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27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 1/34
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
E DOS DIREITOSE DOS DIREITOS
FUNDAMENTAISFUNDAMENTAIS
Esp. Renata Fabrízia de Moura
IN IC IAR
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 2/34
introdução
Introdução
Nesta segunda unidade, abordaremos a missão que a Constituição assume,
de organizar a sociedade, especialmente no aspecto político. Ela é o estatuto
do poder e o instrumento jurídico com que a sociedade se protege do abuso e
excesso de poder dos governantes, é também o lugar que se expressam as
reivindicações da coletividade e retrata os princípios que devem servir de guia
normativo para a construção do bem comum.
Apesar de não haver um consenso sobre o melhor método de interpretação
constitucional, busca-se fugir do formalismo e positivismo e aproxima-se do
realismo jurídico ao conferir ampla discricionariedade ao intérprete
constitucional para, assim, denotar progresso e avanço da sociedade.
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 3/34
É um poder previsto na própria Constituição, encarregado de fazer alterações
que ela necessita, adaptações às novas necessidades. É permitir a
modi�cação na Constituição dentro da ordem jurídica sem a ação do poder
constituinte originário.
Poder Constituinte Reformador
O poder reformador, na tarefa de alterar a Constituição, atua por meio de
duas formas: emenda ou revisão. A emenda deve ser utilizada quando se
pretende fazer mudanças especí�cas, pontuais, localizadas, como previsto no
artigo 60. A revisão, ocorre quando for realizar alterações gerais, conforme
ADCT, artigo 3º. Destaca-se que no Brasil já houve revisão constitucional, não
sendo possível mais utilizar esse mecanismo.
Natureza
É um poder de Direito. Tem, portanto, natureza jurídica estando submetido às
regras estabelecidas na Constituição Federal, no seu artigo 60.
Poder ConstituintePoder Constituinte
DerivadoDerivado
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 4/34
Titular
Pode ser o próprio titular do poder originário, que é o povo; ou um órgão
estatal, via de regra, o Congresso Nacional.
Agente
É aquele que o poder originário disser, no nosso caso, o Congresso Nacional.
Características
Derivado, pois deriva de outro poder, só existe porque o originário
determinou.
Limitado ao originário. As limitações são caracterizadas em 4
espécies que analisaremos mais adiante.
Condicionado, precisa de quorum para modi�car. Deve-se observar
os critérios estabelecidos na própria Constituição, e completado,
quando for o caso, por normas regimentais. Essa rigidez se baseia no
princípio da supremacia da Constituição, ou seja, ela está acima do
ordenamento jurídico.
Limitações ao poder reformador
Processuais: limitações de forma, de procedimento, modo de fazer.
Incidem sobre a iniciativa, quorum e competência. Deve observar o
procedimento estabelecido na Constituição, artigo 60, I, II e III, § 2º.
Temporais: o poder de reforma constitucional permanece
imobilizado por certo lapso de tempo, em dois momentos: 
artigo 60, § 3º, CF: o poder constituinte é rompido, por isso foi
proibido que a Constituição fosse alterada por 5 anos, ela precisa
desse tempo para se “assentar”. 
artigo 60, § 5º, CF: matéria de emenda constitucional que foi
rejeitada ou prejudicada é proibida de ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa, ou seja, no mesmo ano.
Circunstanciais: o poder reformador está impedido de atuar em
casos de limitações de circunstâncias, nos casos de intervenção
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 5/34
federal, estado de sítio e estado de defesa. Presente uma dessas
circunstâncias, não pode ser protocolado novo projeto e emenda
constitucional e os que estiverem tramitando têm seu curso
paralisado. Ele imobiliza o poder de reforma, artigo 60, § 1º. 
d.1) explícitas: são as do artigo 60, § 4º. Não poderá haver emenda
constitucional tendente a abolir (total ou parcialmente) a forma
federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a
separação de poderes e os direitos e garantias individuais. 
d.2) implícitas: há outras limitações que embora não expressas na
Constituição incidem sobre o poder de reforma: não é possível
mudar o titular do poder constituinte originário; não é possível
substituir o titular do poder constituinte reformador, substituir-se a si
mesmo por outro; não há a possibilidade de modi�car o processo de
elaboração de emenda constitucional para facilitar as alterações; não
pode se extinguir o Estado e não se mexe na cláusula que instituiu as
cláusulas pétreas, ou seja, o artigo 60, § 4º, CF.
Poder Constituinte Decorrente
Assim como o reformador, o poder constituinte derivado decorrente é
oriundo do originário, por ele criado e encontra suas regras de manifestação
estabelecidas no originário.
Seu objetivo é estruturar a Constituição dos Estados-Membros, e em outros
momentos, adequar e reformular. Aos Estados-Membros foi atribuída
autonomia, manifestada pela capacidade de auto-organização; autogoverno e
autoadministração.
Modalidades
Poder constituinte decorrente inicial: responsável pela elaboração da
Constituição Estadual. Tem poder constituinte decorrente em caráter
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de complementaridade em relação à Constituição, para estabelecer a
constituição dos seus Estados-Membros.
Poder constituinte decorrente de revisão estadual: possui a
�nalidade de modi�car o texto da Constituição estadual, com as
reformas necessárias e justi�cadas dentro da própria constituição
estadual ou federal.
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atividade
Atividade
Com relação ao conceito, às espécies e às características do poder constituinte
decorrente, assinale a opção correta.
a) Trata-se do poder incumbido aos estados-membros de auto-organização.
b) Classi�ca-se como originário se incondicionado ou derivado quando se
resume a alterar texto pré-existente.
c) Possui as mesmas limitações que o poder constituinte originário.
d) O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal
de 1988 é manifestação do poder constituinte decorrente.
e) O poder constituinte decorrente reformador manifesta-se por intermédio
do Congresso Nacional por ocasião das emendas à Constituição Federal de
1988.
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No �nal da década de 60, o renomado constitucionalista e grande responsável
pelo estudo da matéria, José Afonso da Silva, publicou a primeira edição de
seu clássico “Aplicabilidade das normas constitucionais”, no qual trouxe a
classi�cação tricotômica, onde as normas constitucionais podem ter e�cácia
plena, contida e limitada.
Norma de E�icácia Plena
São as que recebem do constituinte normatividade su�ciente à sua incidência
imediata e independem de norma integrativa infraconstitucional para sua
aplicação. Produzem, desde o momento de sua promulgação, todos os efeitos
essenciais, todos os objetivos visados pelo legislador.
Norma de E�icácia Contida
Podem ser chamadas de normas de e�cácia restringível. São as que recebem
normatividade su�ciente para reger os interesses de que cogitam, mas
Aplicabilidade, E�cácia eAplicabilidade, E�cácia e
InterpretaçãoInterpretação
ConstitucionalConstitucional
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 9/34
preveem meios normativos (como Leis, conceitos genéricos etc.) que lhes
reduzem a e�cácia e aplicabilidade.
Norma de E�icácia Limitada
São as que não receberam do constituinte normatividade su�ciente para sua
aplicação, o qual deixou ao legislador ordinário a tarefa de completar a
regulamentação das matérias nelastraçadas. Não são completamente
desprovidas de normatividade, ao contrário, são capazes de surtir uma série
de efeitos revogando as normas infraconstitucionais anteriores a ela
incompatíveis, constituindo parâmetro para a declaração da
inconstitucionalidade por ação e omissão, e fornecendo conteúdo material
para a interpretação das demais normas que compõe o sistema
constitucional.
Hermenêutica
Para alcançar o propósito das normas constitucionais é fundamental
desprender-se da "letra fria" da Lei e transformá-la em norma jurídica dotada
de e�cácia social. Nesse cenário de interpretação, surgiu a hermenêutica
constitucional, cuja ciência é a busca de mecanismos para a interpretação da
Constituição e promover avanços no seu conteúdo.
A hermenêutica constitucional é uma ciência que ampara os operadores do
Direito, tendo em vista a necessidade de compatibilizar o ordenamento
jurídico com a Constituição Federal, sem omitir as necessidades sociais
constantes, a justiça, moralidade, segurança, boa-fé, o bem comum, dentre
outros valores da humanidade.
A hermenêutica é considerada o método cientí�co para interpretação, é a
ciência que fornece a técnica para a interpretação; enquanto a interpretação é
um esforço humano para ajuizar uma intenção sobre o texto, no caso a
norma jurídica.
Nagib Slaibi Filho (2011, p. 1) preceitua essas distinções da seguinte maneira:
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Distingue-se a hermenêutica da interpretação e da aplicação: Hermenêutica é
a ciência que fornece a técnica para a interpretação; interpretação é o ato de
apreensão jurídica, enquanto a aplicação da norma é fazê-la incidir no fato
concreto nela subsumido.
Além dos métodos, os princípios também são utilizados no momento da
realização da interpretação constitucional, destacando-se os seguintes:
princípio da unidade da Constituição, segundo o qual as normas
constitucionais não devem ser vistas de maneira isolada, mas sim
interpretadas em sua universalidade;
princípio da concordância prática ou da harmonização, segundo o
qual os bens jurídicos constitucionais deverão existir de forma
harmônica, buscando evitar o sacrifício de um, em detrimento a
outro;
princípio da e�cácia integradora, segundo o qual, ao procurar
soluções para os con�itos jurídicos, deve ser dada preferência
àqueles que favoreçam a integração social e à unidade política;
princípio da máxima efetividade, que aduz que a norma
constitucional deve ter a mais ampla efetividade social;
princípio da interpretação conforme a Constituição, segundo o qual
diante de normas que possuem mais de uma interpretação, deve ser
dada preferência àquela que mais se aproxima com a interpretação
constitucional;
princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, que aduz que as
normas devem ser interpretadas seguindo critérios de equidade,
bom senso, ideias de justiça, prudência, moderação, entre outros.
Importante mencionar aqui na hermenêutica, o conceito da mutação
constitucional - que analisaremos mais adiante - que não é um método de
alteração no texto normativo, mas sim uma modi�cação no seu signi�cado e
sentido interpretativo. O texto constitucional permanece inalterado, sendo
certo que a mudança ocorre na interpretação. 
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atividade
Atividade
“[...] consiste em uma alteração do signi�cado de determinada norma da
Constituição, sem observância do mecanismo constitucionalmente previsto para as
emendas e, além disso, sem que tenha havido qualquer modi�cação do seu texto"
(BARROSO, 2018, apud VASQUES, 2016, on-line).
VASQUES, L. J. de O. M. Mutação constitucional. Conteúdo Jurídico , 8 abr. 2016.
Disponível em: < http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,mutacao-
constitucional,55589.html >. Acesso em: 27 abr. 2019.
A de�nição supra diz respeito a um princípio de interpretação constitucional
denominado:
a) reforma constitucional.
b) revisão constitucional.
c) mutação constitucional.
d) interpretação conforme sem redução de texto.
e) interpretação conforme com redução de texto.
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,mutacao-constitucional,55589.html
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Interpretação constitucional refere-se a uma modalidade de interpretação
jurídica. Por ser a Constituição uma norma jurídica, sua interpretação se
socorre em vários elementos, regras e princípios que a orientam.
A interpretação constitucional compreende um conjunto amplo de
particularidades, haja vista que o direito constitucional leva o Direito às
relações políticas, disciplinando a partilha e o exercício do poder, bem como
impondo o respeito aos direitos da cidadania. Leva legalidade, justiça e
segurança jurídica para um ambiente marcado pelo uso potencial da força,
pelo exercício das competências discricionárias e por vínculos diretos com a
soberania popular.
Na lição de Barroso (2018, p. 312):
A moderna interpretação constitucional, sem desgarrar-se das
categorias do Direito e das possibilidades e limites dos textos
normativos, ultrapassa a dimensão puramente positivista da
�loso�a jurídica, para assimilar argumentos da �loso�a moral e da
�loso�a política. Ideias como interpretação evolutiva, leitura moral
InterpretaçãoInterpretação
ConstitucionalConstitucional
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da Constituição e interpretação pragmática inserem-se nessa
ordem de considerações.
Além das fontes convencionais, como o texto e os precedentes judiciais, o
intérprete constitucional deverá ter em conta considerações relacionadas à
separação dos Poderes, à moralidade política e aos valores éticos da
sociedade.
Planos de Análise da Interpretação
Constitucional
Os métodos de interpretação constitucional não são pré-estabelecidos pelo
legislador, e sim por uma construção judicial, por meio de decisões e
interpretações do juiz constitucional, que deve, via de regra, partir de uma
linguagem abstrata e indeterminada.
Plano jurídico ou dogmático
Envolve as categorias operacionais do Direito ou da interpretação jurídica,
dentre elas:
as regras da hermenêutica: previstas na Lei de Introdução às normas
do Direito Brasileiro, Decreto-Lei nº 4.657, de 4.9.1942, nos seus
artigos 3º, 4º e 5º;
os elementos de interpretação, gramatical, histórico, sistemático e o
teleológico; bem como os costumes, a interpretação extensiva ou
estrita;
princípios especí�cos da interpretação constitucional, que serão
apresentadas no tópico mais adiante.
Plano Teórico ou Metodológico
Compreende a construção racional da decisão, o itinerário lógico percorrido
entre a apresentação do problema e a formulação da decisão. Não se trata de
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�loso�a da interpretação, mas dos diferentes métodos que procuram
demonstrar a racionalidade e adequação da argumentação desenvolvida.
Princípios de Interpretação Constitucional
A classi�cação a seguir denomina-se, segundo Barroso (2018), a mais
adequada, sob uma perspectiva contemporânea brasileira.
Princípio da Supremacia da Constituição
Com a promulgação da Constituição, a soberania popular se converte em
superioridade constitucional. Juridicamente, a Constituição possui posição
hierárquica superior às demais normas do sistema, pois é fruto de uma
manifestação especial de vontade popular, em um momento próprio.
Como consequência, temos que nenhuma Lei ou ato normativo poderá
sobreviver se for incompatível com a Constituição. Para assegurar essa
superioridade, a ordem jurídica concebeu um conjunto de mecanismos para
invalidar e/ou paralisar a e�cácia desse ato que infrinja a Constituição, são os
chamados Controle de Constitucionalidade; que aqui no Brasil, esse controle
é realizado por meio de dois ritos: 
1. Via incidental: a inconstitucionalidadepode ser provocada em
qualquer processo judicial, perante qualquer juízo ou tribunal,
cabendo ao órgão judicial deixar de aplicar a norma.
2. Via principal: é a proposição da Ação Direta de Inconstitucionalidade
no Superior Tribunal Federal, prevista no artigo 103 da Constituição,
a qual discutirá a constitucionalidade ou não de determinada Lei ou
ato normativo.
Este princípio não possui conteúdo material próprio, ele apenas impõe a
primazia da norma constitucional, qualquer que seja ela.
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 15/34
Princípio da Presunção de Constitucionalidade das
Leis e dos Atos Normativos
Em um Estado constitucional de direito, as Leis e atos normativos, como os
atos do Poder Público em geral, desfrutam de presunção de validade. Sua
atuação se baseia na legitimidade democrática dos agentes públicos eleitos,
no dever de promover o interesse público respeitando os princípios
constitucionais, sobretudo, os que regem a Administração Pública. Isso
signi�ca que o ônus recai sobre quem alega a invalidade ou
inconstitucionalidade, pois estamos tratando de presunção iuris tantum .
A presunção de constitucionalidade, portanto, é uma decorrência do princípio
da separação de Poderes e funciona como fator da atuação judicial, em
função disso, não devem juízes e tribunais declarar inconstitucionalidade de
Lei e ato normativo quando:
a inconstitucionalidade deve ser manifesta, se houver dúvida, será
utilizada em favor da Lei, a inconstitucionalidade nunca será
presumida;
se possível decidir a questão por outro fundamento, evitando assim a
invalidação do ato;
existir interpretação alternativa possível, que permita a�rmar a
compatibilidade da norma com a Constituição.
Princípio da Efetividade
Os atos jurídicos, em geral, inclusive as normas jurídicas, comportam análise
de três planos distintos: os da sua existência, validade e e�cácia. Após a
Constituição de 1988, consolidou-se um quarto plano de apreciação das
normas constitucionais: o da efetividade.
Efetividade, segundo Barroso (2018, p. 96):
signi�ca a realização do Direito, a atuação prática da norma,
fazendo prevalecer no mundo dos fatos os valores e interesses por
ela tutelados. Simboliza, portanto, a aproximação, tão íntima,
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 16/34
quanto possível, entre o dever-ser normativo e o ser da realidade
social.
Com isso, constatamos que o intérprete deve ter compromisso com a
efetividade da Constituição, deve prestigiar aquela interpretação que permita
a atuação da vontade da constituição.
Princípio da unidade da Constituição
Tal princípio é uma especi�cação da interpretação sistemática, com o objetivo
de harmonizar as tensões e contradições entre as normas jurídicas.
A Constituição abriga seu corpo valores e interesses contrapostos e, embora
se cogite uma certa hierarquia axiológica, não existe hierarquia entre normas
constitucionais! Elas são todas frutos da mesma vontade constituinte
originária e por essa razão, uma norma constitucional não pode ser
considerada inconstitucional em face de outra.
Utiliza-se um critério cronológico, porém sua valia é parcial, haja vista que as
normas integrantes da Constituição originária são promulgadas na mesma
data.
Há também o critério da especialização, mas não resolve todos os con�itos,
porque de ordinário, as regras constitucionais contêm proposições gerais e
não regras especí�cas.
Resta ao intérprete promover a concordância prática entre os bens jurídicos
tutelados, preservando o máximo possível de cada um, os direitos de uns têm
de ser compatíveis com os direitos de outros.
Princípio da interpretação conforme a Constituição
Princípio desenvolvido pela doutrina e jurisprudência alemãs, compreende a
preservação da validade de normas suspeitas de inconstitucionalidade, com
uma técnica de interpretação e um mecanismo de controle de
constitucionalidade.
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 17/34
O princípio impõe a juízes e tribunais que interpretem a legislação ordinária
de modo a realizar os valores e �ns constitucionais, ou seja, dentre as
possíveis interpretações, deve-se escolher a que tem mais a�nidade com a
Constituição, por exemplo, jurisprudências que reconhecem direitos
previdenciários a parceiros que vivem em união estável homoafetiva.
Sendo um dos mecanismos de controle de constitucionalidade, o princípio da
interpretação, conforme a Constituição, permite que o intérprete preserve a
validade de uma Lei que, se aplicada baseada na sua leitura fria, seria
inconstitucional.
Tal princípio tem por limite as possibilidades semânticas do texto, isto é, se a
única interpretação possível para compatibilizar a norma com a Constituição
for dar sentido diverso ao que o  legislador lhe pretendeu dar, não se aplica o
princípio, pois se trataria de criação de norma jurídica, ato que cabe ao
legislador.
Princípio da Proporcionalidade
Não está previsto na Constituição, mas tem seu sólido fundamento nas ideias
de devido processo legal e na de justiça.
A ideia de razoabilidade remonta ao sistema jurídico anglo-saxão, tendo
destaque no direito norte-americano como desdobramento de devido
processo legal. O princípio foi desenvolvido como próprio do sistema
commom law , mediante precedentes sucessivos, sem maiores preocupações
com uma formulação sistemática. Já a noção de razoabilidade vem do sistema
jurídico alemão, com raízes romano-germânicas, e era utilizado no direito
administrativo como controle dos atos do executivo.
Como bem destaca Barroso (2018, p. 345):
Trata-se de um valioso instrumento de proteção dos direitos
fundamentais e do interesse público por permitir o controle da
discricionariedade dos atos do Poder Público e por funcionar como
medida com que uma norma deve ser interpretada no caso
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 18/34
concreto para a melhor realização do �m constitucional nela
embutido ou decorrente do sistema.
Em suma, o princípio permite ao Judiciário invalidar os atos legislativos ou
administrativos quando:
não haja adequação entre instrumento utilizado e �m;
a medida não seja exigível, havendo meio alternativo menos gravoso
(vedação de excesso) para se chegar ao resultado;
os custos superem os benefícios (proporcionalidade em sentido
estrito).
Tem-se enfatizado entre nós, que o fundamento do princípio da
proporcionalidade situa-se no âmbito dos direitos fundamentais. E é cada vez
mais frequente a utilização da proporcionalidade como regra de ponderação
entre direitos em con�ito, como pode se veri�car nos inúmeros precedentes
do Supremo Tribunal Federal; porém deve se utilizar do princípio
conscientemente, rejeitando a intervenção que impõe ao atingido um ônus
intolerável e desproporcional e analisar a situação concreta.
Mutação Constitucional
Mutação ou transição constitucional é um processo informal de alteração da
constituição em busca de uma interpretação evolutiva. A mutação pode
conviver com os mecanismos formais (emenda e revisão), pois altera-se
somente o sentido da norma constitucional, sem mudar o texto. Permite-se a
transformação do sentido e alcance de normas da Constituição, sem qualquer
modi�cação na letra da Lei.
Na lição de Canotilho (2003, p. 1214) “é a revisão informal do compromisso
político formalmente plasmado na constituição sem alteração do texto
constitucional. Em termos incisivos: muda o sentido sem mudar o texto”.
E de acordo com o doutrinador Pedro Lenza (2017, p. 150):
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 19/34
As mutações constitucionais, portanto, exteriorizam o caráter
dinâmico e de prospecção das normas jurídicas, por meio de
processos informais. Informais no sentido de não serem previstos
dentre aquelas mudanças formalmente estabelecidas o texto
constitucional.
Esse novoalcance do mandamento constitucional pode decorrer de uma
mudança na realidade fática ou de uma nova percepção do estudo do Direito,
isto é, uma releitura atual do que deve ser considerado ético ou justo.
Para que seja legítima a mutação deve corresponder a uma demanda social
efetiva por parte da população, assentada pela soberania popular.
Tal mutação constitucional se realiza por interpretação de órgãos estatais ou
por meio dos costumes e práticas políticas socialmente aceitas pela
comunidade. Sua legitimidade deve ser buscada no ponto de equilíbrio entre
a rigidez da Constituição e a moldabilidade de suas normas.
A rigidez constitucional objetiva preservar a estabilidade da ordem e a
segurança jurídica; ao passo que a �exibilidade, por meio da mutação,
procura adaptá-la aos novos tempos e às novas demandas, sem recorrer aos
processos formais e di�cultosos de reforma.
Limites da Mutação Constitucional
Se ultrapassá-los, estará violando o poder constituinte e assim, a soberania
popular.
A sua capacidade de adaptação não pode desvirtuar o espírito da
Constituição.
Deve se deter diante de dois limites:
se os sentidos possíveis estão sendo interpretados ou afetados;
se a preservação dos princípios fundamentais identi�ca a
Constituição.
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 20/34
Se o novo sentido contrariar a Constituição gera mutações inconstitucionais
que devem ser rejeitadas pelos Poderes competentes e pela sociedade. A
persistência de tal disfunção criará uma situação anômala, onde o fato se
sobrepõe ao Direito; a inconstitucionalidade deverá se resolver seja por
superação, seja por conversão em Direito vigente. 
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 21/34
atividade
Atividade
A Constituição Federal proíbe a deliberação de proposta de emenda constitucional
que tenda a abolir:
a) a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
b) a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita.
c) a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa.
d) o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas
pétreas expressas.
e) o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea
implícita.
27/09/22, 01:26 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=26197 22/34
Trata da divisão política do território nacional, estruturação dos poderes,
forma de governo, modo de investidura dos governantes, direitos e garantias
dos governados.
A Constituição Federal de 1988 (on-line) trata da organização do Estado
brasileiro a partir do seu artigo 18, onde dispõe que “a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição”. Nos quatro parágrafos do artigo supracitado, a
Constituição vai dispor sobre os territórios federais, que integram a União, e
irá tratar também da incorporação, subdivisão, fusão e desmembramento de
Estados e Municípios.
Estas disposições constitucionais tratam da base da organização do Estado
brasileiro e o caput do artigo 18 da CF revela o tipo de estrutura que os
legisladores constituintes elegeram para o nosso Estado: a Federação.
Organização do EstadoOrganização do Estado
(Parte I)(Parte I)
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Estado Federal
O federalismo possui suas primeiras origens nos Estados Unidos, surgindo
como resposta à necessidade de um governo e�ciente em extenso território,
que endossasse os ideais republicanos da revolução de 1776. As antigas
colônias britânicas �rmaram um tratado de direito internacional criando uma
confederação, com o objetivo de preservar a soberania do território colonial.
As deliberações do Congresso americano enfraqueceram e nem sempre eram
cumpridas, se tornaram meras recomendações, e não havia um tribunal
supremo que uni�casse a interpretação do direito aos Estados. Assim, em
1787, na Constituição elaborada na Convenção da Filadél�a, com o propósito
de se aprimorar a união entre os Estados, prenunciou a formação de uma
nova entidade, a União. Os Estados confederados deixaram de ser soberanos,
mas conservaram sua autonomia, entregaram à União poderes su�cientes
para exercer o bem comum e passaram a compor o intento da União por
meio de representantes no Senado.
Aqui no Brasil, os Estados Federados, como aduz o artigo 25 da Constituição,
são dotados somente de autonomia política, que é o poder de agir dentro dos
limites �xados pela própria Constituição Federal; eles não possuem
soberania, por isso não lhes são atribuídas competências internacionais. Sua
autonomia política importa em:
autonomia política (caput do artigo 25): compete a cada Estado
elaborar a sua própria Constituição Estadual que não há de ser mera
cópia do texto federal, deve obedecer aos princípios e será
parâmetro de controle de constitucionalidade para outras normas
estaduais e municipais;
autogoverno (artigos 27, 28 e 125): compete a cada Estado a
organização de seus próprios Poderes, bem como a escolha de seus
integrantes, o que deve ser feito de acordo com o modelo federal,
respeitado o sistema constitucional da separação de Poderes e o
regime presidencialista;
autolegislação (caput do artigo 25): se refere à capacidade de editar
Leis estaduais dentro de sua autonomia política, ou seja, nos limites
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das competências �xadas pela Constituição Federal e respeitando a
Constituição Estadual;
autoadministração (artigos 18 e 25 a 28): compete a cada Estado
organizar, manter e prestar os serviços que lhe são próprios;
autonomia �nanceira (artigos 145 a 162): diz respeito à repartição de
tributos.
Características do Estado Federal
À vista das características essenciais a seguir, é possível estabelecer um
conceito amplo de Estado Federal.
Interessante mencionar que, de regra, esse Estado tem uma Suprema Corte
com jurisdição nacional e é previsto um mecanismo de intervenção federal
para manter a unidade física e identidade jurídica da Federação.
Soberania e Autonomia
A soberania é entendida como poder de autodeterminação plena, não
condicionado a nenhum outro poder, externo ou interno. É atributo do Estado
Federal como um todo.
Os Estados-membros dispõem de autonomia, que signi�ca capacidade de
autodeterminação dentro do círculo de competências traçado. A autonomia
importa, necessariamente, descentralização do poder, porém, abrange a
capacidade de autoconstituição.
Cada Estado-membro tem o poder de dotar-se de uma Constituição por ele
mesmo concebida, observando as diretrizes impostas pela Constituição
Federal.
Existência de uma Constituição Federal
A Constituição Federal confere unidade à ordem jurídica do estado Federal,
com o  objetivo de traçar um compromisso entre as pretensões de cada
região e os interesses comuns.
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A Federação se apoia na Constituição Federal da República, que é o seu
fundamento jurídico e instrumento regulamentador.
Repartição deCompetências
A repartição de competências consiste na atribuição, dada pela Constituição
Federal, a cada ordenamento de uma matéria que lhe seja própria,
favorecendo a e�cácia da ação estatal e evitando con�itos e desperdício de
esforços e recursos.
As constituições federais preveem, ainda, uma repartição de rendas para
garantir a autonomia dos Estados-membros e os habilita a desempenhar as
suas competências; o mesmo vale para o Distrito Federal e os municípios.
Participação dos Estados-membros na Vontade
Federal
Para que os Estados-membros possam ter voz na formação da vontade
federal, historicamente foi concebido o Senado Federal, com representação
partidária, fazendojus ao princípio da igualdade jurídica dos Estados-
membros. Eles também participam da vontade federal quando são admitidos
a apresentar emendas à Constituição Federal.
Inexistência de Direito de Secessão
É indissolúvel o laço federativo, ou seja, os Estados são impedidos de se
desligarem da União.
Implantação no Brasil
Cada país adota a forma federal que mais satisfaz as suas necessidades
próprias.
No Brasil, a Constituição Federal dispôs a respeito da União, que é fruto da
junção dos Estados entre si, é aliança indissolúvel destes; é aquela que age
em nome da Federação. No plano legislativo, edita tanto Leis nacionais (que
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alcançam todos cidadãos), como Leis federais (que incidem sobre os
jurisdicionados da União, administração, servidores). Ela também possui seus
próprios bens, também de�nidos pela Constituição Federal, artigo 20.
Intervenção Federal
A intervenção federal é mecanismo drástico e excepcional, pode-se dar para
“pôr termo a grave perturbação da ordem pública” (artigo 34, III, CF, on-line).
É de competência da União e somente pode recair sobre o Estado-membro,
Distrito Federal e Municípios integrantes do território federal (e não
municípios integrantes de Estado-membro).
Somente o Presidente da República é competente para decretar a intervenção
federal, seja ela espontânea ex o�cio ou provocada. Será requisitada pelo
Supremo Tribunal Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal
Superior Eleitoral, em caso de descumprimento de ordem ou decisão judicial.
É mecanismo destinado a manter a integridade dos princípios basilares da
Constituição, enumeradas taxativamente no artigo 34, onde se encontram
cláusulas clássicas do constitucionalismo brasileiro (forma republicana e
sistema representativo) e o regime democrático. Também o respeito aos
direitos da pessoa humana como veremos a seguir:
I) manter a integridade nacional;
II) repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III) pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV) garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
V) reorganizar as �nanças da unidade da Federação;
VI) prover a execução de Lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII) assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
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forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
direitos da pessoa humana;
autonomia municipal;
prestação de contas da administração pública direta e indireta;
aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde (artigo 34 da Constituição Federativa do Brasil).
Não é todo tumulto que justi�ca a medida, mas apenas em situações em que
a desordem assuma forma atípica, invulgar e intensa.
Não é necessário aguardar um quadro de guerra civil para que ocorra a
intervenção, diferentemente do que previam as Constituições de 1934 e 1946
que falavam em “guerra civil”. É bastante que um quadro de transtorno da
vida social, violento e de proporções dilatadas, se instale duradouramente, e
que, o Estado-membro não queira ou não consiga enfrentá-lo de forma e�caz,
para que se tenha o pressuposto da intervenção. É irrelevante a causa da
grave perturbação da ordem.
A intervenção cessa tão logo superada a sua causa, retornando ao poder a
autoridade local afastada provisoriamente.
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Tipos de Federalismo
A primeira classi�cação do federalismo o separa, conforme a formação
histórica, em federalismo por agregação e federalismo por desagregação ou
segregação.
Vejamos como a doutrina conceitua a primeira hipótese:
federalismo por agregação: os estados soberanos e independentes
abrem mão de parte de sua soberania para a formação de um novo
Estado federativo, passando a serem apenas autônomos entre si.
Dentre os países com esse tipo de formação, temos os Estados
Unidos e a Alemanha.
federalismo por desagregação: o Estado federativo surge a partir de
um Estado que se descentraliza, normalmente por razões políticas.
Exemplo de federalismo por desagregação aconteceu no Brasil a
partir da Proclamação da República e com a Constituição de 1891.
Quanto à segunda hipótese, que trata da separação das competências e
atribuições, o federalismo é dividido em:
saiba mais
Saiba mais
Para um aprofundamento do estudo, con�ra:
“ Interpretação constitucional ” de Inocêncio
Mártires Coelho. A obra traz, de forma
didática, as principais questões discutidas no
âmbito da interpretação constitucional.
ACESSAR
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/46340
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federalismo dual: há uma separação rígida entre essas
competências, não havendo qualquer relação entre elas nem
colaboração entre os entes. Exemplo, foram os Estado Unidos. 
federalismo cooperativo: as atribuições são exercidas de forma
comum ou concorrente, privilegiando a atuação em conjunto e
aproximando os entes federativos. Por esse motivo, o federalismo
dual, nos tempos contemporâneos, está sendo gradualmente
substituído pelo cooperativo (LENZA, 2017, p. 162).
reflita
Re�ita
“Idealmente, o intérprete, o aplicador do direito, o juiz, deve
ser neutro. E é mesmo concebível que ele seja racionalmente
educado para a compreensão, para a tolerância, para a
capacidade de entender o diferente, seja o homossexual, o
criminoso, o miserável ou o mentalmente de�ciente. Pode-se
mesmo, um tanto utopicamente, cogitar de libertá-lo de seus
preconceitos, de suas opções políticas pessoais e oferecer-lhe
como referência um conceito idealizado e asséptico de justiça.
Mas não será possível libertá-lo do próprio inconsciente, de
seus registros mais primitivos. Não há como idealizar um
intérprete sem memória e sem desejos. Em sentido pleno, não
há neutralidade possível” (BARROSO, 2018, p. 7).
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atividade
Atividade
O aplicador do direito, ao se deparar com normas constitucionais que possuem
mais de uma interpretação (seja plurissigni�cativas) deverá priorizar aquela
interpretação que mais se coaduna com o princípio da:
a) máxima efetividade.
b) interpretação conforme a Constituição.
c) concordância prática.
d) e�cácia integradora.
e) correção funcional.
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indicações
Material
Complementar
LIVRO
Interpretação e Aplicação da Constituição
Luis Roberto Barroso
Editora: Saraiva
ISBN: 9788502095908
Comentário: Trata sobre a efetividade das normas
constitucionais e suas formas de  interpretação, em
particular por meio dos princípios constitucionais.
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FILME
Intervenção
Ano: 2018
Comentário: Entre o �m de 2014 e início de 2015, o
Rio mergulhou em uma profunda crise econômica. Os
recursos começaram a escassear e as diferentes
facções do trá�co voltaram a disputar o controle de
território dentro das comunidades. Após uma breve
pausa para os Jogos Olímpicos, a situação desandou de
vez, com policiais sendo executados diariamente. A
intervenção federal na segurança passou, então, a ser
vista como a única solução possível para tamanho
descalabro.
TRA ILER
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conclusão
Conclusão
Nesse panorama crítico, reconhecemos os esforços de muitos
constitucionalistas brasileiros em prol de uma visão democrática da
interpretação constitucional, ainda mais quando sabemos que a leitura das
cartaspolíticas, durante muito tempo, esteve vinculada a um modelo de
interpretação de uma sociedade politicamente fechada, concentrando-se
primariamente na interpretação dos juízes e em procedimentos formalizados,
ao invés de se fazer em voz alta e à luz do dia, no âmbito de um processo
verdadeiramente público e republicano, do qual participem os diferentes
atores sociais porque ao �m é de conformidade com os preceitos
constitucionais que todos exercem os seus direitos e cumprem as suas
obrigações.
Em conclusão, descontados os naturais excessos dessa e de outras propostas
hermenêuticas igualmente ousadas, é graças à criatividade dos operadores
do Direito e seus intérpretes que os textos das constituições vão
sobrevivendo à ação do tempo e permitindo que se reduza ao mínimo as
sempre desgastantes alterações constitucionais.
referências
Referências
Bibliográ�cas
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BARROSO, L. R. Curso de direito constitucional contemporâneo . 7. ed. São
Paulo: Saraiva, 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário O�cial
da União. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
>. Acesso em: 27 abr. 2019.
CANOTILHO, J. J. G. Direito constitucional e teoria da constituição . 7. ed.
Coimbra: Almedina, 2003.
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado . 21. ed. São Paulo: Saraiva,
2017.
SLAIBI FILHO, N. Hermenêutica Constitucional . 2011. Disponível em: <
http://https://elerj.�les.wordpress.com/2011/08/hermenc3aautica_constitucional
>. Acesso em: 19 mar. 2019.
IMPRIMIR
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://https//elerj.files.wordpress.com/2011/08/hermenc3aautica_constitucional

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