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Contabilidade Social Aula 10: Aspectos metodológicos e a evolução dos principais agregados macroeconômicos Apresentação Nesta aula, você entenderá o sistema de contas nacionais (SCN) e conhecerá a utilização do método (contábil) das partidas dobradas como princípio básico da organização do SCN. Objetivos Analisar a composição do sistema de contas nacionais. Descrever as formas que as contas nacionais se apresentam. Estudar a importância da mensuração das contas nacionais para se ter um per�l das condições do país. No vídeo acima você assiste a uma breve reportagem sobre tributos e contas nacionais, parte do assunto desta aula | Fonte: PostigoConsultoria – Youtube javascript:void(0); Antes de qualquer coisa, cabe fazer uma consideração a respeito de que, conforme metodologia da ONU, os dois sistemas, ou seja, o de contas nacionais e a matriz de Leontief foram integrados no Brasil no �nal da década de 1990. Mas, para efeitos didáticos, os mesmos serão discutidos de forma separada como antes se tinha no nosso país. Tabela 2 – Matriz de transações Setores de destino Setores de Origem Consumo intermediário (matriz Z) Demanda Final (Y) Produção Total (X) Importação (M) Impostos Indiretos Líquidos (IIL) Impostos adicionado a preço básico (W) Produção Total (XT) A conta do Produto Interno Bruto (ou conta das unidades produtoras) Essa conta é estruturada por um razonete, onde este é composto pelos pagamentos aos proprietários dos fatores de produção, bem como pelos impostos indiretos líquidos (isto é, somando-se os impostos indiretos e retirando-se os valores dos subsídios) do lado do débito. Do lado do crédito, são apresentados os gastos que são realizados pelos agentes econômicos por meio do: Clique nos botões para ver as informações. Das famílias e do governo. Consumo Formação bruta de capital �xo + variações de estoques. Investimento Exportações – Importações com valor CIF (cost, insurance and freight), ou seja, estão incluídos fretes e seguros. Exportações Líquidas As numerações das transações que estão nos razonetes mostram as contrapartidas contábeis existentes de uma conta em relação à outra no sistema. Ao mesmo tempo cabe destacar que, se do produto interno bruto a preços de mercados retirarmos os impostos indiretos líquidos, temos o produto interno bruto a custos de fatores. A partir dessa conta, se formos subtrair dela os pagamentos com salários, tem-se o que se denomina como o excedente operacional bruto. Débito Crédito 7. Salários 8. Juros 9. Aluguéis 10. Lucros 11. Impostos 1. Consumo das Famílias 2. Consumo do Governo 3. Formação Bruta de Capital Fixo 4. Variação de Estoques 5. Exportações Líquidas: > (+) Exportações (CIF) > (-) Importações (CIF) 12. (-) Subsídios Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) Despesa Interna Bruta a preços de mercado ( DIBpm )1 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/DIS010/aula10.html A Conta da Renda Nacional Disponível Líquida (ou conta de apropriação/utilização da renda Conforme foi estudado por nós, em linhas anteriores, que: Nesse sentido, como o governo (ou a administração pública) e as famílias são agentes denominados de agentes usuários e não de agentes produtores de bens e serviços, no que diz respeito à economia nacional (e mundial), pelo lado do débito dessa conta, agrega-se, no razonete, o consumo (C) das famílias e do governo, assim como a poupança (S) interna, além da parte da renda que é absorvida na forma de tributos diretos (e/ou de outras receitas do governo) (T). No lado do crédito, demonstram-se quais são as rendas (Y) recebidas por tais entidades somando-se o resultado líquido dos recebimentos e das transferências (RLTE) com o exterior. Cabe destacar que, conforme Vasconcellos e Rossetti, do lado do crédito também entram os subsídios e a depreciação, mas esses itens entram com sinal negativo. 2 Débito Crédito 1. Consumo das Famílias 2. Consumo do Governo 19. Tributos Direitos 20. Outras Receitas Correntes do Governo 14. Saldo com a Poupança Interna 11. Impostos 7. Salários 8. Juros 9. Aluguéis 10. Lucros 11. Impostos 12. (-) Subsídios 13. (-) Depreciação 15. (+/-) RLTE; > (-) Renda Enviada para o Exterior > (+) Renda recebida do Exterior Renda Nacional Disponível Líquida (Utilização) Renda Nacional Disponível Líquida (Apropriação) https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/DIS010/aula10.html Conta de Transações (Correntes) com o Resto do Mundo De acordo com Vasconcellos, Feijó e Olinto Ramos, nesta versão desta conta, o saldo dela, na verdade, pode ser de�nido como o saldo em conta corrente, porque retrata o saldo do balanço de transações correntes do balanço de pagamentos. O balanço de transações correntes é formado pela balança comercial(resultado entre as exportações e importações em FOB (free on bord, ou seja, custo das mercadorias retirando-se os valores dos fretes e seguros), a balança de serviços (onde são incluídos os fretes e seguros, assim como a renda líquida de fatores externos) e as transferências unilaterais (isto é, por exemplo, os donativos). Nessa conta, retratam-se as condições do resto do mundo em função das transações com o país. Melhor dizendo, os gastos dos não residentes com os produtos internamente produzidos (exportações com valor CIF), os rendimentos assim como as transferências que são recebidos do resto do mundo (ou seja, as rendas e os donativos) e o saldo da poupança externa correspondem ao lado do débito dessa conta. No que diz respeito ao lado do crédito, tem-se as importações (com valor CIF) feitas pelos residentes do país e as transferências pagas aos não residentes na forma de rendas e donativos que são enviados para o exterior. Débito Crédito 5. Exportações (CIF) 15. Renda Recebida do Exterior 18. Saldo da Poupança Externa 5. Importações (CIF) 15. Renda Enviada para o Exterior Utilização dos Recebimentos Correntes Recebimentos Correntes É importante destacar que pelas contas nacionais, se a poupança externa: (a) é negativa, isto quer dizer que saíram mais bens e serviços do que entraram; sendo (b) positiva, signi�ca dizer que entraram no país mais bens e serviços do que saíram. Assim, os recebimentos (e os pagamentos) mensurados nesta conta são considerados do ponto de vista do resto do mundo. Em função da nota 51 acima, e de acordo com Vasconcellos, o termo recebimentos (que está empregado tanto no débito, como no crédito desta conta) não diz respeito a condição de recebimentos no sentido �nanceiro, mas, na verdade, no sentido de mercadorias, ou seja, de bens e serviços. Conta Corrente do Governo (ou da Administração Pública) Essa conta refere-se, em síntese, às despesas incorridas por esse agente econômico no custeio das atividades destinadas à prestação de serviços de natureza coletiva às comunidades como um todo no país. No desempenho de suas funções, o governo (envolvendo a União, os Estados e os Municípios) situa-se pelas contas nacionais, então, como sendo um usuário �nal de serviços absorvidos pela utilização do fator trabalho, assim como de outros bens e serviços adquiridos no setor privado. Do lado do débito, são lançados o consumo do governo, os subsídios, as transferências ao setor privado e o saldo da poupança em conta corrente do governo. Do lado do crédito, têm-se os impostos indiretos e diretos e as outras receitas correntes do governo. Débito Crédito 2. Consumo do Governo 12. Subsídios 16. Transferências ao Setor Privado 17. Saldo da Poupança em Conta Corrente do Governo 11. Imposto Indiretos 19. Impostos Diretos 20. Outras Receitas Correntes do Governo Utilização da Receita Corrente Total da Receita Corrente Conta (Acumulação ou Consolidada) de Capital De uma maneira geral, o seu razonete expressa um “fechamento” no sistema, isto é, são mensuradas as contrapartidas do investimento com as suas respectivas poupanças. Pelo lado do débito têm-se as contas de depreciação (com sinal negativo), a formaçãobruta de capital �xo e a variação de estoques. No lado do crédito, são lançadas as poupanças interna (formada pela poupança privada e (em conta corrente) do governo) e externa que demonstram como é �nanciada a formação de capital. Débito Crédito 3. Formação Bruta de Capital Fixo 4. Variação de Estoques 13. (-) Depreciação 14. Poupança Interna 18. Poupança Externa Total da Formação de Capital Financiamento da Formação de Capital Sistemas e Programas vinculados a Seguridade Social % do PIB % Individual % Acumulado 1. Regime Geral de Previdência Social –Pagamento de Benefícios 7,14 56,08 56,08 2. Benefícios de Assistência Social (LOAS) 0,47 3,69 59,77 3. Seguro Desemprego (Benefícios) 0,44 3,46 63,23 4. Atendimento no SUS 4,87 6,83 70,06 5. Regime de Previdências de Funcionários das União 2,14 16,81 - - Subtotal 1 (1+2+3+4+5) 11,06 86,87 86,87 6. Outras ações e Programas da Previdência Social 0,37 2,91 89,78 7. Outras ações e Programas da Saúde 0,88 6,91 96,69 8. Outras ações e Programas da Assistência Social 0,09 0,71 97,40 - Subtotal 2 (6+7+8) 1,34 10,53 - 9. Despesa com Programas Voluntários do Governo (Bolsa Família) 0,33 2,59 100,0 Total 12,73 100 100,0 Em todo esse sistema, observa-se que os lançamentos das transações são realizados conforme o método das partidas dobradas tradicional. Mas, o novo sistema, na verdade, é formado pela Tabela de Recursos e Usos de Bens e Serviços (TRU) e pelas Contas Econômicas Integradas (CEIs). Segundo Vasconcellos, Feijó e Olinto Ramos, a TRU é composta pela oferta global da economia envolvendo o somatório da produção com as importações e, respectivamente, como a soma do consumo intermediário com a demanda �nal da economia. Na tabela de recursos e usos de bens e serviços, é ainda apresentado o valor adicionado decomposto nas categorias de renda e nos impostos e subsídios sobre a produção e sobre os produtos. Esses autores informam que todas as informações contidas na TRU são, por setor, desagregadas e acabam mostrando as compras intermediárias que os setores (e as unidades empresariais) realizam entre si para conseguir os insumos necessários à produção dos bens e serviços. Isso faz com que haja uma semelhança com a matriz insumo-produto. No caso das contas econômicas integradas, tais autores informam que essas contas apresentam-se semelhantes ao sistema anterior do método das partidas dobradas, cabendo destacar que esse sistema integrado é retratado por meio de três grandes grupos de contas. 1 O primeiro grupo é composto pela conta de bens e serviços que, em síntese, resume as informações da TRU. 2 O segundo, por três contas, ou seja, a conta de produção; a conta da renda que está dividida em quatro subcontas ; e a da acumulação . 3 4 3 O terceiro, pela conta de�nida de operações correntes com o resto do mundo .5 Cabe destacar que, conforme foi informado em 21 de março de 2007 pelo seu setor de Comunicação Social, o IBGE divulgou uma nova série do Sistema de Contas Nacionais onde passou a adotar: “o ano 2000 como referência e incorporou dados das pesquisas anuais econômicas e domiciliares, além das informações tributárias das Pessoas Jurídicas, entre outros aprimoramentos” - IBGE Notas DIBpm1 DIBpm são os dispêndios correspondentes à aquisição do PIBpm Resultado líquido dos recebimentos e das transferências (RLTE)2 O resultado líquido dos recebimentos e das transferências com o exterior é dado através do resultado entre renda enviada para o exterior (-) com a renda recebida do exterior (+). Subcontas3 Tal conta equivale à conta que tem o mesmo nome no sistema antigo. https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/DIS010/aula10.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/DIS010/aula10.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/DIS010/aula10.html Acumulação4 Pelo sistema antigo, a conta de produção equivale à conta do produto interno bruto; a conta da renda, diz respeito à conta da renda nacional disponível bruta; e da acumulação é equivalente à conta de capital. Resto do mundo5 O terceiro, pela conta de�nida de operações correntes com o resto do mundo. Referências FEIJÓ, Carmem Aparecida & RAMOS, Roberto Luis O. (Orgs.). Contabilidade Social: a nova referência das contas nacionais do Brasil. FEIJÓ, Carmem Aparecida & RAMOS, Roberto Luis O. (Orgs.). Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2008. ROSSETTI, José Paschoal. Contabilidade Social. São Paulo: Atlas, 2008. ______________________. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2008. Bibliogra�a complementar BRUE, McConnell. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Cientí�cos Editora S.A, 2005. DORNBUSH, R e FISCHER, S. Macroeconomia. São Paulo: Mac Graw Hill, 2005. MANKYW, G. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2002. VASCONCELLOS, Marco Antonio S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2005. WONNACOTT e WONNACOT. Economia. São Paulo: MAKRON Books, 2002. Jornais e revistas: Jornal O Globo online, Valor Econômico online, Revista Exame online etc. Sites (instituições o�ciais): www.ibge.gov.br e www.ipea.gov.br Próximos passos O cálculo das taxas intertemporais. Explore mais Leia o documento Sistema de Contas Nacionais - Brasil Referência 2000 e conheça mais a respeito das contas javascript:void(0); econômicas integradas por setores institucionais.
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