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Revisão Teoria da Constituição

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Revisão Teoria da Constituição
Parte 1
Poder Constituinte originário e derivado ; Titularidade do poder
constituinte; Limites do poder reformador
● Recepção constitucional
As normas incompatíveis com a nova constituição são revogadas, não
recepcionadas e aquelas compatíveis continuariam produzindo efeitos. Assim,
quando falamos do poder constituinte devemos falar do fenômeno da recepção
constitucional: Manutenção da vigência das normas compatíveis com a nova
ordem constitucional; assegura segurança jurídica.
Poder constituinte
Originário ou de primeiro grau:
● Sabendo que a Constituição é a norma fundamental do ordenamento jurídico, é
necessário observar a fonte de sua supremacia, sendo ela decorrente de sua
origem.
● Capaz de criar norma constitucionais, organizando o Estado, delimitando seus
poderes e fixando-lhe competência e limite
● Poder essencialmente político (não jurídico) de elaborar, fundar , dar início a uma
nova ordem constitucional, rompendo com a anterior. Poder que institui todos
os outros e não é instituído por qualquer outro.
● Reside , de direito no povo, é o pensamento democrático e é expressa pela
Assembleia Constituinte
● Estaria fora da constituição
● Características:
Inicial: Nenhum poder acima dele; Inaugura uma nova ordem
Autônomo: Cabe ao titular decidir qual será a ideia de direito a ser
implantada
Incondicionada: Não se subordina a qualquer regra de forma ou fundo.
Derivado ou de segundo grau:
Revisão Teoria da Constituição
● Logra a partir do Poder constituinte originário. Está na constituição e assim,
conhece limitações expressas ou implícitas
● Tem por finalidade a reforma da obra constitucional (pelo Congresso Nacional)
ou a instituição de coletividades (Assembleia Legislativa)
● Características:
Derivado: Poder jurídico derivado pelo Poder originário; emana da
Constituição e é disciplinado por ela
Limitado: A Constituição prevê severas limitações temporais,
circunstanciais, materiais ou procedimentais explícitas ou implícitas
restringindo seu exercício
Condicionado: Só pode se manifestar de acordo com formalidade
previstas na Constituição; sujeito a um processo especial
Poder reformador:
● Aquele que tem a capacidade de modificar/reformar a Constituição Federal,
através de emendas constitucionais; Ao lado das emendas, à Constituição de 88
previu no art 3 do ADCT o procedimento de revisão- grande atualização, revisão
geral e global do texto
● Poder de alterar ou atualizar a Constituição, através de acréscimo, modificação
ou supressão de parte do texto. Se divide em :
Emenda: Alteração pontual do texto constitucional, cujo procedimento se
encontra na própria constituição, adotando, com rigor, formalidades
complexas, tornando a constituição rígida
Revisão: Alteração global do texto; excepcional e pré estabelecida (cinco
anos após a promulgação da constituição); não existe mais
Poder decorrente:
● Poder dos Estados membros em criar suas próprias constituições estaduais.
Além de estar sujeita a limitações do poder reformador, podem ser declaradas
inconstitucionais, já que devem estar em consonância com a Constituição de
1988. - Princípio da simetria
● É limitado, condicionado e derivado
Revisão Teoria da Constituição
● No Distrito Federal há o acúmulo das competências do Estado e dos municípios
(ente federativo híbrido). Assim, existe a lei orgânica, em parte exercício do poder
decorrente (parte Estado) e em parte não (parte município).
● Não é admitida possibilidade de poder decorrente dos municípios.
OBS: União e Republica federativa:
A República Federativa é o todo, o Estado Federal brasileiro, pessoa
jurídica de direito público internacional, integrada pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
A União é pessoa jurídica de direito público interno, entidade
federativa autônoma em relação aos Estados-membros, Municípios
e Distrito Federal, possuindo competências administrativas e
legislativas determinadas constitucionalmente.
Titularidade do poder constituinte
● Art 1, parágrafo único: Todo poder (constituinte) emana do povo, que o exerce
diretamente ou através de seus representantes.
● Titular x exercente do poder
No sistema representativo, distingue-se titular e exercente. O poder constituinte
é exercido pela entidade ou órgão que toma decisão de romper a ordem
preexistente e assume a inerente responsabilidade histórica de determinar o
novo conteúdo da constituição. Numa sociedade democrática o titular do poder
constituinte é o povo , titular absoluto, ainda que por intermédio de
representantes políticos.
Limites do Poder reformador
● Vai estabelecer o procedimento de alteração, de que forma a PEC vai ser
discutida ou deliberada. E quais seriam essas regras?
Limites materiais (conteúdo)
Revisão Teoria da Constituição
Cláusulas Pétreas: Matérias consideradas relevantes previstas explícita ou
implicitamente pelo texto originário. Impedem reformas tendentes a abolir ou
suprimir essas matérias, cujo conteúdo mínimo foi considerado imutável. Assim,
não são eternas, imodificáveis, mas não devem ser abolidas. Art 60, parágrafo 4. É
possível que sofra contenções. São elas:
1. Forma federativa de Estado: Caráter político e administrativo; não são
cláusulas pétreas o sistema e a forma de governo
2. Voto direto, secreto, universal e periódico
. Voto direto: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos
são eleitos diretamente pelo povo.
- Exceção: Escolhemos representantes que escolhem os eleitos (voto
indireto. Exemplo: O art. 81, § 1o , determina que, se ocorrer a
vacância simultânea da Presidência e da Vice-presidência da
República nos dois últimos anos do mandato, a eleição dos novos
titulares será realizada pelo Congresso Nacional.
. Secreto: Garantia de que apenas o votante saberá qual foi a candidatura
que escolheu naquele processo eleitoral
. Universal: Independe de qualquer diferenciação, critério econômico,
ético, de instrução formal
. Periódico: De tempos em tempos.
3. Separação dos poderes:
Separação das funções estatais. O poder executivo tem um longo
histórico de protagonismo. Diante da crise de legitimidade do executivo e
legislativo, vivenciamos nos dias atuais uma maior atuação do poder
judiciário (ativismo judicial)- democracia de déficit dos direitos
fundamentais
. O espírito das leis (Montesquieu): Estabelece as funções típicas e atípicas
dos poderes; necessidade de ter um conjunto de representantes para
atender as necessidades da sociedade; mudança dos direitos naturais para
fundamentais, relação de cidadão com o Estado, que vai apresentar uma
declaração escrita
Revisão Teoria da Constituição
4. Direitos e garantias individuais
Embora o legislador tenha consignado a expressão direitos e garantias
individuais, poderíamos substituir individuais para fundamentais
(divide-se em a) individuais e coletivos; b)sociais; c) relativos à
nacionalidade; d) políticos; e) dos partidos políticos ) - Não existe
hierarquia.
Limites formais ou procedimentais:
● Limitações que ora submetem as propostas de emenda a um processo legislativo
ora vedam matéria constante de emenda rejeitada ou havida por prejudicada a
uma nova proposta na mesma sessão legislativa.
a) Quanto ao envio:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
b) Quanto a discussão e deliberação da PEC
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional (duas vezes
na câmara duas vezes no senado), em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver,
em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Limites circunstanciais (períodos de instabilidade)
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, deestado de defesa ou de estado de sítio.
● Em tais períodos, o Congresso não pode fazer alterações na CF. São limitações
consubstanciadas em normas aplicáveis a situações excepcionais, de extrema
gravidade, nas quais a livre manifestação do poder derivado reformador possa
estar ameaçada.
Revisão Teoria da Constituição
. Intervenção federal
. Estado de defesa
. Estado de sítio
Limites temporais:
● Só existe o limite temporal pelo uso do poder reformador no caso de revisão. Art
3 do ADCT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.
● Não há esse tipo de limitações para emendas (apenas para revisão)
Mutação constitucional
● Ao contrário do processo de emenda e revisão, o processo da mutação
constitucional é não formal, por meio da tradição, costumes, interpretação
judicial e doutrinária.
● Não se muda o texto, altera o sentido, o significado e o alcance do texto
constitucional sem violar-lhe a letra e o espírito por necessidade do contexto.
● Destina-se a adaptar, atualizar e manter a Constituição em contínua interação
com a realidade social
● No Brasil, é representada por decisões do STF
Parte 2
Divisão e Sentidos da Constituição Federal de 1988
Divisão:
Preâmbulo
● É o texto introdutório da constituição, parte precedente, mas não tem a mesma
estrutura e eficácia das demais normas. Ele corresponde ao conjunto de valores e
objetivos que vão nortear a Carta Magna. A norma preâmbulo serve como
essência para interpretação das normas
● Alguns autores, como Norberto Bobbio, defendem que o ordenamento jurídico
deve ser sistemático (tem de haver hierarquia entre as normas), completo (não
podem haver lacunas e por isso, há métodos de integração) e, por fim, de ser
Revisão Teoria da Constituição
coerente (não deve haver conflitos entre as normas). É nesse último ponto que se
percebe a importância da norma preâmbulo, pois ela atua com método de
interpretação para a solução de possíveis conflitos que venham a ocorrer dentro
do ordenamento jurídico
● As constituições estaduais também podem ter preâmbulos, entretanto, então
subentendida a CF, podendo ser consideradas inconstitucionais
● Os preâmbulos não podem ser utilizados para fins de controle, pois a norma
preambular serve para fins de interpretação
Parte dogmática
● Trata-se do corpo da constituição, sendo formado por 250 artigos. Está dividido
em títulos com capítulos e seções. A constituição brasileiras contém 9 títulos,
com um a mais, que é o ADCT
● A constituição inicia-se tratando dos direitos e garantias fundamentais e da
organização do Estado e após isso, trata da organização dos poderes dando
ênfase ao poder legislativo
ADCT ( Ato das disposições constitucionais transitórias)
● São normas com objetivos e prazos determinados, com vigência pré-definida,
entretanto, pode ser prorrogada.
● O conjunto de regras que disciplina a transição entre as normas jurídicas
anteriores e as novas normas, que entraram em vigor com a Constituição, com o
intuito de não haver choque entre um ordenamento jurídico e outro
Sentidos da Constituição
Sentido sociológico
● Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os
fundamentos sociológicos das Constituições: os chamados fatores reais de
poder. A constituição é do dia a dia; representa as relações sociais, soma dos
fatores reais de poder
● Quanto maior a distância entre a constituição escrita e do dia a dia (real), mais
estaremos próximos da necessidade da construção de uma nova constituição
(fato social)
● O exercício do poder é o instrumento real e a constituição, o instrumento formal
● Não é pura forma de dever-ser, mas de "ser"; diferente da concepção jurídica que
estabelece que é ela quem determina e constrói a sociedade
Sentido político
Revisão Teoria da Constituição
● Decisão política fundamental: Carl Schmitt, por sua vez, em sua obra “Teoria da
Constituição”, afirma que a Constituição não representa apenas as relações
sociais do dia a dia, mas caberá ao poder legislativo (representantes do povo)
definir as opções políticas do Estado
● É a unidade política, ou seja, a nação que gera a Constituição e não o inverso
Quanto ao conteúdo, dividem-se em:
● Normas constitucionais materiais/ Constituição: No texto constitucional,
haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, por dizerem
respeito à estrutura do Estado, aos direitos e garantias fundamentais, ao regime
político, à organização dos Poderes etc.
● Normas constitucionais formais/ Leis Constitucionais: Por outro lado, haveria
normas que estão no texto constitucional, mas deveriam estar na legislação
infraconstitucional, já que não apresentariam essa relevância, tem objetivo de
dar maior estabilidade jurídica. - Leis constitucionais
Sentido jurídico
● Concebida por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”, defendeu a
constituição como fundamento de validade do ordenamento ,admitindo dois
planos: o plano lógico-jurídico e jurídico positivo. O plano lógico-jurídico afirma
que a Constituição seria a norma hipotética pressuposta fundamental do
ordenamento; já o plano jurídico positivo concebe como a norma positiva
suprema, no topo do ordenamento.
● Kelsen destacava que os juízes que integram os tribunais constitucionais,
exerciam o papel de legislador negativo - quando o supremo declara uma lei
inconstitucional, está exercendo o papel de revogador, sem revogá-la (não cabe
ao judiciário substituir as funções típicas do legislativo); pode exercer papel de
legislador aditivo, quando profere sentenças aditivas, diante de lacunas
● Kelsen considera a Constituição uma norma jurídica pura, puro dever-ser, sem
qualquer conotação sociológica, política ou jurídica. (deve-se afastar a ciência
jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica.
Sentido ideal
● Teoria formalizada por Bonavides: junção de todos os sentidos, visando o
respeito e eficácia da constituição, da força normativa, tentando inibir processo
reformador inconsequente, intolerável
Revisão Teoria da Constituição
Parte 3
Características das Constituições Brasileiras
Constituição de 1824
Contexto histórico
● Primeira Constituição da história brasileira e vigorou até a Proclamação da
República, em 1889
● D. Pedro I, rejeitando o anteprojeto de Constituição de 1823 (Constituição da
mandioca) outorga um novo projeto constitucional
● Estabeleceu no Brasil uma monarquia constitucional hereditária e representativa
e catolicismo como religião oficial
● Pontos chaves: Outorgada e existência de poder moderador
Direitos fundamentais
● O regime monárquico mesclava a adoção de uma lógica e de uma prática liberal e
autoritária. Havia grandes dificuldades para o avanço dos direitos fundamentais
● A Constituição de 1824 assegurou direitos civis e políticos, mormente aqueles
ligados à liberdade, igualdade, segurança individual e propriedade. Todavia, não
criou expressamente instrumentos adequados para a proteção desses direitos,
inclusive em relação a escravidão, tendo em vista que a Lei Aurea foi proclamada
apenas em 1888.
● A liberdade de culto não foi plenamente assegurada, pois a lei proibia a
existência de templos públicos não católicos.
Poderes constituídos
● Executivo: era exercido pelo Imperador, que deveria nomear os presidentes das
províncias.
● Legislativo: bicameral, formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Os
deputados eram eleitos por voto censitário, indireto e baseado na renda do
eleitor. Já os senadores eram indicados pelo imperador.
● Judiciário: os juízes eram nomeados pelo imperador, tinham cargos vitalícios,
mas poderiam ser suspensos por sentença do próprio imperador.
● Moderador: poder de uso exclusivo do imperador, que poderia intervir nos
demais poderes, dissolver assembleias legislativas, nomear juízes, bem como
editar e vetar leis.
Voto
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/presidentes-do-brasil.htmhttps://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/poder-moderador.htm
Revisão Teoria da Constituição
● O voto era censitário, aberto, indireto e restrito
- Indireto: dividido em duas fases: os eleitores que comprovassem determinada
renda anual teriam direito de escolher seus representantes, que, por fim,
elegeriam os deputados e senadores.
- Proibiu-se o voto aos analfabetos, que representavam mais de 80% da população,
e às mulheres, que constituíam aproximadamente 50% da população. Assim, o
exercício do sufrágio era garantido a apenas 1% da população.
Constituição de 1891
Contexto histórico
● Após o golpe político que instituiu a República no Brasil, em novembro de 1889, o
governo provisório formou, em 1990, a Assembleia Constituinte, que promulgou a
Constituição de 1891, inspirando-se na Constituição liberal dos Estados Unidos.
Iniciou-se o momento histórico conhecido como República Velha.
● Pontos chave: República presidencialista federalista
Direitos fundamentais
● A Constituição republicana de 1891 assegurou um rol exemplificativo de direitos
fundamentais.
● Pela primeira vez expressamente constitucionalizado, surgiu o habeas corpus,
em garantia da liberdade de locomoção, admitindo-se, inclusive, a modalidade
preventiva.
● Estado Laico
Poderes constituídos
● O Estado brasileiro passou a ser federalista, de forma que antigas províncias do
Brasil imperial foram transformadas em Estados-membros.
● O regime republicano de governo foi adotado no Brasil, em substituição ao
regime monárquico. Ademais, a nova Carta Magna inaugurou o presidencialismo
como sistema de governo.
● O Presidente da República era eleito diretamente pelo povo para mandato de
quatro anos.
● O Legislativo, exercido por um parlamento bicameral, composto pela Câmara dos
Deputados (mandato de três anos) e pelo Senado Federal (mandato de 9 anos).
● No Judiciário, o órgão máximo era o Supremo Tribunal Federal, a quem cabia o
papel de guardião da Constituição. Merece destaque o fato de terem sido criados
o Poder Judiciário Federal e o Poder Judiciário Estadual. Os magistrados
ganharam as garantias de vitaliciedade e de irredutibilidade de subsídio.
Revisão Teoria da Constituição
● Houve a extinção do Poder Moderador, de forma que o Estado brasileiro passou a
se organizar a partir da existência de três poderes independentes.
● Foi instituída a municipalização, apesar de os Municípios, de fato, não exercerem
autonomia. A primeira Constituição a assegurar verdadeiramente autonomia aos
municípios e a classificá-los como entes federativos foi a de 1988.
Voto
● Foi abolido o voto censitário, sendo garantido o direito de voto aos brasileiros
maiores de 21 anos, exceção feita aos analfabetos, mulheres, mendigos, soldados
e religiosos sujeitos à obediência eclesiástica.
● Ademais, o voto era aberto, ou seja, o eleitor deveria declarar publicamente o
candidato que receberia o seu voto.
Constituição de 1934
Contexto histórico
● Após o golpe político articulado por Getúlio Vargas em 1930, que deu fim à
República Velha e à chamada “política do café-com-leite”, militares depuseram o
presidente Washington Luís e instalou-se um Governo Provisório com
características autoritárias e ditatoriais.
● Em virtude das pressões realizadas por diferentes segmentos da sociedade,
realizou-se eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que promulgou a
nova Constituição brasileira em julho de 1934, com inspiração na Constituição
Alemã de Weimar.
● Pontos chave: Leis trabalhistas; Justiça eleitoral
Direitos fundamentais
● Introduziu-se pela primeira vez os direitos fundamentais de segunda geração:
direitos sociais, econômicos e culturais.
● Inaugurou-se também a proteção aos direitos trabalhistas, como salário mínimo,
jornada de trabalho não superior a oito horas diárias, proibição do trabalho de
menores de 14 anos, férias anuais remuneradas e indenização na demissão sem
justa causa.
● Leis trabalhistas; Justiça eleitoral e Direito à educação
Poderes constituídos
● No que tange à organização de Poderes, o Legislativo permanece bicameral, mas
com mitigação das atividades do Senado. A Câmara era composta por deputados
eleitos, segundo o sistema proporcional e por deputados classistas, profissionais
eleitos por suas respectivas categorias de trabalhadores.
Revisão Teoria da Constituição
● Pela primeira vez deu-se ao Senado a prerrogativa para, no controle difuso,
suspender a aplicação da lei declarada inconstitucional pela Corte Suprema.
● Foi criada a Justiça eleitoral.
Voto
● Pela primeira vez na história constitucional brasileira, foi previsto o voto secreto.
Assegurou-se às mulheres o direito de votar.
● Continuaram afastados do processo eleitoral os analfabetos, mendigos, militares
até o posto de sargento e pessoas judicialmente declaradas sem direitos
políticos.
Constituição de 1937
Contexto histórico
● Sob a alegação de que era urgente combater o perigo comunista, por meio de um
golpe, o governo Vargas decretou estado de guerra em setembro de 1937 e
novembro daquele ano foi fechado o Congresso Nacional.
● A partir daí, foi outorgada à nação uma nova Carta Magna, a Constituição
“Polaca”, inspirada na constituição fascista da Polônia. Começava a fase ditatorial
do governo Vargas (1937- 1945), conhecida pelo nome de Estado Novo, rompendo
com a tradição liberal imperial de 1824 e liberal republicana de 1891 e 1934.
● Pontos chave: Outorgada; Inspiração fascista; censura e protagonismo do
executivo; decreto lei e extinção de partidos
Direitos fundamentais
● Os direitos fundamentais ficaram sem qualquer garantia.
● Foram estabelecidas a censura prévia, pena de morte e a eliminação do direito de
greve.
● O mandado de segurança deixou de ter garantia constitucional, embora
continuasse a existir por previsão legal, era vedado contra os atos do Presidente
da República, Ministros de Estado, Governadores e Interventores.
Poderes constituídos
● O Presidente da República passou a ter amplos poderes, de forma a alçar a
condição de suprema autoridade estatal, usurpando a função legislativa por meio
de decretos-lei.
● Houve o fechamento do Poder Legislativo Federal, Estadual e Municipal.
● Quanto ao Judiciário, sua independência era só aparente, porque a Constituição
autorizava o Presidente da República a aposentar compulsoriamente todos os
agentes públicos, inclusive os magistrados.
Revisão Teoria da Constituição
● Foi criado um Tribunal de exceção, denominado “Tribunal de Segurança
Nacional”, com competência para processar e julgar os crimes contra o Estado e
a estrutura das instituições.
● O Supremo Tribunal Federal ainda existia, mas foram extintas a Justiça Federal e
a Justiça Eleitoral.
● Ademais, apesar de o Estado ainda ser federado, os Estados-membros perderam
parte de sua autonomia devido à centralização do poder
Voto
● No período, não foram realizadas eleições. Os partidos políticos foram
dissolvidos.
Constituição de 1946
Contexto histórico
● A derrota do bloco nazifascista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) criou um
clima favorável à disseminação de ideias de caráter liberal. Nessa toada, liberais
brasileiros de oposição a Vargas, aproveitaram-se desse contexto para combater
a ditadura do Estado Novo.
● Temerosos de que Getúlio impedisse a realização das eleições, tropas do exército
exigiram a renúncia de Vargas em outubro de 1945. Em dezembro do mesmo ano
foram realizadas eleições presidenciais, sendo eleitos também os parlamentares
que comporiam a Assembleia Constituinte. A nova Constituição foi promulgada,
em setembro de 1946, com caráter liberal e democrático.
● Pontos chave: Restaura o cargo de vice-presidente e do regime representativo;
mandato presidencial de 5 anos
Direitos fundamentais
● Os direitos fundamentais passaram a ter ampla proteção, especialmente no que
concerne à liberdade de consciência.
● Prisão perpétua e pena de morte foram abolidas, sendo esta última admitida
apenas no caso de guerra declarada.
● O direito de greve foi constitucionalizado e a legislação trabalhistade Vargas
preservada. Todavia, a Constituição de 1946 manteve o controle governamental
sobre o sindicato de trabalhadores.
Poderes constituídos
Revisão Teoria da Constituição
● A Carta de 1946 manteve o regime republicano de governo e a forma federativa
de Estado. Ademais, confirmou o presidencialismo como sistema de governo.
● Na prática, houve o retorno do princípio da separação e independência dos
poderes, abolido pela Polaca, em 1937.
● O mandato do Presidente passou a ser de cinco anos, vedada a reeleição.
● Câmara e Senado voltaram a ter uma atuação equilibrada. Os deputados
classistas instituídos pela Constituição de 1934 deixaram de existir.
● Os Juízes e Tribunais do Trabalho, que até então faziam parte do Poder
Executivo, passaram a fazer parte do Judiciário.
● A Justiça Eleitoral foi recriada.
● Criou-se o Tribunal Federal de Recursos, para atuar como segunda instância da
Justiça Federal.
● Foi devolvido ao Senado a prerrogativa de suspender a aplicação de lei declarada
inconstitucional pelo Judiciário, no controle difuso.
Voto
● O sufrágio passou a ser universal e o voto direto e secreto. Analfabetos e
militares classificados como soldados e cabos ainda não podiam exercer direitos
políticos.
● Os partidos políticos passaram a ter caráter nacional e conquistaram autonomia
para definição de sua estrutura interna e funcionamento. Foi garantido o
pluripartidarismo.
Constituição de 1967
Contexto histórico
● Após a deposição do presidente João Goulart pelo golpe militar, em 1º de abril de
1964, as forças armadas passaram a exercer o controle político do país,
inaugurando uma ditadura que se estenderia até março de 1985.
● Com a preocupação de tentar resguardar a face constitucional, inicialmente
foram feitas diversas emendas à Constituição democrática de 1946, bem como
instituídos os chamados Atos Institucionais, normas superiores, decretadas pelos
governos militares, que se sobrepunham até mesmo à Lei Maior.
● Por meio do Ato Institucional nº 4 (AI-4), de 7 de dezembro de 1966, o governo
adquiriu poderes para produzir uma nova Constituição, convocando uma
comissão especial de juristas com essa finalidade.
● O anteprojeto foi submetido à apreciação do Congresso Nacional, fato que faz
com que parte da doutrina classifique a Carta de 1967 como promulgada. Todavia,
tendo em vista que o documento não foi feito por representantes do povo e o
Revisão Teoria da Constituição
Legislativo não teve a liberdade para modificá-lo, vigora o entendimento
majoritário de que o Diploma de 1967 tenha sido outorgado.
● Pontos chave: Autoritarismo; Incorpora os AI; eleição indireta; censura
Direitos fundamentais
● Direitos e liberdades individuais sofrem absurdas restrições, especialmente no
que concerne à liberdade de manifestação do pensamento e à liberdade de
imprensa.
● O AI-5 conferiu poderes ao Presidente da República para confiscar bens dos que
tivessem enriquecido ilicitamente no exercício da função pública
Poderes constituídos
● Constituição de 1967, marcada pela forte concentração de poder no Executivo da
União, e o consequente enfraquecimento do Legislativo e do Judiciário.
● O Chefe do Executivo, escolhido por eleição indireta, por sufrágio do Colégio
Eleitoral (membros do Congresso Nacional e Delegados indicados pelas
Assembleias Legislativas estaduais), mediante votação nominal, governou por
decretos.
● Em 1968, foi baixado o Ato Institucional nº. 5 (AI-5) que, dentre outras coisas,
conferiu ao Presidente o poder de decretar, sem limites, a intervenção federal
nos Estados e decretar o recesso do Congresso Nacional, das assembleias
Legislativas e das Câmaras de Vereadores.
● Foram suspensas as garantias constitucionais e legais de vitaliciedade,
inamovibilidade e estabilidade dos magistrados. O AI-5 também excluiu da
apreciação do Judiciário todos os atos praticados em conformidade com os seus
ditames.
● O Congresso Nacional foi fechado em 13/12/1968, nos termos do Ato
Complementar Nº 38.
Voto
● Os direitos políticos poderiam ser suspensos por até dez anos.
Constituição de 1988
Contexto histórico
● Em janeiro de 1985, dada a pressão popular, foram eleitos por voto indireto do
Colégio Eleitoral Tancredo Neves e José Sarney, respectivamente, Presidente e
Vice-Presidente da República, dando fim ao período de ditadura militar no país.
● Em 16 de novembro de 1986 foram eleitos os deputados e senadores que se
encarregaram da elaboração da nova Constituição, promulgada em 05 de
outubro de 1988.
Revisão Teoria da Constituição
● Pontos chave: Eleições diretas; legalização dos partidos; fim da censura; voto
facultativo (16 anos e analfabetos)
Direitos fundamentais
● A Constituição Cidadã prima pela defesa da liberdade, da igualdade, da justiça, da
segurança e dos direitos fundamentais, ampliando o rol de direitos e garantias
fundamentais, dentre os quais merecem destaque a liberdade expressão e de
reunião, a inviolabilidade do lar e da vida privada dos indivíduos e a integridade
dos cidadãos.
● Foi inaugurado remédio constitucional habeas data, garantindo aos indivíduos o
conhecimento sobre dados existentes a seu respeito nos órgãos governamentais,
o que permitiu a consulta dos arquivos sobre presos políticos.
● O Mandado de Injunção foi instituído, para tornar aplicável norma constitucional
não regulamentada pelo legislador ordinário.
● Ademais, a Constituição de 1988 foi a primeira do Brasil a se preocupar com as
questões ambientais, de forma a obrigar o Estado a proteger a fauna e a flora e a
controlar a produção e o comércio de produtos tóxicos. A caça a animais
silvestres tornou-se crime inafiançável.
● Ela também possibilitou ao cidadão impetrar ação popular para combater atos
prejudiciais ao meio ambiente.
● O meio de ingresso ao serviço público passou a ser o concurso público.
Poderes constituídos
● A nova carta Constitucional restabeleceu o regime democrático, apresentando as
seguintes características:
● Forma de Governo: República.
● Forma de Estado: Federação. A novidade foi a elevação dos Municípios à
condição de entes federativos.
● Regime Político: Democracia semidireta, onde o povo elege representantes para
a tomada das decisões políticas do Estado, mas preserva formas de atuação
direta, tais como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular no processo
legislativo das normas.
● O sistema de freios e contrapesos foi restituído, estabelecendo-se a separação,
independência e harmonia entre Poderes.
Voto
● Foi estabelecido o Sufrágio Universal, com a novidade da garantia de direito ao
voto para analfabetos e menores entre 16 e 18 anos de idade.
Parte 4
Aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais
Revisão Teoria da Constituição
Eficácia
● Jurídica: É a capacidade da norma de gerar efeito jurídico no ordenamento.
Traduzem a lei fundamental do Estado; Não tem a certeza se vão ter efetividade
na sociedade ou não
● Social: Efetividade, concretização da norma na sociedade
Aplicabilidade
● Mediata:
- Não auto executável: Exigem uma norma posterior, específica para
produzir efeitos; Ex: Normas que norteiam o funcionamento dos poderes
● Imediata:
- Art 5, parágrafo 1� § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
- Autoexecutável: Norma que por si só já é autossuficiente; Não depende de
uma norma posterior para produzir efeitos. Prescindem (não precisam) de
norma posterior. Ex: Direito à vida, liberdade de expressão, saúde
Classificação de José Afonso da Silva
Eficácia
● Plena: Aquelas de aplicabilidade imediata, que sofrerão limitações por outras
normas constitucionais. Ex: Art 5 inciso IV - é livre a manifestação do
pensamento, sendo vedado o anonimato; O legislador exige que o autor venha a
se revelar através de um pseudônimo, apelido, etc.
● Contida ou contível: Aquelas também de aplicabilidade imediata, mas que
poderão sofrer limitações por normas infraconstitucionais. Ex: Art 5 XIII - é
livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificaçõesprofissionais que a lei estabelecer;
● Limitada
Aplicabilidade mediata. dependem de regramento posterior para produzir efeitos
- Organizativas:
● Possuem conteúdo organizatório e regulativo, indicando que uma
legislação futura deverá dar eficácia e aplicação efetiva ao
dispositivo.
● São de pouca eficácia, pois não trazem nenhuma sanção específica
caso as determinações ou indicações não “saiam do papel”
Revisão Teoria da Constituição
● Ex: Art 20, inciso 2 São bens da União:II - as terras devolutas
indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e
construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, definidas em lei;
- Programáticas:
● São aquelas em que o legislador não regula nem direta nem
indiretamente um interesse, mas indica princípios que o Estado
deve adotar como fim e objetivo.
● Veicula "programas"de caráter obrigatório, embora não indique
como, os meios a atingirem esses objetivos
● Ex: art. 6.º – direito à alimentação; 196 – direito à saúde; 205 –
direito à educação; 215 – cultura; 218, caput – ciência e tecnologia;
227 – proteção da criança

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