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ZERO UM CONSULTORIA – Carreiras Policiais 
Professores Carlos Alfama e Paulo Igor 
Versão 2019 
1 
ZERO UM CONSULTORIA – WhatsApp (61) 99324-7504 
INQUÉRITO POLICIAL 
APOSTILA 1/3 
 
1. CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL 
 
O inquérito policial é um procedimento formal instaurado pe-
la autoridade policial para apurar a materialidade, a autoria e as 
circunstâncias de uma infração penal por meio da realização de 
um conjunto de diligências investigativas, a fim de que o titular 
da ação penal tenha informações suficientes para ingressar em 
juízo. 
 
2. PROCEDIMENTO PERSECUTÓRIO 
 
O inquérito policial é um PROCEDIMENTO PERSECUTÓRIO, 
pois se insere na primeira fase da persecução criminal. 
Mas o que é a persecução criminal? 
Persecução criminal (ou persecução penal) é o poder-dever 
do Estado de investigar um delito e processar criminalmente seu 
autor buscando alcançar do Estado-juiz o exercício do seu “jus 
puniendi” (direito de punir), ou seja, buscando a aplicação da 
sanção penal ao autor de uma infração penal. 
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Professores Carlos Alfama e Paulo Igor 
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Analisando com atenção o conceito acima, podemos perceber 
que a persecução criminal possui duas fases distintas: 
1ª Fase: É a investigação preliminar do fato criminoso. É an-
terior ao início do processo (fase pré-processual da persecu-
ção penal). Trata-se de fase sigilosa e inquisitória (sem contra-
ditório e ampla defesa), cuja finalidade é a colheita de elementos 
de informação que possam subsidiar a ação penal a ser proposta 
em juízo; e 
2ª Fase: É a ação penal em juízo. Temos aqui a fase proces-
sual da persecução criminal, momento em que se busca peran-
te o Estado-juiz a aplicação da sanção penal aos autores e partí-
cipes da infração penal com o respeito ao contraditório, à ampla 
defesa e ao devido processo legal. 
 
Atenção! 
O inquérito policial não é o único instrumento de inves-
tigação criminal no processo penal brasileiro. Existem outros, 
como, por exemplo, o procedimento investigatório criminal 
(PIC), instaurado pelo Ministério Público para apuração de deli-
tos. Não obstante, apesar de existirem outras formas de investi-
gação preliminar, normalmente essa primeira fase da persecução 
penal é realizada através do inquérito policial. 
 
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3. FUNÇÕES ESSENCIAIS DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
O inquérito policial é um procedimento preparatório: a 
primeira função do inquérito policial é a de preparar elementos 
que possam auxiliar na formação da convicção do titular da ação 
penal (opinio delicti) para que se seja ou não proposta a peça 
acusatória em juízo. 
Tanto é que o CPP determina que: 
O inquérito policial acompanhará a denúncia ou 
queixa, sempre que servir de base a uma ou ou-
tra (art. 12, CPP). 
Além disso, trata-se de procedimento preservador: o inqué-
rito policial também tem como função evitar um processo penal 
infundado, preservando a imagem do investigado de uma acusa-
ção leviana e evitando custos desnecessários ao erário. 
A investigação preliminar, apurando a prática do delito antes 
da propositura da ação penal, reduz a possibilidade de um ino-
cente vir a ser acusado erroneamente em juízo. Ademais, o sigilo 
das apurações preliminares evita a exposição midiática indevida 
do investigado. Nesse sentido, o CPP determina o sigilo do inqué-
rito policial: 
A autoridade assegurará no inquérito o sigilo 
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da sociedade (art. 20, CPP). 
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4. NATUREZA JURÍDICA DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
A natureza jurídica do inquérito policial é de PROCEDIMEN-
TO ADMINISTRATIVO. Assim, é importante notar que o inqué-
rito: 
• Não é processo. Isso porque não se estabelece, no inquérito 
policial, a relação processual (partes e juiz imparcial). Além 
disso, no inquérito policial ainda não há o exercício da pre-
tensão acusatória, em outras palavras, ninguém é acusado 
da prática de delitos no curso do inquérito policial, tanto é 
que o resultado das investigações não é a aplicação de uma 
sanção penal, mas, sim, um relatório das ações de investiga-
ção realizadas. 
• Não é judicial, pois não é conduzido por um juiz, mas sim 
por uma autoridade policial (o delegado de polícia). 
 
 Atenção! 
Inquérito policial judicialiforme: é o inquérito policial ins-
taurado e conduzida por um juiz. Atualmente, não há no 
nosso ordenamento jurídico hipótese de inquérito polici-
al judicialiforme. O instituto existia na antiga Lei de Falên-
cias (Decreto-Lei nº 7.661/1945), que foi revogada pela Lei nº 
11.101/2005. 
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5. DESTINATÁRIOS DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Os destinatários do inquérito policial se classificam em desti-
natários imediatos e destinatário mediato. 
5.1 Destinatários Imediatos 
Os destinatários imediatos são os titulares da ação penal, 
quais sejam: 
• O Ministério Público, titular exclusivo da ação penal pú-
blica (CF/1988, art. 129, I); e 
• O ofendido, titular da ação penal privada (CPP, art. 30). 
5.2 Destinatário Mediato 
O destinatário mediato do inquérito policial é o juiz, que se 
utilizará dos elementos de informação constantes do inquérito 
para decidir pelo recebimento ou pela rejeição da peça acusató-
ria, para auxiliar na formação de seu convencimento sobre o mé-
rito (desde que em conjunto com provas produzidas sob o crivo 
do contraditório judicial) e para decidir sobre a decretação de 
medidas cautelares. 
 
DESTINATÁRIOS IMEDIATOS DESTINATÁRIO MEDIATO 
Titulares da ação penal. O juiz. 
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6. VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
Analisar qual é o valor probatório do inquérito policial é iden-
tificar a possibilidade de o juiz fundamentar sua decisão com ba-
se nos elementos nele colhidos. 
Nesse ponto, é importante saber que o inquérito policial tem 
um VALOR PROBATÓRIO RELATIVO. 
Isso porque, isoladamente, os elementos informativos pro-
duzidos no inquérito policial não podem servir de fundamento 
para uma condenação. Equivale a dizer: o juiz não pode condenar 
alguém exclusivamente com base em elementos informativos 
produzidos na investigação. 
Todavia, em conjunto com provas produzidas em contra-
ditório judicial, os elementos produzidos no IP podem sim in-
fluenciar na formação da convicção do julgador (STF, HC nº 
83.348). 
 
 Cuidado! 
Em relação à sentença absolutória (decisão judicial que ab-
solve o réu), o juiz pode proferi-la somente com base nos 
elementos informativos do inquérito policial. 
 
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O inquérito policial é um procedimento destinado a produ-
zir “provas” sobre o crime? 
Para responder à pergunta acima é necessário saber que, no 
Direito Processual Penal, há uma distinção conceitual entre a 
terminologia “prova” e a terminologia “elemento informativo”. 
Essa distinção é expressa no art. 155 do Código de Processo 
Penal: 
O juiz formará sua convicção pela livre apreci-
ação da prova produzida em contraditório ju-
dicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas (art. 
155 do CPP). 
A leitura do dispositivo acima nos permiteconcluir que a di-
ferença entre as provas e os elementos de informação é a se-
guinte: 
PROVAS ELEMENTOS INFORMATIVOS 
Em regra, são informações 
sobre o crime produzidas na 
fase judicial. 
São informações sobre a ma-
terialidade e a autoria produ-
zidas na fase de investigação 
preliminar. 
 
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Ainda em relação a essa distinção, outras diferenças que po-
dem ser apontadas são as seguintes: 
PROVAS ELEMENTOS INFORMATIVOS 
Na produção das provas é 
assegurado o contraditório 
e a ampla defesa. 
Não é assegurado o contra-
ditório e a ampla defesa na 
produção de elementos in-
formativos. 
A finalidade das provas é 
formar a convicção do juiz 
da causa acerca do fato em 
julgamento. 
Os elementos informativos 
têm por finalidade auxiliar 
na formação da opinio de-
licti (opinião do MP acerca do 
fato investigado) e funda-
mentar a decretação de 
medidas cautelares. 
 
Assim, concluindo, podemos afirmar que no inquérito poli-
cial, pelo menos via de regra, não há colheita de provas, mas, 
sim, de elementos de informação (por essa razão diz-se que o IP é 
um procedimento informativo). 
Existem, no entanto, exceções a essa regra: as provas caute-
lares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas, que são 
informações sobre o crime produzidas na fase investigatória, mas 
que possuem natureza jurídica de “prova”. 
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As provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas an-
tecipadas serão detalhadamente estudadas na apostila referente 
às provas no Direito Processual Penal. 
 
7. IRREGULARIDADES EXISTENTES NO INQUÉRITO POLICIAL 
 
É recorrente em provas de concursos a questão sobre o efeito 
de eventuais irregularidades ou vícios que porventura ocorram 
no curso do inquérito policial. 
Em decorrência do caráter meramente informativo do inqué-
rito policial, o posicionamento pacificado dos tribunais superio-
res é no sentido de que os eventuais vícios ocorridos no in-
quérito policial não são hábeis a contaminar a ação penal. 
Em outras palavras, podemos dizer que os vícios ou irregula-
ridades ocorridas no inquérito policial não contaminam a ação 
penal dele oriunda. 
Exceções! 
Haverá a extensão de nulidade à eventual ação penal nos se-
guintes casos: 
i. Primeiro caso: Se houver violações de garantias cons-
titucionais e legais expressas e o órgão ministerial, na 
formação da opinio delicti, não conseguir afastar os 
elementos informativos maculados para persecução 
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penal em juízo. Exemplo: Situação em que todos os 
elementos informativos do inquérito policial derivaram 
de uma interceptação telefônica ilícita. 
ii. Segundo caso: Se o advogado nomeado pelo investi-
gado for impedido de assisti-lo em seu interrogatório 
policial. Esse vício ensejará nulidade absoluta do ato de 
interrogatório e dos atos dele derivados, nos termos da 
alteração promovida pela Lei nº 13.245/2016 no Esta-
tuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). 
 
8. INQUÉRITO POLICIAL X TERMO CIRCUNSTANCIADO 
 
O termo circunstanciado, previsto na Lei nº 9.099/1995 (Lei 
dos Juizados Especiais), é o método investigativo destinado a 
apurar as infrações penais de menor potencial ofensivo. 
O conceito de infração penal de menor potencial ofensivo é 
previsto no art. 61 da Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especi-
ais): 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de 
menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a 
que a lei comine pena máxima não superior a 2 
(dois) anos, cumulada ou não com multa. 
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Esquematizando o conceito de infração penal de menor po-
tencial ofensivo (art. 61 da Lei nº 9.099/95): 
INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
As contravenções penais (não importa a pena comina-
da). 
Os crimes com pena máxima em abstrato não superior a 
2 anos, cumulada ou não com multa. 
 
Exemplo é o crime de desacato (art. 331 do Código Penal): 
Desacato 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no 
exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou 
multa. 
As infrações de menor potencial ofensivo são investigadas por 
meio do termo circunstanciado por este ser um procedimento 
que garante maior celeridade nas apurações. 
Em verdade, o termo circunstanciado é um procedimento 
extremamente simples, muito semelhante a um boletim de 
ocorrência policial, em que se registram as informações básicas 
sobre o delito. 
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As diligências investigativas admitidas no termo circuns-
tanciado são: a oitiva dos envolvidos e, eventualmente, alguma 
perícia simples que seja necessária. Simplificando a diferença 
entre os institutos: 
TERMO CIRCUNSTANCIADO INQUÉRITO POLICIAL 
É previsto na Lei dos Juiza-
dos Especiais (Lei nº 
9.099/95). Não é previsto no 
CPP. 
É previsto no CPP (arts. 4º a 
23) 
Apura infrações de menor 
potencial ofensivo. 
Apura as demais infrações 
penais. 
Admite apenas o registro das 
declarações dos envolvidos e 
perícias simples. 
Admite todas as diligências 
investigativas não vedadas 
pelo ordenamento jurídico. 
 
Observações! 
i. O STJ entende que, nas infrações de menor potencial ofen-
sivo, a autoridade policial pode substituir o termo cir-
cunstanciado pelo inquérito policial quando a complexi-
dade ou as circunstâncias do caso assim recomendarem 
(STJ, HC nº 26.988/SP). 
 
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ii. No âmbito da violência doméstica e familiar contra a 
mulher, nenhuma infração penal pode ser classificada 
como de menor potencial ofensivo. Isso porque a Lei 
Maria da Penha (art. 41) afasta a aplicação da Lei nº 
9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais). Como consequên-
cia, nas infrações penais praticadas com violência domés-
tica ou familiar contra a mulher a investigação deve ser 
sempre feita por inquérito policial. Ou seja, nunca (fri-
so: em hipótese alguma!) se lavra termo circunstanciado 
no âmbito da Lei Maria da Penha. 
 
 
iii. Nos crimes de ação penal pública condicionada a repre-
sentação do ofendido que forem infração de menor poten-
cial ofensivo (por exemplo, o crime de ameaça do art. 147 
do Código Penal), o termo circunstanciado pode ser la-
vrado sem a manifestação de vontade da vítima, tendo em 
vista que, de acordo com o art. 74, parágrafo único, da Lei 
nº 9.099/1995, o momento para oferecimento da repre-
sentação no procedimento sumaríssimo dos Juizados Es-
peciais Criminais é o momento da audiência preliminar. 
 
 
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9. TITULARIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
A titularidade do inquérito policial é da autoridade policial 
no exercício de funções de polícia judiciária: 
 
Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas 
autoridades policiais no território de suas res-
pectivas circunscrições e terá por fim a apura-
ção das infrações penais e da sua autoria (Có-
digo de Processo Penal). 
 
 No que consiste a função de polícia judiciária? 
Didaticamente a doutrina separa as funções exercidas por ór-
gãos policiais em duas, quais sejam,a polícia administrativa e a 
polícia judiciária. 
 
POLÍCIA ADMINISTRA-
TIVA 
POLÍCIA JUDICIÁRIA 
É aquela destinada a preve-
nir a prática do crime. 
É aquela destinada a repri-
mir o crime já ocorrido. 
 
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Nessa função a polícia atua 
antes da ocorrência da infra-
ção penal. 
 
Nessa função a polícia atua 
após a ocorrência da infração 
penal. 
É exercida através da pre-
sença ostensiva dos agentes 
policiais. 
 
É exercida através da inves-
tigação criminal. 
 
Há doutrina (Denílson Feitosa e Renato Brasileiro, p. ex.) que 
entende que a investigação criminal seria realizada no âmbito da 
função de “polícia investigativa”, sendo que a polícia judiciária 
seria a função de cumprir ordens do Poder Judiciário. Não é o 
entendimento que deve ser levado para provas objetivas de con-
cursos públicos. 
 
9.1 Órgãos que exercem a função de polícia judiciária 
 
A Polícia Federal exerce, com exclusividade, as funções de 
polícia judiciária da União (art. 144, §1°, IV, CF/88). 
No âmbito dos estados-membros e do DF, as funções de Polí-
cia Judiciária são exercidas pelas Polícias Civis (art. 144, § 4°, 
CF/88). 
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Em relação aos crimes militares, as corporações militares 
exercem a função de polícia judiciária (Exército, Marinha e Ae-
ronáutica, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares), 
conforme previsão do Decreto-Lei nº 1.002/69 (CPPM). 
 
 A exclusividade constitucional da Polícia Federal no 
exercício das funções de polícia judiciária da União im-
pede a investigação pelo Ministério Público Federal? 
Não! A exclusividade da Polícia Federal no exercício de fun-
ções de polícia judiciária da União se refere apenas aos demais 
órgãos policiais, que não podem exercer a função de polícia judi-
ciária no âmbito da União. Não impede, todavia, a investigação 
criminal por outros órgãos da União, como, por exemplo, o Mi-
nistério Público Federal e as Forças Armadas (em caso de crimes 
militares). 
 
9.2 Titularidade do inquérito policial em razão da natu-
reza da infração penal 
 
Aqui estudaremos quais crimes são investigados por cada um 
dos órgãos que exercem funções de polícia judiciária. 
 
 
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I - Polícia Federal (art. 144, §1º, I, CF/88). 
Cabe à Polícia Federal investigar: 
• Infrações penais contra a ordem política e social; 
• Infrações penais em detrimento de bens, serviços e in-
teresses da União ou de suas entidades autárquicas e 
empresas públicas; 
• Infrações cuja prática tenha repercussão interesta-
dual ou internacional e exija repressão uniforme, 
segundo se dispuser em lei (a Lei nº 10.446/02 regu-
lamentou tal atribuição. Verifique se seu edital exige 
conhecimento dessa lei. Caso exija faça o estudo com-
pleto de seus dispositivos). 
• Crimes de competência da Justiça Eleitoral (TSE, HC 
439: Em município onde não houver PF a investigação 
pode ser realizada a investigação pela Polícia Civil). 
• O crime de terrorismo (art. 11, Lei nº 13.260/16). 
 Todo crime investigado pela Polícia Federal será julgado 
pela Justiça Federal? 
Não! A atuação investigativa da Polícia Federal em um crime 
não permite concluir que a competência para julgamento será da 
Justiça Federal. Há crimes investigados pela PF que são julgados 
pela Justiça Estadual. Exemplos: Tráfico Interestadual de Drogas, 
Roubo Interestadual de Cargas. 
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II - Polícias Civis 
Há uma atribuição investigativa residual. São investigadas 
pelas polícias civis as infrações penais que não sejam de atribui-
ção da Polícia Federal nem das corporações militares. 
 
III - Corporações Militares (Forças Armadas, polícias mi-
litares e corpos de bombeiros militares). 
Investigam os crimes militares. 
 
 
9.3 Titularidade do inquérito policial em razão do local do 
delito 
 
O Código de Processo Penal não prevê expressamente como 
determinar qual será a delegacia de polícia responsável pela ins-
tauração do inquérito policial. 
Aponta a doutrina que, por analogia, devem ser aplicadas as 
regras relacionadas à competência territorial criminal (art. 70 e 
71 do CPP). 
Assim, a definição da atribuição para instaurar e conduzir o 
inquérito policial é feita com base no local em que se consumou 
o delito, ainda que outro seja o local da prisão em flagrante do 
agente. No caso de crime tentado, a atribuição será da autoridade 
policial do lugar da prática do último ato executório. 
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Importante observar que a titularidade do inquérito policial 
não se confunde com a atribuição para lavratura do Auto de Pri-
são em Flagrante (APF): 
TITULARIDADE DO IP ATRIBUIÇÃO PARA LA-
VRATURA DO APF 
Autoridade policial do local 
do crime. 
Autoridade policial do local 
da prisão. 
 
9.4 Avocação/redistribuição de investigação criminal em 
andamento 
 
LEI Nº 12.830/13. Art. 2º, §4º. O inquérito po-
licial ou outro procedimento previsto em lei em 
curso somente poderá ser avocado ou redistri-
buído por superior hierárquico, mediante des-
pacho fundamentado, por motivo de interesse 
público ou nas hipóteses de inobservância dos 
procedimentos previstos em regulamento da 
corporação que prejudique a eficácia da inves-
tigação. 
Apesar de não ser correto falar em “princípio do delegado 
natural”, a avocação ou redistribuição de investigação criminal 
conduzida por delegado de polícia por superior hierárquico não 
pode ser feita de forma casuística. 
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De acordo com a Lei nº 12.830/13, a avocação e a redistri-
buição de inquéritos policiais somente podem ser feitas, medi-
ante despacho motivado, em duas situações específicas: quando 
houver motivo de interesse público ou diante de inobservância 
dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que 
prejudique a eficácia das apurações. 
 
9.5 Remoção do delegado de polícia 
 
LEI Nº 12.830/13. Art. 2º, § 5o A remoção do 
delegado de polícia dar-se-á somente por ato 
fundamentado. 
O delegado de polícia não goza da garantia da inamovibi-
lidade. No entanto, seu ato de remoção deve ser fundamentado 
de forma a permitir o controle de legalidade dessa decisão da 
administração pública. 
 
9.6 Realização de diligências em circunscrição distinta 
 
Em relação à realização de diligências, em regra a autoridade 
policial que precisar efetuar qualquer ato em outra circunscrição 
policial deve solicitar a diligência por carta precatória à autori-
dade responsável pelo local. 
 
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As exceções ficam por conta do Distrito Federal e das comar-
cas em que houver mais de uma circunscrição policial, em que a 
autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a 
que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de 
outra, independentemente de precatórias ou requisições (art. 22, 
CPP). 
 
9.7 Falta de atribuição do delegado de polícia 
 
Não obstante as disposições sobre a competência das autori-
dades policiais, entende-se que a falta de atribuição destas não 
invalida os seus atos, pois, não exercendoatividade jurisdicional, 
a polícia não se submete à competência jurisdicional em razão do 
lugar! (RT, 531/364, 542/315). 
 
 
9.8 Investigações criminais extrapoliciais 
 
Não obstante as regras estudadas quanto à titularidade do 
inquérito policial, a atribuição para apurar infrações penais não é 
exclusiva da Polícia Judiciária, já que, conforme preceitua o pa-
rágrafo único do art. 4º: 
 
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Art. 4º. Parágrafo Único. A competência defini-
da neste artigo não excluirá a de autoridades 
administrativas, a quem por lei seja cometida a 
mesma função. 
 
Veremos agora os casos em que a apuração de infrações pe-
nais não é feita por uma autoridade policial. 
 
I – Investigação de magistrados e membros do MP 
 
Exemplo de investigação criminal que não é realizada por ór-
gão policial é a investigação feita pelo Ministério Público e pelo 
Poder Judiciário em relação às infrações penais praticadas por 
seus membros. Eventual delito praticado por membro do MP 
ou por magistrado deve ser investigado pelo órgão a que 
pertence. 
Assim, quando, no curso das investigações, surgir indício da 
prática de infração penal por parte de membro da magistratura 
ou por parte de membro do MP, imediatamente os autos devem 
ser remetidos ao tribunal ou órgão ministerial a que pertencer. 
 
 
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II – Crimes ocorridos nas dependências da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal 
 
Também são exemplos de órgãos responsáveis pela apuração 
de infrações penais e de sua autoria, a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal, que têm atribuição de instaurar inquérito em 
caso de crime cometido nas suas dependências (Súmula 397, 
STF): 
“Súmula nº 397, STF: O poder de polícia da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em 
caso de crime cometido nas suas dependências, 
compreende, consoante o regimento, a prisão 
em flagrante do acusado e a realização do in-
quérito”. 
Nesse ponto, importante registrar a jurisprudência do Tribu-
nal Regional Federal da 1ª Região. 
De acordo com a Corte Especial do E. TRF1, no caso de crime 
contra bens, serviços e interesses da União, as polícias legis-
lativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal não 
tem atribuição para instaurar inquéritos, sob pena de usur-
pação das funções constitucionais da Polícia Federal, salvo 
no caso de infração que tenha relação direta com a atividade le-
gislativa. 
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Nesse sentido, decisão unânime da Corte Especial do TRF1 no 
Mandado de Segurança Criminal 
0005585-43.2015.4.01.0000/DF: 
 
“A investigação na espécie tem por objeto a 
apuração da suposta prática das condutas tipi-
ficadas nos arts. 90 e 96 da Lei n. 8.666/93 no 
bojo de procedimento licitatório realizado no 
âmbito da Administração do Senado Federal. 
Ou seja, cuida-se de infrações penais praticadas, 
em tese, em detrimento de bens, serviços e in-
teresses da União, sem relação com a atividade 
legislativa, o que atrai a aplicação do inc. I do § 
1º do art. 144 da CF, não havendo que se falar, 
assim, em ausência de atribuição da Polícia Fe-
deral. O inc. IV do § 1º do mencionado artigo 
dispõe expressamente que compete à Polícia 
Federal, com exclusividade, o exercício das 
funções de polícia judiciária da União, pelo que 
inafastável a conclusão no sentido de que 
eventual exceção a essa norma apenas pode ser 
admitida se prevista também na própria Cons-
tituição, situação inocorrente na hipótese em 
tela”. 
 
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Assim, consoante a exposta jurisprudência dos tribunais pá-
trios, podemos concluir que as polícias legislativas federais (da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal) apenas podem 
apurar infrações penais ocorridas em suas dependências que não 
sejam de interesse da União ou que tenham relação direta com a 
atividade legislativa. 
Exemplo: fraude em licitação do Senado Federal deve ser in-
vestigada pela Polícia Federal, pois há interesse do União (o que 
atrai a aplicação do art. 144, §1º, I, da CF). 
Exemplo 2: Furto de celular de servidor do Senado ocorrido 
nas dependências da Casa Legislativa pode ser investigado pela 
polícia legislativa. 
 
III – Investigação criminal pelo Ministério Público 
 
No dia 14 de maio de 2015, o Plenário do STF, no julgamento 
do RE 593727, recurso esse que teve reconhecida a repercus-
são geral, confirmou seu entendimento de que o Ministério Pú-
blico tem atribuição para promover, por autoridade própria 
e por prazo razoável, investigações de natureza penal. 
 
 
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Requisitos para investigação criminal pelo MP: 
• Devem ser respeitados os direitos e garantias funda-
mentais dos investigados. 
• A atuação do MP fica sob permanente controle jurisdi-
cional; 
• Devem ser respeitadas as hipóteses constitucionais de 
reserva de jurisdição; 
• Devem ser respeitadas as prerrogativas garantidas aos 
advogados. 
• EXCEPCIONALIDADE! A investigação criminal não é 
atividade ordinária do Ministério Público, somente 
podendo ser exercida em casos excepcionais, como nos 
casos de procrastinação da investigação pelos órgãos 
policiais, crimes de abuso de autoridade, crimes contra 
a Administração Pública e crimes praticados por poli-
ciais. 
Vale lembrar ainda a Súmula nº 234, STJ que prevê que “A 
participação de membro do MP na fase investigatória não acar-
reta o seu impedimento ou suspeição para oferecimento da de-
núncia”. 
Ademais, há de se registrar que a atribuição de investigação 
criminal não é expressamente outorgada ao Ministério Público 
pela Constituição Federal. 
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Por essa razão, o principal fundamento jurídico para a inves-
tigação pelo Ministério Público é a TEORIA DOS PODERES IM-
PLÍCITOS. 
Segundo aplicação dessa teoria ao caso em análise, a expressa 
outorga constitucional ao Ministério Público da atribuição para 
promover a ação penal pública (art. 129, I, CF) pressupõe que se 
reconheça, ainda que por implicitude, a titularidade de meios 
destinados colheita de informações sobre a infração penal, con-
ferindo-se, com isso, efetividade aos fins constitucionalmente 
reconhecidos órgão. 
Atenção! 
Apesar de o MP poder investigar crime, jamais pode presidir 
inquéritos policias. A investigação pelo MP é feita através de 
procedimento próprio, qual seja o PIC – Procedimento Investiga-
tório Criminal. 
 
IV – Investigação Criminal Defensiva 
Consiste no conjunto de atividades investigativas desenvolvi-
das pelo investigado/acusado, em qualquer fase da persecução 
penal, inclusive antes do início da ação penal, o qual poderá ser 
realizado com ou sem assistência de investigador particular, ob-
jetivando a colheita de elementos informativos que possam ser 
utilizados em benefício de sua defesa. 
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A investigação criminal defensiva tem fundamento no princí-
pio da paridade das armas (ou igualdade processual), deri-
vado de uma concepção moderna de contraditório (justo e equi-
librado), que garante iguais oportunidades às partes no processo 
penal. 
 
V– Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s) 
 
As Comissões Parlamentares de Inquérito, conforme o art. 58, 
§3º, da CF/88, são comissões temporárias (com prazo certo de 
duração), criadas pelo Senado Federal e pela Câmara dos Depu-
tados, em conjunto ou separadamente, por meio de requerimen-
to de, no mínimo, 1/3 de seus membros (171 Deputados e/ou 27 
Senadores), com o objetivo de apurar fatos determinados, pos-
suindo, para tanto, poderes de investigação próprios das autori-
dades judiciais, cujas conclusões devem ser encaminhadas ao 
membro do Ministério Público, para eventual promoção da res-
ponsabilização civil ou criminal de infratores, se for o caso. 
 
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ESTUDO DIRIGIDO 
1. O que é o inquérito policial? 
 
2. O que é a persecução penal? Quais são as suas fases? 
 
3. O inquérito policial é o único instrumento de investi-
gação de crimes que existe no Direito Processual Penal 
brasileiro? 
 
4. Quais são as funções essenciais do inquérito policial? 
 
5. Qual é a natureza jurídica do inquérito policial? 
 
6. O que é o inquérito judicialiforme? Existe hipótese em 
nosso ordenamento jurídico atual? 
 
7. Quais são os destinatários do inquérito policial? 
 
8. Qual é o valor probatório do inquérito policial? 
 
9. O juiz pode condenar alguém exclusivamente com ba-
se nos elementos informativos da investigação? 
 
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10. O juiz pode utilizar os elementos informativos 
da investigação para fundamentar uma condenação? 
 
11. O juiz pode absolver alguém se valendo unica-
mente dos elementos informativos do inquérito policial? 
 
12. É correto afirmar que o inquérito é um proce-
dimento destinado a produzir provas sobre o crime? 
 
13. Qual a diferença entre prova e elemento infor-
mativo da investigação? Essa diferença apenas doutriná-
ria ou é expressa no Código de Processo Penal? 
 
14. O que significa dizer que o inquérito policial é 
um “procedimento informativo”? 
 
15. Em regra, qual a consequência dos eventuais ví-
cios ocorridos no inquérito policial? 
 
16. Qual a consequência de a autoridade policial 
proibir que o advogado constituído pelo investigado 
preste assistência a ele em seu interrogatório policial? 
 
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17. O que é o Termo Circunstanciado de Ocorrên-
cia? É previsto no CPP? 
 
18. Quais são as infrações de menor potencial ofen-
sivo (IMPO)? 
 
19. Diante de uma IMPO, a autoridade policial deve 
instaurar inquérito policial? 
 
20. Em caso de uma contravenção penal praticada 
no contexto da violência doméstica e familiar contra a 
mulher, pode a autoridade policial lavrar termo cir-
cunstanciado? 
 
21. De quem é a titularidade do inquérito policial? 
 
22. Quais são os órgãos que exercem a função de 
polícia judiciária? 
 
23. A norma constitucional que atribui à polícia fe-
deral a exclusividade do exercício das funções de polícia 
judiciária no âmbito da União (art. 144, §1º, IV) impede a 
investigação criminal por outros órgãos federais? 
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24. Quais são os crimes investigados pela polícia 
federal? Quais são investigados pelas polícias civis? 
Quais são investigados pelas corporações militares? 
 
25. Definido qual o órgão vai investigar determi-
nado crime, como se define de qual delegacia é a titula-
ridade da investigação? Essa titularidade inicial pode ser 
objeto de avocação ou redistribuição? 
 
26. Como deve proceder uma autoridade policial 
que, no curso de uma investigação, desejar realizar uma 
ação investigativa na circunscrição de outra? 
 
27. A investigação criminal realizada por autorida-
de policial sem atribuição é inválida? 
 
28. A investigação criminal é exclusiva da polícia 
judiciária? 
 
29. Uma autoridade policial pode investigar um 
magistrado ou um membro de MP? 
 
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30. Qual a atribuição investigativa das “polícias” le-
gislativas? 
 
31. O Ministério Público pode investigar crimes? 
Quais os requisitos? 
 
32. O Ministério Público pode presidir inquérito 
policial? 
 
33. Qual a principal teoria que fundamenta a inves-
tigação criminal pelo MP? 
 
34. O que é a investigação criminal defensiva? 
 
35. As comissões parlamentares de inquérito po-
dem investigar crimes? Podem promover a responsabi-
lidade civil e criminal? 
 
 
 
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QUESTÕES ANTERIORES 
 
1. (Nucepe/Sejus-PI/Agente Penitenciário/2017) Marque a 
alternativa correta acerca do inquérito policial. 
a) Toda e qualquer infração penal é investigada através do 
inquérito policial. 
b) A natureza do inquérito policial é de jurisdição, própria do 
Poder Judiciário. 
c) Inquérito policial, ação processual penal e processo penal 
são sinônimos. 
d) A natureza do inquérito policial é administrativa. 
e) Caso ocorra alguma irregularidade no inquérito policial, o 
Ministério Público, mesmo diante das evidências e provas 
lícitas de que o acusado cometeu o crime, não poderá ofe-
recer a denúncia. 
2. (Nucepe/Sejus-PI/Agente Penitenciário/2017) O inquérito 
policial tem como finalidade, exceto, 
a) apurar a materialidade do crime. 
b) apurar a autoria do crime. 
c) colher elementos para informar o titular da ação penal. 
d) formar a convicção do juiz e fundamentar sua decisão, de 
forma exclusiva. 
e) subsidiar a decretação de medidas cautelares. 
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3. (Funiversa/PC-DF/Delegado de Polícia/2015) O inquérito 
policial, cuja natureza é cautelar, constitui uma das fases pro-
cessuais. 
4. (Cespe/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2009) 
O inquérito policial tem natureza judicial, visto que é um pro-
cedimento inquisitório conduzido pela polícia judiciária, com 
a finalidade de reunir elementos e informações necessárias à 
elucidação do crime. 
 
5. (Cespe/PC-TO/Delegado de Polícia/2008) O inquérito po-
licial, procedimento persecutório de caráter administrativo 
instaurado pela autoridade policial, tem como destinatário 
imediato o Ministério Público, titular único e exclusivo da 
ação penal. 
 
6. (PC-SP/PC-SP/Delegado de Polícia/2012) O inquérito poli-
cial e o termo circunstanciado são espécies de investigação 
criminal, disciplinadas no Código de Processo Penal, sendo 
que a única distinção existente entre elas recai sobre o objeto 
da apuração. 
7. QUESTÃO RETIRADA DA LISTA (por desatualização). 
 
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8. (Ceperj/PC-RJ/Delegado de Polícia/2009) Com relação aos 
crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher não 
é possível a elaboração de um simples termo circunstanciado, 
previsto na Lei nº 9.099/1995, com exceção do crime de 
ameaça em que a pena máxima cominada não ultrapassa 2 
(dois) anos. 
 
9. (MPDFT/MPDFT/Promotor de Justiça/2013) O Código de 
Processo Penal faz distinção entre provas e elementos infor-
mativos. 
10. (Cespe/Juiz de Direito/TJDFT/2014) No CPP, não há 
distinção entre prova e elemento informativoda investigação. 
 
11. (Cespe/DPF/Escrivão da Polícia Federal/2013) O 
valor probatório do inquérito policial, como regra, é conside-
rado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu 
por decisão fundamentada exclusivamente em elementos in-
formativos colhidos na investigação. 
12. (Fapems/PC-MS/Delegado de Polícia/2017) A possibi-
lidade de o juiz condenar ou não o réu com base nos elemen-
tos de informação contidos no inquérito policial, sem o crivo 
no contraditório na fase judicial, é tema de antiga discussão 
no processo penal brasileiro. Nesse contexto, assinale a alter-
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nativa correta. 
a) Apesar de o inquérito policial ser um procedimento admi-
nistrativo, os elementos informativos não necessitam ser 
corroborados em juízo, em virtude da oficialidade com que 
agem as autoridades policiais. 
b) No Tribunal do Júri, vigora o sistema do livre convenci-
mento motivado do julgador, por isso os jurados podem 
julgar com base em qualquer elemento de informação ex-
posto ou lido em plenário, sem fundamentar a sua decisão. 
c) A condenação do réu deve sempre ser fundamentada em 
provas colhidas com respeito ao direito do contraditório ju-
dicial, ainda que o magistrado utilize elementos informati-
vos na formação de seu convencimento. 
d) Os elementos de informações colhidos no inquérito polici-
al podem fundamentar sentença condenatória, quando não 
há prova judicial para sustentar a condenação, haja vista o 
princípio da verdade real. 
e) Com a reforma introduzida em 2008 no Código de Processo 
Penal, restou definido que o juiz não pode condenar o réu 
com base nos elementos informativos e provas não repetí-
veis colhidos na investigação. 
 
 
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13. (Cespe/DPE-MA/Defensor Público/2011) A recente 
jurisprudência do STJ, em homenagem ao princípio constitu-
cional do devido processo legal, firmou-se no sentido de que 
eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatória, 
mesmo diante da natureza inquisitiva do inquérito policial, 
contaminam a ação penal dele oriunda. 
14. (Cespe/TRF 1ª Região/Juiz/2011) Os vícios ocorridos 
no curso do inquérito policial, em regra, não repercutem na 
futura ação penal, ensejando, apenas, a nulidade da peça in-
formativa, salvo quando houver violações de garantias cons-
titucionais e legais expressas e nos casos em que o órgão mi-
nisterial, na formação da opinio delicti, não consiga afastar os 
elementos informativos maculados para persecução penal em 
juízo, ocorrendo, desse modo, a extensão da nulidade à even-
tual ação penal. 
 
15. (Funiversa/PC-DF/Delegado de Polícia/2015) Há, no 
ordenamento jurídico brasileiro, expressa previsão do inqué-
rito policial judicialiforme. 
 
16. (MPE-PR/MPE-PR/Promotor de Justiça/2012) 
Quando a Constituição da República, ao tratar das funções da 
Polícia Federal, utiliza a expressão “exercer com exclusividade 
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as funções de polícia judiciária da União” deve ser interpre-
tada no sentido de excluir das demais polícias (Civil, Militar 
etc.) a destinação de exercer as funções de Polícia Judiciária 
da União e não no sentido de afastar o Ministério Público da 
atividade investigativa em procedimento próprio. 
17. (Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012) O comércio 
ilegal de drogas envolvendo mais de um estado faz surgir o 
tráfico interestadual de entorpecentes, deslocando-se a com-
petência para apuração e atuação da Polícia Federal, todavia, 
a competência para processar e julgar o criminoso continua a 
ser da justiça estadual. 
18. (Cespe/Polícia Federal/Delegado de Polícia/2013) 
Uma quadrilha, em determinado lapso temporal, realizou, em 
larga escala, diversos roubos de cargas e valores transporta-
dos por empresas privadas em inúmeras operações interes-
taduais, o que ensejou a atuação da Polícia Federal na coor-
denação das investigações e a instauração do competente in-
quérito policial. Nessa situação hipotética, findo o procedi-
mento policial, os autos deverão ser remetidos à justiça esta-
dual, pois a atuação da Polícia Federal não transfere à Justiça 
Federal a competência para processar e julgar o crime. 
19. (Cespe/Polícia Federal/Delegado de Polícia/2013) 
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Uma quadrilha efetuou ilegalmente diversas transações ban-
cárias na modalidade de saques e transferências eletrônicas 
em contas de inúmeros clientes de determinada agência do 
Banco do Brasil. A instituição financeira ressarciu todos os 
clientes lesados e arcou integralmente com os prejuízos re-
sultantes das fraudes perpetradas pelo grupo. Nessa situação 
hipotética, cabe à Polícia Federal a instauração do inquérito 
policial, porquanto a ela compete, com exclusividade, a apu-
ração de crimes praticados contra bens e serviços da União. 
 
20. (Funiversa/Sesipe-DF/Agente de Atividades Peni-
tenciárias/2015) No Distrito Federal e nas comarcas em que 
houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com 
exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja 
procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, 
desde que mediante precatórias ou requisições. 
 
21. (Cespe/PC-MT/Delegado de Polícia/2017) O inquérito 
policial instaurado por delegado de polícia para investigar 
determinado crime 
a) não poderá ser avocado, nem mesmo por superior hierár-
quico. 
b) poderá ser avocado por superior hierárquico somente no 
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caso de não cumprimento de algum procedimento regula-
mentar da corporação. 
c) poderá ser redistribuído por superior hierárquico, devido a 
motivo de interesse público. 
d) poderá ser avocado por superior hierárquico, indepen-
dentemente de fundamentação em despacho. 
e) não poderá ser redistribuído, nem mesmo por superior hi-
erárquico. 
22. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) A redistri-
buição ou a avocação de procedimento de investigação crimi-
nal poderá ocorrer de forma casuística, desde que determi-
nada por superior hierárquico. 
23. (FMP/MPE-MA/Promotor de Justiça/2015) O inquérito 
policial somente poderá ser avocado ou redistribuído, medi-
ante decisão fundamentada de superior hierárquico, por mo-
tivo de interesse público ou por inobservância dos procedi-
mentos previstos em regulamento da corporação que preju-
dique a eficácia da investigação. 
24. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2015) O inquérito po-
licial em curso poderá ser avocado por superior por motivo de 
interesse público. 
 
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25. (Cespe/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014) 
Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar co-
nhecimento de um ilícito penal federal, instaure inquérito po-
licial para a apuração do fato e da autoria do ilícito e que, no 
curso do procedimento, o seu superior hierárquico, alegando 
motivo de interesse público, redistribua o inquérito a outro 
delegado. Nessa situação, o ato do superior hierárquico está 
em desacordo com a legislação, que veda expressamente a re-
distribuição de inquéritos policiais em curso. 
26. (Cespe/TJDFT/Juiz de Direito/2015) O superior hie-
rárquico do delegado pode determinar a redistribuição de 
inquérito policial por motivo de interesse públicoe mediante 
despacho fundamentado. 
 
27. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) A investigação 
de crimes é atividade exclusiva das polícias civil e federal. 
 
28. (Funiversa/PC-DF/Delegado de Polícia/2015) Segundo 
jurisprudência pacificada no STF, o poder de investigação do 
Ministério Público é amplo e irrestrito. 
 
29. (TRF 4ª Região/TRF 4ª Região/Juiz Federal/2016) O 
Ministério Público dispõe de competência para promover, por 
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autoridade própria e por prazo razoável, investigações de na-
tureza penal, desde que respeitados os direitos e as garantias 
que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob 
investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, 
as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, tam-
bém, as prerrogativas profissionais de que se acham investi-
dos, em nosso País, os advogados, sem prejuízo da possibili-
dade – sempre presente no Estado Democrático de Direito – 
do permanente controle jurisdicional dos atos, necessaria-
mente documentados, praticados pelos membros daquela ins-
tituição. 
30. (Cespe/TJCE/Analista Judiciário/2014) O MP, que é o 
dominus litis, pode determinar a abertura de IPs, requisitar 
esclarecimentos e diligências investigatórias, bem como as-
sumir a presidência do IP. 
31. (FMP/DPE-PA/Defensor Público/2015) De acordo com 
a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, 
entre as causas de impedimento que afetam o Ministério Pú-
blico, está o fato de que todo membro, ao atuar na presidência 
de investigação criminal realizada por aquela instituição, es-
tará impedido de oferecer a ação penal condenatória que de-
rivar dessa apuração. 
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32. (Cespe/TJDFT/Juiz de Direito/2015) Segundo inter-
pretação do STF, a participação de procurador da República 
na fase de investigação policial acarreta o seu impedimento 
para o subsequente oferecimento da denúncia. 
33. (FGV/MPE-RJ/Técnico do Ministério Público/2016) 
Chega notícia através da Ouvidoria do Ministério Público da 
prática de determinado crime e que possivelmente haveria 
omissão da Delegacia de Polícia na apuração. Em razão disso, 
o Promotor de Justiça instaura procedimento de investigação 
criminal no âmbito da própria Promotoria. Sobre o poder in-
vestigatório do Ministério Público, de acordo com a atual ju-
risprudência dos Tribunais Superiores, a conduta do promo-
tor foi: 
a) ilegal, pois o Ministério Público não tem poder para inves-
tigar diretamente e por meio próprio a prática de qualquer 
crime. 
b) legal, pois tem o Ministério Público poder de investigação 
direta, desde que haja omissão da Polícia Civil, ainda que 
não exista inquérito policial instaurado anteriormente. 
c) ilegal, pois o Ministério Público somente pode investigar 
diretamente se houver inquérito policial instaurado previ-
amente e confirmada a omissão da autoridade policial. 
d) legal, pois tem o Ministério Público poder de investigação 
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direta, respeitados os direitos constitucionais do investiga-
do, assim como eventual foro por prerrogativa de função. 
e) ilegal, somente cabendo ao Ministério Público exercer o 
controle da atividade policial. 
 
34. (Cespe/OAB/Exame de Ordem Unificado/2008) 
Quando, no curso das investigações, surgir indício da prática 
de infração penal por parte de membro da magistratura, após 
a conclusão do inquérito, a denúncia deve ser remetida ao 
tribunal ou órgão especial competente para o julgamento. 
35. (Cespe/OAB/Exame de Ordem Unificado/2008) As 
comissões parlamentares de inquérito têm poderes de inves-
tigação próprios das autoridades judiciais para a apuração de 
fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões 
encaminhadas à respectiva mesa do Senado ou da Câmara 
para promover a responsabilidade civil e criminal. 
36. (Cespe/OAB/Exame de Ordem Unificado/2008) O po-
der de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
em caso de crime cometido nas suas dependências, compre-
ende a prisão em flagrante do agente e a realização do inqué-
rito. 
 
 
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GABARITO 
1. d 
2. d 
3. E 
4. E 
5. E 
6. E 
7. Questão retirada da lista. 
8. E 
9. C 
10. E 
11. C 
12. c 
13. E 
14. C 
15. E 
16. C 
17. C 
18. C 
19. E 
20. E 
21. c 
22. E 
23. C 
24. C 
25. E 
26. C 
27. E 
28. E 
29. C 
30. E 
31. E 
32. E 
33. d 
34. E 
35. E 
36. C

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