Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Qualidade da Madeira por Fernando José Borges Gomes fjbgomes.fg@gmail.com Aula 7: Interações da árvore com o ambiente (presença de nós na madeira e madeira de reação) mailto:fjbgomes.fg@gmail.com 2 INTERAÇÕES DA MADEIRA COM O AMBIENTE 3 Formação de Nós na Madeira HAYGREEN & BOWYER 4 Nó é a porção basal de um ramo que se encontra embebida no tronco de madeira, provocando na sua vizinhança desvios ou a descontinuidade dos tecidos lenhosos. Fonte: DEF/UFV Nós ✓ Os nós podem ser vivos ou mortos. 5 Fonte: DEF/UFV Fonte: DEF/UFV Fonte: DEF/UFV ✓ O nó morto corres- ponde a um galho sem atividade fisiológica que deixou de participar do desenvolvimento do tronco. ✓ Os nós ao morrerem apresentam acúmulos de resina e outros materiais que lhes conferem dureza Nós 6 Letras não comuns expressam diferenças significativas pelo teste de Tukey a 5% Presença de Nós (%) em Madeira de Eucalyptus Gilberth Ferrari – Monografia Lato Sensu, UFV, 2013 Número de Nós/m³ em Diferentes Secções das Árvores 0% - base árvore 100% - topo da árvore Aspecto dos nós 7 1. Cavacos normais - 2. Nós - 3. Casca Madeira Anormal ➢Madeira de Compressão – coníferas ➢Madeira de Tração - folhosas 8 9 Ação de Vestos e Força Gravidade ROSADO, M.A. – Lato Sensu, UFV2006 10 Formação Madeira Tração e Compressão Guimarães, C.C.J. – Lato Sensu, UFV-2006 11 Seções Transversais Madeira Tração e Compressão Guimarães, C.C.J. – Lato Sensu, UFV-2006 12 Madeira de Tração em Folhosa HAYGREEN & BOYER 13 Causas Formação Madeira Tração ➢Geotropismo – Manutenção crescimento vertical ➢Ventos (Okuyama, 1997 – Kubler, 1988) ➢Deficiência luz – movimentação árvore p/ captação luz floresta ➢Desfolhamento Agente Externo (Barefoot, 1963) Madeira Anormal - Compressão Madeira de Compressão (coníferas) - Parte inferior troncos inclinados e de galhos - Traqueídeos menores - Formato circular dos traqueídeos (transversal) - Espaços intercelulares - Parede mais espessa - Densidade mais elevada - Mais lignina e menos celulose - Polpa de celulose mais escura - Menor rendimento de polpação - Branqueamento mais difícil - Propriedades inferiores de resistências da polpa 14 15 NORMAL COMPRESSÃO Fibras circulares, espaços interfibras e fissuras helicoidais Madeira Normal e de Compressão Madeira Anormal - Tração Madeira de Tração (folhosas) - Parte superior troncos inclinados e de galhos - Camada gelatinosa após S3 - Mais celulose e menos lignina - Maior rendimento - Mais galactana e menos xilana - Vasos menores e menos frequentes - Densidade mais elevada - Propriedades resistência inferiores 16 17 Camada Gelatinosa – Madeira de Tração 18 gl – camada gelatinosa r - raio Madeira de Tração – Populos sp 19 Inclinação de Árvores Eucalyptus pelo Vento FERNANDES,D.E – Lato Sensu, UFV-2003 20 Efeito de Ventos em Floresta de Eucalyptus – Vale Paraíba, SP 21 Madeira Tração – Tronco Eucalyptus FERNANDES,D.E – Lato Sensu, UFV-2003 22 Madeira Eucalyptus - Normal FERNANDES,D.E – Lato Sensu, UFV-2003 23 FERNANDES,D.E – Lato Sensu, UFV-2003 Madeira Eucalyptus - Tração 24 Madeira Normal x Madeira Tração Eucalyptus urophylla Parâmetros Normal Tração Diâmetro vasos, μm 123 116 Frequencia vasos, n°/mm2 15 11 Espessura parede, μm 3,4 3,8 Diâmetro lume, μm 7,7 6,5 Comprimento fibra, mm 0,8 0,9 Largura fibra, μm 14,4 14,0 GOMIDE, 2003 25 Madeira Celulose Xilanas Galactanas Mananas Arabinanas Lignina Alcool/ Tolueno Ácidos Urônicos Acetil Acetil /10Xilose Normal 50,0 11,5 1,8 0,4 0,3 27,6 1,62 4,2 2,7 6,4 Tração 65,2 6,1 6,1 0 0,5 15,8 0,72 3,9 1,8 8,1 Madeira Normal e Tração GOMIDE - 2003 Constituição Química - Eucalyptus 26 Madeira Normal e Tração GOMIDE - 2003 Produção de Celulose - Eucalyptus Álcali Número Rendimento, Viscosidade, Madeira Ativo, % Kappa % cP Normal 19,8 17,4 49,0 37,1 Tração 14,7 17,5 57,6 38,0 27 Propiedades Mad. Normal Mad. Tração Energia refino (W.h) 10 39 Índice estouro (kPa.m2/g) 5,3 4,3 Índice rasgo (mN.m2/g) 7,3 9,3 Dobras duplas (n°) 122 46 Shopper Riegler (°SR) 33 39 Resistência ao ar (s/100ml) 10,6 6,7 Volume específico (cm3/g) 1,59 1,85 Polpa Branqueada Eucalyptus (Medidas no Índice Tração 70 N.m/g) Guimarães, C.C.J. – Lato Sensu, UFV-2006 28 Análise de Fibras 29 Análise de Fibras na Madeira, Polpa ou Papel Pulp and Paper Microscopy – Irving H. Isenberg – The Institute of Paper Chemistry, Appleton, Wisconsin, USA – 1997, 395p. -Morfologia da Fibra -Microestrutura das Fibras -Análise de Fibras -Corantes e Reagentes -Microseccionamento -Microfotografia -Etc. Norma TAPPI T263 sp-97 – Identification of wood and fibers from conifers. 16p. -Diferenciação entre madeiras de folhosas e coníferas -Características anatômicas das madeiras de coníferas utilizadas para celulose -Determinação da espécie de conífera presente na polpa ou papel 30 Análise de Fibras na Madeira, Polpa ou Papel Pulp and Paper Microscopy – Irving H. Isenberg – The Institute of Paper Chemistry, Appleton, Wisconsin, USA – 1997, 395p. -Morfologia da Fibra -Microestrutura das Fibras -Análise de Fibras -Corantes e Reagentes -Microseccionamento -Microfotografia -Etc. Norma TAPPI T263 sp-97 – Identification of wood and fibers from conifers. 16p. -Diferenciação entre madeiras de folhosas e coníferas -Características anatômicas das madeiras de coníferas utilizadas para celulose -Determinação da espécie de conífera presente na polpa ou papel 31 Análise de Fibras na Madeira, Polpa ou Papel Norma TAPPI T401 om-93 – Fiber analysis of paper and paperboard. 16p. -Identificação de fibras presentes em papel e papelão (analista habilidoso e experiente!) -Características morfológicas de fibras - Uso freqüente de amostras padrões -Técnicas de desintegração do papel, coloração e preparo de slides -Norma TAPPI T259 sp-98 – Identification of nonwood plant fibers. 13p. -Objetivo: identificar fibras não-madeiras presentes no papel - Identificação de fibras não-madeira pelas suas características morfológicas 32 EXEMPLOS QUALIDADE DA MADEIRA Qualidade da Madeira de Eucalyptus para Produção de Celulose Experiências do Núcleo de Celulose e Papel Universidade Federal de Viçosa 33 Figura 1 - Densidade básica das madeiras de Eucalyptus. 34 Clones de Comerciais de Eucalyptus D en si d ad e B ás ic a, K g /m 3 Variabilidade da Densidade Básica Figura 2 - Teor de lignina das madeiras de Eucalyptus. 35 2 5 ,1 2 7 ,4 2 7 ,8 2 7 ,4 2 5 ,7 2 5 ,5 2 7 ,2 2 7 ,9 2 6 ,7 2 8 ,4 2 7 ,1 2 7 ,5 2 6 ,4 2 7 ,4 2 6 ,3 2 7 ,2 2 8 ,1 2 8 ,0 2 6 ,3 2 7 ,5 2 7 ,3 0 5 10 15 20 25 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 T eo r d e L ig n in a, % Variabilidade do Teor de Lignina Clones de Comerciais de Eucalyptus Figura 3 - Teor extrativos em álcool/tolueno das madeiras de Eucalyptus. 36 3 , 1 2 , 4 2 , 6 2 , 4 2 , 1 1 , 6 2 , 2 2 , 4 3 , 1 1 , 7 2 , 3 1 , 5 1 , 8 2 , 7 2 , 8 1 , 7 3 , 2 2 , 4 1 , 6 2 , 5 2 , 5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Clones de Eucalyptus S o lu b il id ad e em Á lc o o l/ to lu en o , % Variabilidade do Teor de Extrativos Clones de Comerciais de Eucalyptus kappa 18. 37 1 9 , 0 1 8 , 0 1 8 , 3 1 9 , 0 1 8 , 0 1 7 , 0 1 9 , 0 2 1 , 5 1 9 , 5 1 7 , 5 1 7 , 0 1 9 , 0 1 7 , 0 1 8 , 5 1 9 , 5 1 8 , 0 2 4 , 0 2 1 , 0 1 8 , 0 2 1 , 5 1 8 , 0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Clones de Eucalyptus Á lc al i A ti v o , % Variabilidade de AA Para Kappa 18 Clones de Comerciais de Eucalyptus FIGURA 5: Rendimento depurado das celuloses de número kappa 18. 38 4 8 , 9 4 8 , 9 4 9 , 4 5 0 , 0 5 0 , 7 5 1 , 6 4 8 , 3 4 6 , 5 4 9 , 0 4 9 , 0 5 0 , 1 4 8 , 7 5 0 , 0 4 9 , 0 4 8 , 5 5 1 , 1 4 4 , 0 4 6 , 3 4 9 , 9 4 8 , 24 7 , 3 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Clones de Eucalyptus R en d im en to D ep u ra d o , % Variabilidade do Rendimento Depurado Clones de Comerciais de Eucalyptus FIGURA 6: Viscosidade das celuloses de número kappa 18. 39 4 8 , 3 3 4 , 9 3 8 , 0 3 2 , 1 4 0 , 5 4 7 , 5 3 2 , 9 3 3 , 8 4 1 , 9 4 1 , 1 4 4 , 4 4 6 , 4 4 5 , 1 3 7 , 7 3 9 , 2 3 5 , 1 2 0 , 4 2 0 , 6 3 5 , 9 2 9 , 0 3 4 , 5 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Clones de Eucalyptus V is co si d ad e, c P Variabilidade da Viscosidade da Polpa Clones de Comerciais de Eucalyptus Conclusões Gerais • Considerável variação na qualidade da madeira • Para kappa 18±1 AA = 17,0 a 24,0% Rendimento = 44,0 a 51,6% Viscosidade = 20,4 a48,3 cP Importância das Análises de Qualidade da Maderia para o Programa de Melhoramento Florestal 40 Importância da Qualidade da Madeira Uma Demonstração Simples - Economia de Madeira (Fábrica de 1.000 Ton/Dia): Rendimento: 51,6 e 44,0% ( = 7,6%) 335 Ton. Madeira/Dia R$152,00/Ton R$50.920,00 /Dia R$ 17.822.000,00/Ano 41 Importância da Qualidade da Madeira Uma Demonstração Simples - Aumento de Produção (Fábrica de 1.000 Ton/Dia): Rendimento: 51,6 e 44,0% ( = 7,6%) 76 Ton. Celulose/Dia $700,00/Ton (Custo ?) $53.200,00/Dia $18,6 Milhões/Ano 42 Qualidade da Madeira de Pinus para Produção de Celulose Experiências do Laboratório de Celulose e Papel Universidade Federal de Viçosa 43 44 349 384 374 401 406 399 418 392 361 401 378 361 353 411 445 431 388 362 363 336 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 D e n s id a d e b á s ic a ( K g /m 3 ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Famílias de Pinus Densidade básica das madeiras de Pinus 45 Teor de Lignina das Madeiras de Pinus 28,2 27,8 26,7 26,1 26,6 26,8 27,5 28,3 28,9 28,1 27,9 28,9 28,4 27,5 26,6 26,3 26,9 27,828,1 28,4 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 L ig n in a T o ta l (% ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Famílias de Pinus 46 Teor de Extrativos das Madeiras de Pinus 2,40 2,47 2,39 1,95 2,18 1,81 2,17 1,71 2,56 3,22 2,3 2,91 2,53 2,55 1,79 1,94 2,29 2,55 5,07 2,28 0 1 2 3 4 5 E x tr a ti v o s Á lc o o l/ T o lu e n o ( % ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Famílias de Pinus 47 Álcali Ativo Para Kappa 100 15,7 15,4 14,2 15,2 14,8 15,3 14,4 15,1 15,1 15,1 14,8 15,5 14,9 15,7 14,2 14,6 15 14,7 14,8 15,1 10 11 12 13 14 15 16 17 Á lc a li A ti v o ( % ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Famílias de Pinus 48 Rendimento Depurado Para Kappa 100 55,8 57,5 58,7 58,4 58,9 58,6 58,1 57,7 57,3 57,8 57,7 55,5 57,4 59,1 59,3 58,8 58,1 57,2 57,1 56,4 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 R e n d im e n to ( % ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Famílias de Pinus 49 Viscosidade Para Kappa 100 94 88 74 104 94 104 93 100 99 101 100 76 93 100 100 111 103 98 93 87 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 V is c o s id a d e ( c P ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Famílias de Pinus Conclusões Gerais • Considerável variação na qualidade da madeira • Para kappa 100 AA = 14,2 a 15,7% Rendimento = 55,5 a 59,3% Viscosidade = 74 a 111 cP Importância das Análises de Qualidade da Madeira para o Programa de Melhoramento Florestal 50 Importância da Qualidade da Madeira Uma Demonstração Simples - Economia de Madeira (Fábrica de 1.000 Ton/Dia): Rendimento: 59,3 e 55,5% ( = 3,8 %) 116 Ton. Madeira/Dia R$200,00?/Ton R$23.200,00/Dia R$8.120.000,00 Milhões/Ano 51 Importância da Qualidade da Madeira Uma Demonstração Simples - Aumento de Produção (Fábrica de 1.000 Ton/Dia): Rendimento: 59,3 e 55,5% ( = 3,8%) 38 Ton. Celulose/Dia $900/Ton (Custo ?) $34.200,00/Dia ≈ $11,9 Milhões/Ano 52 53 Qualidade da Madeira ? ? ?? ? ?
Compartilhar