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Assistência farmacêutica Histórico e evolução da assistência farmacêutica Prof. Ms. Flávia Soares Lassie • Unidade de Ensino: 1 • Competência da Unidade: compreender o desenvolvimento histórico do ciclo de assistência farmacêutica. • Resumo: Contextualização da assistência farmacêutica; evolução da assistência farmacêutica no Brasil; relações de medicamentos essenciais (RENAME). • Palavras-chave: Assistência farmacêutica, conceito, histórico, financiamento, relação de medicamentos essenciais. • Título da Teleaula: Histórico e evolução da assistência Farmacêutica. • Teleaula nº: 1 Contextualização Histórico da Assistência Farmacêutica; Política Nacional de Medicamentos; Política Nacional de Assistência Farmacêutica; Assistência farmacêutica; Financiamento da Assistência Farmacêutica; Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME); Relação Estadual de Medicamentos Essenciais (Resme) Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remune). Senhora de 87 anos pensionista do INSS e cujos proventos não são suficientes para adquirir todos os medicamentos prescritos para o tratamento de uso contínuo. Procurou a UBS para poder obter seus medicamentos através do SUS e preocupada se sempre conseguiria obter seus medicamentos na UBS ela pergunta ao farmacêutico quem financia esses medicamentos? Como ocorre o financiamento da AF? Fonte: http://bit.ly/2QpU4RY Histórico da Assistência farmacêutica 1948- criação da OMS Monitora e avalia as políticas de saúde em todo o mundo Objetivo : apoiar os países membros no desenvolvimento de programas que melhorem a saúde de suas comunidades. 1978- Alma- Ata: I Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde Avanço importante para o desenvolvimento da Assistência Farmacêutica no mundo Fonte: https://binged.it/2TCKMTt 1967- INPS Autoriza a prestação da assistência farmacêutica pela previdência social em diferentes modalidades. Fornecimento direto de medicamentos, o financiamento parcial de medicamentos, o financiamento total para aquisição de medicamentos. 1971- Assistência farmacêutica como política pública Política: compromisso oficial expresso em documento escrito Objetivo: resolver ações concretas, executar, acompanhar e avaliar, criando espaço para debates e discussão pertinentes à área Política Nacional de Medicamentos, Política Nacional de Assistência Farmacêutica Instituição da CEME: fornecimento de medicamentos à população sem condições econômicas Política centralizada de aquisição e de distribuição de medicamentos. Lista de medicamentos essenciais – RENAME (1977) Programa de Farmácia Básica – 1987. 1988- Constituição Federal: saúde como direito social (Art.6º) Art. 196: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, p. 154) 1990- Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8080/90): campo de atuação do SUS “formulação da política de medicamentos (...)” e atribui ao setor saúde a responsabilidade pela “execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.” (BRASIL, 1990). AF: torna-se elemento fundamental no SUS e parte integrante da Política Nacional de Saúde (PNS) garante o acesso da população aos serviços farmacêuticos, medicamentos e insumos. 1997: Desativação da CEME 19 98 Política nacional de Medicament os Acesso universal aos medicamentos essenciais 19 99 Criação da ANVISA (Lei nº 9.782) Fiscalização do controle de qualidade na fabricação dos medicamentos 19 99 Lei dos genéricos (Lei nº 9.787) Medicamentos de qualidade e de baixo custo garantir o acesso da população: 20 00 20 03 20 04 Protocolos clínicos e Diretrizes Terapêutic as (PCDT) Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF) Programa Farmácia Popular do Brasil ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA É..... Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (Resolução Nº. 338, de 06 de maio de 2004, do Conselho Nacional de Saúde). I Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (2003) Finalidade/ Propósito: Contribuir na melhoria da qualidade de vida da população, integrando ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Objetivo: Apoiar as ações de saúde na promoção do acesso aos medicamentos essenciais e promover o seu uso racional. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Características: É parte integrante da política de saúde; Área estratégica do sistema de saúde para o suporte às intervenções na promoção, prevenção de doenças e no tratamento; Apresenta procedimentos de natureza técnica, científica e administrativa. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICAASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA As ações da AF devem estar fundamentadas nos princípios previstos no Art. 198 da CF e no Art. 7 da Lei Orgânica da Saúde: Universalidade e equidade; Integralidade; Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; Regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; Multidisciplinaridade e intersetorialidade; Garantia da qualidade; Estruturação e organização dos serviços farmacêuticos; Normalização dos serviços farmacêuticos; Enfoque sistêmico (ações articuladas e sincronizadas). ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Política Nacional de Medicamentos e Política Nacional de Assistência Farmacêutica Política Nacional de Medicamentos 1998 – PNM (Portaria GM/MS nº 3.916) Teve como base os princípios e diretrizes do SUS; Definiu a AF como um grupo de atividades relacionadas com o medicamento; Fatores que motivaram a formulação da PNM: Problemas na garantia de acesso da população dos medicamentos; Problemas na qualidade dos medicamentos; Uso irracional dos medicamentos Desarticulação da Assistência Farmacêutica Desorganização dos serviços farmacêuticos. Política Nacional de Medicamentos Diretrizes gerais da PNM: • Adoção da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). • Regulamentação Sanitária de Medicamentos. • Reorientação da Assistência Farmacêutica. • Promoção do uso racional de medicamentos. • Desenvolvimento científico e tecnológico. • Promoção da produção de medicamentos. • Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos. • Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. Política Nacional de Medicamentos Prioridades da PNM: revisão permanente da Rename; reorientação da Assistência Farmacêutica; promoção do uso racional de medicamentos e organização das atividades de Vigilância Sanitária de medicamentos. Reorientação da AF: descentralização da gestão, na promoção do uso racional dos medicamentos, na otimização e eficácia do sistema de distribuição no setor público e no desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução nos preços dos produtos. Estabelece as responsabilidades para cada uma das 3 esferas de governo. Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) Resolução nº. 338/2004 do Conselho Nacional de Saúde. “Política norteadora para a formulação de políticas setoriais, entre as quais se destacam as políticas de medicamentos, de ciência e tecnologia, de desenvolvimento industrial e de formação de recursos humanos, entre outras, garantindo a intersetorialidade inerente aosistema de saúde do país (SUS) e cuja implantação envolve tanto o setor público quanto o privado de atenção à saúde”. Parte integrante da Política Nacional de Saúde Após consulta médica de rotina foram prescritos diversos medicamentos para uma paciente que buscou a Farmácia Popular para adquirir seus medicamentos e iniciar seu tratamento. Porém ao chegar à Farmácia Popular, foi atendida pelo farmacêutico responsável pela unidade e descobriu que nem todos os medicamentos dos quais precisava estavam disponíveis. Oque é o programa de Farmácia Popular? Por que foi criado? Fonte: https://binged.it/3gugv4h Programa Farmácia Popular do Brasil É uma ação do governo federal que cumpre umas das diretrizes da Pnaf - garantir o acesso a medicamentos pela população Finalidade: ampliar o acesso aos medicamentos essenciais O acesso aos medicamentos da lista desse programa desembolso direto pelos cidadãos de parte dos custos do fornecimento (Governo federal pode subsidiar até 90% do preço do medicamento) Decreto nº 5.090 de 20 de maio de 2004 Fonte: https://binged.it/2IAIPSw Programa Farmácia Popular do Brasil Os medicamentos da Farmácia Popular são dispensados a preço de custo, em uma rede própria de farmácias ou em farmácias e drogarias parceiras da rede privada. Rede própria: medicamentos adquiridos em laboratórios públicos ou privados e distribuídos por uma instituição vinculada ao MS (Fiocruz) Parceria com rede privada: copagamento 2006 expansão do PFPB: parceria entre o governo federal e o setor varejista “Aqui tem Farmácia Popular”; 2007 foi ampliado elenco de medicamentos (contraceptivos) e em 2010 a inclusão de insulina regular, sinvastatina. Tratamento da HAS, osteoporose, rinite, asma, Parkinson e glaucoma. Financiamento da Assistência Farmacêutica O acesso aos medicamentos depende de um financiamento sustentado; O financiamento da AF: é de responsabilidade das 3 esferas de gestão do SUS e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT); As transferências de recursos devem ocorrer fundo a fundo: definido como a modalidade preferencial de transferência de recursos entre os gestores; Os recursos federais são repassados na forma de blocos de financiamento; O Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica é constituído por 3 componentes. FINANCIAMENTO Financiamento Os recursos orçamentários destinados a saúde: FUNDOS DE SAÚDE. Bloco de Financiamento da AF- 3 componentes Componente básico Componente estratégico Componente especializado É compartilhado pelas 3 instâncias federativas: federal, estadual e municipal BLOCO DE FINANCIAMENTO Componente Básico da AF Componente Estratégico da AF Componente Especializado Aquisição de medicamentos e insumos da AF no âmbito da atenção básica em saúde e àquelas relacionadas a agravos e programas de saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção básica. Custeio de ações de assistência farmacêutica nos programas de saúde estratégicos: controle de endemias (tuberculose, hanseníase, malária, leishmaniose, doença de Chagas e outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou regional; antirretrovirais DST/AIDS, Sangue e Hemoderivados e Imunobiológicos) Programa de Medicamentos de Dispensação Excepcional Componente básico da AF P ar te f in an ce ir a fi x a • Valor per capita transferido ao Distrito Federal, estados e/ou municípios, conforme pactuação nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB). Os estados e municípios devem compor o financiamento da parte fixa, como contrapartida. P ar te f in an ce ir a va ri áv el • Consiste em valores per capita destinados à aquisição de medicamentos e insumos de Assistência Farmacêutica dos Programas de: Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Alimentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo. Podem ser executados de forma centralizada ou descentralizada (pactuações na CIT e CIB). “Destina-se à aquisição de medicamentos e insumos da assistência farmacêutica no âmbito da atenção básica em saúde e àqueles relacionados a agravos e programas de saúde específicos, no âmbito da atenção básica” Componente estratégico da AF Responsabilidade: do gestor federal • Ao MS compete a elaboração dos protocolos de tratamento, o planejamento, a aquisição centralizada e a distribuição aos Estados dos medicamentos, produtos e insumos, para os demais níveis de atenção. • Responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde o armazenamento dos produtos e a distribuição às regionais ou municípios. Fonte: http://www.cojusp.com.br/arquivos/lista_medicamentos.pdf Elenco de Referência Nacional do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica Componente Especializado da AF 1. Doença rara ou de baixa prevalência, com indicação de uso de medicamento de alto valor unitário ou que, em caso de uso crônico ou prolongado, seja um tratamento de custo elevado; 2. doença prevalente, com uso de medicamento de alto custo unitário ou que, em caso de uso crônico ou prolongado, seja um tratamento de custo elevado desde que: 1. haja tratamento previsto para o agravo no nível da atenção básica, ao qual o paciente apresentou necessariamente intolerância, refratariedade ou evolução para quadro clínico de maior gravidade. 2. o diagnóstico ou estabelecimento de conduta terapêutica para o agravo estejam inseridos na atenção especializada. Situações clínicas tratadas pelo componente especializado da AF Acne Acromegalia Doença de Parkinson Puberdade Precoce Central Raquitismo Artrite reumatoide Dislipidemia Doença de Alzheimer Asma Financiamento da AF Fonte: https://binged.it/38nf2ap Relação Nacional, Estadual e Municipal de Medicamentos Essenciais (RENAME, RESME e REMUNE) RENAME O acesso aos medicamentos essenciais constitui um dos eixos norteadores das políticas de medicamentos e de assistência farmacêutica; Elemento técnico-científico que orienta a oferta, a prescrição e a dispensação de medicamentos nos serviços do SUS; Utilização da RENAME: forma de racionalizar as ações de assistência farmacêutica e a própria promoção do URM ações orientam a prescrição, dispensação e o consumo; Decreto nº 7.508/ 2011- regulamenta a Lei nº 8.080/1990: “a Rename compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS” RENAME Elaborada atendendo aos princípios fundamentais do SUS universalidade, equidade e integralidade; Relação dos medicamentos disponibilizados por meio de políticas públicas e indicados para os tratamentos das doenças e agravos que acometem a pop. brasileira; Conitec- responsável por propor a atualização da Rename Órgão colegiado de caráter permanente assessorar o MS nas atribuições relativas à análise e à elaboração de estudos de avaliação dos pedidos de incorporação, ampliação de uso, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde; e na constituição ou na alteração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDTs). RENAME 2020 4 seções: Seção A (5 anexos): Seção B: itens são apresentados- Sistema de Classificação Anatômica Terapêutica Química; Seção C: Ordem alfabética com descrição do componente de financiamento da AF; Seção D: as modificações da lista em relação a edição anterior, organizadas de acordo com as inclusões, exclusões e alterações. I- Relação Nacional de Medicamentos do Componente Básico II- Relação Nacional de Medicamentos do Componente Estratégico III- Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado IV- Relação Nacional de Insumos V- Relação Nacional de Medicamentos de Uso Hospitalar Anexos RENAME Seção A- Anexo I- Componente Básico da AF (Cbaf): relação de medicamentos + insumos farmacêuticos voltados aos principais problemas de saúde e programas da Atenção 1ª; Governo Federal faz repasse de recursosfinanceiros com base no IDHM: IDHM muito baixo: R$ 6,05 por habitante/ano; IDHM baixo: R$ 6,00; IDHM médio: R$ 5,95; IDHM alto: R$ 5,90; e IDHM muito alto: R$ 5,85; Contrapartida estadual e municipal devem ser de no mínimo R$ 2,36; Esse recurso pode ser utilizado somente para aquisição de itens desse componente; MS: responsável pela aquisição e distribuição de insulina NPH e humana regular, contraceptivos orais e injetáveis, DIU e diafragma. RESME Relação Estadual de Medicamentos Essenciais (Resme); Deve utilizar a Rename como base porém pode incorporar medicações específicas e complementares, desde que sejam assumidos os financiadores responsáveis; Instrumento de seleção: Plano Estadual de Saúde e o Relatório de Gestão estabelecem a forma de acompanhamento e avaliação das atividades realizadas pelo Estado nos municípios; Finalidade: otimizar o acesso da população aos medicamentos necessários e de fornecer tratamentos de maior qualidade e segurança para o usuário. RESME É definida pelo gestor estadual com base no perfil epidemiológico do estado e no elenco de medicamentos a serem adquiridos diretamente por ele ( se enquadram os Ceaf); Secretarias Estaduais- responsáveis pelas pactuações na CIB do elenco de referência estadual necessidade local ou regional; Conselho Estadual de Saúde: participa do processo de discussão e/ou ratificação do elenco de medicamentos essenciais; Fonte: adaptada de Oliveira, Grochocki e Pinheiro (2011, p. 117). Disponível em: http://bit.ly/2TOHgWe, acesso dez. 2021 REMUNE Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUNE); Garante o acesso aos medicamentos da atenção básica nos municípios brasileiros; Baseada na Rename e considera-se a prevalência incidência de doenças e a organização dos serviços de saúde; Critérios: Deve estar presente na Rename; Custo; Ser solicitado pelos prescritores. Adoção da Remune: padronização e ampliação da capacidade gerencial REMUNE Casos de aquisição de medicamentos fora da Remune não possui financiamento dos recursos federais e estaduais; Vantagens: Maior disponibilidade de medicamentos à população; Evita processos judiciais; Garante maior diversidade de fármacos; Maior aderência dos prescritores; Redução de gastos e duplicidade farmacológica. Fonte: adaptada de Oliveira, Grochocki e Pinheiro (2011, p. 117). Disponível em: http://bit.ly/2TOHgWe, acesso dez. 2021 M u n ic ip al Relação Municipal de Medicamentos Elaboração de Lista Municipal com base na Lista Estadual Recapitulando....... Recapitulando..... Histórico da Assistência Farmacêutica; Política Nacional de Medicamentos; Política Nacional de Assistência Farmacêutica; Assistência farmacêutica; Financiamento da Assistência Farmacêutica; Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME); Relação Estadual de Medicamentos Essenciais (Resme) Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remune).
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