl/rLyPXa Lista de substâncias, incluindo fragrâncias, que os produtoscosméticos e perfumes não devem conter, exceto nas condições e com as restrições estabelecidas — https://goo.gl/KK5siz Lista de filtros UV permitidos para uso em cosméticos — https://goo.gl/xcThna Lista de substâncias de ação conservante para uso em cosméticos — https://goo.gl/JiWyGz Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas6 Efeitos dos componentes primários sobre a pele Umectantes O papel do umectante na pele é hidratação, devido principalmente à sua propriedade higroscópica, ou seja, pela capacidade de absorção de água a partir da derme (RIBEIRO, 2010). Substâncias umectantes previnem a evaporação hídrica por meio da ligação molecular com a água e, no estrato córneo, há algumas, altamente higroscópicas, que fazem parte do fator natural de hidratação (FNH) e constituem fontes de matérias-primas utilizadas em produtos hidratantes, como ureia, lactato de sódio, lactato de amônio, ácido 2-pirrolidono-5-carboxilico sódico (PCA Na), polietilenoglicol (PEG), aminoácidos, entre outros. Entretanto, nem todos os umectantes são integrantes do FNH, por exemplo, glicerina, ácido hialurônico, quitosana e condroitina. Dependendo do peso molecular, eles permeiam a pele ou permanecem na superfície cutânea, formando um filme hidrofílico sobre a camada córnea, aumentando a retenção de água nessa superfície e podendo ser classificados como umectantes ativos ou superficiais respectivamente (RIBERO, 2010; RAWLINGS; HARDING, 2004). A ureia, comumente utilizada em produtos hidratantes em concentrações que variam de 3 a 5%, é considerada um umectante ativo, e a glicerina pode ser usada em concentrações de 1 a 10% como umectante superficial (RIBERO, 2010). Segundo Lodén et al. (2001), a solução aquosa de glicerina em pele normal reduz a perda transepidérmica de água por algumas horas; já a aplicação a 20% em emulsões não proporcionou efeitos significativos. Estudos demonstraram que não há diferenças relevantes entre ureia e glicerina no tratamento de dermatites atópicas (LODÉN et al., 2002). De acordo com Albèr (2015), os mecanismos pelos quais os umectantes interagem com a pele estão longe de serem totalmente compreendidos, e sua compreensão pode aumentar as possibilidades de adequar os produtos às várias anormalidades da pele. Um estudo publicado em 2015 investigou os efeitos de umectantes de alto (ácido hialurônico) e baixo peso molecular (ureia e glicerol), suas interações com a água, bem como seu efeito sobre as propriedades de barreira da camada mais externa da pele, o estrato córneo. Em contraste com os umectantes de baixo peso molecular, concluiu-se que o ácido hialurônico (17 kDa) não penetra na barreira da pele devido ao tamanho, além disso, o estudo mostrou que a ureia e o glicerol melhoram a hidratação da pele. 7Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Assim como o ácido hialurônico, outros polissacarídeos são capazes de formar um filme sobre a pele, absorvendo e retendo a água na superfície da camada córnea. A quitosana é produzida industrialmente a partir da N- -desacetilação química da quitina, um dos polissacarídeos mais abundantes encontrados na natureza, como em crustáceos, moluscos ou insetos. Zhang et al. (2000) utilizaram a estrutura molecular desse ácido como modelo para criar derivados da quitosana e desenvolver um cosmético com propriedades umectantes. A quitosana forma um fino filme que, além de ajudar a manter a oleosi- dade e a hidratação, protege a pele de agressões externas (LARANJEIRA; FÁVERE, 2009). Sua propriedade formadora de filme se deve a sua carga global positiva que interage com tecidos carregados negativos como pele e cabelo. Em cosméticos para os cabelos, por exemplo, sua forma de interação com a queratina dos cabelos proporciona mais brilho que os polímeros sintéticos e apresenta maior estabilidade em alta umidade, diminuindo a tendência à adesão e a formação de carga estática, facilitando a escovação e o penteado (SILVA; SANTOS; FERREIRA, 2006). Emolientes Os emolientes constituem um tipo de matéria-prima que tem a capacidade de tornar a pele mais macia e flexível. Representados pelos óleos, sobretudo os vegetais, eles geram benefícios ao tecido cutâneo, pois são os principais constituintes das membranas celulares, além de manterem o nível de água adequado no estrato córneo (SILVA, 2009). Por isso, pode-se considerá-los agentes hidratantes ou nutritivos, restaurando o equilíbrio fisiológico da pele e mantendo o filme hidrolipídico. A função hidratante dos emolientes ocorre por meio da ação mecânica sobre a pele. Sua propriedade oclusiva impede que a água presente nas camadas da pele evapore, portanto, pode-se afirmar que eles têm uma ação antidesidra- tante. Eles auxiliam na impermeabilização da barreira hidrolipídica, o que resulta em uma maior quantidade de água retida, permitindo a hidratação e melhora da aparência do estrato córneo. Já a presença da umidade no interior dessas células córneas mantém a elasticidade, flexibilidade e maciez da pele (LIPIZENČIĆ; PAŠTAR; MARINOVIĆ-KULIŠIĆ, 2006). Para potencializar o efeito, os emolientes devem ser aplicados na pele após o banho, pois apreendem a água no estrato córneo (SILVA, 2009). Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas8 Os emolientes também têm ação nutritiva, pois ajudam a compensar a deficiência lipídica natural da pele e fortalecem sua estrutura, melhorando a coesão no cimento intercelular e evitando, assim, a perda de água e a alteração da pele (LIPIZENČIĆ; PAŠTAR; MARINOVIĆ-KULIŠIĆ, 2006). O estrato córneo contém, naturalmente, substâncias emolientes, como ceramidas, ácidos graxos livres e colesterol. Os óleos vegetais estão sendo amplamente empregados em formulações de uso tópico, pois têm em sua composição ácidos graxos semelhantes aos encontrados na epiderme (SILVA, 2009). Os ricos em ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados são os preferidos, uma vez que esses triglicerídeos reduzem gradativamente com o envelhecimento (RIBEIRO, 2010). Além da composição de ácidos graxos, alguns óleos podem ter vitaminas, oligoelementos e compostos com atividade antioxidantes, sendo, portanto, considerados nutritivos e muito úteis para o tratamento de peles envelheci- das, por exemplo, o óleo da castanha-do-pará, que contém vitaminas A, B e E, bem como selênio, um mineral importante com atividade antioxidante (RIBEIRO, 2010). Devido às suas propriedades, os emolientes são muito utilizados para fins estéticos a fim de evitar a aparência de pele seca e constituem um importante grupo de agentes usados para prevenção e tratamento de distúrbios cutâneos, que apresentam como características pele seca, descamação e perda da função barreira, por exemplo, a dermatite atópica (SIMPSON et al., 2014). Tensoativos Nos sistemas biológicos, os efeitos dos tensoativos são complexos, por serem capazes de interagir com proteínas e lipídios no estrato córneo e, portanto, levar às alterações na permeabilidade das membranas celulares. Isso é parti- cularmente relevante, considerando que o estrato córneo é a principal barreira natural de permeação da pele. Além de reduzirem a tensão superficial, eles provocam a desnaturação reversível das proteínas da pele e reduzem de modo marcante a capacidade do tecido subcutâneo de reter água ligada à mem- brana — essa redução da força da barreira natural aumenta a permeação de substâncias (FERREIRA, 2011). Os tensoativos interagem com o estrato córneo e alteram sua estrutura de forma reversível, causando um desarranjo estrutural lipídico e aumentando a permeabilidade da pele (SILVA, 2009; RAFEIRO, 2013). Assim, muitos 9Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas são usados nas formulações cosméticas como promotores de permeação cutânea de ativos, sendo os mais utilizados para aumentar a permeação de ativos: lauril sulfato de sódio, docusato de sódio, polissorbatos (FER- REIRA, 2011). Uma das principais causas de irritação da pele é o uso decosméticos para lavagem do corpo, uma vez que eles estão em contato direto com ela e são amplamente disponíveis e usados — com o grau de irritação diretamente proporcional à extensão da penetração cutânea. Os componentes responsáveis são os tensoativos, capazes de afetar células em regiões mais profundas da pele ao penetrar através dessa camada, e seu potencial de irritação é determinado pelas suas propriedades químicas e físicas resultantes da sua estrutura e de interações específicas com a pele. A penetração adicional na pele pode resultar em danos às membranas celula- res e aos componentes estruturais dos queratinócitos, liberando mediadores pró-inflamatórios. Os tensoativos podem levar à morte celular devido às mudanças irreversíveis na estrutura celular (SEWERYN, 2018), sendo que os catiônicos são mais irritantes que os aniônicos, e estes mais que os não iônicos (FERREIRA, 2011). Filtros solares Os filtros UV são os ingredientes presentes nos fotoprotetores que apresentam a capacidade de interagir com a radiação incidente, por meio de três mecanismos básicos: reflexão, dispersão e absorção. As principais características dos filtros inorgânicos são a baixa permeação cutânea e a elevada fotoestabilidade, ou seja, como eles mantêm sua capacidade fotoprotetora mesmo após longos períodos de radiação solar (SCHALKA; REIS, 2011). Eles têm baixo potencial alergênico, podendo ser importantes sobretudo para formulações de produtos infantis para uso diário, indivíduos com pele sensível e gestantes (RIBEIRO, 2010). A estrutura química dos filtros orgânicos permite que absorvam os raios UV nocivos ao ser humano, a radiação com alta energia, convertendo-a em uma radiação inócua com baixa energia, podendo ser na faixa do visível ou infravermelho (IV). Portanto, um filtro solar absorve a energia prejudicial e a transforma em formas não agressivas à pele (RIBEIRO, 2010). O uso desses filtros químicos está associado aos casos de dermatite de contato e fotodermatite (LATHA et al., 2016). Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas10 Algumas reações ocorrem logo após a aplicação da proteção solar, já outras podem se desenvolver depois de alguns dias ou mesmo anos de uso do mesmo produto — acontecendo em uma proporção muito baixa da po- pulação, menos de 1% de todos os usuários. Como qualquer produto, o uso de filtro solar precisa ser suspenso se houver alguma reação, e o indivíduo deve procurar um profissional habilitado para diagnóstico e tratamento (SUNSCREEN..., 2018). A reação de filtro solar mais comum é chamada de dermatite de contato e ocorre em pessoas que têm sensibilidade a um dos seus componentes. A dermatite de contato irritativa acontece após a aplicação do FPS, é mais comum em indivíduos com história de eczema ou pele sensível, causa uma irritação na área da pele em que o protetor solar foi aplicado e pode aparecer como uma leve vermelhidão ou uma sensação de ardor (sem vermelhidão). Já a dermatite de contato alérgica é o tipo menos comum e ocorre em pessoas que desenvol- veram sensibilidade a um dos componentes da formulação, como o próprio filtro solar, fragrâncias e conservantes. Uma erupção cutânea com coceira pode ocorrer na pele em que o produto foi aplicado e, por vezes, espalhar-se para outras áreas (SUNSCREEN..., 2018; RIBEIRO, 2010). Um tipo mais raro de reação de filtro solar é a fotodermatite, que geralmente ocorre quando o produto foi aplicado ao corpo e exposto à luz solar. Em algu- mas pessoas, há uma interação entre um ingrediente do protetor solar e a luz UV, originando uma reação da pele, comumente se trata do resultado de uma alergia ao FPS, mas também pode ser devido a uma reação às fragrâncias ou aos conservantes do produto. Pode ocorrer uma grave queimadura ou eczema, mais frequentemente em face, braços, dorso das mãos, peito e parte inferior do pescoço (SUNSCREEN..., 2018; RIBEIRO, 2010). A benzofenona-3 é, hoje, o filtro solar com maior probabilidade de causar fotodermatite, já os casos de dermatite de contato são mais frequentes como o uso da benzofenona-10 seguido pela benzofenona-3 (RIBEIRO, 2010). Como os filtros solares absorvem apenas parte da região do UVA ou UVB, para se ter uma proteção completa, deve-se fazer uma combinação entre eles. Porém, essa combinação de diferentes tipos de filtros pode causar um alto grau de irritabilidade quando aplicada à pele (FLOR; DAVOLOS; CORRÊA, 2007). Veja na Figura 1 o mecanismo de ação dos filtros solares inorgânicos e dos orgânicos. 11Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Figura 1. Mecanismo de ação dos filtros solares inorgânicos, óxido de zinco e dióxido de titânio (Z n O e TiO 2 ), e dos filtros orgânicos, avobenzone, oxybenzone e octocrylene. Fonte: Hagadorn (2013, documento on-line). Pe le Ra di aç ão U V do s ol Bloqueadores físicos Absorventes químicos Base tan Epiderme Derme ZnO ZnO TiO2 Ra ios UV B Octocrileno Oxibenzona Avobenzona Ra ios UV A d e o nd as lon ga s Ra ios UV A d e o nd as cu rta s TiO2 No mercado crescente de formulações naturais e orgânicas, o universo das matérias- -primas para o desenvolvimento desse tipo de produto é restrito. Em relação aos conservantes e corantes, os óleos essenciais e corantes vegetais, como derivados carotenoides e flavonoides, são alternativas naturais. Para a função de umectantes, usa-se carboidratos naturais ou polímeros obtidos por processos biotecnológicos, como a goma bissacarídica-1, a glicerina vegetal, as mucilagens, etc. Os óleos, as manteigas e ceras naturais são exemplos de emolientes naturais, já os amidos naturais não modificados da batata, mandioca e milho podem ser usados como espessantes (RIBEIRO, 2010). É importante lembrar que os termos orgânico e natural não são sinônimos, e as principais empresas que certificam os produtos em naturais e orgânicos são: a ECOCERT (França), a COSMOS (Europa), a USDA (Estados Unidos) e a IBD (Brasil). Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas12 Riscos associados aos componentes secundários dos cosméticos Os excipientes ou adjuvantes são substâncias auxiliares presentes nas formu- lações cosméticas e possuem propriedades diferentes daquelas pertinentes aos princípios ativos. Por anos, eles foram descritos como substâncias inertes que não apresentavam ação farmacológica ou toxicológica e, assim, praticamente nunca eram considerados quando o paciente tinha reações adversas. Contudo, sabe-se que esses compostos podem afetar o perfil de segurança dos produtos, sendo responsáveis por vários efeitos adversos (SENA et al., 2014). Harris (2001) cita vários exemplos de agentes sensibilizantes presentes em cosméticos. Em fragrâncias, têm-se muitas delas, como álcool e aldeído cinâmico, álcool alfa-amil-cinâmico, hidroxicitronelal, eugenol, isoeugenol e geraniol; em tinturas de cabelo, as mais comuns são o parafenileno dia- mina e derivados; na classe de conservantes, antioxidantes e antissépticos, encontram-se o formaldeído e formalina, os parabenos e poliquaternos; entre os veículos, a lanolina e o propilenoglicol; na categoria de cosméticos para unhas, as substâncias mais comuns incluem resina de paratoluenosulfonamida e acrilatos; e em protetores solares, o ácido PABA (CHORILLI; SCARPA; CORRÊA, 2007). Os produtos para os cuidados com a pele são os principais contribuintes para a dermatite cosmética de contato alérgica, seguidos por aqueles para cuidados com os cabelos e as unhas. Os alérgenos mais comuns incluem fragrâncias e conservantes (ALANI; DAVIS; YIANNIAS, 2013). A dermatite de contato devida aos produtos cosméticos é uma queixa dermatológica comum que afeta consideravelmente a qualidade de vida do paciente, cujo diagnóstico, tratamento e estratégias preventivas representam um custo substancial. Ela é responsável por 2 a 4% de todas as visitas ao dermatologista, e aproximadamente 60% dos casos são de origem alérgica, sendo a maioria causada por produtosde higiene e hidratação da pele, seguidos por cosméticos para cabelos e unhas. Fragrâncias são a causa mais comum de alergia aos cosméticos, seguida de conservantes e corantes capilares; no entanto, todos os componentes, incluindo ingredientes naturais, devem ser considerados potenciais sensibilizadores (GONZÁLEZ-MUÑOZ; CONDE- -SALAZAR; VAÑÓ-GALVÁN, 2014). 13Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Conservantes Há alguns anos, a mídia vem alertando os riscos associados ao uso de parabenos como sistema conservante e, a partir de então, uma série de produtos foram lançados no mercado com o apelo de parabens free. Grande parte disso se deve a dois estudos: um de 1998, elaborado por Routledge et al., que descobriu a atividade estrogênica dos parabenos; e outro de 2004, elaborado por Darbre et al., que identificou parabenos intactos em tecido canceroso de seio humano. Esses e outros estudos são criticados por muitos pesquisadores que apontam vários pontos controversos, entre eles, o fato de que não foram encontradas taxas de parabenos em tecidos mamários saudáveis, além de inconsistências levantadas como acúmulo de parabenos em tecidos adiposos, já que 62% deles são formados por metilparabeno (CHORILLI; SCARPA; CORRÊA, 2007). A União Europeia (UE) proibiu o uso de cinco parabenos (isopropilpa- rabeno, isobutilparabeno, fenilparabeno, benzilparabeno e pentilparabeno) como conservantes em produtos cosméticos e estabeleceu limites máximos de concentração de 0,14% para butilparabeno ou propilparabeno (ésteres simples e seus sais), 0,4% para metilparabeno ou etilparabeno (ésteres simples e seus sais) e 0,8% para a mistura desses quatro ingredientes, em que a soma da concentração individual de butilparabeno e propilparabeno não pode exceder 0,14% (COSMETIC INGREDIENT REVIEW, 2018). Alinhado à regulamen- tação internacional, o limite máximo permitido na legislação brasileira para uso de parabenos em cosméticos é de 0,4% para o ingrediente isolado ou 0,8% para misturas (BRASIL, 2012a). Assim como outros componentes das formulações cosméticas, os con- servantes do tipo parabeno foram alvo de estudo para investigação de causa potencial de dermatite alérgica de contato. De 2001 a 2008, Svedman et al. avaliou as taxas de alergia de contato para sete conservantes, e os parabenos demonstraram o menor nível de alergia entre os pacientes encaminhados com dermatite (0,5 a 1%). Conservantes como quaternium-15, imidazolidinilureia, diazolidinilureia, formaldeído, metildibromo glutaronitrila (MDBGN) e me- tilcloroisotiazolinona (MCI)/metilisotiazolinona (MIT) apresentaram taxas significativamente mais altas dessa dermatite após o teste de contato. O estudo concluiu também que as poucas reações apresentadas pelos parabenos foram atribuídas às peles que já apresentavam um certo grau de irritação, com perda da função barreira natural (SVEDMAN, 2012). De acordo com Deza e Giménez-Arnau (2017), os conservantes da classe das isotiazolinonas são os responsáveis mais comuns pela alergia de contato na Europa e nos Estados Unidos. Já a prevalência de alergia aos parabenos Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas14 permaneceu estável nas últimas décadas, o butilcarbamato de iodopropinila pode ser considerado alérgeno emergente com uma prevalência crescente (DEZA; GIMÉNEZ-ARNAU, 2017). Um estudo de avaliação teratogênica em ratas prenhas tratadas por via oral com 3-iodo-2-propinil butilcarbamato (IPBC) observou inchaço transitório no pescoço desses animais, ganho de peso corporal, aumento da tireoide, dimi- nuição no peso do timo e aumento no peso das glândulas suprarrenais. Com a dose de 180 mg/kg, aumentou a incidência de fetos mortos ou reabsorvidos, porém, não foi observada qualquer evidência de anormalidades externas, esqueléticas ou viscerais em fetos (NODA et al., 1999). Em 2004, o comitê científico sobre os produtos cosméticos e os produtos não alimentares destinados aos consumidores declarou que a ingestão diária biodisponível de iodo de produtos cosméticos não deve exceder 20% da dose diária recomendada de 150 µg, que equivale a aproximadamente 0,002% de IPBC em todos os produtos cosméticos de uso diário de 18 g e com taxa de absorção percutânea de 20% (SCIENTIFIC COMMITTEE ON COSMETIC PRODUCTS AND NON-FOOD PRODUCTS INTENDED FOR CONSU- MERS, 2004). Em 2013, o Painel de Peritos do Cosmetic Ingrediente Review (CIR) concluiu que o butilcarbamato de iodopropinila em cosméticos é seguro em concentrações ≤ 0,1%, mas não deve ser usado em produtos aerossóis e em crianças menores de 3 anos (CIR, 2013). Outras substâncias utilizadas em produtos cosméticos podem ter proprie- dades antimicrobianas, contribuindo para sua conservação, como muitos óleos essenciais e alguns álcoois. Vários óleos apresentam propriedades antibacte- rianas e antifúngicas comprovadas e, por isso, compõem muitos cosméticos naturais ou orgânicos. Porém, eles não estão isentos de provocarem reações cutâneas, por exemplo, dermatite e fotossensibilidade. Geralmente, a fotossensibilização e a fototoxicidade são atribuídas aos constituintes furocumarinas presentes em alguns óleos essenciais cítricos, os quais reagem quando expostos à luz UV, provocando inflamação, bolhas, vermelhidão e queimação da pele (TISSERAND; YOUNG, 2013). Um estudo publicado em 2010 observou a fototoxicidade de óleos essenciais de laranja e limão e revelou que ela depende do teor de componentes fotoativos e do solvente usado (KEJLOVÁ et al., 2010). De acordo com Schempp, Schöpf e Simon (2002), os principais óleos sensibilizantes são tea tree ou melaleuca, arnica, camomila, Achillea millefolium L e extratos cítricos, hera comum, aloe, lavanda, hortelã-pimenta, etc. No entanto, o potencial de sensibilização dessas plantas varia. Já a maioria das substâncias sensibilizantes são lactonas sesquiterpênicas ou terpenos. 15Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Em 2016, o Scientific Committee On Consumer Safety (SCCS) publicou que considera um teor máximo de 0,01% de extratos de Tagetes minuta e Tagetes patula e de óleos essenciais em produtos leave-on como seguros, desde que o teor de alfa terthienil (tertiofeno) dos extratos e óleos de Tagetes não exceda 0,35%. Além disso, seus extratos e óleos não devem ser utilizados em cosméticos destinados à proteção solar (SCIENTIFIC COMMITTEE ON CONSUMER SAFETY; COENRAADS, 2016). Corantes Os corantes são substâncias adicionais aos medicamentos, produtos dietéticos, cosméticos, perfumes, de higiene e similares, saneantes domissanitários e parecidos, com a finalidade única de corá-las ou de alterar sua cor original e, em determinados tipos de cosméticos, transferi-la para a superfície cutânea e anexos da pele (BRASIL, 2012b). Há dois tipos de substâncias corantes utilizadas: corantes e pigmentos. Os pigmentos possuem, em geral, tamanho de partícula maior, são insolúveis em água e empregados em suspensões, já os corantes se tratam de moléculas solúveis em água, empregados em soluções. Além disso, os pigmentos têm maior estabilidade química e térmica que os corantes, bem como utilizados em produtos para maquiagem. Por exemplo: óxido de ferro — preto, vermelho e amarelo (BRASIL, 2010). Estudos de toxicologia são rotineiramente realizados por organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e a Comissão Europeia (CE). Com base no resultado dessa revisão contínua, vários órgãos reguladores em todo o mundo desenvolvem listas permitidas e restrições ou proibições de uso de alguns corantes, o que difere de acordo com o país, portanto, o mesmo corante pode ter um status regulatório diferente em cada território (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009). A maioria dos corantes utilizados é de origem sintética e, de acordo com a FDA, pode ser classificada em (BRASIL, 2010): � corantes designados como food, drug and cosmetic (FD&C) podem ser empregados emalimentos, medicamentos e cosméticos; � corantes designados como drug and cosmetic (D&C) são autorizados para uso em medicamentos e cosméticos; � corantes D&C de uso externo apresentam emprego restrito aos medi- camentos e cosméticos aplicados; Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas16 � externamente. Por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 44, de 2012 (BRASIL, 2012c), a Anvisa aprovou o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de substâncias corantes permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”. Os corantes estão enumerados pelo color index, que designa a cada corante um número (C.I n), o qual serve para sua identificação, independentemente do país em que é comercializado. Nessa resolução, os corantes permitidos estão descritos em quatro campos de aplicação específicos: � substâncias corantes permitidas para todos os tipos de produtos; � substâncias corantes permitidas para todos os tipos de produtos, exceto aqueles que são aplicados na área dos olhos; � substâncias corantes permitidas exclusivamente em produtos que não entram em contato com mucosas nas condições normais ou previsíveis de uso; � substâncias corantes permitidas exclusivamente em produtos que tenham breve tempo de contato com a pele e os cabelos. Em relação aos riscos associados ao uso de corantes, a maioria dos estudos investiga os efeitos adversos daqueles ingeridos por meio de alimentos ou medicamentos. Em 2007, foi publicado um estudo com o uso de seis coran- tes, tartrazina, amarelo de quinoleína, amarelo sol, carmoisina, ponceau 4R e vermelho allura, que relacionou sua ingesta em alimentos aos problemas de comportamento em crianças (McCANN et al., 2007). No entanto, depois de analisar os resultados do estudo, a Comissão Europeia Food Standards Agency concluiu que nenhuma alteração na legislação seria necessária (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009). Em geral, as preocupações quanto à segurança dos agentes corantes em medicamentos e alimentos estão associadas aos relatos de hipersensibilidade e hiperatividade, sobretudo entre crianças (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009). O amarelo de tartrazina também tem sido objeto de controvérsia sobre sua segurança, mas restrições de uso são impostas em alguns países. Nos Estados Unidos e no Brasil, por exemplo, produtos contendo-o devem apresentar o seguinte aviso: este produto contém o corante amarelo de tartrazina que pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especial- mente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009; BRASIL, 2002). 17Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas Segundo Marly Marques da Rocha, médica alergista e imunologista, os corantes naturais costumam ser bem tolerados pela maioria das pessoas e raramente provocam alergia, comparados aos sintéticos. Ela destaca os dois grupos mais comuns em alergia: os azocorantes ou corantes amarelos, como a tartrazina, o ponceau e o amarelo crepúsculo; e os não azocorantes, como o azul brilhante, a eritrozina e a indigotina. Seu uso tópico por meio dos cosméticos pode levar a quadros de dermatite de contato. Já a especialista Ana Paula Moschione Castro mostra que esse desconforto se apresenta, ge- ralmente, na forma de urticária, com placas avermelhadas espalhadas pelo corpo (ESPECIALISTAS..., 2011). Fragrâncias Existem mais de 3.000 fragrâncias diferentes em cosméticos, que representam juntamente aos conservantes um grupo de alérgenos mais comum nesses produtos (GONZÁLEZ-MUÑOZ; CONDE-SALAZAR; VAÑÓ-GALVÁN, 2013). A Associação Internacional de Fragrância (IFRA) lista 3.999 compostos usados como fragrâncias, entre eles, alguns apresentam estudos relacionados aos efeitos nocivos à saúde, como câncer, toxicidade reprodutiva, alergias e sensibilidades (INTERNATIONAL FRAGRANCE ASSOCIATION, 2016). Um estudo de 2016, realizado nos Estados Unidos, avaliou os efeitos na saúde de pessoas expostas às fragrâncias. Os participantes relataram uma extensa lista de efeitos experimentados quando foram expostos, variando de enxaqueca e asma a problemas gastrintestinais e cardiovasculares (STEINE- MANN, 2016). Outros estudos também descrevem esses efeitos adversos ao uso ou à exposição de fragrâncias, além de ataques de asma, dificuldade respiratória, problemas neurológicos e dermatite de contato (KIM et al., 2015; ELBER- LING et al., 2005; MILLQVIST; LÖWHAGEN, 1996; KUMAR et al., 1995; KELMAN, 2004; CARESS; STEINEMANN, 2004, 2005; JOHANSEN, 2003; RASTOGI; JOHANSEN; BOSSI, 2007; SEALEY et al., 2015). Os ftalatos, conhecidos também como diethyl phthalate (DEP) e di-2- -ethylhexyl (DEHP) phthalate, são responsáveis pelo brilho e pela fixação da cor de esmaltes e permitem que perfumes durem mais tempo. Já em outros produtos, tanto para adultos como para crianças e bebês, por exemplo, em hi- dratantes, spray de cabelo, sabonetes líquidos, antitranspirantes, desodorantes, condicionadores e xampus, eles dão um aspecto líquido ou de cremosidade. Estudos relacionam os ftalatos às anormalidades no sistema reprodutivo, o que proporciona danos em períodos críticos do desenvolvimento e dificulta Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas18 o funcionamento dos órgãos sexuais. Além disso, seu uso está relacionado à ocorrência de câncer em rins, pulmão e fígado e desenvolvimento de obe- sidade (KIM; HAN; MOON, 2004; HOLTCAMP, 2012; CHOU et al., 2017; ROWDHWAL; CHEN, 2018). Na Europa, o uso dos ftalatos é proibido em cosméticos, além de serem considerados tóxicos para o sistema reprodutivo. Já no Brasil, desde 2009, são limitadas as concentrações de ftalatos e seus derivados (não mais que 1% em seu peso) em copos e garrafas plásticas descartáveis, seguindo a resolução da Anvisa. A RDC nº. 3, de 2012, estabelece uma lista de componentes de fragrância identificados como importantes causas de reações alérgicas de contato entre consumidores sensíveis a fragrâncias e aromas, determinando que a presença dessas substâncias na formulação seja indicada na composição declarada na rotulagem do produto, para facilitar sua identificação pelos indivíduos que não as toleram. Elas devem ser indicadas na rotulagem pela Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos (INCI) quando sua concentração exceder 0,001% em produtos sem enxágue e 0,01% naqueles com enxague (BRASIL, 2012d). Antioxidantes O 2,3-terc-butil-4-hidroxianisol (BHA) e o 2,6-diterc-butil-p-creso (BHT) estão presentes em batons, sombras para os olhos (maquiagem em geral), cosméticos para os cabelos, protetores solares, desodorantes, antitranspirantes, perfumes, cremes, medicamentos, motores a óleo, produtos feitos de borracha, plásticos e alimentos. Segundo os estudos da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), o BHA pode ser considerado um possível carcinogênico, baseado em experimentos com animais. Um dos resultados conclui que, combinado com outros componentes que são possivelmente carcinogênicos, ele induz às modificações no DNA, iniciando a mutagênese. Já oBHT, apesar de apresentar o mesmo comportamento do BHA quando combinado com componentes carcinogênicos, não pode ser considerado como tal, pois as evidências são limitadas, e os resultados dos experimentos com animais não oferecem bases suficientes para conclusões. Segundo a IARC, o BHA se enquadra no grupo 2B, possivelmente carcinogênico; e o BHT no grupo 3, não carcinogênico para humanos (LANIGAN; YAMARIK, 2002). Embora haja alguns relatos isolados de reações adversas cutâneas, o hidroxitolueno é geralmente considerado não irritante e não sensitivo nos níveis empregados como antioxidante (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009). 19Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas O BHT penetra na pele, mas uma quantidade relativamente baixa permanece nela. De acordo com poucos estudos sobre seus efeitos na pele, não existem irritação significativa, sensibilização ou fotossensibilização. Reconhecendo abaixa concentração em que se usa esse composto atualmente, conclui-se que ele é seguro quando utilizado em formulações cosméticas (LANIGAN; YAMARIK, 2002). Em 2013, um estudo concluiu que não há dados suficientes disponíveis no momento para concluir sobre a segurança do BHA quanto ao seu potencial efeito de desregulador endócrino (POP et al., 2013). Outro antioxidante comumente usado em cosmético é o metabissulfito de sódio. Embora ele seja muito utilizado em uma variedade de preparações, foi associado às reações adversas graves a fatais — reações de hipersensibilidade, broncospasmo e anafilaxia. Estima-se que a alergia aos antioxidantes sulfito ocorre em 5 a 10% dos asmáticos, mesmo que também possam haver rea- ções adversas em não asmáticos sem história de alergia (ROWE; SHESKET; FUINN, 2009). Cosmetic Ingredient Database (Cosing) da UE é um banco de dados da Comissão Europeia para obter informações sobre substâncias e ingredientes cosméticos, dis- ponível no link a seguir: https://goo.gl/38GgV9 1. Por muito tempo, os excipientes foram considerados inertes, isentos de qualquer efeito biológico. Hoje, já se sabe que, além de fundamentais para o desenvolvimento da forma farmacêutica, muitos apresentam propriedades benéficas tanto para a formulação como para a pele. Com base nessa afirmação, marque a alternativa correta. a) Os umectantes são responsáveis por deixar a formulação mais seca. b) Os umectantes melhoram o aspecto da formulação, proporcionando melhor Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas20 espalhabilidade e deixando-a mais viscosa. c) Os emolientes são excipientes capazes de amaciar a pele, tornando-a mais flexível, sendo representados principalmente pelos óleos. d) Os emolientes hidratam a pele, devido às suas características higroscópicas. e) A glicerina é umectante; a vaselina, emoliente; e o sorbitol, um espessante. 2. Um creme para o corpo possui os seguintes componentes: 4-methylbenzylidene camphor, ethylhexyl methoxycinnamate, butyl methoxydibenzoylmethane. Portanto, pode-se afirmar que esse produto: a) é um creme hidratante com emolientes e umectantes. b) é um creme com filtros solares físicos, capazes de refletir a radiação UV. c) apresenta filtros solares inorgânicos que absorvem a radiação ultravioleta (UV), transformando-a em energia menos nociva. d) contém uma associação de filtros solares orgânicos e inorgânicos. e) trata-se de um protetor solar com filtros solares orgânicos e de amplo espectro, devido à absorção tanto da radiação UVB como UVA. 3. Os tensoativos são moléculas anfipáticas, apresentando características hidrofílicas e lipofílicas, as quais conferem a eles várias funções e benefícios. Por que esses excipientes são usados em diferentes formulações cosméticas? a) Para melhorar o aspecto da formulação, tornando-a menos pegajosa. b) Para melhorar a estabilidade das formulações, promover limpeza e aumentar a permeação de ativos na pele. c) Para promover limpeza, umectação e hidratação da pele. d) Para reduzir a formação de espuma nos xampus. e) Para aumentar o espectro de absorção dos filtros solares. 4. Por que hoje em dia muitos cosméticos apresentam em seus rótulos os seguintes dizeres: livre de parabenos, sem fragrância ou hipoalergênico? Marque a alternativa correta. a) Porque os espessantes denominados parabenos e as fragrâncias podem provocar dermatite de contato. b) Porque foi comprovado que os conservantes propil e metil parabeno são tóxicos para a pele. c) Porque fragrâncias e conservantes são os principais adjuvantes responsáveis por reações adversas em cosméticos. d) Porque os parabenos podem provocar dermatite de contato, e a lista completa pode ser encontrada na RDC nº. 03, de 2012. e) Porque os ftalatos, usados para fixar as fragrâncias, são proibidos no Brasil. 5. Os corantes são utilizados em alimentos, medicamentos e cosméticos. Muitos deles são responsáveis por reações alérgicas nas pessoas, que 21Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas devem estar atentas aos rótulos e à nomenclatura correta dos corantes para evitar comprar produtos que os contenham. Qual das afirmativas a seguir está correta sobre os corantes? a) O amarelo tartrazina é um corante proibido no Brasil. b) A RDC nº. 44, de 2012, estabelece uma lista de corantes proibidos no Brasil. c) Cada país estabelece um número para cada corante, chamado de color index. d) Os corantes sintéticos, como o óxido de ferro vermelho, são mais propensos a provocar reações alérgicas nas pessoas. e) A dermatite de contato é uma das reações adversas mais comuns ao uso tópico de corantes. ALANI, J. I.; DAVIS, M. D.; YIANNIAS, J. A. Allergy to cosmetics: a literature review. Der- matitis, Hamilton, v. 24, n. 6, p. 283-290, Nov.-Dec. 2013. ALBÈR, C. Humectants and skin: effects of hydration from molecule to man. 2015. 75 f. Tese (Doutorado em Saúde e Sociedade) – Malmö University, Malmö, 2015. Disponível em: <http://muep.mau.se/handle/2043/18372>. Acesso em: 23 out. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 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Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/fc8308c648dc9eb419edd427dac088bd Exercícios 1) Por muito tempo, os excipientes foram considerados inertes, ou seja, isentos de qualquer efeito biológico. Hoje, já se sabe que, muitos, além de fundamentais para o desenvolvimento da forma farmacêutica, apresentam propriedades benéficas tanto para a formulação quanto para a pele. Com base nessa afirmação assinale a alternativa correta. A) Os umectantes são responsáveis por deixar a formulação mais seca. B) Os umectantes favorecem o aspecto da formulação, proporcionando melhor espalhabilidade e deixando-a mais viscosa. C) Emolientes são excipientes capazes de amaciar a pele, tornando-a mais flexível; são representados, principalmente, pelos óleos. D) Os emolientes hidratam a pele devido às suas características higroscópicas. E) A glicerina é umectante, a vaselina é emoliente e o sorbitol é um espessante. 2) Um creme para o corpo possui os seguintes componentes: 4 -methylbenzylidene camphor, ethylhexyl methoxycinnamate, butyl methoxydibenzoylmethane. Portanto, pode-se afirmar que esse produto: A) é um creme hidratante com emolientes e umectantes. B) é um creme hidratante com emolientes e umectantes. C) apresenta filtros solares inorgânicos que absorvem a radiação UV, transformando-a em energia menos nociva. D) contém uma associação de filtros solares orgânicos e inorgânicos. E) é um protetor solar com filtros solares orgânicos e de amplo espectro, devido à absorção tanto da radiação UVB como da UVA. 3) Os tensoativos são moléculas anfipáticas, ou seja, apresentam características hidrofílicas e lipofílicas. Essas características conferem a esses excipientes diversas funções e benefícios. Por que esses excipientes são usados em diferentes formulações cosméticas? A) Para melhorar o aspecto da formulação, tornando-a menos pegajosa. B) Para melhorar a estabilidade da formulações, promover limpeza e aumentar a permeação de ativos na pele. C) Para promover limpeza, umectação e hidratação da pele. D) Para reduzir a formação de espuma nos xampus. E) Para aumentar o espectro de absorção dos filtros solares. 4) Por que, hoje em dia, muitos cosméticos apresentam, em seus rótulos, os dizeres “livre de parabenos”, “sem fragrância” ou, então, "hipoalergênico"? A) Porque os espessantes denominados parabenos e as fragrânciaspodem provocar dermatite de contato. B) Porque foi comprovado que os conservantes propil e metil parabeno são tóxicos para a pele. C) Porque fragrâncias e conservantes são os principais adjuvantes responsáveis por reações adversas em cosméticos. D) Porque os parabenos podem provocar dermatite de contato; a lista completa pode ser encontrada na RDC 03 de 2012. E) Porque os ftalatos, usados para fixar as fragrâncias, são proibidos no Brasil. 5) Os corantes são utilizados em alimentos, medicamentos e cosméticos. Muitos deles são responsáveis por reações alérgicas nas pessoas, que devem estar atentas aos rótulos e à nomenclatura correta dos corantes, a fim de evitar comprar produtos que contenham essas substâncias. Assinale a alternativa correta quanto ao corante. A) O amarelo tartrazina é um corante proibido no Brasil. B) A RDC 44 de 2012 estabelece uma lista de corantes proibidos no Brasil. C) Cada país estabelece um número para cada corante, chamado de color index. D) Os corantes sintéticos, como o óxido de ferro vermelho, são mais propensos a provocarem reações alérgicas nas pessoas. E) Dermatite de contato é uma das reações adversas mais comuns ao uso tópico de corantes. Na prática Na prática profissional, você pode se deparar com situações como o aparecimento de uma reação cutânea no cliente, seja durante um procedimento estético ou pelo uso de um cosmético indicado. Você deve estar preprarado para avaliar a reação, a causa e como proceder. Veja, Na Prática, como agir diante de uma possível reação cutânea pelo uso de um cosmético. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/dbca727f-1b05-4dc4-aea0-e20e54e48d0a/551a61ab-b512-4af8-9219-44e28ec6d94f.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Fotoproteção inteligente Entenda um pouco mais sobre as tendências de ativos nos fotoprotetores solares neste vídeo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/YLFoh_U7L38
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