Buscar

23 Anais 72 Congresso Nacional de Botânica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 519 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 519 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 519 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ficha Catalográfica - Biblioteca Central Julieta Carteado - UEFS
 Bibliotecário responsável: Luis Ricardo Andrade da Silva – CRB5/1790
ATUAL DIRETORIA DA SBB
Presidente 
Tânia Regina dos Santos Silva (UEFS)
1ª Vice-presidente
Ana Maria Giulietti-Harley (UEFS)
2º Vice-presidente
Jefferson Prado (IPA-SP/UNESP 
-São José do Rio Preto, SP)
Secretário geral
Glocimar Pereira da Silva (EMBRAPA)
1ª Secretária
Milene Maria da Silva Castro (UESB – JEQUIÉ)
2ª Secretária
Gardene Maria de Sousa (UFPI)
Secretária adjunta
Taciana Barbosa Cavalcanti (EMBRAPA)
1º Tesoureiro
André Luis da Costa Moreira (UnB)
2ª Tesoureira
Viviane Guzzo Carli Poelking (UESB)
CONSELHO SUPERIOR
Membros Titulares
Presidente
Renata Carmo de Oliveira (UFU) 
Vice-presidente
Francisco de Assis Ribeiro dos Santos (UEFS) 
Vera Lucia Gomes Klein (UFG) 
Pedro Lage Viana (MPEG)
Karin Esemann-Quadros (UNIVILLE)
Membros Suplentes
Maria Antônia Carniello (UNEMAT)
Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS) 
João Ubiratan Santos (UFRA) 
Luiz Antônio de Souza (UEM)
COMISSÃO ORGANIZADORA 
DO 72° CNBOT
Presidente
Fernando Periotto (UFSCar)
Presidente de Honra 
Leila de Fátima Nogueira Macias (UFPel)
Vice-presidente
Cláudia Elena Carneiro (UEFS)
Tesoureiro
Maurício Lamano Ferreira (UNASP)
Secretária
Denise Espellet Klein (UNIRIO)
Comissão Científica 
Suzana Ursi - Coordenadora (USP)
Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS)
Gustavo Hiroaki Shimizu (UNICAMP)
Lucas Cardoso Marinho (UFMA)
COMISSÃO EDITORIAL
Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS) 
Cláudia Elena Carneiro (UEFS) 
Denise Espellet Klein (UNIRIO) 
Fernando Periotto (UFSCar) 
Gustavo Hiroaki Shimizu (UNICAMP) 
Lucas Cardoso Marinho (UFMA) 
Maurício Lamano Ferreira (UNASP)
Suzana Ursi (USP) 
Fotografia de Tillandsia usneoides
Luiz Filipe Varella 
Capas 
Carlos Wallace do Nascimento Moura (UEFS) 
Letícia Carvalho de Mattos Marinho
Diagramação e Arte Final
Ericson Peres
SOCIEDADE BOTÂNICA 
DO BRASIL - SBB
Acesse o site da SBB 
www.botanica.org.br
B758 Botânica [recurso eletrônico] : para que e para quem? : desafios, avanços e 
perspectivas na sociedade contemporânea / Carlos Wallace do Nascimento Moura, 
Gustavo Hiroaki Shimizu (organizadores). – Brasília, DF : Sociedade Botânica do 
Brasil, 2022. 
517 p. : il. 
E-book. 
Reúne os textos das palestras proferidas durante o 72º Congresso Nacional de 
Botânica promovido pela Sociedade Botânica do Brasil. 
ISBN 978-65-999117-1-2 
1. Botânica – Ensino. 2. Botânica – Pesquisa. I. Moura, Carlos Wallace do 
Nascimento, org. II. Shimizu, Gustavo Hiroaki, org. III. Congresso Nacional de 
Botânica; 72. IV. Sociedade Botânica do Brasil. 
CDU 581
Fotos Tillandsia usneoides 
Luiz Filipe Varella
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................................11
PARTE 1: PALESTRAS ............................................................... 12
Plant blindness and sustainability
Dawn Sanders.............................................................................................................................................13
Saberes botânicos e pesquisa colaborativa
Paulo Takeo Sano, Rebeca Verônica Ribeiro Viana, Ronaldo Andrade dos Santos ........................................18
O porquê de tratar de diversidade, equidade e inclusão na Sociedade Botânica do Brasil
Rosy Mary dos Santos Isaias, Annelise Frazão, Suzana Maria dos Santos Costa ...........................................23
Ameaças aos serviços ambientais da Amazônia
Philip Martin Fearnside .............................................................................................................................. 28
Os diálogos entre Paulo Freire e o ensino de Botânica: relato de um processo de formação de professores 
João Paulo Reis Soares, João Rodrigo Santos da Silva ............................................................................... 36
Ensino e divulgação da botânica através de mídias sociais: relato de experiência com o perfil @UFMTBot
Ana Kelly Koch, Ana Paula de Souza Caetano, Marcelo Lattarulo Campos, Mariana Andrade Martins, 
Murilo Gomes Ribeiro, Jéssica Martins Gonçalves ...................................................................................... 44
A importância da botânica básica para a valoração monetária do serviço de polinização
Kayna Agostini ........................................................................................................................................... 50
Etnomicologia no Brasil: passado, presente e futuro
Larissa Trierveiler-Pereira, Amanda Prado-Elias, Laise de Holanda Cavalcanti Andrade ............................ 54
A interface botânica-arte
Marcelo Guerra Santos .............................................................................................................................. 60
PARTE 2: SIMPÓSIOS ...............................................................67
DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DE BRIÓFITAS
Avanços no conhecimento da flora de briófitas do Brasil
Denilson Fernandes Peralta, Leandro de Almeida Amélio, Douglas Santos Oliveira ..................................... 68
Diversidade de briófitas no estado da Bahia: avanços e perspectivas
Emilia de Brito Valente............................................................................................................................... 75
Anthocerotophyta no Brasil
Leandro de Almeida Amélio, Denilson Fernandes Peralta ........................................................................... 82
CONTEÚDO NAVEGÁVEL.
CLIQUE NOS TÍTULOS ABAIXO.
BOA LEITURA!
Campos de altitude: ecossistemas prioritários para a conservação de briófitas
Nivea Dias dos Santos, Juliana Rosa do Pará Marques de Oliveira, Lorena Tereza da Penha Silva, 
Mateus Tomás Anselmo Gonçalves, Denilson Fernandes Peralta ................................................................ 92
Briófitas endêmicas da Floresta Atlântica: uma breve análise do status de conservação
Milena Evangelista dos Santos, Leandro de Almeida Amélio .....................................................................100
Modelo preditivo do potencial de distribuição geográfica de Lejeunea oligoclada (espécie) 
e relação com as flutuações climáticas
Antonia Tainara Sousa da Silva, Victor Pereira Zwiener, Hermeson Cassiano de Oliveira ............................103
PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE BIOCULTURAL
Diversidade biocultural na escola: construindo pontes entre a pesquisa etnobotânica e o ensino básico
Sofia Zank ................................................................................................................................................ 110
Coleção botânica é patrimônio
Maria Franco Trindade Medeiros ............................................................................................................... 114
Memórias, usos e saberes de plantas por descendentes de poloneses
Rafaela Helena Ludwinsky .........................................................................................................................118
SAMAMBAIAS E LICÓFITAS TROPICAIS
Evolução do desenvolvimento em licófitas e samambaias
Rafael Cruz, Erica De Leau, Alexander J. Hetherington ..............................................................................122
Spore-feeding microlepidoptera Stathmopoda as a model for specialist fern-insect interactions
Luis Javier Fuentes-Jacques, Paul Hanson-Snortum, Klaus Mehltreter, Cecilia Díaz-Castelazo, 
Vicente Hernández-Ortiz ..........................................................................................................................124
Cultura in vitro: desvendando a vida microscópica das samambaias com foco na conservação
Catiuscia Marcon, Isabela Kirch Stein, Annette Droste ...............................................................................131
Estudos filogenéticos em Gleicheniaceae C. Presl (Polypodiopsida) 
Lucas Vieira Lima .....................................................................................................................................137
UM SÉCULO E MEIO DE ESTUDOS SOBRE AS DESMÍDIAS BRASILEIRAS
Eu e as Desmídias ou as Desmídias e eu?
Carlos Eduardo de Mattos Bicudo .............................................................................................................140
As desmídias da região Norte do Brasil: as principais contribuições e os próximos desafios
Silvia Maria Mathes Faustino ..................................................................................................................... 143
Ocorrência e distribuição geográfica das desmídias (Zygnematophyceae) na região Centro-Oeste do Brasil
Ina de Souza Nogueira, Yris Nara da Silva Santos .......................................................................................151
Desmídias da região Nordeste
Geraldo José Peixoto Ramos .................................................................................................................... 158
Estudos taxonômicos de desmídias brasileiras: situação atual e perspectivas para o Sudeste e Sul
Stefania Biolo ........................................................................................................................................... 163
Estudo de fisiologia e cultivo de desmídias
Thaís Garcia da Silva, Ana Beatriz Janduzzo Amaro de Lima .......................................................................171
Abordagens moleculares e filogenia em desmídias (Zygnematophyceae): estado atual e perspectivas futuras
Camila Barbosa de Araújo ......................................................................................................................... 175
Ecologia de desmídias perifíticas
Maria Aparecida dos Santos Lima ..............................................................................................................181
Comunidades de desmídias na análise de índices de qualidade de hábitat em cenários de mudanças 
climáticas e pressões humanas
Luciana Gomes Barbosa, Francisco Antônio Rodrigues Barbosa, Gabrielle Joanne Medeiros Araujo, 
Carlos Eduardo de Mattos Bicudo ............................................................................................................. 188
REDE BRASILEIRA DE COLEÇÕES BIOLÓGICAS
Resultados preliminares do diagnóstico das coleções botânicas brasileiras
Diego Knop Henriques, André Luís de Gasper, Tânia Regina dos Santos Silva, Luciane Marinoni ............... 192
EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
The importance of fossils for understanding the evolution of plant development
Alexander J. Hetherington ........................................................................................................................ 197
Origin and evolution of the seed from a molecular approach in gymnosperms
Cecilia Zumajo-Cardona, Barbara Ambrose ............................................................................................... 198
A plant living inside a plant: assessing developmental genetic networks under extreme holoparasitism
Natalia Pabón Mora, Favio González, Angie Daniela González, Juan F Alzate ............................................. 202
Flores em Apocynaceae: comparando diferentes tipos florais dentro da família
Daniela Martins Alves, Ingrid Koch ........................................................................................................... 204
Evolução da parede celular e a diversidade nas plantas
Alexandra Antunes Mastroberti ..................................................................................................................211
How do laticifers grow?
Maria Camila Medina, Mariane S. Sousa-Baena, Marie-Anne Van Sluys, Diego Demarco .............................214
Brassinosteroid modulates helical growth of twining stems in a vining variety of Phaseolus vulgaris L. (Fabaceae)
Mariane S. Sousa-Baena, Joyce G. Onyenedum ......................................................................................... 219
Anatomias complexas: desvendando o desenvolvimento caulinar em uma abordagem integrativa
Israel L. Cunha Neto ................................................................................................................................ 222
PALINOLOGIA NO BRASIL
Cenário da palinologia no Brasil: descrição, padronização e apresentação de estudos em morfologia polínica
Eduardo Custódio Gasparino ................................................................................................................... 229
Cenário da palinotaxonomia no Brasil
Vania Gonçalves Lourenço Esteves, Cláudia Barbieri Ferreira Mendonça .................................................. 239
Cenário da palinologia para as briófitas no Brasil
Andrea Pereira Luizi-Ponzo ..................................................................................................................... 244
Dispersão e composição da chuva polínica via coleta de material aéreo em áreas de Cerrado
Lorrayne Albernaz Domingues Camilo Landi, Eduardo Custódio Gasparino ............................................... 247
Cenário da paleopalinologia no Brasil
Aline Gonçalves de Freitas ....................................................................................................................... 256
Cenário da palinologia forense no Brasil
Ariadne Barbosa Gonçalves ..................................................................................................................... 258
PROCESSOS ECOLÓGICOS E EVOLUTIVOS EM ANGIOSPERMAS
Néctar perfumado e seu papel na sinalização olfativa aos morcegos polinizadores
Arthur Domingos-Melo, Paulo Milet-Pinheiro, Marco Tschapka, Manfred Ayasse, Isabel Machado ............. 260
Desvendando o destino do pólen: desafios no rastreamento do pólen e efeito do comportamento do vetor 
de pólen no trajeto
Vanessa Gonzaga Marcelo, Flávia Maria Darcie Marquitti, Mario Vallejo-Marín, 
Vinícius Lourenço Garcia de Brito ............................................................................................................ 267
"Pollen tube shower": um curioso mecanismo de autopolinização tardia em espécies de anteras poricidas
Luan Salles Passos, Renato Goldenberg, Francismeire Jane Telles, Lucas Freitas Bacci, 
Fabiano Rodrigo Maia .............................................................................................................................. 276
Sucesso reprodutivo masculino em comunidade de plantas polinizadas por beija-flor
Isis Paglia, Pedro J. Bergamo, Nathalia S. Streher, Julia O. Ferreira, Matheus F. Souza, Marina Wolowski, 
Leandro Freitas ....................................................................................................................................... 283
Novos usos de coleções botânicas: como a história escondida nas flores pode ajudar a desvendar 
os efeitos da poliploidia na polinização
Nathália Susin Streher, Itay Mayrose, Tia-Lynn Ashman ........................................................................... 288
Poliploidia: origem, causas e consequências
Ana Paula de Moraes ................................................................................................................................ 294
Complexos poliploides e sua importância para especiação de plantas: um estudo de caso com 
Psidium cattleyanum Sabine (Myrtaceae)
Raquel Moura Machado, Eliana R. Forni-Martins ....................................................................................... 302
Sistema reprodutivo da espécie poliploide Psidium cattleyanum (Myrtaceae)
Mercedes Souza-Pérez, Gabriela Speroni ................................................................................................. 309
Understanding the genetic diversity and the evolution of Lippia alba (Mill.) N.E.Br. (Verbenaceae): 
a tropical polyploid complex
Lyderson Facio Viccini, Aryane Campos Reis, Juliana Mainenti Leal Lopes, .............................................. 319
A grande diversidade citogenética em Cuscuta L. e os eventos que tornam o gênero um ótimo modelo 
para estudos de evolução cromossômica
Amalia Ibiapino ........................................................................................................................................325
PARTE 3: MESAS-REDONDAS ................................................329
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM BOTÂNICA
O Grupo de Estudos em Botânica (GEBot) como instrumento para a promoção e o fortalecimento 
das ações de divulgação científica na Universidade Federal de Juiz de Fora
Ana Paula Gelli de Faria ........................................................................................................................... 330
Briólogos on-line: estratégias de divulgação científica do núcleo de especialistas em briófitas durante 
a pandemia (2020-2021)
Juçara Bordin, Hermeson Cassiano de Oliveira, Denilson Fernandes Peralta, Dimas Marchi do Carmo ...... 335
Conectando plantas e pessoas através do Instagram: as experiências do Herbário HURB
Grênivel Mota da Costa, Lidyanne Yuriko Saleme Aona ............................................................................. 340
LISTA VERMELHA DE ECOSSISTEMAS
Lista Vermelha de Ecossistemas: oportunidades e desafios para a aplicação do método em 
ecossistemas terrestres
Natália Macedo Ivanauskas ...................................................................................................................... 344
BANCOS DE DADOS TAXONÔMICOS E ECOLÓGICOS
Repositórios de dados de biodiversidade: desafios, vieses e potencialidades
Matheus Colli-Silva ...................................................................................................................................347
Dados como patrimônio para as gerações futuras: armazenamento e compartilhamento de dados 
científicos em Botânica, Biogeografia e Ecologia
Marcelo Freire Moro, Ingrid H’Oara Carvalho Vaz da Silva, Mário Sérgio Duarte Branco, 
Paulo Weslem Portal Gomes, Taynara Rabelo Costa .................................................................................. 351
A base de dados TreeCo: histórico, aplicações e desafios futuros
Renato Augusto Ferreira de Lima ............................................................................................................. 362
PAPEL DA ANATOMIA VEGETAL EM UM CONTEXTO MUNDIAL
O papel da anatomia vegetal em um contexto global
Marcelo Rodrigo Pace, Satoshi Koi, Israel Lopes da Cunha Neto, Anne-Laure Decombeix, Alexei Oskolski, 
Teresa Terrazas ........................................................................................................................................ 367
PESQUISA EM ENSINO DE BOTÂNICA
Panorama internacional das pesquisas em ensino de botânica
Pércia Paiva Barbosa, Suzana Ursi ............................................................................................................369
Panorama nacional das pesquisas em ensino de botânica
Laís Goyos Pieroni, Maria Cristina de Senzi Zancul .................................................................................... 381
Histórico de um grupo de pesquisa em ensino de botânica: GP-ENABOT-UESB
Guadalupe Edilma Licona de Macedo ....................................................................................................... 390
Histórico de um grupo de pesquisa em ensino de botânica: Botânica na Educação (BotEd – USP)
Suzana Ursi, Pércia Paiva Barbosa, Naomi Towata, Luis Carlos Saito ........................................................ 399
DIVERSIDADE NA BOTÂNICA
Sinal vermelho: quando o que você diz não é aquilo que eu vejo
Ígor Abba Arriola ...................................................................................................................................... 408
Perspectivas de gênero na construção do conhecimento biológico
Alice Alexandre Pagan .............................................................................................................................. 413
Coprodução de conhecimento: janela (teórico-metodológica) para esperançar as diversidades 
botânicas no Brasil
Rebeca Viana, Paulo T. Sano, Ronaldo Andrade dos Santos ....................................................................... 418
ANATOMIA VEGETAL NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
AnatoEncontros: um canal de divulgação das pesquisas brasileiras na área da anatomia vegetal
Gladys Flávia de Albuquerque Melo-de-Pinna, Bruno Edson-Chaves, Rafael da Silva Cruz, 
Priscila Andressa Cortez ......................................................................................................................... 426
Desenvolvendo a extensão universitária através da anatomia vegetal - relato de caso
Fernanda Maria Cordeiro de Oliveira, Makeli Garibotti Lusa, Ana Claudia Rodrigues .................................. 430
Anatomia vegetal: estratégias para pensar a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão 
na formação docente
Silvia Dias da Costa Fernandes ................................................................................................................ 436
Interface UFAM-escola: morfoanatomia vegetal levada ao ensino médio
Maria Gracimar Pacheco de Araújo, Caroline Moras Casonatto, Violeta Bastos Mattos Areosa, 
Tamara Korndorfer, Manoel Roberto Pereira Viana, Gabriel Augusto Martins de Melo. ............................... 442
SEGURANÇA NA SOBERANIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Conhecimento etnobotânico e soberania alimentar dos povos tradicionais e comunidades locais 
em áreas de mineração
Graziela Dias Blanco ................................................................................................................................ 449
REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS: PARA O QUE E PARA QUEM
A rede brasileira de Jardins Botânicos: para que e para quem?
Karin Esemann-Quadros, Zenaide Nunes Magalhães De Araújo, Juliano Cezar Zonzini Borin, 
Marcus Alberto Nadruz Coelho ................................................................................................................. 456
USO DE DADOS NA SISTEMÁTICA PÓS-PANDÊMICA
Estudos florísticos pós-Flora e Funga do Brasil 2020: serão possíveis?
Nádia Roque, Paulo Takeo Sano ............................................................................................................... 460
Reaplicando bancos de dados em estudos macroevolutivos
Patrícia Sperotto ..................................................................................................................................... 464
Ressignificando dados morfológicos e homoplasias na Era da Filogenômica
Rafael Felipe de Almeida, Marco Octávio de Oliveira Pellegrini .................................................................. 469
Reconstruindo biogeografia histórica com base no GenBank e no GBIF
Fernanda Hurbath .................................................................................................................................... 474
CHAPTER INICIAÇÃO BOTÂNICA
Chapter IniciAção Botânica: quem somos e como atuamos
Aíla Oliveira da Silva, Ana Maria Abreu Santos, Gabriel Barros da Silva, João Víctor Cerqueira Nunes, 
Otávio Augusto Gonçalves Pimenta, Pedro Henrique Fonseca Veloso, Sabrina Vasconcelos Caram, 
Wallyson Herbet da Silva, Rosy Mary dos Santos Isaias ..............................................................................476
QUEIMADAS
Fogo na Amazônia: impactos ambientais e sociais
Philip Martin Fearnside .............................................................................................................................479
BOTÂNICA APLICADA À MICROSCOPIA DE ALIMENTOS
Microscopia de alimentos no contexto da vigilância sanitária
Rafaela de Carvalho Pereira da Silva, Lais Higino Doro, André Luis de Alcantara Guimarães ..................... 486
A atuação multidisciplinar na microscopia de alimentos: pesquisa e atualidades em alimentos
Mirian Ribeiro Leite Moura ....................................................................................................................... 493
Pesquisa e ensino de Botânica na microscopia de alimentos
André Luis de Alcantara Guimarães, Ludilaine Fiuza Barreto de Oliveira, Felipe Ribeiro de Souza, 
Giulia Amarante de Almeida Mussi da Silva, Rafaela de Carvalho Pereira da Silva ......................................498
POPULARIZANDO A FUNGA BRASILEIRA
Micologia Pop: a popularização do conhecimento como primeiro passo para a conservação dos fungos
Larissa Trierveiler-Pereira, Amanda Prado-Elias, Milena Vieira de Miranda, Juliano M. Baltazar, 
Maria Alice Neves .................................................................................................................................... 505
Divulgação científica sobre Liquens no Brasil
Adriano Afonso Spielmann .........................................................................................................................511
INCT-HERBÁRIO VIRTUAL DA FLORA E DOS FUNGOS: PARA QUE E PARA QUEM?
INCT-herbário virtual da flora e funga: para que e para quem?
Leonor C. Maia, Ana Odete Vieira, Ariane L. Peixoto, Dora Canhos, João Renato Stehmann, 
Lana da Silva Silvestre, Mariângela Menezes, Maria Regina V. Barbosa ...................................................... 513
APRESENTAÇÃO
No país de imensa biodiversidade vegetal como o Brasil, que há séculos vem sendo destruída, acreditamos que os 
caminhos da pesquisa, do ensino e da extensão são de suma importância para a conservação e preservação da nossa 
biodiversidade. 
Acreditamos que o ensino de Botânica de qualidade e dinâmico, com ações concretas e transformadoras, sirva 
como instrumento multiplicador na formação de novos defensores da nossa flora, nas mais diversas regiões do país.
O livro “Botânica: para que e para quem? Desafios, avanços e perspectivas na sociedade contemporânea” reúne os 
textos das palestras proferidas durante o 72º Congresso Nacional de Botânica. Na Parte 1, estão as palestras magistrais 
e isoladas, na Parte 2 constam as palestras dos simpósios, e na Parte 3 as das mesas-redondas.
Esperamos que essa pequena amostra dos resultados apresentados, que integram a nossa Scientia Amabilis, sirva 
de inspiração para gerações futuras de botânicos, como balizador para as suas pesquisas e para o ensino da Botânica.
Por fim, agradecemos a todos os autores, colaboradores e às instituições governamentais Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) que, direta ou indiretamente, viabilizaram a 
realização deste evento e a publicação deste livro.
Os Organizadores.
Fotos Tillandsia usneoides 
Luiz Filipe Varella
PARTE 1
PALESTRAS
13
Botânica: para que e para quem?
PLANT BLINDNESS AND SUSTAINABILITY
Dawn Sanders1
Keywords: plant-attention-disparity; beauty; memories; multi-sensory; sustainability; transdisciplinarity.
INTRODUCTION
Plants are critical to much of life on earth. They provide necessary oxygen and offer shelter and nourishment on mul-tiple scales in diverse habitats. Humans benefit from the existence of plants and yet often remove them from their 
world view. This is, of course, not true of all humans (Kimmerar, 2013). As capitalism and climate change (Pedersen et 
al 2022) increasingly impact the living world, disciplines including art, science and education must work more closely 
together to consider how an attentive and attuned approach might enable greater collective sensitivity to ‘Life as Plant’ 
(Snaebjornsdottir, Wilson & Sanders, 2020) and thus, perhaps, counter the plant awareness disparity (Parsley, 2020) that 
seems to haunt much of contemporary urban life. 
In essence:
This societal challenge is a significant opportunity to rewrite the private lives of plants back into the 
human narrative. If we fail to do so, the long view, for both plants and humans, is looking desolate (Sanders 
et al., 2015).
DOMESTIC SCIENCE
Charles Darwin was no stranger to the possibilities that his wife Emma’s wardrobe, scullery and body offered his 
experiments: A whalebone from her corsets helped him to hypothesise the catapult-like pollinia mechanism on an or-
chid, clothes pegs assisted in his measurements of the forces involved in plant root movements and one of Emma’s hairs 
was placed on the leaves of a carnivorous plant, Drosera rotundifolia-the common sundew-as part of his research into 
their sensitivity (Sanders, 2015). Human materials regularly occur in records of Darwin’s experiments; ‘a bit of old nail of 
my toe’ was positioned on Drosera rotundifolia, and the responsive leaves of his ‘beloved Drosera’ were exposed to human 
urine Although, whether it was his own urine we do not know. With Emma’s hair safely stowed upon his person, Darwin 
travelled from Down House in Kent to London by train, so the hair could be weighed precisely. Imagine the weight of one 
human hair and the plant sensitivity needed to respond. 
With his carnivorous plant experiments Darwin combined elements of his own body and Emma’s with the leaf sur-
faces of carnivorous plants. Here then is a science in which plant and human body become entwined (Myers and Hustak, 
2012). Francis Darwin, one of Charles Darwin’s sons, described him as having ‘a most keen feeling for the aliveness of 
plants’ an aliveness, which Charles Darwin sometimes tested with the most delicate of human materials. He was not 
alone in this journey; across the Atlantic Ocean, Mary Treat, in Vineland, New Jersey, USA, was placing her own fingers 
in carnivorous plant traps and staying up, all night, if needs be, to witness the entrapment of insects (Sanders, 2009). 
Both Charles Darwin and Mary Treat inhabited domestic environments in which home and science, data and domesticity 
coalesced around their experiments with “murderous plants” and their propensities (Chase et al 2009). The ways in which 
Darwin and Treat focused on these plants were multi-sensory and highly attentive and, as 19th century scientists, their 
science was often experienced at home. 
BOTANICAL ATTENTIVENESS
How might modern botanists and botanical educators bring such historical attentiveness, to plants in a modern 
era? An era, in which, as the Brazilian botanist, Alexandre Antonelli suggests, in asking the question; ‘How much is a flow-
er worth?’, is complex. Antonelli notes that ‘It really depends on who’s answering. In our excessively monetized societies, 
the economist may attempt-more or less objectively-to put a price tag on it’ (Antonelli, 2022, p.79). Thus, certain plants 
are valued for their oils, their timber, medicinal compounds, carbohydrate, protein and vitamin values or their ability to 
1. Associate Professor, Faculty of Education, University of Gothenburg, Sweden. Research funded by The Swedish Research Council 
Dnr 2014-2013.
14
Botânica: para que e para quem?
store carbon; in other words, their social utility and economic value. Some plants are removed from the wild for private 
human spectacle, to the extent that their habitat communities are ravaged. Have we arrived at a time in which much of 
humanity is caught in a ‘utility trap’ when it comes to appreciating plants and their planetary contributions (Knapp, 2019)? 
Are there, plant ‘winners and losers’ (Kress, & Krupnick, 2022) in this time of great acceleration? In this discussion, we, as 
botanists and educators, must remember human impacts on the planet are not evenly distributed across populations; 
some cultures are more destructive than others and not all humans are inattentive to plant life. As many of you are aware, 
this is especially true in the diverse communities of modern Brazil (Antonelli, 2022).
OUR RESEARCH STUDY
In this lecture, I will draw on research conducted at the University of Gothenburg in Sweden with student teachers. 
My key objective is to demonstrate the ways in which interdisciplinary approaches can shape new perspectives on the 
phenomenon defined as ‘Plant Blindness’ by Wandersee and Schussler (1998, 1999, 2001) and more recently Plant Attention 
Disparity (PAD) by Parsley (2020). Building on the work of Wandersee and Schussler, Parsley notes that PAD consists of 
four components: Attention (not noticing plants), Attitude (not liking plants), Knowledge (not understandingwhy plants 
are important), and Relative interest (being less interested in plants than in animals). If these are the key constituents 
of PAD then research needs to examine all four facets in detail. Research methods must afford deeper opportunities to 
understand which factors are at play in specific socio-cultural contexts, for the botanical science community to really 
understand how to counter this phenomenon and the extent to which is exists. Importantly, perhaps we need also to 
learn how to cultivate ‘plant love’ in our urban dominated societies, as McDonagh et al. (2019) have suggested. 
Before I move onto our study. I would like you to close your eyes and reflect on a plant memory that has impacted 
on your life. Once you find that memory consider its aspects; 
Are you with someone? What is the plant? Are there particular characteristics of the plant that impact on what 
you think or feel? Do you still, as a plant scientist, have a relationship with that plant? If you are sitting in the conference, 
please turn to the person next to you and share your memory.
MATERIAL AND METHODS
Our research study lasted three years from 2015 to 2017 and involved teacher students studying at the University of 
Gothenburg, Sweden. The research team was a transdisciplinary partnership across three disciplines: Art, Science and 
Education consisting of six core researchers, including a doctoral student (Snæbjörnsdóttir, Wilson, and Sanders, 2020). 
Two further researchers with expertise in psychology and semiotics were brought into the team for specific data gathe-
ring and analysis work (see Nyberg, Brkovic, & Sanders, 2021; Nyberg, Hipkiss, & Sanders, 2019, Hipkiss & Nyberg, 2022).
The focus of our study was on a) a teacher student community (n=202) and b) ‘presented world’(n=2) environments 
(Braund and Reiss, 2006). These are environments in which the living world is presented to humans as contained collec-
tions of ‘rare materials’ (ibid), environments such as botanic gardens, science centres and museums. Our study utilises 
both qualitative and quantitative data from four different research methods: An online survey containing 30 questions 
concerning perceptions of, and knowledge about, plants, (Sanders, Eriksen, Nyberg & Brkovic, 2020; Nyberg, Brkovic 
and Sanders, 2021; Sanders, Brkovic & Nyberg in preparation), mapped conversations in two ‘presented world’ settings 
(Nyberg, Hipkiss & Sanders, 2019; Hipkiss & Nyberg, 2022), recorded impressions at three specific art installations cons-
tructed by artist members of the research team (Snæbjörnsdóttir, Wilson, and Sanders, 2020; Sanders, Eriksen, Nyberg 
& Brkovic, 2020) and written responses to three science posters developed by the scientist member of the research 
project (Sanders, Eriksen, Nyberg & Brkovic, 2020). 
The hypothesis we used for our study was, as follows: Multimodal and sensoric experiences in ‘presented world’ en-
vironments, such as botanic gardens and science centres, might create shifts in perception away from ‘plant blindness’ 
towards seeing the importance of plants for a sustainable world. 
Our main research questions were:
i) How might plant-based sensoric experiences influence human perceptions of plants?
ii) How might story-based scientific narratives concerning individual plants impact on ‘plant blindness’ in didacti-
cal situations?
iii) By ’looking through an artistic lens’ is it possible to appreciate/identify plants in new ways?
15
Botânica: para que e para quem?
DISCUSSION
Our main results, from the online survey, demonstrate that affective factors play a role in our participants’ re-
lationships with plants; memories of times past and plants associated with them. Seasonality; looking forward to the 
sunlight of spring after the dark nights of winter. Being drawn to plants for aesthetic reasons; the beauty of plants makes 
an impression, as does their symbolic meaning (Nyberg, Brkovic, Sanders, 2021). 
In participants’ impressions of the artworks, we found that changes of scale can induce curiosity, but also be con-
fusing when it concerns the identity of the portrayed plant part, as noted here:
[This] appeared to create an intersectional zone between plant and animal identities . . . As a result, 
these participants appeared to question, examine and recalibrate the taxonomies of their impressions. For 
example, several participants moved between thinking they were looking at an earthworm, or even a one-
celled animal, to deciding it might be part of a plant . . . (Sanders, 2020)
Furthermore, in relation to the artworks and the online survey;
In their engagement with the seed biographies some respondents voiced an encounter with “the oth-
erness of plants”. This point relates to the online survey and how, in their reasons for choosing favourite 
animals student teachers were motivated by anthropomorphic reasoning; a motivation totally absent from 
their favourite plant choice. This does not mean we need to encourage anthropomorphic routes into “plant-
ness” (Darley, 1990) but rather find the narratives that make public the “Life as Plant” story without negating 
the attributes that make plants and their lives “other” in the eyes of human audiences. (Sanders, Eriksen, 
Nyberg & Brkovic, 2020).
In the mapped conversations in the ‘presented world’ of a science centre rainforest in which both animals and plants 
were present we found that: ‘In order for plants to be noticed in animal‐rich environments, they need to be foregrounded in the 
design of spaces and information about them clearly exposed to human view’ (Nyberg, Hopkiss & Sanders, 2019). 
Our findings demonstrate the value of connecting with plants through sensory interactions with living specimens 
utilising both artistic and scientific narratives. Moreover, in our research papers we show the power of aesthetic attri-
butes, personal memories and emotions in building connections between plants and people. We also demonstrate the 
need for further work in foregrounding plants when they are presented in animal-rich presented worlds. Analysis of our 
large body of data is still ongoing. Current work focuses on the first of our online survey questions in which a picture of a 
deer in a glade is presented to our 202 participant teacher students and we ask them the question “what do you see”. The 
answers have been coded and analysed and we are in the process of finalising our paper for submission (Sanders, Brkovic 
& Nyberg, in preparation) after engaging in a workshop (2021) and a conference symposium (2022). 
We hope this work will not only contribute to ongoing debates concerning human attention to plants but also will 
enrich recent methodological work examining human perception and awareness in relation to botanical attention (Parsley, 
Daigle & Sabel, 2022). However, as Marques, Ursi, Silva & Katon (2020) have noted: ‘the relation between perception and 
environmental awareness is not merely a cognitive question, it includes other socio-historic questions such as economics 
and politics, for example’ (p. 9). These contextual factors matter when we consider research into the human:plant interface.
A recently published literature review by Stagg and Dillon (2022) has found that human plant awareness is linked to 
plant relevance. They found ‘no concrete evidence for innate plant awareness disparity’ but did find that ‘diminished experi-
ence of nature in urbanised societies appeared to be the cause’, especially as studies (in their literature review) conducted 
in rural societies had found extensive botanical knowledge when those communities were reliant on biological resources. 
Further research is needed to empirically examine the data emerging from their review. Moreover, these studies need to 
be conducted with diverse communities in different cultural contexts; Brazil is well-placed to further this work building on 
previous studies, such as that by Colli-Silva et al (2019) in which 49 interviews were conducted in an urban green areaof the 
city of São Paulo in which perceptions of a mixture of trees (both native and none native) were examined. The identity of the 
trees appeared to matter less than the calm they were perceived to offer their human spectators.
CONCLUDING REMARKS
Humans have always lived in the shadows of plants but now, there is a planetary imperative to form coalitions of scien-
tists, artists and educators to make plants public and valued in ways beyond modern resource-driven socio-economics. 
16
Botânica: para que e para quem?
Future predictions for the life of trees and their habitats are bleak (BGCI, 2021); climate change and other human-related 
actions are ravaging critical species; the Baobabs in the African Savannah, the Arctic Circle forests, The Giant Redwoods 
in North America and, not least the biodiverse forests of South America. In England, arboreal elders are being removed 
because they are in the way of a railway that will shave minutes off a human journey between two large cities. Their ancient 
rings of history reduced to woodchip and sawdust. Which trees will we witness in the future? How will we know them? What 
role will they play in education? Does it matter that the message plants=life (Galbraith, 2003) has become so buried in the 
modern industrial world? Can our transdisciplinary research stories weave human and plant back together in a collective 
dialogue for the future? What methods will we use to examine these narratives? Can we avoid the disciplinary walls built 
over time and learn to work together as scientists, artists and educators to face these wicked planetary problems? 
In our work on what students saw when they looked at the image of the deer in the glade it is clear that several 
perceived the animal (the deer) as a subject, whereas many saw the main plant (a grass) as an object to be eaten by the 
animal. What might this reduced framing of plants as simply “food for animals” mean for the ways in which we consider, 
and attend to, the importance of plants in educating for a more sustainable world (Thomas et al, 2021)? And, critically, 
does it matter?
ACKNOWLEDGEMENTS
Thank you to the organisers of the conference to invite me to speak and participate. 
REFERENCES
Antonelli A. 2022. The Hidden Universe: Adventures in Biodiversity. London: Witness Books
BGCI. 2021. State of the World’s Trees. Richmond, UK: BGCI
Braund M, Reiss M. 2006. Towards a More Authentic Science Curriculum: The contribution of out‐of‐school learning, 
International Journal of Science Education 28: 1373-1388. doi: 10.1080/09500690500498419 
Chase MW, Christenhusz MJM, Sanders D, Fay MF. 2009. Murderous plants: Victorian Gothic, Darwin and modern insights 
into vegetable carnivory, Botanical Journal of the Linnean Society 161: 329–356. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.01014.x
Colli-Silva M, Corsi ACS, Florentino JJ, Teixeira LA, Ursi S. 2019. Quali-quantitative evidences of plant blindness on 
passersby of an urban green space with plaqued trees/ Evidências quali-quantitativas de cegueira botânica em 
transeuntes de uma área verde com árvores plaqueadas. Paisage Ambiente. doi.org/10.11606/issn.2359-5361.
paam.2019.151370
Darley WM. 1990. The essence of “plantness”. The American Biology Teacher 52: 354–357.
Galbraith J. 2003. Connecting with plants: lessons for life, Curriculum Journal 14: 279–86.
Hipkiss AM, Nyberg N. 2022. Rainforest conversations – How students talk about plants. Nordic Studies in Science Ed-
ucation 18: 155-158.
Kimmerer R. 2013. Braiding Sweetgrass. Minneapolis: Milkweed Editions.
Kress WJ, Krupnick GA. 2022. Lords of the biosphere: Plant winners and losers in the Anthropocene. Plants, People, 
Planet 4: 350–366. doi:10.1002/ppp3.102
Knapp S. 2019. People and plants: The unbreakable bond. Plants, People, Planet 1: 20–26. doi: 10.1002/ppp3.4 
McDonough-MacKenzie C, Kuebbing S, Barak RS et al. 2019. We do not want to “cure plant blindness” we want to grow 
plant love. Plants, People, Planet 1: 139–141. doi: 10.1002/ppp3.10062
Parsley KM. 2020. Plant awareness disparity: A case for renaming plant blindness. Plants, People, Planet 2: 598–601. 
doi:10.1002/ppp3.10153
Parsley KM, Daigle BJ &. Sabel JL 2022. Initial Development and Validation of the Plant Awareness Disparity Index. CBE—
Life Sciences Education 21:ar64. doi:10.1187/cbe.20-12-0275
Marques V, Ursi S, Lima S, Katon G. 2020. Environmental Perception: Notes on Transdisciplinary Approach. Scientific 
Journal of Biology & Life Sciences 1: 1-9. doi: 10.33552/SJBLS.2020.01.000511
Myers N, Hustak C. 2012. Involutionary Momentum: Affective Ecologies and the Sciences of Plant/Insect Encounters. 
differences: A Journal of Feminist Cultural Studies 23: 74-117. 
Nyberg E, Hipkiss AM, Sanders D. 2019. Plants to the fore: Noticing plants in designed environments Plants, People, Plan-
et 1: 212-220. doi:10.1002/ppp3.40.
17
Botânica: para que e para quem?
Nyberg E, Brkovic I, Sanders D. 2021. Beauty, memories and symbolic meaning: Swedish student teachers´ views of their 
favourite plant and animal Journal of Biological Education 10.1080/00219266.2019.1643761 
Pedersen H, Windsor S, Knutsson B, Sanders D, Wals A, Franck O. 2022. Education for sustainable development in the 
‘Capitalocene’. Educational Philosophy and Theory 54: 224-227. doi: 10.1080/00131857.2021.1987880 
Sanders D. 2009/10. Behind the curtain: Treat and Austin’s contributions to Darwin’s work on insectivorous plants and 
subsequent botanical studies. Jahrbuch für Europäische Wissenschaftskultur 5: 285-298.
Sanders DL. 2015. The World of Downe. In: Boulter CJ, Reiss MJ, Sanders DL. (eds.) Darwin-Inspired Learning. New 
Directions in Mathematics and Science Education. Sense Publishers, Rotterdam. p. 25-34.
Sanders D. 2020. ‘On Trying to Understand “Life as Plant”: Fielding Impressions of Art-Based Research Installation in a 
Botanic Garden’. In: Snæbjörnsdóttir B, Wilson M, and Sanders D. (eds.) Beyond Plant Blindness: Seeing the Impor-
tance of Plants for a Sustainable World. Berlin, The Green Box. p. 40–49.
Sanders D, Nyberg E, Eriksen B, Snæbjörnsdóttir B. 2015. ‘Plant Blindness’: Time to Find a Cure. The Biologist 62: 8-9. 
Sanders D, Eriksen B, Nyberg E, Brkovic I. 2020. Beyond Plant Blindness: seeing the importance of plants for a sustain-
able world – an overview of preliminary findings. In: Espírito-Santo MD, Soares AL, Veloso M (eds.) Botanic Gardens, 
People and Plants for a Sustainable World. Lisboa, IsaPress. p.155-159 
Snæbjörnsdóttir B, Wilson M, Sanders D. 2020. Beyond Plant Blindness: Seeing the importance of plants for a sustain-
able world. Berlin, The Green Box. 
Stagg BC, Dillon J. 2022. Plant awareness is linked to plant relevance: A review of educational and ethnobiological liter-
ature (1998–2020). Plants, People, Planet 4: 579-592. doi:10.1002/ppp3.10323 
Thomas H, Ougham H, Sanders D. 2022. Plant blindness and sustainability. International Journal of Sustainability in 
Higher Education 23: 41-57. doi.:10.1108/IJSHE-09-2020-0335
Wandersee JH, Schussler EE. 2001. Toward a theory of plant blindness. Plant Science Bulletin 47: 2–9.
18
Botânica: para que e para quem?
SABERES BOTÂNICOS E PESQUISA COLABORATIVA
Paulo Takeo Sano1, Rebeca Verônica Ribeiro Viana1, Ronaldo Andrade dos Santos1
Palavras-chave: coprodução de conhecimento, pesquisa em biodiversidade, diversidade.
Antes de iniciar propriamente nossa reflexão sobre o tema deste capítulo, é importante esclarecer os seguintes pres-supostos conceituais: de que saberes botânicos falamos e a que tipo de pesquisa colaborativa nos referimos.
Ao usar o termo assim, no plural, queremos chamar a atenção para a multiplicidade de conhecimentos exis-
tentes acerca do mundo das plantas, para além do conhecimento botânico formalizado academicamente. Falamos, 
sobretudo, dos conhecimentos locais, ou dos chamados “conhecimentos tradicionais”, provenientes da observação, 
do empirismo e da vivência de diferentes grupos humanos em seu contato com as plantas. Falamos tambémdo co-
nhecimento advindo do ambiente escolar, espaço em que se dá o contato entre a educação formal e a informal, onde 
os diferentes saberes dialogam e, não raramente, entram em conflito. Em suma, falamos do que Sousa Santos (2010) 
denomina muito propriamente de “ecologia de saberes”. Por fim, não é supérfluo reforçar que, nessa perspectiva, 
reconhecemos e assumimos os diferentes saberes e sistemas de conhecimento como sendo, todos eles, igualmente 
válidos, significativos e simétricos entre si.
Nesse cenário da multiplicidade – ou ecologia – de saberes, é preciso que haja a possibilidade de diálogo para que 
se reconheça a complementariedade de tais saberes e se promova a sustentabilidade ambiental, constituindo aquilo 
que Floriani (2007) denomina exercício constante de ressignificação do mundo. É nesse enfoque que se coloca o termo 
“pesquisas colaborativas”, em nossa produção do conhecimento. Nesse caso, a colaboração não é com outros colegas 
acadêmicos – é com eles também –, mas é feita principalmente com pessoas oriundas das comunidades locais, que são 
coparticipantes em nossos projetos. Essa nova perspectiva de como fazer pesquisa se dá por meio da coprodução do 
conhecimento e se encontra concretizada em nosso grupo de pesquisa e extensão denominado “Cajuí – Coprodução, 
Sustentabilidade e Educação em Biodiversidade”.
O grupo Cajuí constitui uma iniciativa que reúne membros da universidade e membros da sociedade externa à 
universidade interessados em aprofundar-se na temática da coprodução de conhecimento como via possível para as 
suas pesquisas. A coprodução de conhecimento tem sido reiteradamente apontada pela literatura científica e pela 
ONU como importante via metodológica para a pesquisa que busca caminhos sustentáveis no âmbito das emergên-
cias climáticas e ambientais (Norström et al., 2020). Trata-se de uma perspectiva na qual pesquisadores acadêmicos 
compartilham com diversos outros autores relacionados ao tema tratado o desenho, a execução metodológica, a ob-
tenção e a disseminação dos resultados da pesquisa desenvolvida em conjunto. Esses parceiros podem ser membros 
de instituições governamentais, pessoas responsáveis pela elaboração de políticas públicas ou representantes de 
comunidades tradicionais. A pesquisa coproduzida exige o desenvolvimento de capacidade de trabalho interdiscipli-
nar, conduzida de forma transdisciplinar (Pohl et al., 2010; Lang et al., 2012; Tengo et al., 2014; Djenontin & Meadow, 
2018; Norström et al., 2020). Nessa perspectiva, pesquisa e extensão atuam de maneira indissociável, de forma que o 
desenvolvimento de habilidades específicas e o conhecimento teórico plural permitem que o aprendizado ocorra de 
maneira recíproca entre todos os componentes envolvidos, acadêmicos e não acadêmicos, com interações frequen-
tes e forte engajamento entre as partes.
A coprodução do conhecimento no ensino de ciências e de botânica tem sido desenvolvida por nossa equipe no 
contexto da educação em bioversidade (Barker & Elliot, 2000). O protagonismo das ações é dividido entre os pesquisa-
dores provenientes do universo acadêmico científico e aqueles provenientes das comunidades locais ou das escolas 
dessas comunidades. Busca-se a horizontalidade das relações, de maneira que a construção do projeto, o estabele-
cimento das metodologias, sua execução e a partilha e disseminação dos resultados ocorram de maneira coletiva e 
coparticipativa.
Vista da perspectiva teórica, a ideia é bastante sedutora. Contudo, ela traz consigo um grande desafio, que impli-
ca mudanças significativas e estruturais na prática científica, rompendo com atitudes e procedimentos já tradicionais e 
cristalizados da cultura de pesquisa. A coprodução do conhecimento como abordagem de trabalho surgiu no contexto da 
ciência para a sustentabilidade, e, nesse cenário, Pohl (2008) e Pohl et al. (2010) enumeram, dentre os principais desafios:
1. Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Botânica.
19
Botânica: para que e para quem?
i) as representações de poder, considerando que os pesquisadores advindos do meio acadêmico tendem a consi-
derar suas perspectivas como as mais válidas no campo do conhecimento;
ii) a integração, em que haja a construção de consensos, de entendimentos comuns e de objetivos compartilhados 
pelos diversos atores do processo, sobretudo com objetivos que busquem a sustentabilidade;
iii) a esses desafios, agregamos outros, próprios de nosso grupo: o ensino, em que pesquisa e pesquisadores de-
vem ter seus processos e objetivos alinhados aos objetivos amplos e gerais do ensino e da aprendizagem de ciências; a 
justiça ambiental, sobretudo voltada para comunidades tradicionais.
Em um mundo em que as questões ambientais, a demanda por sustentabilidade e os temas sobre a biodiver-
sidade ocupam um espaço cada vez mais significativo nas discussões, é certo que tais temas constituem elemento 
mandatório na formação humana, cidadã e científica de todas as pessoas. Nesse contexto, o ensino de ciências tem 
papel primordial. É certo, também, que esses temas não se circunscrevem ao universo das ciências ou do conhecimen-
to acadêmico-científico, fazendo parte dos conhecimentos e das culturas locais, ancestrais e tradicionais. Portanto, o 
conhecimento científico não apenas convive com outros sistemas de conhecimento e visões de mundo, mas também 
deve criar oportunidades de diálogo entre essas diferentes representações (Santos, 2006; Raynaut, 2011), articulando os 
diversos saberes (Cunha, 2009; Diáz et al., 2015).
A CONSTRUÇÃO DE NOSSO PROJETO EM COPRODUÇÃO
Grande parte de nossos projetos é desenvolvida junto a comunidades quilombolas da região Norte do Brasil, no 
Jalapão, no Estado do Tocantins. Comunidades quilombolas são territórios negros em que estão presentes os elemen-
tos de identidade e território, muitas vezes associados a uma condição de antiguidade de ocupação das terras e a uma 
conjuntura de ancestralidade e intergeracionalidade, designando um legado, uma herança cultural e material.
Inicialmente, a pesquisa incluiu pesquisadores universitários e pesquisadoras locais. O grupo de pesquisa foi for-
mado majoritariamente por mulheres negras, a maioria entre 16 e 25 anos de idade, estudantes e professores, e teve 
como foco a diversidade de percepções sobre a biodiversidade local e sua influência nos usos e costumes, na cultura e 
na tradição quilombola do Jalapão. Como parte do processo, foram utilizadas rodas de conversa e o photovoice.
A maioria das comunidades tradicionais apresenta forte tradição oral. Muito de sua cultura, história, suas práticas 
e vivências são transmitidas oralmente. Portanto, as rodas de conversa constituem um procedimento familiar e aco-
lhedor para todos. Elas são utilizadas desde a propositura e o estabelecimento do projeto, passando para a tomada de 
dados, até os momentos de avaliação e discussão final. Sua configuração deve permitir que a condução dessas rodas 
de conversa seja feita ora pelos pesquisadores locais, ora pelos acadêmicos, ora, ainda, por ambos. A roda de conversa 
constitui um instrumento metodológico que enriquece os dados, tanto em conteúdo como em significados, sobretudo 
na pesquisa em educação, uma vez que propicia momentos únicos de partilha, escuta e fala (Moura & Lima, 2014).
O photovoice é um método que se mostra bastante eficiente, sobretudo no contexto de comunidades, em que a 
comunicação e a produção de registros via escrita encontram algum obstáculo. Nesse instrumento de pesquisa parti-
cipativa desenvolvido por Wang (1999), os participantes produzem fotografias que representam temas estabelecidos 
coletivamente por todos os coparticipantes. As imagens produzidas geram narrativas a elas conectadas pelos autores 
das fotos, e, posteriormente, propiciam a interlocução dos participantes (Meirinhos, 2012; Quigley et al., 2014), estimu-
lando o compartilhamento de perspectivas e gerando diálogo entre a identidade dos participantes e o tema da pesquisa 
(Pink, 2001;Meirinhos, 2012). Outra grande vantagem do photovoice se refere ao fato de que o método permite um maior 
controle dos dados pelo participante, que pode decidir qual conhecimento será ou não compartilhado com os demais 
pesquisadores, garantindo autonomia, autoria e autoridade sobre o resultado (Quigley et al., 2014).
Os resultados obtidos se traduzem nas imagens selecionadas pelos participantes e nas narrativas a elas asso-
ciadas, e representam a visão dos quilombolas sobre seu ambiente, a biodiversidade local e o quanto tais elementos 
são constitutivos de sua identidade e cultura. No que se relaciona aos resultados e ao aprendizado coletivo obtidos, 
experimentamos efetivamente o quanto a integração dos diferentes sistemas de conhecimento potencializam o en-
tendimento mais abrangente das questões socioambientais, apresentando possibilidades de solução que sejam mais 
completas e integradoras, segundo propõe a abordagem de múltiplas evidências (multiple evidence approach), de 
Tengö et al. (2014).
As imagens refletem múltiplos olhares. Algumas jovens trazem imagens e narrativas que revelam o deslumbramen-
to pelo local que habitam, sendo referido como o melhor lugar do mundo para se estar e viver, traduzindo um forte senso 
de pertencimento e de identidade cultural, tal como descrito na topofilia de Tuan (2012). Outras jovens demonstram um 
20
Botânica: para que e para quem?
olhar observativo e detalhista, focado nos detalhes de plantas e seus elementos, próximo ao olhar de um botânico aca-
dêmico; outras, ainda, têm um olhar de denúncia para os impactos humanos no ambiente, trazendo elementos visuais e 
narrativos que expressam as ameaças antrópicas ao ambiente natural. Para além da leitura mais imediata das imagens e 
narrativas, os resultados incluíram também rodas de conversa com análises críticas e reflexivas sobre os produtos.
Os resultados para toda a esquipe de pesquisadores incluíram também o aprendizado frente aos desafios da co-
produção como abordagem de pesquisa, trazendo contribuições para nossas práticas e experiências concretas.
OS DESAFIOS DAS REPRESENTAÇÕES DE PODER
Partimos do princípio de que as relações sociais são mediadas por relações de poder e suas representações. 
Aqui, o conceito de poder engloba desde definições como a de Weber (1991), que trata do domínio da vontade de um 
ou de alguns sobre os demais, até a perspectiva de Foucault (1987), que considera uma análise relacional, em que os 
efeitos decorrem não da apropriação do poder, mas das estratégias e táticas sobre seu uso, sendo, portanto, uma 
prática social em constante transformação. Associadas a isso, existem as representações sociais de poder (Farr, 
1995) que emergem do cotidiano, do consensual, da interatividade e da comunicação entre os sujeitos em seu meio 
social, sendo influenciadas pela cultura e pelas práticas que atravessam essas relações e experiências (Moscovici, 
1981). Dessa maneira, em uma perspectiva que se propõe tanto quanto possível horizontal e simétrica, como é o caso 
da coprodução, é preciso ter consciência das representações de poder para mitigá-las e inibir que impeçam um diá-
logo direto, aberto e simétrico.
Por mais próximos que nós, pesquisadores acadêmicos, sejamos das comunidades locais com as quais trabalha-
mos, são criadas, em ambas as partes, representações de poder que, ainda que indesejáveis, não podem ser ignoradas. 
Essas representações foram refletidas e analisadas ao longo de todo o processo de coprodução, para que se pudesse 
entender o outro como coparticipante, como copesquisador, como detentor de conhecimentos e as práticas que con-
tribuem com todo o processo, em situação igual e equitativa.
Essa construção (precedida de uma desconstrução, por óbvio) é muito mais difícil para nós, os representantes do 
chamado universo acadêmico. Práticas e narrativas como a validação pela ciência (o “cientificamente comprovado”), a 
posição de se colocar em uma perspectiva de conhecimento de mundo melhor e mais abrangente que aquela dos cha-
mados “leigos”, tudo isso se encontra muito arraigado na cultura acadêmica. Além disso, existe o fato de que professo-
res universitários e pesquisadores científicos têm uma tendência irrefletida de enxergar todos os demais, que não são 
seus iguais, como aprendizes, e não como colaboradores.
Da perspectiva da parte não-acadêmica, a coprodução levou necessariamente ao empoderamento. As pessoas qui-
lombolas perceberam que seu universo de conhecimento e sua visão de mundo são tão importantes quanto todas as outras, e 
que todos, indistintamente, têm uma contribuição significativa, efetiva, e crucial a sustentabilidade e a justiça social.
O DESAFIO DA INTEGRAÇÃO
A integração de perspectivas, expectativas e objetivos foi outra dos resultados obtidos. Na perspectiva da co-
produção, a outra parte deixa de ser sujeito de pesquisa e passa a ser copesquisadora no projeto. Nesse horizonte, a 
integração só se torna possível se tiver sido superado o desafio anterior, das representações de poder. Enxergar o outro 
com seus códigos de conduta, seus valores e princípios, com sua cultura e história de vida, como alguém com o mesmo 
poder de proposição e de exclusão, como um igual na construção do projeto, foi um exercício de despojamento e de 
aprendizado para todas as partes envolvidas.
Não significou que todos os interesses e objetivos tivessem de ser obrigatoriamente comuns. É legítimo – e es-
perado – que cada parte tenha interesses e objetivos específicos e exclusivos. No entanto, foi necessário que também 
houvesse metas compartilhadas, em que todos se vissem construindo coletivamente. Para isso, foram necessários con-
sensos a partir do diálogo aberto e franco.
Não é supérfluo reiterar que o diálogo teve de ser construído sobre uma base de confiança mútua, sustentada pela 
segurança e pela certeza de que cada participante será ouvido e saberá ouvir, em igualdade de posições e de condições. 
Assim como ocorre nas representações de poder, esse foi um processo contínuo, pois à medida que o projeto progredia 
novos desafios e outros conflitos surgiam, exigindo novos diálogos e outros consensos.
Nas reuniões para a construção do projeto, fomos transparentes sobre nossas intenções específicas ao propor a 
parceria e a coprodução. Sempre esclarecemos que, no nosso caso, tínhamos objetivos mais imediatos e outros media-
21
Botânica: para que e para quem?
tos ou a longo prazo. Assim, também, os demais copesquisadores (os locais) refletiram e externalizaram seus objetivos 
específicos. A seguir, discutimos e verificamos convergências e distanciamentos, colocando-nos em consenso sobre 
cooperarmos, uns com os outros, no atingimento dos objetivos específicos de cada grupo. Por fim, passamos a estabe-
lecer propósitos comuns, metas coletivas a serem perseguidas em uma confluência de expectativas. O mais importante 
é que todos tinham consciência de que tudo o que fosse gerado seria coproduzido, de maneira que conhecimentos e 
benefícios decorrentes fossem necessariamente compartilhados entre todos.
O DESAFIO DO ENSINO DE CIÊNCIAS E DO CONHECIMENTO BOTÂNICO
Nas correntes de educação ambiental estabelecidas por Sauvé (2004), a corrente etnográfica tem enfatizado a re-
lação dos grupos sociais e indivíduos com o ambiente, levando em consideração os aspectos culturais das comunidades 
envolvidas, em que o ensino é adaptado às diferentes realidades socioculturais e sua relação simbólica com o ambiente 
e a natureza. Os resultados que obtivemos com as professoras quilombolas do Jalapão, no Estado do Tocantins, eviden-
ciam diversos indicativos dessa realidade: (a) a menção direta a um processo de construção da identidade quilombola 
entre os estudantes do quilombo; (b) o resgate de simbologias e práticas comunitárias ligadas a conhecimentos tradi-
cionais locais; (c) a participação comunitária em atividades realizadas pelos professores da escola; e (d) a avaliação, no 
contexto das famílias, da aprendizagem relativa aos saberes e fazeresquilombolas.
Nesse âmbito, os desafios da coprodução encontram-se ligados à concepção do ensino de ciências e de botânica 
em uma visão freireana de prática crítica, libertadora e emancipatória, permitindo aos educandos não apenas a leitura 
do mundo, mas também sua compreensão, apreensão e a inserção desses indivíduos como cidadãos no exercício e no 
domínio pleno de sua cidadania.
Trata-se, em certa medida, da abordagem da pedagogia social, que busca um enfoque teórico-prático em pro-
blemas socioeducacionais (Machado et al., 2014), que incluem a abordagem dos problemas socioambientais sob uma 
ótica educacional. Nesse contexto, a pedagogia social tem motivado reflexões profundas sobre a formação docente e 
a prática pedagógica, expandindo sua dimensão meramente técnica, instrucional e escolar e enfatizando o potencial 
socializador da educação no enfrentamento de questões sociais (Machado et al., 2014).
CONCLUSÃO
Para além de resultados que envolvam publicações científicas ou artigos de divulgação junto à comunidade 
acadêmica, que são importantes, mas restritos ao universo científico, os principais benefícios obtidos referem-se às 
conquistas realizadas sobre as expectativas dos pesquisadores locais: o quanto as copesquisadoras passaram a se 
apoderar das narrativas da ciência, com suas práticas e sua linguagem; o reconhecimento de seu próprio sistema de 
conhecimento como válido e significativo, sobretudo quanto à conservação da sociobiodiversidade local; quanto em-
poderamento foi gerado. Da perspectiva dos pesquisadores acadêmicos, o processo possibilitou a abertura e a inserção 
em outro sistema de conhecimento, com aprendizado significativo sobre a cultura e as práticas locais e a superação de 
preconceitos estruturais suscitados pela cultura acadêmica.
Em uma cultura marcada pelas narrativas da ciência e da tecnologia, em que o conhecimento válido é aque-
le validado pela ciência, nossos resultados em coprodução permitiram superar, pelo menos em parte, o enorme 
desafio de integrar dois polos distintos quando se aborda a educação em comunidades tradicionais: por um lado, 
empoderar essas comunidades, conferindo-lhes acesso ao universo da ciência e da cultura ocidental dominante; 
por outro, refletir as práticas e os conhecimentos da cultura local, de maneira a produzir diversidade de conheci-
mento e dar a oportunidade para que todos conheçam os diferentes sistemas de percepção do mundo e do am-
biente. Assim, se colabora com a valorização e a permanência dessa constelação de saberes que constituem nossa 
sociobiodiversidade.
Em um país de flora megadiversa como o Brasil, essa questão se impõe de maneira ainda mais urgente. É neces-
sário ouvir, e, mais do que isso, aprender com as comunidades locais, com os mateiros, com os auxiliares de campo. Há 
uma enorme diversidade de saberes sobre nossa flora que precisa ser preservada tanto quanto ela própria. Essa é uma 
tarefa que cabe a nós, pesquisadores, fazendo com que a universidade seja um espaço em que se possa pensar futuros 
mais diversos, justos e sustentáveis.
22
Botânica: para que e para quem?
REFERÊNCIAS
Barker S, Elliott P. 2000. Planning a skills-based resource for biodiversity education. Journal of Biological Education 
34: 125-127.
Cunha MC. 2009. Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico. In: Cunha MC. (ed.) Cultura com 
aspas. São Paulo: Cosac Naify. pp. 301-310.
Díaz S, Demissew S, Carabias J et al. 2015. The IPBES Conceptual Framework - Connecting Nature and People. Current 
Opinion in Environmental Sustainability 14: 1-16.
Djenontin I, Meadow A. 2018. The art of co-production of knowledge in environmental sciences and management: les-
sons from international practice. Environmental Management 61: 885-903.
Farr RM. 1995. Representações sociais: a teoria e sua história. In: Guareschi P, Jovchelovitch S. (orgs.) Textos em repre-
sentações sociais. 2a. ed. Petrópolis: Vozes. p. 31-59. 
Floriani D. 2007. Diálogo de Saberes: uma perspectiva socioambiental. In: Ferraro LA. (org.) Encontros e caminhos: 
formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Depto. de Educação Ambiental. 
p. 105-117.
Foucault M. 1987. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Ed. Vozes.
Lang D, Wiek A, Bergmann M, Stauffacher M, Martens P, Moll P, Swilling M, Thomas CJ. 2012. Transdisciplinary research 
in sustainability science: Practice, principles, and challenges. Sustainability Science 7: 25-43.
Severo JLRL, Machado ER, Rodrigues MF. 2014. Pedagogia, Pedagogia Social e Educação Social no Brasil: Entrecruza-
mentos, Tensões e Possibilidades. Interfaces Científicas - Educação 3: 11-20.
Meirinhos DA. 2012. A fotografia participativa como ferramenta de expressão e representação social: Foto-ensaio do 
projeto “olhares em foco”. Cadernos de Arte e Antropologia 1: 77-82.
Moura AF, Lima MG. 2014. A reinvenção da roda: roda de conversa: um instrumento metodológico possível. Revista 
Temas em Educação 23: 98-106.
Moscovici S. 1981. On social representations. Perspectives on everyday understanding. In: Forgas JP. (org.) Social Cogni-
tion. London: Academic Press. p. 181-209.
Norström AV, Cvitanovic C, Löf MF. 2020. Principles for knowledge co-production in sustainability research. Nature Sus-
tainability 3: 182-190.
Pohl C. 2008. From science to policy through transdisciplinary research. Environmental Science & Policy 11: 46-53.
Pohl C, Rist S, Zimmermann A et al. 2010. Researchers’ roles in knowledge co-production: experience from sustainability 
research in Kenya, Switzerland, Bolivia and Nepal. Science and Public Policy 37: 267–281.
Quigley CF, Dogbey J, Che SM, Hallo J, Womac P. 2014. Through their lens: the potential of photovoice for documentation 
of environmental perspectives among kenian teachers. The Qualitative Report 19: 1-23.
Raynaut C. 2011. Interdisciplinaridade: mundo contemporâneo, complexidade e desafios à produção e à aplicação de 
conhecimentos. In: Philippi Junior A, Silva Neto AJ. (orgs.) Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação. 
São Paulo: Manole. p. 69-105.
Santos BS. 2010. A Ecologia de Saberes. In: Santos BS. (ed) A gramática do tempo para uma nova cultura política. 3 ed. 
São Paulo: Cortez. p. 191-213.
Sauvé L. 2004. Una cartografía de corrientes en Educación Ambiental. In Sato M, Carvalho I. (eds) A pesquisa em educa-
ção ambiental: cartografias de uma identidade narrativa em formação. Porto Alegre: Artmed. p. 17-45.
Tengö M, Brondizio ES, Elmqvist T, Malmer P, Splerenbug M. 2014. Connecting diverse knowledge systems for enhaced 
ecosystem governance: the multiple evidence base approach. AMBIO 43: 579-591.
Tuan Yi-Fu. 2012. Topofilia. Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. EDUEL: Londrina.
Viana R, Scatena VL, Eichemberg MT, Sano PT. 2016. Engaging plant anatomy and local knowledge on the buriti palm 
(Mauritia flexuosa L.f.: Arecaceae): the microscopic world meets the golden grass artisan’s perspective. Cultural 
Studies of Science Education 13: 253-265.
Wang CC. 1999. Photovoice: a participatory action research strategy applied to women health. Journal of Women’s Health, 
8: 185-192.
Weber M. 2002. Economia y sociedad. España: Fondo de Cultura Económica.
23
Botânica: para que e para quem?
O PORQUÊ DE TRATAR DE DIVERSIDADE, EQUIDADE 
E INCLUSÃO NA SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL
Rosy Mary dos Santos Isaias1, Annelise Frazão2, Suzana Maria dos Santos Costa3
Palavras-chave: diversidade; equidade; inclusão; sociedades científicas.
O PAPEL DAS SOCIEDADES CIENTÍFICAS
As sociedades científicas têm como missão gerar e preservar a história da ciência e das profissões relacionadas a seus temas de interesse, criando estímulos e condições de desenvolvimento da ciência à qual são afins (Witter, 
2007). A criação das sociedades científicas, como “learning societies”, remonta ao século XVII tendo como primeira or-
ganização a “Royal Society”, que se tornou conhecida em 1663 como a SociedadeReal de Londres para a melhoria do 
conhecimento natural, e o primeiro volume de seu jornal, o Philosophical Transactions, foi publicado em 1665. Atualmen-
te, a Royal Society tem a denominação de UK’s National Science Academy, e atua no suporte e disseminação da ciência 
no Reino Unido por meio de políticas de atuação, publicação de jornais, promoção de eventos científicos, parcerias 
mundiais, financiamentos e premiações (Jorgensen, 2017). Essas atividades são clássicas e comuns às numerosas so-
ciedades científicas existentes pelo mundo e, para que se mantenham vivas, precisam ampliar e diversificar seus pa-
péis, funções e relações, não apenas para que continuem a cumprir o que já fazem, mas para melhorar o que realizam 
e possam continuar a crescer (Witter 2007). Além disso, também há a necessidade de constante atualização quanto à 
relação com a sociedade e seus modos, especialmente no que tange ao reconhecimento de direitos e deveres, incluindo 
o reconhecimento de dívidas e/ou equívocos históricos.
A Sociedade Botânica do Brasil (SBB) é a 2a sociedade mais antiga no Brasil (1950), atrás somente da Sociedade 
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), fundada em 1948. Em 2022, a SBB completa 72 anos de existência e vem 
se transformando como uma das grandes sociedades científicas no Brasil. Uma das mudanças realizadas na SBB por de-
manda dos sócios e das sócias é a criação de núcleos temáticos botânicos que propõem e executam atividades nos Con-
gressos Nacionais de Botânica. Mais recentemente, núcleos de temática social, como o Núcleo de Diversidade, Equidade 
e Inclusão (DEI) foram propostos. A criação do Núcleo DEI na SBB surgiu como uma proposta levantada na mesa-redonda 
sobre Mulheres na Ciência durante o 71o Congresso Nacional de Botânica, realizado de forma on-line, em virtude da pande-
mia da covid-19. A plateia se manifestou positivamente pelo chat da plataforma virtual para que a proposta fosse levada à 
Assembleia Geral Ordinária, e, assim, a oficialização da criação do Núcleo de DEI da SBB ocorreu no dia 30 de junho de 2021. 
Na ocasião, com aprovação unânime pelos sócios e sócias presentes, a coordenação do Núcleo DEI ficou sob responsabi-
lidade das sócias Profª Dra. Rosy Mary dos Santos Isaias, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Dra. Annelise 
Frazão, da Universidade de São Paulo (USP), as quais respondem pela coordenação no período de 2021-2023.
OBJETIVOS DO NÚCLEO DE DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE BOTÂNICA 
DO BRASIL
O objetivo principal do Núcleo DEI é averiguar, discutir e propor medidas referentes ao levantamento de dados, à 
implementação de planos de acolhimento, ao encorajamento e à promoção de diversidade, equidade e inclusão entre 
os sócios e as sócias da SBB. O termo diversidade, que compõe o DEI, é usado em muitos contextos com diferentes 
definições. Em geral, se refere a diferença, e é uma propriedade de grupos, não de indivíduos. Na ciência, a diversidade 
se refere ao cultivo de talentos e à promoção da inclusão, considerando pessoas de espectros sociais tradicionalmente 
pouco representados. Ao considerarmos a pesquisa científica como um problema cuja solução vem do esforço coletivo, 
em vez de destacarmos o brilhantismo individual, a diversidade se torna a chave para a excelência (Gibbs Jr, 2014).
1. Professora titular no Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Núcleo de 
Diversidade, Equidade e Inclusão da Sociedade Botânica do Brasil.
2. Pós-doutoranda no Instituto de Biociências, da Universidade de São Paulo (USP), e vice-coordenadora do Núcleo de Diversidade, 
Equidade e Inclusão da Sociedade Botânica do Brasil.
3. Professora adjunta no Instituto de Ciências Naturais, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e membra do Núcleo de Diversida-
de, Equidade e Inclusão da Sociedade Botânica do Brasil.
24
Botânica: para que e para quem?
Portanto, termo diversidade trata da abertura de espaços para grupos (étnico-raciais, de classe, de gênero, 
pessoas com deficiência e neurodivergentes [PCDs], entre outros) anteriormente excluídos do processo de cons-
trução da ciência, iniciando uma reparação histórica e, consequentemente, a propagação de inclusão destes. Quem 
reconhecemos por sua excelência na área da ciência e citamos em nossos trabalhos? O que acontece quando lemos 
um artigo científico e temos de nos referir à autoria? Via de regra, usamos o pronome masculino para nos referirmos 
ao conjunto de autores, ainda que sejam apenas do gênero feminino. No senso coletivo, no nosso imaginário, ao 
sermos convidados e convidadas a pensar em nomes de cientistas em destaque e citar referências bibliográficas, 
os nomes escolhidos são, invariavelmente, nomes masculinos. Cabe a nós, botânicos e botânicas, profissionais que 
estudam diversidade das plantas, adotarmos práticas que considerem também a diversidade de pessoas que fazem 
parte desse fazer científico.
O termo equidade significa, para muitos educadores, a garantia do acesso e da participação de todos e todas as 
estudantes nas atividades científicas, mas tem sido usado para abranger uma multiplicidade de significados (Fortney 
et al., 2019). Por exemplo, a consulta ao dicionário Merriam-Webster traz o conceito de equidade como “garantia de 
justiça de acordo com a lei e direitos naturais, sem vieses ou favoritismos”. Essa definição permite ampliar o tema 
para questionamentos sobre o que significa justiça no ensino de ciências, assim como o que significa falar em leis 
e direitos naturais como garantia de equidade e quais são os vieses e o favoritismo na educação científica (Fortney 
et al., 2019). Nesse sentido, é necessário que ações que garantam ativamente a igualdade de oportunidades durante 
os processos de seleção de profissionais e seleção de projetos, por exemplo, levem em conta elementos sociais. 
Sabe-se que muitos indivíduos não partem do mesmo ponto de partida na corrida da formação profissional, portanto, 
o estabelecimento de cotas raciais e sociais e a iniciativa de considerar a parentalidade podem tornar os processos 
seletivos e concursos mais equânimes.
Por fim, o último termo que denomina o DEI é a inclusão, fenômeno que data do início dos anos 1900, mas que cul-
mina de um processo iniciado nos anos 1960 no contexto do movimento dos direitos humanos. A discussão que objetiva 
a inclusão se torna importante também para auxiliar na desconstrução de estereótipos. A inclusão como igualdade de 
direitos trata de um novo espaço político de possibilidades, uma oportunidade de criar um mundo democrático e sub-
versivo que oferece a chance para que os desiguais se aloquem em um enquadramento cultural (Hodkinson, 2011). Este 
é um tópico bastante desafiador e que demanda a prática da escuta de PCDs, bem como o desenvolvimento de práticas 
coletivas envolvendo PCDs.
Esses diferentes grupos, apesar de unidos pela exclusão do processo científico, desde a abordagem de suas ques-
tões e problemas até a busca e descerramento de soluções, apresentam diferentes fatores históricos que devem ser 
discutidos e considerados nas ações do Núcleo DEI. Muitas vezes, são grupos considerados intelectualmente inferiores 
e/ou cujas “funções” na sociedade atual limitam essas pessoas a desempenhar papéis que frequentemente obscurecem 
talentos e capacidades. Assim, o Núcleo DEI da SBB busca investigar essas questões em nossa sociedade, discutir junto 
às pessoas diretamente envolvidas e propor ações de melhoria e mudança desse cenário.
Apesar de nos primórdios da atividade a botânica ser relacionada a uma atividade de mulheres e ao percen-
tual considerável de pesquisadoras atuantes na área, ainda observa-se que são os homens os mais citados e que 
obtêm mais recursos financeiros, tanto como no Brasil como em outros países. Isso não reflete a capacidade e 
o esforço das mulheres na ciência, mas as barreiras sociais colocadas para elas. Além do frequente acúmulo de 
atividades científicas e domésticas, frequentemente

Outros materiais