Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teorias de aprendizagem e o e-learning L EA RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 1. 1 Teorias de aprendizagem e o e-learning • 2/13 Objetivos de Aprendizagem • Compreender a importância do estudo das teorias de aprendizagem para o desenvolvimento de e-learning. Teorias de aprendizagem e o e-learning Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 https://player.vimeo.com/video/244029603 Teorias de aprendizagem e o e-learning • 3/13 O mundo está cada vez mais tecnológico Essa é uma afirmação que, constantemente, encontramos em diferentes canais de comunicação. Também, podemos encontrar a mesma afirmação nos discursos dos profissionais da educação, tanto os que se apropriam desse contexto quanto os que ainda precisarão encontrar estratégias para se adaptar a ele. O fato é que as mudanças na tecnologia de informação e comunicação acabam por gerar, também, mudanças nos próprios sistemas educacionais, desde a forma como apresentamos e desenvolvemos os conceitos com os estudantes até o modo como o professor realiza o planejamento da sua aula. As gerações mais novas (Geração Y e, principalmente, Geração Z) nascem dominando as tecnologias, e, por vezes, seu processo de aprendizagem acontece de diversas formas e por diferentes recursos. As estratégias de e- learning e a gama de possibilidades, que o avanço das tecnologias de comunicação e informação são Teorias de aprendizagem e o e-learning • 4/13 apresenta permitem a apropriação de conceitos que, por vezes, foram ignorados no contexto educacional, como o de aprendizagem colaborativa e em rede, por exemplo. Compreender o modo pelo qual as pessoas aprendem sempre foi importante. Contudo, estamos em um contexto cada vez mais diversificado, em que as ferramentas utilizadas pelos professores já não são mais apenas a lousa e o giz. Assim, torna-se necessário questionar o modo como ensinamos. A forma como ensinamos e como aprendemos precisa ser compreendida para que as condições necessárias para à aprendizagem sejam devidamente pensadas e planejadas. O papel dos atores envolvidos nesse processo mudou. É preciso, portanto, portanto, compreender qual é o papel de cada um deles. Como? Com base nas teorias de aprendizagem, que nos permitem refletir sobre essas questões. Então, por que precisamos compreender as principais teorias de aprendizagem para pensar metodologias ativas em ambientes virtuais, por exemplo? As teorias de aprendizagem permitem ao profissional de educação adquirir conhecimentos, competências e habilidades para repensar as estratégias pedagógicas de ensinar e aprender em meio a um contexto contemporâneo extremamente inovador e tecnológico. Uma tarefa um pouco desafiadora, tendo em vista as características tradicionais impregnadas nas escolas e na concepção pedagógica de gestores e professores. As teorias de aprendizagem partem do estudo do desenvolvimento humano, da sua evolução cognitiva, social e emocional, para compreender a relação entre o modo como o estudante aprende e as condições necessárias para que o aprendizado aconteça. Buscam explicar a Teorias de aprendizagem e o e-learning • 5/13 relação professor–aluno–situação de aprendizagem, bem como a relação entre o conhecimento existente e o novo conhecimento. A escola tradicional defende a figura do professor como o detentor do conhecimento; logo, professores repassam informações aos alunos. A evolução tecnológica permite a busca pelo saber, razão pela qual o acesso à informação é constante, o que torna a função do professor muito maior do que a de “transmissor do conhecimento”. Assim, as teorias de aprendizagem nos permitem refletir sobre esse novo papel. Dentro de um sistema de e-learning, o design do ambiente de aprendizagem oferece uma maneira de conceituar uma variedade de estratégias em um todo coerente e valioso. Um ambiente de ensino é uma coleção de recursos e atividades que se voltam para o aprender, a qual é deliberadamente curada, ou seja, usar conhecimento especializado para recomendar os componentes mais relevantes e úteis para os aprendentes e os propósitos específicos do ambiente de aprendizagem, com um conhecimento específico para a necessidade de desenvolvimento de habilidades pensadas pelo professor. Esses recursos e atividades incluem materiais de referência e recursos de informação (livros, artigos, vídeos, links), conexões interpessoais com especialistas, treinadores e colegas, atividades formais de aprendizagem, como treinamento e programas de graduação, atividades elaboradas por gestores e destinadas a apoiar o desenvolvimento e as ações realizadas pelos alunos.. Projetar estes ambientes faz com que o aluno tenha condições de estruturar seus conhecimentos em cursos, possibilitando-lhes vários tipos de pesquisas, inclusive na internet, desde que em sites confiáveis e, preferencialmente, de cunho acadêmico. São vários os profissionais que trabalham para pensar um ambiente de aprendizagem. A estratégia de criação, provavelmente, exigirá uma colaboração profunda com especialistas em tecnologia e provedores externos, a fim de alinhar as ferramentas e os recursos mais úteis para o desenvolvimento de conhecimento e das habilidades. Esse é o pano de fundo para o surgimento da estrutura de design do ambiente de aprendizagem. Contudo, pensar essas estratégias exige um conhecimento que é pedagógico: o conhecimento dos processos de ensino e de como o aluno absorverá este conteúdo. Assim, tão importante como os desenvolvedores e o design é o profissional da área da Teorias de aprendizagem e o e-learning • 6/13 educação que agregará valor ao ambiente por meio das estratégias que envolvem esse processo. O profissional da área da educação, através dos estudos das diferentes teorias de ensino, poderá organizar, de forma colaborativa, com uma equipe multidisciplinar, o plano e as estratégias de ensino, utilizando o e-learning e considerando as possibilidades de aprendizagem individuais e coletivas, de forma progressiva e adaptativa. Ele é uma coleção de recursos e práticas que possibilitam o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades. Um ambiente de aprendizagem é constituído por pessoas em uma rede, livros em suas estante, acesso a materiais específicos da internet, suporte de seus gerentes e formas como o aprendizado acontece todos os dias apenas trabalhando, além de outros recursos e atividades potenciais. Para aprender em qualquer momento, as pessoas utilizam o que está disponível nas imediações (seja fisicamente próximo, seja acessível por meio da tecnologia). Em um sentido muito real, todos vivem em um ambiente de aprendizagem. As pessoas estão, constantemente, envolvidas em atividades e interações que promovem aprendizado e crescimento e também cercadas por indivíduos e recursos que os sustentam. Uma grande variedade de ferramentas encontra-se disponível para pesquisa e interação social. Esse conjunto de ferramentas para o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem expandiu-se rapidamente durante as últimas décadas, juntamente com a mudança das demandas dos alunos. Essa expansão se deve, também, às novas tecnologias que tornam possíveis algumas técnicas e recursos. Mas, vamos retomar à pergunta inicial desta discussão: Teorias de aprendizagem e o e-learning • 7/13 Por que precisamos compreender as principais teorias de aprendizagem para pensar metodologias ativas em ambientes virtuais, por exemplo? Poderíamos responder a esse questionamento com a seguinte indagação: como é possível tratar de ambientes virtuais, que utilizam novas tecnologias e metodologias ativas para mediar os processos de ensino e aprendizagem, sem compreender o desenvolvimento humano e o modo como os alunos aprendem? Temos, daí, a respostapara o nosso questionamento inicial. Precisamos compreender as principais teorias de aprendizagem para pensarmos em ambientes virtuais para: • pensarmos esses recursos direcionados a pessoas; • mediar a construção do conhecimento; • alinhar o contexto histórico- cultural aos processos de ensinar e aprender; • propiciar aprendizagem significativa; • trabalhar com mediação e interação social; • compreender os limites e potenciais de aprendizagem dos alunos; • respeitar e compreender os diferentes estilos de aprendizagem; • garantir que, em vez de apenas repassar informações ou seguir parâmetros e modismos estabelecidos, pensemos nos processos de ensinar e aprender dentro de um contexto específico. Alinhar o conhecimento pedagógico ao conhecimento tecnológico é uma das principais estratégias de sucesso para o e-learning. Compreender que a educação passou por grandes transformações e precisa acompanhar as mudanças tecnológicas considerando as necessidades históricas, Teorias de aprendizagem e o e-learning • 8/13 sociais e cognitivas dos alunos é uma das grandes funções sociais dos espaços de aprender, tanto os físicos quanto os virtuais. Nesse sentido, o estudo das teorias de aprendizagem é fundamental para nortear não só os processos de ensino e de aprendizagem, como também, o olhar dos atores pedagógicos envolvidos. Estudo de Caso Uma empresa metalúrgica, de grande porte, resolveu implementar uma universidade corporativa a fim de capacitar os funcionários e oportunizar constante atualização da área. Para tanto, decidiu que não poderia contar apenas com profissionais de TI, RH e da área referente ao escopo da empresa. Em reunião do conselho, definiu-se que, para capacitar funcionários, deveriam ser respondidos os seguintes questionamentos: 1. Qual é o contexto em que esses funcionários estão inseridos? 2. Como aprendem de forma significativa? 3. Quais são as melhores estratégias para alcançar a aprendizagem necessária? 4. Quais profissionais compreendem e podem planejar o desenvolvimento dessas capacitações? O conselho resolveu montar uma equipe multidisciplinar, considerando os questionamentos a fim de garantir a aprendizagem dos funcionários. Quais profissionais devem compor essa equipe? Teorias de aprendizagem e o e-learning • 9/13 Saiba Mais Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo: What Is The Role Of The Instructional Designer? Disponível em: <https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional- designer>. Na ponta da língua https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-designer https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-designer https://player.vimeo.com/video/244029716 Teorias de aprendizagem e o e-learning • 10/13 Referências Bibliográficas LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for Talent Development, 2015. PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento da Criança. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. _____. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1972. VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985. _____. Introdução à Psicologia Escolar. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. _____. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Learning Environments by Design Catherine Lombardozzi Alexandria: Association for Talent Development, 2015 Im ag en s: Sh utt er st oc k Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning L EA RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 1. 2 Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 2/16 Objetivos de Aprendizagem • Refletir sobre a importância das teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon para o desenvolvimento de e-learning. Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 3/16 Introdução Uma das principais responsabilidades do design educacional é preocupar- se com o modo como as pessoas aprendem, para, consequentemente, pensar um ambiente de aprendizagem que contemple essas necessidades. Uma das estratégias é desenvolver ferramentas que apoiem os designers no momento de considerar uma ampla gama de opções relacionadas ao modo de aprender e internalizar o conhecimento, tendo em vista uma lista abrangente de componentes potenciais, e um processo para a concepção de abordagem também abrangente para lidar com as necessidades de aprendizagem que incorpore questão informal, social, atividades de desenvolvimento e experiencial, juntamente com atividades formais de desenvolvimento. No entanto, pensar em como as pessoas aprendem é complexo! Para tanto, faz-se necessário compreender estudos que envolvem as teorias de aprendizagem. Estudar essas teorias de aprendizagem é necessário para compreender o modo como o estudante aprende; ou seja, convém pensar estratégias para fazer uso da tecnologia em prol da Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 4/16 aprendizagem. O contexto contemporâneo nos permite afirmar que os estudantes cada vez mais apresentam domínio das tecnologias; contudo, apenas o uso das novas tecnologias não basta como suporte de todo processo de ensinar e aprender. Trata-se de um recurso que agrega valor a esse processo e aproxima os estudantes aos conceitos que devem ser apropriados. Mas, como o estudante se apropria desses conceitos? Mundialmente, fala-se em teorias de aprendizagem e de diferentes autores que discutem essas teorias. Historicamente, essas teorias contribuíram para ampliar e até nortear o olhar pedagógico para o processo de ensino e aprendizagem à luz dos aspectos psicológicos e cognitivos, gerando diferentes possibilidades para conduzir a educação, principalmente nas questões que envolvem a formação docente, o desenvolvimento de currículos para educação básica e superior, sendo também, base para desenvolvimento de propostas curriculares e projetos pedagógicos de ensino. Nesta reflexão, abordaremos as teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon, atualmente muito utilizadas como elemento norteador de propostas pedagógicas que envolvem o ensinar e o aprender. Para Piaget (1991), é por meio da interação com o meio físico e social que o sujeito constrói o conhecimento. O autor entendeu que a lógica implicada na relação organismo–meio poderia ser estendida para o estudo dos processos intelectuais e afetivos, trazendo noções como a de adaptação biológica para o estudo das Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 5/16 funções cognitivas. O autor desenvolveu uma pesquisa com crianças e adolescentes, buscando compreender a forma como o ser humano constrói o conhecimento. Assim, levantou características sobre o modo de agir, pensar, falar, o que resultou na sua teoria dos estágios de desenvolvimento. Esses estágios descritos por Piaget são: o sensório-motor; o pré-operatório; o operatório concreto; e o operatório formal; etapas para cuja definição o autor toma como base a idade biológica da criança. Quadro 2.1 – Estágios de desenvolvimento infantojuvenil segundo Piaget ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS Sensório-motor (0-2 anos) Está dividido em três subestágios, sendo marcado inicialmente por coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário (reflexos, necessidades nutricionais). Na sequência, ocorre a organização das percepções e dos hábitos. Por último, é caracterizado pela inteligência prática, que se refere à utilização de percepções e movimentos organizados em esquemas de açãoque, gradativamente, vão se tornando intencionais, dirigidos a um resultado. A criança começa a perceber, gradativamente, que os objetos à sua volta continuam mesmo se não estiverem sob seu campo de visão. Pré-operatório (2-6 anos) Surgimento da função simbólica, aparecimento da linguagem oral. Característica egocêntrica em termos de pensamento (centrado nos próprios pontos de vista), linguagem e modos de interação. A lógica do pensamento depende da percepção imediata, não sendo possíveis operações mentais reversíveis. Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 6/16 Operatório Concreto (6-11 anos) Pensamento mais compatível com a lógica da realidade, embora ainda preso à realidade concreta. Reversibilidade de pensamentos (uma operação matemática, por exemplo, pode ser reversível). Compreende gradativamente noções lógico-matemáticas de conservação de massa, volume, classificação. O egocentrismo diminui, surgindo uma moral de cooperação e de respeito mútuo (moral da obediência). Operatório Formal (a partir dos 11-12 anos) Pensamento hipotético-dedutivo. Capacidade de abstração. Egocentrismo tende a desaparecer. Construção da autonomia, com avanços significativos nos processos de socialização. Fonte: adaptado de Nunes (2009). Para Piaget, a aprendizagem se processa por meio de dois movimentos simultâneos e integrados, mas de sentido contrário: a assimilação e a acomodação (Bordenave & Pereira, 2002). O processo de assimilação envolve a noção de que conhecer consiste numa significação, dada pelo sujeito, àquilo que é percebido. Ou seja, pelo contato com o objeto ou determinado fato, o ser humano procura dar-lhe sentido por meio de suas percepções. O mecanismo de acomodação, um conceito também explorado pelo autor, exige uma modificação dos esquemas mentais assimilados, a fim de que um novo conhecimento seja construído. A equilibração é um momento em que ocorre um certo conflito no sujeito, tendo em vista que deve se adaptar ao novo. Trata-se do ponto de equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação. Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 7/16 Uma das grandes contribuições de Piaget para a educação, certamente, foi a ideia de construção do conhecimento. Ou seja, o sujeito constrói o seu conhecimento a partir da realidade externa, e as interações entre os sujeitos são um fator primordial para seu desenvolvimento intelectual e afetivo. Para o autor, até o erro caracteriza-se como momento de aprendizagem. Um pouco diferente de Piaget, Vygotsky define a aprendizagem como um processo central no desenvolvimento humano, como apropriação de conhecimentos, habilidades, signos, valores e linguagem, envolvendo a interação do sujeito com o mundo cultural no qual se insere. Vygotsky defendia o desenvolvimento humano, desde o início da vida, influenciado pelo meio ao seu redor, ao se apropriar de significados culturais e históricos que o cercam. Defendia a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), ou seja, um estágio cognitivo no qual os estudantes são ainda capazes de trabalhar (solucionar problemas) se mediados, mas ainda não são capazes de fazê-lo sozinhos. O autor sugeriu que os docentes devem trabalhar na Zona de Desenvolvimento Proximal de modo a fazer avançar a fronteira da Zona de Desenvolvimento Real, ou seja, na qual o aluno pode trabalhar sozinho. Uma das grandes contribuições do autor está nos estudos sobre a mediação e sobre a aprendizagem por meio das relações sociais colaborativas entre pares. Enquanto a ênfase da aprendizagem no construtivismo de Piaget estava no desenvolvimento biológico e na construção do saber influenciada pelo ambiente, na teoria sociointeracionista estão o sujeito histórico e suas relações sociais. Wallon, por sua vez, compreende o desenvolvimento humano de forma integrada, por meio das dimensões intelectual, afetiva e motora, bem como da alternância funcional entre razão e emoção. Compreende o sujeito como biológico-social. Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 8/16 [...] para Wallon, o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar.” (DANTAS, 1992, p. 36) A teoria de Wallon busca explicar a relação entre o sujeito e o meio social e as mudanças que acontecem em diferentes momentos do próprio desenvolvimento, tendo como base as necessidades, os interesses e o ambiente social em que está inserido. O autor dá ênfase aos processos emocionais e afetivos. Acredita que é na ação sobre o meio humano que deve ser buscado o significado das emoções. De acordo com essa teoria, as experiências educacionais devem propiciar a visão de mundo, a construção do eu, a subjetividade, por meio de interações entre grupos, possibilitando a expressão verbal, corporal e emocional. O autor divide em cinco os estágios de desenvolvimento, conforme quadro a seguir. Quadro 2.2 – Estágios de desenvolvimento infantojuvenil segundo Wallon ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS Impulsivo- emocional (1 ano) Momento marcado por inabilidade motora (e simbólica), dependência de cuidados maternos, movimentos desordenados. Comunica-se por meio da emoção (choro, medos, sons que vão se diferenciando). Inicialmente, a criança não percebe diferenciação entre seu corpo e os objetos do mundo externo. As manifestações emocionais iniciais produzem efeitos no ambiente, mobilizam a presença do outro, já sendo um contato de caráter social. Os adultos vão introduzindo gradativamente a criança no contexto cultural em que vivem. Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 9/16 Sensório-motor projetivo (1-3 anos) A criança começa a explorar o mundo físico, a manipulá-lo. Maior autonomia de movimentos. Utilização de uma inteligência prática (conhecimento perceptivo e motor da realidade). O pensamento está atrelado aos gestos/movimentos. Há uma projeção do pensar em manifestações motoras. Início do desenvolvimento da função simbólica (movida pela ação). Personalista (3-6 anos) Momento de formação da personalidade/construção da subjetividade. Há o predomínio dos aspectos afetivos na relação da criança com o ambiente. Busca de autonomia, negação do outro, contraposição a ordens, comportamentos arredios em determinadas situações, mas ainda com forte vínculo com a família e necessidade de aprovação. Pensamento sincrético, fabulação, contradição, incoerências na fala e na escrita. Função simbólica consolidada. Tentativa de autoconstituição, de construção de si. Categorial ( 7 a 10 anos) A criança começa a perceber que existe uma diferenciação entre si próprio e o mundo externo. Suas potencialidades serão determinadas pelo meio em que vivem. Adolescência (11 anos em diante) Inicia-se a puberdade e, com ela, iniciam-se mudanças no plano afetivo nas relações consigo e com os outros. O componente afetivo é mais racionalizado, em virtude de mudanças no campo intelectual. Momento de construção de si, de busca de novos sentidos. Depara-se com o desafio (conflito) de buscar sua identidade, de ampliar seus vínculos afetivos, sem com isso perder a afeição de pessoas significativas, como, por exemplo, os pais. Fonte: adaptado de Nunes (2009). Para Wallon (1995), a afetividade é essencial para o desenvolvimento e precede a inteligência, tendo em vista que a criança é um ser social e as relações afetivas são Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 10/16 anteriores a qualquer tipo de comportamento de outra natureza. O autor defende que a expressão emocional possibilita mediação nas relações interpessoais, bem como a afetividade permite compreender o sentido da realidade para si e para os outros. A construção de Piaget, a interação social de Vygotsky e a emoção e afetividade de Wallon são elementos fundamentais para a compreensão do modo de aprender dos indivíduos. São,além disso, primordiais para pensarmos em metodologias e recursos que oportunizem o processo de ensino e aprendizagem. Estudo de Caso Uma escola está construindo o seu projeto pedagógico, e uma das abordagens já utilizadas é a do construtivismo, que se baseia na teoria de Piaget. Contudo, alguns educadores questionam essa abordagem, tendo em vista o alto teor dado à maturidade biológica nela constante. Como um dos projetos é a escola de tempo integral, que propicie contato entre crianças de diferentes idades, sugeriu-se aprofundar os estudos nas teorias de Vygotsky e Wallon, sem desconsiderar as contribuições de Piaget, complementando, portanto, os estudos dos três autores. Quais pontos devem ser levados em consideração? Como cada abordagem poderá contribuir com o olhar pedagógico e com o planejamento dos professores? Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 11/16 Saiba Mais Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo: Relações entre aprendizagem e desenvolvimento em Piaget e em Vygotsky: dicotomia ou compatibilidade? Disponível em: <http://www2. pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb>. http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 12/16 Referências Bibliográficas BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. D. Estratégias de ensino-aprendizagem. São Paulo: Vozes, 2002. DANTAS, H. Para conhecer Wallon: uma psicologia dialética. São Paulo: Brasiliense, 1992. Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/244029864 Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 13/16 LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for Talent Development, 2015. NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia do desenvolvimento: teorias e temas contemporâneos. Brasília: Liber Livro, 2009. PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Trad. Maria Alice Magalhães D’Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1968. ______. Psicologia e educação da criança. Lisboa: Vega, 1979. ______. Objetivos e métodos da psicologia. Lisboa: Estampa, 1995. Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 16/16 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Learning Environments by Design Catherine Lombardozzi Alexandria: Association for Talent Development, 2015 Im ag en s: Sh utt er st oc k Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender L EA RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 1. 3 Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 2/12 Objetivos de Aprendizagem • Compreender os princípios da teoria histórico-cultural e sua relação com a aprendizagem. Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 Introdução A teoria histórico-cultural surge na primeira metade do século XX na antiga União Soviética. Ela possui quatro grandes autores: Vygotsky, Luria, Leontiev e Davydov. Vygotsky elaborou um conjunto de obras relevantes até os dias de hoje para compreender o processo de aprendizagem e desenvolvimento do ser humano. Em sua obra A formação social da mente, ele afirma que a linha orientadora de Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 3/12 suas pesquisas consistia em “caracterizar os aspectos tipicamente humanos do comportamento e elaborar hipóteses de como essas características se formaram ao longo da história humana e de como se desenvolvem durante a vida de um indivíduo (Vygotsky 2016, p. 21)”. Sua preocupação fundamental girava em torno de três grandes questões: a) compreender como o ser humano se relaciona com o seu meio físico e social; b) conhecer como as relações entre o homem e o trabalho trouxeram consequências psicológicas para o ser humano; c) entender as relações entre os usos de instrumentos e o desenvolvimento da linguagem. Ele investigou as funções psicológicas superiores que consistem no modo típico de funcionamento psicológico humano diante das capacidades de solucionar problemas e armazenar informações, da capacidade de memória e formação de conceitos, dentre outros processos mentais. O termo “superiores” tem a conotação de que essas funções psicológicas são mecanismos tipicamente intencionais, ou seja, são processos psicológicos controlados pelo ser humano a partir do processo de internalização da cultura. Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 4/12 Você já deve ter visto como ocorre o processo de desenvolvimento por meio da filogênese e da ontogênese. A filogênese é o processo de sucessões de alterações de ordem biológica dos seres vivos. O processo de ontogênese é a sucessão de transformações individuais pelas quais passa cada sujeito em si desde o seu nascimento até a morte. Ao mesmo tempo em que sofremos alterações de ordem filogenética (espécie), passamos também por transformações sucessivas e individuais (sujeito). As modificações pelas quais cada sujeito passa são reproduções das modificações na espécie. Para conviver em uma sociedade, é preciso que o processo de constituição da pessoa seja mediado pela cultura. Por meio do processo de aculturação, o sujeito torna-se humano ao apresentar capacidades, tais como o raciocínio lógico-matemático e a linguagem articulada, por exemplo. É importante salientar que a cultura é fundamental, sobretudo nas sociedades contemporâneas, em que a grande maioria das pessoas foi submetida ao processo de escolarização. Ao conviver em uma sociedade escolarizada, com os saberes necessários saber lidar com as demandas cotidianas, requer-se um processo específico de aculturação e um processo específico de aprendizagem. De acordo com Oliveira (2014, p. 38), “[...] cultura, entretanto, não é um sistema estático ao qual o indivíduo se submete, mas como uma espécie de ‘palco de negociações’, em que seus membros estão num constante movimento de recriação e reinterpretações de informações, conceitos e significados”. No conjunto de teorias da aprendizagem, há três grandes abordagens: a inatista, a empirista e a interacionista. As teorias inatistas são aquelas que defendem que tudo o que o ser humano necessita para aprender já é dado a priori na sua estrutura. As teorias empiristas (ambientalistas) são aquelas que valorizam muito a interação com o meio que oportunizará, de forma determinante, a aprendizagem do sujeito. As teorias interacionistas apontam que o meio é importante tanto quanto o ser humano. O ser humano interage com os estímulos do meio e, com estes, modifica a si mesmo na medida em que modifica os mesmos estímulos. Isso requer um papel estimulante, tanto do meio, quanto do sujeito. Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 5/12 Quadro 3.1 – Descrição das abordagens inatista, empirista e interacionista Teoria da aprendizagem Características Inatismo • Assegura que as capacidades básicas do ser humano são inatas • Enfatiza fatores maturacionais e hereditários como definidores da constituição do ser humano e do processo de conhecimento (biologismo). • Considera que o desenvolvimento (biológico maturativo) é pré-requisito para a aprendizagem. • Entende, portanto, que a educação em nada contribui para esse desenvolvimento, já que tudo está determinado biologicamente segundo a programação genética. • Confia nas práticas educacionais espontaneístas, pouco desafiadoras: primeiro esperar para depois fazer. Empirismo (ambientalismo) • Atribui ao ambiente a constituição das características humanas. • Privilegiaa experiência como fonte de conhecimento e de formação de hábitos de comportamento (empirismo). • Diz que as características individuais são determinadas por fatores externos aos indivíduo e não necessariamente pelas condições biológicas. • Suas práticas pedagógicas estão baseadas no assistencialismo, conservadorismo, direcionismo e tecnicismo: ensino bom, aprendizagem boa. • Supervaloriza a escola, já que o aluno é um receptáculo vazio, uma “tábula rasa”: deve aprender o que se lhe ensina. • Faz predominar a palavra do professor, regras e transmissão verbal do conhecimento: o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem; o professor, um ente ativo... o aluno, um ente passivo. Interacionismo • Parte da ideia de que o biológico e o social interagem (unidade dialética), e o biológico (cérebro principalmente) constitui a base da aprendizagem social. • Considera o interno (biológico e psicológico) em interação com o externo (meio, ambiente natural e social). Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 6/12 Interacionismo • Defende o desenvolvimento da complexa estrutura humana como um processo de apropriação pelo homem da experiência histórica e cultural. • Assegura que nessa interação o homem transforma seu meio e é transformado nas suas relações culturais. • Valoriza o papel da escola, em particular, e da sociedade, em geral, do ponto de vista individual (para o desenvolvimento pessoal) e do ponto de vista social (para o desenvolvimento da própria sociedade) • Assegura que a aprendizagem se produz pela interação do sujeito que aprende (mediado) e do sujeito que ensina (mediador), porém quem aprende autoconstrói seu próprio conhecimento. Fonte: adaptado de Díaz (2011). O Desenvolvimento das Funções Psicológicas Superiores Para a teoria histórico-cultural, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores sempre ocorre por meio de um processo denominado mediação. Para essa abordagem, não há um contato direto do sujeito com o objeto ou conhecimento a ser apropriado. Entre o estímulo e a resposta, há algo que possibilita a conexão de aprendizagem (mecanismo de aprendizagem). Figura 3.1 – Processo de desenvolvimento das funções psicológicas de acordo com a teoria histórico-cultural Mediação Estímulo Resposta Fonte: elaboração da autora. A mediação consiste na relação do homem com o mundo e com outros. Por meio desse processo é que as funções psicológicas superiores se desenvolvem. Para Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 7/12 Vygotsky (2016), a mediação ocorre pelos instrumentos que regulam as ações sobre os objetos e pelo signo, cuja função é orientar as ações sobre as funções psicológicas. Os elementos mediadores do desenvolvimento das funções psicológicas superiores são os instrumentos e os signos. Exemplos: • Luz acesa: algo que está entre você e a curiosidade de saber se há alguém ou não no apartamento. A luz acesa teria um papel de instrumento. O instrumento possibilita agir sobre o objeto ou o conhecimento a ser apropriado. A utilização de instrumentos e de signos, embora distintos, relaciona-se à evolução da espécie humana (filogênese) e ao desenvolvimento de cada sujeito (ontogênese). Os instrumentos auxiliam na realização concreta da ação humana, ajudando o ser humano em sua atividade psíquica. Os signos possibilitam ao ser humano o controle e a regulação do seu comportamento, proporcionando a consciência e a reação voluntária aos significados representados pelo instrumento mediador. • Acesso à agenda no celular: hoje é possível que a pessoa acesse o conhecimento estabelecendo uma ponte. Não é preciso memorizar os números de telefones, pois eles estão registrados na memória. Indo mais além, percebemos que o processo ontogenético (processo sucessivo individual de transformações) ocorre por meio da mediação pela cultura sem a necessidade de interação direta sobre os objetos do mundo. Ao interagir com os signos é que se dá o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 8/12 Estudo de Caso Maria Isabel, a menina galinha Maria Isabel passou os primeiros oito anos de sua vida em um galinheiro, junto às galinhas, enquanto sua mãe trabalhava no campo. Era alimentada apenas com milho, couves cortadas e uma caneca de café. Por conviver nesse contexto, a menina, que herdara os hábitos das aves, comportava-se como se fosse uma delas. Não falava, só emitia ruídos parecidos com os das galinhas. Andava com os braços curvados para trás como se imitasse um par de asas, bicava coisas no chão, ciscava e sempre virava a cabeça de lado para olhar. Quando foi encontrada, apresentava características específicas, como: subdesenvolvimento ósseo; grande debilidade; cabeça demasiado pequena para a idade; face com semelhanças flagrantes com os galináceos (perfil, posição labial, dentição formada como se fosse um bico); olhos grandes (rasgados no sentido descendente); posição dos braços muito idêntica à das asas das galinhas. O que influenciou o desenvolvimento dessas características na pequena Isabel? Saiba Mais Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 9/12 Veja também o seguinte vídeo: “Grandes Educadores Lev Vygotsky”, escrito e apresentado por Marta Kohl de Oliveira. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=T1sDZNSTuyE>. Na ponta da língua https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE https://player.vimeo.com/video/244029934 Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 10/12 Referências Bibliográficas DÍAZ, Félix.O Processo de Aprendizagem e seus Transtornos. Salvador: EDUFBA, 2011. LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for Talent Development, 2015. OLIVEIRA, Marta Khol. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2014. VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016. Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Learning Environments by Design Catherine Lombardozzi Alexandria: Association for Talent Development, 2015 A teoria histórico-cultural: internalização, pensamento, linguagem, aprendizado e desenvolvimento L EA RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 1. 4 A teoria histórico-cultural • 2/15 Objetivos de Aprendizagem • Reconhecer a importância da linguagem para a aprendizagem com base na teoria histórico-cultural (THC). A teoria histórico-cultural: internalização, pensamento, linguagem, aprendizado e desenvolvimento Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 A teoria histórico-cultural • 3/15 Introdução A teoria histórico-cultural (THC) é interacionista, uma vez que o meio estimula o sujeito na mesma medida em que o sujeito transforma o meio. O sujeito tem um papel ativo: o objeto modifica o sujeito e o sujeito modifica o objeto de conhecimento. Para a THC, não existe aprendizagem espontânea ou por imersão de saberes. Os conhecimentos devem estar disponíveis no meio cultural para que sejam progressivamente apropriados pelo sujeito. A linguagem oral é um exemplo:As crianças, aos poucos, interagem com os adultos e apropriam- se dos modos de falar a partir das experiências culturais. Ao chegar na escola, a criança entra em contato com o ensino da língua de forma sistematizada e intencional. A linguagem escrita existe para além da criança, mas esta, à medida que se apropria daquela, atribui novos significados aos textos escritos. O mecanismo de internalização pressupõe algo externo ao sujeito que, num segundo momento, paulatinamente, passa a ser internalizado pelo sujeito. O conhecimento precisa ser mobilizado entre as pessoas, de forma que estas estejamno mesmo convívio cultural A teoria histórico-cultural • 4/15 entre si, para depois, de forma interna, tornar-se interpsicológico, ou seja, os sujeitos passam a uma interação psicológica também.. A linguagem é puramente um conjunto de signos. É um instrumento de sistemas simbólicos complexos que pode mediar a atividade humana. A linguagem permite que o sujeito, mesmo na ausência do objeto, seja capaz de imaginá-lo, pensar sobre ele, e assim, trabalhá-lo. Por exemplo: não seria preciso mostrar o que é uma colher (objeto) para que você saiba o que é uma colher. Assim, um objeto que circula no convívio cultural já foi internalizado, o que nos permite pensar sobre ele mesmo sem a presença física do mesmo. A capacitação especificamente humana para a linguagem habilita as crianças a providenciar instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a superar a ação impulsiva, a planejar a solução para um problema antes de sua execução e a controlar seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem, para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções cognitivas tornam-se, então, a base de uma forma nova e superior de atividade nas crianças, distinguindo-as dos animais (Vygostsky, 2016, p. 31). A THC confere muita relevância para a linguagem, pois ela tem as seguintes funções: a) comunicação, ou seja, intercâmbio social; b) pensamento generalizante: compreensão generalizada do mundo; c) significado (culturalmente determinado) como fenômeno do pensamento. A linguagem exerce um papel fundamental na estruturação do pensamento. É possível afirmar que nós pensamos a partir dos significados que nos A teoria histórico-cultural • 5/15 apropriamos pela linguagem. Como se dá o desenvolvimento da linguagem na THC? A fase pré-intelectual da linguagem (choro, riso, balbucio) é aquela em que não somos capazes de pensar, uma vez em que não temos linguagem. À medida que interagimos em nosso grupo cultural ou com ele, aprimoramos a linguagem que, progressivamente, torna mais complexo o pensamento. Esse tipo de linguagem tem a função de alívio social. A fase pré-linguística do pensamento é aquela na qual a criança age sobre o meio e consegue resolver problemas práticos (inteligência prática) e pode até ser capaz de dispor de instrumentos, entretanto, sem a mediação da linguagem. É muito relevante a relação entre o pensamento e a linguagem, pois ambos interferem, qualitativamente, tanto no processo de aprendizagem quanto no processo de desenvolvimento. O aprendizado é a mudança de um comportamento por meio da transformação de algo que, antes, o sujeito era incapaz de fazer com autonomia, mas que, a partir de um novo elemento aprendido, ele passa a realizar ações com plena capacidade. A aprendizagem está intimamente relacionada à apropriação da cultura. A aprendizagem ocorre à medida que o sujeito se apropria dos conhecimentos que estão disponíveis culturalmente para resolver um determinado problema. Na THC, é o aprendizado que impulsiona o desenvolvimento do ser humano. Ao apropriar-se dos elementos da cultura, o sujeito se torna mais hábil para resolver um determinado problema. Aqui, surge um conceito muito interessante: Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP existe entre aquilo que o sujeito realiza com plena autonomia ( já conhece) e aquilo que ele ainda não realiza com autonomia (potencialidade). O nível de desenvolvimento real pode ser entendido como referente àquelas conquistas que já estão consolidadas na criança, aquelas funções ou capacidades A teoria histórico-cultural • 6/15 que ela já aprendeu e domina, pois já consegue utilizar sozinha, sem a assistência de alguém mais experiente da cultura (pai, mãe, professor, criança mais velha, etc.). Esse nível indica, assim, os processos mentais da criança que já se estabeleceram, ciclos de desenvolvimento que já se completaram. O nível de desenvolvimento potencial também se refere àquilo que a criança é capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa (adultos ou crianças mais experientes). Nesse caso, a criança realiza tarefas e soluciona problemas por meio do diálogo, da colaboração, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas que lhes são fornecidas (Rêgo, 1995, p. 72-73). De acordo com Vygostsky (2016, p. 98), “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã”. O autor antes define que “[...] a zona de desenvolvimento proximal [...] é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (Vygostsky, 2016, p. 97). A ZDP, portanto, é a distância entre aquilo que o sujeito consegue realizar com autonomia e aquilo para cuja realização ele precisa de ajuda de um adulto. A intervenção pedagógica (e também a psicopedagógica) deve ocorrer justamente na ZDP e modifica a concepção do desenvolvimento infantil, já que a “zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que não amadurecerão, mas que estão presentes em estado embrionário. Essas funções poderiam ser criadas de A teoria histórico-cultural • 7/15 ‘brotos’ ou ‘flores’ do desenvolvimento, ao invés de ‘frutos’ do desenvolvimento” (Vygostsky, 2016, p. 97). As Contribuições da Perspectiva Histórico- Cultural para a Prática Pedagógica Inicialmente, cabe perguntar: como o ensino pode potencializar a aprendizagem? Como a organização do ensino pode interferir intencionalmente na aprendizagem do aluno? O processo de formação de conceitos, fundamental no desenvolvimento dos processos psicológicos superiores, é longo e complexo, pois envolve operações intelectuais dirigidas pelo usos das palavras tais como: atenção deliberada, memória lógica, abstração, capacidade de comparar e diferenciar. Para aprender um conceito é necessário, além das informações recebidas do exterior, uma intensa atividade mental. Portanto, um conceito não é aprendido por meio de um treinamento mecânico, tampouco pode ser meramente transmitido pelo professor ao aluno: “o ensino direto de conceitos é impossível e infrutífero; um professor que tenta fazer isso geralmente não obtém qualquer resultado, exceto verbalismo vazio, uma repetição de palavras pela criança, semelhante a de um papagaio, que simula um conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um vácuo” (Vygostsky, 1987, p. 72 apud Rêgo, 1995, p. 78). A teoria histórico-cultural da atividade foi elaborada por Davydov, um importante psicólogo russo. Para ele, a aprendizagem só é possível por meio da atividade e apropriação da cultura. Leontiev, por sua vez, em sua teoria da atividade, aponta que a estrutura da atividade pedagógica deve atender a alguns princípios, com base nos quais o aluno deve: a) perceber as necessidades de aprender; b) atuar com base nas suas capacidades; A teoria histórico-cultural • 8/15 c) estabelecer e alcançar objetivos d) realizar determinadas tarefas; e) mobilizar, em seguida, ações e operações. Para Leontiev, só é possível organizar o ensino se: a) educação e ensino forem compreendidos como forma de reprodução. Não se trata de reprodução do que já existe (cópia), mas sim, de uma reprodução ajustada às necessidades do sujeito; b) as atividades representarem situações que impulsionem o desenvolvimento; c) o processo de apropriação e o desenvolvimento se complementarem e compuserem o mesmo procedimento. No ciclo de formação de conceitos científicos e na incorporação de processos de pensamento realizada à medida que o sujeito se apropria desses conceitos científicos, absorvem-se novas formas de pensamento progressivamente mais complexas. A apropriaçãodesses conceitos é fundamental no processo de pensamento. É o ciclo de formação de pensamento e desenvolvimento de ações mentais mediante a solução de problemas a qual proporcionará o desenvolvimento cognitivo. A atividade do aluno se assemelha à atividade do cientista, ou seja, deve-se recorrer aos conhecimentos científicos para alcançar uma explicação mais sofisticada para os problemas. A teoria histórico-cultural (THC) da atividade também tem um conceito sobre o pensamento teórico. É por meio da ascensão do abstrato para o concreto, ou seja, da posse do pensamento abstrato (pensamento geral), que se deduzem as relações particulares. A maioria dos métodos pedagógicos defende que o ensino A teoria histórico-cultural • 9/15 deve partir do concreto para o abstrato (pensamento indutivo). Para a THC, é o contrário: é a partir do pensamento abstrato, teórico, dos conhecimentos científicos, que é possível estabelecer relações particulares. A partir do momento em que o aluno se apropria das normas/conceitos/princípios de uma teoria, ele é capaz de deduzir e pensar em problemas específicos (geral → particular). As atividades de ensino e os conteúdos escolares estão conectados à lógica do campo científico a que ele pertence, bem como à forma pela qual ele se articula com outras áreas do conhecimento. A tarefa de aprendizagem, que corresponde àquilo que o aluno realiza, divide-se em três grandes momentos: • No primeiro momento, o da análise do material, o aluno, para descobrir uma relação geral, entra em contato com a situação-problema apresentada pelo professor. • No segundo momento, o aluno passa a fazer algumas deduções em busca de relações e conceitos a partir dos conhecimentos prévios. • No terceiro momento, o aluno deve estabelecer conexões anteriores, criar novas conexões e chegar a uma análise e síntese da aprendizagem. Na escola, a tarefa de aprendizagem torna-se uma atividade de aprendizagem. Esta atividade implica sempre em uma solução coletiva de um problema comum a todos. As atividades coletivas possibilitarão a comunicação, já que é por meio desta que o aluno pode acessar outros pontos de vista. Outra característica das atividades de aprendizagem é a troca de modos de ação diferentes entre os alunos, possibilitando a compreensão mútua e o estabelecimento de relações mais complexas. Uma atividade de aprendizagem não é um trabalho coletivo no qual cada membro faz uma parte. Ao contrário: envolve discussão, apresentação das ideias (planejamento) e intercâmbio entre os participantes. A atividade de aprendizagem envolve, ainda, o planejamento individual, levando em conta os demais colegas, a reflexão e a atitude crítica. Ao final da atividade, o professor e os alunos podem rever esse processo, realizando os ajustes necessários. A teoria histórico-cultural • 10/15 O trabalho do professor é o planejamento da atividade de ensino como uma ação intencional que cria estratégias para que os alunos se apropriem da cultura e se transformem nesse processo. Estudo de Caso O designer instrucional de uma empresa educacional convoca uma reunião para planejamento de estratégias que possibilitem aos alunos a aprendizagem adaptativa. A ideia é trazer os estudos da teoria histórico-cultural para a prática pedagógica virtual. Ao convidar o profissional da área da educação, o designer solicitou os principais questionamentos iniciais que precisavam ser respondidos para iniciar o planejamento das atividades. Então, qual foi a resposta? Qual é o contexto dos alunos? Qual perfil apresentam? Que conhecimentos prévios trazem? Como aprendem e o que pretendemos ensinar? Como os profissionais devem responder essas questões com base na THC? A teoria histórico-cultural • 12/15 Saiba Mais Leia os dois textos (um artigo e um livro, respectivamente) indicados a seguir para complementação do tema: Zona de desenvolvimento proximal: análise teórica de um conceito em algumas situações variadas - http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200011 Pensamento e linguagem - https://www.institutoelo.org.br/site/files/ publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.pdf Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/244030044 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200011 https://www.institutoelo.org.br/site/files/publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.pdf A teoria histórico-cultural • 13/15 References LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for Talent Development, 2015. Rêgo, T. C. Vygostsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1995. Vygostsky, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016. Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Learning Environments by Design Catherine Lombardozzi Alexandria: Association for Talent Development, 2015 Im ag es : S hu tte rs to ck Estilos de aprendizagem L EA RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 1. 5 Estilos de aprendizagem • 2/14 Objetivos de Aprendizagem • Compreender os estilos de aprendizagem definidos por Jung e Felder. Estilos de aprendizagem Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 Estilos de aprendizagem • 3/14 Introdução Nos temas anteriores, refletimos sobre a importância das teorias de aprendizagem para o trabalho com desenvolvimento de ambientes virtuais de e-learning. Compreendemos que a teoria histórico-cultural contribui para pensarmos esses ambientes como ferramentas que propiciam a aproximação dos processos de ensino e aprendizagem com o contexto em que os alunos estão inseridos, resultando em aprendizagem significativa. Tão importante como compreender as teorias de aprendizagem é entender os estilos de aprendizagem. Com tantas possibilidades tecnológicas, o acesso aos recursos de áudio, texto e imagem também contribuíram com as estratégias de ensino, possibilitando aos diferentes alunos, diversas possibilidades de apresentação de materiais e conteúdos pedagógicos. Quais, no entanto, são os estilos de aprendizagem? Qual é a importância da diversificação desses recursos? Qual é a diferença entre a aprendizagem por meio de texto e aquela por meio de imagem, por exemplo? Quais são as discussões existentes sobre esses estilos? Estilos de aprendizagem • 4/14 Verificamos, por meio da teoria histórico-cultural, que as pessoas se desenvolvem a partir das relações sociais, dos processos de mediação e interação entre pares; e que a aprendizagem acontece na relação entre as zonas de desenvolvimento real e proximal, não é verdade? Mas, esse processo acontece de que forma? Cada ser humano é único na maneira de aprender, conviver, relacionar-se, o que não é diferente no processo de ensino e aprendizagem. Cada aluno apresenta especificidades para aprender. Assim, temos uma relação entre o tempo e o modo como aprendem e se desenvolvem (teoria da aprendizagem) e também entre os sentidos que contribuem para a assimilação dos conceitos (estilos de aprendizagem). Alguns autores entendem essas especificidades como estilos cognitivos. Neste tema, vamos explorar a abordagem de Jung e Felder. Jung trabalhou com a oposição entre dois pares de abordagens que tratam da percepção das coisas - sensação e intuição, e do julgamento de fatos - pensamento e sentimento. Tais abordagens também estão ligadas tanto ao exterior como ao interior. Assim, para o autor, o mundo exterior (pessoas, coisas e experiências) trata da extroversão; e mundo interior (reflexão) trata da introversão. Jung, por meio de combinações de quatro dimensões, portanto, define tipos psicológicos, a saber: Figura 5.1 – Tipos psicológicos de Jung Extroversão (Extrovert) Sensação (Sensing) Pensamento (Thinking)Julgamento (Judgement) Introversão (Introvert) Intuição (Intuition) Sentimento (Feeling) Percepção (Perception) Fonte: elaborada pela autora. Os tipos psicológicos definidos por Jung são determinados pela combinação de 4 letras, totalizando 16 especificidades. Veja a descrição deles no quadro a seguir: Estilos de aprendizagem • 5/14 Quadro 5.1 – Dimensões definidas por Jung E – Extroversão (Extrovert) Volta-se ao mundo exterior e às coisas. Manifesta interesse por pessoas e eventos. Precisa de estímulo externo para engajar-se em situações de aprendizagem. Costuma arriscar-se. I – Introversão (Introvert) Volta-se para o seu mundo interior, suas ideias e suas impressões. Tem preferência por atividades individuais e não prioriza relacionamentos interpessoais. Manifesta grande concentração e autossuficiência. Precisa de um tempo para pensar antes de expressar-se. Normalmente, não se arrisca. S – Sensação (Sensing) Volta-se mais ao presente e às informações obtidas por meio dos seus sentidos. Interage com o mundo de forma prática. Normalmente, é sistemático, detalhista e gosta de observar fenômenos bem de perto. Necessita de situações de aprendizagem estruturadas, com sequência clara e objetiva. N – Intuição (Intuition) Volta-se mais para o futuro, aos padrões e às possibilidades. Normalmente, procura buscas inovadoras e teóricas, pois exercem certo fascínio. Costuma fazer inferências a partir de um contexto, construindo bons modelos nos quais apoia suas ideias e produções. Costuma estruturar seu próprio treinamento com facilidade. Não é muito preciso, então pode perder detalhes importantes. De modo geral, apresenta complexidade excessiva nos seus discursos. T – Pensamento (Thinking) Prefere apoiar-se em critérios impessoais e baseia suas decisões na lógica e na análise objetiva de causas e efeitos. Costuma ser disciplinado e ansioso. F – Sentimento (Feeling) Prefere basear as decisões em valores e na avaliação subjetiva. Manifesta forte consciência social. Agrega as pessoas, promovendo motivação. Precisa de atenção e evita situações sociais tensas. J – Julgamento ( Judging ) Prefere abordagens planejadas e organizadas com relação à vida e gosta das coisas bem definidas. Normalmente, prefere lidar com um estilo de vida planejado, organizado e bem controlado. Engaja-se no trabalho sistemático. É rígido, e intolerante com a ambiguidade. Estilos de aprendizagem • 6/14 P – Percepção (Perception) Gosta das abordagens flexíveis e espontâneas, preferindo propostas e opções abertas. Aceita facilmente mudanças e novas experiências. Pode manifestar falta de persistência ou consistência, o que pode atrapalhar seu desempenho. Fonte: adaptado de Jung (2011). Figura 5.2 – Descrição dos tipos de personalidade Fonte: Feloni e Gould (2016). Felder (1993) refere-se aos estilos de aprendizagem como a forma com que as pessoas recebem e processam as informações. Defende que cada pessoa poderá apresentar ou desenvolver habilidades que manifestem preferências mais visuais, como figuras, diagramas e esquemas, enquanto outros manifestam preferências mais verbais, por meio de explanações orais ou escritas por exemplo. Já alguns preferem a interação e outros uma aprendizagem introspectiva e individualizada. Estilos de aprendizagem • 7/14 O autor defende que é necessário pensar as possibilidades de oferta das informações (visuais, auditivas, orais), propiciando maior conforto para os alunos no momento da aprendizagem. Contudo, também alerta para a possibilidade de ampliar os recursos e as ofertas, estimulando a utilização de diferentes canais para receber as informações. Ele define quatro dimensões de estilos de aprendizagem, definidas e descritas na figura seguinte. Figura 5.3 – Quatro dimensões de estilos de aprendizagem • Ativo (active) – reflexivo (reflective) A tiv os Re fle xi vo sTendem a reter e compreender informações mais eficientemente discutindo, aplicando conceitos e/ ou explicando para outras pessoas. Gostam de trabalhar em grupo. Precisam de um tempo para sozinhos pensar sobre as informações recebidas. Preferem os trabalhos individuais. • Racional (sensing) – intuitivo (intuitive) Ra ci on ai s In tu iti vo sGostam de aprender fatos. São mais detalhistas, memorizam fatos com facilidade, saem-se bem em trabalhos práticos (laboratório, por exemplo). Tendem a ser mais práticos e cuidadosos do que os intuitivos. Preferem descobrir possibilidades e relações. Sentem-se mais confortáveis em lidar com novos conceitos. São mais rápidos no trabalho e mais inovadores. • Visual (visual) – verbal (verbal) V isu ai s Ve rb ai sLembram mais do que viram – figuras, diagramas, fluxogramas, filmes e demonstrações. Tiram maior proveito das palavras – explicações orais ou escritas. Estilos de aprendizagem • 8/14 • Sequencial (sequential) – Global (global) Se qu en ci ai s G lo ba isPreferem caminhos lógicos, aprendem melhor os conteúdos apresentados de forma linear e encadeada. Lidam aleatoriamente com conteúdos, compreendendo-os por “insights”. Depois que montam a visão geral, têm dificuldade de explicar o caminho que utilizaram para chegar nela. Fonte: elaborada pela autora com base em Felder (1993). Jung e Felder são alguns dos autores que provocam a reflexão sobre os estilos de aprendizagem. Cabe compreendermos que cada pessoa apresenta sua própria preferência, que certamente, é influenciada por um contexto específico. Importante no momento de refletir sobre os canais de recepção das informações é considerar os diferentes alunos que podemos encontrar em sala de aula, sendo esta sala física ou virtual. No momento em que planejamos ambientes virtuais para o e-learning, precisamos levar em consideração tanto o modo como o aluno aprende quanto os estilos e as preferências de aprendizagem que ele apresenta. Estudo de Caso Uma equipe multidisciplinar de uma instituição de ensino superior (IES) planejada a oferta de algumas disciplinas virtuais de um determinado curso de tecnologia. As disciplinas deverão contar com atividades virtuais e práticas (realizadas Estilos de aprendizagem • 9/14 em sala de aula), distribuídas em dez estados diferentes do país. Os alunos apresentam características específicas, e as realidades sociais são muito diferentes. Assim, a IES conta com alunos que têm acesso a tecnologias e alunos que precisam estudar utilizando meios tradicionais. Considerando os diferentes estilos de aprendizagem, quais reflexões iniciais devem permear a discussão dessa equipe? Saiba Mais Leia o artigo sugerido a seguir: Estilos de aprendizagem (Modelo de Ferder e Silverman) + Quiz - https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem- modelo-de-felder-e-silverman/ - https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem-modelo-de-felder-e-silverman/ Estilos de aprendizagem • 10/14 Na ponta da língua Referências Bibliográficas FELDER, R. Reaching the Second Tier: Learning and Teaching Styles in College Science Education. J. College Science Teaching, v. 23, n. 5, p. 286-290, 1993. Disponível em: <http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/ Secondtier.html>. Acesso em: 8 nov. 2017. http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Secondtier.html http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Secondtier.html https://player.vimeo.com/video/244030174 Estilos de aprendizagem • 11/14 FELONI, R.; GOULD, S. The best jobs for your personality type. World Economic Forum/Business Insider, oct. 2016. Disponível em: <https://www.weforum.org/ agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_ medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer>. Acesso em: 8 nov. 2017. JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. Vol. 6. São Paulo: Vozes, 2011. LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for Talent Development, 2015.https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe Estilos de aprendizagem • 14/14 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Learning Environments by Design Catherine Lombardozzi Alexandria: Association for Talent Development, 2015 Im ag en s: Sh utt er st oc k Design de Ambientes de Aprendizagem LE A RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 2. 1 Design de Ambientes de Aprendizagem • 2/15 Objetivos de Aprendizagem • Conhecer os principais componentes de ambientes virtuais de aprendizagem. Design de Ambientes de Aprendizagem Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 https://player.vimeo.com/video/244030298 Design de Ambientes de Aprendizagem • 3/15 Design de Ambientes de Aprendizagem Os teóricos da aprendizagem e os pesquisadores entenderam que não “ensinamos” tanto quando criamos um ambiente no qual as pessoas possam aprender. Os facilitadores de aprendizagem projetam experiências e atividades que permitem que as pessoas entendam novos conceitos, aprendam os conhecimentos necessários e ganhem habilidades necessárias. Acredita-se que essas experiências e atividades estão inseridas no local de trabalho em vez de reunidas em um curso formal. O aprendizado é uma consequência natural das interações cotidianas e do trabalho em andamento, e a necessidade de obter conhecimento e habilidades é mais imediata e não pode ser relegada apenas ao material didático formal. Quando precisamos apoiar o aprendizado de uma base ou Design de Ambientes de Aprendizagem • 4/15 habilidade de conhecimento específica, devemos expandir o alcance de nossos esforços para o local de trabalho. Pensamos sobre todas as diferentes maneiras pelas quais as pessoas aprendem, como já discutimos nas aulas anteriores, e criamos um ambiente que torne acessíveis os recursos de aprendizagem e dê às pessoas o apoio que elas precisam, quando e onde precisam. Essa é a visão que o design do ambiente de aprendizagem se concretiza. Um ambiente de aprendizagem é uma coleção deliberadamente organizada de recursos e atividades relacionadas a uma necessidade de conhecimento específica, que pode acontecer em ambientes de educação formal e não formal. Vamos resgatar a metáfora do meio ambiente: é uma imagem que engloba todos os componentes que cercam os seres vivos. Em um bom ambiente, os componentes contribuem para o bem-estar e o crescimento. Em uma paisagem bem projetada, por exemplo, o meio ambiente inclui luz solar, solo, água e outros elementos, e o paisagista garante os elementos certos para ajudar as plantas desejadas a prosperarem. Assim também, acontece com os ambientes de aprendizagem, que se destinam a ajudar as pessoas a aprender e se desenvolver, sendo projetados com a utilização de uma ampla gama de componentes que apoiam essa empreitada. Design de Ambientes de Aprendizagem • 5/15 Componentes de Ambiente de Aprendizagem Listar todos os componentes importantes de um ambiente de aprendizagem seria tão desafiador quanto listar todas as plantas possíveis para crescer em um jardim. Espécies de plantas possuem múltiplas variedades, e novas são criadas todos os dias. Ao plantar um jardim, as escolhas dependem do clima, da localização, do tipo de solo e das preferências do jardineiro. Um processo semelhante ocorre ao se projetar um ambiente de aprendizagem. Há um mundo de opções de recursos e atividades. E, como novas possibilidades são criadas constantemente, seria impossível listar todas elas. Mesmo assim, é importante começar com uma lista sólida de componentes potenciais a serem incluídos (pessoas, treinamento e educação, práticas de desenvolvimento, práticas de aprendizagem experiencial, motivação e autodireção do aluno), com base nos quais podemos organizar diferentes recursos, atividades e práticas de aprendizagem. É comum a sugestão de ferramentas específicas como blogs ou microblogs, software de captura de tela e ferramentas de vídeo, tendo em vista que os professores podem usá-las para criar e adicionar aos componentes de aprendizagem disponíveis no ambiente. Designers, geralmente, incluem links para esses tipos de ferramentas, quando eles criam os portais de aprendizagem, que atuam como o ponto de entrada para o ambiente de aprendizagem. É importante notar quão flexível é um ambiente de aprendizagem, incorporado em relacionamentos e práticas de trabalho. Embora um portal eletrônico seja frequentemente útil para a organização de materiais e atividades, o ambiente físico é onde ocorre o relacionamento interpessoal, presente no virtual apenas pelas ferramentas de comunicação. A lista de componentes é compilada a partir de um conjunto maior de itens potenciais derivados de modelos educacionais e experiência de longo prazo. Aqueles familiarizados com as teorias vão notar elementos de aprendizado combinado, transferência de aprendizagem, aprendizado informal e teoria e prática de aprendizagem social, juntamente com ideias oferecidas pelo gerenciamento pessoal do conhecimento e defensores do conhecimento construtivista. Olhar através desses fluxos de pensamento produz uma lista muito rica de possíveis recursos cognitivos, atividades e práticas que foram categorizados para facilitar a identificação e a seleção. Design de Ambientes de Aprendizagem • 6/15 Recursos São vários os recursos que podem ser utilizados na construção de ambientes de aprendizagem. Podemos listar todos os tipos de materiais a serem acessados para essa prática; eles podem ser recursos físicos (como livros, revistas, equipamentos ou artefatos) ou podem ser acessados eletronicamente por um computador ou pela internet. Bases de dados, vídeos, apresentações eletrônicas, auxílios de trabalho e manuais também são recursos potenciais. Quando os alunos pesquisam informações na internet ou descobrem como fazer alguma coisa, estão acessando recursos. Eles também podem acessar bibliotecas ou outros espaços físicos, onde materiais de referência e outros recursos de aprendizagem podem ser encontrados. Os recursos são úteis para comunicar o conhecimento explícito, que é valioso para as pessoas que são novas em uma função ou tarefa, bem como para apoiar o aprendizado just-in-time e oferecer um suporte de desempenho mais direto. O desafio é encontrar recursos que estejam no nível certo, que sejam de alta qualidade e que sejam relevantes para um contexto particular. Os alunos precisam acessar as informações e depois descobrir como efetivamente aplicá-las. Pessoas A categoria de pessoas reconhece o fato de que os relacionamentos são fundamentais para a aprendizagem. Ou seja, com base no teoria histórico-cultural que estudamos anteriormente, as relações sociais são fundamentais para o Design de Ambientes de Aprendizagem • 7/15 aprendizado. Face a face ou on-line, as pessoas podem oferecer sabedoria, feedback, respostas rápidas, insights e modelagem, troca de saberes, entre outras coisas. Em suma, eles fornecem as conexões interpessoais ativas necessárias para uma profunda compreensão e colaboração. Esses relacionamentos podem ser profundos (como entre mentores e mentorados) ou bastante distantes (como especialistas seguidos no Twitter). As pessoas comunicam o conhecimento através das interações interpessoais, ensino, orientação, respostas a perguntas e discussão e são coaprendentese colaboradores. Embora onipresente, o aprendizado através de interações com os outros, muitas vezes, está longe de ser uma questão simples, exigindo confiança, comunicação efetiva e acompanhamento. Treinamento e Educação O treinamento formal e a educação são extremamente valiosos quando as necessidades do aluno e os objetivos do curso estão alinhados. Os cursos podem ser baseados em sala de aula, podem ser on-line, e-learning, de autoestudo, por treinamento no local de trabalho ou oferecidos Design de Ambientes de Aprendizagem • 8/15 em alguma combinação dessas modalidades. Eles podem ser por crédito ou não; oferecidos dentro de uma organização ou por uma instituição educacional, organização profissional ou fornecedor. O grau em que as pessoas aprendem com treinamento e educação depende muito da qualidade dos cursos e do modo como são planejados os processos de ensino e aprendizagem. Pesquisas mostram que a retenção e a aplicação dependem da relevância, do envolvimento profundo, da prática e do feedback. O aprendizado não ocorre apenas através do aproveitamento de conhecimentos e habilidades de outras fontes; muitas vezes, ocorre através do processamento das próprias experiências e das trocas com os pares. Práticas de Desenvolvimento A categoria de práticas de desenvolvimento engloba práticas que a organização e sua equipe de gerenciamento podem implementar para apoiar a aprendizagem. Essas práticas exigem o envolvimento ativo de supervisores e gerentes e desempenham um papel importante na aceleração do crescimento dentro da organização. Os gerentes podem garantir o desenvolvimento de uma cultura em que a aprendizagem autodirigida possa prosperar, oferecendo coaching e feedback, bem como atividades de reflexão em grupo e de melhoria contínua. Programas de desenvolvimento, observação e comentários sobre o trabalho, estratégias para compartilhar lições aprendidas entre a equipe e projetos de aprendizagem são apenas algumas das outras maneiras pelas quais as organizações apoiam as práticas de ensino e aprendizagem. Em programas acadêmicos, pode haver oportunidades de debater regularmente experiências baseadas no trabalho Design de Ambientes de Aprendizagem • 9/15 e conectar os alunos uns com os outros de forma contínua. As práticas específicas de desenvolvimento também podem ser listadas em outras categorias (por exemplo, a orientação pode ser um programa em práticas de desenvolvimento ou um relacionamento entre pessoas), mas muitas vezes, é importante identificar os mecanismos de suporte organizacional e de gerenciamento para garantir desenvolvimento de cultura. Práticas de Aprendizagem Experiencial A categoria de práticas de aprendizagem experiencial lista o que alguns dos indivíduos fazem (sozinhos ou com outros) para que as experiências façam sentido, transformando-as em conceitos, ideias e orientação para ações futuras. Quando você pede às pessoas que descrevam como elas aprendem, um fator que quase sempre surge é aprender fazendo. O desenvolvimento profundo de habilidades é facilitado através de prática e reflexão, e novos conhecimentos são criados através da ação e colaboração. Um designer ou líder de aprendizagem não cria, necessariamente, essas experiências, mas pode haver maneiras de promover tipos específicos de experiências e nutrir a aprendizagem deles, sobretudo, disponibilizando ferramentas de autoavaliação e reflexão para os alunos. O feedback construtivo é, muitas vezes, uma parte essencial desse processo de aprendizagem. Motivação e Autodireção do Aluno Subjacentes a todas essas categorias de componentes estão a motivação do aluno e a autodireção da aprendizagem. Os alunos precisam escolher aprender, razão pela qual, sem algum grau de motivação, pode- se comprometer a aprendizagem. (É verdade que a aprendizagem pode acontecer sem a escolha consciente, mas o tipo de necessidades de aprendizagem que estamos discutindo é mais frequentemente aquele que os alunos precisam reconhecer e escolher abordar.) A motivação do aluno é a base para a aprendizagem em todas elas, e os componentes que promovem a motivação e a autodireção também podem ser encontrados em todas as categorias. Você pode imaginar que algumas leituras (recursos) possam ser inspiradoras, levando as pessoas a quererem aprender mais, ou que alguns líderes de pensamento (pessoas) Design de Ambientes de Aprendizagem • 10/15 possam provocar e estimular os potenciais alunos, de maneira que estes estejam “a bordo”. A motivação, então, é promovida por vários componentes diferentes (embora ela não seja, necessariamente, todos eles). Estudo de Caso Uma equipe multidisciplinar estuda os melhores recursos para o desenvolvimento de uma plataforma que será direcionada aos funcionários de uma empresa automobilística. A empresa necessita desenvolver capacitações para todos os colaboradores por meio de universidade corporativa; assim precisará desenvolver sua plataforma, pensando nos diferentes níveis hierárquicos. Quais os principais componentes que a equipe deverá levar em consideração? Saiba Mais Design de Ambientes de Aprendizagem • 11/15 Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar estudando sozinho a distância - http://horizontes.sbc.org.br/ index.php/2020/06/aprendizagem-em-rede/ Aprendizagem na educação online: análise de conceito - https:// www.scielo.br/j/reben/a/nc6YL3ny8NhrR4cGKps95wy/?lang=pt Na ponta da língua https://player.vimeo.com/video/244030411 http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/06/aprendizagem-em-rede/ https://www.scielo.br/j/reben/a/nc6YL3ny8NhrR4cGKps95wy/?lang=pt Design de Ambientes de Aprendizagem • 12/15 Referências Bibliográficas LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for Talent Development, 2015. Design de Ambientes de Aprendizagem • 15/15 Você pode acessar o livro base deste tema na Biblioteca Lirn: Learning Environments by Design Catherine Lombardozzi Alexandria: Association for Talent Development, 2015 Im ag en s: Sh utt er st oc k Estratégias para Ambientes de Aprendizagem LE A RN IN G T H EO RI ES A N D T H E D ES IG N O F E- LE A RN IN G E N V IR O N M EN TS - ED U 62 0- 2. 1 Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 2/14 Objetivo de Aprendizagem • Reconhecer diferentes estratégias de aprendizagem utilizadas no desenvolvimento de ambientes virtuais. Estratégias para Ambientes de Aprendizagem Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020 Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 3/14 Estratégias para Ambientes de Aprendizagem Normalmente, os ambientes de aprendizagem se encaixam nas soluções existentes de desenvolvimento de recursos humanos, como as de instrução e as de suporte ao desempenho. A instrução formal é melhor quando um conjunto específico de objetivos de aprendizagem precisa ser alcançado e quando os designers instrucionais podem empregar processos e práticas de design sólidos para abordá- los. O suporte ao desempenho é exigido quando há necessidade de fornecer ajuda imediata no fluxo de trabalho, e especialistas em suporte de desempenho podem sugerir abordagens para isso. Mas, quando uma avaliação revela a necessidade de desenvolvimento de conhecimentos ou habilidades que não pode ser tratada de forma clara através de soluções de suporte de instrução ou de desempenho, um ambiente de aprendizagem, deliberadamente curado, pode ser a melhor maneira de fornecer o suporte de aprendizagem necessário para que as pessoas se envolvam, de forma produtiva, em seu próprio desenvolvimento em curso. Há muitas razões pelas quais um líder de aprendizagem pode escolher projetar um ambiente com essa finalidade; portanto, as estratégias são personalizadas a depender da necessidade
Compartilhar