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Revisão Teoria da Constituição Parte 1 Poder Constituinte originário e derivado ; Titularidade do poder constituinte; Limites do poder reformador ● Recepção constitucional As normas incompatíveis com a nova constituição são revogadas, não recepcionadas e aquelas compatíveis continuariam produzindo efeitos. Assim, quando falamos do poder constituinte devemos falar do fenômeno da recepção constitucional: Manutenção da vigência das normas compatíveis com a nova ordem constitucional; assegura segurança jurídica. Poder constituinte Originário ou de primeiro grau: ● Sabendo que a Constituição é a norma fundamental do ordenamento jurídico, é necessário observar a fonte de sua supremacia, sendo ela decorrente de sua origem. ● Capaz de criar norma constitucionais, organizando o Estado, delimitando seus poderes e fixando-lhe competência e limite ● Poder essencialmente político (não jurídico) de elaborar, fundar , dar início a uma nova ordem constitucional, rompendo com a anterior. Poder que institui todos os outros e não é instituído por qualquer outro. ● Reside , de direito no povo, é o pensamento democrático e é expressa pela Assembleia Constituinte ● Estaria fora da constituição ● Características: Inicial: Nenhum poder acima dele; Inaugura uma nova ordem Autônomo: Cabe ao titular decidir qual será a ideia de direito a ser implantada Incondicionada: Não se subordina a qualquer regra de forma ou fundo. Derivado ou de segundo grau: Revisão Teoria da Constituição ● Logra a partir do Poder constituinte originário. Está na constituição e assim, conhece limitações expressas ou implícitas ● Tem por finalidade a reforma da obra constitucional (pelo Congresso Nacional) ou a instituição de coletividades (Assembleia Legislativa) ● Características: Derivado: Poder jurídico derivado pelo Poder originário; emana da Constituição e é disciplinado por ela Limitado: A Constituição prevê severas limitações temporais, circunstanciais, materiais ou procedimentais explícitas ou implícitas restringindo seu exercício Condicionado: Só pode se manifestar de acordo com formalidade previstas na Constituição; sujeito a um processo especial Poder reformador: ● Aquele que tem a capacidade de modificar/reformar a Constituição Federal, através de emendas constitucionais; Ao lado das emendas, à Constituição de 88 previu no art 3 do ADCT o procedimento de revisão- grande atualização, revisão geral e global do texto ● Poder de alterar ou atualizar a Constituição, através de acréscimo, modificação ou supressão de parte do texto. Se divide em : Emenda: Alteração pontual do texto constitucional, cujo procedimento se encontra na própria constituição, adotando, com rigor, formalidades complexas, tornando a constituição rígida Revisão: Alteração global do texto; excepcional e pré estabelecida (cinco anos após a promulgação da constituição); não existe mais Poder decorrente: ● Poder dos Estados membros em criar suas próprias constituições estaduais. Além de estar sujeita a limitações do poder reformador, podem ser declaradas inconstitucionais, já que devem estar em consonância com a Constituição de 1988. - Princípio da simetria ● É limitado, condicionado e derivado Revisão Teoria da Constituição ● No Distrito Federal há o acúmulo das competências do Estado e dos municípios (ente federativo híbrido). Assim, existe a lei orgânica, em parte exercício do poder decorrente (parte Estado) e em parte não (parte município). ● Não é admitida possibilidade de poder decorrente dos municípios. OBS: União e Republica federativa: A República Federativa é o todo, o Estado Federal brasileiro, pessoa jurídica de direito público internacional, integrada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A União é pessoa jurídica de direito público interno, entidade federativa autônoma em relação aos Estados-membros, Municípios e Distrito Federal, possuindo competências administrativas e legislativas determinadas constitucionalmente. Titularidade do poder constituinte ● Art 1, parágrafo único: Todo poder (constituinte) emana do povo, que o exerce diretamente ou através de seus representantes. ● Titular x exercente do poder No sistema representativo, distingue-se titular e exercente. O poder constituinte é exercido pela entidade ou órgão que toma decisão de romper a ordem preexistente e assume a inerente responsabilidade histórica de determinar o novo conteúdo da constituição. Numa sociedade democrática o titular do poder constituinte é o povo , titular absoluto, ainda que por intermédio de representantes políticos. Limites do Poder reformador ● Vai estabelecer o procedimento de alteração, de que forma a PEC vai ser discutida ou deliberada. E quais seriam essas regras? Limites materiais (conteúdo) Revisão Teoria da Constituição Cláusulas Pétreas: Matérias consideradas relevantes previstas explícita ou implicitamente pelo texto originário. Impedem reformas tendentes a abolir ou suprimir essas matérias, cujo conteúdo mínimo foi considerado imutável. Assim, não são eternas, imodificáveis, mas não devem ser abolidas. Art 60, parágrafo 4. É possível que sofra contenções. São elas: 1. Forma federativa de Estado: Caráter político e administrativo; não são cláusulas pétreas o sistema e a forma de governo 2. Voto direto, secreto, universal e periódico . Voto direto: É aquela em que os candidatos a exercer mandatos políticos são eleitos diretamente pelo povo. - Exceção: Escolhemos representantes que escolhem os eleitos (voto indireto. Exemplo: O art. 81, § 1o , determina que, se ocorrer a vacância simultânea da Presidência e da Vice-presidência da República nos dois últimos anos do mandato, a eleição dos novos titulares será realizada pelo Congresso Nacional. . Secreto: Garantia de que apenas o votante saberá qual foi a candidatura que escolheu naquele processo eleitoral . Universal: Independe de qualquer diferenciação, critério econômico, ético, de instrução formal . Periódico: De tempos em tempos. 3. Separação dos poderes: Separação das funções estatais. O poder executivo tem um longo histórico de protagonismo. Diante da crise de legitimidade do executivo e legislativo, vivenciamos nos dias atuais uma maior atuação do poder judiciário (ativismo judicial)- democracia de déficit dos direitos fundamentais . O espírito das leis (Montesquieu): Estabelece as funções típicas e atípicas dos poderes; necessidade de ter um conjunto de representantes para atender as necessidades da sociedade; mudança dos direitos naturais para fundamentais, relação de cidadão com o Estado, que vai apresentar uma declaração escrita Revisão Teoria da Constituição 4. Direitos e garantias individuais Embora o legislador tenha consignado a expressão direitos e garantias individuais, poderíamos substituir individuais para fundamentais (divide-se em a) individuais e coletivos; b)sociais; c) relativos à nacionalidade; d) políticos; e) dos partidos políticos ) - Não existe hierarquia. Limites formais ou procedimentais: ● Limitações que ora submetem as propostas de emenda a um processo legislativo ora vedam matéria constante de emenda rejeitada ou havida por prejudicada a uma nova proposta na mesma sessão legislativa. a) Quanto ao envio: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. b) Quanto a discussão e deliberação da PEC § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional (duas vezes na câmara duas vezes no senado), em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Limites circunstanciais (períodos de instabilidade) § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, deestado de defesa ou de estado de sítio. ● Em tais períodos, o Congresso não pode fazer alterações na CF. São limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do poder derivado reformador possa estar ameaçada. Revisão Teoria da Constituição . Intervenção federal . Estado de defesa . Estado de sítio Limites temporais: ● Só existe o limite temporal pelo uso do poder reformador no caso de revisão. Art 3 do ADCT: A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. ● Não há esse tipo de limitações para emendas (apenas para revisão) Mutação constitucional ● Ao contrário do processo de emenda e revisão, o processo da mutação constitucional é não formal, por meio da tradição, costumes, interpretação judicial e doutrinária. ● Não se muda o texto, altera o sentido, o significado e o alcance do texto constitucional sem violar-lhe a letra e o espírito por necessidade do contexto. ● Destina-se a adaptar, atualizar e manter a Constituição em contínua interação com a realidade social ● No Brasil, é representada por decisões do STF Parte 2 Divisão e Sentidos da Constituição Federal de 1988 Divisão: Preâmbulo ● É o texto introdutório da constituição, parte precedente, mas não tem a mesma estrutura e eficácia das demais normas. Ele corresponde ao conjunto de valores e objetivos que vão nortear a Carta Magna. A norma preâmbulo serve como essência para interpretação das normas ● Alguns autores, como Norberto Bobbio, defendem que o ordenamento jurídico deve ser sistemático (tem de haver hierarquia entre as normas), completo (não podem haver lacunas e por isso, há métodos de integração) e, por fim, de ser Revisão Teoria da Constituição coerente (não deve haver conflitos entre as normas). É nesse último ponto que se percebe a importância da norma preâmbulo, pois ela atua com método de interpretação para a solução de possíveis conflitos que venham a ocorrer dentro do ordenamento jurídico ● As constituições estaduais também podem ter preâmbulos, entretanto, então subentendida a CF, podendo ser consideradas inconstitucionais ● Os preâmbulos não podem ser utilizados para fins de controle, pois a norma preambular serve para fins de interpretação Parte dogmática ● Trata-se do corpo da constituição, sendo formado por 250 artigos. Está dividido em títulos com capítulos e seções. A constituição brasileiras contém 9 títulos, com um a mais, que é o ADCT ● A constituição inicia-se tratando dos direitos e garantias fundamentais e da organização do Estado e após isso, trata da organização dos poderes dando ênfase ao poder legislativo ADCT ( Ato das disposições constitucionais transitórias) ● São normas com objetivos e prazos determinados, com vigência pré-definida, entretanto, pode ser prorrogada. ● O conjunto de regras que disciplina a transição entre as normas jurídicas anteriores e as novas normas, que entraram em vigor com a Constituição, com o intuito de não haver choque entre um ordenamento jurídico e outro Sentidos da Constituição Sentido sociológico ● Ferdinand Lassalle, em sua obra “A Essência da Constituição”, revelou os fundamentos sociológicos das Constituições: os chamados fatores reais de poder. A constituição é do dia a dia; representa as relações sociais, soma dos fatores reais de poder ● Quanto maior a distância entre a constituição escrita e do dia a dia (real), mais estaremos próximos da necessidade da construção de uma nova constituição (fato social) ● O exercício do poder é o instrumento real e a constituição, o instrumento formal ● Não é pura forma de dever-ser, mas de "ser"; diferente da concepção jurídica que estabelece que é ela quem determina e constrói a sociedade Sentido político Revisão Teoria da Constituição ● Decisão política fundamental: Carl Schmitt, por sua vez, em sua obra “Teoria da Constituição”, afirma que a Constituição não representa apenas as relações sociais do dia a dia, mas caberá ao poder legislativo (representantes do povo) definir as opções políticas do Estado ● É a unidade política, ou seja, a nação que gera a Constituição e não o inverso Quanto ao conteúdo, dividem-se em: ● Normas constitucionais materiais/ Constituição: No texto constitucional, haveria normas que se destacariam pela enorme relevância política, por dizerem respeito à estrutura do Estado, aos direitos e garantias fundamentais, ao regime político, à organização dos Poderes etc. ● Normas constitucionais formais/ Leis Constitucionais: Por outro lado, haveria normas que estão no texto constitucional, mas deveriam estar na legislação infraconstitucional, já que não apresentariam essa relevância, tem objetivo de dar maior estabilidade jurídica. - Leis constitucionais Sentido jurídico ● Concebida por Hans Kelsen em sua obra “A Teoria Pura do Direito”, defendeu a constituição como fundamento de validade do ordenamento ,admitindo dois planos: o plano lógico-jurídico e jurídico positivo. O plano lógico-jurídico afirma que a Constituição seria a norma hipotética pressuposta fundamental do ordenamento; já o plano jurídico positivo concebe como a norma positiva suprema, no topo do ordenamento. ● Kelsen destacava que os juízes que integram os tribunais constitucionais, exerciam o papel de legislador negativo - quando o supremo declara uma lei inconstitucional, está exercendo o papel de revogador, sem revogá-la (não cabe ao judiciário substituir as funções típicas do legislativo); pode exercer papel de legislador aditivo, quando profere sentenças aditivas, diante de lacunas ● Kelsen considera a Constituição uma norma jurídica pura, puro dever-ser, sem qualquer conotação sociológica, política ou jurídica. (deve-se afastar a ciência jurídica de todo juízo de ordem moral, política, social ou filosófica. Sentido ideal ● Teoria formalizada por Bonavides: junção de todos os sentidos, visando o respeito e eficácia da constituição, da força normativa, tentando inibir processo reformador inconsequente, intolerável Revisão Teoria da Constituição Parte 3 Características das Constituições Brasileiras Constituição de 1824 Contexto histórico ● Primeira Constituição da história brasileira e vigorou até a Proclamação da República, em 1889 ● D. Pedro I, rejeitando o anteprojeto de Constituição de 1823 (Constituição da mandioca) outorga um novo projeto constitucional ● Estabeleceu no Brasil uma monarquia constitucional hereditária e representativa e catolicismo como religião oficial ● Pontos chaves: Outorgada e existência de poder moderador Direitos fundamentais ● O regime monárquico mesclava a adoção de uma lógica e de uma prática liberal e autoritária. Havia grandes dificuldades para o avanço dos direitos fundamentais ● A Constituição de 1824 assegurou direitos civis e políticos, mormente aqueles ligados à liberdade, igualdade, segurança individual e propriedade. Todavia, não criou expressamente instrumentos adequados para a proteção desses direitos, inclusive em relação a escravidão, tendo em vista que a Lei Aurea foi proclamada apenas em 1888. ● A liberdade de culto não foi plenamente assegurada, pois a lei proibia a existência de templos públicos não católicos. Poderes constituídos ● Executivo: era exercido pelo Imperador, que deveria nomear os presidentes das províncias. ● Legislativo: bicameral, formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Os deputados eram eleitos por voto censitário, indireto e baseado na renda do eleitor. Já os senadores eram indicados pelo imperador. ● Judiciário: os juízes eram nomeados pelo imperador, tinham cargos vitalícios, mas poderiam ser suspensos por sentença do próprio imperador. ● Moderador: poder de uso exclusivo do imperador, que poderia intervir nos demais poderes, dissolver assembleias legislativas, nomear juízes, bem como editar e vetar leis. Voto https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/presidentes-do-brasil.htmhttps://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/poder-moderador.htm Revisão Teoria da Constituição ● O voto era censitário, aberto, indireto e restrito - Indireto: dividido em duas fases: os eleitores que comprovassem determinada renda anual teriam direito de escolher seus representantes, que, por fim, elegeriam os deputados e senadores. - Proibiu-se o voto aos analfabetos, que representavam mais de 80% da população, e às mulheres, que constituíam aproximadamente 50% da população. Assim, o exercício do sufrágio era garantido a apenas 1% da população. Constituição de 1891 Contexto histórico ● Após o golpe político que instituiu a República no Brasil, em novembro de 1889, o governo provisório formou, em 1990, a Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição de 1891, inspirando-se na Constituição liberal dos Estados Unidos. Iniciou-se o momento histórico conhecido como República Velha. ● Pontos chave: República presidencialista federalista Direitos fundamentais ● A Constituição republicana de 1891 assegurou um rol exemplificativo de direitos fundamentais. ● Pela primeira vez expressamente constitucionalizado, surgiu o habeas corpus, em garantia da liberdade de locomoção, admitindo-se, inclusive, a modalidade preventiva. ● Estado Laico Poderes constituídos ● O Estado brasileiro passou a ser federalista, de forma que antigas províncias do Brasil imperial foram transformadas em Estados-membros. ● O regime republicano de governo foi adotado no Brasil, em substituição ao regime monárquico. Ademais, a nova Carta Magna inaugurou o presidencialismo como sistema de governo. ● O Presidente da República era eleito diretamente pelo povo para mandato de quatro anos. ● O Legislativo, exercido por um parlamento bicameral, composto pela Câmara dos Deputados (mandato de três anos) e pelo Senado Federal (mandato de 9 anos). ● No Judiciário, o órgão máximo era o Supremo Tribunal Federal, a quem cabia o papel de guardião da Constituição. Merece destaque o fato de terem sido criados o Poder Judiciário Federal e o Poder Judiciário Estadual. Os magistrados ganharam as garantias de vitaliciedade e de irredutibilidade de subsídio. Revisão Teoria da Constituição ● Houve a extinção do Poder Moderador, de forma que o Estado brasileiro passou a se organizar a partir da existência de três poderes independentes. ● Foi instituída a municipalização, apesar de os Municípios, de fato, não exercerem autonomia. A primeira Constituição a assegurar verdadeiramente autonomia aos municípios e a classificá-los como entes federativos foi a de 1988. Voto ● Foi abolido o voto censitário, sendo garantido o direito de voto aos brasileiros maiores de 21 anos, exceção feita aos analfabetos, mulheres, mendigos, soldados e religiosos sujeitos à obediência eclesiástica. ● Ademais, o voto era aberto, ou seja, o eleitor deveria declarar publicamente o candidato que receberia o seu voto. Constituição de 1934 Contexto histórico ● Após o golpe político articulado por Getúlio Vargas em 1930, que deu fim à República Velha e à chamada “política do café-com-leite”, militares depuseram o presidente Washington Luís e instalou-se um Governo Provisório com características autoritárias e ditatoriais. ● Em virtude das pressões realizadas por diferentes segmentos da sociedade, realizou-se eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que promulgou a nova Constituição brasileira em julho de 1934, com inspiração na Constituição Alemã de Weimar. ● Pontos chave: Leis trabalhistas; Justiça eleitoral Direitos fundamentais ● Introduziu-se pela primeira vez os direitos fundamentais de segunda geração: direitos sociais, econômicos e culturais. ● Inaugurou-se também a proteção aos direitos trabalhistas, como salário mínimo, jornada de trabalho não superior a oito horas diárias, proibição do trabalho de menores de 14 anos, férias anuais remuneradas e indenização na demissão sem justa causa. ● Leis trabalhistas; Justiça eleitoral e Direito à educação Poderes constituídos ● No que tange à organização de Poderes, o Legislativo permanece bicameral, mas com mitigação das atividades do Senado. A Câmara era composta por deputados eleitos, segundo o sistema proporcional e por deputados classistas, profissionais eleitos por suas respectivas categorias de trabalhadores. Revisão Teoria da Constituição ● Pela primeira vez deu-se ao Senado a prerrogativa para, no controle difuso, suspender a aplicação da lei declarada inconstitucional pela Corte Suprema. ● Foi criada a Justiça eleitoral. Voto ● Pela primeira vez na história constitucional brasileira, foi previsto o voto secreto. Assegurou-se às mulheres o direito de votar. ● Continuaram afastados do processo eleitoral os analfabetos, mendigos, militares até o posto de sargento e pessoas judicialmente declaradas sem direitos políticos. Constituição de 1937 Contexto histórico ● Sob a alegação de que era urgente combater o perigo comunista, por meio de um golpe, o governo Vargas decretou estado de guerra em setembro de 1937 e novembro daquele ano foi fechado o Congresso Nacional. ● A partir daí, foi outorgada à nação uma nova Carta Magna, a Constituição “Polaca”, inspirada na constituição fascista da Polônia. Começava a fase ditatorial do governo Vargas (1937- 1945), conhecida pelo nome de Estado Novo, rompendo com a tradição liberal imperial de 1824 e liberal republicana de 1891 e 1934. ● Pontos chave: Outorgada; Inspiração fascista; censura e protagonismo do executivo; decreto lei e extinção de partidos Direitos fundamentais ● Os direitos fundamentais ficaram sem qualquer garantia. ● Foram estabelecidas a censura prévia, pena de morte e a eliminação do direito de greve. ● O mandado de segurança deixou de ter garantia constitucional, embora continuasse a existir por previsão legal, era vedado contra os atos do Presidente da República, Ministros de Estado, Governadores e Interventores. Poderes constituídos ● O Presidente da República passou a ter amplos poderes, de forma a alçar a condição de suprema autoridade estatal, usurpando a função legislativa por meio de decretos-lei. ● Houve o fechamento do Poder Legislativo Federal, Estadual e Municipal. ● Quanto ao Judiciário, sua independência era só aparente, porque a Constituição autorizava o Presidente da República a aposentar compulsoriamente todos os agentes públicos, inclusive os magistrados. Revisão Teoria da Constituição ● Foi criado um Tribunal de exceção, denominado “Tribunal de Segurança Nacional”, com competência para processar e julgar os crimes contra o Estado e a estrutura das instituições. ● O Supremo Tribunal Federal ainda existia, mas foram extintas a Justiça Federal e a Justiça Eleitoral. ● Ademais, apesar de o Estado ainda ser federado, os Estados-membros perderam parte de sua autonomia devido à centralização do poder Voto ● No período, não foram realizadas eleições. Os partidos políticos foram dissolvidos. Constituição de 1946 Contexto histórico ● A derrota do bloco nazifascista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) criou um clima favorável à disseminação de ideias de caráter liberal. Nessa toada, liberais brasileiros de oposição a Vargas, aproveitaram-se desse contexto para combater a ditadura do Estado Novo. ● Temerosos de que Getúlio impedisse a realização das eleições, tropas do exército exigiram a renúncia de Vargas em outubro de 1945. Em dezembro do mesmo ano foram realizadas eleições presidenciais, sendo eleitos também os parlamentares que comporiam a Assembleia Constituinte. A nova Constituição foi promulgada, em setembro de 1946, com caráter liberal e democrático. ● Pontos chave: Restaura o cargo de vice-presidente e do regime representativo; mandato presidencial de 5 anos Direitos fundamentais ● Os direitos fundamentais passaram a ter ampla proteção, especialmente no que concerne à liberdade de consciência. ● Prisão perpétua e pena de morte foram abolidas, sendo esta última admitida apenas no caso de guerra declarada. ● O direito de greve foi constitucionalizado e a legislação trabalhistade Vargas preservada. Todavia, a Constituição de 1946 manteve o controle governamental sobre o sindicato de trabalhadores. Poderes constituídos Revisão Teoria da Constituição ● A Carta de 1946 manteve o regime republicano de governo e a forma federativa de Estado. Ademais, confirmou o presidencialismo como sistema de governo. ● Na prática, houve o retorno do princípio da separação e independência dos poderes, abolido pela Polaca, em 1937. ● O mandato do Presidente passou a ser de cinco anos, vedada a reeleição. ● Câmara e Senado voltaram a ter uma atuação equilibrada. Os deputados classistas instituídos pela Constituição de 1934 deixaram de existir. ● Os Juízes e Tribunais do Trabalho, que até então faziam parte do Poder Executivo, passaram a fazer parte do Judiciário. ● A Justiça Eleitoral foi recriada. ● Criou-se o Tribunal Federal de Recursos, para atuar como segunda instância da Justiça Federal. ● Foi devolvido ao Senado a prerrogativa de suspender a aplicação de lei declarada inconstitucional pelo Judiciário, no controle difuso. Voto ● O sufrágio passou a ser universal e o voto direto e secreto. Analfabetos e militares classificados como soldados e cabos ainda não podiam exercer direitos políticos. ● Os partidos políticos passaram a ter caráter nacional e conquistaram autonomia para definição de sua estrutura interna e funcionamento. Foi garantido o pluripartidarismo. Constituição de 1967 Contexto histórico ● Após a deposição do presidente João Goulart pelo golpe militar, em 1º de abril de 1964, as forças armadas passaram a exercer o controle político do país, inaugurando uma ditadura que se estenderia até março de 1985. ● Com a preocupação de tentar resguardar a face constitucional, inicialmente foram feitas diversas emendas à Constituição democrática de 1946, bem como instituídos os chamados Atos Institucionais, normas superiores, decretadas pelos governos militares, que se sobrepunham até mesmo à Lei Maior. ● Por meio do Ato Institucional nº 4 (AI-4), de 7 de dezembro de 1966, o governo adquiriu poderes para produzir uma nova Constituição, convocando uma comissão especial de juristas com essa finalidade. ● O anteprojeto foi submetido à apreciação do Congresso Nacional, fato que faz com que parte da doutrina classifique a Carta de 1967 como promulgada. Todavia, tendo em vista que o documento não foi feito por representantes do povo e o Revisão Teoria da Constituição Legislativo não teve a liberdade para modificá-lo, vigora o entendimento majoritário de que o Diploma de 1967 tenha sido outorgado. ● Pontos chave: Autoritarismo; Incorpora os AI; eleição indireta; censura Direitos fundamentais ● Direitos e liberdades individuais sofrem absurdas restrições, especialmente no que concerne à liberdade de manifestação do pensamento e à liberdade de imprensa. ● O AI-5 conferiu poderes ao Presidente da República para confiscar bens dos que tivessem enriquecido ilicitamente no exercício da função pública Poderes constituídos ● Constituição de 1967, marcada pela forte concentração de poder no Executivo da União, e o consequente enfraquecimento do Legislativo e do Judiciário. ● O Chefe do Executivo, escolhido por eleição indireta, por sufrágio do Colégio Eleitoral (membros do Congresso Nacional e Delegados indicados pelas Assembleias Legislativas estaduais), mediante votação nominal, governou por decretos. ● Em 1968, foi baixado o Ato Institucional nº. 5 (AI-5) que, dentre outras coisas, conferiu ao Presidente o poder de decretar, sem limites, a intervenção federal nos Estados e decretar o recesso do Congresso Nacional, das assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores. ● Foram suspensas as garantias constitucionais e legais de vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade dos magistrados. O AI-5 também excluiu da apreciação do Judiciário todos os atos praticados em conformidade com os seus ditames. ● O Congresso Nacional foi fechado em 13/12/1968, nos termos do Ato Complementar Nº 38. Voto ● Os direitos políticos poderiam ser suspensos por até dez anos. Constituição de 1988 Contexto histórico ● Em janeiro de 1985, dada a pressão popular, foram eleitos por voto indireto do Colégio Eleitoral Tancredo Neves e José Sarney, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente da República, dando fim ao período de ditadura militar no país. ● Em 16 de novembro de 1986 foram eleitos os deputados e senadores que se encarregaram da elaboração da nova Constituição, promulgada em 05 de outubro de 1988. Revisão Teoria da Constituição ● Pontos chave: Eleições diretas; legalização dos partidos; fim da censura; voto facultativo (16 anos e analfabetos) Direitos fundamentais ● A Constituição Cidadã prima pela defesa da liberdade, da igualdade, da justiça, da segurança e dos direitos fundamentais, ampliando o rol de direitos e garantias fundamentais, dentre os quais merecem destaque a liberdade expressão e de reunião, a inviolabilidade do lar e da vida privada dos indivíduos e a integridade dos cidadãos. ● Foi inaugurado remédio constitucional habeas data, garantindo aos indivíduos o conhecimento sobre dados existentes a seu respeito nos órgãos governamentais, o que permitiu a consulta dos arquivos sobre presos políticos. ● O Mandado de Injunção foi instituído, para tornar aplicável norma constitucional não regulamentada pelo legislador ordinário. ● Ademais, a Constituição de 1988 foi a primeira do Brasil a se preocupar com as questões ambientais, de forma a obrigar o Estado a proteger a fauna e a flora e a controlar a produção e o comércio de produtos tóxicos. A caça a animais silvestres tornou-se crime inafiançável. ● Ela também possibilitou ao cidadão impetrar ação popular para combater atos prejudiciais ao meio ambiente. ● O meio de ingresso ao serviço público passou a ser o concurso público. Poderes constituídos ● A nova carta Constitucional restabeleceu o regime democrático, apresentando as seguintes características: ● Forma de Governo: República. ● Forma de Estado: Federação. A novidade foi a elevação dos Municípios à condição de entes federativos. ● Regime Político: Democracia semidireta, onde o povo elege representantes para a tomada das decisões políticas do Estado, mas preserva formas de atuação direta, tais como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular no processo legislativo das normas. ● O sistema de freios e contrapesos foi restituído, estabelecendo-se a separação, independência e harmonia entre Poderes. Voto ● Foi estabelecido o Sufrágio Universal, com a novidade da garantia de direito ao voto para analfabetos e menores entre 16 e 18 anos de idade. Parte 4 Aplicabilidade e eficácia das normas constitucionais Revisão Teoria da Constituição Eficácia ● Jurídica: É a capacidade da norma de gerar efeito jurídico no ordenamento. Traduzem a lei fundamental do Estado; Não tem a certeza se vão ter efetividade na sociedade ou não ● Social: Efetividade, concretização da norma na sociedade Aplicabilidade ● Mediata: - Não auto executável: Exigem uma norma posterior, específica para produzir efeitos; Ex: Normas que norteiam o funcionamento dos poderes ● Imediata: - Art 5, parágrafo 1� § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. - Autoexecutável: Norma que por si só já é autossuficiente; Não depende de uma norma posterior para produzir efeitos. Prescindem (não precisam) de norma posterior. Ex: Direito à vida, liberdade de expressão, saúde Classificação de José Afonso da Silva Eficácia ● Plena: Aquelas de aplicabilidade imediata, que sofrerão limitações por outras normas constitucionais. Ex: Art 5 inciso IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; O legislador exige que o autor venha a se revelar através de um pseudônimo, apelido, etc. ● Contida ou contível: Aquelas também de aplicabilidade imediata, mas que poderão sofrer limitações por normas infraconstitucionais. Ex: Art 5 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificaçõesprofissionais que a lei estabelecer; ● Limitada Aplicabilidade mediata. dependem de regramento posterior para produzir efeitos - Organizativas: ● Possuem conteúdo organizatório e regulativo, indicando que uma legislação futura deverá dar eficácia e aplicação efetiva ao dispositivo. ● São de pouca eficácia, pois não trazem nenhuma sanção específica caso as determinações ou indicações não “saiam do papel” Revisão Teoria da Constituição ● Ex: Art 20, inciso 2 São bens da União:II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; - Programáticas: ● São aquelas em que o legislador não regula nem direta nem indiretamente um interesse, mas indica princípios que o Estado deve adotar como fim e objetivo. ● Veicula "programas"de caráter obrigatório, embora não indique como, os meios a atingirem esses objetivos ● Ex: art. 6.º – direito à alimentação; 196 – direito à saúde; 205 – direito à educação; 215 – cultura; 218, caput – ciência e tecnologia; 227 – proteção da criança
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