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ENFERMAGEM OBSTÉTRICA

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2 
 www.estetus.com.br 
 
 
 Enfermagem obstétrica 
Sumário 
BASES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ........................................................3 
INSTALAÇÃO DA PRENHEZ ...................................................................................................................................9 
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ..............................................................................................................................11 
MODIFICAÇÕES MATERNAS ...............................................................................................................................14 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA RISCO GESTACIONAL .......................................................................................18 
CONSULTA PRÉ-NATAL ......................................................................................................................................21 
FLUXOGRAMA PARA DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ ............................................................................................23 
IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO ..........................................................................................34 
EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA.................................................................................................................37 
EXAME FÍSICO DA GESTANTE .............................................................................................................................43 
MOBILOGRAMA FETAL ......................................................................................................................................60 
QUEIXAS FREQUENTES DURANTE A GESTAÇÃO .................................................................................................61 
ALIMENTAÇÃO DA GESTANTE ............................................................................................................................65 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL .....................................................................................................68 
RELAÇÕES ÚTERO-FETAIS: NOMENCLATURAS OBSTÉTRICAS..............................................................................76 
CARDIOTOCOGRAFIA .........................................................................................................................................83 
COMPLICAÇÕES DURANTE A GRAVIDEZ .............................................................................................................84 
GESTAÇÃO MÚLTIPLA OU PRENHEZ GEMELAR ..................................................................................................98 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO TRABALHO DE PARTO .............................................................................. 100 
PARTOGRAMA ................................................................................................................................................. 102 
MECANISMOS DE PARTO ................................................................................................................................. 107 
TRABALHO DE PARTO PREMATURO ................................................................................................................. 111 
PARTO OPERATÓRIO........................................................................................................................................ 118 
PUERPÉRIO NORMAL ....................................................................................................................................... 119 
PUERPÉRIO PATOLÓGICO ................................................................................................................................ 124 
SINTOMAS DA MASTITE DA LACTAÇÃO............................................................................................................ 133 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................... 151 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
BASES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR 
FEMININO 
 
O aparelho reprodutor feminino consiste em estruturas externas e internas. 
 4 
Genitália Externa 
 
A genitália externa, conhecida como vulva consiste em duas pregas carnudas 
de pele: a mais externa e grossa são os grandes lábios e a mais interna e delicada os 
pequenos lábios. Normalmente estão unidos de forma a proteger a abertura vaginal, 
mas se forem afastados revelam os restantes órgãos sexuais externos da mulher. 
Em uma mulher que nunca tenha tido relações sexuais, uma fina membrana, o 
hímen, rodeia a abertura da vagina, tornando-a ainda menor. É muito raro que o hímen 
bloqueie totalmente a vagina, mas se tal acontecer é necessária à realização de uma 
pequena cirurgia. 
Logo acima da abertura vaginal, num pequeno montículo carnudo, localiza-se 
a abertura da uretra, ainda rodeada pelos pequenos lábios. 
Do lado oposto da abertura vaginal encontram-se as aberturas das glândulas 
de Bartolini, que produzem um fluido lubrificante da vagina durante o ato sexual. 
O clitóris é, para todos os efeitos, um pequeno pênis. Apresenta a mesma 
estrutura básica com três tubos de tecido esponjoso ao longo do seu comprimento e, 
quando a mulher é estimulada sexualmente, também fica ereto. É extremamente 
sensível ao toque devido ao grande número de terminações nervosas, tal como a 
glande do pênis do homem. 
ESQUEMA DA VULVA 
 
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Esquema_da_vulva.jpg 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 Estruturas Reprodutoras Internas 
 
As estruturas internas consistem na vagina, útero, ovários e tubas ovarianas ou 
de Falópio. 
 
Vagina 
 
A vagina tem a forma de um tubo e tem geralmente cerca de 10 centímetros de 
comprimento. A sua extremidade inferior, que abre na vulva vai até o colo. 
Anteriormente a ela estão à bexiga e a uretra e, posteriormente, encontra-se o reto. 
As paredes anterior e posterior da vagina normalmente se tocam. A parte superior da 
vagina, o fórnice, circunda o colo. 
 
Útero 
 
O útero, um órgão muscular em formato de pera, tem cerca de 7,5 cm de 
comprimento por 5 cm de largura em sua parte superior. Suas paredes possuem cerca 
de 1,25cm de espessura. Situa-se posteriormente à bexiga e são mantidos nessa 
posição por diversos ligamentos, dentre eles, os ligamentos redondos, largos e 
uterossacrais. 
O útero apresenta duas partes: o colo, que se projeta para dentro da vagina, e 
uma parte superior maior, o fundo ou corpo, que é coberto posteriormente e, em parte 
anteriormente pelo peritônio. A porção interna triangular estreita-se até um pequeno 
canal no colo, que possui constrições em cada extremidade, referidas como óstio 
interno e óstio externo. As partes superiores do útero são chamadas de cornos. A 
partir destes, as tubas uterinas estendem-se para fora, sendo suas luzes, 
internamente, contínuas com a cavidade uterina. 
 
Ovários 
Os ovários são órgãos sexuais femininos. Eles têm uma região medular rica em 
vasos e a cortical, onde se localizam os folículos. Eles têm a forma de amêndoa, 
medindo até 5 cm em seu maior diâmetro e possui uma espessura máxima de 1,5 
centímetro. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Sua região medular contém numerosos vasos sanguíneos e regular quantidade 
de tecido conjuntivo frouxo, e a cortical, onde predominam os folículos ovarianos, 
contendo os ovócitos. 
 
ESTRUTURAS REPRODUTORAS INTERNAS 
 
http://vitriners.com.br/prevencao-do-cancer-do-colo-do-utero/Fisiologia do sistema reprodutor feminino 
 
A ovulação -- a liberação do óvulo pelo ovário - é o evento mais importante do 
ciclo fértil; ocorre somente uma vez num momento específico durante o ciclo, mesmo 
quando há liberação de mais de um óvulo. O mecanismo ovulatório também produz 
os dois hormônios ovarianos, estradiol ou estrogênio e progesterona. 
O estradiol é produzido somente pelo folículo em desenvolvimento, antes da 
ovulação: 7 
ele estimula as glândulas do cérvix para secretar um tipo específico de muco 
("o muco com características férteis") que é essencial para a passagem dos 
espermatozoides pelo cérvix para alcançar o óvulo. O estradiol também estimula o 
crescimento do endométrio revestindo o útero. Após a ovulação, a progesterona e o 
estradiol são produzidos pelo corpo lúteo, que é formado a partir do folículo rompido. 
Essa progesterona causa a mudança abrupta no muco que ocorre imediatamente 
após a ovulação, definindo o sintoma Ápice. 
O progesterona também prepara o endométrio, já preparado pelo estrogênio, 
para implantação do óvulo fertilizado. Na ausência da gravidez, a produção de 
estradiol e progesterona começam a diminuir, aproximadamente sete dias após a 
 
 
6 
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 Enfermagem obstétrica 
ovulação e isto resulta na descamação do endométrio como sangramento menstrual 
11 a 16 dias após a ovulação. 
As mudanças cíclicas da atividade ovariana são controladas pela secreção de 
dois hormônios, pela glândula hipofisária, o hormônio folículo estimulante (FSH) e o 
hormônio luteinizante (LH). A produção destes hormônios por sua vez é controlada 
por uma área do cérebro chamada hipotálamo. O hipotálamo funciona como um 
computador, analisando os sinais nervosos a partir de outras áreas do cérebro, 
incluídas aquelas produzidas por emoções e fatores ambientais, tais como a luz e a 
escuridão; também analisa sinais hormonais, produzidos pelos ovários e outras 
glândulas endócrinas e conduzidas pela corrente sanguínea. 
O ciclo ovariano segue por uma série de eventos bem ordenados. Durante a 
última metade do ciclo anterior, a alta produção de estradiol e progesterona, agindo 
via hipotálamo suprime a produção de FSH e LH pela hipófise. A produção 
decrescente de estradiol e progesterona pelo corpo lúteo, no fim do ciclo, eliminam 
esta supressão e os níveis de FSH se elevam. 
Os folículos dentro dos ovários têm um limiar de requisito para o FSH, abaixo 
do qual nenhuma estimulação ocorre. Inicialmente os níveis de FSH encontram-se 
abaixo deste limiar, porém estes se elevam aos poucos até ultrapassá-lo, após o qual 
um grupo de folículos é estimulado até o crescimento ativo. Vários dias de crescimento 
são necessários, antes dos folículos iniciarem a produção de estradiol, que é 
secretado na corrente sanguínea e alcança o hipotálamo para produzir o sinal de que 
o limiar foi atingido. 
Também há um nível intermediário de produção de FSH que necessita ser 
superado, antes que um folículo seja finalmente impulsionado para sua plena resposta 
ovulatória. Um nível máximo de produção de FSH não pode ser ultrapassado, a fim 
de evitar a estimulação de vários folículos e a ocorrência de múltiplas ovulações. Este 
nível máximo se situa aproximadamente, apenas 20% acima do limiar, assim é 
essencial um controle preciso de retroalimentação, ou feedback da produção de FSH, 
feedback este fornecido pela produção de estrogênios pelos 8 folículos. À medida que 
o folículo dominante dispara até a ovulação, ele produz rapidamente quantidade 
crescente de estradiol. Esse estradiol estimula a produção do muco cervical e também 
impede a produção do FSH, abaixo do nível do limiar, removendo assim o apoio 
requerido pelos folículos menores, que estão competindo na corrida para a ovulação. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
A queda no FSH também induz o mecanismo de amadurecimento do folículo 
dominante, e o torna receptivo para a segunda gonadotrofina hipofisária, LH. Os altos 
níveis de estradiol também ativam o mecanismo de retroalimentação positivo, dentro 
do hipotálamo, que leva a hipófise a liberar uma onda maciça do LH. Essa onda de 
LH constitui o gatilho que inicia a ruptura do folículo (ovulação) aproximadamente 37 
horas após o início da onda de LH ou 17 horas após o seu pico. 
 
HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS E OVARIANOS DO CICLO REPRODUTOR DA 
MULHER 9 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 http://amigonerd.net/biologicas/farmacia/estradiol-e-seu-uso-terapeutico 
 
A produção ovariana de estradiol cai abruptamente durante este intervalo antes 
da ovulação. Após a ovulação, o folículo rompido se transforma no corpo lúteo e a 
produção do segundo hormônio ovariano, a progesterona, aumenta rapidamente junto 
com o estradiol. O progesterona causa a mudança abrupta nas características do 
muco cervical, que definirá o sintoma Ápice; sua queda no fim do ciclo causa um 
sangramento - a menstruação. 
Todos estes mecanismos descritos acima requerem períodos de tempo que 
são praticamente constantes em cada ciclo e em cada mulher. Todavia, a ascensão 
da produção do FSH até o limiar e os níveis intermediários pode estar sujeita a 
atrasos. Durante o ciclo normal 10 de 28 dias, o limiar é atingido aproximadamente no 
dia 5, mas em mulheres com ciclos mais longos, pode levar vários meses, até 
aproximadamente 23 dias antes da próxima menstruação. Não ocorre nenhum 
desenvolvimento folicular até que o limiar seja atingido e, assim, a secreção de 
estradiol é muito pequena e não há produção de muco. A mulher experimenta uma 
sucessão de dias "secos" durante este período. Os valores de FSH aumentam 
eventualmente até ultrapassar o limiar e o desenvolvimento folicular se inicia, a menos 
que a mulher tenha atingido a menopausa ou tenha amenorreia permanente. Durante 
o ciclo normal, o aumento da produção de FSH acima do limiar continua sem 
interrupção com a ultrapassagem do nível intermediário, dentro de alguns dias, e o 
folículo dominante recebe suficiente estimulação para ser impulsionado até a 
ovulação, sendo que o intervalo de tempo entre a superação do limiar e a ovulação é 
de 7 a 10 dias. Contudo, a ascensão pode ser interrompida antes de superar o nível 
intermediário, deixando os folículos permanecerem em estado de estimulação crônica. 
As quantidades de estradiol secretadas estabilizam-se em níveis inferiores 
àqueles do pico pré-ovulatório e são suficientes para estimular o muco cervical com 
características mais férteis, permanecendo neste estado enquanto os níveis de 
estradiol são constantes e até que o folículo dominante seja impulsionado até a 
ovulação com níveis altos de estradiol. O estradiol estimula o endométrio uterino 
podendo resultar, com o passar do tempo, em sangramento de disrupção. Isto é a 
causa habitual de sangramento intermenstrual ou manchas de sangue. 
Eventualmente os mecanismos de retroalimentação ou "feedback" levam a um 
aumento dos níveis de FSH acima do nível intermediário, e a ovulação ocorrerá 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
prontamente em sete dias. A anotação de dias "secos" ou sinais de muco durante a 
fase pré-ovulatória de ciclos prolongados é, na verdade, o registro de níveis de FSH 
que estão respectivamente abaixo ou acima do limiar, assim como a ausência ou 
presença de folículos com produção de estradiol. 
Uma vez que o folículo dominante tem sido impulsionado para a ovulação, os 
eventos resultantes ocorrem dentro de sequências fixas de tempo. A fase de impulso 
leva três dias, o tempo entre o pico de produçãodo estradiol e a ovulação leva 1 ½ 
dias e o intervalo entre a ovulação e a próxima menstruação é de 11 a 16 dias. A 
redução deste último intervalo para menos de 11 dias denota um ciclo infértil, e um 
prolongamento, significa gravidez. Os sintomas máximos da produção do muco com 
características férteis são observados no dia pico de produção de estradiol que 
precede o sintoma Ápice do muco, e a ovulação. A mudança rápida, após o sintoma 
ápice do muco, ocorre muito perto do dia da ovulação e é devido a produção crescente 
de progesterona nesta época. O início do próximo sangramento menstrual, na 
ausência de gravidez, é altamente previsível a partir destes eventos. 
 11 
INSTALAÇÃO DA PRENHEZ 
 
 
A instalação da prenhez é precedida por fenômenos complexos biofísico-
químicos representados por: 
• Espermatogênese; 12 
• Ovogênese; 
• Ciclo mênstruo-endometrial; 
• Capacitação; 
• Migração; 
• Nidação ovular. 
 
Ovogênese: é o que dá origem ao gameta feminino, ou ovócito. A ovogênese 
refere-se a toda sequência de eventos pelas quais as ovogônias transformam-se em 
óvulos maduros. Esse processo de maturação começa antes do nascimento, mas só 
é completada na puberdade. Os ovócitos primários permanecem em prófase 
suspensa (dictióteno), por vários anos até que a maturidade sexual seja alcançada na 
puberdade e comecem os ciclos reprodutivos. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Captação Ovular e Fecundação: Deve-se a ejaculação, é depositada cerca de 
2 a 6 ml de sêmen no fundo do saco vaginal. Por ocasião da ovulação, as fímbrias 
tubárias se acoplam sobre a superfície ovariana, particularmente na área do estigma. 
O óvulo expulso é captado pela trompa. Será encaminhado para a zona ampolar, 
graças à atividade rítmica ciliar e às contrações tubárias, que o encaminharão no 
sentido do óstio tubo uterino. Apesar do imenso número de espermatozoides 
encontrado no material ejaculado, apenas uma parte deles consegue atingir a trompa, 
e só poucas centenas alcançam o local de fecundação. Numerosos espermatozoides 
envolvem o óvulo no local da fecundação. No processo de penetração ovular, surgem 
no acrossomo (parte anterior da cabeça do espermatozoide) pequenos poros por onde 
são excretadas enzimas: acrosina, neuraminidase e hialuronidases, com capacidade 
de lisar e afastar as estruturas da zona pelúcida e da corona radiata. 
Migração e Nidação Ovular: À medida que o zigoto passa pela tuba este vai 
sofrendo divisões celulares mitóticas (clivagem). O transporte do ovo pela trompa se 
faz à custa da atividade sinérgica da contratilidade, do aparelho ciliar e das secreções 
tubárias. Dura em torno de 3-4 dias. O zigoto na forma de blastocisto chega à cavidade 
endometrial em torno de 6-7 dias após fecundação. Cerca de 4 dias fica livre sem 
capacidade de implantar devido o trofoblasto imaturo. Atingida essa capacidade o 
trofoblasto segrega enzimas proteolíticas que lisam as células do endométrio, 
forçando a penetração do zigoto no endométrio. 
Há uma coincidência com as condições endométrio-deciduais favorecendo a 
nidação. É uma perfeita sincronia entre a receptividade endometrial e a capacidade 
de implantação do trofoblasto. Nos 11º-12º dias, o blastocisto se apresenta 
completamente incluído no endométrio. 
Hormônios elaborados pelo trofoblasto (gonadotrofinas coriônicas) invadem a 
circulação 13 materna. Atuando sobre o corpo lúteo menstrual (ação luteotrófica), 
provocam seu maior desenvolvimento, com consequente maior produção de 
progesterona e transformação de endométrio secretor em decídua gravídica. 
Favorecendo o desenvolvimento embrionário. A decídua gravídica ocorre em toda a 
cavidade uterina. Forma uma barreira mecânica e imunológica contra qualquer 
invasão adicional da parede uterina pelo embrião. Funciona como órgão endócrino, 
produz: prolactina, relaxina, prostaglandinas, outras moléculas com ação sobre os 
músculos do útero e sobre as membranas fetais (córion e âmnion). 
 
 
11 
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 Enfermagem obstétrica 
Placenta: O desenvolvimento começa no momento da implantação, isto é, no 
6º dia quando o blastocisto inicia a invasão do endométrio. No término da 2º semana, 
o blastocisto penetrou completamente o endométrio, momento que o local não estava 
bem reepitelizado. Esta data coincide com 28º dia do ciclo, podendo induzir ao erro, 
achando ser menstrual. O trofoblasto se adelgaça formando as vilosidades primárias. 
No decurso da terceira semana, formam-se as vilosidades secundárias. No 20º dia 
após concepção aparecem os primeiros capilares fetais, concluindo as vilosidades 
terciárias. Logo após o estabelecimento da circulação fetal intraplacentária, 
determinada pelo aparecimento das vilosidades terciárias, o sangue materno mantém 
contato com o sangue fetal pela barreira placentária. No final do 3º mês, a placenta 
se apresenta com forma discoide, fixada na parede uterina pela face materna (placa 
basal). Sua face fetal (placa corial) fica na direção da cavidade amniótica. O sangue 
fetal flui por duas artérias umbilicais, seguindo pelos capilares das vilosidades e, por 
fim, de volta ao feto através de veia umbilical única. As dimensões da placenta oscilam 
de 15 a 20 cm, e a espessura, de 1 a 3 cm. O peso médio de 450 g (no termo). A 
placenta tem três funções principais: 
 
1) Metabólica: Principalmente no início da gestação, a placenta sintetiza 
glicogênio, colesterol e ácidos graxos, e muito provavelmente, funciona como 
reservatório de nutrientes e de energia para o embrião. Seu papel metabólico está 
vinculado às outras funções primordiais, endócrinas e de trocas. 
2) Endócrina: A gravidez se acompanha de modificações endócrinas nos 
compartimentos materno, placentário e fetal que se relacionam intimamente. A 
placenta elabora hormônios proteicos e esteroides. É um órgão incompleto, pois para 
sintetizá-los necessita de precursores não só maternos, mas principalmente, fetais. 14 
3) De trocas: A principal função da placenta consiste em propiciar a difusão 
de nutrientes e oxigênio do sangue materno para o sangue fetal, bem como difusão 
de produtos de excreção do feto para a mãe. 
 
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ 
 
O diagnóstico de gravidez vem se tornando cada vez mais precoce e seguro. 
Na última década, o desenvolvimento de técnicas imunológicas e o emprego da 
ultrassonografia transvaginal possibilitam o diagnóstico correto de gestação, já na 
 
 
12 
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 Enfermagem obstétrica 
falha menstrual. O diagnóstico de gravidez pode ser dividido em diagnóstico clínico, 
laboratorial e ultrassonográfico. 
 
Diagnóstico Clínico 
 
É feito por meio de dados obtidos pela anamnese, inspeção, palpação, toque, 
ausculta e pela medida da temperatura basal. Esses sinais são considerados de 
probabilidade, quando relacionados ao organismo materno. 
 Anamnese - durante a anamnese, nos dados colhidos das pacientes podem-
se salientar os seguintes: 
• Atraso menstrual: A principal causa de atraso da menstruação em 
mulheres em idade reprodutiva é a gravidez. O atraso menstrual é o sinal mais 
precoce da gravidez. Portanto, deve-se sempre pensar nesse diagnóstico em 
mulheres sexualmente ativas que apresentarem atraso menstrual, devendo-se 
procurar orientação médica para avaliação da melhor conduta a seguir. 
• Náuseas e vômitos: sem causa justificável, são frequentes até a 10ª 
semana da gestação. 
• Polaciúria: relacionada com a compressão da bexiga pelo corpo uterino. 
• Cólicas leves no hipogástrio: semelhantes a cólicas menstruais. 
• Sialorreia: aparece no primeiro trimestre. 
• Mastalgia bilateral: sensação de aumento no volumedas mamas. 
• Movimentação fetal: é relativamente tardia, ocorre nas multíparas em 
torno da 16ª-18ª semanas, e nas nulíparas entre a 18ª-20ª semanas. 
Inspeção – após a 8ª semana, observa-se coloração arroxeada do vestíbulo e 
da parede vaginal anterior em decorrência da congestão venosa local. 
Palpação – a partir da 10ª-12ª semanas o corpo uterino pode ser palpado na 
área hipogástrica. E na expressão das mamas pode-se perceber o escoamento do 
colostro, após a 10ª semana. 16 
Toque vaginal - O toque no início da gestação auxilia no diagnóstico obstétrico 
(amolecimento do colo ou sinal de Hegar), útero aumentado e globoso (sinal de Nobel-
Budin), corpo uterino amolecido, etc. No trabalho de parto apreciam-se as condições 
da vagina, se é permeável e se há presença de septos, as características do colo 
(dilatação, espessura, esvaecimento e centralização) e por meio dele, a bolsa das 
águas, se integra ou rota, e neste caso, a cor do líquido amniótico. Pelo toque 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
confirmam-se a apresentação, a posição e sua variedade. Por último, verificam-se as 
condições da bacia, particularmente o conjugado diagonal (e, por conseguinte, o 
conjugado verdadeiro), o arco anterior, as espinhas ciáticas e o cóccix. É de boa 
técnica fazer o toque vaginal com as mãos rigorosamente lavadas e revestidas de 
luvas esterilizadas, entreabrindo-se a vulva com os dedos de uma das mãos, e 
obedecidos os preceitos de assepsia e antissepsia. 
Ausculta - A ausculta dos BCFs é diagnóstico de certeza de gravidez e pode 
ser feita pelo sonar doppler a partir da 10ª semana e pelo uteroscópio Pinard com 18-
20 semanas (a ausculta é obrigatória após 16 semanas). 
Temperatura Basal - A elevação da temperatura basal por mais de 16 dias 
sugere fecundação. 
 
Diagnóstico laboratorial 
 
 O diagnóstico de gravidez é obtido por meio de aumento dos índices de 
hormônio (hCG) na urina ou no sangue da mulher. Somente após a implantação do 
embrião no útero, o hormônio irá atingir concentração suficiente para ser detectado 
com segurança na urina. Dessa forma, a detecção por meio desse exame pode ser 
feita já a partir do primeiro dia de atraso menstrual. 
O HCG é um hormônio glicoproteico produzido pelas células do 
sinciciotrofoblasto da placenta. A molécula de HCG é composta por duas 
subunidades: alfa e beta. A subunidade beta é a que confere a especificidade, uma 
vez que a subunidade alfa é comum a outros hormônios como o LH, o FSH e o TSH. 
Além das subunidades livres, outras moléculas HCG-relacionadas podem estar 
presentes, tanto no soro como na urina de mulheres grávidas. Essas moléculas 
podem apresentar grandes variações estruturais e são reconhecidas diferentemente 
por diversos 17 imunoensaios para HCG. 
Alguns ensaios detectam apenas a molécula inteira, que é o hormônio 
biologicamente ativo, uma vez que, isoladamente, nenhuma das subunidades exerce 
efeito hormonal. Outros detectam tanto a molécula inteira quanto a fração beta livre. 
Outros, ainda, detectam, além das frações livres, todas as moléculas HCG-
relacionadas. 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Diagnóstico Ultrassonográfico 
 
O diagnóstico ultrassonográfico consiste em visualizar o saco gestacional/ 
embrião/ feto, dependendo da idade gestacional. O mais precoce de se visualizar é o 
saco gestacional, a partir da 4ª ou 5ª semana, no transvaginal ou no pélvico, 
respectivamente. 
 
MODIFICAÇÕES MATERNAS 
 
Durante a gravidez várias mudanças ocorrem no corpo da mulher. 
 
O Primeiro Trimestre 18 
 
Os trimestres são um meio conveniente de medir a gravidez. Entretanto, eles 
têm durações desiguais, e o terceiro trimestre varia de acordo com o tempo total da 
gravidez. O corpo da mulher faz um grande esforço durante o primeiro trimestre (1-12 
semanas) para se adaptar ao embrião e à placenta em desenvolvimento. 
- A taxa metabólica aumenta em 10-25%, de modo que o corpo acelera 
todas as suas funções. 
- O ritmo cardíaco aumenta e o ritmo respiratório também aumenta à 
medida que mais oxigênio tem que ser levado ao feto e que mais dióxido de carbono 
é exalado. 
- As fibras musculares do útero ficam rapidamente maiores e mais 
grossas, e o útero em expansão tende a pressionar a bexiga, aumentando a vontade 
de urinar. 
- O tamanho e peso dos seios aumentam rapidamente. 
- Os seios tornam-se mais sensíveis logo nas primeiras semanas de 
gravidez. 
- Surgem novos ductos lactíferos. 
- As auréolas dos seios escurecem, e as glândulas nelas situados, 
chamadas tubérculos de Montgomery, aumentam em número e tornam-se mais 
salientes. 
- Com o aumento do envio de sangue para os seios, as veias se tornam 
mais visíveis. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 
O Segundo Trimestre 
 
Vai da 13ª à 24ª semana. No início desse trimestre, o útero em expansão 
ultrapassa a borda da pelve, o que resulta na perda gradual de cintura. 
- A musculatura do trato intestinal relaxa, provocando diminuição das 
secreções gástricas; a comida fica mais tempo no estômago. 
- Há menos evacuação, pois o músculo intestinal está mais relaxado que 
o habitual. 
 
- Os seios podem formigar e ficar doloridos. 
- A pigmentação da pele tende a aumentar principalmente em áreas já 
pigmentadas como sardas, pintas, mamilos. 
- Pode aparecer a linea nigra. 
- As gengivas podem se tornar um tanto esponjosas devido à ação 
aumentada dos hormônios da gravidez. 
- O refluxo do esôfago pode provocar azia, devido ao relaxamento do 
esfíncter no alto do estômago. 
- O coração trabalha duas vezes mais do que o de uma mulher não 
grávida, e faz circular 6 litros de sangue por minuto. 
- O útero precisa de mais 50% de sangue que habitualmente. 
- Os rins precisam de mais 25% de sangue do que habitualmente. 
 
O Terceiro Trimestre 
 
Durante este trimestre (da 25ª semana em diante), o feto em crescimento 
pressiona e restringe o diafragma. Por isso a mulher grávida respira mais rápido e 
profundamente, aspirando mais ar com cada inalação, o que aumenta o consumo de 
oxigênio. 
- A taxa de ventilação aumenta cerca de 40%, passando dos 7 litros de ar 
por minuto da mulher não - grávida para 10 litros por minuto, enquanto o consumo de 
oxigênio aumenta apenas 20%. A maior sensibilidade das vias respiratórias aos 
elevados níveis de dióxido de carbono no sangue pode resultar em falta de ar. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
- À medida que o feto cresce e o abdome aumenta de tamanho, as 
costelas inferiores da mulher são empurradas para fora. 
- Os ligamentos inclusive da pelve e dos quadris, ficam distendidos, o que 
pode causar desconforto ao caminhar. 
- Mãos e pés inchados, além de causarem desconforto, pode ser um sinal 
de pré-eclâmpsia. 
- Podem ocorrer dores nas costas, causadas pela mudança do centro de 
gravidade do corpo e por um ligeiro relaxamento das articulações pélvicas. 
- Os mamilos podem secretar colostro. 
- Aumenta a frequência e a vontade de urinar. 
- Aumenta a necessidade de repousar e dormir. 
 
O peso do útero aumenta cerca de 20 vezes durante a gravidez, de cerca de 
60 g antes da gestação, para cerca de 1000 g, ao termo, e aumenta de tamanho de 
cinco a seis vezes. Ao fim da gravidez o útero tem de 30 a 35 cm de comprimento, de 
20 a 25 cm de largura e cerca de 22 cm de profundidade. Sua capacidade terá 
aumentado de 700 a 1000 vezes, de aproximadamente 4 ml para de 4000 a 5000 ml. 
Durante a gravidez o suprimento sanguíneo uterino aumentade 20 a 40 vezes. 
As artérias uterinas, que são as principais fontes do suprimento uterino, são ramos 
das ilíacas internas; passam para dentro e ao longo dos ligamentos largos e penetram 
no útero aproximadamente ao nível do orifício interno do colo. Sobem então por cada 
lado do útero e formam uma rede de arteríolas espirais que fornecem um amplo 
suprimento de sangue. 
As alterações dos vasos sanguíneos revertem rapidamente após o parto. Uma 
semana após, os vasos já retornaram ao seu tamanho primitivo. Modificações 
acentuadas ocorrem nas mamas durante a gravidez, devido ao desenvolvimento de 
tecido glandular quiescente. As mamas aumentam de tamanho e firmeza, e ficam 
nodulares. Frequentemente aparecem estriações na pele. O aumento é perceptível 
algumas semanas após a concepção e continua por toda a gestação. Há também um 
aumento considerável na vascularização das mamas no início da gravidez, e as veias 
superficiais ficam mais proeminentes. Essas alterações são frequentemente 
acompanhadas por uma sensação de dor, formigamento e peso nas mamas, no início 
da gestação, e são considerados sinais presuntivos de gravidez. Os mamilos ficam 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
mais móveis, e será mais fácil para o bebê apreendê-los para mamar. As glândulas 
de Montgomery ficam maiores. 
Há uma grande variação individual no aumento do tamanho das mamas, mas 
o aumento médio é de cerca de 700 g para cada mama. Uma alteração considerável 
ocorre dentro do próprio tecido mamário: (1) há proliferação do tecido glandular e (2) 
as células alveolares diferenciam-se, tornando-se secretoras. À medida que ocorrem 
as modificações proliferativas, os ductos intramamários se alongam e ramificam. 
Alvéolos e lóbulos desenvolvem-se nas pontas de muitos dos ramos, até, finalmente, 
haver uma grande glândula composta de cada mama, com muitos lóbulos e alvéolos. 
Há uma proliferação progressiva do tecido glandular durante a gravidez. Os 
dutos alongam-se muito e os alvéolos e lóbulos desenvolvem-se nas extremidades de 
muitos dos ramos. Com o aumento da atividade secretória ao fim da gravidez, os 
alvéolos e dutos ficam distendidos pelo colostro. Na mama em lactação os alvéolos e 
dutos ficam distendidos por leite. 
Após certo estágio de proliferação do tecido glandular durante o primeiro 
trimestre, as células alveolares começam a diferenciar-se no segundo. Muitas dessas 
células se tornarão secretórias e serão capazes de secretar leite. Pelo fim do segundo 
trimestre, uma pequena quantidade de líquido fino e amarelado, chamado colostro é 
secretado para os dutos. 21 
O abdome modifica de contorno à medida que o Útero em crescimento estende-
se para dentro da cavidade abdominal, ocupando-a cada vez mais, ata que o feto 
contido pelo útero fica completamente dentro dela. Os músculos abdominais 
sustentam grande parte do peso do feto. 
Durante a última parte da gravidez, estrias ondulares, irregulares e 
discretamente deprimidas se desenvolvem frequentemente na pele do abdome e, às 
vezes, também nas das mamas, quadris e parte superior das coxas. Essas estrias são 
chamadas de estrias gravídicas. As recentes são de coloração rosa pálido ou 
azuladas. Após o parto adquirem o aspecto prateado brilhante de tecido cicatricial. Em 
uma mulher que tenha tido filhos poderá haver estrias novas e antigas, sendo as 
resultantes das primeiras gestações prateadas e brilhantes, e chamadas de estriae 
albicantes, ao passo que as novas são rosadas ou azuladas. 
As estrias surgem nas áreas de distensão máxima: o abdome, as mamas e as 
coxas. A gordura subcutânea aumenta na gravidez, e distende a pele acima dela. Um 
considerável aumento de peso na gestação, a obesidade desde o início da gravidez, 
 
 
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uma distensão incomum da pele abdominal e a retenção hídrica e o edema 
generalizado, todos esses fatores têm probabilidade de aumentar a distensão da pele. 
Algumas mulheres são muito mais susceptíveis do que outras à separação do tecido 
conjuntivo da pele; é por isso que têm muitas estrias, ao passo que outras, com 
distensão igual, têm poucas ou nenhuma. 
Estrias abdominais em mulheres não grávidas podem estar ocasionalmente 
associadas à distensão abdominal, a um acentuado aumento da gordura ou a um 
tumor abdominal as dos quadris e coxas podem ser devidas às alterações pós-
puberais normais. 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA RISCO GESTACIONAL 
 
Toda gestação traz em si mesmo risco para a mãe ou para o feto. No entanto, 
em pequeno número delas esse risco está muito aumentado e é então incluído entre 
as chamadas gestações de alto-risco. Dessa forma, pode-se conceituar gravidez de 
alto risco "aquela na qual 22 a vida ou saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-
nascido, têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população 
considerada". Em outras palavras, definimos gestação de alto-risco aquela gravidez 
que carrega, em consequência de um determinado atributo, maior risco de dano para 
a mãe e/ou para seu filho, quando comparada à outra gestação que não possua este 
referido atributo. 
Para generalização dos conhecimentos, o primeiro passo era a identificação, 
em determinada população, daquelas que tivessem fatores de risco. Assim, surgiram 
inúmeras tabelas e escores na literatura mundial, diferente entre si, por relatarem 
realidades de países ou mesmo regiões diferentes. 
No Brasil, por suas grandes dimensões e, principalmente pelas diferenças 
socioeconômico-culturais, evidenciam-se fatores de risco diversos para as várias 
regiões. Partindo-se desta constatação, parece ser maior interesse listarem-se os 
fatores mais comuns na população em geral. Assim os fatores geradores de risco 
podem ser agrupados em quatro grandes grupos, que são: 
 
(a) Características individuais e condições sociodemográficas 
desfavoráveis; 
(b) História reprodutiva anterior à gestação atual; 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
(c) Doenças obstétricas na gestação atual; 
(d) Intercorrências clínicas. 
 
Pode-se observar abaixo, as situações de risco, que devem ser abordadas em 
atendimento especializado. De uma maneira geral, estas condições são identificadas 
no nível primário (consultórios, ambulatórios gerais, etc.). Esses casos devem ser 
referenciados posteriormente para níveis mais complexos de atenção. É importante 
notar que na atenção às gestantes ditas de "baixo risco", deve-se atentar para o 
aparecimento ou agravamento dos referidos fatores. É importante ressaltar que a 
ausência de controle pré-natal, por si mesma, é um fator de risco para a gestante e o 
recém-nascido. 
 
Fatores de risco na gravidez 23 
 
1- Características individuais e condições socioeconômicas: 
• Idade menor que 17 anos e maior que 35 anos 
• Ocupação: esforço físico, carga horária, rotatividade de horários, 
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse. 
• Situação conjugal insegura 
• Baixa escolaridade 
• Condições ambientais desfavoráveis 
• Altura menor que 1.45m 
• Peso menor que 45 kg e maior que 75 kg 
• Dependências de drogas lícitas ou ilícitas 
 
2- História reprodutiva anterior: 
• Morte perinatal explicada e inexplicada. 
• Recém-nascido com crescimento retardado, pré-termo ou malformado. 
• Abortamento habitual. 
• Esterilidade/infertilidade. 
• Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos. 
• Nuliparidade e multiparidade. 
• Síndrome hemorrágica ou hipertensiva. 
• Cirurgia uterina anterior. 
 
 
20 
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3- Doença obstétrica na gravidez atual: 
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de 
líquido amniótico. 
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada. 
• Ganho ponderal inadequado. 
• Pré-eclâmpsia e eclampsia. 24 
• Diabetes gestacional. 
• Amniorrexis prematura. 
• Hemorragias da gestação. 
• Aloimunização. 
• Óbito fetal. 
 
4- Intercorrências clínicas: 
• Hipertensão arterial 
• Cardiopatias 
• Pneumopatias 
• Nefropatias 
• Endocrinopatias 
• Hemopatias 
• Epilepsia 
• Doenças infecciosas 
• Doenças autoimunes 
• Ginecopatias. 
 
De acordo com suas características particulares, as gestantes de alto risco 
terão um controle pré-natal diferenciado tanto nos cuidados quanto no número de 
consultas. Em geral, visitarão o serviço de saúde no mínimo uma vez por mês, durante 
os seis primeiros meses de gravidez. Na fase final, no sétimo mês, essas visitas 
devem acontecer a cada 15 dias; e, posteriormente, uma vez por semana, até o 
momento do parto. 
Dependendo da necessidade, poderão ser pedidos ou recomendados exames 
suplementares e tratamentos específicos, bem como repouso, alimentação e dietas 
especiais. Seu ganho de peso deverá manter-se entre 9 a 12 quilos; já que engordar 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
exageradamente é prejudicial tanto para a mãe quanto para o feto, inclusive em 
condições normais de gravidez. É importante lembrar que a gestante jamais deve 
tomar remédios por conta própria ou por conselho de amigas. 
A gestante de alto risco tem seus direitos aos cuidados especiais garantidos 
por lei. Nela deverão ser concentrados mais esforços sociais e familiares, para que 
possa vir a ter uma 25 boa gestação e um bebê saudável, sem comprometimento de 
sua saúde. Se a participação do marido ou do companheiro já é indispensável na 
gestação normal, torna-se ainda mais importante na de alto risco. A melhor maneira 
de este ficar completamente informado sobre a situação é acompanhar a mulher ao 
pré-natal e colaborar no que for possível para que esse período transcorra com 
tranquilidade. 
 
CONSULTA PRÉ-NATAL 
 
 A Organização Mundial de Saúde (OMS), por intermédio de sua comissão de 
Peritos, define a proteção à maternidade: ”que tem por objetivo salvaguardar a saúde 
das mulheres durante a gravidez e o aleitamento, de lhes ensinar os cuidados a serem 
dispensados às 26 crianças, permitir o parto normal e dar à luz a filho sadio”. Ainda, a 
OMS, sob o enfoque da Saúde Pública, conceitua a saúde, como “saúde é a sensação 
de bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de moléstia”. Saúde da 
gestante é, portanto, a sensação de bem-estar físico, psíquico e social, dentro das 
condições especiais da grávida. 
Assim, para que a assistência pré-natal seja adequada, impõe-se que ela seja 
precoce e assídua, conte com pessoal especializado e tenha retaguarda para 
internações, quando necessárias. 
A realização do pré-natal representa papel fundamental em termos de 
prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, 
permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. 
Informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulheres e os 
profissionais de saúde. 
Essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é 
considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação. 
No contexto da assistência integral à saúde da mulher, a assistência pré-natal 
deve ser organizada para atender às reais necessidades da população de gestantes, 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
por meio da utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes e dos meios 
e recursos mais adequados e disponíveis. 
As ações de saúde devem estar voltadas para a cobertura de toda a população-
alvo da área de abrangência da unidade de saúde, assegurando continuidade no 
atendimento, acompanhamento e avaliação destas ações sobre a saúde materna e 
perinatal. 
Como condições para uma assistência pré-natal efetiva, os seguintes 
elementos devem ser garantidos: 
a) Captação precoce da gestante na comunidade; 
b) Controle periódico, contínuo e extensivo à população-alvo; 
c) Recursos humanos treinados; 
d) Área física adequada; 
e) Equipamento e instrumental mínimos; 
f) Instrumentos de registro e estatística; 
g) Medicamentos básicos; 
h) Apoio laboratorial mínimo; 27 
i) Sistema eficiente de referência e contra referência; 
j) Avaliação das ações da assistência pré-natal. 
 
Vantagens do Pré-Natal 
 
A consulta pré-natal permite identificar doenças que já estavam presentes no 
organismo, porém, evoluindo de forma silenciosa, como a hipertensão arterial, 
diabetes, doenças do coração, anemias, sífilis, etc. Seu diagnóstico permite medidas 
de tratamento que evitam maior prejuízo à mulher, não só durante a gestação, mas 
por toda sua vida. 
Detecta problemas fetais, como más formações. Algumas delas em fases 
iniciais permitem o tratamento intraútero que proporciona ao recém-nascido uma vida 
normal. 
Avalia ainda aspectos relativos à placenta, possibilitando tratamento adequado. 
Sua localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos 
maternos e também identifica precocemente a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por 
elevação da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
ocasionando convulsões e coma. Essa patologia constitui uma das principais causas 
de mortalidade no Brasil. 
 
Objetivos 
 
• Preparar a mulher para a maternidade, proporcionando informações 
educativas sobre o parto e o cuidado da criança (puericultura); 
• Fornecer orientações essenciais sobre hábitos de vida e higiene pré-
natal; 
• Orientar sobre a manutenção essencial de estado nutricional apropriado; 
• Orientar sobre o uso de medicações que possam afetar o feto ou o parto 
ou medidas que possam prejudicar o feto; 
• Tratar das manifestações físicas próprias da gravidez; 
• Tratar de doenças existentes, que de alguma forma interfiram no bom 
andamento da gravidez; 
• Fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças próprias 
da gestação ou que sejam intercorrências previsíveis dela; 28 
• Orientar psicologicamente a gestante para o enfrentamento da 
maternidade; 
• Nas consultas médicas, o profissional deverá orientar a paciente com 
relação à dieta, higiene, sono, hábito intestinal, exercícios, vestuário, recreação, 
sexualidade, hábitos de fumo, álcool, drogas e outras eventuais orientações que se 
façam necessárias. 
 
FLUXOGRAMA PARA DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 FLUXOGRAMA PARA DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.
pdf 
 
 Após a confirmação da gravidez em consulta médica ou de enfermagem, dá-
se início ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no 
SISPRENATAL. Os procedimentos e as condutas que se seguem devem ser 
realizados sistematicamente e avaliados em toda consulta de pré-natal. As condutas 
e os achados diagnósticos sempre devem ser anotados na ficha perinatal e no cartão 
da gestante. 
Nesse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias 
referentes ao acompanhamento pré-natal – sequência de consultas, visitas 
domiciliares e reuniões educativas. Deverão ser fornecidos: 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 
• O cartão da gestante, com a identificação preenchida, o número do 
 30 
SISPRENATAL, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre 
este; 
• O calendário de vacinas e suas orientações; 
• A solicitação dos exames de rotina; 
• As orientações sobre a participação nas atividades educativas – 
reuniões e visitas domiciliares. 
 
É importante enfatizar que uma informação essencial que deve constar 
explicitamente no cartão da gestante é o nome do hospital de referência para o parto 
ou intercorrências durante a gestação. Se, no decorrer da gestação, surgir alguma 
situação que caracterize risco gestacional, com mudança do hospital ou maternidade 
de referência, isso também deve estar escrito no cartão. Essa informação é 
considerada fundamental para que a mulher e seu companheiro ou familiares possam 
reivindicar o direito de atendimento nessa unidade de saúde. 
 
Consultas 
 
Calendário de consultas: 
O calendário de atendimento pré-natal foi programado em função: 
• Da idade gestacional na primeira consulta; 
• Dos períodos mais adequados para a coleta de dados clínicos, 
necessários ao bom seguimento da gestação; 
• Dos períodos nos quais se necessita intensificar a vigilância, pela 
possibilidade maior de incidência de complicações; 
• Dos recursos disponíveis nos serviços de saúde e da possibilidade de 
acesso da clientela aos mesmos. 
 
CALENDÁRIO DE ATENDIMENTO PRÉ-NATAL 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
31 http://abenfo.redesindical.com.br/arqs/manuais/100.pdf 
 
Observação: o intervalo entre duas consultas não deve ultrapassar 8 semanas. 
 
Para uma gestante sem fatores de risco detectados, estabelece-se que, no 
mínimo, duas consultas sejam realizadas pelo médico: uma no início do pré-natal (não 
necessariamente a 1ª consulta) e outra entre 29ª e a 32ª semana de gestação. 
Se o parto não ocorrer até 7 dias após a data provável, a gestante deverá ter 
consulta médica assegurada, ou ser referida para um serviço de maior complexidade. 
 
Primeira Consulta 
 
Na primeira consulta de pré-natal, deve ser realizada anamnese, abordando 
aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos 
e obstétricos e a situação da gravidez atual. O exame físico deverá ser completo, 
constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, membros e inspeção de 
pele e mucosas, seguido por exame ginecológico e obstétrico. Nas consultas 
seguintes, a anamnese deverá ser sucinta, abordando aspectos do bem-estar 
materno e fetal. 
Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e ansiedades da mulher, além de 
perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e 
interrogatório sobre a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais. 
As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade quanto no 
cartão da gestante. Em cada consulta, deve-se reavaliar o risco obstétrico e perinatal. 
Para auxiliar nesse objetivo, deve-se observar a discriminação dos fatores de risco no 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
cartão de pré-natal, identificados pela cor amarela. A presença dessas anotações 
deverá ser interpretada pelo profissional de saúde como sinal de alerta. 
 
Roteiro da primeira consulta: 
 
I. História clínica (observar cartão da gestante) 
• Identificação: 
– Nome; 
– Número do SISPRENATAL; 
– Idade; 
– Cor; 
– Naturalidade; 
– Procedência; 
– Endereço atual; 
– Unidade de referência. 
• Dados socioeconômicos; 
• Grau de instrução; 
• Profissão/ocupação; 
• Estado civil/união; 
• Número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho 
doméstico); 
• Renda familiar; 
• Pessoas da família com renda; 
• Condições de moradia (tipo, nº. de cômodos); 
• Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo); 33 
• Distância da residência até a unidade de saúde; 
• Antecedentes familiares: 
– Hipertensão arterial; 
– Diabetes mellitus; 
– Doenças congênitas; 
– gemelaridade; 
– Câncer de mama e/ou do colo uterino; 
– Hanseníase; 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
– Tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de 
parentesco); 
– Doença de Chagas; 
– Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV. 
• Antecedentes pessoais: 
– Hipertensão arterial crônica; 
– Cardiopatias, inclusive doença de Chagas; 
– Diabetes mellitus; 
– Doenças renais crônicas; 
– Anemias e deficiências de nutrientes específicos; 
– Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade); 
epilepsia; 
– Doenças da tireoide e outras endocrinopatias; 
– Malária; 
– Viroses (rubéola, hepatite); 
– Alergias; 34 
– Hanseníase, tuberculose ou outras doenças infecciosas; 
– Portadora de infecção pelo HIV (em uso de retrovirais? Quais?); 
– Infecção do trato urinário; 
– Doenças neurológicas e psiquiátricas; 
– Cirurgia (tipo e data); – transfusões de sangue. 
• Antecedentes ginecológicos: 
– Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade); 
– Uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e 
motivo do abandono); 
– Infertilidade e esterilidade (tratamento); 
– Doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive 
pelo parceiro); 
– Doença inflamatória pélvica; 
– Cirurgias ginecológicas (idade e motivo); 
– Mamas (alteração e tratamento); 
– Última colpocitologia oncótica (Papanicolau ou “preventivo” data e 
resultado). 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
• Sexualidade: início da atividade sexual (idade da primeira relação); 
dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual); 
– Prática sexual nessa gestação ou em gestações anteriores; 
– Número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época recente 
ou pregressa; – uso de preservativos masculino ou feminino (Uso correto? Uso 
habitual?). 
• Antecedentes obstétricos: 35 
– Número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola 
hidatiforme); 
– Número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, 
fórceps, cesáreas – indicações); 
– Número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por 
DST, complicados por infecções, curetagem pós-abortamento); 
– Número de filhos vivos; 
– Idade na primeira gestação; 
– IIntervalo entre as gestações (em meses); 
– Soimunização Rh; 
– Número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de 
gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação); 
– Número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500 g) e com 
mais de 4.000 g; 
– Mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo dos 
óbitos); 
– Mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e motivo 
dos óbitos); 
– natimortos (morte fetal intraútero e idade gestacional em que ocorreu); 
– Recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, 
exsanguineotransfusões; 
– Intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar); 
complicações nos puerpérios (descrever); história de aleitamentos anteriores 
(duração e motivo do desmame). 
• Gestação atual: 
– Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar 
certeza ou dúvida); 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
– Peso prévio e altura; 36 
– Sinais e sintomas na gestação em curso; 
– Hábitos alimentares; 
– Medicamentos usadosna gestação; 
– Internação durante essa gestação; 
– Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas; 
– Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos 
e físicos potencialmente nocivos, estresse); 
– Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, 
principalmente se for adolescente; 
– Identificar gestantes com fraca rede de suporte social. 
 
II. Exame físico 
• Geral: 
– Determinação do peso e da altura; 
– Medida da pressão arterial 
– Inspeção da pele e das mucosas; 
– Palpação da tireoide e de todo o pescoço, região cervical e axilar 
(pesquisa de nódulos ou outras anormalidades); 
– Ausculta cardiopulmonar; 
– Exame do abdômen; 
– Exame dos membros inferiores; 
– Pesquisa de edema (face, tronco, membros). 
• Específico (gineco-obstétrico): 37 
– Exame clínico das mamas (ECM). Durante a gestação e amamentação, 
também podem ser identificadas alterações, que devem seguir conduta específica. 
Realizar orientações para o aleitamento materno em diferentes momentos educativos, 
principalmente se for adolescente. Nos casos em que a amamentação estiver 
contraindicada – portadoras de HIV/HTLV –, orientar a mulher quanto à inibição da 
lactação (mecânica e/ou química) e para a aquisição de fórmula infantil; 
– Palpação obstétrica e, principalmente no terceiro trimestre, identificação 
da situação e apresentação fetal; 
– Medida da altura uterina; 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
– Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (com sonar, após 12 semanas, 
e com estetoscópio de Pinard, após 20 semanas); 
– Inspeção dos genitais externos; 
– Exame especular e toque vaginal de acordo com a necessidade, 
orientados pela história e queixas da paciente, e quando for realizada coleta de 
material para exame colpocitológico; 
 
III. Exames complementares 
Na primeira consulta, solicitar: 
– Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht); 
– Grupo sanguíneo e fator Rh; 
– Sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª semana; 
– Glicemia em jejum: repetir próximo à 30ª semana; 
– Exame sumário de urina (Tipo I): repetir próximo à 30ª semana; 
– Sorologia anti-HIV, com consentimento da mulher após o 
“aconselhamento pré-teste”. 
38 
Repetir próximo à 30ª semana, sempre que possível; 
– Sorologia para hepatite B (HBsAg), de preferência próximo à 30ª semana 
de gestação, onde houver disponibilidade para realização; 
– Sorologia para toxoplasmose, onde houver disponibilidade. 
 
Outros exames podem ser acrescidos a essa rotina mínima: 
– protoparasitológico: solicitado na primeira consulta; 
– colpocitologia oncótica: muitas mulheres frequentam os serviços de 
saúde apenas para o pré-natal. Assim, é imprescindível que, nessa oportunidade, seja 
realizado esse exame, que pode ser feito em qualquer trimestre, embora sem a coleta 
endocervical, seguindo as recomendações vigentes; 
– bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 30ª semana de 
gestação, particularmente nas mulheres com antecedente de prematuridade; 
– Sorologia para rubéola: quando houver sintomas sugestivos; 
– Urocultura para o diagnóstico de bacteriúria assintomática; 
– Eletroforese de hemoglobina: quando houver suspeita clínica de anemia 
falciforme; – ultrassonografia obstétrica: onde houver disponibilidade. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 
A ultrassonografia de rotina durante a gestação, embora seja procedimento 
bastante corriqueiro, permanece controversa. Não existe comprovação científica de 
que, rotineiramente realizada, tenha qualquer efetividade sobre a redução da 
morbidade e da mortalidade perinatal ou materna. As evidências científicas atuais 
relacionam sua realização no início da gravidez com uma melhor determinação da 
idade gestacional, detecção precoce de gestações múltiplas e malformações fetais 
clinicamente não suspeitas. Vale lembrar que, no Brasil, a interrupção precoce da 
gravidez por malformações fetais incompatíveis com a vida, ainda não é legalmente 
39 permitida. Os possíveis benefícios sobre outros resultados permanecem ainda 
incertos. 
A não realização de ultrassonografia durante a gestação não constitui omissão, 
nem diminui a qualidade do pré-natal. 
Outra situação completamente distinta é a indicação do exame 
ultrassonográfico mais tardiamente na gestação, por alguma indicação específica 
orientada por suspeita clínica, notadamente como complemento da avaliação da 
vitalidade fetal ou outras características gestacionais ou do feto. Está comprovado 
que, em gestações de alto risco, a ultrassonografia com dopplervelocimetria possibilita 
a indicação de intervenções que resultam na redução da morbimortalidade perinatal. 
 
Investigação de HIV AIDS 
 
O diagnóstico da infecção pelo HIV, no período pré-concepcional ou no início 
da gestação, possibilita melhor controle da infecção materna e melhores resultados 
na profilaxia da transmissão vertical desse vírus. Por esse motivo, obrigatoriamente 
esse teste deve ser oferecido, com aconselhamento pré e pós-teste, para todas as 
gestantes na primeira consulta do pré-natal, independentemente de sua aparente 
situação de risco para o HIV. 
 
IV. Condutas: 
– Cálculo da idade gestacional e data provável do parto; 
– Orientação alimentar e acompanhamento do ganho de peso gestacional; 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
– Fornecimento de informações necessárias e respostas às indagações 
da mulher ou da família; 
– Orientação sobre sinais de riscos e assistência em cada caso; 
– Referência para atendimento odontológico; 
– Encaminhamento para imunização, quando a gestante não estiver 
imunizada; 
– Referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade 
de maior complexidade, quando indicado. Entretanto, mesmo com referência para 
serviço especializado, a mulher deverá continuar sendo acompanhada, 
conjuntamente, na unidade básica. 
 
Roteiro das consultas subsequentes 
• Revisão da ficha pré-natal; 
• Anamnese atual sucinta; 
• Verificação do calendário de vacinação. 
 
I. Controles maternos: 
– Cálculo e anotação da idade gestacional; 
– Determinação do peso para avaliação do índice de massa corporal (IMC) 
(anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do estado nutricional); 
– Medida da pressão arterial (observar a aferição da PA com técnica 
adequada); 
– Palpação obstétrica e medida da altura uterina (anotar no gráfico e 
observar o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal); 
– Pesquisa de edema; 
– Avaliação dos resultados de exames laboratoriais e instituição de 
condutas específicas; 
– Verificação do resultado do teste para HIV e, em casos negativos, repetir 
próximo à 30ª semana de gestação, sempre que possível. Em casos positivos, 
encaminhar para unidade de referência. 
 
II. Controles fetais: 
– Ausculta dos batimentos cardíacos; 41 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
– Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no 
exame obstétrico. 
 
III. Condutas: 
– Interpretação dos dados de anamnese, do exame obstétrico e dos 
exames laboratoriais com solicitação de outros, se necessários; 
– Tratamento de alterações encontradas, ou encaminhamento, se 
necessário; 
– Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40 mg de ferro 
elementar/ dia) e ácido fólico (5 mg/dia), para profilaxia da anemia; 
– Orientação alimentar; 
– Acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados, 
poisa mulher deverá continuar a ser acompanhada pela equipe da atenção básica; 
– Realização de ações e práticas educativas individuais e em grupos. Os 
grupos educativos para adolescentes devem ser exclusivos dessa faixa etária, 
abordando temas de interesse do grupo. Recomenda-se dividir os grupos em faixas 
de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores resultados; 
– Agendamento de consultas subsequentes. 
 
IDADE GESTACIONAL E DATA PROVÁVEL DO PARTO 
 
É de grande importância para o médico conhecer precisamente a idade 
gestacional. 
Erro nessa avaliação pode determinar iatrogênia, como, por exemplo, o de 
realizar o parto cesárea em feto prematuro. 
Ademais, em gestação de lato risco, as condutas obstétrica variam conforme a 
idade gestacional. Isso pode ser observado na amniorexe prematuro, na placenta 
prévia, na doença hipertensiva específica da gestação. 
Para diagnóstico da idade gestacional, pode-se recorrer à propedêutica clínica, 
a ultrassonografia e a radiológica. 
Os principais dados da propedêutica única clínica são a data da última 
menstruação, a altura uterina, a época do aparecimento dos movimentos fetais e a 
dos batimentos cardiofetais. 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Cálculo da idade gestacional (IG): Tem por objetivo estimar o tempo de 
gravidez/a idade do feto. 
 
Os métodos para essa estimativa dependem da data da última menstruação 
(DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último período menstrual 
referido pela mulher. 
 
I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de certeza: 
É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com 
ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: 
• Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e 
a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); 
• Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês 
correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar o número de 
semanas indicado no dia e mês da consulta atual. 
 43 
II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece 
o período do mês em que ela ocorreu: 
• Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considerar como data da última 
menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceder, então, à utilização de um 
dos métodos acima descritos. 
 
III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: 
• Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional 
e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, 
basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da 
informação sobre a data de início dos movimentos fetais, habitualmente ocorrendo 
entre 16 e 20 semanas. Podem-se utilizar a altura uterina mais o toque vaginal, 
considerando os seguintes parâmetros: 
– Até a sexta semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; 
– Na oitava semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; 
– Na décima semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho 
habitual; 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
– Na 12ª semana, enche a pelve de modo que é palpável na sínfise púbica; 
– Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a 
cicatriz umbilical; 
– Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz 
umbilical; 
 
– A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da 
gestação e a medida da altura uterina. Porém, esse parâmetro torna-se menos fiel a 
partir da 30ª semana de idade gestacional. 
Quando não for possível determinar a idade gestacional clinicamente, solicitar 
o mais precocemente o exame de ultrassonografia obstétrica. 44 
 
Cálculo da data provável do parto (DPP): Tem por objetivo: estimar o período 
provável para o nascimento. 
• Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a 
duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas a partir da DUM), 
mediante a utilização de calendário; 
• Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e mês 
correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia 
e mês) indicada como data provável do parto; 
• Outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro dia da última 
menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou 
adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março) – Regra de 
Näegele. Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número 
de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao 
final do cálculo do mês. 
 
CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
45 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.
pdf 
 
 
EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA 
 
 
Os exames laboratoriais de rotina são exames obrigatórios e geralmente 
solicitados na primeira consulta pré-natal, tem como objetivo detectar algum problema 
materno que possa afetar a saúde do bebê e o bom andamento da gestação: 
Hemograma, Sorologia para sífilis, rubéolas, toxoplasmose e HIV, Glicemia, Grupo 
sanguíneo e Rh, Urina, Fezes, Papanicolau, e outros. Esses exames serão repetidos 
durante o decorrer da gestação para a confirmação do estado de saúde da gestante 
e do bebê, ou quando necessário. 
 
Tipagem sanguínea 
 
Tem por objetivo identificar as gestantes Rh negativas. Nestas deve-se 
conhecer o fator Du, se negativo faz-se necessário à pesquisa da presença de 
anticorpos anti-Rh (coombs indireto), buscando casos de incompatibilidade de Rh, que 
podem provocar doença hemolítica. 
• Fator Rh positivo: escrever no cartão o resultado e informar à gestante 
sobre seu tipo sanguíneo; 
• Fator Rh negativo e parceiro com fator Rh positivo e/ou desconhecido: 
solicitar teste de Coombs indireto. Se o resultado for negativo, repeti-lo em torno da 
30ª semana. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Quando o Coombs indireto for positivo, encaminhar a gestante ao pré-natal de 
alto risco. 
 
Hemograma 
 
Tem por objetivo análise e contagem das células que compõem o sangue, a 
fim de diagnosticar patologias que venha prejudicar o desenvolvimento do feto. 
Durante a gestação, ocorrem modificações na composição sanguínea que 
sumariamente necessitam ser explicados. Apesar do aumento absoluto do número de 
hemácias, observa-se incremento maior do volume plasmático, atingindo valor 
máximo na segunda metade da prenhez e determinando diluição dos glóbulos 
vermelhos. Esta alteração caracteriza a chamada pseudoanemia ou anemia 
fisiológica. 
 
 
• Hemoglobina ≥11 g/dl: ausência de anemia. Manter a suplementação de 40 
mg/dia de ferro elementar e 5 mg de ácido fólico, a partir da 20ª semana, devido à 
maior intolerância digestiva no início da gravidez. Recomenda-se ingestão uma hora 
antes das refeições. 
 
• Hemoglobina < 11 g/dl e > 8 g/dl: diagnóstico de anemia leve a 
moderada. 
Solicitar exame parasitológico de fezes e tratar parasitoses, se presentes, 
segundo o item 13.16. Prescrever sulfato ferroso em dose de tratamento de anemia 
ferropriva (120 a 240 mg de ferro 47 elementar/dia), de três a seis drágeas de sulfato 
ferroso/dia, via oral, uma hora antes das principais refeições. 
• Hemoglobina < 8 g/dl: diagnóstico de anemia grave. A gestante deve 
ser referida imediatamente ao pré-natal de alto risco. 
 
Glicemia em jejum 
 
Tem por objetivo medira taxa de glicose no sangue para pesquisa de diabete. 
Na gestação ocorre transferência materno-fetal da glicose, que é a principal fonte de 
energia do concepto, ocasionando uma glicemia materna em jejum em torno de 70-
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
90mg/dl. Na segunda metade da prenhez fatores placentários contrainsulínicos e 
fatores hiperglicimiantes determinarão, no pâncreas insuficiência na produção de 
insulina quando submetido à sobrecarga de glicose. 
O exame deve ser solicitado a todas as gestantes na primeira consulta do pré-
natal, como teste de rastreamento para o diabetes mellitus gestacional (DMG), 
independentemente da presença de fatores de risco. O resultado deve ser 
interpretado segundo o esquema a seguir. Se a gestante está no primeiro trimestre, a 
glicemia de jejum auxilia a detectar alterações prévias da tolerância à glicose. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5 – RASTREAMENTO DO DIABETES GESTACIONAL. 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.
pdf 
 
Teste Anti-HIV 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Deve ser sempre oferecido e acompanhado do aconselhamento pré e pós-
teste, embora a decisão de realizar, ou não, seja da mulher. Com o resultado do 
exame em mãos, o profissional de saúde (que também deverá estar capacitado para 
aconselhar adolescente), fará o aconselhamento pós-teste, conforme segue. 
• Resultado negativo: esse resultado poderá significar que a mulher não está 
infectada ou que foi infectada tão recentemente que não houve tempo para seu 
organismo produzir anticorpos em quantidade que possa ser detectada pelo teste 
utilizado (janela imunológica). Nesses casos, a necessidade de novo teste poderá ser 
considerada pelo profissional, com base nas informações colhidas durante o processo 
de aconselhamento pré-teste. Diante dessa suspeita, o teste anti-HIV deverá ser 
repetido entre 30 e 90 dias, orientando-se a mulher e seu parceiro para o uso de 
preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais. O profissional de 
saúde deverá colocar-se à disposição da mulher, sempre que necessário, para prestar 
esclarecimento e suporte durante o intervalo de tempo que transcorrerá até a 
realização da nova testagem. Em todos os casos, o profissional deverá: 
– discutir o significado do resultado; 
– reforçar as informações sobre os modos de transmissão do HIV, de 
outras DST e as medidas preventivas; 
– reforçar a informação de que teste negativo não significa prevenção, 
nem imunidade; 
– informar que o teste deve ser repetido a cada nova gestação. 
 
• Resultado indeterminado: esse resultado poderá significar falso positivo ou 
verdadeiro positivo de infecção recente, cujos anticorpos anti-HIV circulantes não 
estão, ainda, em quantidade suficiente para serem detectados pelo teste utilizado. 
Nessa situação, o teste deverá ser repetido em 30 dias, orientando-se a mulher e seu 
parceiro para o uso de preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações 
sexuais. Diante desse resultado, o profissional deverá: 
– discutir o significado do resultado; 
– encorajar para nova testagem 
– orientar para procurar o serviço de saúde, caso surjam sinais e sintomas 
não atribuíveis à gestação; 
– reforçar sobre as medidas para prevenção do HIV e de outras DST. 
 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
Nota: se a gestante se enquadrar em um dos seguintes critérios de 
vulnerabilidade (portadora de alguma DST e usuária ou parceira de usuário de drogas 
injetáveis em prática de sexo inseguro) e tiver o resultado da nova testagem negativa, 
o exame deve ser repetido no final da gestação (36ª e 37ª semanas) ou no momento 
da internação para o parto (teste rápido antiHIV). 
• Resultado positivo: diante desse resultado, o profissional deverá: 
– discutir o significado do resultado, ou seja, reforçar a informação de que estar 
infectada pelo HIV não significa portar a Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida (aids), que é o estágio avançado da infecção, e que existem remédios para 
controlar a infecção materna e reduzir muito a possibilidade de transmissão para o 
bebê, devendo, para isso, a mãe ser avaliada e medicada adequadamente por 
profissional especializado na assistência a pessoas portadoras do HIV. 
50 
 
Urina tipo I 
 
O exame simples de urina deve ser solicitado na primeira visita pré-natal, e se 
possível, mensalmente. A ação hormonal miorrelaxante determina, sobretudo, 
associada à compressão do útero gravídico e, dificuldade no esvaziamento urinário, 
condições predisponentes da infecção urinária. Valorizar a presença dos seguintes 
componentes: 
• Proteínas: “traços” sem sinais clínicos de pré-eclâmpsia (hipertensão, 
ganho de peso) – repetir em 15 dias; “positivo” na presença de hipertensão – pré-
eclâmpsia leve. Orientar repouso e controle de movimentos fetais, alertarem para a 
presença de sinais clínicos, se possível solicitar proteinuria em urina de 24 horas e 
agendar retorno em, no máximo, sete dias; e “maciça” referir imediatamente ao pré-
natal de alto risco; 
• Bactérias/leucócitos/piócitos sem sinais clínicos de infecção do trato 
urinário: deve-se solicitar urocultura com antibiograma e agendar retorno mais 
precoce que o habitual para resultado do exame. 
• Hemáceas se associadas à bacteriúria: proceder da mesma forma que 
o anterior. Se hematúria isolada, excluir sangramento genital e referir para consulta 
especializada; 
• Cilindros: referir ao pré-natal de alto risco. 
 
 
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 Enfermagem obstétrica 
 
 
Sorologia para Sífilis (VDRL) 
 
É um exame obrigatório durante o pré-natal, sobretudo pelo surgimento dessa 
infecção. Das reações sorológicas atualmente empregadas, a mais utilizada é a 
VRDL, na sífilis, a positividade desta doença aparece em torno de quatro semanas 
após a infecção e, por ser quantificada, permite rastreamento de cura. 51 
• VDRL negativo: escrever no cartão e informar à gestante sobre o resultado do 
exame e o significado da negatividade, orientando-a para o uso de preservativo 
(masculino ou feminino). Repetir o exame em torno da 30ª semana, no momento do 
parto ou em caso de abortamento, em virtude dos riscos sempre presentes de 
infecção/reinfecção; 
• VDRL positivo: solicitar testagem do(s) parceiro(s) e o teste confirmatório 
(FTA-Abs ou MHATP), sempre que possível. Se o teste confirmatório for "não 
reagente", descartar a hipótese de sífilis e considerar a possibilidade de reação 
cruzada pela gravidez e outras doenças, como lúpus, e encaminhar a gestante para 
consulta com especialista. Se o teste confirmatório for "reagente", o diagnóstico de 
sífilis está afirmado, devendo ser instituído o tratamento e o acompanhamento. 
• Na impossibilidade de se realizar teste confirmatório em tempo hábil, e 
a história passada de tratamento não puder ser resgatada, considerar o resultado 
positivo em qualquer titulação como sífilis em atividade. 
O tratamento será instituído imediatamente à mulher e a seu(s) parceiro(s) 
sexual (ais) na dosagem e periodicidade adequadas correspondente à sífilis tardia 
latente de tempo indeterminado. 
 
Sorologia para Hepatite B (HBsAg) 
 
Recomenda-se, sempre que possível, a triagem para a hepatite B. O HbsAg – 
antígeno de superfície do vírus da hepatite B (VHB) – é o primeiro marcador que 
aparece no curso da infecção aguda pelo VHB e desaparece com a cura. Sua 
persistência por mais de 6 meses é indicativa de hepatite crônica. Portanto, HBsAg

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