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REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS Da leitura do art. 37, X, da CF, podemos observar que a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. Como regra, é vedada a prestação de serviços gratuitos junto à Administração Pública, salvo os previstos em lei. O sistema remuneratório dos agentes públicos é composto por três distintas categorias jurídicas: 1. REMUNERAÇÃO Remuneração é a contraprestação paga pelo Estado ao Agente Público, em razão do exercício das atribuições do cargo público ou da função pública (regime jurídico estatutário). Difere-se do salário, porque este é pago em razão de uma relação de emprego. Na administração pública, somente os empregados públicos recebem salário (regime celetista). 1.1 - SUBSÍDIO Para Fernanda Marinela, citando artigos da Constituição Federal, subsídio é a forma remuneratória atribuída a certos cargos, em que a retribuição se efetua por meio de pagamentos mensais de parcelas únicas - indivisas e insuscetíveis de acréscimos de qualquer espécie - art. 39, 4º , exceto: verbas indenizatórias e garantias constitucionais (art. 39, § 3º). Trata-se, pois, de retribuição fixada em parcela única, obrigatória para os agentes políticos (ex: chefes do Poder Executivo, deputados, senadores, vereadores, ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, membros da magistratura, membros do Ministério Público, ministros dos tribunais de contas, etc) e para alguns servidores públicos (servidores das carreiras pertencentes à AGU, à Defensoria Pública, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, às procuradorias dos estados e do DF e os servidores da Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares). O subsídio é facultativo para os servidores públicos organizados em carreira, desde que assim disponham as leis federais, estaduais, distritais ou municipais. 1.2 - VENCIMENTOS Vencimentos constituem a retribuição pecuniária que o servidor percebe pelo exercício de seu cargo, conforme a correta conceituação prevista no estatuto funcional federal (art. 40, Lei n o 8.112/1990). Divide-se em VENCIMENTO BÁSICO (ou PADRÃO) e VANTAGENS PECUNIÁRIAS. 1.2.1 - VENCIMENTO BÁSICO (ou PADRÃO) Todo cargo tem seu vencimento previamente estipulado. É a retribuição pecuniária básica, estabelecido em lei. Nos termos do art. 40 da Lei 8112/90, é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público. Os cargos públicos com a mesma nomenclatura e atribuições possuem o mesmo vencimento básico. 1.2.2 - VANTAGENS PECUNIÁRIAS Para José dos Santos Carvalho Filho, são as parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento-base em decorrência de uma situação fática previamente estabelecida na norma jurídica pertinente. Reclama, assim, a consumação de certo fato previsto em lei, que proporciona o direito à sua percepção. Podem ser permanentes (também denominadas adicionais) ou temporárias (também denominadas gratificações). 1.2.2.1 – VANTAGENS PECUNIÁRIAS PERMANENTES Incorporam-se à remuneração do servidor após o cumprimento dos requisitos legais e são levadas à aposentadoria (fazem parte do seu cálculo). Para o saudoso Hely Lopes Meirelles, “o que caracteriza o adicional e o distingue da gratificação é ser aquele uma recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou uma retribuição pelo desempenho de funções especiais que refogem da rotina burocrática, e esta, uma compensação por serviços comuns executados em condições anormais para o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de certas situações que agravam o orçamento do servidor.” 1.2.2.2 – VANTAGENS PECUNIÁRIAS TEMPORÁRIAS Não se incorporam definitivamente à remuneração e não são levadas à aposentadoria do servidor. 1.2.3 - INDENIZAÇÕES As indenizações tem a função de repor ou compensar gastos efetuados pelo servidor em razão do exercício de suas atribuições. Como exemplos podemos encontrar nos estatutos o auxílio-alimentação, a ajuda de custo para mudança, as diárias e outras vantagens similares. Não representam rendimentos em razão do trabalho, mas apenas a reposição de gastos. Desta forma, sobre as indenizações não incidem o imposto de renda nem a contribuição previdenciária.
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