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RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

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E-BOOK
RECUPERAÇÃO DE 
ÁREAS DEGRADADAS
Conceitos de meio ambiente
APRESENTAÇÃO
O meio ambiente é um sistema complexo e inteiramente interligado, sendo formado por 
elementos naturais e artificiais, ou seja, o meio ambiente apresenta as condições necessárias para 
as diferentes formas de vida (do homem, da fauna e da flora). Porém, estão inclusos ainda no 
conceito de meio ambiente as diferentes sociedades, com seus valores naturais, sociais e 
culturais, que existem em um determinado local e momento. Os seres vivos, o solo, a água, o ar, 
os objetos físicos fabricados pelo homem e os elementos simbólicos (como as tradições, por 
exemplo) também compõem o meio ambiente. 
É imprescindível preservá-lo para o desenvolvimento das gerações atuais e futuras. O meio 
ambiente inclui ainda os fatores físicos (como o clima e a geologia), biológicos (a população 
humana, a flora, a fauna, a água) e socioeconômicos (a atividade laboral, a urbanização, os 
conflitos sociais). Logo, o conjunto formado por todos os fatores bióticos de uma área e pelos 
fatores abióticos do meio ambiente recebe o nome de ecossistema. O ecossistema é uma 
comunidade de seres vivos com os respectivos processos vitais inter-relacionados. Porém, 
devido às diversas ações antrópicas, esta inter-relação não está funcionando, pois, atualmente, o 
homem tem retirando mais da natureza do que ela realmente consegue fornecer. Existem 
soluções para buscar equilibrar esta situação, por intermédio de desenvolvimento sustentável, 
uma vez que o crescimento da humanidade parece ser inevitável, porém, esta não é uma tarefa 
nada fácil, pois envolve um conflito de interesses sociais, culturais, econômicos e, 
principalmente, políticos. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá os conceitos de meio ambiente, de impactos 
ambientais, das principais políticas ambientais que apresentam os instrumentos de gestão e da 
relação da recuperação de áreas degradadas com o desenvolvimento sustentável. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Apresentar os conceitos de meio ambiente e de impactos ambientais.•
Identificar as principais políticas ambientais que apresentam os instrumentos de gestão.•
Relacionar a recuperação de áreas degradadas com o desenvolvimento sustentável.•
DESAFIO
O licenciamento ambiental é o procedimento administrativo realizado pelo órgão ambiental 
competente (o qual pode ser Federal, Estadual ou Municipal) para licenciar a instalação, a 
ampliação, a modificação e a operação de atividades e de empreendimentos que utilizam 
recursos naturais, que sejam potencialmente poluidores ou que possam causar degradação 
ambiental.
O licenciamento é um dos instrumentos de gestão ambiental que é estabelecido pela lei Federal 
No 6938, de 31 de agosto de 1981, também conhecida como Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente.
É de suma importância que os profissionais da área ambiental possuam conhecimento em 
licenciamento ambiental, pois este é um campo enorme. O profissional pode tanto trabalhar na 
elaboração de projetos ambientais, como, em caso de ser o responsável técnico de uma empresa, 
cuidar para que todas as condicionantes presentes na licença sejam necessariamente respeitadas.
Você, gestor ambiental, foi contratado por um empreendedor para auxiliar na escolha do local 
de instalação de um posto de gasolina, sendo, para isto, fornecido duas áreas.
Veja na imagem abaixo as características destas áreas.
INFOGRÁFICO
Sabemos que atualmente a degradação ambiental é um grande problema mundial. Mas 
exatamente o que é e o que gera esta degradação? De que forma podemos resolver e/ou 
controlar este problema?
Clique na imagem abaixo e acompanhe no infográfico estas questões.
CONTEÚDO DO LIVRO
Para a área da ecologia, o meio ambiente é o panorama animado ou inanimado em que se 
desenvolve a vida de um organismo. No meio ambiente existem vários fatores externos que têm 
uma influência no organismo e a ecologia tem como objeto de estudo as relações entre os 
organismos e o ambiente envolvente.
Para entender melhor sobre alguns conceitos relacionados ao meio ambiente, leia mais em 
Conceitos de meio ambiente, capítulo que faz parte do livro "Recuperação de áreas degradadas" 
- base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
RECUPERAÇÃO 
DE ÁREA 
DEGRADADAS
Ronei Tiago Stein 
Conceitos de meio ambiente
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Apontar os conceitos de meio ambiente e impactos ambientais.
 Identi� car as principais políticas ambientais que apresentam os instru-
mentos de gestão.
 Relacionar a recuperação de áreas degradadas com o desenvolvimento
sustentável.
Introdução
O meio ambiente é um sistema complexo e inteiramente interligado, 
sendo formado por elementos naturais e artificiais. Ou seja, o meio am-
biente apresenta as condições necessárias para as diferentes formas de 
vida (do homem, da fauna e da flora). Porém, estão inclusos ainda no 
conceito de meio ambiente as diferentes sociedades, com seus valores 
naturais, sociais e culturais que existem num determinado local e mo-
mento. Os seres vivos, o solo, a água, o ar, os objetos físicos fabricados 
pelo homem e os elementos simbólicos (como as tradições, por exemplo) 
também compõem o meio ambiente. Assim, é imprescindível preservá-lo 
para o desenvolvimento das gerações atuais e das futuras. A preservação 
do meio ambiente é a própria preservação da vida.
Neste texto, você verá os conceitos de meio ambiente, impactos 
ambientais, as principais políticas ambientais que apresentam os instru-
mentos de gestão e a relação da recuperação de áreas degradadas com 
o desenvolvimento sustentável.
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 13 14/09/2017 13:03:02
Meio ambiente – definições gerais
Em relação ao meio ambiente, é de suma importância comentar sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81). Esta legislação tem como 
objetivos a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da digni-
dade da vida humana. 
Mas o que é exatamente meio ambiente? Pode-se dizer que não existe uma 
resposta unânime, pois meio ambiente pode apresentar diferentes conceitos, de 
acordo com seus componentes. Porém, deve-se considerar que meio ambiente é 
o conjunto de todas as coisas vivas e não vivas. Por exemplo, segundo o art. 3º 
da Lei nº 6.938/81, meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências 
e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege 
a vida em todas as suas formas. 
Para a área da ecologia, o meio ambiente é o panorama animado ou inani-
mado onde se desenvolve a vida de um organismo. No meio ambiente, existem 
vários fatores externos que exercem influência no organismo. A ecologia tem 
como objeto de estudo as relações entre os organismos e o ambiente que os 
envolve.
Meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como 
um sistema natural, o qual inclui vegetação, animais, microrganismos, solo, 
rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. 
Meio ambiente também compreende recursos e fenômenos físicos, como ar, 
água e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo, 
veja na Figura 1.
 Conceitos de meio ambiente 14
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 14 14/09/2017 13:03:02
Figura 1. Esquematização da definição de meio ambiente.
Fonte: NPeter/Shutterstock.com.
Ao abordarmos o meio ambiente, é importante comentarmos também 
sobre ecologia. Barsano e Barbosa (2013) descrevem que a ecologia é uma 
das ciências de maior interesse na atualidade. A palavra ecologia foi criada há 
mais de cem anos pelo biólogo alemão Ernst Heinrich Haeckel (1834-1919), 
que uniu dois termosgregos: oikos, que significa “casa”, e logos, que significa 
“estudo”. Logo, a ecologia é a ciência que estuda as “casas naturais”, ou seja, 
os diversos ambientes da natureza, incluindo as relações dos seres vivos entre 
si e com o ambiente.
Os mesmos autores ressaltam que a ecologia ajuda a compreender a im-
portância de cada espécie na natureza e a necessidade de preservar os vários 
ambientes naturais que a Terra abriga. Porém, Barsano e Barbosa (2012) 
descrevem que não são apenas a fauna e a flora que merecem cuidados, há 
outros fatores que devem ser observados visando o equilíbrio da natureza, 
como o espaço físico, a temperatura, a localização, entre outros. O termo 
biodiversidade (ou diversidade biológica) refere-se à riqueza e à variedade 
de plantas e animais que são encontrados nos mais diferentes ambientes. As 
15Conceitos de meio ambiente
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plantas, os animais e os microrganismos fornecem alimentos, remédios e boa 
parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano.
Cada espécie pertence a um determinando ecossistema, fazendo parte 
de uma biocenose ou mesmo de uma comunidade, e pode sofrer distintos 
efeitos, como:
  Fatores bióticos: interação entre os seres vivos (predação, cadeia 
alimentar, entre outros);
  Fatores abióticos: interação com o solo, a água, o ar, entre outros.
O Brasil é conhecido mundialmente por suas belezas naturais, sendo o País mais rico 
em número de espécies de seres vivos do mundo. Além da beleza de suas praias, seus 
rios e mares, ele detém a parte mais extensa da maior planície inundável do mundo, 
o Pantanal, e da maior floresta úmida do mundo, a Floresta Amazônica (BARSANO; 
BARBOSA, 2013).
Quando há uma extensão de terra com condições bióticas e abióticas 
similares, ou seja, as grandes paisagens homogêneas da Terra, tem-se um 
bioma, isto é, o conjunto dos seres vivos de uma determinada área, além 
de ser entendido também como o conjunto de ecossistemas terrestres. É na 
biosfera que se encontram os biomas, associações relativamente homogêneas 
de plantas, animais e outros seres vivos, com equilíbrio entre si e com o meio 
físico. Como exemplo, pode-se citar a Floresta Amazônica, que é um bioma 
com vários ecossistemas diferentes de seres vivos e vegetação (Figura 2).
 Conceitos de meio ambiente 16
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Figura 2. Floresta Amazônica – exemplo de um ecossistema com diversos seres vivos e 
vegetação.
Fonte: Filipe Frazao/Shutterstock.com.
Impactos ambientais
Barsano, Barbosa e Viana (2014) descrevem que o desenvolvimento tecno-
lógico industrial, a busca desenfreada por riquezas naturais e a falta de um 
planejamento de recuperação do meio ambiente são as principais origens de 
um conjunto de consequências negativas ao meio ambiente, como é o caso das 
grandes catástrofes naturais, as terríveis enchentes e um aquecimento global 
como nunca visto antes. Assim, ocorrem grandes impactos ambientais, que 
colocam em risco e ameaçam a qualidade do ar, do solo, das águas, a vida 
dos animais, da fl ora e até mesmo do homem.
Segundo o art. 1º da Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio 
Ambiente) nº 001 de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração 
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada 
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, afetam:
1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
2. as atividades sociais e econômicas;
3. a biota;
4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
5. a qualidade dos recursos ambientais.
17Conceitos de meio ambiente
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Os impactos ambientais estão vinculados com a degradação do meio 
ambiente, que ocorre, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis (1990), quando se tem uma ou mais das 
seguintes situações:
  A vegetação nativa e a fauna nativa foram destruídas, removidas ou 
expulsas.
  Ocorre remoção da camada fértil do solo.
  Tem-se alterações na qualidade e no regime de vazão do sistema hídrico.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(1990), a degradação ambiental ocorre quando há perda das características físicas, 
químicas e biológicas, as quais ocorrem quando apenas o desenvolvimento socioe-
conômico é priorizado.
Segundo Tavares (2008), o termo degradação ambiental está relacionado 
aos efeitos negativos ou adversos causados ao ambiente em decorrência, 
principalmente, da intervenção do homem, sendo raramente empregado para 
alterações oriundas de processos naturais. Entre os exemplos de degradação 
ambiental, estão os desmatamentos, as queimadas e os incêndios, a degrada-
ção do solo e erosão, o descarte incorreto de resíduos sólidos, os modelos de 
agricultura não sustentável, a mineração, entre outros.
Políticas ambientais
Barsano e Barbosa (2013) descrevem que as leis, normas técnicas e outras 
regulamentações, as quais objetivam a preservação ambiental, bem como 
o melhor aproveitamento dos recursos naturais no decorrer dos anos, foram 
efeitos de acontecimentos históricos específi cos em diversos países, sendo 
moldados conforme as necessidades do momento e a análise dos interesses de 
todos os envolvidos: os poderes públicos, a iniciativa privada e a sociedade civil.
Especificamente sobre o território Nacional, os mesmos autores descrevem 
que desde a época das colonizações, passando pela Revolução Industrial até́ o 
 Conceitos de meio ambiente 18
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início do século XX, os recursos naturais existentes tinham como finalidade 
atender unicamente a demanda de matéria-prima para o desenvolvimento 
econômico a curto prazo. Sendo assim, a degradação ambiental não é algo 
novo na história do Brasil, como pode-se verificar nos seguintes exemplos 
(BARSANO; BARBOSA, 2013):
  A exploração do Pau-Brasil e outras madeiras nobres.
  A economia açucareira dos senhores de engenho.
  A economia mineradora em várias fases históricas. 
  O ciclo da borracha e o ciclo do café.
  O crescimento da indústria de base (plataformas de petróleo, usinas 
hidrelétricas e nucleares, metalurgia, etc.).
  A ocupação territorial em áreas não habitadas (Amazônia, cerrado, 
costas litorâneas, etc.).
  O crescimento urbano por meio das migrações e imigrações.
Inicialmente, as legislações ambientais não foram criadas para proteger o 
meio ambiente, e sim visar para atender aos interesses econômicos. Em um 
segundo momento, buscou-se a tutela e o controle das reservas naturais exis-
tentes no País, porém sem manifestar um conhecimento mais aprofundado ou, 
simplesmente, ignorando a preservação do meio ambiente como fundamento 
vital para a preservação da vida, priorizando as metas de desenvolvimento 
industrial (BARSANO; BARBOSA, 2013).
As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais completas e avançadas 
do mundo (PORTAL BRASIL, 2017). De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 
9.605/98), existem seis diferentes tipos de crimes ambientais:
Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou 
em rota migratória.
Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de preservação permanente 
mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção.
Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou possa provocar 
danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora.
Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: construção em 
áreas de preservação ou no seu entorno, sem autorização ou em desacordo com a 
autorização concedida.
19Conceitos de meio ambiente
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Primeiros instrumentos Legais
No Brasil,a discussão sobre preservação ambiental iniciou a partir da década 
de 1930, época em que a industrialização brasileira começou a se intensifi car, 
mas o setor econômico ainda era mais importante que as questões ambientais, 
permanecendo desta forma até o fi nal da década de 1970. Porém, visando 
garantir o abastecimento das matérias-primas para as indústrias, apareceram 
as primeiras intervenções do Estado, a fi m de racionalizar o uso dos recursos 
naturais e evitar que a degradação ambiental não prejudicasse os objetivos 
econômicos. Barsano e Barbosa (2013) citam alguns exemplos, como:
  O Código das Águas, regulamentando o uso dos recursos hídricos 
(Decreto nº 24.643/34 – Lei nº 4.904/65).
  O Código Florestal, delimitando áreas de preservação permanente e a 
exploração de florestas e desmatamentos (Decreto nº 23.793/34).
  O Código de Mineração, que define os princípios para a exploração de 
jazidas (Decreto nº 1.985/40).
  O Código da Pesca, que regulamenta a pesca e a exploração dos recursos 
hídricos (Decreto nº 794/38).
  O Estatuto da Terra, que define os critérios para a desapropriação e 
distribuição de terras (Lei nº 4.504/64).
Apesar de tímidas, as primeiras leis de proteção ambiental apresentam 
algumas preocupações em relação à preservação dos recursos naturais, como 
a aplicação de penas fiscais e criminais em caso de destruição de florestas 
de preservação, permanente no Código Florestal, e o controle da poluição no 
Código da Pesca.
No entanto, não há como abordar a legislação ambiental sem citar a Política 
Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81). Além de estabelecer os direcio-
namentos necessários para o desenvolvimento econômico sustentável, essa 
lei criou alguns instrumentos visando tal medida:
Crimes contra a administração ambiental: afirmação falsa ou enganosa, sonegação 
ou omissão de informações e dados técnico-científicos em processos de licenciamento 
ou autorização ambiental.
Infrações administrativas: ação ou omissão que viole regras jurídicas de uso, gozo, 
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
 Conceitos de meio ambiente 20
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  O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.
  O zoneamento ambiental.
  A avaliação de impactos ambientais.
  O licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente 
poluidoras.
  As penalidades disciplinares ou compensatórias pelo não cumprimento 
das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação 
ambiental.
  O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
  Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambien-
tal, seguro ambiental e outros.
Porém, Barsano e Barbosa (2013) citam que outra impostíssima contribui-
ção da Lei nº 6.938/81 foi a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente 
(SISNAMA), o qual organizou de forma hierárquica e uniforme a coordenação 
das ações governamentais, agregando todos os órgãos públicos das esferas 
federal, estadual e municipal, incluindo o Distrito Federal, da seguinte maneira:
  O Conselho de Governo é o órgão superior do SISNAMA e responsável 
por assessorar o Presidente da República na formulação de diretrizes 
para a Política Nacional de Meio Ambiente.
  O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão con-
sultivo e deliberativo do SISNAMA que estabelece parâmetros federais 
(normas, resoluções e padrões) a serem obedecidos pelos Estados.
  O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o órgão responsável pelo 
planejamento, coordenação, controle e supervisão da Política Nacional 
de Meio Ambiente.
  O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA) é o órgão executor, responsável por formular, 
coordenar, fiscalizar, executar e fazer executar a Política Nacional de 
Meio Ambiente.
  Os órgãos seccionais são as entidades de cada Estado da federação, 
responsáveis por executar programas e projetos de controle e fiscalização 
das atividades potencialmente poluidoras.
  Os órgãos locais, ou municipais, são os responsáveis por atividades 
de controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras.
21Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 21 14/09/2017 13:03:06
Originada nos Estados Unidos, na década de 1970, após diversos acidentes ambientais, 
a auditoria ambiental é um processo sistemático e documentado de verificação, 
executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que determinem se as 
atividades, os eventos, os sistemas de gestão e as condições ambientais especificados 
ou as informações relacionadas a eles estão em conformidade com as legislações 
ambientais e com a política de segurança da empresa.
Existem diferentes tipos de auditorias. Para entender mais sobre o assunto, leia o texto 
“O que é auditoria ambiental e quais os diferentes tipos?” (PENSAMENTO VERDE, 2014).
Sabe-se que algumas atividades antrópicas ocasionam graves passivos am-
bientais, os quais alteram as características físicas, químicas e microbiológicas 
da área, havendo a necessidade de realizar um Projeto de Recuperação de Área 
Degradada (PRAD). Segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 
2017), pode-se dizer que o PRAD está intimamente ligado à ciência da res-
tauração ecológica, ou seja, ao processo de auxílio ao restabelecimento de 
um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. Um ecossistema 
é considerado recuperado e restaurado quando contém recursos bióticos e 
abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou 
subsídios adicionais. 
De acordo com a Lei nº 9.985/2000, em seu art. 2º, há a distinção entre um 
ecossistema “recuperado” e um ecossistema “restaurado”: 
  Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser dife-
rente de sua condição original.
  Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original.
 Conceitos de meio ambiente 22
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A Instrução Normativa nº 4/2011 do IBAMA estabelece as exigências mínimas e orien-
tações que visam nortear a elaboração, a análise, a aprovação e o acompanhamento 
da execução de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) ou Áreas 
Alteradas, além de apresentar os Termos de Referência para estruturar o PRAD e o 
PRAD Simplificado.
Desenvolvimento sustentável
Durante séculos, o homem vem retirando do meio ambiente matérias-primas e 
devolvendo poluição e contaminação, gerando a degradação ambiental. É uma 
conta simples. Até o presente momento, a população mundial está retirando 
mais do que a própria natureza pode repor, logo, precisamos urgentemente 
rever nossas atitudes. Sem dúvidas, o desenvolvimento da humanidade não 
pode terminar, porém este deve ser pensado de maneira mais sustentável. 
Cabe ressaltar que a Recuperação de Áreas Degradadas encontra respaldo 
legal na Constituição Federal de 1988, a qual define, em seu art. 225: “[...] todos 
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações [...]”. É inevitável a degradação ambiental em áreas que sofrem a 
influência da atuação humana. Todavia, os empreendedores precisam tomar 
medidas que visem às boas práticas ambientais durante o desenvolvimento 
de suas atividades, minimizando os impactos ambientais. 
Dessa forma, a sustentabilidade surge como uma ferramenta para auxiliar 
o desenvolvimento com o meio ambiente. Ou seja, esse é um termo usado para 
definir ações que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, 
sem comprometer o futuro das próximas gerações. A sustentabilidade está 
diretamenterelacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir 
o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que 
eles se mantenham no futuro. Seguindo esses parâmetros, a humanidade pode 
garantir o desenvolvimento sustentável (Figura 3).
23Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 23 14/09/2017 13:03:07
Figura 3. O uso de fontes de energia mais limpas pode ser considerado uma maneira de 
promover o desenvolvimento sustentável.
Fonte: petovarga/Shutterstock.com.
A estratégia de desenvolvimento sustentável visa promover a harmonia 
entre os seres humanos e entre a natureza. Mas, para isso, a busca do desen-
volvimento sustentável requer principalmente:
  Um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos 
no processo decisório.
  Um sistema econômico eficaz.
  Um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um de-
senvolvimento não equilibrado (diferença entre ricos e pobres).
  Um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base 
ecológica do desenvolvimento.
  Um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções 
(novas tecnologias).
  Um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio 
e financiamento.
  Um sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.
 Conceitos de meio ambiente 24
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Pilares do desenvolvimento sustentável
De maneira geral, o desenvolvimento sustentável visa atender três aspectos 
básicos: o econômico, o ambiental e o social. Estes devem estar totalmente 
relacionados para que a sustentabilidade se mantenha (Figura 4).
Figura 4. Pilares do desenvolvimento sustentável.
Fonte: Kjpargeter/Shutterstock.com.
Cabe ressaltar que o desenvolvimento pode ser aplicado de um modo macro 
(p. ex., a um país ou até mesmo para o Planeta num todo) ou de um modo 
micro, como em uma cidade, um bairro, uma residência ou até mesmo em 
uma propriedade agrícola. O Departamento de Engenharia de Computação 
e Sistemas Digitais da USP descreve os pilares da sustentabilidade como 
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2016?):
Social: refere-se ao capital humano de um empreendimento, comunidade, 
sociedade como um todo. Além de salários justos e estar adequado à legislação 
trabalhista, é preciso pensar em outros aspectos, como o bem-estar dos seus 
funcionários, propiciando, por exemplo, um ambiente de trabalho agradável, 
pensando na saúde do trabalhador e da sua família. Além disso, é imprescin-
dível ver como a atividade econômica afeta as comunidades ao redor. Nesse 
item, estão contidas também situações gerais da sociedade, como educação, 
violência e até o lazer.
Ambiental: refere-se ao capital natural de um empreendimento ou so-
ciedade. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem impacto 
25Conceitos de meio ambiente
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ambiental negativo. Nesse aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas 
formas de amenizar esses impactos e compensar o que não é possível ameni-
zar. Assim, uma empresa que usa determinada matéria-prima deve planejar 
formas de repor os recursos ou, se não é possível, diminuir o máximo possível 
o uso desse material. Além disso, deve ser levada em conta a adequação à
legislação ambiental.
Econômica: neste pilar, são analisados os temas ligados à produção, à 
distribuição e ao consumo de bens e serviços, e deve-se levar em conta os 
outros dois aspectos anteriores. 
Dentre as medidas que podem ser adotadas tanto pelos governos quanto 
pela sociedade civil em geral para a construção de um mundo mais sustentável, 
pode-se citar alguns exemplos:
 Redução ou eliminação do desmatamento.
 Reflorestamento de áreas naturais devastadas.
 Preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades
de conservação de matas ciliares.
 Fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação
ao meio ambiente.
 Adoção da política dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) ou dos 5Rs
(repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar).
 Contenção na produção de lixo, direcionando-o corretamente, a fim
de diminuir seus impactos.
 Diminuição da incidência de queimadas.
 Diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés 
das indústrias quanto pelos escapamentos de veículos e outros.
 Opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos
ambientais em larga e média escala.
 Adoção de formas de conscientização do meio político e social das
medidas acimas apresentadas.
Essas medidas são, portanto, formas viáveis e práticas de se construir uma 
sociedade sustentável que não comprometa o meio natural tanto na atualidade 
quanto no futuro, a médio e longo prazo.
 Conceitos de meio ambiente 26
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 26 14/09/2017 13:03:08
A Alemanha visa reduzir em 40% as emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, 
por meio de incentivos em combustíveis veiculares mais limpos e pela limitação do 
uso de carvão. Esse é um bom exemplo do desenvolvimento sustentável, pois precisa 
haver o incentivo fiscal (econômico) e a participação da sociedade, visando melhorar 
a qualidade do meio ambiente.
27Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 27 14/09/2017 13:03:09
BARSANO, P. R. BARBOSA, R. P. Segurança do trabalho: guia prático e didático. São 
Paulo: Erica, 2012.
BARSANO, P. R. BARBOSA, R. P. Meio ambiente: guia prático e didático. 2. ed. São Paulo: 
Erica, 2013.
BARSANO, P. R. BARBOSA, R. P. VIANA, V. J. Poluição ambiental e saúde pública. São 
Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Centro 
Gráfico, 1988.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. 
Manual de recuperação de áreas degradadas pela mineração. Brasília: IBAMA, 1990.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. 
Instrução Normativa IBAMA nº 04, de 13-04-2011. Brasília: IBAMA, 2011.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 29 jul. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e admi-
nistrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. Brasília: Presidência da República, 2000. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em: 29 jul. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2000. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9985.htm>. Acesso em: 29 jul. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Recuperação de Áreas Degradadas. Brasí-
lia: MMA, 2017. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/destaques/item/8705-
-recupera%C3%A7%C3%A3o-de-%C3%A1reas-degradadas>. Acesso em: 17 jul. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes 
gerais para a avaliação de impacto ambiental. Brasília: CONAMA, 1986. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 
29 jul. 2017.
PENSAMENTO VERDE. O que é auditoria ambiental e quais os diferentes tipos? [S.l.]: 
Pensamento Verde, 2014. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/
meio-ambiente/o-que-e-auditoria-ambiental-e-quais-os-diferentes-tipos/>. Acesso 
em: 29 jul. 2017.
PORTAL BRASIL. Legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas do mundo.Brasília: Portal Brasil, 2017. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-am-
biente/2010/10/legislacao>. Acesso em: 17 jul. 2017.
RODRIGUES, W. N. et al. Recuperação de área degradada. [S.l.: s.n., 2016?]. Disponível 
em: <http://phytotechnics.com/content/files/livro02-01.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2017.
TAVARES, S. R. L. Áreas degradadas: conceitos e caracterização do problema. In: 
TAVARES, S. R. L. Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da ciência do solo 
no contexto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias 
de recuperação. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2008.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de Engenharia de Computação e 
Sistemas Digitais. Pilares da sustentabilidade. São Paulo: USP, [2016?]. Disponível em: 
<http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/pilares-da-sustentabilidade/>. Acesso 
em: 10 jul. 2017.
28Conceitos de meio ambiente
U1_C01_Recuperação de áreas degradadas.indd 29 14/09/2017 13:03:10
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
Os impactos ambientais podem ser positivos ou negativos. Porém, os negativos estão em maior 
número, o uqe acaba colocando em risco o planeta Terra. É fundamental, quando for realizado 
uma determinada obra, analisar os impactos que está poderá ocasionar no meio ambiente.
Acompanhe no vídeo, de maneira geral, quais são os três tipos de impactos ambientais.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Entre as alternativas a seguir, qual apresenta o conceito correto sobre ecossistema? 
A) É o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e 
bioquimicamente), que se reproduzem de forma natural, originando descendentes férteis.
B) É o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem em uma mesma área em um 
determinado período.
C) É o lugar específico onde os indivíduos podem ser encontrados, isto é, o seu endereço.
D) É o papel que o organismo desempenha, isto é, a profissão do organismo.
E) É o conjunto de características bióticas e abióticas em um determinado local.
2) A poluição e a consequente contaminação do meio ambiente pelas distintas atividades 
promovem áreas degradadas e estas ações são consideradas crimes ambientais. 
Acerca deste assunto e de acordo com a Lei de Crimes Ambientais, marque a 
alternativa correta a respeito do impacto destas atividades no meio ambiente. 
A) Erosão.
B) Impacto ambiental.
C) Poluição ambiental.
D) Contaminação ambiental.
E) Degradação ambiental.
3) Das alternativas a seguir, qual está correta em relação à Lei de Crimes Ambientais? 
A) A Lei de Crimes Ambientais é regida pela Lei 6.938/1981.
B) É considerado crime contra a flora, somente quando houver fabricação, venda ou 
lançamento de balões em florestas.
C) É considerado crime contra a flora: destruir ou danificar a vegetação primária, ou seja, 
vegetação caracterizada como de máxima expressão local, com grande diversidade 
biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos.
D) É considerado crime contra a fauna qualquer tipo de criação de animais em cativeiro.
E) É considerado crime contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural construir em 
áreas de preservação ambiental sem autorização do órgão ambiental competente.
4) As atividades causadas pela ação antrópica vem afetando de forma negativa o meio 
ambiente, o que resulta em diferentes impactos ambientais. A respeito de impactos 
ambientais, assinale a alternativa correta. 
A) Os impactos ambientais ocorrem unicamente quando uma empresa/atividade não possui 
licenciamento ambiental. 
B) Impacto ambiental consiste em qualquer alteração das propriedades biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas ou naturais. 
C) Impacto ambiental consiste em qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante 
das atividades humanas. 
D) Impacto ambiental consiste em qualquer alteração socioeconômica, causada por qualquer 
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas. 
E) Toda e qualquer atividade humana, sem nenhuma exceção, acaba gerando algum impacto 
ambiental negativo. 
5) Em relação ao desenvolvimento sustentável, qual das alternativas está correta? 
A) O desenvolvimento sustentável é voltado, unicamente, aos países ou então às cidades 
muito grandes.
B) O desenvolvimento precisa, necessariamente, conciliar a harmonia entre os seres humanos, 
a economia e a natureza.
C) O desenvolvimento sustentável busca achar formas para que as gerações presentes 
consigam conciliar o crescimento de cidades com a preservação da natureza.
D) O homem ainda não encontrou maneiras eficazes de promover o desenvolvimento 
sustentável.
E) A sustentabilidade visa, de maneira geral, o equilíbrio entre ricos e pobres.
NA PRÁTICA
A Barragem de Fundão, que é pertencente a uma empresa de mineração, está localizada na 
cidade histórica de Mariana/MG e se rompeu em 05 de novembro de 2015, por volta das 16h, 
liberando mais de 62 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos de minério.
Considerada a maior tragédia ambiental do país, o episódio provocou devastação da vegetação 
nativa, poluição da bacia do Rio Doce e danos ambientais que se estenderam aos estados do 
Espírito Santo e da Bahia, provocando também a destruição dos distritos de Bento Rodrigues e 
de Paracatu, além de outras comunidades vizinhas. Destruiu centenas de imóveis, deixando 
milhares de pessoas desabrigadas, além de provocar a morte de dezenove pessoas.
A Mineradora foi notificada pelos órgãos ambientais competentes e terá que realizar a 
recuperação ambiental de toda a área atingida. Porém, não é uma tarefa fácil, além de levar 
bastante tempo.
Assista no vídeo a proporção do estrago ocorrido e algumas medidas de recuperação realizadas 
pela mineradora.
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O PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas) foi apresentado aos órgãos ambientais 
competentes, cerca de um ano após o acidente, ele continha cerca de 80 páginas, apresentando 
mapas e fotografias dos locais atingidos entre Minas Gerais e Espírito Santo.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Energia solar e sustentabilidade
E se em todos os telhados fossem instalados painéis que visam obter energia solar? Esta 
tecnologia que atualmente ainda é bastante cara, aos poucos vem se tornando uma realidade não 
apenas no Brasil, mas ao longo de todo o mundo. Estas fontes de energia são mais sustentáveis, 
pois não há necessidade de impactar o meio ambiente com a construção de usinas hidrelétrica, 
causando a inundação de vários hectares de terras. Confira no vídeo a seguir, como esta 
tecnologia pode contribuir na sustentabilidade do Planeta.
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Conceitos e processos de formação dos 
solos
APRESENTAÇÃO
Os solos são formados, basicamente, pelo intemperismo das rochas, sendo que existem alguns 
fatores que interferem neste processo, como o clima, o tempo, o relevo e a presença de 
organismos. Logo, existem diferentes tipos de solos, sendo que no Brasil eles são classificados 
segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS).
Para cada tipo de solo, existem diferenças na quantidade de minerais, na matéria orgânica, na 
porosidade, entre outros, sendo estes fatores fundamentais para o planejamento do seu uso 
adequado.
Solos mais porosos absorvem maior quantidade de água, diferentemente dos solos mais 
argilosos. Mas como se formam os solos? O processo de formação de solos ocorre por 
intermédio do intemperismo, ou seja, um fenômeno físico, químico e biológico que age sobre a 
rocha e conduzà formação de partículas não consolidadas.
De forma geral, estes fatores podem ser o próprio material de origem (a própria rocha), o clima 
(chuva, frio, calor, entre outros), o relevo, os microrganismos (como vegetais, minhocas, 
insetos, fungos, bactérias, entre outros) e o próprio tempo. Como ocorre a variação destes 
fatores, principalmente em relação aos diferentes tipos de rochas, tem-se diferentes tipos de 
solos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá o que é solo e como é sua formação, bem como os 
processos de formação e os diferentes tipos de solos, conteúdo essencial para o correto 
planejamento e execução de Programas de Recuperação de Áreas Degradadas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o conceito de solo.•
Reconhecer os principais fatores e processos relacionados à formação dos solos.•
Distinguir os principais tipos de solos quanto à sua origem.•
DESAFIO
Em relação aos solos, estes sofrem as consequências das mais diversas ações antrópicas. Estima-
se que, nos últimos 50 anos, a quantidade de terra agricultável per capita diminuiu cerca de 50% 
no mundo, sendo que 33% das terras têm alto ou médio grau de degradação.
Entre as fontes de degradação dos solos, pode-se citar a erosão, a salinização, a compactação, a 
impermeabilização e a poluição química, seja devido ao uso de defensivos agrícolas ou devido 
ao descarte de resíduos sólidos. Logo, os profissionais que irão atuar na área ambiental terão que 
enfrentar um enorme desafio, pois terão que conciliar o desenvolvimento com a preservação 
ambiental.
Você possui um escritório de licenciamento ambiental em sua cidade e foi procurado por um 
morador que está em dúvida, pois lhe foi oferecido duas áreas de terras, sendo uma composta 
por solo arenoso e a outra por solo argiloso e este pretende comprar apenas uma área de terras 
para realizar o plantio de soja.
Com base nestes critérios, qual a área mais indicada para o plantio de soja? Justifique sua 
resposta.
INFOGRÁFICO
O solo é definido como uma camada delgada de material não consolidado que cobre a superfície 
da crosta terrestre. Este é formado por diversas proporções, como, por exemplo, minerais e 
material orgânico, que estão em interação entre si e formam conjuntos de partículas designadas 
por agregados, existindo, entre eles, espaços vazios (poros) que são preenchidos por água e ar.
Existe uma relação íntima entre o solo e a vida na terra, sendo o elo de ligação entre a vida e o 
inanimado. A alteração química das rochas, a desagregação dos seus materiais constituintes, a 
transformação dos seus minerais e a libertação dos respectivos componentes químicos permite e 
favorece a formação de um solo.
A formação do solo (nome conhecido como pedogénese) é extremamente lenta, sendo 
frequentemente referidos valores médios de 0,1 a 1,0 mm de espessura por ano. Um solo fértil 
pode levar milhares de anos a se desenvolver, sendo a velocidade média de formação de 1 
centímetro a cada 100 a 400 anos, além de levar cerca de 3 a 12 mil anos para formar um solo 
com produtividade normal.
Para um determinado solo se formar, este depende de alguns fatores, os quais podem agilizar ou 
retardar este processo de formação. Veja no infográfico a seguir como ocorre esse processo de 
formação.
CONTEÚDO DO LIVRO
É fundamental saber como ocorre o processo de formação dos solos (pedogênese), pois este 
interfere nas diferentes características físicas, químicas e microbiológicas de um determinado 
solo. Essas características interferem diretamente na recuperação de solos degradados, pois 
podem apresentar maior ou menor grau de dificuldade, bem como custos econômicos.
Em relação à classificação dos solos, estes podem apresentar uma grande variedade. Para se ter 
uma ideia, apenas nos Estados Unidos e no Canada, existe cerca de 15 mil tipos distintos. No 
Brasil, A SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação dos solos) classifica os solos em 13 ordens 
distintas.
Para saber mais sobre o processo de formação dos solos, leia o capítulo Conceitos, formação e 
processos de formação dos solos, do livro Recuperação de áreas degradadas - base teórica 
desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura!
RECUPERAÇÃO 
DE ÁREAS 
DEGRADADAS
Ronei Tiago 
Stein
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
R294 Recuperação de áreas degradadas / Ronei Tiago Stein ... [et al.] 
 ; [revisão técnica: Vanessa de Souza Machado]. – Porto 
 Alegre : SAGAH, 2017.
 338 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-136-5
 1. Gestão ambiental. I. Stein, Ronei Tiago. 
CDU 504
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U N I D A D E 2 
Conceitos e processos 
de formação dos solos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identi� car o conceito de solo.
  Reconhecer os principais fatores e processos relacionados à formação 
dos solos.
  Distinguir os principais tipos de solos quanto à sua origem.
Introdução
Os solos são formados basicamente pelo intemperismo das rochas, sendo 
que existem alguns fatores que interferem neste processo, como o clima, 
o tempo, o relevo e a presença de organismos. Logo, existem diferentes 
tipos de solos, sendo que no Brasil, são classificados segundo o Sistema 
Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS).
Para cada tipo de solo, existem diferenças na quantidade de minerais, 
matéria orgânica, porosidade, entre outros, sendo estes fatores funda-
mentais no planejamento do seu uso adequado.
Neste texto, você verá o que é solo e como é sua formação, bem 
como os processos de formação do solo e os diferentes tipos de solos, 
conteúdo essencial para o correto planejamento e execução de Progra-
mas de Recuperação de Áreas Degradadas.
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Solos: conceitos
Existem diferentes defi nições de solos, sendo que, para a pedologia, o solo é 
defi nido como a camada viva que recobre a superfície da terra, em evolução 
permanente, por meio da alteração das rochas e de processos pedogenéticos 
comandados por agentes físicos, biológicos e químicos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e 
a Agricultura (FAO, do inglês Food and Agriculture Organization), o solo 
é conceituado como a área delineável da superfície sólida do globo, cujas 
características incluem todos os atributos da biosfera, verticalmente acima ou 
abaixo dessa superfície, incluindo aquelas da atmosfera, solo e a geologia, a 
hidrologia, a população vegetal e animal, o modelo de assentamento humano 
e os resultados das atividade humanas do passado e do presente.
Conforme a ABNT NBR 6502:1995, o solo é definido como um material 
proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou 
químicos. Já a FETAG (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) define 
o solo como um mineral não consolidado na superfície da terra que serve de 
ambiente natural para o desenvolvimento das plantas, influenciado por fatores 
genéticos e ambientais, como material de origem, topografia, clima e micror-
ganismos, que se encarregam de formar o solo no decorrer de certo tempo.
A unidade básica do solo é chamada de pedon (do grego, significa solo/
terra), a qual vai da superfície ao material de origem (rocha), de acordo com 
Santos e Zaroni (c2016). A face do pedon é chamada de perfil de solo, que, 
segundo Coelho et al. (2010?), con tém camadas aproximadamente paralelas à 
superfície do terreno, as quais são denominadas horizontes (Figura 1). O solo 
é composto por diferentes hori zontes (O, A, B e C), que podem variar quanto 
à cor, à espessura, ao tipo de estrutura, à textura, entre outras características.
Os horizontes do solo podem apresentar cor eespessura bastante variadas, ou mesmo 
estar ausentes em determinados solos. 
 Conceitos e processos de formação dos solos 50
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Figura 1. Exemplos do perfil do solo com seus diferentes horizontes.
Fonte: Designua/Shutterstock.com.
A descrição de cada camada é descrita de acordo com Coelho et al. (2010?):
  Horizonte O: é composto por matéria orgânica, devido à presença de 
vegetação e animais.
  Horizonte A: é o horizonte mais superficial do solo, sendo que ge-
ralmente apresenta coloração mais escura devido à presença de maté-
ria orgânica bastante decomposta, ocasionando colorações pretas ou 
amar ronzadas. 
  Horizonte B: localizado abaixo do horizonte A, geralmente de coloração 
amarelada ou avermelhada, cuja cor é mais in fluenciada pelas partí-
culas minerais do solo, uma vez que apresenta muito menos partículas 
orgânicas em relação ao horizonte A. Geralmente, o horizonte B tem 
maior quantidade de argila, bem como apresenta estrutura de tama nho 
maior em relação aos horizontes A e C.
51Conceitos e processos de formação dos solos
U1_C04_Recuperação de áreas degradadas.indd 51 15/09/2017 15:39:37
  Horizonte C: aparece abaixo do horizonte B e está mais próximo da 
rocha; por isso, geralmente apresenta fragmentos de rocha na sua massa. 
Sua coloração é bastante variada.
  Horizonte R: é composto pela rocha-mãe ou também conhecido como 
rocha matriz. 
Coelho et al. (2010?) descrevem que, em média, o solo da Região Amazônica 
apresenta horizonte A de aproximadamente 20 cm; horizonte B de dezenas de 
metros de profundidade; e o horizonte C e a rocha matriz geralmente estão 
a profundida des abaixo de 10 metros de profundidade, a partir da superfície 
do solo. 
Para cada tipo de solo, existem diferentes características, como a tonalidade, 
porosidade, permeabilidade e textura. A seguir, apresenta-se a descrição de 
cada uma dessas características, de acordo com Portal Brasil (2009).
  Tonalidade (cor, coloração): as diferenças de coloração dos solos 
devem-se às diferentes origens e ao conteúdo de decomposição da 
matéria orgânica (elementos vivos e não vivos compostos de carbono). 
Para facilitar o entendimento, quanto maior a quantidade de matéria 
orgânica presente em determinado solo, mais escuro este será. Logo, 
é possível identificar a fertilidade do solo por meio da sua coloração, e 
tons amarelados ou avermelhados (p. ex., a terra roxa) são indicativos 
da presença de óxido de ferro, sendo muito indicado para a agricultura.
Um solo considerado excelente para o crescimento vegetal, de acordo com Rosa, Fraceto 
e Moschini-Carlos (2012), caracteriza-se por apresentar: 50% de fase sólida (sendo 
45% de origem mineral e 5% de orgânica); 25% de fase líquida; e 25% de fase gasosa.
  Porosidade (poros): é de grande importância, pois controla o teor de 
umidade dos solos. A porosidade é representada pela relação entre 
líquidos, gases, massa do solo e as dimensões que compõem o solo. 
Dessa forma, a porosidade interfere na circulação da água no solo, 
sendo que quanto maior a quantidade de poros, maior a penetração da 
água – alcançando camadas mais profundas.
 Conceitos e processos de formação dos solos 52
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  Permeabilidade: está diretamente relacionada à porosidade, pois diz 
respeito à condição da água que circula pelo solo. 
  Textura: refere-se ao tamanho e à proporção das partículas que com-
põem o solo. Na ordem do menor para o maior diâmetro de partículas, 
o solo pode ser classificado em: argiloso, de silte (fragmentos de rocha 
ou partículas surgidas da destruição de outras rochas), arenoso ou de 
pedregulho (calcário).
A Figura 2 evidencia as diferentes características que compõem o solo.
Figura 2. Exemplo dos aspectos referentes às características de formação do solo.
Fonte: Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012, p. 68).
No solo, encontram-se microrganismos que variam de tamanho (entre 4 μm 
a 100 μm), e estes animais são denominados biota de solo ou microfauna de 
solo. Essa fauna é extremamente importante para o desenvolvimento do solo. 
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre esse aspecto, faça a leitura do 
texto: Fauna de solo: aspectos gerais e metodológicos. Esse artigo é da Embrapa 
Solos e esclarece muito sobre a importância dessa microfauna.
Fatores que interferem na formação dos solos
Em relação aos solos, Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012) ressaltam que 
esses devem ser interpretados e estudados levando em consideração todos os 
elementos presentes, pois todos atuam em conjunto nas diferentes funções 
que o solo desempenha. Lima, Lima e Melo (2007) apresentam os principais 
53Conceitos e processos de formação dos solos
U1_C04_Recuperação de áreas degradadas.indd 53 15/09/2017 15:39:38
fatores que interferem na formação dos solos, sendo estes: o clima, o material 
de origem, os organismos, o relevo e o tempo. A seguir, a descrição de cada 
um desses fatores. 
  Clima: exerce influência sobre a formação dos solos (intemperismo), 
principalmente devido às precipitações (chuvas) e à variação de tem-
peratura. Por exemplo, em regiões de clima quente e úmido, a ação 
dos intemperismos é mais intensa e rápida, pois temperaturas mais 
elevadas aceleram a velocidade das reações químicas (que provocam 
a decomposição das rochas). Em relação à umidade, esta reage com os 
minerais presentes nas rochas, produzindo ácidos, os quais provocam 
a corrosão das rochas.
  Material de origem: a rocha que dá origem ao solo é chamada de rocha 
matriz, ou seja, o material de origem é a matéria-prima a partir da qual 
os solos se desenvolvem, podendo ser de natureza mineral (rochas ou 
sedimentos) ou orgânica (resíduos vegetais). Dependendo do tipo de 
material de origem, os solos podem ser arenosos, argilosos, férteis ou 
pobres. Cabe ressaltar que uma mesma rocha pode originar solos muito 
diferentes, pois depende da variação dos demais fatores de formação.
  Relevo: o formato desigual do relevo favorece a distribuição irregular 
da água das chuvas, do calor e da luz. Dependendo do tipo de relevo 
(plano, inclinado ou abaciado), a água da chuva pode entrar no solo 
(infiltração), escoar pela superfície (ocasionando erosão) ou se acumular 
(formando banhados). 
  Presença de organismos: os organismos que vivem no solo (como 
vegetais, minhocas, insetos, fungos, bactérias, entre outros) exercem 
grande influência na formação dos solos, pois, além de seus corpos 
serem fonte de matéria orgânica, atuam também na transformação dos 
constituintes orgânicos e minerais. A vegetação exerce influência na 
formação do solo pelo fornecimento de matéria orgânica, na proteção 
contra a erosão pela ação das raízes fixadas no solo, assim como por meio 
das folhas, que evitam o impacto direto da chuva. Ao se decompor, a 
matéria orgânica libera ácidos que também participam na transformação 
dos constituintes minerais do solo.
  Tempo: para a formação do solo, é necessário determinado tempo 
para atuação dos processos que levam à sua formação. O tempo que 
um solo leva para se formar depende do tipo de rocha, do clima e do 
relevo. Solos desenvolvidos a partir de rochas mais fáceis de sofrer 
 Conceitos e processos de formação dos solos 54
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intempéries formam-se mais rapidamente, em comparação com aqueles 
cujo material de origem é uma rocha de difícil alteração.
Pedogênese: processo de formação dos solos
O intemperismo, também conhecido como meteorização, é o nome atribu-
ído ao processo de transformação e desgaste das rochas e dos solos. Essa 
transformação pode ocorrer por processos químicos (decomposição), físicos 
(desagregação) e biológicos. Sua dinâmica acontece por meio da ação dos 
chamados agentes exógenos ou externos de transformação de relevo, como a 
água, o vento, a temperatura e os próprios seres vivos.
No entanto,é importante não confundir intemperismo com erosão. O 
intemperismo é o processo de transformação físico-química das rochas. Já a 
erosão se refere ao desgaste e à fragmentação das rochas produzidos por algum 
agente externo, feitos principalmente pela água. Logo, os dois fenômenos 
ocorrem concomitantemente e estão diretamente relacionados, contribuindo 
para a transformação do relevo e das rochas e do meio ambiente como um todo.
Indiferentemente do tipo de rochas, estas sofrem desagregação e decom-
posição devido às intempéries, ou seja, às condições climáticas predominan-
tes em uma determinada região. Os fragmentos de rochas (sedimentos) são 
transportados (principalmente pela água) e depositados em outros locais, 
podendo, inclusive, se distanciarem da origem, podendo formar novas rochas 
com o passar dos séculos. 
O intemperismo é fundamental para a vida na terra, pois é a partir dele 
que se forma o regolito, ou seja, a camada solta de material heterogêneo e 
superficial que cobre uma rocha sólida. Essa camada solta inclui poeira, solo, 
rocha quebrada e outros materiais, os quais irão constituir o solo (material 
superficial em avançado estado de alteração e lixiviação) em conjunto com 
a matéria orgânica, fundamental para a vida humana de todos os seres vivos 
do planeta.
Diferentes tipos de intemperismo
Branco (2014) ressalta que a ação do intemperismo dá-se por meio de modi-
fi cações nas propriedades físicas e químicas dos minerais e rochas (as rochas 
têm maior interferência do intemperismo) e biológicas (com menor grau de 
interferência).
O intemperismo físico consiste basicamente na desagregação da rocha, com 
separação dos grãos minerais que a compõem e fragmentação da massa rochosa 
55Conceitos e processos de formação dos solos
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original. As variações de temperatura dilatam e contraem a rocha, gerando 
fissuras que, com o tempo, vão se alargando. Os minerais, por sua vez, têm 
diferentes coeficientes de dilatação e respondem de maneira diferente a essas 
variações térmicas, contribuindo para o fissuramento. Essas mudanças são 
particularmente acentuadas no ambiente desértico, onde os dias são quentes 
e as noites são frias.
As variações na umidade também provocam o mesmo efeito. Caso a água 
infiltrada em fraturas da rocha sofra congelamento, o intemperismo físico é 
mais acentuado. Fato explicado devido ao congelamento da água aumentar 
em 9% seu volume, exercendo grande pressão sobre as paredes da rocha. 
Quando a água que se infiltra em fraturas e fissuras contém sais dissol-
vidos, como cloretos, sulfatos e carbonatos, esses precipitam e provocam um 
aumento de volume. Consequentemente, ocorre a fragmentação, pois causa uma 
grande pressão sobre a rocha. Esse tipo de fragmentação é um dos principais 
problemas que afetam monumentos feitos com rocha. Indiferentemente da 
causa da fragmentação, esta facilita a penetração da água e o consequente 
intemperismo químico da rocha.
Em relação ao intemperismo químico, o principal agente é a água, que, 
absorvendo o CO2 da atmosfera, adquire características ácidas. Ao entrar 
em contato com a matéria orgânica do solo, a acidez aumenta, facilitando a 
dissolução de carbonatos e outras substâncias. O intemperismo químico atua 
por meio de reações de hidratação, dissolução, hidrólise, redução e oxidação. 
  Hidratação: ocorre a partir da entrada de moléculas de água na estrutura 
mineral, modificando-a e dando origem a um mineral diferente. Ocorre 
também em ambientes mais úmidos.
  Dissolução: ocorre quando a água provoca a solubilização completa 
de um mineral. Esse processo é mais comum em terrenos formados 
por rochas calcárias, que são mais suscetíveis à dissolução completa.
  Hidrólise: quando as rochas constituídas basicamente por silicatos 
entram em contato com a água, os silicatos sofrem hidrólise e, dessa 
reação, resulta uma solução alcalina.
  Redução: é o processo inverso à oxidação. O processo resulta em rochas 
e solos de coloração azulada, cinzenta ou esverdeada. 
  Oxidação: sua ocorrência é mais comum em ambientes úmidos. Sua 
manifestação ocorre quando há a coloração avermelhada e amarelada 
sobre as rochas e os solos, gerada pela ação das intempéries.
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O intemperismo biológico ocorre por meio da ação de bactérias que de-
compõem material orgânico. Incluem-se, nesse processo, as raízes das árvores, 
devido ao aumento da dilatação nas rochas (Figura 3).
Figura 3. Exemplo de intemperismo biológico, no qual as raízes das árvores ocasionam 
a dilatação das rochas.
Fonte: Keattikorn/Shutterstock.com.
Tipos de solos
De acordo com Santos e Daibert (2014), os solos podem ser divididos em dois 
grandes grupos: 
  Os transportados, também conhecidos como sedimentares;
  Os não transportados, também conhecidos como residuais.
Os solos sedimentares ou transportados, segundo Santos e Daibert (2014), 
sofrem o intemperismo em um determinado local e depois são transportados por 
agentes geológicos (como mar, rio, vento, gelo, gravidade, entre outros), sendo 
depositados em forma de sedimentos, em distâncias variadas. Na composição 
desse tipo de solo, há grande quantidade de matéria orgânica, sendo que não 
há uma ligação com a rocha original. Em geral, os solos sedimentares são 
depositados com menor consolidação que os residuais, apresentando maior 
heterogeneidade e profundidade variável, sendo menos resistentes e com maior 
57Conceitos e processos de formação dos solos
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permeabilidade. Como exemplos de solos transportados, pode-se citar: os 
solos de aluvião, solos orgânicos, solos coluviais e solos eólicos.
  Solos de aluvião: depósitos de sedimentos clássicos (areia, cascalho e/
ou lama). São transportados e arrastados pela água. Sua constituição 
depende da velocidade das águas no momento de deposição, sendo 
encontrado material mais grosseiro próximo às cabeceiras, enquanto 
o material mais fino (argila) é carregado a maiores distâncias. Esses 
solos apresentam baixa resistência, elevada compressibilidade e são 
suscetíveis à erosão. 
  Solos orgânicos: mistura do material transportado, com quantidades 
variáveis de matéria orgânica decomposta. Formados em áreas de topo-
grafia bem caracterizada (bacias e depressões continentais, nas baixadas 
marginais dos rios e litorâneas). Normalmente, são identificados pela 
cor escura, cheiro forte e granulometria fina. Esse tipo de solo tem alta 
compressibilidade e baixíssima resistência. Provavelmente, esse é pior 
tipo de solo para os propósitos do engenheiro geotécnico.
  Solos coluviais (ou depósito de tá lus): o transporte se deve exclusiva-
mente à gravidade, e o solo formado tem grande heterogeneidade. São 
de ocorrência localizada, geralmente ao pé de elevações e encostas, 
provenientes de antigos escorregamentos. Apresentam boa resistência, 
porém elevada permeabilidade. Colú vio é um material predominante-
mente fino, e tá lus é predominantemente grosseiro.
  Solos eólicos: são formados pela ação dos ventos, e os grãos dos solos 
têm forma arredondada. É o mais seletivo tipo de transporte de partículas 
de solo. Não são muito comuns no Brasil, destacando-se somente os 
depósitos ao longo do litoral.
Já o solo residual, de acordo com Santos e Daibert (2014), é resultado da 
decomposição da rocha matriz, e ele não é transportado, havendo preserva-
ção da estrutura da rocha matriz da qual se originou. O solo residual é mais 
homogêneo, mais resistente e mais impermeável. Para ocorrer a formação do 
solo residual, é necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja 
maior do que a velocidade de remoção por agentes externos. Regiões tropicais 
favorecem a degradação da rocha mais rapidamente. Diante desse contexto, 
sua ocorrência é mais comum no Brasil. Osolo residual pode apresentar 
diferentes classificações:
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  Solo residual maduro: é um solo mais homogêneo e não apresenta 
nenhuma relação com a rocha-mãe.
  Solo residual jovem: apresenta boa quantidade de material, e pode ser 
classificado como pedregulho (o qual apresenta diâmetro maior que 
4,8 mm). São bastante irregulares quanto à resistência, à coloração, à 
permeabilidade e à compressibilidade (a intensidade do processo de 
alteração não é igual em todos os pontos).
  Solo saprolí tico: guarda características da rocha e apresenta basi-
camente os mesmos minerais, porém sua resistência já se encontra 
bastante reduzida. Pode ser caracterizado como uma matriz de solo 
que envolve grandes pedaços de rocha altamente alterada. Apresenta 
pequena resistência ao manuseio.
  Solo de alteração de rocha: ainda preserva parte de sua estrutura e de 
seus minerais, porém com dureza inferior à da rocha matriz, em geral 
muito fraturada, permitindo grande fluxo de água nas descontinuidades.
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 
(SiBCS)
Conforme já mencionado, os solos são formados devido à decomposição das 
rochas. Como existem diferentes tipos de rochas (ígneas, magmáticas e sedi-
mentares) na crosta terrestre, logo, existem diferentes tipos de solos. Coelho et 
al. (2010?) comentam que existem diferentes sistemas de classifi cação de solos 
no mundo. Em território nacional, tem-se o Sistema Brasileiro de Classifi cação 
de Solos (SiBCS), publicado pela Embrapa (EMPRESA BRASILEIRA DE 
PESQUISA AGROPECUÁRIA, 1999), passando por algumas atualizações 
posteriormente. 
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A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfológicos, 
físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representam. Essa classificação inicia 
com a descrição morfológica do perfil e coleta de material de campo, que devem ser 
conduzidas conforme critérios estabelecidos em manuais, observando-se o máximo 
de zelo, paciência e critério na descrição do perfil e da paisagem que ele ocupa no 
ecossistema.
Para entender mais sobre os tipos de solos e sua classificação, leia o texto “Classificação 
de solos” (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 1999). 
Segundo o SiBCS, no Brasil, os solos são divididos em 13 ordens, sendo que Santos 
e Daibert (2014) apresentam algumas definições importantes: 
  Argissolos: ocupam o terço inferior das colinas e dos morros do cerrado. O acúmulo 
de argila reduz muito a permeabilidade dos argissolos. Isso, somado ao fato de o 
horizonte superficial muitas vezes ser arenoso, faz com que a grande limitação 
agrícola dos argissolos seja o risco de erosão. Por esse motivo, os argissolos devem, 
preferencialmente, ser utilizados com culturas perenes ou pastagens.
  Cambissolos: são pouco desenvolvidos, com pedogê nese pouco avançada e 
ausência ou quase ausência da estrutura da rocha.
  Chernossolos: são um dos solos mais ricos do Brasil, com presença de argilomi-
nerais e de um horizonte rico em matéria orgânica com alto conteúdo de cálcio e 
magnésio, sendo encontrados em maior escala na Bahia.
  Espodossolos: apresentam uma coloração variando de cinza até preto, compostos 
de alumínio com ou sem ferro em presença de húmus ácido.
  Gleissolos: desenvolvem-se em sedimentos recentes próximos a cursos d’água e 
em materiais colú vio-aluviais sob condições de hidromorfia, podendo formar-se 
também em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos e em 
materiais em depressões. Ocorrem sob vegetação higró fila ou higró fila herbácea, 
arbustiva ou arbórea.
  Latossolos: nesses solos, ocorre evolução muito avançada com expressiva 
latolizaç ã o (ferralitizaç ã o ou laterizaç ã o), intemperizaç ã o intensa dos minerais 
primários e secundários menos resistentes e concentração relativa de argilomi-
nerais resistentes e/ou óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, com inexpressiva 
mobilização ou migração de argila, ferró lise, gleizaç ã o ou plintitizaç ã o.
  Luvissolos: em geral, são medianamente profundos a rasos (60 a 120 cm).
  Neossolos: grupamento de solos pouco evoluídos. Solos em via de formação, ou 
pela reduzida atuação de processos pedogené ticos ou por características inerentes 
ao material de origem.
  Nitossolos: são solos minerais, não hidromó rficos, de cor vermelho-escura ten-
dendo a arroxeada. São derivados do intemperismo de rochas básicas e ultrabásicas, 
ricas em minerais ferromagnesianos. Na sua maioria, são estróficos, com ocorrência 
menos frequente de distró ficos e raramente á licos. Compreendem solos de grande 
importância agrícola.
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Os solos mais comuns do Brasil são os latossolos e argissolos, que ocupam aproxima-
damente 60% das terras brasileiras (COELHO et al., 2010?). 
  Organossolos: grupamento de solos orgânicos, pouco evoluídos, de coloração 
preta, cinzenta muito escura ou marrom e com elevados teores de carbono or-
gânico. São solos fortemente ácidos, com baixa saturação em bases. Predomínio 
de constituintes orgânicos em relação a inorgânicos. Ocorrem em ambientes de 
drenagem livre ou em condições de saturação com água, permanente ou periódica 
(mal drenados a muito mal drenados, ou úmidos de altitude elevada).
  Planossolos: ocorrem preferencialmente em áreas de relevo plano ou suave on-
dulado, sob condições ambientais e do próprio solo que favorecem vigência 
periódica anual de excesso de água, ainda que de curta duração, e até mesmo 
sob condições de clima semiárido. Podem ocorrer ainda em baixadas, várzeas e 
áreas de depressões.
  Plintossolos: solos minerais formados sob condições de restrição à percolação 
de água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, em geral imper-
feitamente ou mal drenados. Predominantemente, são solos fortemente ácidos, 
com saturação de bases baixa. Ocorrem em várzeas, áreas com relevo plano ou 
suavemente ondulado.
  Vertissolos: apresentam grande representatividade no ambiente semiárido do 
Nordeste brasileiro. Por suas características intrínsecas, destacadamente a presença 
de argilas expansivas, necessitam de um manejo especial. Por serem essencialmente 
argilosos, esses solos ainda apresentam produtividades razoáveis com irrigação 
superficial, exemplificada pela irrigação por sulcos.
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1. Analisando a figura em anexo, a 
qual representa os horizontes do 
solo, ou seja, as diferentes camadas 
em que o solo é dividido, qual das 
alternativas a seguir está correta em 
relação a camada A? 
a) Camada mineral constituída 
de quantidade reduzida de 
matéria orgânica, acúmulo de 
compostos de ferro e minerais 
resistentes, como o quartzo.
b) Camada mineral pouco ou 
parcialmente alterada.
c) É composto por matéria 
orgânica, devido a presença 
de vegetação e animais.
d) Constituído, basicamente, de 
rocha alterada e húmus, sendo a 
região onde se fixa a maior parte 
das raízes e vivem organismos 
decompositores e detritívoros.
e) Rocha não alterada que 
deu origem ao solo.
2. Sobre o intemperismo em rochas, 
assinale a alternativa correta. 
a) Só ocorre intemperismo 
em rochas sedimentares.
b) As raízes das árvores 
contribuem para o aumento 
do intemperismo por causa 
da dilatação das rochas.
c) O relevo é o principal 
agente responsável pela 
formação dos solos.
d) Quanto mais tempo uma rocha 
fica exposta às intempéries, 
mais resistente ela fica 
quanto ao intemperismo.
e) Relevos extremamente 
inclinados apresentam maior 
grau de intemperismo.
3. Em relação ao intemperismo 
químico das rochas, assinale 
a alternativa correta:
a) A oxidaçãoé mais comum 
em ambientes secos e frios.
b) A dissolução ocorre quando a 
água provoca a solubilização 
completa de um mineral.
c) O principal componente do 
intemperismo químico é o vento.
d) As bactérias decompõem 
material orgânico sobre as rochas.
e) As variações de temperatura 
dilatam e contraem a rocha, 
gerando fissuras que, com o 
tempo, vão se alargando.
4. Como é denominado o processo 
de formação dos solos?
a) Diagênese.
b) Mineralogia.
c) Intemperismo.
d) Metamorfismo.
e) Pedogênese.
5. Quando os solos se formam por 
rochas encontradas no mesmo local 
de sua formação, dá-se o nome de?
a) Solos eluviais.
b) Solos orgânicos.
c) Solos aluviais.
d) Solos coluviais.
e) Solos lacustres.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6502:1995. Rochas e Solos. 
Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
BRANCO, P. M. O intemperismo e a erosão. [S.l.]: CPRM, 2014. Disponível em: <http://www.
cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista/
Canal-Escola/O-Intemperismo-e-a-Erosao-1313.html>. Acesso em: 12 jul. 2017.
COELHO, M. R. et al. Solos: tipos, suas funções no ambiente, como se formam e sua 
relação com o crescimento das plantas. [S.l.: s.n., 2010?]. Disponível em: <https://
ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/94212/1/Ecossistema-cap3C.pdf. 
Acesso em: 28 jun. 2017.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Classificação de solos. [S.l.]: EM-
BRAPA, 1999. Disponível em: <https://www.embrapa.br/solos/sibcs/classificacao-de-
-solos>. Acesso em: 09 ago. 2017.
LIMA, V. C.; LIMA, M. R.; MELO, V. F. (Ed.). O solo no meio ambiente: abordagem para 
professores do ensino fundamental e médio e alunos de ensino médio. Curitiba: 
UFPR, 2007. Disponível em: <http://www.escola.agrarias.ufpr.br/arquivospdf/livro.
pdf>. Acesso em: 13 ago. 2017. 
PORTAL BRASIL. Cor, porosidade e textura determinam o tipo de uso dos solos. Brasília: 
Portal Brasil, [2009]. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2009/11/
cor-porosidade-e-textura-determinam-tipo-de-uso-dos-solos>. Acesso em: 02 ago. 
2017.
ROSA, A. H.; FRACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. 
Porto Alegre: Bookman, 2012.
SANTOS, H. G.; ZARONI, M. J. Perfil do solo. Brasília: AGEITEC, [2016?]. Disponível 
em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CON-
TAG01_5_2212200611537.html>. Acesso: 29 de junho de 2017.
SANTOS, P. R. C.; DAIBERT. J. D. Análise dos solos: formação, classificação e conservação 
do meio ambiente. São Paulo: Érica, 2014.
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Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O solo é definido como uma camada de material não consolidada (solta), assentada sobre 
rochas. Esse material é constituído de minerais e matéria orgânicas. Nos espaços deixados pelas 
partículas minerais e matéria orgânica, chamadas poros, ficam a água e o ar. A parte mineral é 
formada de argila, limo, areias e pedras. A matéria orgânica é formada por organismos vivos ou 
mortos e seus restos ou dejetos.
Desta forma, é de grande importância saber identificar as diferentes camadas dos solos, ou seja, 
conhecer o perfil do solo.
Veja o vídeo a seguir, como as camadas dos solos são encontradas.
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EXERCÍCIOS
Analisando a figura em anexo, a qual representa os horizontes do solo, ou seja, as 
diferentes camadas em que o solo é dividido, qual das alternativas a seguir está correta em 
relação a camada A? 
1) 
 
A) Camada mineral constituída pela quantidade reduzida de matéria orgânica, pelo acúmulo 
de compostos de ferro e pelos minerais resistentes, como o quartzo.
B) Camada mineral pouco ou parcialmente alterada.
C) É composto por matéria orgânica devido à presença de vegetação e de animais.
D) Constituído, basicamente, de rocha alterada e húmus, sendo a região onde se fixa a maior 
parte das raízes e vivem organismos decompositores e detritívoros.
E) Rocha não alterada que deu origem ao solo.
2) Sobre o intemperismo em rochas, assinale a alternativa correta.
A) Só ocorre intemperismo em rochas sedimentares.
B) As raízes das árvores contribuem para o aumento do intemperismo por causa da dilatação 
das rochas.
C) O relevo é o principal agente responsável pela formação dos solos.
D) Quanto mais tempo uma rocha fica exposta às intempéries, mais resistente ela fica quanto 
ao intemperismo.
E) Relevos extremamente inclinados apresentam maior grau de intemperismo.
3) Em relação ao intemperismo químico das rochas, assinale a alternativa correta:
A) A oxidação é mais comum em ambientes secos e frios.
B) A dissolução ocorre quando a água provoca a solubilização completa de um mineral.
C) O principal componente do intemperismo químico é o vento.
D) As bactérias decompõem material orgânico sobre as rochas.
E) As variações de temperatura dilatam e contraem a rocha, gerando fissuras que, com o 
tempo, vão se alargando.
4) Qual o nome dado ao processo de formação dos solos?
A) Diagênese.
B) Mineralogia.
C) Intemperismo.
D) Metamorfismo.
E) Pedogênese.
5) Quando os solos se formam por rochas encontradas no mesmo local de sua formação, 
dá-se o nome de?
A) Solos eluviais.
B) Solos orgânicos.
C) Solos aluviais.
D) Solos coluviais.
E) Solos lacustres.
NA PRÁTICA
A classificação dos solos é de grande importância, pois, dependendo do tipo de empreendimento 
que se pretende realizar em um determinado local, poderá haver uma contaminação em maior ou 
menor grau. Fato explicado devido aos solos apresentarem diferentes texturas e coloração.
Em um determinado município, necessita-se da construção de um aterro sanitário. Logo, é 
fundamental saber qual o tipo de solo presente no local, pois este interfere nas obras de 
terraplanagem, de sustentação e também no grau de infiltração.
Um geólogo foi chamado para analisar qual o tipo de solo presente no local, para isto ele 
descreve que os solos podem apresentar diferentes variações de acordo com:
• Cor: depende do material de origem e do conteúdo de matéria orgânica (elementos vivos e não 
vivos compostos de carbono). O solo é mais escuro, por exemplo, quanto maior for a quantidade 
de matéria orgânica. A cor indica se ele é fértil ou não. 
 
• Porosidade: refere-se à porção do espaço ocupada por líquidos e gases em relação à massa do 
solo, ou seja, diz respeito aos “vazios”. Essa característica resulta em maior ou menor circulação 
de água no solo. Se há mais poros, a penetração da água é maior e alcança camadas mais 
profundas, o que diminui a umidade do solo. 
 
• Textura: o tamanho e a proporção das partículas que compõem o solo.
Veja na imagem as características que o geólogo precisa atentar ao realizar a análise, qual o 
resultado da análise conforme sua avaliação do local e o quanto isso pode impactar na atividade 
que será realizada no local.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Conhecendo os solos. 
O solo vai se formando a partir do intemperismo nas rochas, o que pode levar milhares de 
anos. Com o passar do tempo, as rochas vão liberando os minerais, principalmente devido 
à presença de água e de temperaturas distintas, o que favorece o desenvolivento de plantas, 
pois, a medida que estas vão crescendo, ocorre a decomposição da matéria orgânica. 
Confira no vídeo a seguir como ocorre este processo.
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Variabilidade espacial dos atributos químicos do solo, associada ao microrelevo. 
A variabilidade dos atributos

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