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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO LEI 13.869/19 – ABUSO DE AUTORIDADE.......................................................................................................... 2 2. CRIMES EM ESPÉCIE – ARTS. 9° a 38.......................................................................................................... 2 2.15 – CRIME DO ART. 27 .......................................................................................................................... 2 2.16 – CRIME DO ART. 28 .......................................................................................................................... 2 2.17 – CRIME DO ART. 29 .......................................................................................................................... 3 2.18 – CRIME DO ART. 30 .......................................................................................................................... 4 2.19 – CRIME DO ART. 31 .......................................................................................................................... 4 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 LEI 13.869/19 – ABUSO DE AUTORIDADE 2. CRIMES EM ESPÉCIE – ARTS. 9° A 38 2.15 – CRIME DO ART. 27 Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. Conduta Típica. Estamos diante da conduta do agente público que instaura ou requisita instauração de procedimento investigatório de infração penal (ex.: inquérito policial) ou administrativa (ex.: procedimento administrativo disciplinar), em desfavor de alguém, ausente qualquer indício da prática de crime, ilícito funcional ou infração administrativa. Ex.: delegado de polícia que instaura inquérito policial contra determinado sujeito, seu inimigo capital, visando investigar suposto crime de tráfico de drogas, sem a presença de qualquer indício da prática do delito, buscando apenas prejudicá-lo quanto à nomeação de um concurso ao qual foi recentemente aprovado. Cuidado! Por outro lado, havendo qualquer indício, por menor que seja, da prática de crime, infração funcional ou administrativa, não responderá pelo delito em questão o agente público que instaurar ou requisitar o procedimento. Exclusão do crime. O parágrafo único prevê que não haverá o crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. Cuida-se de previsão desnecessária, pois se há justificativa, é óbvio que o devido procedimento investigatório deverá ser instaurado. Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que possuir competência/atribuição para praticar as condutas previstas no tipo penal, ex.: autoridade policial. Sujeito passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte do agente público. 2.16 – CRIME DO ART. 28 Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Conduta Típica. O tipo penal traz a conduta do agente público que divulga gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado. Tal dispositivo explicita a garantia prevista no Art. 5°, X da CF (direito à intimidade). https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Em regra, a divulgação de conversas ou trechos na fase judicial não configurará crime (publicidade do processo judicial). Para que tenhamos o delito do Art. 28, o tipo penal exige que a conduta do sujeito ativo: Recaia sobre gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir. Portanto, caso a divulgação guarde relação com a prova a ser produzida, não haverá o crime. Exponha a intimidade ou a vida privada ou fira a honra ou a imagem. Se a conduta não atacar algum desses direitos constitucionalmente garantidos, não teremos o crime. Tenha como destinatário o investigado (fase investigativa) ou acusado (fase judicial). Dessa forma, se a conduta recair sobre qualquer outra pessoa que não alguma das citadas, não haverá o crime. Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que deva assegurar a confidencialidade da gravação, ex.: juiz, membro do Ministério Público, autoridade policial. Sujeito passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte do agente público. 2.17 – CRIME DO ART. 29 Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Conduta Típica. Estamos diante da conduta do agente público que presta informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com a finalidade de prejudicar interesse do investigado. Citamos um exemplo: imagine uma situação em que uma mulher, vítima de violência doméstica e familiar por seu marido, dirige-se a uma Delegacia de Polícia e registra ocorrência policial, bem como requer a concessão de medidas protetivas de urgência. Esse requerimento é enviado ao Poder Judiciário, para que o juiz decida pela sua concessão ao não. Segundo o recente Art. 38-A da Lei 11.340/06 a medida, caso concedida, será registrada em banco de dados próprio, permitindo a sua fiscalização pelos órgãos de segurança pública. Porém, imagine ainda que, semanas depois, a mesma vítima procure novamente a Delegacia de Polícia alegando o descumprimento da medida pelo agressor naquele dia, sem que estivesse com o documento que comprovasse a sua decretação pelo juiz e, no momento do atendimento, o sistema do banco de dados estava fora do ar. Dessa forma, objetivando saber detalhes a respeito da medida protetiva (prazo, espécie, se foi realmente concedida, etc.) o Delegado ligou no cartório da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher e conversou com o técnico judiciário de plantão. O agente público, por uma incrível coincidência, é ex-marido da vítima e, sem revelar tal detalhe ao Delegado, passou a informação falsa de que a medida protetiva foi concedida e encontrava-se em vigor, quando na verdade já tinha expirado seu prazo de validade, tudo com o objetivo de prejudicar o atual marido de sua ex-mulher, o qual responderá indevidamente pelo crime do Art. 24-A da Lei 11.340/06 (descumprimento de medida protetiva de urgência). https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que praticar a conduta prevista no tipo penal. Sujeito passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte do agente público. 2.18 – CRIME DO ART. 30 Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Conduta Típica. O tipo penal traz a conduta do agente público que dá início ou procede à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente. Note que a conduta do agente público é cometida sem que haja “justa causa”, que nada mais é do que a presença de lastro probatório mínimo quanto ao ilícito penal, civil ou administrativo. Temos ainda que haverá o crime quando a conduta prevista no tipo penal for praticada contra quem o sujeito ativo sabe inocente.Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público responsável por dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa, ex.: autoridade policial, membro do Ministério Público. Sujeito passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte do agente público. 2.19 – CRIME DO ART. 31 Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado. Conduta Típica. O Art. 31, em seu caput, prevê a conduta do agente público que estende injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado. Note que o Art. 31 não se restringe às investigações de infrações penais, abarcando também às administrativas, desde que haja uma extensão injustificada em prejuízo do investigado ou fiscalizado. O tipo penal explicita o direito previsto no Art. 5°, LXXVIII da CF (razoável duração do processo), o qual garante uma limitação temporal ao processo, administrativo ou judicial, não podendo perdurar eternamente. Figura equiparada. No parágrafo único nós temos uma figura equiparada, a qual constitui crime autônomo, mas que receberá a mesma consequência penal da conduta prevista no caput, incorrendo na mesma pena quem: Inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou fiscalizado. Se para o procedimento não há um prazo determinado de conclusão, mas o sujeito ativo o estende de forma imotivada em prejuízo do investigado ou fiscalizado, da mesma forma teremos a ocorrência de crime. Sujeitos do crime. Sujeito ativo: é o agente público que possuir competência/atribuição para praticar as condutas previstas no tipo penal (caput ou parágrafo único), ex.: juiz. Sujeito https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 passivo: tanto o Estado quanto a pessoa que sofreu a conduta ilegal por parte do agente público. Modalidades comissiva e omissiva. O crime do Art. 31 poderá ser cometido tanto na modalidade comissiva (ex.: Delegado que realiza diligências protelatórias) como na omissiva (ex.: Delegado que não dá o andamento devido à investigação, deixando-a inerte). https://www.alfaconcursos.com.br/
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