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ASSISTÊNCIA NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM AMBIENTE HOSPITALAR Conceitos PCR: Interrupção da atividade mecânica do coração caracterizada por perda da consciência, apneia e ausência de pulso carotídeo. Ressuscitação cardiopulmonar (RCP): série de ações coordenadas de salvamento que aumentam a chance de sobrevivência após uma PCR. Apesar dos avanços recentes, menos de 40% dos adultos recebem RCP iniciada por leigos e menos de 12% têm um DEA aplicado antes da chegada do SME. Objetivo American Heart Association (AHA) para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). Recomendações de Tratamento considerando a eficácia, a facilidade de ensino e aplicação e fatores dos sistemas locais. Pontos de Atenção Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida Ênfase permanente em RCP de alta qualidade. As cadeias de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH para adultos. Suporte Básico de Vida SBV – Profissionais de Saúde Socorristas treinados são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas (respiração e pulso), na tentativa de reduzir o tempo até a primeira compressão torácica. Ênfase na RCP de alta qualidade, com uma freqüência de 100 a 120/min, com profundidade de pelo menos 5 cm (não superior a 6 cm), com retorno total da parede do tórax. Pacientes com via aérea avançada: 1 ventilação a cada 6 segundos (10 vent/min). Neumar RW, et al. 2015 • Frequência de 100 a 120 por minuto Compressão Rápida • Profundidade de compressão mínima de 5 cm Compressão Forte • Minimizar as interrupções das compressões torácicas • Evitar excesso de ventilações Sem Parar RCP DE ALTA QUALIDADE Hazinski MF, et al.2015 Suporte Básico de Vida Suporte Básico de Vida Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto: 1. Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do serviço de emergência/urgência 2. RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas 3. Rápida desfibrilação 4. Suporte Avançado de Vida eficaz 5. Cuidados pós-PCR integrados 6. Recuperação Como as vítimas de PCR podem apresentar: Curto período: ◦ convulsão ou ◦ gasp agônico, Não responsivo, sem respiração ou com respiração anormal (gasping) Acione o serviço de Emergência 192 Serviço Médico de Emergência 192/193 com DEA Equipe e Carro de emergência com desfibrilador manual (código Azul) SEQUÊNCIA DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA 1.C – (check; circulation) Checagem: Checar a segurança do local, checar a responsividade da vítima, checar o pulso e a respiração, chamar por ajuda e iniciar as compressões. As compressões devem ser feitas em ciclos de 30 compressões, intercalados com a ventilação, ou contínuas, na frequência de 100 a 120 compressões por minuto, com uma profundidade de 5cm, permitindo o retorno do tórax após cada compressão. O socorrista que está realizando a compressão deve ser substituído a cada dois minutos ou antes, se houver cansaço; 2.A – (airway) Abertura da via Aérea 3.B – (breath) ventilação: A oferta da ventilação pode ser feita utilizando um dispositivo bolsa-válvula-máscara (ambu) ou uma máscara de bolso (pocket-mask), na frequência de 2 ventilações a cada 30 compressões. Caso o socorrista não se sinta seguro para realizar a ventilação, a prioridade é a compressão de alta qualidade. 4.D – Desfibrilação: o uso de um DEA ajuda o socorrista a identificar se a vítima está em PCR, se é um ritmo chocável e, quando é o caso, aplica o choque na tentativa de reverter a PCR. Controle do tempo: Contar de 1001 a 1006 C - Circulação O profissional de saúde não deve levar mais do que 10 segundos verificando o pulso Enquanto o DEA ou o desfibrilador não estiverem disponível faça compressão C - Circulação Inicie compressão torácica ou Aplique o DEA ou desfibrilador manual se disponível e pronto para uso Freqüência de compressão: mínimo de 100/ minuto Relação Ventilação de 30: 2 O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo, 2 polegadas (5 cm). Permitir retorno total entre as compressões Alternar as pessoas que aplicam as compressões a cada 2 minutos ou se houver cansaço Minimizar as interrupções das compressões torácicas Limitar as interrupções em10 segundos C - Circulação Ênfase em RCP de alta qualidade ◦ freqüência ◦ profundidade de compressão torácicas adequadas, ◦ permitir retorno total do tórax entre as compressões, ◦ Evitar ventilação excessiva. Compressão Torácica Importante: Nos pacientes acamados o profissional para realizar compressão cardíaca efetiva deve ter os ombros sob o esterno do paciente. Utilizar: Estrados, escadas Ajoelhe-se sobre a cama Assim que possível, coloque a tábua do carrinho de emergência sob o tórax do paciente Retorno total do tórax entre as CTE Compressão torácica externa: Aumento da pressão intratorácica. Que promove o esvaziamento (coração e pulmão). Descompressão: Diminuição da pressão torácica Reenchimento (coração e pulmão). Compressões Torácicas Externas Compressões Torácicas Externas Dispositivo para RCP https://www.youtube.com/watch?v=YtOTopPBhTI A – Vias Aéreas Ao Término das compressões Abrir vias aéreas e iniciar ventilação Abertura de via aérea A – Vias Aéreas Equipamento adjuntos: cânula orofaríngea - guedel B - Ventilação Dispositivos via aérea não invasiva B - Ventilação Dispositivos via aérea não invasiva Ventilação bolsa-válvula -máscara POSICIONAMENTO CORRETO DO AMBU DESFIBRILAÇÃO Desfibrilação: aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de um desfibrilador para reverter um quadro de fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso TIPOS DE DESFIBRILADOR DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO: pode ser usado por pessoas leigas, desde que tenham passado por um treinamento simples. A leitura do ritmo é feita por meio de pás adesivas que devem ser presas ao tórax. Ambientes com circulação acima de mil pessoas por dia devem obrigatoriamente ter um DEA, de acordo com a legislação vigente DESFIBRILADOR EXTERNO MANUAL: só pode ser usado por profissionais treinados. O aparelho tem duas pás que recebem um gel condutor e que são posicionadas no peito do paciente e carregadas, conforme a necessidade. Após a fibrilação cardíaca ser identificada pelo aparelho, deve ser feita uma análise do quadro do paciente a fim de definir a intensidade do choque ou da carga elétrica que será aplicada. USO DO DEA • Desfibrilação Externa Automática - DEA 85% das mortes súbitas são decorrentes de FV/TV Terapia Elétrica Consideração do uso de DEAs/DAEs em hospitais Podem ser utilizado no ambiente hospitalar como forma de facilitar a desfibrilação precoce (meta de administração de choques em ≤ 3 minutos do colapso), ◦ Áreas cujo pessoal não esteja capacitado para reconhecer ritmos ◦ Onde o uso de desfibriladores não seja frequente Terapia Elétrica Formas de onda bifásicas e monofásicas: ◦ Choques com forma de onda bifásica em configurações de energia comparáveis ou inferiores a choques monofásicos de 200J tem êxito equivalente ou maior para o encerramento da FV Terapia Elétrica Desfibrilação externa com desfibrilador cardioversor implantado: ◦ As posições anteroposterior e anterolateral são, aceitas em pacientes com marca-passos/pacemakers e desfibriladores implantados. ◦ Evitar colocar as pás ou pás manuais diretamente sobre o dispositivo implantado Suporte Básico de Vida Desfibrilação: oAusência de pulso, chegada do DEA oVerificar se o ritmo é chocável oAdministrar choque oIniciar RCP imediatamente após cada choque (2 min) oApós 2 min de RCP – checar pulso novamente DEA Utilize assim que disponível!!! SUPORTE BÁSICO DE VIDA Algoritmo Simplificado: oAdulto oLeigos DIFERENÇA ENTRE CARDIOVERSÃO E DESFIBRILAÇÃO Desfibrilação: uso terapêutico da eletricidade não sincronizada para despolarizar o miocárdio, de modo que podem ocorrer contrações coordenadas. O termo desfibrilação é comumente aplicado a uma tentativa de terminar um ritmo nãoefetivo (por exemplo, fibrilação ventricular [FV] ou taquicardia ventricular [TV] sem pulso). Cardioversão: aplicação de eletricidade de forma sincronizada para terminar um ritmo ainda viável (por exemplo, TV com pulso, taquicardias supraventriculares, incluindo arritmias atriais) para permitir o reinício de um ritmo sinusal normal. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA Suporte Avançado de Vida A – via aérea: oA via aérea está patente/pérvia? oUma via aérea avançada é indicada? oO correto posicionamento do dispositivo de via aérea foi confirmado? oO tubo está fixado e o posicionamento é reconfirmado com frequência? Máscara laríngea RESOLUÇÃO COFEN 641/2020 Art. 1º É privativo do Enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem, a utilização dos Dispositivos Extraglóticos (DEG) para acesso à via aérea, exclusivamente, em situação de iminente risco de morte. Art. 2º Compete ao Enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem, a averiguação quanto ao correto posicionamento e as técnicas de manutenção das pressões internas dos manguitos e/ou balonetes dos DEGs e tubos traqueais, a instilação de líquidos (soro fisiológico ou água destilada), e o esvaziamento controlado, conforme protocolo institucional, para os pacientes submetidos ao transporte em aeronaves de asa fixa e/ou rotativa. Art. 3º É privativo do Enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem, a utilização da pinça Magill com auxílio de laringoscopia para a retirada de corpo estranho, quando da OVACE em pacientes inconscientes, após insucesso nas tentativas de desobstrução pela técnica de Heimlich. Art. 4º É de responsabilidade do Enfermeiro, no âmbito da equipe de enfermagem, a execução da cricotireoidostomia por punção na obstrução completa da via aérea por OVACE ou edema das estruturas orofaríngeas, quando os demais procedimentos previstos para esta situação não forem efetivos. Art. 5º Para a execução dos procedimentos constantes nos artigos supracitados, o Enfermeiro deve estar devidamente capacitado, por meio de curso presencial com conteúdo que inclua teoria e prática simulada. TUBO ENDOTRAQUEAL Suporte Avançado de Vida B – Respiração: oA ventilação e a oxigenação estão adequadas? oA capnografia e a saturação de O2 estão sendo monitoradas? ◦ PCR – administrar oxigênio a 100%. ◦ Manter a saturação de oxigênio ≥ 94%. ◦ Evitar ventilação excessiva. Suporte Avançado de Vida C - Circulação Qual é o ritmo cardíaco? → desfibrilação As compressões torácicas são eficazes? Há presença de retorno da circulação espontânea? Foi estabelecido acesso EV/intraosseo? São necessárias medicações para ritmo ou pressão arterial? O paciente necessita de volume para a ressuscitação? Identificação do ritmo (Identificar se o ritmi é chocável) FV/TV. https://www.youtube.com/watch?v=fKGnDdIqJK4 RITMOS DE PCR NÃO-CHOCÁVEIS Assistolia Uso do Desfibrilador Manual Ligar o aparelho. Selecionar o nível de energia: ◦ 360 J – onda monofásica ◦ 200 J – onda bifásica Aplicar o material condutor (gel) nas pás. Posicionar as pás. Avaliar o ritmo apresentado na tela do aparelho. Uso do Desfibrilador Manual Uso do Desfibrilador Manual ◦ Avisar a equipe no momento de acionar a carga do aparelho. ◦ Antes de disparar o choque, certificar-se de que todos estão afastados. ◦ Aplicar força nas pás (13kg) no momento da aplicação do choque. ◦ Apertar os dois botões de descarga, simultaneamente, para disparar o choque. ◦ Reiniciar a RCP imediatamente pelas compressões. ◦ Após 2min (5 ciclos de RCP), verificar o ritmo. ◦ Se FV/TV, repetir o choque seguindo os passos acima. Uso do Desfibrilador Manual Administração EV: oAdministre o medicamento em bolus; oAplique com um bolus de 20 ml de SF 0,9%; oEleve a extremidade acima do nível do coração por 10 a 20 segundos. O acesso IV é preferível em relação ao acesso IO: É aconselhável para os profissionais tentarem, primeiro, estabelecer o acesso IV para administração de medicamento em PCR. O acesso IO pode ser considerado se as tentativas para acesso IV não forem bem-sucedidas ou não forem viáveis. MEDICAÇÕES Vasopressor (otimiza o DC e a PA): ◦ Indicação: todos os ritmos de PCR; ◦Epinefrina - 1mg EV – repetir a cada 3 a 5 minutos Administração precoce de epinefrina: Com relação à marcação do tempo, para PCR com um ritmo não chocável, é aceitável administrar a epinefrina assim que for possível. MEDICAÇÕES FV /TV sem pulso refratárias: ◦ Amiodarona – bolus de 300mg EV, segunda dose - 150mg EV ◦ Lidocaína – 1 a 1,5mg/kg EV . Após 5 a 10 minutos: 0,5 a 0,75mg/kg EV (dose máxima 3mg/kg) D – Diagnóstico diferencial 5 Hs 5Ts Hipovolemia Tensão no tórax (pneumotórax) Hipóxia Tamponamento cardíaco Hidrogênio íon (acidose) Toxinas Hipo/hipercalemia Trombose pulmonar Hipotermia Trombose coronária Cuidados pós-PCR FASE DE ESTABILIZAÇÃO INICIAL •Manejo de via aérea •Controle de parâmetros respiratórios (manter SpO2 92- 98%) •Controle dos parâmetros hemodinâmicos (manter PAS>90mmHg ou PAM>65mmHg) – volume; drogas vasoativas Cuidados pós- PCR MANEJO CONTÍNUO •Intervenções cardíacas de urgência (angioplastia?) •Controle direcionado de temperatura (paciente arresponsivo: manter temp 32 a 36º por 24hs) Algoritmo de cuidados pós-PCR para adultos. Pacientes vítimas de PCR com reanimação bem sucedida, suas famílias e cuidadores necessitamde assistência. Nesta última atualização, foi dada uma importância maior ao apoio psicológico e físico aos sobreviventes e às pessoas que o cercam. É recomendada uma avaliação estruturada para transtornos de ansiedade e depressão em pacientes e familiares. Pacientes sobreviventes muitas vezes enfrentarão físicos, neurológicos, cognitivos, emocionais ou sociais, nem sempre estão evidentes após a alta hospitalar! RECUPERAÇÃO Exercício Na saída de seu Plantão no estacionamento, um Sr idoso apresenta um quadro de síncope na sua frente. Uma rápida avaliação: o idoso não responde e ausência de pulso carotídeo. O que você faz (SBV)? Na sala de emergência. O ritmo encontrado foi: Leitura American Heart Association. Atualização das diretrizes de RPC e ACE 2020. RESOLUÇÃO COFEN Nº 641/2020. Utilização de Dispositivos Extraglóticos (DEG) e outros procedimentos para acesso à via aérea, por Enfermeiros, nas situações de urgência e emergência, nos ambientes intra e pré-hospitalares. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-641-2020_80392.html https://www.tiktok.com/@diegobesou/video/7122841974423506181?is_from _webapp=1&sender_device=pc&web_id=7141390935222699525 Pra descontrair: Slide 1: ASSISTÊNCIA NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM AMBIENTE HOSPITALAR Slide 2 Slide 3: Conceitos Slide 4 Slide 5: Objetivo Slide 6: Pontos de Atenção Slide 7: As cadeias de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH para adultos. Slide 8: Suporte Básico de Vida Slide 9: SBV – Profissionais de Saúde Slide 10 Slide 11: Suporte Básico de Vida Slide 12: Suporte Básico de Vida Slide 13 Slide 14 Slide 15: SEQUÊNCIA DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA Slide 16: C - Circulação Slide 17: C - Circulação Slide 18: C - Circulação Slide 19: Compressão Torácica Slide 20 Slide 21: Compressões Torácicas Externas Slide 22: Compressões Torácicas Externas Slide 23: Dispositivo para RCP Slide 24: A – Vias Aéreas Slide 25: Abertura de via aérea Slide 26: A – Vias Aéreas Slide 27: B - Ventilação Slide 28: B - Ventilação Slide 29: Ventilação bolsa-válvula -máscara Slide 30 Slide 31: DESFIBRILAÇÃO Slide 32: TIPOS DE DESFIBRILADOR Slide 33: USO DO DEA Slide 34: 85% das mortes súbitas são decorrentes de FV/TV Slide 35: Terapia Elétrica Slide 36: Terapia Elétrica Slide 37: Terapia Elétrica Slide 38: Suporte Básico de Vida Slide 39: DEA Slide 40: SUPORTE BÁSICO DE VIDA Slide 41 Slide 42: SUPORTE AVANÇADO DE VIDA Slide 43: Suporte Avançado de Vida Slide 44: Máscara laríngea Slide 45 Slide 46: RESOLUÇÃO COFEN 641/2020 Slide 47: TUBO ENDOTRAQUEALSlide 48: Suporte Avançado de Vida Slide 49: Suporte Avançado de Vida Slide 50 Slide 51: RITMOS DE PCR NÃO-CHOCÁVEIS Slide 52: Uso do Desfibrilador Manual Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58: Administração EV: Slide 59: MEDICAÇÕES Slide 60: MEDICAÇÕES Slide 61: D – Diagnóstico diferencial Slide 62: Cuidados pós-PCR Slide 63: Cuidados pós-PCR Slide 64 Slide 65 Slide 66: Exercício Slide 67: Leitura