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Imunologia_modulo_04_Introdução a parasitologia

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Introdução a parasitologia
APRESENTAÇÃO
A parasitologia é uma área de conhecimento que estuda a relação entre parasitas e humanos e 
suas consequências na saúde da população. Os parasitas ocorrem em duas formas distintas: 
protozoários unicelulares e metazoários multicelulares denominados helmintos ou vermes. Para 
a compreensão do ciclo de vida e a patogênese dos protozoários e helmintos, é necessário 
conhecer a definição de alguns termos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, falaremos sobre as denominações dos diferentes grupos e as 
principais espécies de parasitas. Serão abordadas as formas existentes no ciclo de vida e os tipos 
de hospedeiros. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os grupos e as classes de parasitas;•
Reconhecer as formas parasitárias;•
Diferenciar um hospedeiro definitivo de um hospedeiro intermediário.•
DESAFIO
A parasitologia estuda os parasitas, os hospedeiros e a relação entre eles. A parasitologia 
humana será estudada com foco nos parasitas de importância médica.
Nesta Unidade, vimos a divisão dos parasitas em duas formas distintas: protozoários e 
helmintos.
Diante deste contexto:
1. Elabore um fluxograma com o nome das espécies identificando a localização de infecção 
do parasita (intestinal, sangue e tecidos, tecidual ou urogenital).
2. No mesmo fluxograma, identifique a doença que cada um causa.
3. Você deverá incluir, ao menos, as seguintes espécies:
a) Entamoeba histolytica 
b) Giardia lamblia 
c) Cryptosporidium parvum 
d) Trichomonas vaginalis 
e) Plasmodium vivax 
f) Plasmodium falciparum 
g) Toxoplasma gondii 
h) Trypanosoma cruzi 
i) Leishmania donovani 
j) Balantidum coli 
k) Taenia solium 
l) Taenia saginata 
m) Schistosoma mansoni 
n) Enterobius vermiculares 
o) Ascaris lumbricoides 
p) Strongyloides stercoralis 
q) Wuchereria bancrofti
Para desenvolver essa questão, você poderá tomar como base a figura abaixo.
INFOGRÁFICO
Veja a seguir um esquema sobre a divisão da parasitologia.
CONTEÚDO DO LIVRO
Será abordada aqui a divisão da parasitologia, bem como as principais espécies de cada grupo. 
Vimos que existem diferentes tipos de formas parasitárias que vão depender do ciclo celular de 
cada parasita, além da diferença entre os tipos de hospedeiro.
Aprofunde seu conhecimento no capítulo Introdução à Parasitologia, da obra Parasitologia, 
onde você verá os grupos e classes dos pasasitatas, e como diferenciar o hospedeiro.
Boa Leitura.
PARASITOLOGIA 
Sílvia Regina Costa Dias
Introdução à parasitologia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir os grupos e as classes de parasitas.
 Reconhecer as formas parasitárias.
 Diferenciar um hospedeiro definitivo de um hospedeiro intermediário.
Introdução
O parasitismo é uma das mais importantes formas de interação entre 
os seres vivos e passou a ocorrer quando, na evolução das espécies, um 
organismo menor se sentiu beneficiado, fosse pela proteção ou pela 
obtenção de alimento. Trata-se de uma relação direta e íntima entre duas 
espécies, mas, ao contrário de outras formas de associação (comensalismo, 
por exemplo), nas relações parasitárias, há um grau de dependência 
metabólica, e o metabolismo de uma espécie encontra-se vinculado ao 
da outra (NEVES, 2016). 
No curso do processo de adaptação às novas condições de vida, 
o parasito acabou perdendo, na maioria dos casos, a capacidade de
sintetizar um ou mais produtos essenciais ao seu metabolismo (REY,
2008). Assim, o parasito retira do outro indivíduo (hospedeiro) todos ou
parte dos nutrientes necessários à sua sobrevivência (JUNIOR et al., 2018). 
A dependência entre eles é ainda mais estreita quando as condições que 
o parasito exige se encontram em poucas ou em apenas uma espécie
de organismo (REY, 2008).
Em decorrência do parasitismo e das alterações metabólicas men-
cionadas, observam-se outras modificações na organização estrutu-
ral e morfológica dos parasitos que podem variar em grau e forma 
(se comparadas àquelas encontradas em organismos de vida livre — não 
parasitos — dos mesmos grupos taxonômicos): desde aquelas imper-
ceptíveis até extremos, como é o caso do desenvolvimento de órgãos de 
fixação (cápsula bucal, dentes, lâminas cortantes) nos ancilostomídeos 
ou o não desenvolvimento de sistema digestório nos cestoides (que se 
alimentam através da absorção de nutrientes do organismo parasitado 
pelo tegumento) (REY, 2008).
Neste capítulo, você vai ser introduzido à parasitologia, aprendendo 
os grupos e as classes de parasitas, as formas parasitárias e vendo como 
diferenciar um hospedeiro definitivo de um hospedeiro intermediário.
Principais grupos de parasitos
Parasitismo é toda relação desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes 
em que se observa, além de associação íntima e duradoura, uma dependência 
metabólica de grau variável (REY, 2008). Assim, parasitologia é a ciência que 
estuda os parasitos e as relações parasitárias: ciclo de vida, doenças, formas de 
controle, morfologia, a interação entre os organismos, entre outros aspectos.
De acordo com Rey (2008), os principais parasitos humanos são divididos 
em três grandes grupos, que você confere no Quadro 1.
Protozoários:
parasitos unicelulares
Helmintos:
parasitos multicelulares
Artrópodes
Filo Sarcomastigophora: 
núcleo simples, 
presença de flagelos, 
pseudopodes ou ambos.
  Subfilo 
Mastigophora: 
presença de flagelos.
  Subfilo Sarcodina: 
locomovem-se pela 
emissão de flagelos.
Filo Nemathelminthes: 
parasitos com forma cilíndrica 
(vermes redondos).
  Rhabditida: possuem 
gerações de vida livre e de 
vida parasitária.
  Trichocephalida: possuem a 
extremidade anterior muito 
estreita, mas sem estrutura 
bucal reduzida.
  Spirurida: filarídeos cujas 
fêmeas produzem embriões 
— as microfilárias.
Classe 
Arachnida: 
ectoparasitos 
que possuem 
quatro pares 
de patas na 
fase adulta 
(por exemplo, 
carrapatos).
Quadro 1. Protozoários, helmintos e artrópodes
(Continua)
Introdução à parasitologia2
 Fonte: Adaptado de Rey (2008). 
Protozoários:
parasitos unicelulares
Helmintos:
parasitos multicelulares
Artrópodes
Filo Apicomplexa: 
possuem complexo 
apical, sem cílios.
Filo Platyhelminthes: parasitos 
achatados dorso-ventralmente.
  Trematoda: endoparasitos, 
possuem uma ou mais 
ventosas, corpo não 
segmentado.
  Cestoda: endoparasitos, 
corpo segmentado, 
desprovidos de sistema 
digestório.
Classe Insecta: 
ectoparasitos 
que possuem 
três pares de 
patas na fase 
adulta (por 
exemplo, 
moscas, piolhos 
e mosquitos).
Filo Ciliophora: possuem 
macro e micronúcleos, 
com cílios.
— —
Quadro 1. Protozoários, helmintos e artrópodes
(Continuação)
Os parasitos distinguem-se em endoparasitos ou ectoparasitos. Os primeiros habitam 
células e tecidos (parasitos teciduais) ou a luz de vísceras ocas (parasitos cavitários) dos 
hospedeiros. Já os ectoparasitos são aqueles que se nutrem de elementos da superfície 
do hospedeiro (como pulgas, piolhos e carrapatos), geralmente sem penetrar muito 
profundamente no organismo hospedeiro (FERREIRA, 2012).
3Introdução à parasitologia
Protozoários
Os protozoários englobam todos os organismos protistas, eucariotas, uni-
celulares e apresentam as mais variadas formas, processos de alimentação, 
locomoção e reprodução. Ferreira (2012) destaca as seguintes estruturas/
organelas típicas das formas evolutivas dos protozoários e extremamente 
importantes no parasitismo:
  cinetoplasto: mitocôndria especializada, rica em DNA;
  microtúbulos: além de formar o citoesqueleto, são importantes na com-
posição de cílios e flagelos;
  flagelos e cílios: locomoção do parasito;
  corpo basal: base de inserção de cílios e flagelos;
  axonema: eixo do flagelo.
De acordo com a locomoção em meio aquático, os protozoários podem ser 
classificados como: ciliados (possuem cílios), flagelados (possuem flagelos), 
rizópodos(rastejam-se, mudando a forma do corpo através da emissão de 
pseudópodes) e esporozoários (não possuem organelas locomotoras, nem 
vacúolos contráteis) (NEVES, 2016). 
A maioria apresenta vida livre e aquática (inclusive lugares úmidos), mas 
as espécies parasitárias passam a maior parte da vida parasitando diversas 
espécies de seres vivos, causando as doenças (NEVES, 2016). 
O artigo que você pode acessar no link a seguir é um clássico que descreve termos 
utilizados no estudo da ecologia de parasitos. 
https://qrgo.page.link/yZL7s
Introdução à parasitologia4
O Reino Protista é constituído por cerca de 60.000 espécies conhecidas, das quais 
10.000 são parasitos de diferentes animais e apenas algumas dezenas são parasitos 
do homem (NEVES, 2016).
A reprodução deste grupo de parasitos é geralmente assexuada, acontecendo 
por (NEVES, 2016):
  divisão binária (clonal) (Figura 1);
  brotamento interno por endodiogenia (por exemplo, Toxoplasma gondii);
  esquizogonia (divisão nuclear seguida de divisão do citoplasma, cons-
tituindo vários indivíduos isolados simultaneamente, como ocorre em 
espécies do filo Apicomplexa do gênero Plasmodium sp.); pode ser 
classificada ainda como merogonia (produz merozoítos), gametogonia 
(produz microgametas) e esporogonia (produz esporozoítos). 
No entanto, algumas espécies podem realizar reprodução sexuada, havendo, 
inclusive, troca de material genético entre um microrganismo e outro. Existem 
dois tipos de reprodução sexuada:
  conjugação: no filo Ciliophora, ocorre união temporária de dois indivíduos, 
com troca mútua de materiais celulares (por exemplo, Balantidium coli);
  fecundação: união de microgameta e macrogameta formando o zigoto, 
que pode dividir-se formando os esporozoítos (por exemplo, espécies 
do filo Apicomplexa).
5Introdução à parasitologia
Figura 1. Modelo de reprodução assexuada e sexuada em protozoários. Em (a), 
está representado o modelo de reprodução por divisão binária em Euglena, um 
protista de vida livre. Em (b), o ciclo do Plasmodium sp. mostra os três momentos 
de reprodução assexuada do parasito — merogonia (produz merozoítos), game-
togonia (produz microgametas) e esporogonia (produz esporozoítos), assim como 
o momento da reprodução sexuada, com a fecundação do macrogameta pelo 
microgameta para formação dos esporozoítos (no inseto vetor).
Fonte: Adaptadas de (a) ELLEPIGRAFICA/Shutterstock.com; (b) DESIGNUA/Shutterstock.com.
Os helmintos
Os helmintos são conhecidos popularmente como vermes e vivem em várias 
partes do corpo humano. Podemos dividí-los em três grandes grupos: os 
nematoides (vermes redondos), cestoides (vermes em forma de “fi ta” e com o 
corpo segmentado) e os trematódeos (vermes em forma de “folha”, achatados 
e providos de ventosas) (Figura 2). 
Introdução à parasitologia6
Os helmintos apresentam representantes distribuídos em três filos: Platyhelminthes, 
Nematoda e Acanthocephala. Macracanthorhynchus hirudinaceus e Moniliformis moni-
loformis, espécies representantes dos Acanthocephala, apesar de serem parasitos de 
outros animais, têm sido encontrados parasitando o homem (NEVES, 2016). 
Os helmintos não possuem sistema circulatório e respiratório (são anae-
róbios). No aspecto reprodutivo, eles podem multiplicar-se dentro ou fora do 
corpo do hospedeiro. Existem espécies que são dióicos (machos e fêmeas), 
a exemplo do verme Ascaris lumbricoides; monoicos (hermafroditas), como 
as tênias; e outros podem, ainda, reproduzir-se por partenogênese (como é o 
caso do Strongyloides stercoralis) (REY, 2008).
Figura 2. Características dos diferentes grupos de helmintos: (a) os cestoides 
(achatados dorso-ventralmente, corpo segmentado e estrutura de fixação 
bem desenvolvida); (b) os trematódeos (achatados dorso-ventralmente, 
corpo não segmentado); e (c) os nematoides (vermes cilíndricos, não 
segmentados).
Fonte: DESIGNUA/Shutterstock.com
7Introdução à parasitologia
Os artrópodes
As doenças transmitidas por artrópodes (Figura 3) são responsáveis por 
epidemias que constituem importantes problemas de saúde pública, dentre 
elas, doenças como as leishmaniases, malária, febre maculosa, entre outras. 
Existe uma relação estreita entre a dinâmica da transmissão de doenças e as 
características biológicas e ecológicas desses vetores. A longevidade, a ca-
pacidade reprodutiva, as preferências alimentares e os hábitos desses vetores 
determinam a importância relativa do artrópode como transmissor de uma 
doença e as peculiaridades da transmissão (REY, 2008). “Variáveis ambientais 
como disponibilidade de água, chuvas, temperatura, umidade e altitude podem 
infl uenciar no ciclo dos agentes infecciosos nos artrópodes ou no desenvolvi-
mento dos próprios vetores”. (MARTINS; PEDRO; CASTIÑEIRAS, 2008, 
documento on-line).
Figura 3. Diferentes grupos de artrópodes ectoparasitos do homem ou vetores de doenças 
parasitárias: (a) carrapato; (b) mosquito vetor de doenças parasitárias; e (c) ácaro parasito 
do homem (Sarcoptes sp.).
Fonte: (a) NECHAEVKON/Shutterstock.com; (b) JPS/Shutterstock.com; (c) PANAIOTIDI/Shutterstock.com. 
Os artrópodes hematófagos compreendem os insetos (com seis patas na fase 
adulta) e os ácaros (oito patas na fase adulta) que se alimentam de sangue. 
Eles podem ser vetores de infecções, por serem capazes de transmitir agentes 
infecciosos entre seres humanos ou entre animais e seres humanos. Estes ar-
trópodes não servem apenas como meio de transporte mecânico, uma vez que 
neles ocorre, obrigatoriamente, parte do ciclo de desenvolvimento dos agentes 
infecciosos (MARTINS; PEDRO; CASTIÑEIRAS, 2008, documento on-line).
Introdução à parasitologia8
Insetos hematófagos, durante a alimentação, transmitem os agentes infec-
ciosos por inoculação a partir da pele, diretamente no sangue, como ocorre 
com os mosquitos (por exemplo, em malária e filarioses) (Figura 4) e com os 
flebotomíneos (no caso de leishmaniose cutânea e visceral). Os triatomíneos 
(vetores da doença de Chagas), por sua vez, transmitem o parasito quando 
defecam e a inoculação ocorre por contaminação de mucosas e de área de pele 
lesada (porta de entrada) por meio do ato de coçar (a saliva do barbeiro possui 
substâncias que provocam uma reação de hipersensibilidade) (MARTINS; 
PEDRO; CASTIÑEIRAS, 2008). 
Figura 4. Detalhe da hematofagia de um mosquito. Observe as 
características do artrópode, como as patas articuladas, antenas, 
olho, corpo dividido em cabeça, tórax e abdome (de cor vermelha 
em decorrência da ingestão recente de sangue).
Fonte: HENRIK LARSSON/Shutterstock.com.
Os ácaros são ectoparasitos do homem e levam a quadros clínicos muito 
particulares no homem, uma vez que podem perfurar túneis ou galerias na 
epiderme (sarna) ou mesmo se instalar sobre ela, sugando o sangue (como, 
por exemplo, carrapatos), como mostra a Figura 5. Essa perfuração, junto a 
produtos do metabolismo do parasito e à ação de sua saliva, gera um prurido 
intenso, e o ato de coçar pode abrir portas de entrada para infecções micro-
bianas secundárias (HADDAD JUNIOR et al., 2018). 
9Introdução à parasitologia
Figura 5. Carrapato instalado sobre a pele durante o ato hematofá-
gico. Observe que as peças bucais parecem “mergulhadas” no tecido. 
A saliva do carrapato associada com os danos teciduais provoca uma 
reação inflamatória, caracterizada pela hiperemia local.
Fonte: IANREDDING/Shutterstock.com. 
Formas evolutivas dos parasitos
O estudo dos parasitos e das doenças parasitárias é extremamente com-
plexo porque depende de condições ecológicas/bioquímicas/fi siológicas 
do(s) hospedeiro(s), dos vetores e dos próprios parasitos que, muitas vezes, 
apresentam fases de vida livre e/ou formas de resistência (ovos e cistos) no 
ambiente. Os parasitos desenvolveram mecanismos adaptativos que foram 
selecionados por sua efi cácia, e um exemplo disso é o elevado número de 
ovos liberados pelas fêmeas dos helmintos (REY, 2008). Assim, vários 
fenômenos adaptativos entre os parasitos e o meio físico ocorrem a partirdo organismo do hospedeiro e de suas reações fi siológicas — que modifi ca 
a função das atividades e da morfologia do parasito, como será apresentado, 
de forma geral, a seguir.
Protozoários
Os protozoários apresentam grandes variações morfológicas ao longo dos seus 
ciclos de vida e dependem do meio em que os parasitos estejam adaptados. 
Podem ser esféricos, ovais, alongados e podem possuir cílios ou fl agelos. 
Dependendo da atividade metabólica/fi siológica, os protozoários possuem 
fases bem defi nidas (REY, 2008):
  trofozoíto (Figura 6a): forma ativa, na qual o protozoário se alimenta 
e se reproduz (por diferentes processos);
Introdução à parasitologia10
  cisto (Figura 6b): forma vegetativa, de resistência; parasito secreta 
uma parede resistente que o protege quando em meio impróprio ou 
em fase de latência;
  gameta: forma sexuada que aparece entre os parasitos do filo Apicom-
plexa (por exemplo, Plasmodium sp., agente etiológico da malária); o ga-
meta masculino é o microgameta; o gameta feminino é o macrogameta;
  oocisto: forma resultante da reprodução sexuada; dão origem aos 
esporozoítos.
Figura 6. (a) Morfologia do trofozoíto de Giardia intestinalis — o trofozoíto dos protozoários 
é a forma ativa do parasite. No caso da G. intestinalis, é encontrado no intestino delgado 
do homem. (b) Cisto de Entamoeba sp., que representa a forma de resistência do parasito 
encontrado contaminando o ambiente e responsável pela infecção do homem.
Fonte: (a) D. KUCHARSKI K. KUCHARSKA/Shutterstock.com; (b) SCHIRA/Shutterstock.com. 
Helmintos
Os helmintos são um grupo muito diverso morfologicamente e as variações 
morfológicas dependem do habitat, das condições ambientais e, principalmente, 
das condições fi siológicas do hospedeiro. 
Durante o ciclo biológico do parasito, Rey (2008) e Ferreira (2012) destacam 
as seguintes formas evolutivas dos helmintos.
  Ovos (Figura 7): forma de resistência do parasito com células germina-
tivas ou larvas no seu interior; possuem casca mais ou menos espessa, 
dependendo da espécie do parasito; são encontrados contaminando o 
ambiente e apresentam forma infectante em algumas espécies.
  Larvas (Figura 7): possuem morfologia muito variável, contêm reservas 
nutritivas (glicogênio e lipídios) acumuladas durante a oogênese e algu-
11Introdução à parasitologia
mas espécies têm a capacidade de alimentar-se de micro-organismos, 
outras não. Podem ser encontradas no ambiente ou no hospedeiro e 
apresentar cílios (larvas natantes). Apresentam forma infectante em 
algumas espécies. Nos nematoides, as larvas possuem cinco estádios de 
desenvolvimento e mantêm o revestimento (cutícula) do estádio anterior. 
  Adultos: morfologicamente muito distintos — os trematódeos são 
achatados dorso-ventralmente e têm forma de “folha”; os cestódeos 
também são achatados, mas possuem o corpo segmentado e em forma 
de “fita”; os nematódeos são vermes cilíndricos. Podem ser dioicos 
(sexos separados) ou monoicos (hermafroditas).
Figura 7. Formas evolutivas de helmintos (várias espécies). Observe 
que os ovos possuem casca (mais ou menos espessa, dependendo da 
espécie), que garante resistência às condições adversas do ambiente. 
Esses ovos possuem uma massa de células germinativas ou larvas já 
formadas no seu interior. No centro da imagem, observa-se uma larva.
Fonte: JARUN ONTAKRAI/Shutterstock.com. 
Artrópodes
Os artrópodes são assim denominados porque possuem patas articuladas. 
Apresentam exoesqueleto, que garante proteção, sustentação e impede a perda 
de água. Esse exoesqueleto impede o crescimento contínuo dos artrópodes, 
ocorrendo, portanto, apenas durante os períodos de muda (ecdises). O corpo 
é dividido em cabeça, tórax e abdome, mas, em alguns grupos, a cabeça 
Introdução à parasitologia12
encontra-se unida ao tórax, formando a estrutura cefalotórax. Além diso, 
podem ser hematófagos. 
Os aracnídeos (carrapatos) possuem corpo dividido em cefalotórax e ab-
dome, têm quatro pares de patas e não possuem antenas. Contam com um par 
de pedipalpos (palpos), apêndices sensoriais e também um par de quelíceras, 
apêndices em forma de pinça. Seu desenvolvimento é direto (filhotes são 
iguais aos adultos e são chamados de ninfas).
Acesse o link a seguir para assistir a um vídeo sobre o ciclo de vida e as formas evolutivas 
dos carrapatos. 
https://qrgo.page.link/id9cZ
Os insetos são uma classe que possuem representantes dotados de asas. 
Na cabeça, há um par de antenas e uma par de olhos, além do aparelho bucal. 
O tipo de aparelho bucal relaciona-se ao tipo de alimentação do inseto. Possuem 
desenvolvimento indireto, passando pelos estágios de ovo, larva e pupa — da 
qual emerge o inseto adulto (Figura 8). 
Figura 8. Diferentes fases evolutivas de mosquitos: (a) larva, (b) pupa e (c) adulto.
Fonte: Adaptada de JPS/Shutterstock.com.  
13Introdução à parasitologia
Especificidade parasitária: os hospedeiros 
Durante o ciclo biológico de um parasito, existem etapas (ou fases) de de-
senvolvimento — umas mais complexas do que outras. Por isso, ao longo do 
processo evolutivo, os parasitos desenvolveram recursos que garantiriam seu 
sucesso reprodutivo e de dispersão. Para isso, a passagem desses parasitos por 
um organismo (ou tecido) — habitat do parasito — é fundamental (NEVES, 
2016; REY, 2008). 
Assim, aquele organismo que é parasitado ou que alberga o parasito é 
denominado hospedeiro. Aquele que alberga o parasito na sua forma adulta ou 
reprodutiva final é denominado hospedeiro definitivo (NEVES, 2016; REY, 
2008). No entanto, enquanto em alguns ciclos a passagem de um hospedeiro 
para outro é direta, em outros, o parasito desenvolve suas formas jovens ou 
assexuadas em hospedeiros intermediários até alcançar o hospedeiro defini-
tivo. Esses hospedeiros intermediários são usualmente um molusco ou um 
artrópode (NEVES, 2016; REY, 2008). 
  Hospedeiro definitivo é aquele que alberga o parasito na sua fase adulta e/ou onde 
ocorre a fase de reprodução sexuada do parasito.
  Hospedeiro intermediário é aquele no qual se desenvolvem as formas evolutivas 
jovens e/ou assexuadas dos parasitos — normalmente, é um molusco ou um 
artrópode.
Ainda neste tema, Neves (2016) destaca ainda outros conceitos importantes 
em parasitologia, que você confere a seguir.
  Hospedeiro natural: aquele no qual o parasito se desenvolve sem 
causar-lhe danos, não sofrendo com o parasitismo, o que garante a 
perpetuação da espécie; funciona como fonte de infecção para outros 
animais ou para o homem.
  Hospedeiro anormal: aqueles que são afetados pelo parasitismo, 
adoecendo ou morrendo em consequência dele; acredita-se que sejam 
hospedeiros que ainda não desenvolveram mecanismos de adaptação 
suficientes para garantir a perpetuação da espécie (do parasito).
Introdução à parasitologia14
 Hospedeiro acidental (ou ocasional): aquele em que raramente ocorre a 
presença de eterminado parasito, não podendo, portanto, ser considerado
como um elo obrigatório do seu ciclo vital.
 Hospedeiro paratênico: serve de refúgio temporário e/ou de veículo
para alcançar o hospedeiro definitivo, mas não é necessário para o
desenvolvimento do ciclo de vida dos parasitos.
 Reservatório: hospedeiro que, sem ser afetado pela infecção, dispo-
nibiliza o parasito para transmissão a outro.
Nesse contexto, surgem dois conceitos relacionados à existência/
possibilidade de diferentes hospedeiros: parasitos eurixenos, que admitem 
grande variedade de hospedeiros (por exemplo, Toxoplasma gondii — 
bovinos, equinos, canídeos, aves, homem, entre outros); e parasitos 
estenoxenos, aqueles que se mostram estritos quanto ao(s) hospedeiro(s) 
(como Ascaris lumbricoides — homem).
A presença ou a ausência de um hospedeiro intermediário no desenvolvimento de 
um parasito determina o tipo de ciclo biológico: monoxênico (direto) ou heteroxênico 
(indireto). No primeiro, o parasito desenvolve-se em apenas um hospedeiro — o 
hospedeiro definitivo; no segundo, há a participação de umhospedeiro intermediário, 
no qual se desenvolvem as formas infectantes do parasito.
A infecção do homem por Ascaris lumbricoides ocorre através da ingestão de água 
ou alimento (frutas e verduras) contaminados com os ovos do parasito. No intestino 
delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva, que penetra na parede intestinal, 
alcançando fígado, coração e pulmões, onde se desenvolve. Após o desenvolvimento, 
as larvas atravessam os alvéolos, passam para brônquios, traqueia, laringe, faringe 
e são deglutidas. Quando atingem o intestino delgado, o parasito completa seu 
desenvolvimento, passando a vermes adultos. 
No ciclo biológico do A. lumbricoides, o homem é o hospedeiro definitivo (não há 
hospedeiro intermediário). A infecção é espécie-específica, ou seja, o A. lumbricoides 
não é capaz de infectar nenhum outro animal, apenas o homem. 
15Introdução à parasitologia
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
HADDAD JUNIOR, V. et al. Manifestações cutâneas de picadas de carrapatos em seres 
humanos. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 93, n. 2, p. 254–258, 2018.
MARTINS, F. S. V.; PEDRO, L. G. F.; CASTIÑEIRAS, T. M. P. P. Doenças transmitidas por 
insetos e carrapatos. Cives Centro de Informação em Saúde para Viajantes, 2008. Dispo-
nível em: http://www.cives.ufrj.br/informacao/viagem/protecao/dtic-iv.html. Acesso 
em: 15 set. 2019.
NEVES, D. P. Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. 
REY, L. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
Leitura recomendada
REY, L. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro Guanabara: Koogan, 2011.
Introdução à parasitologia16
 
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir nos ajudará a compreender melhor o conteúdo desta Unidade de 
Aprendizagem, ou seja, os grupos e classes de parasitas, suas características, a identificação das 
formas parasitárias, os tipos de hospedeiros e de diagnósticos.
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EXERCÍCIOS
1) Os protozoários são unicelulares e encontram-se subdivididos em quatro grupos. 
Quais são eles? 
A) Sarcodina, Metazoa, Sporozoa e Cestoda.
B) Protozoa, Metazoa, Platyhelminthes e Nemathelminthes.
C) Sarcodina, Sporozoa, Mastigophora e Ciliata.
D) Trematoda, Cestoda, Ciliata e Sarcodina.
E) Protozoa, Metazoa, Sarcodina e Ciliata.
2) Com relação às formas parasitárias, marque a reposta INCORRETA. 
A) Trofozoíto é uma forma móvel que se alimenta e se reproduz envolto por uma membrana 
celular flexível.
B) Cisto é uma forma não móvel que sobrevive bem no meio ambiente.
C) Promastigotas ou tripomastigotas não apresentam flagelos e amastigostas apresentam 
flagelos.
D) O ovo contém um embrião que gera a forma larval.
E) A forma larval se desenvolve na forma adulta que produz ovos.
3) Contagens elevadas de eosinófilos ocorrem em infecções causadas por: 
A) Ascaris, Strongyloides e Necator.
B) Toxocara, Trichina e Trypanosoma.
C) Schistosoma, Necator e Leishmania.
D) Ancylostoma, Toxocara e Trypanosoma.
E) Ascaris, Leishmania e Trichina.
4) Com relação ao local de infecção do parasita, é correto afirmar: 
A) Taenia solium, Trichomonas vaginalis e Cryptosporidium parvum causam infecções 
intestinais.
B) Wuchereria bancrofti e Schistosoma mansoni causam infecções teciduais.
C) Taenia saginata e Schistosoma mansoni causam infecções intestinais.
D) Entamoeba histolytica e Toxoplasma gondii causam infecções no sangue e nos tecidos.
E) Plasmodium falciparum, Trypanosoma cruzi e Enterobius vermiculares causam infecções 
no sangue e nos tecidos.
5) Com relação às alternativas abaixo, marque a resposta correta. 
A) Protozoários são seres multicelulares.
B) O cisto é uma forma móvel, assim como o trofozoíto.
C) Leishmania e Trypanosoma possuem apenas formas com flagelos, que podem ser 
promastigotas ou tripomastigotas.
D) Um hospedeiro definitivo apresenta ciclo sexuado ou parasito adulto. Um hospedeiro 
intermediário apresenta ciclo assexuado ou larva.
E) A diminuição na contagem de eosinófilos está associada a várias infecções helmínticas.
NA PRÁTICA
As parasitoses são responsáveis por inúmeras doenças nos seres humanos, podendo ocorrer por 
infecções intestinais e urogenitais, além de infecções no sangue e nos tecidos.
Veremos um exemplo de infecção que ocorre no tecido subcutâneo
Crianças com idade aproximada de 10 anos foram ao posto de saúde do município de Taciba, 
São Paulo, apresentando dermatites com lesões serpiginosas, com áreas de eritema e prurido 
intenso, principalmente na região do membro inferior. O diagnóstico foi confirmado pelos 
médicos do município como larva migrans cutânea (Santarém et al., 2004).
 
 
A larva migrans cutânea é causada por larvas de Ancylostoma spp. (nematódeos). Ocorre por 
contato direto da pele do ser humano com larvas presentes no solo ou em fômites contaminados 
com fezes de cães ou gatos. Após a penetração na epiderme, as larvas migram no tecido 
subcutâneo, ocasionando reações inflamatórias caracterizadas por prurido intenso e erupções de 
aspecto serpiginoso, observadas com mais frequência nos membros inferiores.
O solo de praças e parques públicos constitui a via de transmissão para zoonoses parasitárias, 
uma vez que a eliminação de fezes de cães ou gatos domésticos, os quais têm acesso aos locais 
de recreação pública, pode resultar na contaminação por helmintos. Seu potencial zoonótico é 
maior para crianças, que são mais expostas ao brincarem em locais que podem estar 
contaminados, como praias e caixas de areia de parques de recreação. O diagnóstico dessa 
doença é clínico e o tratamento medicamentoso é eficiente para regressão das lesões e cura.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Larva migrans cutânea: ocorrência de casos humanos e identificação de larvas de 
Ancylostoma spp em parque público do município de Taciba, São Paulo.
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