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Gustavo Moreno T19 AULA 20: Diabetes e gestação Classificação etiológica do diabetes melito: DM1: Destruição de células beta pancreáticas, geralmente levando à deficiência, absoluta de insulina DM2: redução progressiva da secreção de insulina subjacente a estado de resistência à insulina DMG: DM diagnosticada no segundo ou no terceiro trimestre da gestação que não alcança os critérios para DM fora da gestação. Tipos específicos de DM secundário a outras causas: Síndromes monogênicas como o DM neonatal e o Mody, doenças do pâncreas exócrino como fibrose cística e DM induzido por fármacos ou agentes químicos – uso de glicocorticóides, tratamento do HIV/Aids ou após transplante de órgãos. Obs – diagnóstico de diabetes é a partir do 1º trimestre** Dados epidemiológicos: Aproximadamente 415 milhões de adultos apresentam DM 318 milhões → intolerância à glicose 1/12 mortes no mundo podem ser atribuídas ao DM 1 morte a cada 6 segundos DMG → principal fator de risco para DM e síndrome metabólica 1% mulheres idade reprodutiva tem DM prévia Aproximadamente 5% desenvolverão DMG** Aumento pela pandemia de obesidade. Obs – Prevalente e grave!! Hiperglicemia na gestação: aumento de risco de obesidade, síndrome metabólica e DM na vida futura Prevalência de DMG entre 1 - 37,7% com média mundial ed 16,2% 1 em cada 6 nascimentos → mulheres com alguma forma de hiperglicemia na gestação. Diabetes mellitus gestacional: Não se enquadra como DM1 e DM2 Hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gestação, com níveis sanguíneos que não atingem critérios para DM Fisiopatologia: Gestação: estado de resistência à insulina**-- pq o bebe precisa crescer Intensa mudança nos mecanismo de controle da glicemia → consumo de glicose pelo feto Hormônio: lactogênio placentário, cortisol e prolactina → diminuição da insulina e aumento da glicose**** Obs – 1º trimestre não tem alterações hormonais → 1º trimestre = hiperglicemia materna Obs – 24 semanas – pedir TOTG (Não pedir antes!!) – devido ao hormônio lactogênio placentário que é produzido após 24 semanas Obs – lactogênio placentário – pico entre 24 a 28 semanas** Fatores de risco para hiperglicemia na gravidez Idade – aumento progressivo com o avançar da idade Sobrepeso / obesidade – índice de massa corporal (IMC) 25> KG/m² Antecedentes familiares de diabetes mellitus – DM 1º Grau Antecedentes pessoais de alterações metabólicas: -Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 5,7% (método high performance liquid chromatography – HPLC) - Síndrome dos ovários policísticos - Hipergliceridemia - Hipertensão arterial sistêmica - Acantose nigricans - Doença cardiovascular aterosclerótica - Uso de medicamentos hiperglicemiantes Antecedentes obstétricos: - Duas ou mais perdas gestacionais prévias - Diabetes gestacional - Polidrâmnio - Macrossomia (recém-nascido anterior com peso ≥ 4.000g) - Óbito fetal/neonatal sem causa determinada - Malformação fetal Diagnóstico (P)**: Rastreamento do DM na 1 consulta pré-natal – glicemia de jejum >126 mg/dL → DM na gestação 92*-125 mg/dL → DM gestacional <92* → TOTG 75g-2h (24-28s) Jejum >92 mg/gL** TOTG 1h → >180 MG/dL** (Acima disso é alterado) TOTG 2h → >153mg/dL** (Acima disso é alterado) 1 valor alterado → DM gestacional Obs: único valor alterado – Diagnóstico!! Tratamento:*** Fluxograma para o tratamento do diabetes melito gestacional nos serviços de endocrinologia e de ginecologia e obstetrícia: Não iniciar mais metformina!!! (só usar quando usada na prévia gestação) Obs – mudança do estilo de vida por 7 dias com controle glicêmico domiciliar, retorno com o médico, se alterado o controle glicêmico → insulina Obs – não usa mais metformina!!!! Controle glicêmico: Frequência de realização do monitoramento da glicemia capilar de acordo com o tratamento para diabetes gestacional: Pacientes tratadas com medidas não farmacológicas: Viabilidade financeira e disponibilidade técnica total Viabilidade financeira e disponibilidade técnica parcial Perfil diário de 4 pontos jejum, pós-café. pós-almoço, pós-jantar Perfil de 4 pontos 3 vezes por semana Jejum, pós-café, pós-almoço, pós-jantar Metas do controle glicêmico na gestação:*** Horário Jejum 1 hora pós ´prandial 2 horas pós prandial Limites de glicemia <95 mg/dL <140 mg/dL <120 mg/dL Obs – No mínimo no primeiro momento → 4 pontos!! * Em usuárias de insulina com episódios frequentes de hipoglicemia, estes alvos podem ser individualizados Classificação de alimentos contendo carboidratos conforme índice glicêmico: Obs – inserir mais proteínas, mais alimentos integrais, divisão de porções, evitar jejum prolongados. Obs – indicação de atividade física para quase todas as pacientes!! Baixo <55% Moderado 55-69% Alto > 70% Arroz integral Arroz parabolizado Espiga de milho cozida Feijão preto cozido Grão-de-bico Inhame Lentilha Macarrão à bolonhesa Cenoura cozida Cenoura crua Ervilha fresca cozida Iogurte de fruta tradicional Iogurte de fruta diet Leite de vaca integral Leite de vaca desnatado Pão de aveia Pão de centeio Ameixa crua Ameixa seca Banana-prata Damasco desidratado Kiwi Laranja Maçã Manga Pera Pêssego Arroz branco cozido Batata doce cozida Batata inglesa assada Cuscuz cozido Beterraba cozida Croissant Pão de hambúrguer Sorvete tradicional Abacaxi Mamão papaia Uva-passa Mel Aveia em flocos Mingau de aveia Nhoque Massa de panqueca Polenta cozida Banana Melão Morango Uva-passa Abóbora cozida Sacarose Batata frita Batata inglesa cozida Purê de batatas Aipim cozido Biscoito de água e sal Biscoito cream cracker Pão francês Pão preto de centeio Pão tipo baguete Melancia Pipoca salgada Tapioca Contraindicações ao exercício durante a gravidez: Absolutas: -Doença cardíaca hemodinamicamente significativa -Doença pulmonar restritiva -Incompetência istmo-cervical ou cerclagem -Gestações múltiplas com risco de parto prematuro -Hemorragia persistente no segundo ou terceiro trimestre -Placenta prévia -Trabalho de parto prematuro durante a gravidez atual -Membranas rotas -Pré-eclampsia -Anemia grave Relativas: -Diabetes do tipo 1 mal controlado (níveis glicêmicos acima de 200mg/dl, hipoglicemia frequente, retinopatia e nefropatia com graus mais avançados, neuropatia autonômica com doença cardíaca e neuropatia periférica) -Anemia -Arritmia cardíaca materna -Bronquite crônica -Extrema obesidade mórbida -Baixo peso extremo (IMC inferior a 12) -História de estilo de vida extremamente sedentário -Restrição de crescimento fetal na gravidez atual -Hipertensão mal controlada -Limitações ortopédicas -Transtorno convulsivo mal controlado -Hipertireoidismo mal controlado -Tabagismo intenso Exemplos de atividades físicas seguras para o período gestacional: Caminhada Natação Ciclismo (em bicicleta estacionária) Aeróbica de baixo impacto Yoga (evitar posturas que dificultem o retorno venoso) Pilates (evitar posturas que dificultem o retorno venoso) Corrida Esportes com uso de raquetes Treinamento de força Exercícios ergométricos de membros superiores Exemplos de atividades seguras para o período gestacional: Intensidade Moderada Frequência 5 ou mais na semana Duração De 30 a 40 minutos – sendo 5 minutos de aquecimento de 5 de desaceleração. Características das insulinas e de análogos de insulina no Brasil: Obs – todas podem ser usadas Obs – Iniciar com a insulina regular!! (lembrar pico de ação de 6 a 8 horas) / Obs – Insulina NPH (“mais estável e segura, pq não faz tanta oscilação da glicemia”) Acompanhamento: US seriadas: 26s e 28s (ideal) US obstétrica morfológica: 21s e 23s + 6 dias – mandatório pois DMG gera malformações cardíaca fetal Ecocardiografia fetal: 28s – ver se tem malformação cardíaca Movimentação fetal: a partir de 28s – não mais utilizado Avaliação de vitalidade fetal: a partir de 32s – mandatório com cardiografia ou US obstétrico com doppler Metas – glicemia capilar Jejum <95mg/dL 1h <140 mg/dL 2h <120 mg/dL CA fetal <p75 E a corticoterapia para maturação pulmonar fetal? Se necessidade de parto antes de 37s Surfactantes pulmonar materno xdescompensação do DM Ideal se necessidade de CTC: insulina em bomba de infusão Obs – se faz corticóide até 36 semanas + 6 dias, depois não se faz!! Condições associadas À DMG: Hiperglicemia materna:*** Hiperinsulinemia fetal: retardo na produção de surfactante pulmonar e hipoxemia fetal crônica – mesmo sem vasculopatia materna, hipertrofia do septo interventricular cardíaco Alterações morfológicas da placenta → SFC – áreas de isquemia por causa da hipóxia Consequências: polidrâmnio, oligoidrâmnio, feto GIG [feto com hipermetabolismo], macrossomia, feto PIG, CIUR, abortamentos, OFIU – óbito fetal Alterações – líquido – polidrâmnio, feto Gig (mais comum na DM) Complicações relacionadas À hiperglicemia materna periconcepcional: (quantas vezes aumenta o risco de acontecer): Regressão causal – 252x (principal!!) Defeitos do SNC (espinha bífida, hidrocefalia e etc) – 2x Anencefalia – 3x Anomalias cardíacas – 4x Atresia anal/retal – 3x Anomalias retais – 6x Duplo ureter – 24x Situs inversus – 84x Momento e via de parto: A depender da compensação do DM 38 semanas se DM prévio 41 semanas DMG – quando tem bom controle das glicemias (cuidar com risco) Parto vaginal é via de escolha** (mas analisar o caso) Seguimento pós parto DMG: (P)**** Diagnóstico de diabetes mellitus, glicemia de jejum alterada e intolerância à glicose em situação de viabilidade financeira e disponibilidade técnica total: Obs – Exame de escolha – TOTG** Obs – pós parto imediato – manter dieta geral, suspender tudo → 6 semana exame de TOTG Morbimortalidade materna: Aspectos epidemiológicos: Entre as mais de 60 mil disfunções maternas em 115 países as causas de morte materna estão assim distribuídas: Hemorragia grave – intraparto e puerperal: 27% Complicações hipertensivas da gestação: 14% Infecções: 11% Complicações de parto distócicos: 9% Complicações de aborto: 8% Complicações embólicas: 3% Obs – Maior taxa da mortalidade de nível de média mundial → hemorragia grave (intraparto e puerperal)
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