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D A N I E L M U N D U R U K U U N I V E R S I D A D E D O E S T A D O D O A M A Z O N A S - U E A E S C O L A S U P E R I O R D E C I Ê N C I A S D A S A Ú D E - E S A S A Ú D E I N D Í G E N A PERSONALIDADE INDÍGENA BRASILEIRA JAQUELINE PEREIRA DOS SANTOS JESSICA SABRINA NUNES PALHETA PEDRO LUCAS DO NASCIMENTO SOARES RAISAN CARNEIRO DE OLIVEIRA THAMYLE COSTA DE QUEIROZ VICTÓRIA EMANUELLY FERREIRA GUIMARÃES WESLY KAUÃ PEREIRA CARVALHO Esse povo indígena é pertencente à família lingüística Munduruku, do tronco Tupi. Povo de tradição guerreira, os Munduruku dominavam culturalmente a região do Vale do Tapajós, que nos primeiros tempos de contato e durante o século XIX era conhecida como Mundurukânia. A situação sociolingüística dos munduruku é bastante diversificada, em decorrência de diferentes momentos da história de contato com as frentes de colonização. POVO MUNDURUKU http://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku/796 Daniel Monteiro da Costa, nasceu em Belém do Pará, em 28 de fevereiro de 1964, filho do povo indígena Munduruku. Se formou em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia. Integrou o programa de Pós-graduação em Antropologia Social na USP e possui o título de Doutor em Educação. Lecionou por 10 anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor em São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando e ministrando oficinas. BIOGRAFIA Daniel mora na cidade de Lorena, é casado com Tânia Maria e tem três filhos: Gabriela, Lucas e Beatriz. Mantém um website e um blog, em que publica textos e informações de interesse indígena. De sua experiência como educador de crianças e adolescentes. Assumindo posição de destaque, o escritor coloca-se em situação de negociação em razão da coletividade. Sua ação é de militância, sua literatura é política. BIOGRAFIA CARREIRA Possui 54 livros publicados tanto no Brasil como no exterior. Atualmente é doutor em Educação pela USP e phD em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos Em 2021 concorreu a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras deixada por Alfredo Bosi. “Nossas vozes sempre foram silenciadas, mas agora que dominamos a escrita queremos mostrar que sempre estivemos presentes na construção da identidade nacional, ainda que a maioria da população nunca tenha se dado conta disso" Autor de 52 livros voltados para o gênero infanto- juvenil, é um escritor brasileiro que apresenta histórias sobre a cultura indígena em suas narrativas. Durante sua carreira, Daniel recebeu diversos prêmios. Entre eles, o Prêmio Tolerância Para Crianças e Jovens, outorgado pela UNESCO, pela publicação de “Meu Vô Apolinário: Um Mergulho no Rio de Minha Memória” (2009). Munduruku trata a natureza buscando manter as tradições de seu povo, em sua literatura ele busca evidenciar isso. OBRAS Na obra o banquete dos Deuses, conversa sobre a origem e a cultura brasileira, Daniel Munduruku discorre em tom ensaístico sobre o caráter transcultural e holístico da cultura e práticas ancestrais dos grupos indígenas brasileiros. Reflete sobre as possibilidades e contribuições dessa herança ancestral no âmbito da educação, principalmente no que tange a uma prática educativa preocupada e perpassada por uma ética da alteridade. Informativo; "direcionados para educadores mas faz um serviço de te educar". OBRAS Com uma linguagem simples e clara, Daniel Munduruku cria novos olhares sobre o índio brasileiro, em que não vigorem os estereótipos de barbárie, exótico, preguiça, animália, ingenuidade, canibalismo, atraso cultural e ignorância. Reconstrução do mundo familiar da aldeia Munduruku, em que destaca as lembranças de aventuras na mata, perdidos na caça ao curupira, os banhos no igarapé, as caminhadas. O trabalho de rememoração de sua infância “Meu vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória” visa a discussão quanto à alteridade, a tolerância racial e a construção da identidade indígena. A REPRESENTAÇÃO DA VIDA INDÍGENA EM SUA OBRA O ROÇADO "Quando era dia de ir à roça, saíamos cedo e caminhávamos mais de três horas até chegar ao local. Nós, os meninos, íamos na frente para proteger o grupo." No ambiente da aldeia o escritor destaca as diversas atividades desenvolvidas pelo grupo familiar e a divisão de trabalhos entre homens, mulheres, velhos e crianças. O TRABALHO DAS MULHERES "Eu e meus companheiros estávamos brincando juntos em um lugar de onde dava para ver as mulheres trabalhando no roçado." A DIVISÃO DAS TAREFAS "As mulheres vão primeiro e fazem o serviço da casa, como lavar os utensílios domésticos. Passam horas dentro d’água junto com as crianças de colo." O TRABALHO DOS HOMENS "Caçava, pescava, ia para a roça, preparava belíssimos paneiros com talas de buriti. Estava sempre trabalhando. ." Destaca também os conhecimentos sobre medicamentos e ervas, sobre a floresta, sobre a construção de utensílios domésticos, sobre o trato com os animais, sobre as técnicas de pesca de caranguejos. Sua escrita assinala como os pais e avôs eram grandes conhecedores das “coisas da floresta”. Cabe ainda ressaltar a questão da folclorização das histórias indígenas. Os nativos brasileiros afirmam que os estrangeiros, ao apropriarem-se de seus ensinamentos, acabaram por revesti-los de novas roupagens, folclorizando os seus conhecimentos tradicionais. Em sua obra “Sabedoria das águas” ele evidencia os mistérios que assombra o personagem principal, o indígena Koru, mostrando as indagações feitas pelo mesmo, sobre os mistérios do rio Tapajós No que diz respeito aos conflitos socioambientais na bacia, se da pelas interações históricas e políticas e o planejamento e implantação de novos empreendimentos que inserem outros atores e diferentes interesses, dinamizando e intensificando conflitos já existentes. Um detalhe relevante para este trabalho é que o rio Tapajós é considerado sagrado para os Mundurukus. “Eu quero respostas! Minha Mãe-Natureza, dona de todo o conhecimento do céu e do chão, de dentro e de fora de tudo, eu quero respostas”. A REPRESENTAÇÃO DA NATUREZA EM SUA OBRA A sua produção literária tornou-se um importante instrumento de resistência diante da política oficial (tanto no passado como no presente) de extermínio físico,cultural dos índios que acabaram introjetando um complexo de inferioridade, tornando-os pessoas “fora do lugar”, estrangeiros na própria terra, sem autoestima, sem identidade. CONTRIBUIÇÕES POSITIVAS DE DANIEL MUNDURUKU PARA A POPULAÇÃO INDÍGENA Daniel Munduruku traz em sua obra informações sobre a vida dos índios, seus valores e sua cultura. Assim, divulgando-os, acredita que crianças, jovens e adultos poderão construir um país mais tolerante com a diversidade, onde consigam encarar as tribos e seus índios como parte da História do Brasil e possam (con)viver numa pátria onde os seus direitos sejam reconhecidos e respeitados. REFERÊNCIAS SOUSA, Pereira Damiana de. A Representação de Natureza em Daniel Munduruku: Um Mergulho no Livro Sabedoria das Águas. Revista Sapiência: Sociedade, Saberes e Práticas Educacionais. UEG: Goiás, 2019. SANTOS, Waniamara de Jesus Dos. O Ethos Indígena na Obra Literária Memorialista de Daniel Munduruku. UFOP: Minas Gerais. 2012. Daniel Munduruku - Biografia - Grupo Editorial Global. Grupo Editorial Global. Disponível em: <https://grupoeditorialglobal.com.br/autores/lista-de-autores/biografia/?id=1000>. Acesso em: 3 mar. 2023. REDAÇÃO HYPENESS. Daniel Munduruku: breve perfil do escritor indígena que lutou por cadeira na ABL. Hypeness. Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2021/11/daniel-munduruku-breve-perfil-do- escritor-indigena-que-lutou-por-cadeira-na-abl/>. Acesso em: 3 mar. 2023. Munduruku - Povos Indígenas no Brasil. Socioambiental.org. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Munduruku>. Acesso em: 3 mar. 2023.
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