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Albano António Assunte Suate ESTUDO DO CAULE 1. Caule O caule é uma parte da planta que tem principalmente a função de condução de substâncias e sustentação. É um órgão que junto com as folhas compõe o sistema caulinar. Os caules e suas folhas são intimamente associados em seu desenvolvimento. As folhas brotam na região periférica do caule e são dispostas de acordo com a organização do seu sistema vascular. A planta pode crescer por toda sua vida, graças aos meristemas. O crescimento primário ocorre no sentido longitudinal, alongando a planta, e o crescimento secundário promove o aumento da largura. 1.1. Tipos de Caule Tronco é o caule vertical. Encontrados nas árvores, plantas de maior porte. Rizomas são subterrâneos e crescem horizontalmente. São longos e delicados. Estolões são alongados e crescem horizontalmente ao longo da superfície do solo. Tubérculos têm função de armazenagem. A batata inglesa é um exemplo bem conhecido de tubérculo. Na sua superfície há pequenas depressões de onde surgem protuberâncias, são as gemas. Bulbos são caules pequenos que têm forma de cone. Possuem uma gema grande e muitas folhas modificadas. Exemplos são a cebola e o lírio. Gavinhas são uma modificação bastante comum do caule (em alguns casos da folha). Auxiliam na sustentação, se enrolando em volta da estrutura principal de suporte. As videiras são um exemplo. 1.2. Função O caule possui duas funções principais: suporte e condução de substâncias, mas também pode servir como reserva nutritiva. Condução: as substâncias produzidas nas folhas (seiva elaborada) são transportadas pelo caule, através do floema. Esses compostos são levados para todas as partes da planta, onde serão consumidos. O transporte da seiva bruta (água e sais minerais) é feito pelo xilema, indo das raízes até as folhas. Albano António Assunte Suate ESTUDO DO CAULE Suporte: O caule sustenta as folhas, de modo que elas ficam em condições de receber mais luz para realizar a fotossíntese. Armazenagem: alguns caules subterrâneos são adaptados à armazenagem, como é o caso da batata inglesa. 1.3. Estrutura e Desenvolvimento A estrutura caulinar possui crescimento apical, em outras palavras, o caule cresce a partir do ápice que é um meristema primário. O meristema é um tecido que produz células indiferenciadas que são usadas para o crescimento da planta, ele também é chamado gema. Fig: Estrutura do sistema caulinar de uma planta O embrião da planta (antes de germinar) é constituído de um caule, uma ou mais folhas rudimentares e um meristema apical. Com o seu desenvolvimento, são formadas novas folhas a partir da gema apical e o caule cresce. À medida que o caule se alonga, diferenciam-se os nós e entrenós. Os nós são as regiões do caule de onde saem as folhas. Os espaços entre um nó e outro é chamado entrenó. https://www.todamateria.com.br/meristema/ Albano António Assunte Suate ESTUDO DO CAULE Neste ponto, surgem gemas laterais nas axilas das folhas. São protuberâncias que originarão os ramos laterais do caule. 1.4. Classificação dos caules Os caules podem classificar-se segundo vários critérios: 1.4.1. Quanto a situação ou meio físico Aéreos: se partem do solo e se elevam mais ou menos verticalmente no ar ou estão deitados a superfície do solo. Por Ex: cana-de-açúcar. Subterrâneos: quando se encontram enterrados no solo. Por Ex: cebola. Aquáticos: quando se encontram enterrados mergulhados na água. Por ex. nenúfar (ekhokua). 1.4.2. Quanto a consistência Herbáceos: normalmente frágeis, podem quebrar – se os dedos. Por Ex: feijoeiro. Lenhoso: normalmente duros e resistentes. Por Ex: mangueiros. Carnudos: geralmente acumulam água e substâncias de reserva. Por Ex: batata. 1.4.3. Quanto a forma Os caules têm formas muito variadas: Esférica ou elipsóides, cónicas cilíndricas, filiforme. Certos caules recebem nomes especiais, como: Tronco, caule aéreo lenhoso, de forma cónica, mais grosso na base do que em cima e com ramos a partir de certa altura. Por Ex: eucalipto, mangueira e acácia. Espique: caule aéreo lenhoso, de forma cilíndrica, sem ramos e com folhas de grandes dimensões na parte superior. Por Ex: coqueiro, palmeira, etc. Colmo: caule aéreo lenhoso, de forma cilíndrica com Nós muito salientes em intervalos regulares. Podem ser ocos, como o bambu, ou cheios, como o milho e cana-de-açúcar. Tubérculo: caule subterrâneo, carnudo, de forma mais ou menos esférica e sem escamas. Por Ex: batata. Albano António Assunte Suate ESTUDO DO CAULE Prato ou disco dos bolbos: caule subterrâneo, carnudo, de forma esférica ou globosa, e com escamas. Por Ex: cebola, alho. Rizoma: caule subterrâneo, carnudo e de forma elipsóide ou alongada horizontalmente. Por Ex: bananeira, lírio, gengibre. 1.4.4. Quanto a posição Erectos: quando saem do solo verticalmente. Por Ex: papaieira, milheiro. Rastejantes ou prostractos: quando se arrastam ou estão deitados no solo. Por Ex: aboboreira, morangueiro. Trepadores: quando conseguem manter-se erectos agarrando – se a um qualquer suporte por meio de órgão especiais. Por Ex: morangueiro, videira. Volúveis: quando conseguem manter – se erectos, enrolando – se noutros ou em estacas. Por Ex: feijoeiro. 1.5. Estruturas primaria e secundaria do caule 1.5.1. Estrutura primária do caule O crescimento do caule faz-se de forma semelhante ao da raiz, a partir do meristema apical, situado no gomo terminal. Em muitas plantas só há crescimento primário das plantas, que faz a planta aumentar em altura. Noutras plantas, há também crescimento secundário, que ocorre não só em altura como também em largura. Tal como acontece com a raiz, também no caule das monocotiledóneas não há crescimento secundário. Num caule jovem da dicotiledónea é possível distinguir as seguintes regiões, da periférica para o centro: a epiderme, zona cortical e o cilindro central. A epiderme é a camada protectora externa, formada por células reforçadas por uma cutícula de cera. Possui estomas. A zona cortical ou córtex parenquimatoso é constituída por células de parede fina, formando uma zona de parênquima mais estrita do que da raiz. O cilindro centra, bastante desenvolvido, é constituído por parênquima. Quase não apresenta delimitação relativamente a zona cortical porque geralmente não se distingue endoderme nem periciclo. Albano António Assunte Suate ESTUDO DO CAULE Os vasos condutores estão dispostos a volta do parênquima medular, formando um anel quase contínuo de feixes duplos e colaterais que separam o cilindro central da zona cortical. São duplos porque são formados por xilema e floema juntos, e colaterais, porque em cada feixe o floema esta voltado para a periferia e o xilema para centro. A parte do parênquima medular que se localiza no interior dos feixes constitui a medula. Nas dicotiledóneas verifica-se a existência, no caule, de periciclo e por vezes de endoderme. Entre o xilema e floema encontram-se um tecido chamado câmbio fascicular, que esta relacionado com o posterior desenvolvimento da estrutura secundaria. Por isso os feixes chamam-se abertos. O caule das monocotiledóneas distingue-se do das dicotiledóneas porque nas monocotiledóneas os feixes vasculares encontram-se distribuídos de maneira irregular por todo o parênquima interno, não havendo limite nítido entre o córtex e a medula. A endoderme e periciclo estão normalmente ausentes e os feixes condutores, embora também sejam duplos, não apresentam células meristemáticas a separar o xilema do floema, chamando-se por isso feixes fechados. Diâmetro: segmento de recta que une dois pontos de uma circunferência e que, ao passar pelo centro, a divida em duas partes iguais. Meristema: tecido de crescimento, constituído por células com grande capacidade de divisão, pouco diferenciadase que podem originar tipos de células mais especificadas. 1.5.2. Estrutura secundaria do caule O crescimento da planta em diâmetro resulta da acção de dois câmbios: Líbero-lenhoso ou vascular; Cortical ou felogénio. O cambio vascular produz xilema ou lenho secundário para dentro e floema ou líber secundário para fora. Em cada ano, forma-se mais uma camada de xilema secundário, que vai ser adicionado ao xilema secundário do ano anterior, e mais uma camada de floema, que é acrescentada Albano António Assunte Suate ESTUDO DO CAULE para dentro do floema produzido no ano anterior. Como resultado da acção do câmbio, o caule aumenta de diâmetro. O outro meristema secundário situado na zona cortical (felogénio) produz para o interior um parênquima chamado feloderme e para o exterior que morrem e vão construir o súber ou cortiça. O conjunto formado pelo súber, pelo felogénio e pela feloderme é chamado periderme e substitui a epiderme. A medida que as camadas de súber se vão sobrepondo, vão abrindo fendas e tornam-se rugosas, constituindo a casaca. O súber, sendo impermeável, isola os tecidos periféricos da parte interna do caule, que assim, por não receberem nutrientes, acabam por morrer. 2. Adaptações do caule as condições do ambiente Alguns caules apresentam modificações a fim de se adaptarem a uma determinada circunstância. Entre estes tipos de caule estão as GAVINHAS, os ESPINHOS e os CLADODIOS. As gavinhas são ramos de plantas trepadoras modificados para a fixação. Por ex.: videira, etc. Os espinhos são ramos endurecidos e pontiagudos fortemente ligados ao caule. Por ex.: laranjeira, limoeiro, etc. Os cladódios são caules compridas que assumem a função e o aspecto de folhas quando estas faltam. Por ex.: figueira-da-índia. Os caules prostrados são uma adaptação ao vento do ambiente terrestre. Por ex.: aboboreira. 3. Importância do caule Os caules das plantas são aproveitados pelo homem e outros seres vivos para fins variados. Os caules podem ser utilizados na Economia (como matéria-prima: Por ex.: a construção de casas, fabrico de mobílias, lenha e outros bens). Na Alimentação (alguns caules servem de alimentação para o homem assim como animais) e na Medicina (onde alguns caules são usados para fins medicinais). 1. Caule 1.1. Tipos de Caule 1.2. Função 1.3. Estrutura e Desenvolvimento
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