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EDU620_Apostila

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Teorias de aprendizagem 
e o e-learning
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Teorias de aprendizagem e o e-learning • 2/13
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a importância do estudo das teorias de aprendizagem para 
o desenvolvimento de e-learning.
Teorias de aprendizagem e o e-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
https://player.vimeo.com/video/244029603
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 3/13
O mundo está cada 
vez mais tecnológico
Essa é uma afirmação que, 
constantemente, encontramos em 
diferentes canais de comunicação. 
Também, podemos encontrar a 
mesma afirmação nos discursos dos 
profissionais da educação, tanto os que 
se apropriam desse contexto quanto 
os que ainda precisarão encontrar 
estratégias para se adaptar a ele.
O fato é que as mudanças na tecnologia 
de informação e comunicação acabam 
por gerar, também, mudanças nos 
próprios sistemas educacionais, 
desde a forma como apresentamos 
e desenvolvemos os conceitos com 
os estudantes até o modo como o 
professor realiza o planejamento da sua 
aula.
As gerações mais novas (Geração Y e, 
principalmente, Geração Z) nascem 
dominando as tecnologias, e, por 
vezes, seu processo de aprendizagem 
acontece de diversas formas e por 
diferentes recursos. As estratégias de e-
learning e a gama de possibilidades, 
que o avanço das tecnologias de 
comunicação e informação são
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 4/13
apresenta permitem a apropriação de conceitos que, por 
vezes, foram ignorados no contexto educacional, como o 
de aprendizagem colaborativa e em rede, por exemplo. 
Compreender o modo pelo qual as pessoas aprendem 
sempre foi importante. Contudo, estamos em um contexto 
cada vez mais diversificado, em que as ferramentas 
utilizadas pelos professores já não são mais apenas a lousa 
e o giz. Assim, torna-se necessário questionar o modo 
como ensinamos.
A forma como ensinamos e como aprendemos precisa ser 
compreendida para que as condições necessárias para à 
aprendizagem sejam devidamente pensadas e planejadas. 
O papel dos atores envolvidos nesse processo mudou. 
É preciso, portanto, portanto, compreender qual é o 
papel de cada um deles. Como? Com base nas teorias 
de aprendizagem, que nos permitem refletir sobre essas 
questões.
Então, por que precisamos compreender as principais 
teorias de aprendizagem para pensar metodologias ativas 
em ambientes virtuais, por exemplo?
As teorias de aprendizagem permitem ao profissional 
de educação adquirir conhecimentos, competências e 
habilidades para repensar as estratégias pedagógicas de 
ensinar e aprender em meio a um contexto contemporâneo 
extremamente inovador e tecnológico. Uma tarefa um 
pouco desafiadora, tendo em vista as características 
tradicionais impregnadas nas escolas e na concepção 
pedagógica de gestores e professores.
As teorias de aprendizagem partem do estudo do 
desenvolvimento humano, da sua evolução cognitiva, social 
e emocional, para compreender a relação entre o modo 
como o estudante aprende e as condições necessárias 
para que o aprendizado aconteça. Buscam explicar a 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 5/13
relação professor–aluno–situação de aprendizagem, bem como a relação entre o 
conhecimento existente e o novo conhecimento.
A escola tradicional defende a figura do professor como o detentor do 
conhecimento; logo, professores repassam informações aos alunos. A evolução 
tecnológica permite a busca pelo saber, razão pela qual o acesso à informação é 
constante, o que torna a função do professor muito maior do que a de “transmissor 
do conhecimento”. Assim, as teorias de aprendizagem nos permitem refletir sobre 
esse novo papel. 
Dentro de um sistema de e-learning, o design do ambiente de aprendizagem 
oferece uma maneira de conceituar uma variedade de estratégias em um 
todo coerente e valioso. Um ambiente de ensino é uma coleção de recursos e 
atividades que se voltam para o aprender, a qual é deliberadamente curada, ou 
seja, usar conhecimento especializado para recomendar os componentes mais 
relevantes e úteis para os aprendentes e os propósitos específicos do ambiente 
de aprendizagem, com um conhecimento específico para a necessidade de 
desenvolvimento de habilidades pensadas pelo professor. Esses recursos e 
atividades incluem materiais de referência e recursos de informação (livros, artigos, 
vídeos, links), conexões interpessoais com especialistas, treinadores e colegas, 
atividades formais de aprendizagem, como treinamento e programas de graduação, 
atividades elaboradas por gestores e destinadas a apoiar o desenvolvimento e as 
ações realizadas pelos alunos..
Projetar estes ambientes faz com que o aluno tenha condições de estruturar seus 
conhecimentos em cursos, possibilitando-lhes vários tipos de pesquisas, inclusive 
na internet, desde que em sites confiáveis e, preferencialmente, de cunho 
acadêmico.
São vários os profissionais que trabalham para pensar um ambiente de 
aprendizagem. A estratégia de criação, provavelmente, exigirá uma colaboração 
profunda com especialistas em tecnologia e provedores externos, 
a fim de alinhar as ferramentas e os recursos mais úteis para o desenvolvimento de 
conhecimento e das habilidades. Esse é o pano de fundo para o surgimento da 
estrutura de design do ambiente de aprendizagem. Contudo, pensar essas 
estratégias exige um conhecimento que é pedagógico: o conhecimento dos 
processos de ensino e de como o aluno absorverá este conteúdo. Assim, tão 
importante como os desenvolvedores e o design é o profissional da área da 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 6/13
educação que agregará valor ao ambiente por meio das estratégias que envolvem 
esse processo.
O profissional da área da educação, através dos estudos das diferentes teorias de 
ensino, poderá organizar, de forma colaborativa, com uma equipe multidisciplinar, 
o plano e as estratégias de ensino, utilizando o e-learning e considerando as
possibilidades de aprendizagem individuais e coletivas, de forma progressiva e
adaptativa.
Ele é uma coleção de recursos e práticas que possibilitam o desenvolvimento de 
conhecimentos e habilidades. Um ambiente de aprendizagem é constituído por 
pessoas em uma rede, livros em suas estante, acesso a materiais específicos da 
internet, suporte de seus gerentes e formas como o aprendizado acontece todos 
os dias apenas trabalhando, além de outros recursos e atividades potenciais. Para 
aprender em qualquer momento, as pessoas utilizam o que está disponível nas 
imediações (seja fisicamente próximo, seja acessível por meio da tecnologia). Em 
um sentido muito real, todos vivem em um ambiente de aprendizagem. As pessoas 
estão, constantemente, envolvidas em atividades e interações que promovem 
aprendizado e crescimento e também cercadas por indivíduos e recursos que os 
sustentam. Uma grande variedade de ferramentas encontra-se disponível para 
pesquisa e interação social.
Esse conjunto de ferramentas para o desenvolvimento de ambientes de 
aprendizagem expandiu-se rapidamente durante as últimas décadas, juntamente 
com a mudança das demandas dos alunos. Essa expansão se deve, também, às novas 
tecnologias que tornam possíveis algumas técnicas e recursos.
Mas, vamos retomar à pergunta inicial desta discussão: 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 7/13
Por que precisamos compreender as 
principais teorias de aprendizagem 
para pensar metodologias ativas em 
ambientes virtuais, por exemplo?
Poderíamos responder a esse 
questionamento com a seguinte 
indagação: como é possível tratar 
de ambientes virtuais, que utilizam 
novas tecnologias e metodologias 
ativas para mediar os processos 
de ensino e aprendizagem, sem 
compreender o desenvolvimento 
humano e o modo como os alunos 
aprendem?
Temos, daí, a respostapara o nosso 
questionamento inicial. Precisamos 
compreender as principais teorias de 
aprendizagem para pensarmos em 
ambientes virtuais para:
• pensarmos esses recursos
direcionados a pessoas;
• mediar a construção do
conhecimento;
• alinhar o contexto histórico-
cultural aos processos de ensinar e
aprender;
• propiciar aprendizagem
significativa;
• trabalhar com mediação e interação
social;
• compreender os limites e
potenciais de aprendizagem dos
alunos;
• respeitar e compreender os
diferentes estilos de aprendizagem;
• garantir que, em vez de apenas
repassar informações ou
seguir parâmetros e modismos
estabelecidos, pensemos nos
processos de ensinar e aprender
dentro de um contexto específico.
Alinhar o conhecimento pedagógico ao 
conhecimento tecnológico é uma das 
principais estratégias de sucesso para o 
e-learning.
Compreender que a educação passou 
por grandes transformações e precisa 
acompanhar as mudanças tecnológicas 
considerando as necessidades históricas, 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 8/13
sociais e cognitivas dos alunos é uma das grandes funções sociais dos espaços de 
aprender, tanto os físicos quanto os virtuais. Nesse sentido, o estudo das teorias 
de aprendizagem é fundamental para nortear não só os processos de ensino e de 
aprendizagem, como também, o olhar dos atores pedagógicos envolvidos.
Estudo de Caso
Uma empresa metalúrgica, de grande porte, resolveu implementar uma 
universidade corporativa a fim de capacitar os funcionários e oportunizar 
constante atualização da área. Para tanto, decidiu que não poderia contar 
apenas com profissionais de TI, RH e da área referente ao escopo da empresa. 
Em reunião do conselho, definiu-se que, para capacitar funcionários, deveriam 
ser respondidos os seguintes questionamentos:
1. Qual é o contexto em que esses funcionários estão inseridos?
2. Como aprendem de forma significativa?
3. Quais são as melhores estratégias para alcançar a aprendizagem
necessária?
4. Quais profissionais compreendem e podem planejar o desenvolvimento
dessas capacitações?
O conselho resolveu montar uma equipe multidisciplinar, considerando os 
questionamentos a fim de garantir a aprendizagem dos funcionários. Quais 
profissionais devem compor essa equipe?
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 9/13
Saiba Mais
Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo:
What Is The Role Of The Instructional Designer? Disponível em: 
<https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-
designer>.
Na ponta da língua
https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-designer
https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-designer
https://player.vimeo.com/video/244029716
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 10/13
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015. 
PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento da Criança. 5. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1989. 
_____. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos 
psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
_____. Introdução à Psicologia Escolar. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
 _____. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 
2001. 
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Teorias de Piaget, Vygotsky e 
Wallon e a relação com o e-learning
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Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 2/16
Objetivos de Aprendizagem
• Refletir sobre a importância das teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon para o 
desenvolvimento de e-learning.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação 
com o e-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 3/16
Introdução
Uma das principais responsabilidades 
do design educacional é preocupar-
se com o modo como as pessoas 
aprendem, para, consequentemente, 
pensar um ambiente de aprendizagem 
que contemple essas necessidades. 
Uma das estratégias é desenvolver 
ferramentas que apoiem os designers 
no momento de considerar uma 
ampla gama de opções relacionadas 
ao modo de aprender e internalizar o 
conhecimento, tendo em vista uma lista 
abrangente de componentes potenciais, 
e um processo para a concepção 
de abordagem também abrangente 
para lidar com as necessidades 
de aprendizagem que incorpore 
questão informal, social, atividades 
de desenvolvimento e experiencial, 
juntamente com atividades formais de 
desenvolvimento.
No entanto, pensar em como as 
pessoas aprendem é complexo! Para 
tanto, faz-se necessário compreender 
estudos que envolvem as teorias de 
aprendizagem. 
Estudar essas teorias de aprendizagem 
é necessário para compreender o 
modo como o estudante aprende; ou 
seja, convém pensar estratégias para 
fazer uso da tecnologia em prol da 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 4/16
aprendizagem. 
O contexto contemporâneo nos permite afirmar que os estudantes cada vez mais 
apresentam domínio das tecnologias; contudo, apenas o uso das novas tecnologias 
não basta como suporte de todo processo de ensinar e aprender. Trata-se de um 
recurso que agrega valor a esse processo e aproxima os estudantes aos conceitos 
que devem ser apropriados.
Mas, como o estudante se apropria desses conceitos? 
Mundialmente, fala-se em teorias de aprendizagem e de diferentes autores que 
discutem essas teorias. Historicamente, essas teorias contribuíram para ampliar e até 
nortear o olhar pedagógico para o processo de ensino e aprendizagem à luz dos 
aspectos psicológicos e cognitivos, gerando diferentes possibilidades para conduzir 
a educação, principalmente nas questões que envolvem a formação docente, o 
desenvolvimento de currículos para educação básica e superior, sendo também, 
base para desenvolvimento de propostas curriculares e projetos pedagógicos de 
ensino.
Nesta reflexão, abordaremos as teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon, atualmente 
muito utilizadas como elemento norteador de propostas pedagógicas que 
envolvem o ensinar e o aprender.
Para Piaget (1991), é por meio da interação com o meio físico e social que o sujeito 
constrói o conhecimento. O autor entendeu que a lógica implicada na relação 
organismo–meio poderia ser estendida para o estudo dos processos intelectuais 
e afetivos, trazendo noções como a de adaptação biológica para o estudo das 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 5/16
funções cognitivas.
O autor desenvolveu uma pesquisa com crianças e adolescentes, buscando 
compreender a forma como o ser humano constrói o conhecimento. Assim, levantou 
características sobre o modo de agir, pensar, falar, o que resultou na sua teoria dos 
estágios de desenvolvimento. 
Esses estágios descritos por Piaget são: o sensório-motor; o pré-operatório; o 
operatório concreto; e o operatório formal; etapas para cuja definição o autor toma 
como base a idade biológica da criança.
Quadro 2.1 – Estágios de desenvolvimento infantojuvenil segundo Piaget
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS
Sensório-motor
(0-2 anos)
Está dividido em três subestágios, sendo marcado inicialmente 
por coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário 
(reflexos, necessidades nutricionais). Na sequência, ocorre 
a organização das percepções e dos hábitos. Por último, é 
caracterizado pela inteligência prática, que se refere à utilização 
de percepções e movimentos organizados em esquemas de açãoque, gradativamente, vão se tornando intencionais, dirigidos a um 
resultado. A criança começa a perceber, gradativamente, que os 
objetos à sua volta continuam mesmo se não estiverem sob seu 
campo de visão.
Pré-operatório
(2-6 anos)
Surgimento da função simbólica, aparecimento da linguagem oral. 
Característica egocêntrica em termos de pensamento (centrado 
nos próprios pontos de vista), linguagem e modos de interação. A 
lógica do pensamento depende da percepção imediata, não sendo 
possíveis operações mentais reversíveis.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 6/16
Operatório 
Concreto
(6-11 anos)
Pensamento mais compatível com a lógica da realidade, embora 
ainda preso à realidade concreta. Reversibilidade de pensamentos 
(uma operação matemática, por exemplo, pode ser reversível). 
Compreende gradativamente noções lógico-matemáticas de 
conservação de massa, volume, classificação. O egocentrismo 
diminui, surgindo uma moral de cooperação e de respeito mútuo 
(moral da obediência).
Operatório 
Formal
(a partir dos 11-12 
anos)
Pensamento hipotético-dedutivo. Capacidade de abstração. 
Egocentrismo tende a desaparecer. Construção da autonomia, com 
avanços significativos nos processos de socialização.
Fonte: adaptado de Nunes (2009).
Para Piaget, a aprendizagem se processa por meio de dois movimentos simultâneos 
e integrados, mas de sentido contrário: a assimilação e a acomodação (Bordenave & 
Pereira, 2002).
O processo de assimilação envolve a noção de que conhecer consiste numa 
significação, dada pelo sujeito, àquilo que é percebido. Ou seja, pelo contato com 
o objeto ou determinado fato, o ser humano procura dar-lhe sentido por meio de 
suas percepções.
O mecanismo de acomodação, um conceito também explorado pelo autor, 
exige uma modificação dos esquemas mentais assimilados, a fim de que um novo 
conhecimento seja construído.
A equilibração é um momento em que ocorre um certo conflito no sujeito, tendo 
em vista que deve se adaptar ao novo. Trata-se do ponto de equilíbrio entre os 
processos de assimilação e acomodação.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 7/16
Uma das grandes contribuições de 
Piaget para a educação, certamente, foi 
a ideia de construção do conhecimento. 
Ou seja, o sujeito constrói o seu 
conhecimento a partir da realidade 
externa, e as interações entre os sujeitos 
são um fator primordial para seu 
desenvolvimento intelectual e afetivo. 
Para o autor, até o erro caracteriza-se 
como momento de aprendizagem.
Um pouco diferente de Piaget, 
Vygotsky define a aprendizagem 
como um processo central no 
desenvolvimento humano, como 
apropriação de conhecimentos, 
habilidades, signos, valores e linguagem, 
envolvendo a interação do sujeito com 
o mundo cultural no qual se insere.
Vygotsky defendia o desenvolvimento 
humano, desde o início da vida, 
influenciado pelo meio ao seu redor, ao 
se apropriar de significados culturais e 
históricos que o cercam. 
Defendia a Zona de Desenvolvimento 
Proximal (ZDP), ou seja, um estágio 
cognitivo no qual os estudantes são 
ainda capazes de trabalhar (solucionar 
problemas) se mediados, mas ainda 
não são capazes de fazê-lo sozinhos. O 
autor sugeriu que os docentes devem 
trabalhar na Zona de Desenvolvimento 
Proximal de modo a fazer avançar a 
fronteira da Zona de Desenvolvimento 
Real, ou seja, na qual o aluno pode 
trabalhar sozinho.
Uma das grandes contribuições do autor 
está nos estudos sobre a mediação e 
sobre a aprendizagem por meio das 
relações sociais colaborativas entre 
pares.
Enquanto a ênfase da aprendizagem 
no construtivismo de Piaget estava 
no desenvolvimento biológico e na 
construção do saber influenciada pelo 
ambiente, na teoria sociointeracionista 
estão o sujeito histórico e suas relações 
sociais. 
Wallon, por sua vez, compreende o 
desenvolvimento humano de forma 
integrada, por meio das dimensões 
intelectual, afetiva e motora, bem como 
da alternância funcional entre razão e 
emoção. Compreende o sujeito como 
biológico-social.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 8/16
[...] para Wallon, o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura 
orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar.” 
(DANTAS, 1992, p. 36)
A teoria de Wallon busca explicar a relação entre o sujeito e o meio social e as 
mudanças que acontecem em diferentes momentos do próprio desenvolvimento, 
tendo como base as necessidades, os interesses e o ambiente social em que está 
inserido. O autor dá ênfase aos processos emocionais e afetivos. Acredita que é na 
ação sobre o meio humano que deve ser buscado o significado das emoções.
De acordo com essa teoria, as experiências educacionais devem propiciar a visão de 
mundo, a construção do eu, a subjetividade, por meio de interações entre grupos, 
possibilitando a expressão verbal, corporal e emocional.
O autor divide em cinco os estágios de desenvolvimento, conforme quadro a seguir.
Quadro 2.2 – Estágios de desenvolvimento infantojuvenil segundo Wallon
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS
Impulsivo-
emocional
(1 ano)
Momento marcado por inabilidade motora (e simbólica), 
dependência de cuidados maternos, movimentos desordenados. 
Comunica-se por meio da emoção (choro, medos, sons que vão se 
diferenciando). Inicialmente, a criança não percebe diferenciação 
entre seu corpo e os objetos do mundo externo. As manifestações 
emocionais iniciais produzem efeitos no ambiente, mobilizam 
a presença do outro, já sendo um contato de caráter social. Os 
adultos vão introduzindo gradativamente a criança no contexto 
cultural em que vivem.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 9/16
Sensório-motor 
projetivo
(1-3 anos)
A criança começa a explorar o mundo físico, a manipulá-lo. Maior 
autonomia de movimentos. Utilização de uma inteligência prática 
(conhecimento perceptivo e motor da realidade). O pensamento 
está atrelado aos gestos/movimentos. Há uma projeção do pensar 
em manifestações motoras. Início do desenvolvimento da função 
simbólica (movida pela ação).
Personalista
(3-6 anos)
Momento de formação da personalidade/construção da 
subjetividade. Há o predomínio dos aspectos afetivos na relação 
da criança com o ambiente. Busca de autonomia, negação do 
outro, contraposição a ordens, comportamentos arredios em 
determinadas situações, mas ainda com forte vínculo com a família 
e necessidade de aprovação. Pensamento sincrético, fabulação, 
contradição, incoerências na fala e na escrita. Função simbólica 
consolidada. Tentativa de autoconstituição, de construção de si.
Categorial
( 7 a 10 anos)
A criança começa a perceber que existe uma diferenciação 
entre si próprio e o mundo externo. Suas potencialidades serão 
determinadas pelo meio em que vivem.
Adolescência
(11 anos em diante)
Inicia-se a puberdade e, com ela, iniciam-se mudanças no plano 
afetivo nas relações consigo e com os outros. O componente 
afetivo é mais racionalizado, em virtude de mudanças no campo 
intelectual. Momento de construção de si, de busca de novos 
sentidos. Depara-se com o desafio (conflito) de buscar sua 
identidade, de ampliar seus vínculos afetivos, sem com isso perder 
a afeição de pessoas significativas, como, por exemplo, os pais.
Fonte: adaptado de Nunes (2009).
Para Wallon (1995), a afetividade é essencial para o desenvolvimento e precede a 
inteligência, tendo em vista que a criança é um ser social e as relações afetivas são 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 10/16
anteriores a qualquer tipo de comportamento de outra natureza. O autor defende 
que a expressão emocional possibilita mediação nas relações interpessoais, bem 
como a afetividade permite compreender o sentido da realidade para si e para os 
outros.
A construção de Piaget, a interação social de Vygotsky e a emoção e afetividade de 
Wallon são elementos fundamentais para a compreensão do modo de aprender 
dos indivíduos. São,além disso, primordiais para pensarmos em metodologias e 
recursos que oportunizem o processo de ensino e aprendizagem.
Estudo de Caso
Uma escola está construindo o seu projeto pedagógico, e uma das abordagens 
já utilizadas é a do construtivismo, que se baseia na teoria de Piaget. Contudo, 
alguns educadores questionam essa abordagem, tendo em vista o alto teor 
dado à maturidade biológica nela constante. Como um dos projetos é a 
escola de tempo integral, que propicie contato entre crianças de diferentes 
idades, sugeriu-se aprofundar os estudos nas teorias de Vygotsky e Wallon, 
sem desconsiderar as contribuições de Piaget, complementando, portanto, os 
estudos dos três autores.
Quais pontos devem ser levados em consideração? Como cada abordagem 
poderá contribuir com o olhar pedagógico e com o planejamento dos 
professores? 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 11/16
Saiba Mais
Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo:
Relações entre aprendizagem e desenvolvimento em Piaget e em 
Vygotsky: dicotomia ou compatibilidade? Disponível em: <http://www2.
pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb>.
http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb
http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 12/16
Referências Bibliográficas
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. D. Estratégias de ensino-aprendizagem. São Paulo: 
Vozes, 2002.
DANTAS, H. Para conhecer Wallon: uma psicologia dialética. São Paulo: Brasiliense, 
1992.
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244029864
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 13/16
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015. 
NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia do desenvolvimento: teorias e temas 
contemporâneos. Brasília: Liber Livro, 2009.
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Trad. Maria Alice Magalhães D’Amorim e 
Paulo Sérgio Lima Silva. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1968.
______. Psicologia e educação da criança. Lisboa: Vega, 1979.
______. Objetivos e métodos da psicologia. Lisboa: Estampa, 1995.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 16/16
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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relação com o aprender
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Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 2/12
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os princípios da teoria histórico-cultural e sua relação com a 
aprendizagem.
Teoria histórico-cultural e sua relação 
com o aprender
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Introdução
A teoria histórico-cultural surge na primeira metade do século XX na antiga União 
Soviética. Ela possui quatro grandes autores: Vygotsky, Luria, Leontiev e Davydov. 
Vygotsky elaborou um conjunto de obras relevantes até os dias de hoje para 
compreender o processo de aprendizagem e desenvolvimento do ser humano. 
Em sua obra A formação social da mente, ele afirma que a linha orientadora de 
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 3/12
suas pesquisas consistia em “caracterizar 
os aspectos tipicamente humanos do 
comportamento e elaborar hipóteses de 
como essas características se formaram 
ao longo da história humana e de como 
se desenvolvem durante a vida de um 
indivíduo (Vygotsky 2016, p. 21)”. 
Sua preocupação fundamental girava em 
torno de três grandes questões:
a) compreender como o ser humano 
se relaciona com o seu meio físico e 
social; 
b) conhecer como as relações entre 
o homem e o trabalho trouxeram 
consequências psicológicas para o ser 
humano; 
c) entender as relações entre os usos de 
instrumentos e o desenvolvimento da 
linguagem. 
Ele investigou as funções psicológicas 
superiores que consistem no modo típico 
de funcionamento psicológico humano 
diante das capacidades de solucionar 
problemas e armazenar informações, da 
capacidade de memória e formação de 
conceitos, dentre outros processos mentais. 
O termo “superiores” tem a conotação 
de que essas funções psicológicas são 
mecanismos tipicamente intencionais, 
ou seja, são processos psicológicos 
controlados pelo ser humano a partir do 
processo de internalização da cultura. 
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 4/12
Você já deve ter visto como ocorre o processo de desenvolvimento por meio 
da filogênese e da ontogênese. A filogênese é o processo de sucessões de 
alterações de ordem biológica dos seres vivos. O processo de ontogênese é a 
sucessão de transformações individuais pelas quais passa cada sujeito em si desde 
o seu nascimento até a morte. Ao mesmo tempo em que sofremos alterações de 
ordem filogenética (espécie), passamos também por transformações sucessivas 
e individuais (sujeito). As modificações pelas quais cada sujeito passa são 
reproduções das modificações na espécie. 
Para conviver em uma sociedade, é preciso que o processo de constituição da 
pessoa seja mediado pela cultura. Por meio do processo de aculturação, o 
sujeito torna-se humano ao apresentar capacidades, tais como o raciocínio 
lógico-matemático e a linguagem articulada, por exemplo. É importante 
salientar que a cultura é fundamental, sobretudo nas sociedades contemporâneas, 
em que a grande maioria das pessoas foi submetida ao processo de escolarização. 
Ao conviver em uma sociedade escolarizada, com os saberes necessários saber lidar 
com as demandas cotidianas, requer-se um processo específico de aculturação e 
um processo específico de aprendizagem. De acordo com Oliveira (2014, p. 38), 
“[...] cultura, entretanto, não é um sistema estático ao qual o indivíduo se submete, 
mas como uma espécie de ‘palco de negociações’, em que seus membros estão num 
constante movimento de recriação e reinterpretações de informações, conceitos e 
significados”.
No conjunto de teorias da aprendizagem, há três grandes abordagens: a inatista, 
a empirista e a interacionista. As teorias inatistas são aquelas que defendem 
que tudo o que o ser humano necessita para aprender já é dado a priori na sua 
estrutura. As teorias empiristas (ambientalistas) são aquelas que valorizam muito 
a interação com o meio que oportunizará, de forma determinante, a aprendizagem 
do sujeito. As teorias interacionistas apontam que o meio é importante tanto 
quanto o ser humano. O ser humano interage com os estímulos do meio e, com 
estes, modifica a si mesmo na medida em que modifica os mesmos estímulos. Isso 
requer um papel estimulante, tanto do meio, quanto do sujeito.
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 5/12
Quadro 3.1 – Descrição das abordagens inatista, empirista e interacionista
Teoria da 
aprendizagem
Características
Inatismo
• Assegura que as capacidades básicas do ser humano são inatas
• Enfatiza fatores maturacionais e hereditários como definidores da
constituição do ser humano e do processo de conhecimento (biologismo).
• Considera que o desenvolvimento (biológico maturativo) é pré-requisito
para a aprendizagem.
• Entende, portanto, que a educação em nada contribui para esse
desenvolvimento, já que tudo está determinado biologicamente segundo a
programação genética.
• Confia nas práticas educacionais espontaneístas, pouco desafiadoras:
primeiro esperar para depois fazer.
Empirismo 
(ambientalismo)
• Atribui ao ambiente a constituição das características humanas.
• Privilegiaa experiência como fonte de conhecimento e de formação de
hábitos de comportamento (empirismo).
• Diz que as características individuais são determinadas por fatores externos
aos indivíduo e não necessariamente pelas condições biológicas.
• Suas práticas pedagógicas estão baseadas no assistencialismo,
conservadorismo, direcionismo e tecnicismo: ensino bom, aprendizagem
boa.
• Supervaloriza a escola, já que o aluno é um receptáculo vazio, uma “tábula
rasa”: deve aprender o que se lhe ensina.
• Faz predominar a palavra do professor, regras e transmissão verbal do
conhecimento: o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem;
o professor, um ente ativo... o aluno, um ente passivo.
Interacionismo
• Parte da ideia de que o biológico e o social interagem (unidade dialética),
e o biológico (cérebro principalmente) constitui a base da aprendizagem
social.
• Considera o interno (biológico e psicológico) em interação com o externo
(meio, ambiente natural e social).
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 6/12
Interacionismo
• Defende o desenvolvimento da complexa estrutura humana como um 
processo de apropriação pelo homem da experiência histórica e cultural.
• Assegura que nessa interação o homem transforma seu meio e é 
transformado nas suas relações culturais.
• Valoriza o papel da escola, em particular, e da sociedade, em geral, do ponto 
de vista individual (para o desenvolvimento pessoal) e do ponto de vista 
social (para o desenvolvimento da própria sociedade)
• Assegura que a aprendizagem se produz pela interação do sujeito que 
aprende (mediado) e do sujeito que ensina (mediador), porém quem 
aprende autoconstrói seu próprio conhecimento.
Fonte: adaptado de Díaz (2011).
O Desenvolvimento das Funções Psicológicas 
Superiores
Para a teoria histórico-cultural, o desenvolvimento das funções psicológicas 
superiores sempre ocorre por meio de um processo denominado mediação. 
Para essa abordagem, não há um contato direto do sujeito com o objeto ou 
conhecimento a ser apropriado. Entre o estímulo e a resposta, há algo que 
possibilita a conexão de aprendizagem (mecanismo de aprendizagem).
Figura 3.1 – Processo de desenvolvimento das funções psicológicas de acordo com a teoria histórico-cultural
Mediação
Estímulo Resposta
Fonte: elaboração da autora.
A mediação consiste na relação do homem com o mundo e com outros. Por meio 
desse processo é que as funções psicológicas superiores se desenvolvem. Para 
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 7/12
Vygotsky (2016), a mediação ocorre pelos instrumentos que regulam as ações 
sobre os objetos e pelo signo, cuja função é orientar as ações sobre as funções 
psicológicas. 
Os elementos mediadores do desenvolvimento das funções psicológicas superiores 
são os instrumentos e os signos. 
Exemplos: 
• Luz acesa: algo que está entre você e a curiosidade de saber se há alguém ou
não no apartamento. A luz acesa teria um papel de instrumento. O instrumento
possibilita agir sobre o objeto ou o conhecimento a ser apropriado. A
utilização de instrumentos e de signos, embora distintos, relaciona-se à
evolução da espécie humana (filogênese) e ao desenvolvimento de cada
sujeito (ontogênese). Os instrumentos auxiliam na realização concreta da
ação humana, ajudando o ser humano em sua atividade psíquica. Os signos
possibilitam ao ser humano o controle e a regulação do seu comportamento,
proporcionando a consciência e a reação voluntária aos significados
representados pelo instrumento mediador.
• Acesso à agenda no celular: hoje é possível que a pessoa acesse o
conhecimento estabelecendo uma ponte. Não é preciso memorizar os
números de telefones, pois eles estão registrados na memória. Indo mais além,
percebemos que o processo ontogenético (processo sucessivo individual de
transformações) ocorre por meio da mediação pela cultura sem a necessidade
de interação direta sobre os objetos do mundo. Ao interagir com os signos é
que se dá o desenvolvimento das funções psicológicas superiores.
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 8/12
Estudo de Caso
Maria Isabel, a menina galinha
Maria Isabel passou os primeiros oito anos de sua vida em um galinheiro, 
junto às galinhas, enquanto sua mãe trabalhava no campo.
Era alimentada apenas com milho, couves cortadas e uma caneca de café. 
Por conviver nesse contexto, a menina, que herdara os hábitos das aves, 
comportava-se como se fosse uma delas. Não falava, só emitia ruídos 
parecidos com os das galinhas. Andava com os braços curvados para trás 
como se imitasse um par de asas, bicava coisas no chão, ciscava e sempre 
virava a cabeça de lado para olhar. Quando foi encontrada, apresentava 
características específicas, como: subdesenvolvimento ósseo; grande 
debilidade; cabeça demasiado pequena para a idade; face com semelhanças 
flagrantes com os galináceos (perfil, posição labial, dentição formada como 
se fosse um bico); olhos grandes (rasgados no sentido descendente); posição 
dos braços muito idêntica à das asas das galinhas. 
O que influenciou o desenvolvimento dessas características na 
pequena Isabel?
Saiba Mais
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 9/12
Veja também o seguinte vídeo:
“Grandes Educadores Lev Vygotsky”, escrito e apresentado por 
Marta Kohl de Oliveira. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=T1sDZNSTuyE>.
Na ponta da língua
https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE
https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE
https://player.vimeo.com/video/244029934
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 10/12
Referências Bibliográficas
DÍAZ, Félix.O Processo de Aprendizagem e seus Transtornos. Salvador: EDUFBA, 
2011.
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
OLIVEIRA, Marta Khol. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo 
sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2014.
VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
A teoria histórico-cultural: internalização, 
pensamento, linguagem, aprendizado e 
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A teoria histórico-cultural • 2/15
Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer a importância da linguagem para a aprendizagem com base na
teoria histórico-cultural (THC).
A teoria histórico-cultural: internalização, 
pensamento, linguagem, aprendizado e 
desenvolvimento
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
A teoria histórico-cultural • 3/15
Introdução
A teoria histórico-cultural (THC) é 
interacionista, uma vez que o meio 
estimula o sujeito na mesma medida 
em que o sujeito transforma o meio. 
O sujeito tem um papel ativo: o 
objeto modifica o sujeito e o sujeito 
modifica o objeto de conhecimento. 
Para a THC, não existe aprendizagem 
espontânea ou por imersão de saberes. 
Os conhecimentos devem estar 
disponíveis no meio cultural para que 
sejam progressivamente apropriados 
pelo sujeito. A linguagem oral é um 
exemplo:As crianças, aos poucos, 
interagem com os adultos e apropriam-
se dos modos de falar a partir das 
experiências culturais. Ao chegar na 
escola, a criança entra em contato com o 
ensino da língua de forma sistematizada 
e intencional. A linguagem escrita existe 
para além da criança, mas esta, à medida 
que se apropria daquela, atribui novos 
significados aos textos escritos. O 
mecanismo de internalização pressupõe 
algo externo ao sujeito que, num 
segundo momento, paulatinamente, 
passa a ser internalizado pelo sujeito. O 
conhecimento precisa ser mobilizado 
entre as pessoas, de forma que estas 
estejamno mesmo convívio cultural 
A teoria histórico-cultural • 4/15
entre si, para depois, de forma interna, tornar-se interpsicológico, ou seja, os 
sujeitos passam a uma interação psicológica também.. A linguagem é puramente 
um conjunto de signos. É um instrumento de sistemas simbólicos complexos que 
pode mediar a atividade humana. A linguagem permite que o sujeito, mesmo 
na ausência do objeto, seja capaz de imaginá-lo, pensar sobre ele, e assim, 
trabalhá-lo.
Por exemplo: não seria preciso mostrar o que é uma colher (objeto) para que você 
saiba o que é uma colher. Assim, um objeto que circula no convívio cultural já foi 
internalizado, o que nos permite pensar sobre ele mesmo sem a presença física do 
mesmo.
A capacitação especificamente humana para a linguagem habilita as crianças a 
providenciar instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a superar a 
ação impulsiva, a planejar a solução para um problema antes de sua execução e 
a controlar seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem, para as 
crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. 
As funções cognitivas tornam-se, então, a base de uma forma nova e superior de 
atividade nas crianças, distinguindo-as dos animais (Vygostsky, 2016, p. 31). 
A THC confere muita relevância para a linguagem, pois ela tem as seguintes funções:
a) comunicação, ou seja, intercâmbio social;
b) pensamento generalizante: compreensão generalizada do mundo;
c) significado (culturalmente determinado) como fenômeno do pensamento.
A linguagem exerce um papel fundamental na estruturação do pensamento. 
É possível afirmar que nós pensamos a partir dos significados que nos 
A teoria histórico-cultural • 5/15
apropriamos pela linguagem.
Como se dá o desenvolvimento da linguagem na THC?
A fase pré-intelectual da linguagem (choro, riso, balbucio) é aquela em que não 
somos capazes de pensar, uma vez em que não temos linguagem. À medida que 
interagimos em nosso grupo cultural ou com ele, aprimoramos a linguagem que, 
progressivamente, torna mais complexo o pensamento. Esse tipo de linguagem tem 
a função de alívio social.
A fase pré-linguística do pensamento é aquela na qual a criança age sobre o meio e 
consegue resolver problemas práticos (inteligência prática) e pode até ser capaz de 
dispor de instrumentos, entretanto, sem a mediação da linguagem.
É muito relevante a relação entre o pensamento e a linguagem, pois ambos 
interferem, qualitativamente, tanto no processo de aprendizagem quanto no 
processo de desenvolvimento.
O aprendizado é a mudança de um comportamento por meio da transformação de 
algo que, antes, o sujeito era incapaz de fazer com autonomia, mas que, a partir de 
um novo elemento aprendido, ele passa a realizar ações com plena capacidade. 
A aprendizagem está intimamente relacionada à apropriação da cultura. A 
aprendizagem ocorre à medida que o sujeito se apropria dos conhecimentos 
que estão disponíveis culturalmente para resolver um determinado 
problema.
Na THC, é o aprendizado que impulsiona o desenvolvimento do ser humano. Ao 
apropriar-se dos elementos da cultura, o sujeito se torna mais hábil para resolver 
um determinado problema. Aqui, surge um conceito muito interessante: Zona de 
Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP existe entre aquilo que o sujeito realiza 
com plena autonomia ( já conhece) e aquilo que ele ainda não realiza com 
autonomia (potencialidade).
O nível de desenvolvimento real pode ser entendido como referente àquelas 
conquistas que já estão consolidadas na criança, aquelas funções ou capacidades 
A teoria histórico-cultural • 6/15
que ela já aprendeu e domina, pois já consegue utilizar sozinha, sem a assistência de 
alguém mais experiente da cultura (pai, mãe, professor, criança mais velha, etc.). Esse 
nível indica, assim, os processos mentais da criança que já se estabeleceram, ciclos 
de desenvolvimento que já se completaram.
O nível de desenvolvimento potencial também se refere àquilo que a criança é 
capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa (adultos ou crianças mais 
experientes). Nesse caso, a criança realiza tarefas e soluciona problemas por meio 
do diálogo, da colaboração, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas 
que lhes são fornecidas (Rêgo, 1995, p. 72-73).
De acordo com Vygostsky (2016, p. 98), “aquilo que é zona de desenvolvimento 
proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo 
que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha 
amanhã”.
O autor antes define que “[...] a zona de desenvolvimento proximal [...] é a distância 
entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da 
solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, 
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou 
em colaboração com companheiros mais capazes” (Vygostsky, 2016, p. 97).
A ZDP, portanto, é a distância entre aquilo que o sujeito consegue realizar com 
autonomia e aquilo para cuja realização ele precisa de ajuda de um adulto. A 
intervenção pedagógica (e também a psicopedagógica) deve ocorrer justamente 
na ZDP e modifica a concepção do desenvolvimento infantil, já que a “zona de 
desenvolvimento proximal define aquelas funções que não amadurecerão, mas 
que estão presentes em estado embrionário. Essas funções poderiam ser criadas de 
A teoria histórico-cultural • 7/15
‘brotos’ ou ‘flores’ do desenvolvimento, ao invés de ‘frutos’ do desenvolvimento” 
(Vygostsky, 2016, p. 97).
As Contribuições da Perspectiva Histórico-
Cultural para a Prática Pedagógica
Inicialmente, cabe perguntar: como o ensino pode potencializar 
a aprendizagem? Como a organização do ensino pode interferir 
intencionalmente na aprendizagem do aluno?
O processo de formação de conceitos, fundamental no desenvolvimento dos 
processos psicológicos superiores, é longo e complexo, pois envolve operações 
intelectuais dirigidas pelo usos das palavras tais como: atenção deliberada, memória 
lógica, abstração, capacidade de comparar e diferenciar. Para aprender um conceito 
é necessário, além das informações recebidas do exterior, uma intensa atividade 
mental. Portanto, um conceito não é aprendido por meio de um treinamento 
mecânico, tampouco pode ser meramente transmitido pelo professor ao aluno: 
“o ensino direto de conceitos é impossível e infrutífero; um professor que tenta 
fazer isso geralmente não obtém qualquer resultado, exceto verbalismo vazio, uma 
repetição de palavras pela criança, semelhante a de um papagaio, que simula um 
conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um 
vácuo” (Vygostsky, 1987, p. 72 apud Rêgo, 1995, p. 78).
A teoria histórico-cultural da atividade foi elaborada por Davydov, um importante 
psicólogo russo. Para ele, a aprendizagem só é possível por meio da atividade e 
apropriação da cultura.
Leontiev, por sua vez, em sua teoria da atividade, aponta que a estrutura da 
atividade pedagógica deve atender a alguns princípios, com base nos quais o aluno 
deve: 
a) perceber as necessidades de aprender;
b) atuar com base nas suas capacidades;
A teoria histórico-cultural • 8/15
c) estabelecer e alcançar objetivos
d) realizar determinadas tarefas;
e) mobilizar, em seguida, ações e operações.
Para Leontiev, só é possível organizar o ensino se:
a) educação e ensino forem compreendidos como forma de reprodução. Não se
trata de reprodução do que já existe (cópia), mas sim, de uma reprodução ajustada
às necessidades do sujeito;
b) as atividades representarem situações que impulsionem o desenvolvimento;
c) o processo de apropriação e o desenvolvimento se complementarem e
compuserem o mesmo procedimento. No ciclo de formação de conceitos
científicos e na incorporação de processos de pensamento realizada à medida que
o sujeito se apropria desses conceitos científicos, absorvem-se novas formas de
pensamento progressivamente mais complexas. A apropriaçãodesses conceitos é
fundamental no processo de pensamento. É o ciclo de formação de pensamento
e desenvolvimento de ações mentais mediante a solução de problemas a qual
proporcionará o desenvolvimento 
cognitivo. A atividade do aluno se 
assemelha à atividade do cientista, 
ou seja, deve-se recorrer aos 
conhecimentos científicos para alcançar 
uma explicação mais sofisticada para os 
problemas.
A teoria histórico-cultural (THC) da 
atividade também tem um conceito 
sobre o pensamento teórico. É por 
meio da ascensão do abstrato para 
o concreto, ou seja, da posse do
pensamento abstrato (pensamento
geral), que se deduzem as relações
particulares. A maioria dos métodos
pedagógicos defende que o ensino
A teoria histórico-cultural • 9/15
deve partir do concreto para o abstrato 
(pensamento indutivo). Para a THC, é 
o contrário: é a partir do pensamento
abstrato, teórico, dos conhecimentos
científicos, que é possível estabelecer
relações particulares. A partir do
momento em que o aluno se apropria
das normas/conceitos/princípios de
uma teoria, ele é capaz de deduzir e pensar em problemas específicos (geral → 
particular). As atividades de ensino e os conteúdos escolares estão conectados à 
lógica do campo científico a que ele pertence, bem como à forma pela qual ele se 
articula com outras áreas do conhecimento.
A tarefa de aprendizagem, que corresponde àquilo que o aluno realiza, divide-se 
em três grandes momentos:
• No primeiro momento, o da análise do material, o aluno, para descobrir uma
relação geral, entra em contato com a situação-problema apresentada pelo
professor.
• No segundo momento, o aluno passa a fazer algumas deduções em busca de
relações e conceitos a partir dos conhecimentos prévios.
• No terceiro momento, o aluno deve estabelecer conexões anteriores, criar
novas conexões e chegar a uma análise e síntese da aprendizagem.
Na escola, a tarefa de aprendizagem torna-se uma atividade de aprendizagem. Esta 
atividade implica sempre em uma solução coletiva de um problema comum a todos. 
As atividades coletivas possibilitarão a comunicação, já que é por meio desta que 
o aluno pode acessar outros pontos de vista. Outra característica das atividades de 
aprendizagem é a troca de modos de ação diferentes entre os alunos, possibilitando 
a compreensão mútua e o estabelecimento de relações mais complexas. Uma 
atividade de aprendizagem não é um trabalho coletivo no qual cada membro faz 
uma parte. Ao contrário: envolve discussão, apresentação das ideias (planejamento) 
e intercâmbio entre os participantes. A atividade de aprendizagem envolve, ainda, 
o planejamento individual, levando em conta os demais colegas, a reflexão e a
atitude crítica. Ao final da atividade, o professor e os alunos podem rever esse
processo, realizando os ajustes necessários.
A teoria histórico-cultural • 10/15
O trabalho do professor é o planejamento da atividade de ensino como uma ação 
intencional que cria estratégias para que os alunos se apropriem da cultura e se 
transformem nesse processo.
Estudo de Caso
O designer instrucional de uma empresa educacional convoca uma 
reunião para planejamento de estratégias que possibilitem aos alunos a 
aprendizagem adaptativa.
A ideia é trazer os estudos da teoria histórico-cultural para a prática 
pedagógica virtual. Ao convidar o profissional da área da educação, o 
designer solicitou os principais questionamentos iniciais que precisavam ser 
respondidos para iniciar o planejamento das atividades. Então, qual foi a 
resposta?
Qual é o contexto dos alunos? Qual perfil apresentam?
Que conhecimentos prévios trazem?
Como aprendem e o que pretendemos ensinar?
Como os profissionais devem responder essas questões com base na THC?
A teoria histórico-cultural • 12/15
Saiba Mais
Leia os dois textos (um artigo e um livro, respectivamente) 
indicados a seguir para complementação do tema:
Zona de desenvolvimento proximal: análise teórica de um conceito 
em algumas situações variadas - http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200011 
Pensamento e linguagem - https://www.institutoelo.org.br/site/files/
publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.pdf
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244030044
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200011
https://www.institutoelo.org.br/site/files/publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.pdf
A teoria histórico-cultural • 13/15
References
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015.
Rêgo, T. C. Vygostsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis:
Vozes, 1995.
Vygostsky, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016. 
Você pode acessar o livro base deste tema
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
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Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Estilos de aprendizagem • 2/14
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os estilos de aprendizagem definidos por Jung e Felder.
Estilos de aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Estilos de aprendizagem • 3/14
Introdução
Nos temas anteriores, refletimos 
sobre a importância das teorias de 
aprendizagem para o trabalho com 
desenvolvimento de ambientes virtuais 
de e-learning. Compreendemos que 
a teoria histórico-cultural contribui 
para pensarmos esses ambientes 
como ferramentas que propiciam a 
aproximação dos processos de ensino e 
aprendizagem com o contexto em que 
os alunos estão inseridos, resultando em 
aprendizagem significativa.
Tão importante como compreender as 
teorias de aprendizagem é entender os 
estilos de aprendizagem.
Com tantas possibilidades tecnológicas, 
o acesso aos recursos de áudio, texto 
e imagem também contribuíram com 
as estratégias de ensino, possibilitando 
aos diferentes alunos, diversas 
possibilidades de apresentação de 
materiais e conteúdos pedagógicos.
Quais, no entanto, são os estilos de 
aprendizagem? Qual é a importância 
da diversificação desses recursos? Qual 
é a diferença entre a aprendizagem 
por meio de texto e aquela por meio 
de imagem, por exemplo? Quais são 
as discussões existentes sobre esses 
estilos?
Estilos de aprendizagem • 4/14
Verificamos, por meio da teoria histórico-cultural, que as pessoas se desenvolvem 
a partir das relações sociais, dos processos de mediação e interação entre pares; e 
que a aprendizagem acontece na relação entre as zonas de desenvolvimento real e 
proximal, não é verdade? Mas, esse processo acontece de que forma?
Cada ser humano é único na maneira de aprender, conviver, relacionar-se, o que não 
é diferente no processo de ensino e aprendizagem. Cada aluno apresenta 
especificidades para aprender. Assim, temos uma relação entre o tempo e o 
modo como aprendem e se desenvolvem (teoria da aprendizagem) e também 
entre os sentidos que contribuem para a assimilação dos conceitos (estilos de 
aprendizagem). Alguns autores entendem essas especificidades como estilos 
cognitivos. Neste tema, vamos explorar a abordagem de Jung e Felder.
Jung trabalhou com a oposição entre dois pares de abordagens que tratam 
da percepção das coisas - sensação e intuição, e do julgamento de fatos 
- pensamento e sentimento. Tais abordagens também estão ligadas tanto
ao exterior como ao interior. Assim, para o autor, o mundo exterior (pessoas, 
coisas e experiências) trata da extroversão; e mundo interior (reflexão) trata da 
introversão.
Jung, por meio de combinações de quatro dimensões, portanto, define tipos 
psicológicos, a saber:
Figura 5.1 – Tipos psicológicos de Jung
Extroversão (Extrovert)
Sensação (Sensing)
Pensamento (Thinking)Julgamento (Judgement)
Introversão (Introvert)
Intuição (Intuition) 
Sentimento (Feeling) 
Percepção (Perception)
Fonte: elaborada pela autora.
Os tipos psicológicos definidos por Jung são determinados pela combinação de 4 
letras, totalizando 16 especificidades. Veja a descrição deles no quadro a seguir:
Estilos de aprendizagem • 5/14
Quadro 5.1 – Dimensões definidas por Jung
E – Extroversão 
(Extrovert)
Volta-se ao mundo exterior e às coisas. Manifesta interesse por pessoas 
e eventos. Precisa de estímulo externo para engajar-se em situações de 
aprendizagem. Costuma arriscar-se. 
I – Introversão 
(Introvert)
Volta-se para o seu mundo interior, suas ideias e suas impressões. Tem 
preferência por atividades individuais e não prioriza relacionamentos 
interpessoais. Manifesta grande concentração e autossuficiência. 
Precisa de um tempo para pensar antes de expressar-se. Normalmente, 
não se arrisca. 
S – Sensação 
(Sensing)
Volta-se mais ao presente e às informações obtidas por meio dos seus 
sentidos. Interage com o mundo de forma prática. Normalmente, é 
sistemático, detalhista e gosta de observar fenômenos bem de perto. 
Necessita de situações de aprendizagem estruturadas, com sequência 
clara e objetiva.
N – Intuição 
(Intuition)
Volta-se mais para o futuro, aos padrões e às possibilidades. 
Normalmente, procura buscas inovadoras e teóricas, pois exercem 
certo fascínio. Costuma fazer inferências a partir de um contexto, 
construindo bons modelos nos quais apoia suas ideias e produções. 
Costuma estruturar seu próprio treinamento com facilidade. Não é 
muito preciso, então pode perder detalhes importantes. De modo 
geral, apresenta complexidade excessiva nos seus discursos. 
T – Pensamento 
(Thinking)
Prefere apoiar-se em critérios impessoais e baseia suas decisões 
na lógica e na análise objetiva de causas e efeitos. Costuma ser 
disciplinado e ansioso.
F – Sentimento 
(Feeling)
Prefere basear as decisões em valores e na avaliação subjetiva. 
Manifesta forte consciência social. Agrega as pessoas, promovendo 
motivação. Precisa de atenção e evita situações sociais tensas. 
J – Julgamento 
( Judging )
Prefere abordagens planejadas e organizadas com relação à vida e 
gosta das coisas bem definidas. Normalmente, prefere lidar com um 
estilo de vida planejado, organizado e bem controlado. Engaja-se no 
trabalho sistemático. É rígido, e intolerante com a ambiguidade. 
Estilos de aprendizagem • 6/14
P – Percepção 
(Perception)
Gosta das abordagens flexíveis e espontâneas, preferindo propostas 
e opções abertas. Aceita facilmente mudanças e novas experiências. 
Pode manifestar falta de persistência ou consistência, o que pode 
atrapalhar seu desempenho.
Fonte: adaptado de Jung (2011).
Figura 5.2 – Descrição dos tipos de personalidade
Fonte: Feloni e Gould (2016).
Felder (1993) refere-se aos estilos de aprendizagem como a forma com que as 
pessoas recebem e processam as informações. Defende que cada pessoa poderá 
apresentar ou desenvolver habilidades que manifestem preferências mais visuais, 
como figuras, diagramas e esquemas, enquanto outros manifestam preferências mais 
verbais, por meio de explanações orais ou escritas por exemplo. Já alguns preferem 
a interação e outros uma aprendizagem introspectiva e individualizada. 
Estilos de aprendizagem • 7/14
O autor defende que é necessário pensar as possibilidades de oferta das 
informações (visuais, auditivas, orais), propiciando maior conforto para os alunos 
no momento da aprendizagem. Contudo, também alerta para a possibilidade de 
ampliar os recursos e as ofertas, estimulando a utilização de diferentes canais para 
receber as informações.
Ele define quatro dimensões de estilos de aprendizagem, definidas e descritas na 
figura seguinte. 
Figura 5.3 – Quatro dimensões de estilos de aprendizagem
• Ativo (active) – reflexivo (reflective)
A
tiv
os
Re
fle
xi
vo
sTendem a reter e compreender
informações mais eficientemente
discutindo, aplicando conceitos e/
ou explicando para outras pessoas.
Gostam de trabalhar em grupo.
Precisam de um tempo para 
sozinhos pensar sobre as 
informações recebidas. Preferem os 
trabalhos individuais.
• Racional (sensing) – intuitivo (intuitive)
Ra
ci
on
ai
s
In
tu
iti
vo
sGostam de aprender fatos. São 
mais detalhistas, memorizam fatos 
com facilidade, saem-se bem em 
trabalhos práticos (laboratório, 
por exemplo). Tendem a ser mais 
práticos e cuidadosos do que os 
intuitivos.
Preferem descobrir possibilidades 
e relações. Sentem-se mais 
confortáveis em lidar com novos 
conceitos. São mais rápidos no 
trabalho e mais inovadores.
• Visual (visual) – verbal (verbal)
V
isu
ai
s
Ve
rb
ai
sLembram mais do que viram –
figuras, diagramas, fluxogramas,
filmes e demonstrações.
Tiram maior proveito das palavras 
– explicações orais ou escritas.
Estilos de aprendizagem • 8/14
• Sequencial (sequential) – Global (global)
Se
qu
en
ci
ai
s
G
lo
ba
isPreferem caminhos lógicos,
aprendem melhor os conteúdos
apresentados de forma linear e
encadeada.
Lidam aleatoriamente com 
conteúdos, compreendendo-os 
por “insights”. Depois que montam 
a visão geral, têm dificuldade de 
explicar o caminho que utilizaram 
para chegar nela.
Fonte: elaborada pela autora com base em Felder (1993).
Jung e Felder são alguns dos autores que provocam a reflexão sobre os estilos de 
aprendizagem. Cabe compreendermos que cada pessoa apresenta sua própria 
preferência, que certamente, é influenciada por um contexto específico. Importante 
no momento de refletir sobre os canais de recepção das informações é considerar 
os diferentes alunos que podemos encontrar em sala de aula, sendo esta sala física 
ou virtual. 
No momento em que planejamos ambientes virtuais para o e-learning, precisamos 
levar em consideração tanto o modo como o aluno aprende quanto os estilos e as 
preferências de aprendizagem que ele apresenta.
Estudo de Caso
Uma equipe multidisciplinar de uma instituição de ensino superior (IES) 
planejada a oferta de algumas disciplinas virtuais de um determinado curso 
de tecnologia.
As disciplinas deverão contar com atividades virtuais e práticas (realizadas 
Estilos de aprendizagem • 9/14
em sala de aula), distribuídas em dez estados diferentes do país. Os alunos 
apresentam características específicas, e as realidades sociais são muito 
diferentes. Assim, a IES conta com alunos que têm acesso a tecnologias e 
alunos que precisam estudar utilizando meios tradicionais.
Considerando os diferentes estilos de aprendizagem, quais reflexões iniciais 
devem permear a discussão dessa equipe?
Saiba Mais
Leia o artigo sugerido a seguir:
Estilos de aprendizagem (Modelo de Ferder e Silverman) + Quiz - 
https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem-
modelo-de-felder-e-silverman/ 
- https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem-modelo-de-felder-e-silverman/
Estilos de aprendizagem • 10/14
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
FELDER, R. Reaching the Second Tier: Learning and Teaching Styles in College 
Science Education. J. College Science Teaching, v. 23, n. 5, p. 286-290, 1993. 
Disponível em: <http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/
Secondtier.html>. Acesso em: 8 nov. 2017. 
http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Secondtier.html
http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Secondtier.html
https://player.vimeo.com/video/244030174
Estilos de aprendizagem • 11/14
FELONI, R.; GOULD, S. The best jobs for your personality type. World Economic 
Forum/Business Insider, oct. 2016. Disponível em: <https://www.weforum.org/
agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_
medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer>. Acesso em: 8 nov. 
2017.
JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. Vol. 6. São Paulo: Vozes, 2011.
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe
https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe
https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe
Estilos de aprendizagem • 14/14
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Design de Ambientes 
de Aprendizagem
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2.
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Design de Ambientes de Aprendizagem • 2/15
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os principais componentes de ambientes virtuais de
aprendizagem.
Design de Ambientes de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
https://player.vimeo.com/video/244030298
Design de Ambientes de Aprendizagem • 3/15
Design de Ambientes 
de Aprendizagem
Os teóricos da aprendizagem e os 
pesquisadores entenderam que não 
“ensinamos” tanto quando criamos 
um ambiente no qual as pessoas 
possam aprender. Os facilitadores de 
aprendizagem projetam experiências 
e atividades que permitem que as 
pessoas entendam novos conceitos, 
aprendam os conhecimentos 
necessários e ganhem habilidades 
necessárias. Acredita-se que essas 
experiências e atividades estão inseridas 
no local de trabalho em vez de reunidas 
em um curso formal. O aprendizado 
é uma consequência natural das 
interações cotidianas e do trabalho 
em andamento, e a necessidade de 
obter conhecimento e habilidades é 
mais imediata e não pode ser relegada 
apenas ao material didático formal.
Quando precisamos apoiar o 
aprendizado de uma base ou
Design de Ambientes de Aprendizagem • 4/15
habilidade de conhecimento específica, 
devemos expandir o alcance de nossos 
esforços para o local de trabalho. 
Pensamos sobre todas as 
diferentes maneiras pelas quais as pessoas aprendem, como já discutimos nas aulas 
anteriores, e criamos um ambiente que torne acessíveis os recursos de aprendizagem 
e dê às pessoas o apoio que elas precisam, quando e onde precisam. Essa é a visão 
que o design do ambiente de aprendizagem se concretiza.
Um ambiente de aprendizagem é uma coleção deliberadamente organizada de 
recursos e atividades relacionadas a uma necessidade de conhecimento específica, 
que pode acontecer em ambientes de educação formal e não formal.
Vamos resgatar a metáfora do meio ambiente: é uma imagem que engloba todos os 
componentes que cercam os seres vivos. Em um bom ambiente, os componentes 
contribuem para o bem-estar e o crescimento. Em uma paisagem bem projetada, por 
exemplo, o meio ambiente inclui luz solar, solo, água e outros elementos, 
e o paisagista garante os elementos certos para ajudar as plantas desejadas a 
prosperarem. 
Assim também, acontece com os ambientes de aprendizagem, que se destinam a 
ajudar as pessoas a aprender e se desenvolver, sendo projetados com a utilização de 
uma ampla gama de componentes que apoiam essa empreitada.
Design de Ambientes de Aprendizagem • 5/15
Componentes de Ambiente de Aprendizagem
Listar todos os componentes importantes de um ambiente de aprendizagem seria 
tão desafiador quanto listar todas as plantas possíveis para crescer em um jardim. 
Espécies de plantas possuem múltiplas variedades, e novas são criadas todos os dias. 
Ao plantar um jardim, as escolhas dependem do clima, da localização, do tipo de 
solo e das preferências do jardineiro.
Um processo semelhante ocorre ao se projetar um ambiente de aprendizagem. 
Há um mundo de opções de recursos e atividades. E, como novas possibilidades 
são criadas constantemente, seria impossível listar todas elas. Mesmo assim, é 
importante começar com uma lista sólida de componentes potenciais a serem 
incluídos (pessoas, treinamento e educação, práticas de desenvolvimento, 
práticas de aprendizagem experiencial, motivação e autodireção do aluno), com 
base nos quais podemos organizar diferentes recursos, atividades e práticas de 
aprendizagem.
É comum a sugestão de ferramentas específicas como blogs ou microblogs, software 
de captura de tela e ferramentas de vídeo, tendo em vista que os professores podem 
usá-las para criar e adicionar aos componentes de aprendizagem disponíveis no 
ambiente. Designers, geralmente, incluem links para esses tipos de ferramentas, 
quando eles criam os portais de aprendizagem, que atuam como o ponto de entrada 
para o ambiente de aprendizagem.
É importante notar quão flexível é um ambiente de aprendizagem, incorporado em 
relacionamentos e práticas de trabalho. Embora um portal eletrônico seja 
frequentemente útil para a organização de materiais e atividades, o ambiente físico é 
onde ocorre o relacionamento interpessoal, presente no virtual apenas pelas 
ferramentas de comunicação.
A lista de componentes é compilada a partir de um conjunto maior de itens 
potenciais derivados de modelos educacionais e experiência de longo prazo. Aqueles 
familiarizados com as teorias vão notar elementos de aprendizado combinado, 
transferência de aprendizagem, aprendizado informal e teoria e prática de 
aprendizagem social, juntamente com ideias oferecidas pelo gerenciamento pessoal 
do conhecimento e defensores do conhecimento construtivista. Olhar através desses 
fluxos de pensamento produz uma lista muito rica de possíveis recursos cognitivos, 
atividades e práticas que foram categorizados para facilitar a identificação e a seleção.
Design de Ambientes de Aprendizagem • 6/15
Recursos
São vários os recursos que podem ser utilizados na construção de ambientes de 
aprendizagem. Podemos listar todos os tipos de materiais a serem acessados para 
essa prática; eles podem ser recursos físicos (como livros, revistas, equipamentos ou 
artefatos) ou podem ser acessados eletronicamente por um computador ou pela 
internet. Bases de dados, vídeos, apresentações eletrônicas, auxílios de trabalho e 
manuais também são recursos potenciais. Quando os alunos pesquisam informações 
na internet ou descobrem como fazer alguma coisa, estão acessando recursos. Eles 
também podem acessar bibliotecas ou outros espaços físicos, onde materiais de 
referência e outros recursos de aprendizagem podem ser encontrados. 
Os recursos são úteis para comunicar o conhecimento explícito, que é valioso para as 
pessoas que são novas em uma função ou tarefa, bem como para apoiar 
o aprendizado just-in-time e oferecer um suporte de desempenho mais direto. O
desafio é encontrar recursos que estejam no nível certo, que sejam de alta
qualidade e que sejam relevantes para um contexto particular. Os alunos precisam
acessar as informações e depois descobrir como efetivamente aplicá-las.
Pessoas 
A categoria de pessoas reconhece o fato de que os relacionamentos são 
fundamentais para a aprendizagem. Ou seja, com base no teoria histórico-cultural 
que estudamos anteriormente, as relações sociais são fundamentais para o 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 7/15
aprendizado. Face a face ou on-line, as 
pessoas podem oferecer sabedoria, 
feedback, respostas rápidas, insights 
e modelagem, troca de saberes, 
entre outras coisas. Em suma, eles 
fornecem as conexões interpessoais 
ativas necessárias para uma profunda 
compreensão e colaboração. 
Esses relacionamentos podem ser 
profundos (como entre mentores e 
mentorados) ou bastante distantes 
(como especialistas seguidos no 
Twitter). As pessoas comunicam o 
conhecimento através das interações 
interpessoais, ensino, orientação, 
respostas a perguntas e discussão e 
são coaprendentese colaboradores. 
Embora onipresente, o aprendizado 
através de interações com os 
outros, muitas vezes, está longe de 
ser uma questão simples, exigindo 
confiança, comunicação efetiva e 
acompanhamento. 
Treinamento e Educação 
O treinamento formal e a educação 
são extremamente valiosos quando as 
necessidades do aluno e os objetivos 
do curso estão alinhados. 
Os cursos podem ser baseados em sala 
de aula, podem ser on-line, e-learning, 
de autoestudo, por treinamento 
no local de trabalho ou oferecidos 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 8/15
em alguma combinação dessas 
modalidades. Eles podem ser por 
crédito ou não; oferecidos dentro de 
uma organização ou por uma instituição 
educacional, organização profissional ou 
fornecedor. O grau em que as pessoas 
aprendem com treinamento e educação 
depende muito da qualidade dos 
cursos e do modo como são planejados 
os processos de ensino e aprendizagem. 
Pesquisas mostram que a retenção e a 
aplicação dependem da relevância, do 
envolvimento profundo, da prática e do 
feedback. O aprendizado não ocorre 
apenas através do aproveitamento 
de conhecimentos e habilidades de 
outras fontes; muitas vezes, ocorre 
através do processamento das próprias 
experiências e das trocas com os pares.
Práticas de Desenvolvimento
A categoria de práticas de desenvolvimento engloba práticas que a organização e 
sua equipe de gerenciamento podem implementar para apoiar a aprendizagem. 
Essas práticas exigem o envolvimento ativo de supervisores e gerentes e 
desempenham um papel importante na aceleração do crescimento dentro da 
organização. Os gerentes podem garantir o desenvolvimento de uma cultura em 
que a aprendizagem autodirigida possa prosperar, oferecendo coaching e feedback, 
bem como atividades de reflexão em grupo e de melhoria contínua. 
Programas de desenvolvimento, observação e comentários sobre o trabalho, 
estratégias para compartilhar lições aprendidas entre a equipe e projetos de 
aprendizagem são apenas algumas das outras maneiras pelas quais as organizações 
apoiam as práticas de ensino e aprendizagem. Em programas acadêmicos, pode 
haver oportunidades de debater regularmente experiências baseadas no trabalho 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 9/15
e conectar os alunos uns com os 
outros de forma contínua. As práticas 
específicas de desenvolvimento 
também podem ser listadas em 
outras categorias (por exemplo, a 
orientação pode ser um programa em 
práticas de desenvolvimento ou um 
relacionamento entre pessoas), mas 
muitas vezes, é importante identificar os 
mecanismos de suporte organizacional 
e de gerenciamento para garantir 
desenvolvimento de cultura. 
Práticas de Aprendizagem 
Experiencial
A categoria de práticas de 
aprendizagem experiencial lista o 
que alguns dos indivíduos fazem 
(sozinhos ou com outros) para 
que as experiências façam sentido, 
transformando-as em conceitos, 
ideias e orientação para ações futuras. 
Quando você pede às pessoas que 
descrevam como elas aprendem, 
um fator que quase sempre surge é 
aprender fazendo. O desenvolvimento 
profundo de habilidades é facilitado 
através de prática e reflexão, e novos 
conhecimentos são criados através 
da ação e colaboração. Um designer 
ou líder de aprendizagem não cria, 
necessariamente, essas experiências, 
mas pode haver maneiras de promover 
tipos específicos de experiências e 
nutrir a aprendizagem deles, sobretudo, 
disponibilizando ferramentas de 
autoavaliação e reflexão para os alunos. 
O feedback construtivo é, muitas vezes, 
uma parte essencial desse processo de 
aprendizagem.
Motivação e Autodireção 
do Aluno
Subjacentes a todas essas categorias 
de componentes estão a motivação 
do aluno e a autodireção da 
aprendizagem. Os alunos precisam 
escolher aprender, razão pela qual, 
sem algum grau de motivação, pode-
se comprometer a aprendizagem. (É 
verdade que a aprendizagem pode 
acontecer sem a escolha consciente, 
mas o tipo de necessidades de 
aprendizagem que estamos discutindo 
é mais frequentemente aquele que os 
alunos precisam reconhecer e escolher 
abordar.) A motivação do aluno é a 
base para a aprendizagem em todas 
elas, e os componentes que promovem 
a motivação e a autodireção também 
podem ser encontrados em todas as 
categorias. Você pode imaginar que 
algumas leituras (recursos) possam 
ser inspiradoras, levando as pessoas 
a quererem aprender mais, ou que 
alguns líderes de pensamento (pessoas) 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 10/15
possam provocar e estimular os potenciais alunos, de maneira que estes estejam 
“a bordo”. A motivação, então, é promovida por vários componentes diferentes 
(embora ela não seja, necessariamente, todos eles). 
Estudo de Caso
Uma equipe multidisciplinar estuda os melhores recursos para o 
desenvolvimento de uma plataforma que será direcionada aos funcionários de 
uma empresa automobilística. 
A empresa necessita desenvolver capacitações para todos os colaboradores 
por meio de universidade corporativa; assim precisará desenvolver sua 
plataforma, pensando nos diferentes níveis hierárquicos.
Quais os principais componentes que a equipe deverá levar em 
consideração?
Saiba Mais
Design de Ambientes de Aprendizagem • 11/15
Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar 
estudando sozinho a distância - http://horizontes.sbc.org.br/
index.php/2020/06/aprendizagem-em-rede/ 
Aprendizagem na educação online: análise de conceito - https://
www.scielo.br/j/reben/a/nc6YL3ny8NhrR4cGKps95wy/?lang=pt
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244030411
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/06/aprendizagem-em-rede/
https://www.scielo.br/j/reben/a/nc6YL3ny8NhrR4cGKps95wy/?lang=pt
Design de Ambientes de Aprendizagem • 12/15
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
Design de Ambientes de Aprendizagem • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Estratégias para Ambientes 
de Aprendizagem
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Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 2/14
Objetivo de Aprendizagem
• Reconhecer diferentes estratégias de aprendizagem utilizadas no
desenvolvimento de ambientes virtuais.
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 3/14
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem
Normalmente, os ambientes de aprendizagem se encaixam nas soluções existentes 
de desenvolvimento de recursos humanos, como as de instrução e as de suporte 
ao desempenho. A instrução formal é melhor quando um conjunto específico 
de objetivos de aprendizagem precisa ser alcançado e quando os designers 
instrucionais podem empregar processos e práticas de design sólidos para abordá-
los. O suporte ao desempenho é exigido quando há necessidade de fornecer ajuda 
imediata no fluxo de trabalho, e especialistas em suporte de desempenho podem 
sugerir abordagens para isso.
Mas, quando uma avaliação revela a necessidade de desenvolvimento de 
conhecimentos ou habilidades que não pode ser tratada de forma clara através 
de soluções de suporte de instrução ou de desempenho, um ambiente de 
aprendizagem, deliberadamente curado, pode ser a melhor maneira de fornecer 
o suporte de aprendizagem necessário para que as pessoas se envolvam, de forma
produtiva, em seu próprio desenvolvimento em curso.
Há muitas razões pelas quais um líder de aprendizagem pode escolher projetar 
um ambiente com essa finalidade; portanto, as estratégias são personalizadas a 
depender da necessidade

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