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Teorias de aprendizagem 
e o e-learning
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Teorias de aprendizagem e o e-learning • 2/13
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a importância do estudo das teorias de aprendizagem para 
o desenvolvimento de e-learning.
Teorias de aprendizagem e o e-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
https://player.vimeo.com/video/244029603
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 3/13
O mundo está cada 
vez mais tecnológico
Essa é uma afirmação que, 
constantemente, encontramos em 
diferentes canais de comunicação. 
Também, podemos encontrar a 
mesma afirmação nos discursos dos 
profissionais da educação, tanto os que 
se apropriam desse contexto quanto 
os que ainda precisarão encontrar 
estratégias para se adaptar a ele.
O fato é que as mudanças na tecnologia 
de informação e comunicação acabam 
por gerar, também, mudanças nos 
próprios sistemas educacionais, 
desde a forma como apresentamos 
e desenvolvemos os conceitos com 
os estudantes até o modo como o 
professor realiza o planejamento da sua 
aula.
As gerações mais novas (Geração Y e, 
principalmente, Geração Z) nascem 
dominando as tecnologias, e, por 
vezes, seu processo de aprendizagem 
acontece de diversas formas e por 
diferentes recursos. As estratégias de e-
learning e a gama de possibilidades, 
que o avanço das tecnologias de 
comunicação e informação são
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 4/13
apresenta permitem a apropriação de conceitos que, por 
vezes, foram ignorados no contexto educacional, como o 
de aprendizagem colaborativa e em rede, por exemplo. 
Compreender o modo pelo qual as pessoas aprendem 
sempre foi importante. Contudo, estamos em um contexto 
cada vez mais diversificado, em que as ferramentas 
utilizadas pelos professores já não são mais apenas a lousa 
e o giz. Assim, torna-se necessário questionar o modo 
como ensinamos.
A forma como ensinamos e como aprendemos precisa ser 
compreendida para que as condições necessárias para à 
aprendizagem sejam devidamente pensadas e planejadas. 
O papel dos atores envolvidos nesse processo mudou. 
É preciso, portanto, portanto, compreender qual é o 
papel de cada um deles. Como? Com base nas teorias 
de aprendizagem, que nos permitem refletir sobre essas 
questões.
Então, por que precisamos compreender as principais 
teorias de aprendizagem para pensar metodologias ativas 
em ambientes virtuais, por exemplo?
As teorias de aprendizagem permitem ao profissional 
de educação adquirir conhecimentos, competências e 
habilidades para repensar as estratégias pedagógicas de 
ensinar e aprender em meio a um contexto contemporâneo 
extremamente inovador e tecnológico. Uma tarefa um 
pouco desafiadora, tendo em vista as características 
tradicionais impregnadas nas escolas e na concepção 
pedagógica de gestores e professores.
As teorias de aprendizagem partem do estudo do 
desenvolvimento humano, da sua evolução cognitiva, social 
e emocional, para compreender a relação entre o modo 
como o estudante aprende e as condições necessárias 
para que o aprendizado aconteça. Buscam explicar a 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 5/13
relação professor–aluno–situação de aprendizagem, bem como a relação entre o 
conhecimento existente e o novo conhecimento.
A escola tradicional defende a figura do professor como o detentor do 
conhecimento; logo, professores repassam informações aos alunos. A evolução 
tecnológica permite a busca pelo saber, razão pela qual o acesso à informação é 
constante, o que torna a função do professor muito maior do que a de “transmissor 
do conhecimento”. Assim, as teorias de aprendizagem nos permitem refletir sobre 
esse novo papel. 
Dentro de um sistema de e-learning, o design do ambiente de aprendizagem 
oferece uma maneira de conceituar uma variedade de estratégias em um 
todo coerente e valioso. Um ambiente de ensino é uma coleção de recursos e 
atividades que se voltam para o aprender, a qual é deliberadamente curada, ou 
seja, usar conhecimento especializado para recomendar os componentes mais 
relevantes e úteis para os aprendentes e os propósitos específicos do ambiente 
de aprendizagem, com um conhecimento específico para a necessidade de 
desenvolvimento de habilidades pensadas pelo professor. Esses recursos e 
atividades incluem materiais de referência e recursos de informação (livros, artigos, 
vídeos, links), conexões interpessoais com especialistas, treinadores e colegas, 
atividades formais de aprendizagem, como treinamento e programas de graduação, 
atividades elaboradas por gestores e destinadas a apoiar o desenvolvimento e as 
ações realizadas pelos alunos..
Projetar estes ambientes faz com que o aluno tenha condições de estruturar seus 
conhecimentos em cursos, possibilitando-lhes vários tipos de pesquisas, inclusive 
na internet, desde que em sites confiáveis e, preferencialmente, de cunho 
acadêmico.
São vários os profissionais que trabalham para pensar um ambiente de 
aprendizagem. A estratégia de criação, provavelmente, exigirá uma colaboração 
profunda com especialistas em tecnologia e provedores externos, 
a fim de alinhar as ferramentas e os recursos mais úteis para o desenvolvimento de 
conhecimento e das habilidades. Esse é o pano de fundo para o surgimento da 
estrutura de design do ambiente de aprendizagem. Contudo, pensar essas 
estratégias exige um conhecimento que é pedagógico: o conhecimento dos 
processos de ensino e de como o aluno absorverá este conteúdo. Assim, tão 
importante como os desenvolvedores e o design é o profissional da área da 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 6/13
educação que agregará valor ao ambiente por meio das estratégias que envolvem 
esse processo.
O profissional da área da educação, através dos estudos das diferentes teorias de 
ensino, poderá organizar, de forma colaborativa, com uma equipe multidisciplinar, 
o plano e as estratégias de ensino, utilizando o e-learning e considerando as
possibilidades de aprendizagem individuais e coletivas, de forma progressiva e
adaptativa.
Ele é uma coleção de recursos e práticas que possibilitam o desenvolvimento de 
conhecimentos e habilidades. Um ambiente de aprendizagem é constituído por 
pessoas em uma rede, livros em suas estante, acesso a materiais específicos da 
internet, suporte de seus gerentes e formas como o aprendizado acontece todos 
os dias apenas trabalhando, além de outros recursos e atividades potenciais. Para 
aprender em qualquer momento, as pessoas utilizam o que está disponível nas 
imediações (seja fisicamente próximo, seja acessível por meio da tecnologia). Em 
um sentido muito real, todos vivem em um ambiente de aprendizagem. As pessoas 
estão, constantemente, envolvidas em atividades e interações que promovem 
aprendizado e crescimento e também cercadas por indivíduos e recursos que os 
sustentam. Uma grande variedade de ferramentas encontra-se disponível para 
pesquisa e interação social.
Esse conjunto de ferramentas para o desenvolvimento de ambientes de 
aprendizagem expandiu-se rapidamente durante as últimas décadas, juntamente 
com a mudança das demandas dos alunos. Essa expansão se deve, também, às novas 
tecnologias que tornam possíveis algumas técnicas e recursos.
Mas, vamos retomar à pergunta inicial desta discussão: 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 7/13
Por que precisamos compreender as 
principais teorias de aprendizagem 
para pensar metodologias ativas em 
ambientes virtuais, por exemplo?
Poderíamos responder a esse 
questionamento com a seguinte 
indagação: como é possível tratar 
de ambientes virtuais, que utilizam 
novas tecnologias e metodologias 
ativas para mediar os processos 
de ensino e aprendizagem, sem 
compreender o desenvolvimento 
humano e o modo como os alunos 
aprendem?
Temos, daí, a respostapara o nosso 
questionamento inicial. Precisamos 
compreender as principais teorias de 
aprendizagem para pensarmos em 
ambientes virtuais para:
• pensarmos esses recursos
direcionados a pessoas;
• mediar a construção do
conhecimento;
• alinhar o contexto histórico-
cultural aos processos de ensinar e
aprender;
• propiciar aprendizagem
significativa;
• trabalhar com mediação e interação
social;
• compreender os limites e
potenciais de aprendizagem dos
alunos;
• respeitar e compreender os
diferentes estilos de aprendizagem;
• garantir que, em vez de apenas
repassar informações ou
seguir parâmetros e modismos
estabelecidos, pensemos nos
processos de ensinar e aprender
dentro de um contexto específico.
Alinhar o conhecimento pedagógico ao 
conhecimento tecnológico é uma das 
principais estratégias de sucesso para o 
e-learning.
Compreender que a educação passou 
por grandes transformações e precisa 
acompanhar as mudanças tecnológicas 
considerando as necessidades históricas, 
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 8/13
sociais e cognitivas dos alunos é uma das grandes funções sociais dos espaços de 
aprender, tanto os físicos quanto os virtuais. Nesse sentido, o estudo das teorias 
de aprendizagem é fundamental para nortear não só os processos de ensino e de 
aprendizagem, como também, o olhar dos atores pedagógicos envolvidos.
Estudo de Caso
Uma empresa metalúrgica, de grande porte, resolveu implementar uma 
universidade corporativa a fim de capacitar os funcionários e oportunizar 
constante atualização da área. Para tanto, decidiu que não poderia contar 
apenas com profissionais de TI, RH e da área referente ao escopo da empresa. 
Em reunião do conselho, definiu-se que, para capacitar funcionários, deveriam 
ser respondidos os seguintes questionamentos:
1. Qual é o contexto em que esses funcionários estão inseridos?
2. Como aprendem de forma significativa?
3. Quais são as melhores estratégias para alcançar a aprendizagem
necessária?
4. Quais profissionais compreendem e podem planejar o desenvolvimento
dessas capacitações?
O conselho resolveu montar uma equipe multidisciplinar, considerando os 
questionamentos a fim de garantir a aprendizagem dos funcionários. Quais 
profissionais devem compor essa equipe?
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 9/13
Saiba Mais
Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo:
What Is The Role Of The Instructional Designer? Disponível em: 
<https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-
designer>.
Na ponta da língua
https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-designer
https://elearningindustry.com/what-role-of-the-instructional-designer
https://player.vimeo.com/video/244029716
Teorias de aprendizagem e o e-learning • 10/13
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015. 
PIAGET, Jean. A Linguagem e o Pensamento da Criança. 5. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1989. 
_____. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos 
psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
_____. Introdução à Psicologia Escolar. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
 _____. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 
2001. 
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Wallon e a relação com o e-learning
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Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 2/16
Objetivos de Aprendizagem
• Refletir sobre a importância das teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon para o 
desenvolvimento de e-learning.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação 
com o e-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 3/16
Introdução
Uma das principais responsabilidades 
do design educacional é preocupar-
se com o modo como as pessoas 
aprendem, para, consequentemente, 
pensar um ambiente de aprendizagem 
que contemple essas necessidades. 
Uma das estratégias é desenvolver 
ferramentas que apoiem os designers 
no momento de considerar uma 
ampla gama de opções relacionadas 
ao modo de aprender e internalizar o 
conhecimento, tendo em vista uma lista 
abrangente de componentes potenciais, 
e um processo para a concepção 
de abordagem também abrangente 
para lidar com as necessidades 
de aprendizagem que incorpore 
questão informal, social, atividades 
de desenvolvimento e experiencial, 
juntamente com atividades formais de 
desenvolvimento.
No entanto, pensar em como as 
pessoas aprendem é complexo! Para 
tanto, faz-se necessário compreender 
estudos que envolvem as teorias de 
aprendizagem. 
Estudar essas teorias de aprendizagem 
é necessário para compreender o 
modo como o estudante aprende; ou 
seja, convém pensar estratégias para 
fazer uso da tecnologia em prol da 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 4/16
aprendizagem. 
O contexto contemporâneo nos permite afirmar que os estudantes cada vez mais 
apresentam domínio das tecnologias; contudo, apenas o uso das novas tecnologias 
não basta como suporte de todo processo de ensinar e aprender. Trata-se de um 
recurso que agrega valor a esse processo e aproxima os estudantes aos conceitos 
que devem ser apropriados.
Mas, como o estudante se apropria desses conceitos? 
Mundialmente, fala-se em teorias de aprendizagem e de diferentes autores que 
discutem essas teorias. Historicamente, essas teorias contribuíram para ampliar e até 
nortear o olhar pedagógico para o processo de ensino e aprendizagem à luz dos 
aspectos psicológicos e cognitivos, gerando diferentes possibilidades para conduzir 
a educação, principalmente nas questões que envolvem a formação docente, o 
desenvolvimento de currículos para educação básica e superior, sendo também, 
base para desenvolvimento de propostas curriculares e projetos pedagógicos de 
ensino.
Nesta reflexão, abordaremos as teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon, atualmente 
muito utilizadas como elemento norteador de propostas pedagógicas que 
envolvem o ensinar e o aprender.
Para Piaget (1991), é por meio da interação com o meio físico e social que o sujeito 
constrói o conhecimento. O autor entendeu que a lógica implicada na relação 
organismo–meio poderia ser estendida para o estudo dos processos intelectuais 
e afetivos, trazendo noções como a de adaptação biológica para o estudo das 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 5/16
funções cognitivas.
O autor desenvolveu uma pesquisa com crianças e adolescentes, buscando 
compreender a forma como o ser humano constrói o conhecimento. Assim, levantou 
características sobre o modo de agir, pensar, falar, o que resultou na sua teoria dos 
estágios de desenvolvimento. 
Esses estágios descritos por Piaget são: o sensório-motor; o pré-operatório; o 
operatório concreto; e o operatório formal; etapas para cuja definição o autor toma 
como base a idade biológica da criança.
Quadro 2.1 – Estágios de desenvolvimento infantojuvenil segundo Piaget
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS
Sensório-motor
(0-2 anos)
Está dividido em três subestágios, sendo marcado inicialmente 
por coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário 
(reflexos, necessidades nutricionais). Na sequência, ocorre 
a organização das percepções e dos hábitos. Por último, é 
caracterizado pela inteligência prática, que se refere à utilização 
de percepções e movimentos organizados em esquemas de açãoque, gradativamente, vão se tornando intencionais, dirigidos a um 
resultado. A criança começa a perceber, gradativamente, que os 
objetos à sua volta continuam mesmo se não estiverem sob seu 
campo de visão.
Pré-operatório
(2-6 anos)
Surgimento da função simbólica, aparecimento da linguagem oral. 
Característica egocêntrica em termos de pensamento (centrado 
nos próprios pontos de vista), linguagem e modos de interação. A 
lógica do pensamento depende da percepção imediata, não sendo 
possíveis operações mentais reversíveis.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 6/16
Operatório 
Concreto
(6-11 anos)
Pensamento mais compatível com a lógica da realidade, embora 
ainda preso à realidade concreta. Reversibilidade de pensamentos 
(uma operação matemática, por exemplo, pode ser reversível). 
Compreende gradativamente noções lógico-matemáticas de 
conservação de massa, volume, classificação. O egocentrismo 
diminui, surgindo uma moral de cooperação e de respeito mútuo 
(moral da obediência).
Operatório 
Formal
(a partir dos 11-12 
anos)
Pensamento hipotético-dedutivo. Capacidade de abstração. 
Egocentrismo tende a desaparecer. Construção da autonomia, com 
avanços significativos nos processos de socialização.
Fonte: adaptado de Nunes (2009).
Para Piaget, a aprendizagem se processa por meio de dois movimentos simultâneos 
e integrados, mas de sentido contrário: a assimilação e a acomodação (Bordenave & 
Pereira, 2002).
O processo de assimilação envolve a noção de que conhecer consiste numa 
significação, dada pelo sujeito, àquilo que é percebido. Ou seja, pelo contato com 
o objeto ou determinado fato, o ser humano procura dar-lhe sentido por meio de 
suas percepções.
O mecanismo de acomodação, um conceito também explorado pelo autor, 
exige uma modificação dos esquemas mentais assimilados, a fim de que um novo 
conhecimento seja construído.
A equilibração é um momento em que ocorre um certo conflito no sujeito, tendo 
em vista que deve se adaptar ao novo. Trata-se do ponto de equilíbrio entre os 
processos de assimilação e acomodação.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 7/16
Uma das grandes contribuições de 
Piaget para a educação, certamente, foi 
a ideia de construção do conhecimento. 
Ou seja, o sujeito constrói o seu 
conhecimento a partir da realidade 
externa, e as interações entre os sujeitos 
são um fator primordial para seu 
desenvolvimento intelectual e afetivo. 
Para o autor, até o erro caracteriza-se 
como momento de aprendizagem.
Um pouco diferente de Piaget, 
Vygotsky define a aprendizagem 
como um processo central no 
desenvolvimento humano, como 
apropriação de conhecimentos, 
habilidades, signos, valores e linguagem, 
envolvendo a interação do sujeito com 
o mundo cultural no qual se insere.
Vygotsky defendia o desenvolvimento 
humano, desde o início da vida, 
influenciado pelo meio ao seu redor, ao 
se apropriar de significados culturais e 
históricos que o cercam. 
Defendia a Zona de Desenvolvimento 
Proximal (ZDP), ou seja, um estágio 
cognitivo no qual os estudantes são 
ainda capazes de trabalhar (solucionar 
problemas) se mediados, mas ainda 
não são capazes de fazê-lo sozinhos. O 
autor sugeriu que os docentes devem 
trabalhar na Zona de Desenvolvimento 
Proximal de modo a fazer avançar a 
fronteira da Zona de Desenvolvimento 
Real, ou seja, na qual o aluno pode 
trabalhar sozinho.
Uma das grandes contribuições do autor 
está nos estudos sobre a mediação e 
sobre a aprendizagem por meio das 
relações sociais colaborativas entre 
pares.
Enquanto a ênfase da aprendizagem 
no construtivismo de Piaget estava 
no desenvolvimento biológico e na 
construção do saber influenciada pelo 
ambiente, na teoria sociointeracionista 
estão o sujeito histórico e suas relações 
sociais. 
Wallon, por sua vez, compreende o 
desenvolvimento humano de forma 
integrada, por meio das dimensões 
intelectual, afetiva e motora, bem como 
da alternância funcional entre razão e 
emoção. Compreende o sujeito como 
biológico-social.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 8/16
[...] para Wallon, o ser humano é organicamente social, isto é, sua estrutura 
orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar.” 
(DANTAS, 1992, p. 36)
A teoria de Wallon busca explicar a relação entre o sujeito e o meio social e as 
mudanças que acontecem em diferentes momentos do próprio desenvolvimento, 
tendo como base as necessidades, os interesses e o ambiente social em que está 
inserido. O autor dá ênfase aos processos emocionais e afetivos. Acredita que é na 
ação sobre o meio humano que deve ser buscado o significado das emoções.
De acordo com essa teoria, as experiências educacionais devem propiciar a visão de 
mundo, a construção do eu, a subjetividade, por meio de interações entre grupos, 
possibilitando a expressão verbal, corporal e emocional.
O autor divide em cinco os estágios de desenvolvimento, conforme quadro a seguir.
Quadro 2.2 – Estágios de desenvolvimento infantojuvenil segundo Wallon
ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS
Impulsivo-
emocional
(1 ano)
Momento marcado por inabilidade motora (e simbólica), 
dependência de cuidados maternos, movimentos desordenados. 
Comunica-se por meio da emoção (choro, medos, sons que vão se 
diferenciando). Inicialmente, a criança não percebe diferenciação 
entre seu corpo e os objetos do mundo externo. As manifestações 
emocionais iniciais produzem efeitos no ambiente, mobilizam 
a presença do outro, já sendo um contato de caráter social. Os 
adultos vão introduzindo gradativamente a criança no contexto 
cultural em que vivem.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 9/16
Sensório-motor 
projetivo
(1-3 anos)
A criança começa a explorar o mundo físico, a manipulá-lo. Maior 
autonomia de movimentos. Utilização de uma inteligência prática 
(conhecimento perceptivo e motor da realidade). O pensamento 
está atrelado aos gestos/movimentos. Há uma projeção do pensar 
em manifestações motoras. Início do desenvolvimento da função 
simbólica (movida pela ação).
Personalista
(3-6 anos)
Momento de formação da personalidade/construção da 
subjetividade. Há o predomínio dos aspectos afetivos na relação 
da criança com o ambiente. Busca de autonomia, negação do 
outro, contraposição a ordens, comportamentos arredios em 
determinadas situações, mas ainda com forte vínculo com a família 
e necessidade de aprovação. Pensamento sincrético, fabulação, 
contradição, incoerências na fala e na escrita. Função simbólica 
consolidada. Tentativa de autoconstituição, de construção de si.
Categorial
( 7 a 10 anos)
A criança começa a perceber que existe uma diferenciação 
entre si próprio e o mundo externo. Suas potencialidades serão 
determinadas pelo meio em que vivem.
Adolescência
(11 anos em diante)
Inicia-se a puberdade e, com ela, iniciam-se mudanças no plano 
afetivo nas relações consigo e com os outros. O componente 
afetivo é mais racionalizado, em virtude de mudanças no campo 
intelectual. Momento de construção de si, de busca de novos 
sentidos. Depara-se com o desafio (conflito) de buscar sua 
identidade, de ampliar seus vínculos afetivos, sem com isso perder 
a afeição de pessoas significativas, como, por exemplo, os pais.
Fonte: adaptado de Nunes (2009).
Para Wallon (1995), a afetividade é essencial para o desenvolvimento e precede a 
inteligência, tendo em vista que a criança é um ser social e as relações afetivas são 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 10/16
anteriores a qualquer tipo de comportamento de outra natureza. O autor defende 
que a expressão emocional possibilita mediação nas relações interpessoais, bem 
como a afetividade permite compreender o sentido da realidade para si e para os 
outros.
A construção de Piaget, a interação social de Vygotsky e a emoção e afetividade de 
Wallon são elementos fundamentais para a compreensão do modo de aprender 
dos indivíduos. São,além disso, primordiais para pensarmos em metodologias e 
recursos que oportunizem o processo de ensino e aprendizagem.
Estudo de Caso
Uma escola está construindo o seu projeto pedagógico, e uma das abordagens 
já utilizadas é a do construtivismo, que se baseia na teoria de Piaget. Contudo, 
alguns educadores questionam essa abordagem, tendo em vista o alto teor 
dado à maturidade biológica nela constante. Como um dos projetos é a 
escola de tempo integral, que propicie contato entre crianças de diferentes 
idades, sugeriu-se aprofundar os estudos nas teorias de Vygotsky e Wallon, 
sem desconsiderar as contribuições de Piaget, complementando, portanto, os 
estudos dos três autores.
Quais pontos devem ser levados em consideração? Como cada abordagem 
poderá contribuir com o olhar pedagógico e com o planejamento dos 
professores? 
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 11/16
Saiba Mais
Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo:
Relações entre aprendizagem e desenvolvimento em Piaget e em 
Vygotsky: dicotomia ou compatibilidade? Disponível em: <http://www2.
pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb>.
http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb
http://www2.pucpr.br/reol/pb/index.php/dialogo?dd1=1840&dd99=view&dd98=pb
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 12/16
Referências Bibliográficas
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. D. Estratégias de ensino-aprendizagem. São Paulo: 
Vozes, 2002.
DANTAS, H. Para conhecer Wallon: uma psicologia dialética. São Paulo: Brasiliense, 
1992.
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244029864
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 13/16
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015. 
NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia do desenvolvimento: teorias e temas 
contemporâneos. Brasília: Liber Livro, 2009.
PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Trad. Maria Alice Magalhães D’Amorim e 
Paulo Sérgio Lima Silva. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1968.
______. Psicologia e educação da criança. Lisboa: Vega, 1979.
______. Objetivos e métodos da psicologia. Lisboa: Estampa, 1995.
Teorias de Piaget, Vygotsky e Wallon e a relação com o e-learning • 16/16
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 2/12
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os princípios da teoria histórico-cultural e sua relação com a 
aprendizagem.
Teoria histórico-cultural e sua relação 
com o aprender
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Introdução
A teoria histórico-cultural surge na primeira metade do século XX na antiga União 
Soviética. Ela possui quatro grandes autores: Vygotsky, Luria, Leontiev e Davydov. 
Vygotsky elaborou um conjunto de obras relevantes até os dias de hoje para 
compreender o processo de aprendizagem e desenvolvimento do ser humano. 
Em sua obra A formação social da mente, ele afirma que a linha orientadora de 
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 3/12
suas pesquisas consistia em “caracterizar 
os aspectos tipicamente humanos do 
comportamento e elaborar hipóteses de 
como essas características se formaram 
ao longo da história humana e de como 
se desenvolvem durante a vida de um 
indivíduo (Vygotsky 2016, p. 21)”. 
Sua preocupação fundamental girava em 
torno de três grandes questões:
a) compreender como o ser humano 
se relaciona com o seu meio físico e 
social; 
b) conhecer como as relações entre 
o homem e o trabalho trouxeram 
consequências psicológicas para o ser 
humano; 
c) entender as relações entre os usos de 
instrumentos e o desenvolvimento da 
linguagem. 
Ele investigou as funções psicológicas 
superiores que consistem no modo típico 
de funcionamento psicológico humano 
diante das capacidades de solucionar 
problemas e armazenar informações, da 
capacidade de memória e formação de 
conceitos, dentre outros processos mentais. 
O termo “superiores” tem a conotação 
de que essas funções psicológicas são 
mecanismos tipicamente intencionais, 
ou seja, são processos psicológicos 
controlados pelo ser humano a partir do 
processo de internalização da cultura. 
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 4/12
Você já deve ter visto como ocorre o processo de desenvolvimento por meio 
da filogênese e da ontogênese. A filogênese é o processo de sucessões de 
alterações de ordem biológica dos seres vivos. O processo de ontogênese é a 
sucessão de transformações individuais pelas quais passa cada sujeito em si desde 
o seu nascimento até a morte. Ao mesmo tempo em que sofremos alterações de 
ordem filogenética (espécie), passamos também por transformações sucessivas 
e individuais (sujeito). As modificações pelas quais cada sujeito passa são 
reproduções das modificações na espécie. 
Para conviver em uma sociedade, é preciso que o processo de constituição da 
pessoa seja mediado pela cultura. Por meio do processo de aculturação, o 
sujeito torna-se humano ao apresentar capacidades, tais como o raciocínio 
lógico-matemático e a linguagem articulada, por exemplo. É importante 
salientar que a cultura é fundamental, sobretudo nas sociedades contemporâneas, 
em que a grande maioria das pessoas foi submetida ao processo de escolarização. 
Ao conviver em uma sociedade escolarizada, com os saberes necessários saber lidar 
com as demandas cotidianas, requer-se um processo específico de aculturação e 
um processo específico de aprendizagem. De acordo com Oliveira (2014, p. 38), 
“[...] cultura, entretanto, não é um sistema estático ao qual o indivíduo se submete, 
mas como uma espécie de ‘palco de negociações’, em que seus membros estão num 
constante movimento de recriação e reinterpretações de informações, conceitos e 
significados”.
No conjunto de teorias da aprendizagem, há três grandes abordagens: a inatista, 
a empirista e a interacionista. As teorias inatistas são aquelas que defendem 
que tudo o que o ser humano necessita para aprender já é dado a priori na sua 
estrutura. As teorias empiristas (ambientalistas) são aquelas que valorizam muito 
a interação com o meio que oportunizará, de forma determinante, a aprendizagem 
do sujeito. As teorias interacionistas apontam que o meio é importante tanto 
quanto o ser humano. O ser humano interage com os estímulos do meio e, com 
estes, modifica a si mesmo na medida em que modifica os mesmos estímulos. Isso 
requer um papel estimulante, tanto do meio, quanto do sujeito.
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 5/12
Quadro 3.1 – Descrição das abordagens inatista, empirista e interacionista
Teoria da 
aprendizagem
Características
Inatismo
• Assegura que as capacidades básicas do ser humano são inatas
• Enfatiza fatores maturacionais e hereditários como definidores da
constituição do ser humano e do processo de conhecimento (biologismo).
• Considera que o desenvolvimento (biológico maturativo) é pré-requisito
para a aprendizagem.
• Entende, portanto, que a educação em nada contribui para esse
desenvolvimento, já que tudo está determinado biologicamente segundo a
programação genética.
• Confia nas práticas educacionais espontaneístas, pouco desafiadoras:
primeiro esperar para depois fazer.
Empirismo 
(ambientalismo)
• Atribui ao ambiente a constituição das características humanas.
• Privilegiaa experiência como fonte de conhecimento e de formação de
hábitos de comportamento (empirismo).
• Diz que as características individuais são determinadas por fatores externos
aos indivíduo e não necessariamente pelas condições biológicas.
• Suas práticas pedagógicas estão baseadas no assistencialismo,
conservadorismo, direcionismo e tecnicismo: ensino bom, aprendizagem
boa.
• Supervaloriza a escola, já que o aluno é um receptáculo vazio, uma “tábula
rasa”: deve aprender o que se lhe ensina.
• Faz predominar a palavra do professor, regras e transmissão verbal do
conhecimento: o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem;
o professor, um ente ativo... o aluno, um ente passivo.
Interacionismo
• Parte da ideia de que o biológico e o social interagem (unidade dialética),
e o biológico (cérebro principalmente) constitui a base da aprendizagem
social.
• Considera o interno (biológico e psicológico) em interação com o externo
(meio, ambiente natural e social).
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 6/12
Interacionismo
• Defende o desenvolvimento da complexa estrutura humana como um 
processo de apropriação pelo homem da experiência histórica e cultural.
• Assegura que nessa interação o homem transforma seu meio e é 
transformado nas suas relações culturais.
• Valoriza o papel da escola, em particular, e da sociedade, em geral, do ponto 
de vista individual (para o desenvolvimento pessoal) e do ponto de vista 
social (para o desenvolvimento da própria sociedade)
• Assegura que a aprendizagem se produz pela interação do sujeito que 
aprende (mediado) e do sujeito que ensina (mediador), porém quem 
aprende autoconstrói seu próprio conhecimento.
Fonte: adaptado de Díaz (2011).
O Desenvolvimento das Funções Psicológicas 
Superiores
Para a teoria histórico-cultural, o desenvolvimento das funções psicológicas 
superiores sempre ocorre por meio de um processo denominado mediação. 
Para essa abordagem, não há um contato direto do sujeito com o objeto ou 
conhecimento a ser apropriado. Entre o estímulo e a resposta, há algo que 
possibilita a conexão de aprendizagem (mecanismo de aprendizagem).
Figura 3.1 – Processo de desenvolvimento das funções psicológicas de acordo com a teoria histórico-cultural
Mediação
Estímulo Resposta
Fonte: elaboração da autora.
A mediação consiste na relação do homem com o mundo e com outros. Por meio 
desse processo é que as funções psicológicas superiores se desenvolvem. Para 
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 7/12
Vygotsky (2016), a mediação ocorre pelos instrumentos que regulam as ações 
sobre os objetos e pelo signo, cuja função é orientar as ações sobre as funções 
psicológicas. 
Os elementos mediadores do desenvolvimento das funções psicológicas superiores 
são os instrumentos e os signos. 
Exemplos: 
• Luz acesa: algo que está entre você e a curiosidade de saber se há alguém ou
não no apartamento. A luz acesa teria um papel de instrumento. O instrumento
possibilita agir sobre o objeto ou o conhecimento a ser apropriado. A
utilização de instrumentos e de signos, embora distintos, relaciona-se à
evolução da espécie humana (filogênese) e ao desenvolvimento de cada
sujeito (ontogênese). Os instrumentos auxiliam na realização concreta da
ação humana, ajudando o ser humano em sua atividade psíquica. Os signos
possibilitam ao ser humano o controle e a regulação do seu comportamento,
proporcionando a consciência e a reação voluntária aos significados
representados pelo instrumento mediador.
• Acesso à agenda no celular: hoje é possível que a pessoa acesse o
conhecimento estabelecendo uma ponte. Não é preciso memorizar os
números de telefones, pois eles estão registrados na memória. Indo mais além,
percebemos que o processo ontogenético (processo sucessivo individual de
transformações) ocorre por meio da mediação pela cultura sem a necessidade
de interação direta sobre os objetos do mundo. Ao interagir com os signos é
que se dá o desenvolvimento das funções psicológicas superiores.
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 8/12
Estudo de Caso
Maria Isabel, a menina galinha
Maria Isabel passou os primeiros oito anos de sua vida em um galinheiro, 
junto às galinhas, enquanto sua mãe trabalhava no campo.
Era alimentada apenas com milho, couves cortadas e uma caneca de café. 
Por conviver nesse contexto, a menina, que herdara os hábitos das aves, 
comportava-se como se fosse uma delas. Não falava, só emitia ruídos 
parecidos com os das galinhas. Andava com os braços curvados para trás 
como se imitasse um par de asas, bicava coisas no chão, ciscava e sempre 
virava a cabeça de lado para olhar. Quando foi encontrada, apresentava 
características específicas, como: subdesenvolvimento ósseo; grande 
debilidade; cabeça demasiado pequena para a idade; face com semelhanças 
flagrantes com os galináceos (perfil, posição labial, dentição formada como 
se fosse um bico); olhos grandes (rasgados no sentido descendente); posição 
dos braços muito idêntica à das asas das galinhas. 
O que influenciou o desenvolvimento dessas características na 
pequena Isabel?
Saiba Mais
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 9/12
Veja também o seguinte vídeo:
“Grandes Educadores Lev Vygotsky”, escrito e apresentado por 
Marta Kohl de Oliveira. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=T1sDZNSTuyE>.
Na ponta da língua
https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE
https://www.youtube.com/watch?v=T1sDZNSTuyE
https://player.vimeo.com/video/244029934
Teoria histórico-cultural e sua relação com o aprender • 10/12
Referências Bibliográficas
DÍAZ, Félix.O Processo de Aprendizagem e seus Transtornos. Salvador: EDUFBA, 
2011.
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
OLIVEIRA, Marta Khol. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo 
sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2014.
VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
A teoria histórico-cultural: internalização, 
pensamento, linguagem, aprendizado e 
desenvolvimento
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A teoria histórico-cultural • 2/15
Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer a importância da linguagem para a aprendizagem com base na
teoria histórico-cultural (THC).
A teoria histórico-cultural: internalização, 
pensamento, linguagem, aprendizado e 
desenvolvimento
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
A teoria histórico-cultural • 3/15
Introdução
A teoria histórico-cultural (THC) é 
interacionista, uma vez que o meio 
estimula o sujeito na mesma medida 
em que o sujeito transforma o meio. 
O sujeito tem um papel ativo: o 
objeto modifica o sujeito e o sujeito 
modifica o objeto de conhecimento. 
Para a THC, não existe aprendizagem 
espontânea ou por imersão de saberes. 
Os conhecimentos devem estar 
disponíveis no meio cultural para que 
sejam progressivamente apropriados 
pelo sujeito. A linguagem oral é um 
exemplo:As crianças, aos poucos, 
interagem com os adultos e apropriam-
se dos modos de falar a partir das 
experiências culturais. Ao chegar na 
escola, a criança entra em contato com o 
ensino da língua de forma sistematizada 
e intencional. A linguagem escrita existe 
para além da criança, mas esta, à medida 
que se apropria daquela, atribui novos 
significados aos textos escritos. O 
mecanismo de internalização pressupõe 
algo externo ao sujeito que, num 
segundo momento, paulatinamente, 
passa a ser internalizado pelo sujeito. O 
conhecimento precisa ser mobilizado 
entre as pessoas, de forma que estas 
estejamno mesmo convívio cultural 
A teoria histórico-cultural • 4/15
entre si, para depois, de forma interna, tornar-se interpsicológico, ou seja, os 
sujeitos passam a uma interação psicológica também.. A linguagem é puramente 
um conjunto de signos. É um instrumento de sistemas simbólicos complexos que 
pode mediar a atividade humana. A linguagem permite que o sujeito, mesmo 
na ausência do objeto, seja capaz de imaginá-lo, pensar sobre ele, e assim, 
trabalhá-lo.
Por exemplo: não seria preciso mostrar o que é uma colher (objeto) para que você 
saiba o que é uma colher. Assim, um objeto que circula no convívio cultural já foi 
internalizado, o que nos permite pensar sobre ele mesmo sem a presença física do 
mesmo.
A capacitação especificamente humana para a linguagem habilita as crianças a 
providenciar instrumentos auxiliares na solução de tarefas difíceis, a superar a 
ação impulsiva, a planejar a solução para um problema antes de sua execução e 
a controlar seu próprio comportamento. Signos e palavras constituem, para as 
crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. 
As funções cognitivas tornam-se, então, a base de uma forma nova e superior de 
atividade nas crianças, distinguindo-as dos animais (Vygostsky, 2016, p. 31). 
A THC confere muita relevância para a linguagem, pois ela tem as seguintes funções:
a) comunicação, ou seja, intercâmbio social;
b) pensamento generalizante: compreensão generalizada do mundo;
c) significado (culturalmente determinado) como fenômeno do pensamento.
A linguagem exerce um papel fundamental na estruturação do pensamento. 
É possível afirmar que nós pensamos a partir dos significados que nos 
A teoria histórico-cultural • 5/15
apropriamos pela linguagem.
Como se dá o desenvolvimento da linguagem na THC?
A fase pré-intelectual da linguagem (choro, riso, balbucio) é aquela em que não 
somos capazes de pensar, uma vez em que não temos linguagem. À medida que 
interagimos em nosso grupo cultural ou com ele, aprimoramos a linguagem que, 
progressivamente, torna mais complexo o pensamento. Esse tipo de linguagem tem 
a função de alívio social.
A fase pré-linguística do pensamento é aquela na qual a criança age sobre o meio e 
consegue resolver problemas práticos (inteligência prática) e pode até ser capaz de 
dispor de instrumentos, entretanto, sem a mediação da linguagem.
É muito relevante a relação entre o pensamento e a linguagem, pois ambos 
interferem, qualitativamente, tanto no processo de aprendizagem quanto no 
processo de desenvolvimento.
O aprendizado é a mudança de um comportamento por meio da transformação de 
algo que, antes, o sujeito era incapaz de fazer com autonomia, mas que, a partir de 
um novo elemento aprendido, ele passa a realizar ações com plena capacidade. 
A aprendizagem está intimamente relacionada à apropriação da cultura. A 
aprendizagem ocorre à medida que o sujeito se apropria dos conhecimentos 
que estão disponíveis culturalmente para resolver um determinado 
problema.
Na THC, é o aprendizado que impulsiona o desenvolvimento do ser humano. Ao 
apropriar-se dos elementos da cultura, o sujeito se torna mais hábil para resolver 
um determinado problema. Aqui, surge um conceito muito interessante: Zona de 
Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP existe entre aquilo que o sujeito realiza 
com plena autonomia ( já conhece) e aquilo que ele ainda não realiza com 
autonomia (potencialidade).
O nível de desenvolvimento real pode ser entendido como referente àquelas 
conquistas que já estão consolidadas na criança, aquelas funções ou capacidades 
A teoria histórico-cultural • 6/15
que ela já aprendeu e domina, pois já consegue utilizar sozinha, sem a assistência de 
alguém mais experiente da cultura (pai, mãe, professor, criança mais velha, etc.). Esse 
nível indica, assim, os processos mentais da criança que já se estabeleceram, ciclos 
de desenvolvimento que já se completaram.
O nível de desenvolvimento potencial também se refere àquilo que a criança é 
capaz de fazer, só que mediante a ajuda de outra pessoa (adultos ou crianças mais 
experientes). Nesse caso, a criança realiza tarefas e soluciona problemas por meio 
do diálogo, da colaboração, da imitação, da experiência compartilhada e das pistas 
que lhes são fornecidas (Rêgo, 1995, p. 72-73).
De acordo com Vygostsky (2016, p. 98), “aquilo que é zona de desenvolvimento 
proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo 
que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha 
amanhã”.
O autor antes define que “[...] a zona de desenvolvimento proximal [...] é a distância 
entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da 
solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, 
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou 
em colaboração com companheiros mais capazes” (Vygostsky, 2016, p. 97).
A ZDP, portanto, é a distância entre aquilo que o sujeito consegue realizar com 
autonomia e aquilo para cuja realização ele precisa de ajuda de um adulto. A 
intervenção pedagógica (e também a psicopedagógica) deve ocorrer justamente 
na ZDP e modifica a concepção do desenvolvimento infantil, já que a “zona de 
desenvolvimento proximal define aquelas funções que não amadurecerão, mas 
que estão presentes em estado embrionário. Essas funções poderiam ser criadas de 
A teoria histórico-cultural • 7/15
‘brotos’ ou ‘flores’ do desenvolvimento, ao invés de ‘frutos’ do desenvolvimento” 
(Vygostsky, 2016, p. 97).
As Contribuições da Perspectiva Histórico-
Cultural para a Prática Pedagógica
Inicialmente, cabe perguntar: como o ensino pode potencializar 
a aprendizagem? Como a organização do ensino pode interferir 
intencionalmente na aprendizagem do aluno?
O processo de formação de conceitos, fundamental no desenvolvimento dos 
processos psicológicos superiores, é longo e complexo, pois envolve operações 
intelectuais dirigidas pelo usos das palavras tais como: atenção deliberada, memória 
lógica, abstração, capacidade de comparar e diferenciar. Para aprender um conceito 
é necessário, além das informações recebidas do exterior, uma intensa atividade 
mental. Portanto, um conceito não é aprendido por meio de um treinamento 
mecânico, tampouco pode ser meramente transmitido pelo professor ao aluno: 
“o ensino direto de conceitos é impossível e infrutífero; um professor que tenta 
fazer isso geralmente não obtém qualquer resultado, exceto verbalismo vazio, uma 
repetição de palavras pela criança, semelhante a de um papagaio, que simula um 
conhecimento dos conceitos correspondentes, mas que na realidade oculta um 
vácuo” (Vygostsky, 1987, p. 72 apud Rêgo, 1995, p. 78).
A teoria histórico-cultural da atividade foi elaborada por Davydov, um importante 
psicólogo russo. Para ele, a aprendizagem só é possível por meio da atividade e 
apropriação da cultura.
Leontiev, por sua vez, em sua teoria da atividade, aponta que a estrutura da 
atividade pedagógica deve atender a alguns princípios, com base nos quais o aluno 
deve: 
a) perceber as necessidades de aprender;
b) atuar com base nas suas capacidades;
A teoria histórico-cultural • 8/15
c) estabelecer e alcançar objetivos
d) realizar determinadas tarefas;
e) mobilizar, em seguida, ações e operações.
Para Leontiev, só é possível organizar o ensino se:
a) educação e ensino forem compreendidos como forma de reprodução. Não se
trata de reprodução do que já existe (cópia), mas sim, de uma reprodução ajustada
às necessidades do sujeito;
b) as atividades representarem situações que impulsionem o desenvolvimento;
c) o processo de apropriação e o desenvolvimento se complementarem e
compuserem o mesmo procedimento. No ciclo de formação de conceitos
científicos e na incorporação de processos de pensamento realizada à medida que
o sujeito se apropria desses conceitos científicos, absorvem-se novas formas de
pensamento progressivamente mais complexas. A apropriaçãodesses conceitos é
fundamental no processo de pensamento. É o ciclo de formação de pensamento
e desenvolvimento de ações mentais mediante a solução de problemas a qual
proporcionará o desenvolvimento 
cognitivo. A atividade do aluno se 
assemelha à atividade do cientista, 
ou seja, deve-se recorrer aos 
conhecimentos científicos para alcançar 
uma explicação mais sofisticada para os 
problemas.
A teoria histórico-cultural (THC) da 
atividade também tem um conceito 
sobre o pensamento teórico. É por 
meio da ascensão do abstrato para 
o concreto, ou seja, da posse do
pensamento abstrato (pensamento
geral), que se deduzem as relações
particulares. A maioria dos métodos
pedagógicos defende que o ensino
A teoria histórico-cultural • 9/15
deve partir do concreto para o abstrato 
(pensamento indutivo). Para a THC, é 
o contrário: é a partir do pensamento
abstrato, teórico, dos conhecimentos
científicos, que é possível estabelecer
relações particulares. A partir do
momento em que o aluno se apropria
das normas/conceitos/princípios de
uma teoria, ele é capaz de deduzir e pensar em problemas específicos (geral → 
particular). As atividades de ensino e os conteúdos escolares estão conectados à 
lógica do campo científico a que ele pertence, bem como à forma pela qual ele se 
articula com outras áreas do conhecimento.
A tarefa de aprendizagem, que corresponde àquilo que o aluno realiza, divide-se 
em três grandes momentos:
• No primeiro momento, o da análise do material, o aluno, para descobrir uma
relação geral, entra em contato com a situação-problema apresentada pelo
professor.
• No segundo momento, o aluno passa a fazer algumas deduções em busca de
relações e conceitos a partir dos conhecimentos prévios.
• No terceiro momento, o aluno deve estabelecer conexões anteriores, criar
novas conexões e chegar a uma análise e síntese da aprendizagem.
Na escola, a tarefa de aprendizagem torna-se uma atividade de aprendizagem. Esta 
atividade implica sempre em uma solução coletiva de um problema comum a todos. 
As atividades coletivas possibilitarão a comunicação, já que é por meio desta que 
o aluno pode acessar outros pontos de vista. Outra característica das atividades de 
aprendizagem é a troca de modos de ação diferentes entre os alunos, possibilitando 
a compreensão mútua e o estabelecimento de relações mais complexas. Uma 
atividade de aprendizagem não é um trabalho coletivo no qual cada membro faz 
uma parte. Ao contrário: envolve discussão, apresentação das ideias (planejamento) 
e intercâmbio entre os participantes. A atividade de aprendizagem envolve, ainda, 
o planejamento individual, levando em conta os demais colegas, a reflexão e a
atitude crítica. Ao final da atividade, o professor e os alunos podem rever esse
processo, realizando os ajustes necessários.
A teoria histórico-cultural • 10/15
O trabalho do professor é o planejamento da atividade de ensino como uma ação 
intencional que cria estratégias para que os alunos se apropriem da cultura e se 
transformem nesse processo.
Estudo de Caso
O designer instrucional de uma empresa educacional convoca uma 
reunião para planejamento de estratégias que possibilitem aos alunos a 
aprendizagem adaptativa.
A ideia é trazer os estudos da teoria histórico-cultural para a prática 
pedagógica virtual. Ao convidar o profissional da área da educação, o 
designer solicitou os principais questionamentos iniciais que precisavam ser 
respondidos para iniciar o planejamento das atividades. Então, qual foi a 
resposta?
Qual é o contexto dos alunos? Qual perfil apresentam?
Que conhecimentos prévios trazem?
Como aprendem e o que pretendemos ensinar?
Como os profissionais devem responder essas questões com base na THC?
A teoria histórico-cultural • 12/15
Saiba Mais
Leia os dois textos (um artigo e um livro, respectivamente) 
indicados a seguir para complementação do tema:
Zona de desenvolvimento proximal: análise teórica de um conceito 
em algumas situações variadas - http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200011 
Pensamento e linguagem - https://www.institutoelo.org.br/site/files/
publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.pdf
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244030044
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X1994000200011
https://www.institutoelo.org.br/site/files/publications/5157a7235ffccfd9ca905e359020c413.pdf
A teoria histórico-cultural • 13/15
References
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015.
Rêgo, T. C. Vygostsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis:
Vozes, 1995.
Vygostsky, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016. 
Você pode acessar o livro base deste tema
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Estilos de aprendizagem
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Estilos de aprendizagem • 2/14
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os estilos de aprendizagem definidos por Jung e Felder.
Estilos de aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Estilos de aprendizagem • 3/14
Introdução
Nos temas anteriores, refletimos 
sobre a importância das teorias de 
aprendizagem para o trabalho com 
desenvolvimento de ambientes virtuais 
de e-learning. Compreendemos que 
a teoria histórico-cultural contribui 
para pensarmos esses ambientes 
como ferramentas que propiciam a 
aproximação dos processos de ensino e 
aprendizagem com o contexto em que 
os alunos estão inseridos, resultando em 
aprendizagem significativa.
Tão importante como compreender as 
teorias de aprendizagem é entender os 
estilos de aprendizagem.
Com tantas possibilidades tecnológicas, 
o acesso aos recursos de áudio, texto 
e imagem também contribuíram com 
as estratégias de ensino, possibilitando 
aos diferentes alunos, diversas 
possibilidades de apresentação de 
materiais e conteúdos pedagógicos.
Quais, no entanto, são os estilos de 
aprendizagem? Qual é a importância 
da diversificação desses recursos? Qual 
é a diferença entre a aprendizagem 
por meio de texto e aquela por meio 
de imagem, por exemplo? Quais são 
as discussões existentes sobre esses 
estilos?
Estilos de aprendizagem • 4/14
Verificamos, por meio da teoria histórico-cultural, que as pessoas se desenvolvem 
a partir das relações sociais, dos processos de mediação e interação entre pares; e 
que a aprendizagem acontece na relação entre as zonas de desenvolvimento real e 
proximal, não é verdade? Mas, esse processo acontece de que forma?
Cada ser humano é único na maneira de aprender, conviver, relacionar-se, o que não 
é diferente no processo de ensino e aprendizagem. Cada aluno apresenta 
especificidades para aprender. Assim, temos uma relação entre o tempo e o 
modo como aprendem e se desenvolvem (teoria da aprendizagem) e também 
entre os sentidos que contribuem para a assimilação dos conceitos (estilos de 
aprendizagem). Alguns autores entendem essas especificidades como estilos 
cognitivos. Neste tema, vamos explorar a abordagem de Jung e Felder.
Jung trabalhou com a oposição entre dois pares de abordagens que tratam 
da percepção das coisas - sensação e intuição, e do julgamento de fatos 
- pensamento e sentimento. Tais abordagens também estão ligadas tanto
ao exterior como ao interior. Assim, para o autor, o mundo exterior (pessoas, 
coisas e experiências) trata da extroversão; e mundo interior (reflexão) trata da 
introversão.
Jung, por meio de combinações de quatro dimensões, portanto, define tipos 
psicológicos, a saber:
Figura 5.1 – Tipos psicológicos de Jung
Extroversão (Extrovert)
Sensação (Sensing)
Pensamento (Thinking)Julgamento (Judgement)
Introversão (Introvert)
Intuição (Intuition) 
Sentimento (Feeling) 
Percepção (Perception)
Fonte: elaborada pela autora.
Os tipos psicológicos definidos por Jung são determinados pela combinação de 4 
letras, totalizando 16 especificidades. Veja a descrição deles no quadro a seguir:
Estilos de aprendizagem • 5/14
Quadro 5.1 – Dimensões definidas por Jung
E – Extroversão 
(Extrovert)
Volta-se ao mundo exterior e às coisas. Manifesta interesse por pessoas 
e eventos. Precisa de estímulo externo para engajar-se em situações de 
aprendizagem. Costuma arriscar-se. 
I – Introversão 
(Introvert)
Volta-se para o seu mundo interior, suas ideias e suas impressões. Tem 
preferência por atividades individuais e não prioriza relacionamentos 
interpessoais. Manifesta grande concentração e autossuficiência. 
Precisa de um tempo para pensar antes de expressar-se. Normalmente, 
não se arrisca. 
S – Sensação 
(Sensing)
Volta-se mais ao presente e às informações obtidas por meio dos seus 
sentidos. Interage com o mundo de forma prática. Normalmente, é 
sistemático, detalhista e gosta de observar fenômenos bem de perto. 
Necessita de situações de aprendizagem estruturadas, com sequência 
clara e objetiva.
N – Intuição 
(Intuition)
Volta-se mais para o futuro, aos padrões e às possibilidades. 
Normalmente, procura buscas inovadoras e teóricas, pois exercem 
certo fascínio. Costuma fazer inferências a partir de um contexto, 
construindo bons modelos nos quais apoia suas ideias e produções. 
Costuma estruturar seu próprio treinamento com facilidade. Não é 
muito preciso, então pode perder detalhes importantes. De modo 
geral, apresenta complexidade excessiva nos seus discursos. 
T – Pensamento 
(Thinking)
Prefere apoiar-se em critérios impessoais e baseia suas decisões 
na lógica e na análise objetiva de causas e efeitos. Costuma ser 
disciplinado e ansioso.
F – Sentimento 
(Feeling)
Prefere basear as decisões em valores e na avaliação subjetiva. 
Manifesta forte consciência social. Agrega as pessoas, promovendo 
motivação. Precisa de atenção e evita situações sociais tensas. 
J – Julgamento 
( Judging )
Prefere abordagens planejadas e organizadas com relação à vida e 
gosta das coisas bem definidas. Normalmente, prefere lidar com um 
estilo de vida planejado, organizado e bem controlado. Engaja-se no 
trabalho sistemático. É rígido, e intolerante com a ambiguidade. 
Estilos de aprendizagem • 6/14
P – Percepção 
(Perception)
Gosta das abordagens flexíveis e espontâneas, preferindo propostas 
e opções abertas. Aceita facilmente mudanças e novas experiências. 
Pode manifestar falta de persistência ou consistência, o que pode 
atrapalhar seu desempenho.
Fonte: adaptado de Jung (2011).
Figura 5.2 – Descrição dos tipos de personalidade
Fonte: Feloni e Gould (2016).
Felder (1993) refere-se aos estilos de aprendizagem como a forma com que as 
pessoas recebem e processam as informações. Defende que cada pessoa poderá 
apresentar ou desenvolver habilidades que manifestem preferências mais visuais, 
como figuras, diagramas e esquemas, enquanto outros manifestam preferências mais 
verbais, por meio de explanações orais ou escritas por exemplo. Já alguns preferem 
a interação e outros uma aprendizagem introspectiva e individualizada. 
Estilos de aprendizagem • 7/14
O autor defende que é necessário pensar as possibilidades de oferta das 
informações (visuais, auditivas, orais), propiciando maior conforto para os alunos 
no momento da aprendizagem. Contudo, também alerta para a possibilidade de 
ampliar os recursos e as ofertas, estimulando a utilização de diferentes canais para 
receber as informações.
Ele define quatro dimensões de estilos de aprendizagem, definidas e descritas na 
figura seguinte. 
Figura 5.3 – Quatro dimensões de estilos de aprendizagem
• Ativo (active) – reflexivo (reflective)
A
tiv
os
Re
fle
xi
vo
sTendem a reter e compreender
informações mais eficientemente
discutindo, aplicando conceitos e/
ou explicando para outras pessoas.
Gostam de trabalhar em grupo.
Precisam de um tempo para 
sozinhos pensar sobre as 
informações recebidas. Preferem os 
trabalhos individuais.
• Racional (sensing) – intuitivo (intuitive)
Ra
ci
on
ai
s
In
tu
iti
vo
sGostam de aprender fatos. São 
mais detalhistas, memorizam fatos 
com facilidade, saem-se bem em 
trabalhos práticos (laboratório, 
por exemplo). Tendem a ser mais 
práticos e cuidadosos do que os 
intuitivos.
Preferem descobrir possibilidades 
e relações. Sentem-se mais 
confortáveis em lidar com novos 
conceitos. São mais rápidos no 
trabalho e mais inovadores.
• Visual (visual) – verbal (verbal)
V
isu
ai
s
Ve
rb
ai
sLembram mais do que viram –
figuras, diagramas, fluxogramas,
filmes e demonstrações.
Tiram maior proveito das palavras 
– explicações orais ou escritas.
Estilos de aprendizagem • 8/14
• Sequencial (sequential) – Global (global)
Se
qu
en
ci
ai
s
G
lo
ba
isPreferem caminhos lógicos,
aprendem melhor os conteúdos
apresentados de forma linear e
encadeada.
Lidam aleatoriamente com 
conteúdos, compreendendo-os 
por “insights”. Depois que montam 
a visão geral, têm dificuldade de 
explicar o caminho que utilizaram 
para chegar nela.
Fonte: elaborada pela autora com base em Felder (1993).
Jung e Felder são alguns dos autores que provocam a reflexão sobre os estilos de 
aprendizagem. Cabe compreendermos que cada pessoa apresenta sua própria 
preferência, que certamente, é influenciada por um contexto específico. Importante 
no momento de refletir sobre os canais de recepção das informações é considerar 
os diferentes alunos que podemos encontrar em sala de aula, sendo esta sala física 
ou virtual. 
No momento em que planejamos ambientes virtuais para o e-learning, precisamos 
levar em consideração tanto o modo como o aluno aprende quanto os estilos e as 
preferências de aprendizagem que ele apresenta.
Estudo de Caso
Uma equipe multidisciplinar de uma instituição de ensino superior (IES) 
planejada a oferta de algumas disciplinas virtuais de um determinado curso 
de tecnologia.
As disciplinas deverão contar com atividades virtuais e práticas (realizadas 
Estilos de aprendizagem • 9/14
em sala de aula), distribuídas em dez estados diferentes do país. Os alunos 
apresentam características específicas, e as realidades sociais são muito 
diferentes. Assim, a IES conta com alunos que têm acesso a tecnologias e 
alunos que precisam estudar utilizando meios tradicionais.
Considerando os diferentes estilos de aprendizagem, quais reflexões iniciais 
devem permear a discussão dessa equipe?
Saiba Mais
Leia o artigo sugerido a seguir:
Estilos de aprendizagem (Modelo de Ferder e Silverman) + Quiz - 
https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem-
modelo-de-felder-e-silverman/ 
- https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem-modelo-de-felder-e-silverman/
Estilos de aprendizagem • 10/14
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
FELDER, R. Reaching the Second Tier: Learning and Teaching Styles in College 
Science Education. J. College Science Teaching, v. 23, n. 5, p. 286-290, 1993. 
Disponível em: <http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/
Secondtier.html>. Acesso em: 8 nov. 2017. 
http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Secondtier.html
http://www4.ncsu.edu/unity/lockers/users/f/felder/public/Papers/Secondtier.html
https://player.vimeo.com/video/244030174
Estilos de aprendizagem • 11/14
FELONI, R.; GOULD, S. The best jobs for your personality type. World Economic 
Forum/Business Insider, oct. 2016. Disponível em: <https://www.weforum.org/
agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_
medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer>. Acesso em: 8 nov. 
2017.
JUNG, C. G. Tipos Psicológicos. Vol. 6. São Paulo: Vozes, 2011.
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe
https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe
https://www.weforum.org/agenda/2016/10/the-best-jobs-for-your-personality-type?utm_content=buffer70537&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffe
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Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Design de Ambientes 
de Aprendizagem
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2.
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Design de Ambientes de Aprendizagem • 2/15
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os principais componentes de ambientes virtuais de
aprendizagem.
Design de Ambientes de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
https://player.vimeo.com/video/244030298
Design de Ambientes de Aprendizagem • 3/15
Design de Ambientes 
de Aprendizagem
Os teóricos da aprendizagem e os 
pesquisadores entenderam que não 
“ensinamos” tanto quando criamos 
um ambiente no qual as pessoas 
possam aprender. Os facilitadores de 
aprendizagem projetam experiências 
e atividades que permitem que as 
pessoas entendam novos conceitos, 
aprendam os conhecimentos 
necessários e ganhem habilidades 
necessárias. Acredita-se que essas 
experiências e atividades estão inseridas 
no local de trabalho em vez de reunidas 
em um curso formal. O aprendizado 
é uma consequência natural das 
interações cotidianas e do trabalho 
em andamento, e a necessidade de 
obter conhecimento e habilidades é 
mais imediata e não pode ser relegada 
apenas ao material didático formal.
Quando precisamos apoiar o 
aprendizado de uma base ou
Design de Ambientes de Aprendizagem • 4/15
habilidade de conhecimento específica, 
devemos expandir o alcance de nossos 
esforços para o local de trabalho. 
Pensamos sobre todas as 
diferentes maneiras pelas quais as pessoas aprendem, como já discutimos nas aulas 
anteriores, e criamos um ambiente que torne acessíveis os recursos de aprendizagem 
e dê às pessoas o apoio que elas precisam, quando e onde precisam. Essa é a visão 
que o design do ambiente de aprendizagem se concretiza.
Um ambiente de aprendizagem é uma coleção deliberadamente organizada de 
recursos e atividades relacionadas a uma necessidade de conhecimento específica, 
que pode acontecer em ambientes de educação formal e não formal.
Vamos resgatar a metáfora do meio ambiente: é uma imagem que engloba todos os 
componentes que cercam os seres vivos. Em um bom ambiente, os componentes 
contribuem para o bem-estar e o crescimento. Em uma paisagem bem projetada, por 
exemplo, o meio ambiente inclui luz solar, solo, água e outros elementos, 
e o paisagista garante os elementos certos para ajudar as plantas desejadas a 
prosperarem. 
Assim também, acontece com os ambientes de aprendizagem, que se destinam a 
ajudar as pessoas a aprender e se desenvolver, sendo projetados com a utilização de 
uma ampla gama de componentes que apoiam essa empreitada.
Design de Ambientes de Aprendizagem • 5/15
Componentes de Ambiente de Aprendizagem
Listar todos os componentes importantes de um ambiente de aprendizagem seria 
tão desafiador quanto listar todas as plantas possíveis para crescer em um jardim. 
Espécies de plantas possuem múltiplas variedades, e novas são criadas todos os dias. 
Ao plantar um jardim, as escolhas dependem do clima, da localização, do tipo de 
solo e das preferências do jardineiro.
Um processo semelhante ocorre ao se projetar um ambiente de aprendizagem. 
Há um mundo de opções de recursos e atividades. E, como novas possibilidades 
são criadas constantemente, seria impossível listar todas elas. Mesmo assim, é 
importante começar com uma lista sólida de componentes potenciais a serem 
incluídos (pessoas, treinamento e educação, práticas de desenvolvimento, 
práticas de aprendizagem experiencial, motivação e autodireção do aluno), com 
base nos quais podemos organizar diferentes recursos, atividades e práticas de 
aprendizagem.
É comum a sugestão de ferramentas específicas como blogs ou microblogs, software 
de captura de tela e ferramentas de vídeo, tendo em vista que os professores podem 
usá-las para criar e adicionar aos componentes de aprendizagem disponíveis no 
ambiente. Designers, geralmente, incluem links para esses tipos de ferramentas, 
quando eles criam os portais de aprendizagem, que atuam como o ponto de entrada 
para o ambiente de aprendizagem.
É importante notar quão flexível é um ambiente de aprendizagem, incorporado em 
relacionamentos e práticas de trabalho. Embora um portal eletrônico seja 
frequentemente útil para a organização de materiais e atividades, o ambiente físico é 
onde ocorre o relacionamento interpessoal, presente no virtual apenas pelas 
ferramentas de comunicação.
A lista de componentes é compilada a partir de um conjunto maior de itens 
potenciais derivados de modelos educacionais e experiência de longo prazo. Aqueles 
familiarizados com as teorias vão notar elementos de aprendizado combinado, 
transferência de aprendizagem, aprendizado informal e teoria e prática de 
aprendizagem social, juntamente com ideias oferecidas pelo gerenciamento pessoal 
do conhecimento e defensores do conhecimento construtivista. Olhar através desses 
fluxos de pensamento produz uma lista muito rica de possíveis recursos cognitivos, 
atividades e práticas que foram categorizados para facilitar a identificação e a seleção.
Design de Ambientes de Aprendizagem • 6/15
Recursos
São vários os recursos que podem ser utilizados na construção de ambientes de 
aprendizagem. Podemos listar todos os tipos de materiais a serem acessados para 
essa prática; eles podem ser recursos físicos (como livros, revistas, equipamentos ou 
artefatos) ou podem ser acessados eletronicamente por um computador ou pela 
internet. Bases de dados, vídeos, apresentações eletrônicas, auxílios de trabalho e 
manuais também são recursos potenciais. Quando os alunos pesquisam informações 
na internet ou descobrem como fazer alguma coisa, estão acessando recursos. Eles 
também podem acessar bibliotecas ou outros espaços físicos, onde materiais de 
referência e outros recursos de aprendizagem podem ser encontrados. 
Os recursos são úteis para comunicar o conhecimento explícito, que é valioso para as 
pessoas que são novas em uma função ou tarefa, bem como para apoiar 
o aprendizado just-in-time e oferecer um suporte de desempenho mais direto. O
desafio é encontrar recursos que estejam no nível certo, que sejam de alta
qualidade e que sejam relevantes para um contexto particular. Os alunos precisam
acessar as informações e depois descobrir como efetivamente aplicá-las.
Pessoas 
A categoria de pessoas reconhece o fato de que os relacionamentos são 
fundamentais para a aprendizagem. Ou seja, com base no teoria histórico-cultural 
que estudamos anteriormente, as relações sociais são fundamentais para o 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 7/15
aprendizado. Face a face ou on-line, as 
pessoas podem oferecer sabedoria, 
feedback, respostas rápidas, insights 
e modelagem, troca de saberes, 
entre outras coisas. Em suma, eles 
fornecem as conexões interpessoais 
ativas necessárias para uma profunda 
compreensão e colaboração. 
Esses relacionamentos podem ser 
profundos (como entre mentores e 
mentorados) ou bastante distantes 
(como especialistas seguidos no 
Twitter). As pessoas comunicam o 
conhecimento através das interações 
interpessoais, ensino, orientação, 
respostas a perguntas e discussão e 
são coaprendentese colaboradores. 
Embora onipresente, o aprendizado 
através de interações com os 
outros, muitas vezes, está longe de 
ser uma questão simples, exigindo 
confiança, comunicação efetiva e 
acompanhamento. 
Treinamento e Educação 
O treinamento formal e a educação 
são extremamente valiosos quando as 
necessidades do aluno e os objetivos 
do curso estão alinhados. 
Os cursos podem ser baseados em sala 
de aula, podem ser on-line, e-learning, 
de autoestudo, por treinamento 
no local de trabalho ou oferecidos 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 8/15
em alguma combinação dessas 
modalidades. Eles podem ser por 
crédito ou não; oferecidos dentro de 
uma organização ou por uma instituição 
educacional, organização profissional ou 
fornecedor. O grau em que as pessoas 
aprendem com treinamento e educação 
depende muito da qualidade dos 
cursos e do modo como são planejados 
os processos de ensino e aprendizagem. 
Pesquisas mostram que a retenção e a 
aplicação dependem da relevância, do 
envolvimento profundo, da prática e do 
feedback. O aprendizado não ocorre 
apenas através do aproveitamento 
de conhecimentos e habilidades de 
outras fontes; muitas vezes, ocorre 
através do processamento das próprias 
experiências e das trocas com os pares.
Práticas de Desenvolvimento
A categoria de práticas de desenvolvimento engloba práticas que a organização e 
sua equipe de gerenciamento podem implementar para apoiar a aprendizagem. 
Essas práticas exigem o envolvimento ativo de supervisores e gerentes e 
desempenham um papel importante na aceleração do crescimento dentro da 
organização. Os gerentes podem garantir o desenvolvimento de uma cultura em 
que a aprendizagem autodirigida possa prosperar, oferecendo coaching e feedback, 
bem como atividades de reflexão em grupo e de melhoria contínua. 
Programas de desenvolvimento, observação e comentários sobre o trabalho, 
estratégias para compartilhar lições aprendidas entre a equipe e projetos de 
aprendizagem são apenas algumas das outras maneiras pelas quais as organizações 
apoiam as práticas de ensino e aprendizagem. Em programas acadêmicos, pode 
haver oportunidades de debater regularmente experiências baseadas no trabalho 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 9/15
e conectar os alunos uns com os 
outros de forma contínua. As práticas 
específicas de desenvolvimento 
também podem ser listadas em 
outras categorias (por exemplo, a 
orientação pode ser um programa em 
práticas de desenvolvimento ou um 
relacionamento entre pessoas), mas 
muitas vezes, é importante identificar os 
mecanismos de suporte organizacional 
e de gerenciamento para garantir 
desenvolvimento de cultura. 
Práticas de Aprendizagem 
Experiencial
A categoria de práticas de 
aprendizagem experiencial lista o 
que alguns dos indivíduos fazem 
(sozinhos ou com outros) para 
que as experiências façam sentido, 
transformando-as em conceitos, 
ideias e orientação para ações futuras. 
Quando você pede às pessoas que 
descrevam como elas aprendem, 
um fator que quase sempre surge é 
aprender fazendo. O desenvolvimento 
profundo de habilidades é facilitado 
através de prática e reflexão, e novos 
conhecimentos são criados através 
da ação e colaboração. Um designer 
ou líder de aprendizagem não cria, 
necessariamente, essas experiências, 
mas pode haver maneiras de promover 
tipos específicos de experiências e 
nutrir a aprendizagem deles, sobretudo, 
disponibilizando ferramentas de 
autoavaliação e reflexão para os alunos. 
O feedback construtivo é, muitas vezes, 
uma parte essencial desse processo de 
aprendizagem.
Motivação e Autodireção 
do Aluno
Subjacentes a todas essas categorias 
de componentes estão a motivação 
do aluno e a autodireção da 
aprendizagem. Os alunos precisam 
escolher aprender, razão pela qual, 
sem algum grau de motivação, pode-
se comprometer a aprendizagem. (É 
verdade que a aprendizagem pode 
acontecer sem a escolha consciente, 
mas o tipo de necessidades de 
aprendizagem que estamos discutindo 
é mais frequentemente aquele que os 
alunos precisam reconhecer e escolher 
abordar.) A motivação do aluno é a 
base para a aprendizagem em todas 
elas, e os componentes que promovem 
a motivação e a autodireção também 
podem ser encontrados em todas as 
categorias. Você pode imaginar que 
algumas leituras (recursos) possam 
ser inspiradoras, levando as pessoas 
a quererem aprender mais, ou que 
alguns líderes de pensamento (pessoas) 
Design de Ambientes de Aprendizagem • 10/15
possam provocar e estimular os potenciais alunos, de maneira que estes estejam 
“a bordo”. A motivação, então, é promovida por vários componentes diferentes 
(embora ela não seja, necessariamente, todos eles). 
Estudo de Caso
Uma equipe multidisciplinar estuda os melhores recursos para o 
desenvolvimento de uma plataforma que será direcionada aos funcionários de 
uma empresa automobilística. 
A empresa necessita desenvolver capacitações para todos os colaboradores 
por meio de universidade corporativa; assim precisará desenvolver sua 
plataforma, pensando nos diferentes níveis hierárquicos.
Quais os principais componentes que a equipe deverá levar em 
consideração?
Saiba Mais
Design de Ambientes de Aprendizagem • 11/15
Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar 
estudando sozinho a distância - http://horizontes.sbc.org.br/
index.php/2020/06/aprendizagem-em-rede/ 
Aprendizagem na educação online: análise de conceito - https://
www.scielo.br/j/reben/a/nc6YL3ny8NhrR4cGKps95wy/?lang=pt
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244030411
http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/06/aprendizagem-em-rede/
https://www.scielo.br/j/reben/a/nc6YL3ny8NhrR4cGKps95wy/?lang=pt
Design de Ambientes de Aprendizagem • 12/15
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
Design de Ambientes de Aprendizagem • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Estratégias para Ambientes 
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Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 2/14
Objetivo de Aprendizagem
• Reconhecer diferentes estratégias de aprendizagem utilizadas no
desenvolvimento de ambientes virtuais.
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 3/14
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem
Normalmente, os ambientes de aprendizagem se encaixam nas soluções existentes 
de desenvolvimento de recursos humanos, como as de instrução e as de suporte 
ao desempenho. A instrução formal é melhor quando um conjunto específico 
de objetivos de aprendizagem precisa ser alcançado e quando os designers 
instrucionais podem empregar processos e práticas de design sólidos para abordá-
los. O suporte ao desempenho é exigido quando há necessidade de fornecer ajuda 
imediata no fluxo de trabalho, e especialistas em suporte de desempenho podem 
sugerir abordagens para isso.
Mas, quando uma avaliação revela a necessidade de desenvolvimento de 
conhecimentos ou habilidades que não pode ser tratada de forma clara através 
de soluções de suporte de instrução ou de desempenho, um ambiente de 
aprendizagem, deliberadamente curado, pode ser a melhor maneira de fornecer 
o suporte de aprendizagem necessário para que as pessoas se envolvam, de forma
produtiva, em seu próprio desenvolvimento em curso.
Há muitas razões pelas quais um líder de aprendizagem pode escolher projetar 
um ambiente com essa finalidade; portanto, as estratégias são personalizadas a 
depender da necessidadede aprendizagem e das características dos grupos de 
alunos usuários. As seguintes subseções abordam os quatro cenários mais prováveis.
Centro de Aprendizagem Combinada (Blended Learning Hub)
À medida que as ferramentas eletrônicas crescem, nossas estratégias de 
aprendizagem combinadas têm ficado mais sofisticadas. Historicamente, a 
aprendizagem combinada tem se referido à associação entre e-learning, 
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 4/14
aprendizagem em sala de aula 
e coaching. No entanto, mais 
recentemente, os designers acharam 
válido lançar uma rede mais ampla 
deatividades de enriquecimento, exercícios de aplicação, auxílios de trabalho e 
suporte. Os centros de aprendizagem combinada focalizam o conhecimento e as 
habilidades direcionados a um evento de aprendizagem formal específico, e os 
recursos nesse tipo de ambiente de aprendizagem se reúnem em torno dos temas 
desse evento. Muitas vezes, esses centros são acessíveis apenas àqueles que estejam 
matriculados no programa, às vezes, no nível básico..
Esse tipo de estratégia complexa de aprendizagem combinada é útil quando você 
tenta auxiliar no desenvolvimento de uma habilidade complexa, da qual os alunos 
precisarão para dar continuação às suas práticas e facilitar sua experiência real ao 
longo do tempo. É importante manter, no trabalho, a utilização das habilidades 
com pessoas, recursos e práticas de desenvolvimento que ajudem os alunos a 
continuarem a crescer. O centro de aprendizagem combinada também pode 
fornecer recursos que ajudem a aprofundar o conhecimento ou as habilidades dos 
alunos, à medida que eles se familiarizam com os conteúdos e comportamentos 
essenciais.
Exemplos de aplicação de um Centro de Aprendizagem Combinada
Exemplo 1: 
Uma professora de economia da universidade quer ajudar seus alunos, não 
só após determinados cursos, mas também, depois da formatura. Ela, então, 
abre um site pessoal para fornecer acesso rápido a recursos, seminários e 
conferências da internet, que provavelmente serão de interesse deles. O site 
também contém uma bibliografia de livros recomendados. Para manter tudo 
atualizado, a professora publica ativamente um feed do Twitter no qual 
compartilha links para novos artigos de interesse; ela também escreve um blog 
em que discute eventos atuais. Ex-alunos e outros seguidores são convidados 
a comentar, e a professora se envolve em discussões que surgem sobre os 
tópicos de suas postagens.
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 5/14
Exemplo 2:
Uma organização quer treinar sua equipe de gerenciamento sobre os conceitos 
e as abordagens do design thinking como forma de incentivar a inovação. 
Os profissionais que trabalham com estratégias de aprendizagem, projetam 
um conjunto de cursos para ensinar conceitos básicos, mas também ajudam 
na aprendizagem fazendo recomendações de livros, identificando uma série 
de artigos e sites que falam sobre esses conceitos, criando modelos e dicas, 
oferecendo coaching para elaborar e facilitar encontros destinados ao uso 
de abordagens de design thinking e publicando um blog em que se destacam 
histórias sobre design thinking dentro da organização. Eles organizam todos 
esses materiais em uma página web disponível por meio da intranet da 
empresa.
Troca de Conhecimento
O foco de uma troca de conhecimento é apenas esta: possibilitar às partes 
interessadas a oportunidade de compartilhar táticas, ferramentas, resultados e 
recursos.
Esta estratégia funciona bem quando já existe um vasto conjunto de conhecimentos 
acumulados que seriam úteis para pessoas que estão iniciando em uma função 
ou profissão. Ela também é útil quando o conhecimento e as práticas evoluem 
rapidamente, ou quando os alunos trabalham habilidades de um nível avançado. O 
intercâmbio de conhecimento estimula uma aprimorada criação cognitiva e permite 
que os especialistas compartilhem a evolução de seus conhecimentos para que 
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 6/14
pessoas menos experientes possam acessá-los.
Vamos retomar o conceito de Vygotsky (2016) sobre ZDP: os alunos saem da zona 
de desenvolvimento real, por meio da mediação oportunizada pela tecnologia, e 
se aproximam da zona de desenvolvimento proximal, que logo passará à zona de 
desenvolvimento real.
Exemplos de aplicação de Troca de Conhecimento
Exemplo 1: 
Uma grande empresa de consultoria tem associados distribuídos em todo 
o mundo, e o conhecimento que acumulam através da experiência também 
está espalhado. Uma troca de conhecimento fornece uma saída através da 
qual os consultores podem compartilhar suas experiências, documentos e 
lições aprendidas, para que outros possam pesquisar materiais que sejam 
aproveitados em seus próprios projetos. Para as necessidades mais imediatas, 
os consultores podem compartilhar suas atividades e sua experiência, usando 
ferramentas como microblogs para perguntas e respostas pequenas, publicando 
seus perfis (para que seja mais fácil encontrar pessoas com conhecimentos e 
habilidades relevantes) e escrevendo blogs sobre suas experiências. A troca de 
conhecimento também agrega recomendações vantajosas para programas de 
treinamento e atividades profissionais.
Exemplo 2: 
Uma equipe de desenvolvimento da força de trabalho quer aumentar o 
número de funcionários potenciais que possuem habilidades de codificação. 
Eles se associam a uma faculdade comunitária para oferecer uma variedade de 
cursos e também criar um site com links para outros recursos de aprendizagem, 
muitos dos quais são gratuitos. O site inclui informações sobre possíveis 
oportunidades de trabalho que vêm para a região e sobre as habilidades 
necessárias para se candidatar.
É possível perceber, por meio dos exemplos apresentados, que o conhecimento 
também acontece por meio da relação entre pares. As relações sociais, de acordo 
com a teoria histórico-cultural, contribuem para o ensino e aprendizagem, bem 
como para o desenvolvimento do ser humano (Vygotsky, 2016).
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 7/14
Colaboratórios
O colaboratório representa uma das 
mais inovadoras estratégias dos 
ambientes de aprendizagem, uma vez 
que seu foco é reunir pessoas que 
pensam de forma semelhante, para que 
possam compartilhar e desenvolver 
novos conhecimentos e práticas. Os 
colaboratórios possuem ferramentas e 
recursos projetados para estimular a 
criação de conhecimento colaborativo, 
além do compartilhamento de 
conhecimento.
Em um ambiente colaborativo, os alunos 
trabalham juntos, em grupo, em prol de 
um objetivo comum. Todos são 
responsáveis pelo aprendizado uns dos 
outros. Para Koschmann (1996), a 
aprendizagem colaborativa tem suas 
bases no construtivismo (Piaget) e na 
teoria histórico-cultural (Vygotsky). 
O conhecimento é compreendido como 
produto social. Para Hiltz (1997, p. 3), o 
“conhecimento é visto como um 
produto social, e o processo 
educacional é facilitado pela interação 
social em um ambiente que propicia a 
colaboração dos colegas, a avaliação e a 
cooperação”.
Essa estratégia emergente de ambiente 
de aprendizagem é muito útil em áreas 
de atuação de ponta. Os profissionais, 
nesses ambientes, geralmente usam 
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 8/14
sua própria inventividade para criar o 
que eles precisam quando precisam, 
e eles frequentemente experimentam 
novas práticas. Um colaboratório dá 
aos coaprendentes espaço para 
trabalhar em conjunto e discutir 
questões entre si, compartilhando seu 
trabalho, seus sucessos e suas falhas 
para o bem de todos.
Exemplos de aplicação de Colaboratórios
Exemplo 1: 
Uma equipe de desenvolvimento de talentos em uma grande organização 
orientada para a tecnologia decidiu adotar uma estratégia de badging 
para ajudar a detectar conhecimentos e conjuntos de habilidades em toda 
a organização e para identificar o desenvolvimento e as conquistas em 
curso. (Badging é uma maneira de reconhecer conjuntos de habilidades e 
contribuições; “emblemas” sãodados às pessoas, por pares ou órgãos de 
governo, em reconhecimento por uma conquista ou pela competência 
demonstrada.) Colegas que trabalham na estratégia de desenvolvimento de 
talentos criam um espaço de intranet onde podem compartilhar artigos de 
interesse na prática emergente do badging de competências e onde podem 
cocriar e documentar as estratégias que criam dentro da organização. Um 
fórum de discussão e uma ferramenta de mensagens instantâneas permitem 
que eles se comuniquem quando surgem novas questões, de modo que não 
precisem reinventar práticas se outros já tiverem trabalhado em projetos 
similares. Eles frequentemente se reúnem na pausa do café para discutir 
as necessidades da organização e para ajudar uns aos outros a fazer um 
brainstorming sobre como estruturar critérios de criação.
Exemplo 2: 
Uma biblioteca local converte seu espaço no porão para criar um “laboratório 
de criação” para inventores que desejam aproveitar a tecnologia de impressão 
em 3D. Ele abriga computadores, uma variedade de impressoras 3D, software 
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 9/14
de design digital e outros equipamentos. Uma página no site da biblioteca 
contém links para uma variedade de recursos relevantes da internet. O 
laboratório oferece oficinas para empresários e hospeda eventos de rede. 
Mais importante ainda é um lugar que incentiva a interação entre pessoas com 
ideias. Muitas vezes, os ambientes de aprendizagem incorporam elementos de 
várias estratégias para atender a uma necessidade única.
Estudo de Caso
Curando um ambiente eficaz
Quando você cura os componentes para o seu ambiente de aprendizagem, 
você o faz, principalmente, com base na relevância e na qualidade dos recursos. 
Um ambiente compreensivo de aprendizagem contém componentes em cada 
uma das principais categorias: recursos, pessoas, treinamento e educação, 
práticas de desenvolvimento e práticas de aprendizagem experiencial (a 
promoção da motivação e da autodireção pode ser realizada com o uso desses 
componentes).
Como você determina se você tem o suficiente dos componentes certos 
para garantir que está fornecendo aos alunos aquilo de que eles precisam? 
Diferentes objetivos requerem diferentes tipos de componentes, não é 
verdade? Seu ambiente de aprendizagem pode incorporar vários propósitos; 
você pode determinar quais componentes funcionam de forma mais eficaz, 
perguntando: para atingir esse objetivo, que tipo de componentes os alunos 
podem querer acessar?
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 10/14
Saiba Mais
Leia, no link seguinte, um texto de Paulo Dias, intitulado 
“Desenvolvimento de objectos de aprendizagem para plataformas 
colaborativas”, apresentado no VII Congresso Iberoamericano de 
Informática Educativa (Universidade do Minho). <http://www.ufrgs.br/
niee/eventos/RIBIE/2004/plenaria/plen3-12.pdf>
Na ponta da língua
http://www.ufrgs.br/niee/eventos/RIBIE/2004/plenaria/plen3-12.pdf
http://www.ufrgs.br/niee/eventos/RIBIE/2004/plenaria/plen3-12.pdf
https://player.vimeo.com/video/244030565
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 11/14
Referências Bibliográficas
HILTZ, S.R. Impacts of college-level courses via asynchronous learning networks: 
Some preliminary results. Journal of Asynchronous Learning Networks, v. 1, n. 2, p. 
1-19, aug., 1997.
KOSCHMANN, T. Paradigm shifts and instructional technology. In: KOSCHMANN,
T. (ed.) Theory and practice of an emerging paradigm. Nahwah: Lawrence Erlbaum
Associates Inc., 1996.
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
Estratégias para Ambientes de Aprendizagem • 14/14
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 2/13
Objetivo de Aprendizagem
• Reconhecer elementos da estrutura de um ambiente de aprendizagem.
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem
Curar componentes e organizá-los em uma estratégia são ações que compõem a 
concepção do ambiente de aprendizagem, que, por sua vez, existe dentro de um 
sistema maior de aprendizagem e de prática.. 
Obter a base para que você possa, efetivamente, conceituar um ambiente de 
aprendizagem, portanto, exige examinar um terreno bastante grande. Vamos, então, 
dar uma olhada em cada uma dessas partes mais de perto.
O Ambiente de Desempenho
Sabemos, com base em estudos de desempenho humano, que seus efeitos são o 
resultado da interação entre uma variedade de fatores, que incluem:
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 3/13
• Capacidade do agente: o conhecimento e as habilidades que um indivíduo 
traz para uma tarefa.
• Expectativas: o grau em que as pessoas sabem o que se espera delas.
• Fluxo de trabalho e sistemas: práticas e sistemas (incluindo sistemas 
informáticos e hardware) que permitem que o trabalho seja feito.
• Recursos e ferramentas de desempenho: os recursos de suporte, como 
auxílios de trabalho, manuais e bancos de dados, bem como ferramentas físicas.
• Práticas de supervisão: como os supervisores e os gerentes executam seus 
papéis.
• Dinâmica da equipe: a qualidade das relações interpessoais e de trabalho 
entre os membros da equipe – o quão bem elas trabalham juntas.
• Incentivos e recompensas: a estrutura e a natureza do reconhecimento 
formal e informal de empregos bem realizados.
Esses fatores compõem o ambiente de desempenho, e a eficácia de cada um desses 
sistemas e práticas influencia diretamente os resultados de desempenho alcançados. 
Os consultores nessa área sabem como analisar todo o sistema para determinar 
recomendações para a melhoria ou a eliminação de barreiras barreiras. Descrever 
todos os fatores relacionados ao desempenho humano é algo muito amplo, razão 
pela qual você deve ampliar as discussões dessa temática após a leitura deste texto. 
Compreender o desempenho desejado e seus fatores relacionados é um pré-
requisito importante para criar ambientes que ofereçam resultados valiosos. Antes 
de embarcar em um projeto para apoiar a aprendizagem, é importante entender 
em que grau todos os outros fatores apoiam os comportamentos desejados no 
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 4/13
trabalho. Se houver fortes barreiras ou influências contrárias no trabalho, então, 
simplesmente, ajudar as pessoas a ganhar conhecimento e habilidades pode não 
resultar nos resultados comerciais desejados.
As energias podem ser melhoradas em outros lugares. Quando os projetos de 
aprendizagem não conseguem afetar o desempenho, essa falha, às vezes, pode 
ser atribuída ao fato de que a capacidade dos funcionários não era o único ou 
mais importante fator que precisava ser alterado no sistema de desempenho. (Por 
exemplo, os procedimentos de trabalho não eram favoráveis, ou as práticas de 
supervisão necessitavam de trabalho).
Se sua avaliação sobre as principais necessidades mostra que o aumento de 
conhecimento ou habilidades (capacidade do agente) afetará positivamente o 
desempenho, então você tem uma genuína necessidade de aprendizado. Existem 
muitas estratégias para apoiar a aprendizagem; e a concepção de um ambiente de 
aprendizagem é uma forma de alinhar uma série dessas estratégias a um objetivo 
comum.
O Ambiente de Aprendizagem
Conforme discutido, esse ambiente é composto de recursos, pessoas, treinamento 
e educação, práticas de desenvolvimento, práticas de aprendizagem experiencial,e motivação do aluno e autodireção. O fato de que componentes no ambiente de 
aprendizagem também são parte do ambiente de desempenho é uma dinâmica 
interessante. Os ambientes de aprendizagem e de desempenho se sobrepõem; 
alguns aprendizados estão incorporados nesse ambiente (por exemplo, colaborar 
em um projeto, acessar ferramentas de suporte ao desempenho para aprender) 
e alguns aprendizados são realizados, afastando-se do ambiente de desempenho 
(mental ou fisicamente) por um breve período. Os ativos que apoiam o 
desempenho, às vezes, também podem ser estimulados a aprender e vice-versa.
Os Processos de Design do Ambiente de Aprendizagem
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 5/13
Os processos de concepção de ambiente de aprendizagem (de encontrar, curar, 
montar e cultivar) são aplicados para projetar o ambiente como um todo. Até 
certo ponto, esses processos também podem ser aplicados na concepção de um 
ambiente de desempenho.
Como você pode ver, o projeto do ambiente de aprendizagem existe dentro de 
um contexto muito dinâmico. Alcançar a performance desejada pode ser uma 
tarefa complexa e também pode garantir que as pessoas tenham a capacidade 
necessária para fazer sua parte. Muitas vezes, os eventos de aprendizagem formal, 
sozinhos, não são responsáveis por essa complexidade, e eles apenas tentam afetar 
uma pequena porção de todo o sistema. Isso pode ser apropriado para algumas 
necessidades, mas, com um ambiente de aprendizado bem curado em jogo, 
você tem uma oportunidade muito melhor de ajudar as pessoas a desenvolver o 
conhecimento e as habilidades de que precisam para ter sucesso.
Ideias Relacionadas
Há uma série de ideias interconectadas que podem ser aproveitadas para 
conceituar um ambiente de aprendizagem projetado. 
Ecossistemas de aprendizagem
As definições variam, mas, em geral, um ecossistema de aprendizagem é a 
combinação de pessoas, processos, tecnologias e conteúdo que oferecem suporte 
à aprendizagem e ao desempenho. Em seu artigo de 2014, Marc Rosenberg e 
Steve Foreman definiram um ecossistema de aprendizagem e desempenho como 
aquele “que aumenta a eficácia individual e organizacional, conectando pessoas 
e dando-lhes suporte mediante uma ampla gama de conteúdo, processos e 
tecnologias para gerar desempenho”. Seu modelo inclui suporte de desempenho, 
gerenciamento de conhecimento, acesso a especialistas, redes sociais e colaboração, 
aprendizado estruturado e gerenciamento de talentos. Um ecossistema de 
aprendizado e desempenho, como qualquer ecossistema, é constituído por suas 
interdependências. 
As partes também não funcionam muito bem se não estiverem sincronizadas umas 
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 6/13
com as outras. O rótulo do “ecossistema” desperta interesse porque invoca uma 
metáfora sobre crescimento, regeneração cíclica e apoio mútuo, a qual parece 
apropriada quando discutimos sobre o modo como as pessoas aprendem em 
organizações dinâmicas. Embora a terminologia ainda esteja em evolução, os 
ecossistemas de aprendizagem parecem estar em discussão quando líderes no 
assunto tentam traçar estratégias para a cultura e a infraestrutura da organização 
em relação a métodos de apoio à aprendizagem. Um ecossistema de aprendizado 
é amplo. Por outro lado, um ambiente de aprendizagem, conforme discutido nessas 
páginas, está relacionado a uma necessidade específica de aprendizagem e ao 
grupo de aprendentes. Os designers de ambiente de aprendizagem selecionam 
os aspectos relevantes do ecossistema de aprendizagem e desempenho, curando 
um conjunto de recursos e atividades para aprender uma base de conhecimento 
específica ou a habilidade em contexto. As ideias por trás dos termos ecossistema e 
ambiente andam de mãos dadas, e muitas pessoas vão intercambiá-las.
Ambientes de aprendizagem pessoais
Também chamados de redes de aprendizagem pessoal ou gerenciamento de 
conhecimento pessoal, um ambiente pessoal de aprendizagem (APA) engloba uma 
coleção de recursos, pessoas e práticas que um indivíduo reúne para dar suporte 
à sua própria aprendizagem. Os APA’s muitas vezes têm muitos componentes 
tecnológicos, porque a internet abre caminhos para recursos abundantes, e temos 
acesso a ferramentas eletrônicas (ferramentas de armazenamento, apresentação) 
que se mostraram bastante úteis para apoiar e promover a aprendizagem 
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 7/13
autodirigida.
Comunidades de Prática
Uma comunidade de prática baseia-se nas interações entre um grupo de pessoas 
que têm um domínio comum de atividades; que compartilham processos, 
procedimentos, ferramentas e abordagens semelhantes (muitas vezes, com um 
idioma especializado); e que realmente querem progredir em seus conhecimentos 
e práticas, interagindo e apoiando-se mutuamente. Nesse contexto, a comunidade 
é definida, principalmente, pelas pessoas e suas relações interpessoais, mas hoje em 
dia, há site, fórum de discussão ou ferramenta de comunicação oferecidos também 
para estimular a receptividade entre os membros da comunidade.
Ambientes Propícios para a Aprendizagem
É interessante notar que professores e facilitadores/mediadores frequentemente 
falam sobre a criação de “um ambiente propício à aprendizagem” (chamado de 
ambiente de aprendizagem), ou seja, a criação de um espaço 
em sala de aula, lar ou local de trabalho que atue como uma placa de Petri de 
aprendizagem e crescimento. Geralmente, eles falam sobre características não 
tangíveis, como receptividade, tolerância à experimentação ou falhas potenciais e 
segurança psicológica. Um ambiente positivo para a aprendizagem também pode 
ser um lugar onde certos comportamentos encorajadores (como comentários úteis, 
cuidados genuínos entre pessoas, colaboração ou treinamento) são comuns. Mesmo 
as características do ambiente físico podem contribuir para a aprendizagem: a 
qualidade da luz e do som, o conforto dos móveis e o potencial de estar cercado 
por outros que também estão aprendendo. Um ambiente de aprendizado bem-
sucedido (como definido aqui) representa muitas dessas características.
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 8/13
Estudo de Caso
Uma empresa desenvolve um ambiente de aprendizagem para os 
colaboradores. A ideia é fornecer aos alunos mais suporte para encontrar 
e acessar recursos de aprendizagem quando e onde eles precisam. Alunos 
experientes sempre conseguiram se gerenciar por conta própria, e eles 
receberam uma real vantagem com o boom de materiais e conexões 
disponíveis na web. Mas, essa enorme quantidade de material também traz 
inconvenientes, tendo em vista que são necessários tempo e discernimento 
para encontrar 
os materiais certos, e muitos alunos não têm tempo ou base para avaliar 
adequadamente a qualidade e a aplicabilidade dos recursos que eles 
encontram. Eles podem não conhecer os principais pensadores e especialistas 
experientes em suas empresas ou em seus campos. Eles podem, inclusive, não 
ser capazes de descrever as competências de que necessitam para tornarem-
se mais eficazes em seus papéis.
Os profissionais da aprendizagem podem reunir materiais e atividades 
específicos que eles tenham examinado para dar suporte aos alunos no 
desenvolvimento de suas bases de conhecimento e habilidades. Então, 
quais estratégias podem ser adotadas?
Saiba Mais
Leia, no link a seguir, o texto de Seixas et al. (2012), intitulado 
“Ambiente virtual de aprendizagem: estruturação de roteiro para 
curso on-line” [Virtual learning environment: script structure of an 
online course]. <http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n4/a16v65n4.pdf>
http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n4/a16v65n4.pdf
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 9/13
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
ROSENBERG, M.J.; FOREMAN, S. Learning and Performance Ecosystems: Strategy, 
Technology, Impact and Challenges. Whitepaper. Santa Rosa: The eLearning Guild,2014.
https://player.vimeo.com/video/244030710
Estrutura de Ambientes de Aprendizagem • 13/13
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 2/14
Objetivo de Aprendizagem
• Reconhecer os principais processos para o desenvolvimento de ambientes 
de aprendizagem.
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de 
Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
O design do ambiente de aprendizagem pode ser comparado ao paisagismo. Os 
belos jardins que existem, geralmente, não foram totalmente formados, mas sim, 
cuidadosamente planejados e cultivados. As flores crescem, sozinhas, naturalmente 
em algum ambiente. No entanto, a criação de uma paisagem florescente em algum 
lugar particular, que se adeque aos desejos do proprietário, muitas vezes, exige o 
talento de profissionais que selecionam as melhores plantas, projetam um arranjo 
agradável e criam um ambiente favorável no qual elas podem crescer.
O mesmo pode ser dito sobre a aprendizagem. Os seres humanos aprendem o 
tempo todo. É um processo natural que acontece de muitas maneiras. Mas, se 
queremos aprender a cultivar, se queremos influenciar o que está sendo aprendido, 
e se quisermos cultivar o aprendizado, precisamos moldar o ambiente em que este 
ocorre. 
Profissionais de aprendizagem criam ambientes em que o aprendizado floresce.
Assim como um jardineiro segue um determinado processo para cultivar uma 
parte de terra e deixá-la com uma “fotografia perfeita”, um designer de ambiente 
de aprendizagem usa um processo flexível de desenvolvimento do ambiente para 
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 3/14
auxiliar na aprendizagem profunda. 
Alguns projetos de jardinagem não 
são tão complicados, apenas exigem 
compra e plantio rápidos. Outros são 
jardins botânicos, que carregam uma 
grande variedade de plantações e 
nos quais há muitas mãos para fazer o 
trabalho. Estes representam uma grande 
experiência para os envolvidos. Os 
projetos de aprendizagem também são 
assim. Embora os mesmos processos 
gerais se apliquem, alguns deles são 
menos estruturados e mais singelos, 
enquanto outros são ricos e robustos.
No desenvolvimento do ambiente 
de aprendizagem, há cinco principais 
processos que, juntos, servem para 
criar e enriquecer continuamente um 
ambiente. Desenvolver um ambiente 
de aprendizagem se parece muito 
com a atividade de aprimoramento do 
paisagismo em torno de sua casa, na 
medida em que ele se baseia no que 
já existe. Ao montar um ambiente de 
aprendizagem, você destaca e molda 
os elementos disponíveis, enquanto 
incorpora e justapõe elementos 
adicionais que enriquecem o espaço, 
tornando-o mais útil e significativo.
No centro do seu planejamento 
e pensamento, estão os objetivos 
comerciais e o contexto de atuação com 
base nos quais surgem as necessidades 
de aprendizado. É fundamental que 
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 4/14
você, primeiro, compreenda não só o que a organização tenta alcançar, mas 
também, a forma como os conhecimentos e a habilidades serão usados no trabalho 
e no dia a dia. Esse contexto orienta seu objetivo, e o objetivo concentra esforços 
no desenvolvimento.
Para Rodrigues e Peres (2008), um AVA bem planejado deve possibilitar o uso 
de recursos variados para a realização da ação educativa. A técnica, o recurso ou 
a ferramenta a serem utilizados dependerão de vários fatores, como o conteúdo 
que se deseja ensinar, a experiência do usuário com a tecnologia e os recursos de 
rede. Dessa forma, o planejamento da ação didática pode ser constituído dentro de 
padrões comportamentalistas, cognitivistas ou socioconstrutivistas. 
Os processos para projetar um ambiente são orgânicos e iterativos, ou seja, cíclicos. 
O amplo ecossistema de aprendizagem e desempenho fornece bastante material a 
ser incorporado em um ambiente deliberadamente curado.
O projeto de um ambiente de aprendizagem envolve cinco processos 
concomitantes:
• Planejar: imaginar o propósito, o contexto e os componentes do ambiente de 
aprendizagem;
• Encontrar: localizar uma gama de recursos e atividades que estão em tópico;
• Curar: usar conhecimento especializado para recomendar os componentes 
mais relevantes e úteis para os aprendentes e os propósitos específicos do 
ambiente de aprendizagem;
• Montar: reunir e empacotar recursos e atividades e disponibilizá-los a seus 
alunos.
• Cultivar: garantir que o ambiente continue sendo novo, sedutor e útil.
Ao contrário do projeto de um evento de aprendizagem, um ambiente de 
aprendizagem nunca é realmente completo; está em constante evolução. Você 
monta um conjunto organizado de componentes para o lançamento e, em seguida, 
continua a aprimorá-lo e a moldá-lo como os objetivos da organização e as 
necessidades dos alunos, que mudam e se expandem ao longo do tempo.
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 5/14
Elaboração de um Plano para Desenvolvimento de Ambiente 
de Aprendizagem
Enquanto estiver no processo de criação de um novo ambiente de aprendizagem, 
muitas vezes, é válido ter um plano, um documento de uma ou duas páginas, 
que ilustre a visão geral do pacote de recursos que você pretende coletar. O 
documento ajuda a comunicar sua visão aos alunos e outras partes interessadas ao 
longo do caminho, que é fácil de revisar à medida que você recebe comentários e 
sugestões.
De modo geral, um plano de ambiente de aprendizagem contém as seguintes 
informações:
• Identificação dos objetivos comerciais e do contexto de atuação que moldarão 
a necessidade de um ambiente de aprendizagem (estabelecidos no processo 
de planejamento);
• Uma descrição do propósito do ambiente: o que que você tenta alcançar
(estabelecido no processo de planejamento);
• Uma descrição dos alunos aos quais o ambiente se destina a dar respaldo, 
incluindo características relevantes para a criação de um ambiente para eles, 
como número de alunos, dispersão geográfica, acesso e familiaridade com 
computadores e internet (revelados no processo de planejamento).
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 6/14
• Uma descrição do tópico e do escopo do ambiente, o conhecimento ou 
habilidade aprendida e a profundidade pretendida dos recursos (determinada 
no processo de planejamento).
• Uma lista de componentes de aprendizagem (reunidos nos processos de 
busca e curadoria), organizados de maneiras que façam sentido para as partes 
interessadas.
• Um esboço ou protótipo do portal ou pacote que será usado para tornar o 
ambiente disponível para os alunos (um produto do processo de montagem).
• Um plano para desenvolver e cultivar o ambiente, incluindo estratégias para 
conteúdo gerado por alunos, avaliação e manutenção contínuas (um ponto de 
partida para o processo de cultivo).
Ao documentar um plano, leve em consideração as necessidades dos 
patrocinadores e das partes interessadas, criando um pequeno documento que 
esboce uma imagem que servirá de inspiração para imaginação deles e abordará 
quaisquer preocupações que você antecipe. Os elementos do plano devem ser 
construídos e servir de quadro para a comunicação. As primeiras quatro partes 
(objetivos comerciais e contexto de atuação; propósito; descrição do aluno; tópico 
e escopo) resumem, sucintamente, o projeto para que você possa recrutar pessoas 
para planejar e curar. 
Adicionar uma lista de componentes e conceituar como eles precisam ser 
organizados, ofereceuma visão sólida para aqueles de quem você pode precisar 
para ajudá-lo a montar ou prototipar o ambiente. Adicionar o esboço ou o 
protótipo à sua documentação, coloca-o em condições de obter suporte para os 
recursos adicionais que podem ser necessários para que o ambiente se concretize. 
Para arrematar o seu plano, você pode fornecer aos seus interessados um plano 
de cuidado contínuo para o ambiente, como recomendações de participação, 
gerenciadores da comunidade ou manutenção do site, se aplicável.
Um plano completo geralmente é o produto de uma primeira execução de todos 
os processos do projeto. Sua avaliação das necessidades leva ao planejamento, 
quando você define a direção geral para o que deseja alcançar. Planejar e curar são 
ações que vão lhe proporcionar uma lista inicial de componentes que você gostaria 
de reunir. Finalmente, pensar nos processos de montagem e cultivo permitirá 
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 7/14
esboçar sua visão e avaliar as necessidades contínuas relacionadas à manutenção do 
ambiente. Tenha em mente, no entanto, que seu plano tem que permanecer flexível 
ao longo do processo. O trabalho adicional no projeto geralmente leva a ajustes de 
detalhes que foram desenhados anteriormente. 
Planejar
Planejar é imaginar o propósito, o contexto e os componentes do ambiente de 
aprendizagem. É, ao mesmo tempo, um passo do projeto e um processo 
emergente após o lançamento do ambiente inicial.
O ato de planejar envolve as seguintes atividades:
• Determinar a necessidade de um ambiente de aprendizagem;
• Definir o propósito e o contexto do ambiente de aprendizagem;
• Conhecer os alunos;
• Solidificar o tópico e o escopo;
• Elaborar um plano.
Em um sentido mais amplo, planejar é criar um plano completo para o seu ambiente 
a fim de que você possa compartilhá-lo com as partes interessadas para que se 
façam os comentários e as aprovações apropriadas. Mas, em sua essência, planejar é 
o processo de definição de um propósito para seu ambiente de aprendizagem; de
identificação dos alunos, do tópico, do contexto e dos parâmetros limitantes que
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 8/14
Estudo de Caso
Planejar é imaginar o propósito, o contexto e os componentes do ambiente de 
aprendizagem, ação que envolve várias atividades, uma das quais é conhecer os 
alunos.
Suponha que você esteja planejando um ambiente de aprendizagem para um 
curso tecnológico de história que deverá formar um historiador. Por meio do 
e-learning, esse curso poderá ser ofertado em todo território nacional, razão
pela qual é necessário avaliar o perfil dos possíveis alunos do curso.
ajudarão a moldar e alcançar o ambiente que você criou. Os aspectos centrais do 
planejamento preparam o cenário para todos os outros processos, que, por sua vez, 
alimentam a visão geral à medida que o ambiente se configura.
Antes de planejar – na verdade, antes mesmo de decidir que um ambiente de 
aprendizagem é uma estratégia adequada para seu projeto –, você precisará fazer 
uma avaliação das necessidades. Usando seu conjunto de ferramentas de técnicas 
de avaliação, você precisa aprender o máximo possível sobre o projeto e as 
necessidades do aluno. 
Se ainda não faz parte do seu processo de avaliação inicial, assegure-se de coletar 
informações sobre o objetivos comerciais e de atuação relacionados ao projeto. 
E, além dos dados demográficos do aluno e da informação que você reúne 
para ajudar a definir as necessidades, você deve explorar como os alunos e os 
respectivos especialistas interagem uns com os outros e outras facetas da cultura de 
aprendizagem, sem deixar de avaliar o perfil do público usuário no que tange às 
questões de acesso e estilos de aprendizagem.
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 9/14
Considerando que “conhecer o alunos” é uma importante etapa para 
o planejamento do ambiente de aprendizagem que será utilizado por
eles, e levando em conta as teorias de aprendizagem que defendem a
relevância do contexto social e histórico para os processos de ensino
e aprendizagem, como podemos planejar toda a atividade e obter os
dados necessários?
Saiba Mais
Para aprofundamento do tema, leia o artigo seguinte sobre 
a aplicação de um caso de desenvolvimento de ambiente de 
aprendizagem:
RODRIGUES, R. C. V.; PERES, H. H. C. Desenvolvimento de Ambiente 
Virtual de Aprendizagem em Enfermagem sobre ressuscitação 
cardiorrespiratória em neonatologia. Revista da Escola de Enfermagem 
da USP, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n1/
a30v47n1.pdf>
Leia, a seguir, um texto sobre ambientes virtuais de 
aprendizagem:
AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: UM PANORAMA DA 
PRODUÇÃO NACIONAL - http://www.abed.org.br/congresso2010/
cd/2942010181132.pdf 
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n1/a30v47n1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n1/a30v47n1.pdf
http://www.abed.org.br/congresso2010/cd/2942010181132.pdf
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 10/14
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
RODRIGUES, R. C. V.; PERES, H. H. C. Desenvolvimento de Ambiente Virtual 
de Aprendizagem em Enfermagem sobre ressuscitação cardiorrespiratória em 
neonatologia. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 2013. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n1/a30v47n1.pdf>.
https://player.vimeo.com/video/244030833
Processos para o Desenvolvimento de Ambientes de Aprendizagem • 14/14
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Necessidades e Definição de um 
Ambiente de Aprendizagem
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Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 2/15
Objetivo de Aprendizagem
• Identificar as necessidades e as definições de desenvolvimento de
ambientes de aprendizagem.
Necessidades e Definição de um Ambiente 
de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 3/15
Necessidades e Definições de um Ambiente de 
Aprendizagem
Se a avaliação de necessidades mostra que o desenvolvimento de conhecimentos 
e habilidades é necessário, há uma enorme variedade de respostas possíveis. 
Tradicionalmente, profissionais de aprendizagem têm selecionado um tipo de 
resposta: aprendizado formal, na forma de um curso, um módulo de e-learning ou 
outro componente estruturado. Mas, cada vez mais, aparecem tipos de necessidade 
de aprendizagem complexos que não podem ser abordados por uma solução. 
É quando um ambiente de aprendizagem parece ser o mais apropriado. É o 
momento em que entendemos que as preferências ou estilos de aprendizagem são 
diferenciados e que precisamos atender às necessidades de todos.
Você precisa usar seu julgamento para determinar se os alunos serão beneficiados 
por recursos e atividades de aprendizado compilados para seu uso.
Como saber quando um ambiente de aprendizagem com curadoria seria uma 
excelente maneira de auxiliar os alunos no desenvolvimento de suas capacidades? 
Há uma série de características dos alunos, de seu ambiente e da natureza do 
conteúdo que apontam para a necessidade desse ambiente. 
Entre as características indicativas, estão:
• O tópico de aprendizagem é uma habilidade complexa que requer uma base
de conhecimento profunda.
• O conhecimento e a habilidade são, provavelmente, mais bem desenvolvidos
ao longo do tempo através de experiência e prática no trabalho, mesmo que
algum treinamento de base também seja garantido.• O conhecimento e a habilidade de aprender são mais implícitos do que
explícitos.
• Os conjuntos de conhecimento e habilidades emergem constantemente..
• As necessidades dos alunos em relação à base de conhecimento ou ao
conjunto de habilidades são diversas, ou o contexto em que elas as aplicam
varia.
• Os alunos são automotivados e capazes de gerenciar sua própria
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 4/15
aprendizagem.
• A cultura de aprendizagem apoia a experimentação e a capacidade de
aprender ponto a ponto.
Além de fazer perguntas que avaliem esses fatores, é importante considerar 
questões mais amplas, que podem ajudá-lo a determinar em que medida um 
ambiente de aprendizagem já existe para os alunos. Você poderia fazer algumas 
das seguintes perguntas para obter informações sobre cada uma das áreas que 
compõem o ambiente de aprendizagem: 
Sobre a motivação do aluno
• Sobre o que os alunos são motivados a aprender?
• Como a identidade e o sucesso deles se ligam à aprendizagem contínua?
• Existe alguma resistência para o aprendizado?
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 5/15
• Qual é a causa dessa resistência?
• Em que medida os alunos gerenciam sua própria aprendizagem?
Sobre os recursos utilizados 
• Que informações e recursos são utilizados para apoiar a aprendizagem?
• Qual é o ambiente técnico para alunos (grau de acesso aos computadores e 
à internet)?
Sobre as pessoas envolvidas
• Como os alunos estão conectados uns aos outros e como eles se conectam aos
especialistas de seu campo?
• Quais são as características do ambiente interpessoal e do ambiente de equipe
para os alunos?
• Quais ferramentas e processos estão disponíveis para conectar os alunos a
outras pessoas que podem auxiliar sua aprendizagem?
Sobre o treinamento e a educação 
• Como os alunos aprendem a base para suas funções?
• Que cursos e programas existem para colocar o aluno no caminho certo?
Sobre as práticas de desenvolvimento 
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 6/15
• Quais práticas de supervisão e
quais programas empresariais
em jogo estimulam ou inibem a
aprendizagem?
Sobre as práticas de aprendizagem 
experiencial 
• Qual é o ambiente para aprender
fazendo?
• A que nível são tolerados erros ou
falhas?
• Que práticas promovem a
reflexão?
Definindo Ambiente 
de Aprendizagem: 
Objetivo e Contexto
Uma visão clara sobre o ambiente 
de aprendizagem exprime o que 
você quer que o ambiente faça para 
auxiliar na capacidade de aprender 
e no desempenho, além do objetivo 
principal e do contexto destes.
Os designers instrucionais, geralmente, 
são designados a escrever objetivos 
de aprendizagem claros e mensuráveis 
em seus projetos e a conectá-los aos 
objetivos de desempenho no trabalho 
e aos objetivos e as metas de negócios. 
Um ambiente como este,, no entanto, 
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 7/15
funciona de forma diferente da instrução em si. Ele desempenha um papel de apoio 
ao ajudar os alunos, uma vez que os ajuda a atingir os objetivos de aprendizagem 
que para eles foram definidos. Poderíamos dizer que o próprio ambiente, uma 
vez que diferentes profissionais estão envolvidos, faz a mediação do saber entre a 
informação e o usuário. 
Tentar listar todos esses objetivos de aprendizagem como base para o design do 
ambiente de aprendizagem seria uma tarefa impossível.
Os designers não especificam o que os alunos saberão ou poderão fazer como 
resultado de seu encontro com o ambiente de aprendizagem. Os alunos fazem isso 
por si mesmos. Em vez disso, os designers montam um ambiente que antecipa as 
necessidades emergentes de forma que seus alunos-alvo podem ter relacionado ao 
tópico dado.
Alguns exemplos podem esclarecer a distinção entre os objetivos de 
instrução e os objetivos do ambiente de aprendizagem.
Digamos, por exemplo, que você esteja projetando um ambiente para 
vendedores e que parte do seu objetivo é ajudá-los a aprender sobre 
produtos concorrentes. Considere como eles podem usar esse conhecimento: 
talvez eles precisem escrever um quadro comparativo detalhado para um 
cliente que tenha prioridades específicas. Ou, talvez, eles precisem antecipar 
como se comparam os produtos em geral. Se você definisse objetivos para o 
treinamento, você perceberia que cada aplicativo requereria um ângulo e um 
nível de detalhe diferentes. Com um ambiente de aprendizagem, você pode 
pensar em seu objetivo, enquanto conecta seus alunos às informações (neste 
caso, áreas específicas de sites concorrentes e artigos de revisão da indústria). 
Você permite que os alunos resolvam o que eles precisam aprender, a fim de 
que executem seus trabalhos de forma eficaz. 
E se o projeto em questão for auxiliar os marceneiros na melhoria do seu ofício? 
A lista de potenciais conhecimentos e habilidades que os alunos podem querer 
desenvolver é enorme. Algumas dessas necessidades podem ser atendidas 
por treinamento formal no ambiente projetado, mas o alcance do suporte 
necessário é muito mais amplo. Seu objetivo na concepção de um ambiente 
de aprendizagem é o desenvolvimento contínuo de habilidades que forneçam 
condição para resolver problemas. Ou, talvez, o projeto em questão possa ser 
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 8/15
o de facilitar a aprendizagem entre pessoas que trabalham em uma área técnica 
de ponta. Os objetivos de aprendizagem não fazem sentido aqui, porque
os alunos precisam aprender mediante experimentação ativa e interação rápida. 
O objetivo do ambiente de aprendizagem pode, então, ser o avanço rápido da 
prática ou a construção de uma comunidade de práticas, ambos quais exigem 
uma coleção de recursos, ferramentas e atividades mais ativas e orientadas para o 
aprendizado.
Lembre-se de que esses ambientes são uma solução destinada a habilitar a 
aprendizagem autodirigida, a fim de que os alunos definam seus próprios 
objetivos. A descrição do objetivo do ambiente de aprendizagem esclarece 
como você pretende apoiá-los na construção de seus objetivos e orienta suas 
decisões de desenvolvimento. 
O quadro a seguir compara as abordagens de definição de metas usadas para o 
design instrucional e o design de ambiente de aprendizagem.
Quadro 10.1 – Comparativo entre objetivos que integram o design instrucional e objetivos que orientam os ambientes de aprendizagem
Objetivos que integram o design 
Instrucional
Objetivos que orientam os ambientes 
de aprendizagem
Objetivos comerciais
O objetivo comercial ou a iniciativa que seu 
projeto oferece.
Objetivo comercial
O objetivo comercial ou a iniciativa que seu 
projeto oferece.
Objetivo de atuação
Os comportamentos observáveis no 
trabalho que o programa pretende 
impactar.
Contexto de atuação
Os comportamentos no trabalho a serem 
desenvolvidos ou afetados pelo ambiente 
de aprendizagem.
Objetivos de aprendizagem
O que os alunos vão conhecer/aprender, 
aquilo a que eles darão valor e o que 
poderão fazer na conclusão do programa 
de treinamento.
Objetivo de aprendizagem
O que o ambiente de aprendizagem 
pretende alcançar, relacionado ao seu tema 
e a seu alcance.
Fonte: Hodges (2001).
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 9/15
O contexto de atuação define os 
comportamentos no trabalho a serem 
desenvolvidos ou afetados pelo 
seu ambiente de aprendizagem. Em 
alguns casos, você pode determinar os 
objetivos de atuação específicos que 
documentam o que os alunos devem 
ser capazes de realizar no trabalho 
(semelhante ao design instrucional), 
mas nem sempre é o caso, uma vez 
que os alunos podem realizar papéis 
diferentes. O contexto de atuação 
fornece uma base e um eficiente filtro 
para encontrar e curar recursos para 
o ambiente de aprendizagem. Sem
uma base de atuação, você pode ser
tentado a incluir muitos materiais que
não seriam relevantes ou úteis para os
alunos.
Há outra razão pela qual entender 
o contexto de atuação é importante
comoinvestimento inicial. Como
parte de seu estudo do contexto de
atuação, você procura determinar
em que nível a aprendizagem pode
afetar o desempenho. Muitas vezes,
O objetivo que o ambiente de aprendizagem pretende alcançar, relacionado ao seu 
tema e ao seu alcance, é orientado ao contexto de atuação e às metas comerciais. 
Normalmente, você identifica os objetivos comerciais e o contexto de atuação antes 
de recomendar o projeto de um ambiente de aprendizagem, embora seja possível 
que eles precisem ser aperfeiçoados mais tarde. O objetivo do seu ambiente 
surge de uma compreensão completa do contexto geral e das necessidades de 
aprendizagem dos alunos.
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 10/15
quando há algum tipo de problema de desempenho, as lacunas de conhecimento 
e de habilidades não representam realmente as barreiras mais significativas. Se as 
pessoas investirão seu tempo no aprofundamento de seus conhecimentos ou na 
atualização de suas habilidades, você precisa ter certeza de que essas melhorias, 
provavelmente, resultarão em um desempenho sólido no local de trabalho. 
É possível que outras intervenções de desempenho possam ter mais impacto, 
como remover restrições do sistema, alinhar metas e incentivos ou fornecer 
feedback minucioso. Um plano de aprendizagem e atuação afetará somente a base 
de conhecimento e habilidade. Um plano para aprendizagem e atuação deverá 
contribuir com conhecimentos e habilidades, prioritariamente, considerando 
possíveis lacunas de desempenho apresentadas. Se não for este o foco, perderemos 
tempo. 
Outro importante fator de contextualização é a compreensão dos objetivos 
comerciais que exigem os recursos com os quais seu ambiente dessa natureza seja 
compatível. Os objetivos comerciais justificam a dedicação necessária para projetar 
um ambiente de aprendizagem, pois propiciam o desenvolvimento de objetivos 
de atuação, e também, a capacidade humana necessária para o desempenho 
(por vezes importantes). Pode ser mais difícil identificar os objetivos comerciais 
específicos a serem sustentados se seu grupo de alunos vier de diferentes empresas, 
departamentos ou contextos. Mas, vale a pena o esforço de explorar ou levantar 
hipóteses sobre os tipos de metas comerciais que podem ser afetados a fim de criar 
um ambiente de aprendizagem relevante.
Com os objetivos comerciais e o contexto de atuação em mente, será possível 
definir o objetivo do seu ambiente de aprendizagem. A descrição de um objetivo 
geralmente começa com um verbo de ação: o que você quer que o ambiente faça 
para os alunos. Você poderá avaliar a realização desse objetivo, pesquisando sobre 
eles e seu contexto. 
Você deve expressar o objetivo do ambiente de aprendizagem específico 
para o seu caso. Por exemplo:
• Apoiar a troca de conhecimento explícito.
• Fornecer suporte contínuo para desenvolver habilidades cotidianas.
• Apoiar a troca de conhecimento implícito.
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 11/15
• Melhorar e apoiar a construção de habilidades aprofundadas.
• Aplicação de suporte (desempenho).
• Desenvolvimento e compartilhamento de novos conhecimentos.
• Fornecimento de suporte para resolução de problemas.
Estudo de Caso
Definir os objetivos de um ambiente de aprendizagem, embora pareça tarefa 
fácil, demanda pesquisa e troca de conhecimentos.
Uma empresa de fabricação de doces precisa oferecer treinamento aos 
colaboradores para que estes consigam identificar as características específicas 
de seus clientes. Como trata-se de uma empresa de doces, a maior parte dos 
consumidores são crianças. 
O desafio de uma equipe multidisciplinar é desenvolver um ambiente de 
aprendizagem para abordar esse tipo de habilidade.
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 12/15
Saiba Mais
Leia o texto do link seguinte para aprofundamento: O papel da 
motivação para a aprendizagem escolar - http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/
bitstream/123456789/9644/1/PDF%20-%20Geruza%20Barbosa%20da%
20Silva.pdf
Na ponta da língua
https://player.vimeo.com/video/244030982
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/9644/1/PDF%20-%20Geruza%20Barbosa%20da%20Silva.pdf
Necessidades e Definição de um Ambiente de Aprendizagem • 13/15
Referências Bibliográficas
HODGES, T. K. Linking Learning and Performance: A Practical Guide to Measuring 
Learning and On-the-Job Application. Boston: Butterworth Heinemann, 2001.
LOMBARDOZZI, Catherine. Learning Environments by Design. Alexandria: 
Association for Talent Development, 2015.
http://library.books24x7.com.ezp-01.lirn.net/assetviewer.aspx?bkid=5070&destid=0#0
http://library.books24x7.com.ezp-01.lirn.net/assetviewer.aspx?bkid=5070&destid=0#0
http://library.books24x7.com.ezp-01.lirn.net/assetviewer.aspx?bkid=5070&destid=0#0
http://library.books24x7.com.ezp-01.lirn.net/assetviewer.aspx?bkid=5070&destid=0#0
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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A Importância da Motivação para 
os Alunos de E-Learning
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A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 2/15
Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer a importância da motivação e da autodireção para o estudo 
por meio de ambientes de aprendizagem.
A Importância da Motivação para os Alunos de 
E-Learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
https://player.vimeo.com/video/244031126
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 3/15
Motivação e Autodireção
Os ambientes de aprendizagem proporcionam aos alunos grande liberdade 
e controle para administrar sua própria aprendizagem. Eles podem, à medida 
que precisem, não só acessar canais de suporte ao seu estudo e desempenho, 
como também, consultar colega(s) que utilize(m) o ambiente com o intuito de 
trocar experiências. É possível, dentro do seu tempo, acessar todos os recursos e 
atividades para o seu desenvolvimento. Os alunos definem o que querem aprender, 
determinam quais recursos e abordagens querem acessar como aprendizado, 
escolhem quando participar de atividades de aprendizado e como e onde eles 
aplicarão a sua aprendizagem, baseado nos planos de estudos estabelecidos pelo 
ambiente, cumprindo os prazos determinados..
Nos locais de trabalho contemporâneos, isso é estremamente necessário. 
Entendemos que muitas necessidades de conhecimento dos alunos não requerem 
apenas essas soluções. Na verdade, alguns autores defendem que, em locais de 
trabalho, utilizar apenas soluções formais pode ser perda de tempo, tendo em vista 
as relações estabelecidas no dia a dia. Alguns sugerem que a aprendizagem informal 
no local de trabalho é necessária porque o conhecimento e as habilidades que as 
pessoas precisam emergem continuamente. 
Com as constantes mudanças contemporâneas e os avanços tecnológicos, é possível 
que um conhecimento organizado para um treinamento formal, por exemplo, 
quando disponibilizado aos alunos, já possa estar desatualizado, já que novos 
conhecimentos e habilidades, geralmente, precisam ser desenvolvidos no fluxo de 
trabalho de diferentes áreas. Acredita-se que os profissionais bem-sucedidos serão 
aqueles que desenvolvem uma habilidade excepcional para buscar informações e 
compartilhar conhecimentos e habilidades necessárias à medida que aparecem.
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 4/15
Trata-se de uma visão contemporânea, da qual precisamos nos apropriar para 
apoiar a aprendizagem também em locais de trabalho. Contudo, é necessário tomar 
certo cuidado. Esse tipo de aprendizado exige que os alunos tenham habilidades 
específicas, e muitos funcionários nãosabem como aprender dessa forma. Muitas 
pessoas estão acostumadas a receber orientação de professores, formadores e 
treinadores, fruto da escola que frequentaram. Esse é o motivo da importância de 
conhecer o contexto histórico-social dos alunos.
Eles podem não ter desenvolvido as capacidades necessárias para o 
desenvolvimento da aprendizagem autodirigida, por exemplo, o que é muito 
comum nas gerações menos jovens. Talvez, nem mesmo reconheçam que não 
apresentam habilidades efetivas de aprendizado. Um estudo da CEB de 2014 
revelou que apenas 20% dos alunos estavam envolvidos em estratégias efetivas de 
aprendizado.
É importante compreender que um dos elementos fundamentais do ambiente 
de aprendizagem é a motivação do aluno e o conhecimento autodirigido 
(autodireção).
A autodireção é demonstrada pelo desejo ou preferência do adulto de assumir 
responsabilidade pelo seu aprendizado, desde a escolha do tema e dos 
meios, passando pela definição de apoiadores e facilitadores do processo, 
pela escolha das estratégias e assim por diante. Não é a mesma coisa que o 
autodidata, que aprende sozinho. O aprendiz autodirigido escolhe caminhos 
que considera mais promissores para ele mesmo.
(SCHLOCHAUER, 2012, p. 1)) 
A autodireção pode ser considerada um desafio diante das diferentes gerações 
envolvidas nos processos de ensinar e aprender, tanto do lado dos profissionais 
que precisam compreender essa escolha para o aprendizado, como dos alunos 
que precisam apresentar um perfil específico para acompanhar essa metodologia, 
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 5/15
considerando os diferentes contextos 
onde estão inseridos.
Tais elementos, a motivação e a 
autodireção, nos auxiliam na capacidade 
de aproveitar todos os componentes, 
recursos de um ambiente, incluindo o 
treinamento formal e a educação. Se esse 
elemento for fraco e se os funcionários 
não tiverem motivação ou não forem 
qualificados no gerenciamento de sua 
própria aprendizagem, a estratégia para 
esse ambiente pode falhar.
Assim, enquanto uma estratégia 
para o ambiente de aprendizagem 
se encaixa em uma visão “futurista”, 
alguns funcionários talvez não estejam 
prontos para tirar proveito de um 
conjunto de materiais e atividades para 
a aprendizagem autodirigida. Isso não 
implica, no entanto, que a aprendizagem 
precisa ser controlada e monitorada. Em 
vez disso, os líderes podem incorporar 
uma série de suportes no ambiente 
para auxiliar o caminho dos alunos 
que não estão acostumados com essas 
abordagens mais informais.
Para ter eficácia na concepção de 
um ambiente de aprendizagem e 
na promoção de uma cultura de 
aprendizagem produtiva, o designer 
deve entender as habilidades necessárias 
para uma aprendizagem autodirigida 
eficaz, revendo algumas das suas 
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 6/15
próprias habilidades de design.
Metaforicamente, podemos dizer que a motivação e a autodireção são tão 
importantes para o sucesso de um ambiente de aprendizagem como a luz solar é 
para o crescimento de um jardim.
A motivação do aluno e a aprendizagem autodirigida têm sido temas para 
diferentes pesquisas por décadas, e muitos modelos considerados úteis e 
recomendações também saíram desses estudos.
De acordo com algumas pesquisas, os adultos que se dedicam à aprendizagem 
autodirigida começam com o reconhecimento da discrepância entre expectativas e 
realidade, ou o reconhecimento da necessidade de aprender. Isso faz com que um 
indivíduo analise e identifique os conhecimentos e as habilidades necessárias para 
avançar. Uma vez que as necessidades são identificadas, os alunos autodirigidos 
costumam acessar e usar como fontes de aprendizagem o que for mais conveniente. 
Uma das opções é a troca de saberes entre pares, ou seja, aprender com as pessoas 
com as quais se relaciona. Os alunos fazem perguntas, procuram especialistas e 
solicitam recomendações. O mundo digital se expandiu amplamente, tornando 
a informação rapidamente disponível e posibilitando aos alunos uma variedade 
de escolhas diferenciadas. Ao fazer suas escolhas, os alunos procuram recursos 
relevantes que convergem com o seu interesse. Muitas vezes, eles julgam a 
qualidade dos recursos de aprendizagem, questionando quão envolventes 
estes são e em que medida, especificamente, são relevantes para o seu 
próprio contexto. 
Os alunos tendem a ir mais longe, pesquisando outros recursos e informações, 
apenas quando suas necessidades não podem ser satisfeitas de forma adequada 
com recursos que eles já têm em mãos. Nesse sentido, podemos imaginar por 
que fornecer recursos com curadoria em um ambiente de aprendizagem é uma 
estratégia importante. Os processos de aprendizagem autodirigidos também 
envolvem algum grau de automonitoramento, pois os alunos determinam o nível 
até o qual aprenderam com o material acessado. E, embora os alunos, muitas vezes, 
tentem aprender em meio ao fluxo de trabalho, é importante para eles estabelecer 
uma pausa para se envolver com recursos e atividades de aprendizagem e processar 
o que estão aprendendo.
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 7/15
Uma síntese de artigos e livros sobre a aprendizagem autodirigida (e outras 
pesquisas sobre atitudes e habilidades de aprendizado bem-sucedidas) sugere 
uma série de fatores-chave que precisam ser inerentes a qualquer ambiente 
de aprendizagem efetivo: motivação, intenção, atenção, autoconsciência, 
engajamento, relacionamentos, espaço e tempo. Esses podem ser considerados 
os sete pilares da aprendizagem autodirigida.
Figura 11.1: Fatores-chave inerentes a ambientes de aprendizagem
Fonte: elaboração da autora.
Motivação
As pessoas procuram a aprendizagem autodirigida quando são motivadas a fazê-
lo, principalmente porque observaram alguma lacuna em seus conhecimentos ou 
habilidades que se relacionam às coisas que eles querem fazer. 
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 8/15
“Na verdade, a motivação não é 
uma variável unitária, mas um 
composto de várias dimensões, 
feito de sentimentos, apreciações 
individuais e de resultados de 
experiências anteriores” (GALAND; 
BOURGEOIS, 2001, p. 116).
(GALAND; BOURGEOIS, 2001, p. 116)
No local de trabalho, as pessoas são 
motivadas a aprender para:
• Aumentar a competência no 
trabalho;
• Melhorar o potencial de 
crescimento na carreira;
• Progredir em um objetivo;
• Apoiar uma causa;
• Evitar o fracasso;
• Pertencer ou fazer parte de algo;
• Demonstrar autonomia e 
independência;
• Conhecer desafios;
• Ganhar respeito;
• Alcançar um estilo de vida 
desejável.
As pessoas são motivadas porque 
acreditam que o aprendizado as ajudará 
no desenvolvimento de algo com o 
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 9/15
resultado que eles valorizam. 
Motivar consiste em apresentar a 
alguém estímulos e incentivos que 
lhe favoreçam determinado tipo de conduta. Ou seja, em sentido didático, é 
despertar o interesse do aluno e envolvê-lo, de modo apropriado, para tornar a 
aprendizagem mais eficaz (NOGARO; ECCO; RIGO, 2014).
Os alunos podem inconscientemente (ou não) se perguntar: “Posso aprender isso?”; 
“Se eu o fizer, o que isso vai me oferecer/possibilitar?”; “Eu valorizo o que este 
aprendizado vai me proporcionar?”.
Quando você reúne informações sobre seus alunos, é importante ter ideia do grau 
de motivação que eles têm para aprender, do conhecimento e das habilidades 
que estão no centro do ambiente de aprendizagem que você projeta. Se você está 
preocupado com o fato de a motivação dos alunos ser fraca, então a primeira tarefa 
a ser realizada é determinar o que você pode fazer para aumentar a motivação 
deles.
[...] motivação é um produto da expectativa de sucesso pelo valor da meta 
proposta, [e] há dois caminhos fundamentais através dos quais os professores 
podem incrementar a motivação dos alunos ou os alunos a sua própria: 
aumentando a expectativa de sucesso e/ou valor dessesucesso.”
(POZO, 2002, p. 145)
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 10/15
Estudo de Caso
Os teóricos da motivação nos dizem que existem maneiras pelas quais os 
facilitadores podem promover a motivação e a persistência do aluno. As estratégias 
incluem garantir a relevância do material, apontando os benefícios reais da 
aprendizagem (o que os alunos poderão fazer com o resultado), ajudando-os 
a sentir que fazem parte de uma comunidade, respeitando as contribuições e 
a experiência dos alunos (WLODKOWSKI, 2008). Não surpreendentemente, 
esses são alguns dos mesmos fatores que são importantes para a aprendizagem 
autodirigida.
Diante das contribuições de diferentes teóricos, quais estartégias podem ser 
utilizadas para motivar os alunos de e-learning?
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 11/15
Saiba Mais
Leia, para aprofundamento do tema, ambos os textos sugeridos 
a seguir:
“Escala de estratégias e motivação para aprendizagem em ambientes 
virtuais”. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/
v21n66/1413-2478-rbedu-21-66-0593.pdf>.
“Autodirecção na Aprendizagem: linearidade ou caminho 
imprevisível”. Disponível em: <http://rmoura.tripod.com/sdl_learnproc.
htm>.
Na ponta da língua
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n66/1413-2478-rbedu-21-66-0593.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v21n66/1413-2478-rbedu-21-66-0593.pdf
http://rmoura.tripod.com/sdl_learnproc.htm
http://rmoura.tripod.com/sdl_learnproc.htm
https://player.vimeo.com/video/244031223
A Importância da Motivação para os Alunos de E-Learning • 12/15
Referências Bibliográficas
CORPORATE EXECUTIVE BOARD (CEB). Building a Productive Culture: More 
Learning Through Less Learning. CEB Learning and Development Leadership 
Council, 2014. 
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http://www.produzindofuturos.com.br/precisamos-aprender-mais-ou-de-maneira-diferente-uma-reflexao-sobre-autonomia-na-aprendizagem/
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, 
Engajamento, Relacionamentos, Espaço e Tempo têm na 
Aprendizagem em Ambientes de E-Learning
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A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 2/15
Os processos de aprendizagem por meio de ambientes de e-learning estão 
diretamente ligados a fatores como a motivação, por exemplo. Além de motivação, 
intenção, atenção, autoconsciência, engajamento, os relacionamentos e espaço e 
tempo também são pilares da aprendizagem autodirigida.
Você compreendeu o significado de aprendizagem autodirigida?
Lembre-se de que esse modelo consiste na iniciativa do sujeito de perceber as 
necessidades para a sua cognição, identificando recursos, interesses, materiais e 
relações sociais que contribuem com esse processo, tendo em vista que esse não é 
um processo solitário, pois as trocas de saberes entre diferentes atores colaboram 
com o desenvolvimento.
Vamos, então, refletir sobre os pilares desse processo.
Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer a importância da intenção, da atenção, da autoconsciência, do 
engajamento, dos relacionamentos e da associação “espaço e tempo” na 
aprendizagem em ambientes de e-learning.
A Importância que Intenção, Atenção, 
Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, 
Espaço e Tempo têm na Aprendizagem em 
Ambientes de E-Learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 3/15
Intenção
A intenção impulsiona a aprendizagem e, o mais importante, impulsiona a aplicação 
da aprendizagem a tarefas e papéis específicos. A intenção é semelhante à 
motivação, porém muito mais específica, pois é ter objetivos explícitos com um 
contexto de aplicação em mente. O aprender é mais profundo e mais duradouro 
quando as pessoas se envolvem nas atividades e levam em consideração onde e 
como podem aplicar a aprendizagem.
A intenção centra-se na compreensão de como a ela é relevante para atingir metas 
e realizar tarefas. Os materiais mais específicos e importantes são aqueles em que 
os alunos percebem exatamente como seus novos conhecimentos podem ser 
aplicados. A transferência de pesquisa de aprendizagem sugere que os gerentes 
podem desempenhar um papel na promoção da intenção, ajudando os funcionários 
a reconhecer a conexão entre conhecimento e desenvolvimento de habilidades e 
progressos no trabalho (BURKE; HUTCHINS, 2007). Eles podem ajudar os alunos a 
estabelecer metas e também podem acompanhar a aplicação de suporte.
Atenção
Vamos falar de atenção? Você consegue dar atenção a várias coisas ao mesmo 
tempo?
Em um mundo cheio de distrações, a atenção tornou-se algo muito valioso. 
Enganamo-nos em pensar que a multitarefa nos torna mais eficientes. No entanto, 
estudos demonstraram que a multitarefa (um ato de utilizar constantemente a 
atenção) tende a degradar a qualidade da atenção que damos a cada tarefa.
As pessoas precisam não só prestar atenção para aprender, mas também, ser 
capazes de determinar exatamente o que elas deveriam notar ou discernir. 
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 4/15
Aprender com os outros exige que observemos cuidadosamente comportamentos 
específicos e percebamos as maneiras em razão das quais nossos comportamentos 
são iguais ou diferentes. A concentração, a atenção e a vigilância , muitas vezes, 
desempenham um papel importante na aprendizagem, qualidades essas que 
precisam ser nutridas e desenvolvidas.
Na aprendizagem autodirigida, as pessoas precisam decidir no que a sua atenção se 
focalizará, o que , muitas vezes, requer o compromisso, a longo prazo, de procurar 
oportunidades específicas para aprender mais sobre conhecimentos ou habilidades 
exclusivas.
Autoconsciência
Autoconheimento e oportunidades , muitas vezes, são condições prévias para a 
aprendizagem. O processo de aprendizagem autodirigida geralmente começa 
com o reconhecimento de uma lacuna de conhecimento ou habilidade. Identificar 
essas necessidades de desenvolvimento é um exercício de autoanálise e prepara o 
indivíduo para a motivação, a atenção e a intenção.
Mais tarde,no decorrer do processo, uma vez que aplicam seus novos 
conhecimentos ou habilidades, os alunos geralmente precisam monitorar suas ações 
e verificar se estas produziram o impacto desejado.. 
Os processos críticos aqui são a reflexão e o feedback, que contribuem ainda 
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 5/15
mais para que os alunos aprofundem o 
autoconhecimento. Os alunos precisam 
de ferramentas para autoavaliação e 
de modelos para comparação, a fim de 
desenvolver a sua autoconsciência. Eles 
também precisam ter a capacidade de 
receber e interpretar um feedback.
Engajamento
Para aprender, as pessoas precisam estar 
ativamente engajadas/envolvidas no 
processo, intelectual e/ou fisicamente. 
O engajamento ou envolvimento 
emocional também promove a 
aprendizagem, adicionando intensidade 
extra à experiência. Apenas o 
engajamento ativo pode impulsionar os 
processos cerebrais que permitem que 
as pessoas desenvolvam conhecimentos 
e habilidades.
O engajamento certamente é facilitado 
pelas práticas de aprendizagem 
experienciais, mas outros componentes 
no ambiente também são eficazes 
quando são envolvidos e explorados. 
É possível engajar as pessoas por meio 
de ambientes que considerem suas 
habilidades, oferecendo um material 
interessante, atraente e memorável. 
Leituras envolventes, pessoas que 
contam grandes histórias, práticas de 
equipe altamente produtivas, que 
favorecem vínculos, são exemplos de 
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 6/15
como todos os tipos de atividades de aprendizagem podem ser atrativas.
Os designers instrucionais, em particular, têm desenvolvido muitas estratégias 
para envolver e engajar os alunos e têm procurado oportunizar desafios 
relevantes, deixando-os perceber seu próprio progresso através de práticas 
repetidas, minimizando atividades passivas, como leitura e escuta, e fornecendo 
oportunidades para que haja interação em uma variedade de formas 
intelectualmente desafiadoras. As técnicas de gamificação também nos mostram 
as possibilidades que existem de aumentar o engajamento na aprendizagem. Essas 
técnicas incluem aprendizado em torno de uma história, introdução de desafios 
e mistérios, recompensa aos alunos de níveis avançados, garantia de feedback 
intrínseco e contextual e a oferta aos alunos da oportunidade de repetir a prática 
para melhorar (KAPP, 2012).
Relacionamentos
Embora pensemos na aprendizagem autodirigida como uma atividade 
independente, a verdade é que um processo de aprendizagem completo depende 
frequentemente de relacionamentos confiáveis, tais como aqueles em que pessoas 
fornecem feedback, apontam recursos, atuam como modelos e discutem problemas. 
Os relacionamentos podem ser relativamente ocasionais (seguindo pessoas nas 
mídias sociais) ou bastante profundos (relacionamentos com mentores de apoio). 
Aprendemos com os outros através de questionamento, instrução, treinamento, 
observação, reflexão, narrativas e muito mais.
É importante que cada ambiente de aprendizagem identifique as pessoas que 
podem se relacionar com os alunos, como especialistas em assuntos específicos, 
facilitadores de aprendizado ou colegas estudantes e colaboradores. Os alunos 
precisam ter uma diversidade de perspectivas para ampliar seus pontos de vista, 
e o desenvolvimento de relacionamentos confiáveis contribui muito para uma 
aprendizagem mais profunda.
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 7/15
Espaço e Tempo
Tornou-se comum dizer que também 
aprendemos no fluxo de trabalho. 
Alguns aprendizados pela experiência 
são, de fato, impossíveis de serem 
separados do trabalho. Mas, o tipo 
de desenvolvimento que você 
consideraria para criar um ambiente 
de aprendizagem, geralmente, é 
aquele que leva mais tempo. Os 
alunos precisam persistir e engajar em 
uma variedade de componentes de 
aprendizagem ao longo do tempo, 
mas também,precisam de espaço para 
refletir, estudar e fazer planos.
Quando os funcionários se preocupam 
em não ter tempo de aprender, é 
possível que um dos problemas 
seja não ter tempo a desperdiçar, 
procurando recursos de aprendizagem. 
O trabalho de curar um ambiente 
de aprendizagem implica fornecer 
ajuda substancial a esse problema. Ao 
minimizar o tempo gasto tentando 
identificar materiais e atividades para 
auxiliar a aprendizagem, os funcionários 
podem maximizar o tempo que eles 
têm para se dedicarem à aprendizagem 
produtiva.
Se o grupo de alunos não é encorajado 
e estimulado a reservar um tempo para 
refletir e aprender, envolverem-se uns 
com os outros para pensar sobre os 
problemas ou para fazer pausas que 
permitam que as energias criativas 
sejam recarregadas, então o ambiente 
de aprendizagem pode não ser útil para 
eles. 
Quando os horários de trabalho estão 
sobrecarregados e os funcionários são 
obrigados a participar do trabalho 
quase todas as horas do dia, é difícil 
encontrar tempo para aprender. 
Embora eles possam aprender a fazer 
o trabalho, é claro, alguns de seus 
objetivos de aprendizagem, sem 
dúvida, exigem tempo de envolvimento 
e processo. Quando os espaços de 
trabalho criam distração, a concentração 
pode ser comprometida. Embora, 
geralmente, seja aconselhável deixar 
os alunos escolherem seu tempo e 
lugar para aprender, às vezes, alocar 
claramente o tempo e o espaço é o 
melhor auxílio que você pode fornecer. 
Isso pode ser importante especialmente 
em empregos que não possuem pausas 
naturais, como em call centers e na 
produção.
Os sete pilares discutidos até o 
momento (motivação; intenção; 
atenção; autoconsciência; engajamento; 
relacionamentos; espaço e tempo) 
contribuem para a aprendizagem 
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 8/15
autodirigida e significativa. Para que 
o aprendizado significativo aconteça, 
é importante observar tais pilares e 
também as estratégias de atenção, 
relevância, confiança e satisfação, que, 
de acordo com Ally (2004, p. 421), são 
assim descritas:
• Atenção: oferecer uma atividade 
inicial envolvente para desenvolver 
o processo ensino-aprendizagem;
• Relevância: esclarecer a 
importância da lição, mostrar que 
esta pode ser benéfica quando 
utilizada em situações da vida 
real, ajudar a contextualizar a 
aprendizagem, tornando-a mais 
significativa de maneira a manter o 
interesse dos alunos; 
• Confiança: assegurar ao aprendiz 
que ele obterá êxito nas atividades 
mediante organização do material 
do simples para o complexo, do 
conhecido para o desconhecido, 
informar o que se espera da lição, 
manter o acompanhamento e o 
estímulo;
• Satisfação: fornecer feedback de 
desempenho, estimular a aplicação 
do conhecimento na vida real.
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 9/15
Estudo de Caso
Um dos sete pilares para a aprendizagem é o de “relacionamentos”. Sabendo da 
importância desse pilar, uma empresa de grande porte resolveu ampliar a rede de 
relacionamentos de seus colaboradores, criando um site que foi disponibilizado 
apenas para as filiais distribuídas em dezenove países diferentes. A empresa de 
cosméticos buscava desenvolver cursos de capacitação para os colaboradores, ao 
mesmo tempo em que propiciava a troca de experiências e olhares para diferentes 
contextos. Contudo, apenas lançar o site não foi suficiente. As pessoas pareciam 
não interagir e pouco acessavam a página da empresa. O que os gestores deveriam 
fazer para tornar a ideia eficaz e mediar as interações em prol da aprendizagem?
A Importância que Intenção, Atenção,Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 10/15
Saiba Mais
Para aprofundamento, leia os textos seguintes:
“Aprendizagem e fatores motivacionais relacionados”. Disponível em: 
<seer.upf.br/index.php/rep/article/download/4309/2835>.
“Ensino-aprendizagem colaborativo mediado pelo Wiki do Moodle”. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0104-40602010000300014>.
Na ponta da língua
http://seer.upf.br/index.php/rep/article/download/4309/2835
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602010000300014
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602010000300014
https://player.vimeo.com/video/244031342
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 11/15
Referências Bibliográficas
ALLY, M. Foundations of Educational Theory for Online Learning. In: ANDERSON, 
T.; ELLOUMI, F. Theory and practice of online learning. Edmonton/Alberta: 
Athabasca University Press, 2004.
BURKE, L.; HUTCHINS, H. Training Transfer: An Integrative Literature 
Review. Human Resource Development Review, n. 6, v. 3, p. 263, 2007. 
KAPP, K. M. The Gamification of Learning and Instruction. Alexandria: ASTD Press; 
San Francisco: John Wiley & Sons, 2012.
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015.
http://library.books24x7.com.ezp-01.lirn.net/assetviewer.aspx?bkid=46257&destid=0#0
A Importância que Intenção, Atenção, Autoconsciência, Engajamento, Relacionamentos, Espaço 
e Tempo têm na Aprendizagem em Ambientes de E-Learning • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Autônoma em Ambientes de E-learning
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Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 2/15
Objetivos de Aprendizagem
• Refletir sobre possibilidades para fortalecer os pilares de aprendizagem em
ambientes e-learning..
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em
Ambientes de E-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Aprendizagem Autônoma
Nos temas anteriores, refletimos sobre os sete pilares para a aprendizagem 
autodirigida. Para explorá-los ainda mais, vamos compreender a relação entre eles 
como fatores que sustentam a autonomia na aprendizagem.
Podemos entender quão forte e estável são os pilares para a aprendizagem 
autodirigida entre o grupo dos nossos alunos, levando em consideração uma 
avaliação rápida. Contudo, é necessário ter certo cuidado ao repassar essa avaliação 
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 3/15
diretamente aos alunos, tendo em vista que pode ser difícil para eles autoavaliar 
alguns itens, como também, admitir algumas fragilidades. É possível conhecer o 
grupo de alunos o suficiente para fazer uma estimativa; ou também, pedir ajuda 
aos patrocinadores de seu projeto e aos especialistas nesses assuntos. Uma das 
possibilidades é o desenvolvimento de táticas para o fortalecimento dos pilares de 
aprendizagem, conforme descrito no quadro a seguir:
Quadro 13.1 – Táticas para fortalecer os pilares de aprendizagem
Motivação
• Desenhar conexões entre conhecimento, habilidades, tarefas de
trabalho e sucesso.
• Obter o apoio de líderes formais e informais para promover
ativamente a importância.
Intenção
• Categorizar recursos.
• Selecionar recursos que sejam especificamente relevantes para
o papel ou contexto do aluno.
• • Sugerir os próximos passos quando uma atividade for
concluída.
• Fornecer sugestões e exercícios de aplicativos.
• Usar exemplos contextualizados, relacionando papéis e
simulações.
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 4/15
Atenção
• Assinalar o que pode ser aprendido com atividades e recursos
específicos.
• Aconselhar os alunos sobre eventos de aprendizagem
formais específicos para uma determinada etapa do seu
desenvolvimento.
• Sugerir perguntas de reflexão para leituras e atividades.
• Procurar recursos nos formatos preferidos dos alunos (por
exemplo, vídeos, podcasts, livros e artigos).
• Fornecer diferentes visões dos materiais, dependendo do
papel ou nível de experiência do aluno.
Autoconsciência
Fornecer ferramentas de autoavaliação, com recomendação das 
próximas etapas.
Engajamento
Selecionar recursos e atividades que atraem o interesse dos 
alunos.
Certificar-se de que pelo menos um subconjunto de recursos 
e atividades forneça interação profunda e comunicação 
interpessoal.
Desenvolver um papel ativo para gerar discussão on-line.
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 5/15
Relacionamento
Introduzir alunos em diálogos com especialistas em assuntos 
específicos ou entre eles.
Identificar as pessoas a serem seguidas nas mídias sociais e 
sugerir ferramentas específicas de redes sociais, repositórios 
compartilhados e hashtags.
Recomendar organizações profissionais e conferências.
Fornecer um diretório especializado.
Permitir páginas de perfil que proporcionem aos alunos a chance 
de compartilhar informações descritivas bem como um pouco de 
sua personalidade.
Oferecer orientações para garantir que os pares “desenvolvedor X 
aluno” tenham interações efetivas entre si.
Espaço e Tempo
Incorporar recursos em sistemas tendo em vista a necessidade 
dos funcionários de desenvolverem o trabalho (suporte de 
desempenho integrado).
Criar um portal de recursos para tornar a pesquisa de recursos 
mais eficiente.
Disponibilizar tempo suficiente para aprender, quando necessário.
Autodirecionamento
Criar listas de verificação e guias de atividades.
Oferecer recursos para aprender a aprender.
Fonte: Lombardozzi (2015).
Ferramentas de Design para a Motivação e a Autodireção do 
Aluno
Quando os alunos são amplamente autodirecionados, eles são totalmente capazes 
de gerenciar suas escolhas em um ambiente de aprendizado sólido.
Se seus alunos são capazes de se autodirigirem, mas não são necessariamente 
experientes, você pode fornecer no ambiente alguns recursos que ajudem a 
orientá-los. O designer de ambiente de aprendizagem pode aplicar ferramentas 
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 6/15
específicas que ampliem a motivação do aluno e a sua autodireção, curando, 
contextualizando, conectando, apoiando, mapeando e montando.
Veja, a seguir, a descrição dessas ações:
Cura
Envolve a aplicação de julgamento/discernimento/decisão 
para garantir que os materiais incluídos em um ambiente de 
aprendizagem sejam relevantes e tenham alta qualidade. Também 
inclui a procura de tipos específicos de materiais úteis para 
os alunos. A cura eficaz deve sustenta os pilares de atenção, 
engajamento e motivação.
Contextualização
Significa aplicar medidas para apontar a relevância dos recursos 
disponíveis no ambiente e para destacar as formas pelas quais 
a aprendizagem pode ser aplicada. É especialmente útil para 
fortalecer a intenção, e também sustenta a atenção e a 
motivação. A contextualização é parte do processo de cura no 
design do ambiente de aprendizagem.
Conexão
Engloba todas as formas pelas quais o ambiente promove a 
aprendizagem social. Conectar ativamente as pessoas fortalece o 
pilar da relação, e muitas vezes fornece suporte significativo para a 
motivação do aluno.
Andaime
Envolve o apoio ativo aos alunos para completar os processos de 
aprendizagem. É uma forma de fortalecer a maioria dos pilares, 
mas é vital para autoconsciência, atenção, intenção e espaço e 
tempo.Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 7/15
Mapeamento
Fornece orientação específica para a construção de uma base de 
conhecimento ou organização de habilidades, por meio de uma 
série de atividades de aprendizagem que buscam alto impacto.
Um mapa pode sugerir, como no direcionamento de uma viagem, 
uma ordem específica para uma série de atividades. Ou pode 
ser um guia de turismo, apontando destaques que não podem 
ser perdidos, que podem ser acessados em qualquer ordem. O 
mapeamento adota a motivação, dando aos alunos uma sensação 
de progresso, e sustenta a atenção, apontando exatamente por 
que cada peça está no mapa. Muitas vezes, os alunos também 
têm espaço e tempo para completar um mapa de atividades de 
aprendizagem.
Montagem
Processo que organiza todos os materiais e recursos de 
aprendizagem em um local acessível. O formato do ponto de 
acesso (páginas da web ou lista de recursos, por exemplo) ajuda 
a concentrar a atenção dos alunos, economizando o tempo 
desperdiçado ao procurá-los.
Uma estratégia que conta com a aprendizagem autodirigida não requer, 
necessariamente, que os líderes de aprendizagem “deem um passo atrás” e deixem 
seus aprendizes caminharem sozinhos. Podemos endossar a capacidade de agir para 
fazer escolhas, definir e satisfazer as próprias necessidades de aprendizagem, sem 
abandoná-las às peculiaridades de uma pesquisa no navegador. Reconhecer que há 
uma profundidade de recursos potenciais na internet e também o auxílio pessoal 
insubstituível obtido de colegas e especialistas, não significa necessariamente que, 
por isso, devemos interromper o apoio ativo na aprendizagem dos alunos. Na 
verdade, devemos motivar os alunos no processo de ensino e aprendizagem. 
A motivação é “uma condição interna, relativamente duradoura, que leva o 
indivíduo ou que o predispõe a persistir num comportamento orientado para um 
objetivo, possibilitando a satisfação do que era visado” (CAMPOS, 1987, p. 109).
Para Nérici (1993, p. 75), a motivação é o “processo que se desenvolve no interior 
do indivíduo e o impulsiona a agir, mental ou fisicamente, em função de algo. O 
indivíduo motivado encontra-se disposto a despender esforços para alcançar seus 
objetivos”. Para tanto, é necessário compreender o atual contexto para garantir o 
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 8/15
desenvolvimento de ambientes atrativos para esse público.
As abordagens tradicionais de aprendizagem não são mais capazes de lidar 
com um mundo em constante mudança. Ainda não conseguimos encontrar 
um equilíbrio entre a estrutura que as instituições educacionais promovem e a 
liberdade oferecida pelos recursos, quase ilimitados, da nova mídia, sem perder 
o senso de propósito e direção. Esse é o grande desafio da educação, uma vez 
que simplesmente deixar estudantes na internet não resolve o problema. O 
desafio é encontrar uma maneira de casar estrutura e liberdade para criar algo 
completamente novo, acompanhando o avanço das tecnologias contemporâneas.
Doug Thomas e John Seely Brown defendem uma nova cultura de aprendizagem.
Jane Hart e Randy Emelo defendem a formação de profissionais que se tornariam 
treinadores de aprendizagem e conselheiros individuais. Mas, esse modelo não é 
escalonável em muitas situações. O design do ambiente de aprendizagem deve 
fornecer a estratégia de “casar estrutura e liberdade para criar algo completamente 
novo” (THOMAS; SEELY BROWN, 2011). Ele fornece direção e suporte sem forçar 
os alunos por um caminho e/ou horário específicos que não lhes sejam adequados.
Muitas de nossas instituições educacionais ainda usam estratégias de ensino do 
século 20, de modo que os profissionais, no local de trabalho e nas instituições de 
ensino superior, são educados em abordagens de aprendizagem mais passivas e 
baseadas em conformidade e/ou consentimento. Apoiar o desenvolvimento de 
habilidades autodirigidas de aprendizagem propiciará aos alunos a aquisição de 
novos conhecimentos.
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 9/15
Estudo de Caso
Thomas e Seely Brown (2011) defendem a necessidade de casar estrutura e 
liberdade para criar algo completamente novo. Com base na afirmação dos 
autores, uma instituição de ensino superior resolveu abrir um fórum de discussão.
O objetivo é refletir sobre a faculdade que temos e a faculdade que queremos, 
compreendendo as necessidades dos alunos diante das novas tecnologias e dos 
recursos de aprendizagem. Quais são as possibilidades para que a instituição 
busque desenvolver a proposta de Thomas e Seely Brown?
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 10/15
Saiba Mais
Leia a dissertação a seguir que versa sobre o estabelecimento de 
requisitos no desenvolvimento de projetos de interfaces para objetos 
de aprendizagem:
Design de interação e motivação nos projetos de interface para 
objetos de aprendizagem para EAD. Disponível em: <http://www.lume.
ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31389/000780361.pdf>.
Leia o artigo seguinte para aprofundar o assunto tratado no 
tema:
“A autonomia na aprendizagem em educação a distância: competência 
a ser desenvolvida pelo aluno”. Disponível em:<http://www.abed.
org.br/revistacientifica/_Brazilian/2015/08_A_AUTONOMIA_NA_
APRENDIZAGEM.pdf>.
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31389/000780361.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31389/000780361.pdf
http://www.abed.org.br/revistacientifica/_Brazilian/2015/08_A_AUTONOMIA_NA_APRENDIZAGEM.pdf
http://www.abed.org.br/revistacientifica/_Brazilian/2015/08_A_AUTONOMIA_NA_APRENDIZAGEM.pdf
http://www.abed.org.br/revistacientifica/_Brazilian/2015/08_A_AUTONOMIA_NA_APRENDIZAGEM.pdf
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 11/15
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1987.
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015.
NÉRICI, I. G. Didática: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1993.
THOMAS, D., SEELY BROWN, J. A New Culture of Learning: cultivating the 
imagination for a world of constant change. Self-published, 2011.
https://player.vimeo.com/video/244031443
Avaliação para Aprendizagem Autônoma em Ambientes de E-learning • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Aprendizagem Social como 
Recurso para o E-learning
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Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 2/16
Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer a importância das relações sociais físicas e virtuais para o
processo de ensino e aprendizagem.
Aprendizagem Social como Recurso para o 
E-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Comunidade e Aprendizagem
Desde os nossos primeiros momentos de vida, aprendemos a agir no mundo e 
a interagir com outras pessoas. Embora possa parecer tentador concentrar-se 
em recursos disponíveis a qualquer momento para auxiliar a aprendizagem, as 
pessoas relatam que o aprendizado mais impactante e significativo que tiveram são 
resultados de trocas com outras pessoas, assistindo, conversando e colaborando 
com elas. Tal informação vai ao encontro dos estudos de Vygostky (2016) sobre a 
aprendizagem por meio das relações sociais.
Ao projetar um ambiente de aprendizagem, é importante perguntar: 
• Como posso conectar os alunos uns aos outros?
• Quem são os profissionais mais preparados com os quais os alunos podem
aprender?
• Como podemos promover a interação para fins de aprendizagem?
Pesquisas mostram que há uma amplagama de atividades interpessoais 
que resultam em aprendizagem. Os estudiosos analisam diferentes tipos de 
aprendizagens relacionais. Eles estudam relacionamentos intensos de um a 
um (mentoring [tutoria], relacionamentos de desenvolvimento), comunidades 
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 3/16
(comunidades de prática, comunidades de pesquisa), equipes de trabalho ou 
relacionamentos de coaching. Os estudos revelam conclusões sobre cada contexto 
em particular. Existem teorias estabelecidas que estão relacionadas à aprendizagem 
social, ao ensino, à tutoria, às comunidades de prática. 
A literatura nos fornece uma base sólida para compreender como as pessoas 
aprendem mediante suas relações com os outros. Essas ideias podem ajudar a 
desenvolver lideranças e apoiar a aprendizagem interpessoal em todas as suas 
formas, fornecendo uma base para a integração efetiva de componentes e pessoas 
em um ambiente de aprendizagem, bem como para nutrir uma comunidade de 
alunos que apoiem a aprendizagem colaborativa.
Aprendendo com Outras Pessoas
As interações de aprendizagem entre as pessoas são bastante diversas. Veja alguns 
exemplos:
• Um trabalhador pode chamar um parceiro para obter conselhos. 
• Um membro da equipe chama um colega no Twitter para obter uma rápida 
resposta a uma pergunta. 
• Há uma discussão animada no blog da empresa sobre como abordar melhor 
uma nova necessidade de cliente. 
• Uma equipe de trabalho global organiza um teste plurilocal do novo 
equipamento de videoconferência, experimentando várias ferramentas para 
aprender a usá-lo efetivamente. 
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 4/16
• Uma equipe criou uma sala de conferências para que as pessoas possam 
trabalhar juntas na descoberta da melhor maneira de remodelar um processo 
de trabalho para ser mais eficiente, buscando eficiência.
Em muitas dessas interações, uma pessoa pode ser identificada como o aluno e 
a outra como a desenvolvedora, pelo menos em um ponto específico do tempo. 
Em outras, o relacionamento é mais bem descrito como de coaprendentes. Para 
que essas interações resultem em aprendizagem, é necessário um certo grau de 
intencionalidade. O que vemos, aqui, é uma ação deliberada que visa desenvolver 
conhecimentos ou habilidades em busca do aprender.
A aprendizagem social baseia-se na premissa de que nossa compreensão do 
conteúdo é socialmente construída através de conversas sobre esse conteúdo e 
através de interações fundamentadas, especialmente com os outros, em torno de 
problemas ou ações. O foco não é sobre o que estamos aprendendo, mas sobre 
como estamos aprendendo.
Neste tema, vamos focalizar a compreensão da aprendizagem social, descrita como 
qualquer aprendizagem decorrente (e sustentada) por algum tipo de interação com 
outras pessoas. Nosso foco não se limita às interações através das mídias sociais, 
tendo em vista que pode tratar-se de interações que propiciam aprendendizagem 
em um grupo (virtual ou presencial).
Alguns relacionamentos são profundos e contínuos, enquanto outros são fugazes e 
utilitários, mas todas essas interações resultam na aprendizagem de um, ambos ou 
todos os participantes. 
Muitas atividades podem ser concebidas como questionamento e resposta: 
• O treinador ensina e o aprendiz aprende. 
• O colega de trabalho titular atua como um modelo a ser seguido, o novato 
imita. 
• O principiante pratica, o treinador critica.
• O mentor/tutor desafia o aluno a pensar mais profundamente, o tutorado 
reflete alto sobre opções e desdobramentos. 
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 5/16
É importante notar que, na atividade de trabalho, colaborando, trabalhando juntos, 
a dinâmica muda. Aprender enquanto faz permite aos alunos e desenvolvedores 
cocriar conhecimento, ajustar habilidades e definir práticas. Ao trabalhar em 
conjunto, a distinção entre desenvolvedor e aluno geralmente desaparece.
Curiosamente, os estudos mostram que as relações de desenvolvimento são , 
muitas vezes, mútuas e que os tutores geralmente aprendem com os tutorados, 
os professores geralmente aprendem com seus alunos, e os alunos novos , 
muitas vezes, ensinam coisas a pessoas mais experientes enquanto tentam 
dar sentido às suas novas responsabilidades.
Fatores-Chave que 
Habilitam a Aprendizagem 
Social
Os relacionamentos que permitem 
aprendizagem e desenvolvimento 
podem ter diferentes níveis de 
profundidade. Os aprendizes 
podem adquirir conhecimentos e 
habilidades de outros sem conhecê-
los pessoalmente, como na leitura 
das publicações de um especialista, 
observando as pessoas em ação ou 
envolvendo-se em breves trocas nas 
mídias sociais. 
No outro extremo, tutores, tutorados 
e equipes de trabalho centradas 
na aprendizagem se envolvem 
frequentemente em diferentes trocas 
de aprendizagem, alternando o papel 
do aluno e o papel do desenvolvedor. 
Esses relacionamentos mais 
profundos exigem confiança e 
comunicação.
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 6/16
Quando se promove a aprendizagem através de pessoas em um ambiente 
de aprendizagem, é preciso atender a fatores específicos que apoiem o 
desenvolvimento dessas relações. 
Os pesquisadores estudaram esse aspecto do aprendizado e documentaram três 
tipos importantes de fatores: individuais, relacionais e organizacionais (ROCK; 
GARAVAN, 2006, 2011):
• Nível individual (tanto desenvolvedor quanto aluno): as pessoas o 
desejo de interagir, a habilidade de se comunicar uns com os outros, ter os 
conhecimentos sobre a rede e precisam construir relacionamentos. Importante: 
elas também precisam se conhecer bem o suficiente para identificar a 
necessidades que apresentam na aprendizagem, bem como desenvolver a 
confiança para aprender e experimentar novos comportamentos. A motivação 
do aluno é importantíssima neste nível.
• Nível relacional: deve haver um grau de confiança e autenticidade entre 
um desenvolvedor e um aprendiz. Ambas as partes precisam ser capazes de 
se relacionar umas com as outras, devendo ouvir, comunicar, dar e receber 
feedback. Outro aspecto importante que solidifica o relacionamento é que 
as pessoas tenham acesso a tempo, espaço e ferramentas técnicas que lhes 
permitam conversar. Não subestime a importância do tempo aqui, uma vez 
que é preciso dele para que os relacionamentos se fortaleçam e a confiança 
seja construída.
• Plano organizacional: a própria organização deve apoiar o aprendizado 
e o desenvolvimento de várias formas, estabelecendo uma relação entre 
a expectativa e o compartilhamento de aprendizagem, promovendo o 
desenvolvimento das habilidades necessárias para que as pessoas consigam 
se envolver efetivamente umas com as outras. Em outras palavras, é 
importante ter uma cultura de aprendizado forte na organização. Embora os 
relacionamentos possam crescer sem ela, a cultura de aprendizagem realmente 
lhes permite prosperar.
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 7/16
Mas, como descobrir se alunos e desenvolvedores estão predispostos a estabelecer 
essas relações?
Para exemplificar, sugerimos a seguinte lista organizada para verificar a situação 
particular desses atores:
Avaliação de Prontidão Social e Aprendizagem
Esta avaliação pode ajudá-lo a verificar se seus alunos 
provavelmente se envolverão uns com os outros.
Avalie cada item na seguinte escala.
3 = grande possibilidade
2 = até certo ponto 
1 = pouco
Prontidão do Aprendiz
Até que ponto os alunos demonstram:
___ Conhecimento de seus próprios pontos fortes e fracos?
___ Confiança ou mentalidade de desenvolvimento?
___ Capacidade de estabelecer seus próprios objetivos?
___ Motivação para aprender nesse contexto?
___ Capacidade de aprender?
___ Fortes competências de networking?
___ Fortes habilidades interpessoais?
Total: ___ / 21 = ____%
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 8/16
Prontidão do Desenvolvedor
Até que ponto os desenvolvedores demonstram:
___ Conhecimento de seuspróprios pontos fortes e fracos?
___ Confiança ou mentalidade de desenvolvimento?
___ Capacidade de estabelecer metas?
___ Motivação para contribuir com o desevolvimento de outra pessoas, 
nesse contexto?
___ Habilidade para facilitar a aprendizagem de outras pessoas?
___ Fortes competências de networking?
___ Fortes habilidades interpessoais?
Total: ___ / 21 = ____%
Prontidão Relacional
Até que ponto o par ou o grupo como um todo demonstra(m):
___ Compatibilidade?
___ Oportunidade para se juntar?
___ Uma atmosfera de confiança que valoriza a autenticidade?
___ Disposição para se envolver em conversas profundas entre si?
___ Capacidade de ser reflexivo nesse relacionamento?
___ Capacidade de dar e receber feedback de desenvolvimento sincero 
nesse relacionamento?
Total: ___ / 18 = ____%
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 9/16
Prontidão Organizacional
Até que ponto a organização apresenta:
___ Uma cultura que valoriza e promove aprendizagem e desenvolvimento?
___ Real incentivo ao compartilhamento em toda a organização?
___ A maioria das pessoas habilitadas a receber e dar feedback?
___ Uma estrutura que suporte a melhoria contínua?
Total: ___ / 12 = ____%
Use essas porcentagens como uma estimativa aproximada do grau de prontidão em 
cada uma das áreas que influenciam a formação de relacionamentos. Quando o grau 
de prontidão provocar preocupação, considere tomar medidas para fortalecer os 
itens fracos. 
É importante salientar que essa pesquisa fornece um indicador de prontidão de 
relacionamento de desenvolvimento tirado de fatores baseados em pesquisas, mas 
não é um instrumento validado, tendo sido apenas explorado no livro de referência 
desta disciplina.
Figura 14.1 – Prontidão Social e Aprendizagem
Fonte: elaboração da autora.
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 10/16
Estudo de Caso
De acordo com Vygotsky (2016), a aprendizagem acontece por meio das relações 
sociais. O professor tem papel de mediador nessas relações entre pares e 
também entre o aluno e o conhecimento, auxiliando nos processos de ensino e 
aprendizagem que acontecem entre a zona de desenvolvimento real e proximal. 
Crianças e adultos aprendem da mesma forma, ou seja, a troca de saberes propicia 
o aprendizado.
Com base nesta informação, durante uma reunião de planejamento entre os 
professores de uma instituição de ensino técnico e o design instrucional, levantou-
se o seguinte questionamento: Como mediar o processo de ensino e aprendizagem 
por meio das relações sociais estabelecidas no ambiente visrtual de aprendixagem 
da instituição? Como promover a aprendizagem social?
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 11/16
Saiba Mais
Leia os dois artigos a seguir para aperfeiçoar seus 
conhecimentos:
“Aprendizagem social e emocional: Reflexões sobre a teoria e a prática 
na escola portuguesa”. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/pdf/
aps/v31n4/v31n4a07.pdf>.
“Interações em Ambientes Virtuais de Aprendizagem histórico 
e modelos”. Disponível em: <http://www4.pucsp.br/pos/tidd/
teccogs/artigos/2014/edicao_9/4-interacoes_ambientes_virtuais_
aprendizagem-joao_mattar.pdf>.
Na ponta da língua
http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v31n4/v31n4a07.pdf
http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v31n4/v31n4a07.pdf
http://www4.pucsp.br/pos/tidd/teccogs/artigos/2014/edicao_9/4-interacoes_ambientes_virtuais_aprendizagem-joao_mattar.pdf
http://www4.pucsp.br/pos/tidd/teccogs/artigos/2014/edicao_9/4-interacoes_ambientes_virtuais_aprendizagem-joao_mattar.pdf
http://www4.pucsp.br/pos/tidd/teccogs/artigos/2014/edicao_9/4-interacoes_ambientes_virtuais_aprendizagem-joao_mattar.pdf
https://player.vimeo.com/video/244031639
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 12/16
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015.
ROCK, A. D.; GARAVAN, T. N. Understanding the Relational Characteristics of 
Effective Mentoring and Developmental Relationships at Work. In: POELL, R. 
F.;  WOERKOM, M. V. Supporting Workplace Learning. New York: Springer, 2011. c. 
7.
VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
Aprendizagem Social como Recurso para o E-learning • 16/16
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, 
Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem
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Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 2/15
• Refletir sobre possibilidades para fortalecer os pilares de aprendizagem em
ambientes e-learning.
Programas de Desenvolvimento Formal, 
Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de 
Aprendizagem entre Pares como Fatores Individuais, 
Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro 
Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine 
Lombardozzi. Revisão 2020
Objetivos de Aprendizagem
Ter colegas, tutores, treinadores e 
outros que apoiem e catalisem sua 
aprendizagem é muito importante, não 
é verdade?! Principalmente, 
se considerarmos as teorias de 
aprendizagem que discutimos desde o 
início da disciplina. Os ambientes de 
aprendizagem têm mais impacto 
quando as pessoas contribuem 
significativamente para a aprendizagem 
e quando podemos projetar 
elementos que promovam esse tipo de 
intercâmbio.
Uma das maneiras pelas quais 
desenvolvemos a aprendizagem 
social em um ambiente de 
aprendizagem é a elaboração de 
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 3/15
programas de desenvolvimento formal, como programas de tutoria, treinamento, 
acompanhamento e eventos de aprendizagem entre pares (como estudo de livros, 
grupos de discussão, grupos de action learning, fóruns de discussão). A partir 
desses fatores, há uma série de ações que podemos desenvolver para garantir o 
sucesso desses programas.
Ferramentas de Design para a Motivação e a Autodireção do 
Aluno
• Ajudar os alunos e desenvolvedores a tomar consciência de seus pontos fortes
e fracos e identificar metas. Isso pode ser facilitado pela autoavaliação e pelo
planejamento de ações.
• Fornecer atividades que incentivem os alunos a procurar outras pessoas para
conversas, aprendizagem específica ou conselhos.
• Promover a motivação e a autodireção.
• Se você estiver desenvolvendo um programa, não se esqueça de definir seu 
propósito e considerar a seleção de pessoas, com base na sua disposição e 
habilidade de se envolver dessa maneira.
• Apoiar o desenvolvimento das habilidades interpessoais e comunicacionais
necessárias para os relacionamentos.
Para solidificar os fatores relacionais:
Garantir níveis de compatibilidade ao analisar metas, áreas de especialização, 
trajetórias de carreira, tipos de personalidade e outros fatores. 
Fornecer orientação para objetivos específicos de interação, listas de verificação e 
tópicos de discussão, por exemplo, especialmente para relacionamentos de tutoria e/
ou orientação e treinamento.
Incentivar e permitir que os pares se encontrem com frequência. 
Recomendar intervalos de tempo específicos, frequências e locais sem distração 
para atender e fornecer ferramentas de qualidade de conferência on-line, quando 
necessário. Em um ambiente de trabalho agitado, este pode ser um ponto crítico.
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento,Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 4/15
Para solidificar os fatores organizacionais:
Trabalhar com a liderança organizacional para fortalecer a cultura de aprendizagem 
global, identificar e remover barreiras à aprendizagem.
Fornecer suporte para desenvolvimento de práticas de melhoria contínua e 
habilidades de feedback em geral, caso necessário.
O papel das mídias 
sociais
A mídia social tem contribuído muito 
para a aprendizagem relacional, uma 
vez que permite que ocorram os 
processos descritos até agora. Por 
meio da internet, as pessoas podem se 
conectar com outras mesmo que nunca 
se encontrem face a face. Elas 
cosneguem interagir com líderes, aprender 
o que outras organizações fazem, 
ouvir conversas sobre a área em que 
se inserem e descobrir novos 
recursos, artigos e oportunidades de 
aprendizado.
Algumas das conexões feitas através 
das mídias sociais decorrem de “laços 
tênues” com pessoas que podem ser 
influentes e que podem compartilhar 
recursos de aprendizagem, mas com as 
quais não há conexão pessoal profunda. 
Ao mesmo tempo, as mídias sociais tornaram possível a construção de 
relacionamentos fortes, com pessoas que, talvez, tenham poucas oportunidades 
de se encontrar e se envolver. Assim como o desenvolvimento de 
relacionamentos no mundo físico, o aprofundamento das conexões cibernéticas 
com “amigos” e 
“seguidores” requer interação consistente e maior divulgação pessoal.
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 5/15
Tanto os “laços tênues” quanto os “relacionamentos profundos” podem ser 
promovidos e nutridos através do uso das mídias sociais. Ao criar um ambiente de 
aprendizagem, é importante ter uma variedade de ferramentas de mídia social, 
através das quais as pessoas podem interagir. 
Algumas dessas ferramentas podem ser acessadas fora da organização (como blogs, 
Twitter, fanpage, Facebook e diversos sites de redes sociais que surgem a cada dia), 
enquanto outras precisam se limitadar a conexões dentro do firewall de segurança 
de uma organização.
Quando explicam como suas redes são valiosas para a aprendizagem, os defensores 
das redes sociais citam uma lista substancial de benefícios. No seu núcleo, as mídias 
sociais ajudam os alunos a se conectarem com outros em seus campos, discutindo as 
tendências emergentes e enfrentando desafios semelhantes.
O uso pedagógico das redes oferece aos alunos e professores, neste processo, a 
chance de esclarecer suas dúvidas a distância, promovendo, ainda, o estudo em 
grupo com estudantes separados geograficamente, permitindo-lhes a discussão de 
temas do mesmo interesse. 
Mediante essa tecnologia, o aluno sairá de seu isolamento, enriquecendo seu 
conhecimento individualmente ou em grupo. Ele poderá fazer perguntas, manifestar 
ideias e opiniões, fazer uma leitura de mundo mais global, assumir a palavra, 
confrontar ideias e pensamentos e, definitivamente, na sala de aula não ficará mais 
confinado a quatro paredes. Isso quer dizer que o uso dessa tecnologia poderá 
criar uma nova dinâmica pedagógica interativa, a qual, se inserida num projeto 
pedagógico sólido, sem dúvida, contribuirá e muito para a formação dos alunos 
(GARCIA, 2000, p.5)
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 6/15
Essas conexões geralmente apontam recursos relevantes (artigos, sites, livros, 
eventos e conferências) e propiciam a participação em discussões on-line sobre 
ideias e problemas emergentes. 
Uma rede social pode ser a fonte mais rápida de respostas para questões 
urgentes. Mesmo sem publicar na web, um aluno pode ter acesso a ideias e 
novidades importantes.
Os benefícios também se acumulam baseado no que os alunos compartilham, 
assim como no que são capazes de encontrar nas mídias sociais. O aprendizado de 
mídia social vem do que você oferece, divulga ou compartilha, bem como do que 
você obtém por meio das suas conexões.
 O ato de escrever obriga as pessoas a exercitar seus pensamentos, transformando 
um conjunto de impressões e ideias, por vezes aleatórias, em uma narrativa coesa. 
Ao interagir dessa maneira, as pessoas aumentam a probabilidade de receberem 
feedbacks sobre suas ideias e suporte para o seu trabalho. 
Além disso, uma linha de tempo de postagens fornece um registro de anotações 
que podem ser pesquisadas mais tarde. Essa pode ser uma maneira rápida de 
garantir que as ideias não sejam esquecidas. O uso das mídias sociais também 
ajuda a consolidar a reputação profissional de uma pessoa.
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 7/15
A seguir, apresentamos algumas perguntas que você pode fazer ao 
considerar a estratégia de mídia social para seu ambiente de aprendizagem:
• Que ferramentas de mídia social os alunos já utilizam e como podemos usá-las 
para propiciar aprendizagem?
• Que ferramentas de mídia social estão disponíveis para que os alunos as 
explorem?
• Quem são as pessoas que os alunos devem “seguir” ou das quais devem se 
tornar “amigos”? Quais ferramentas eles usam?
• Quais são as melhores maneiras de ativar e promover interações assíncronas 
que oferecem suporte à aprendizagem?
• Quais conversas on-line podem ser mais públicas (na internet) e quais precisam 
ser limitadas a ferramentas dentro da empresa (por razões de privacidade e 
segurança)?
• Como podemos promover o uso das mídias sociais entre os alunos que têm 
pouca experiência com esse recurso de aprendizagem?
• Que políticas de mídia social estão em vigor e foram desenvolvidas com a
aprendizagem em mente?
Liderando uma Comunidade de Aprendizes
Quando você tem um grupo de alunos que já tem um relacionamento uns com os 
outros, apoiando sua aprendizagem contínua em um ambiente robusto; esse 
contexto pode ser um impulso real para a consolidação desse ambiente como 
comunidade de aprendizado. Através do design deste ambiente, você pode 
disponibilizar materiais adicionais, espaço para documentação compartilhada e 
novos canais de comunicação que serão bem-vindos e bem utilizados.
A ferramenta de construção de comunidades mais importante é a conversa direta. 
Por essa razão, é fundamental abrir canais que permitam que na comunidade haja 
o envolvimento de uns com os outros. Esses canais podem ser diretos e eletrônicos:
reuniões, comunicação de vídeo e áudio, fóruns de discussão, mensagens
instantâneas e outros meios de interação de forma síncrona e assíncrona.
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Pode ser importante ter, para seu ambiente de aprendizagem, um administrador 
de comunidade (ou uma equipe de consultoria) que assuma o papel de promover 
ativamente a interação e o compartilhamento entre os membros do grupo. Um 
administrador auxilia na construção de uma comunidade porque:
• conhece os membros da comunidade um a um e se familiariza com seus
projetos e necessidades de aprendizagem;
• apresenta as pessoas umas as outras, especialmente quando elas têm
necessidades ou projetos específicos em comum;
• leva os membros da comunidade a publicar ideias, perguntas e recursos para
o espaço da comunidade;
• garante que os membros da comunidade respondam suas perguntas em
tempo hábil;
• convida especialistas para contribuições e interações;
• compartilha histórias sobre o que os indivíduos da comunidade realizam;
• estimula conversas entre membros da comunidade deliberadamente,
publicando conteúdo provocativo ou convincente,fazendo perguntas
interessantes e reunindo membros que trabalham em desafios semelhantes;
• atenta para as necessidades emergentes da comunidade e, proativamente,
encontra e cura recursos que podem ser úteis;
• modera a experiência on-line, gerencia problemas técnicos;
• obtém apoio de líderes, principais interessados e outros defensores
necessários;
• mede e informa os resultados da comunidade.
Permitir que os alunos auxiliem no desenvolvimento do ambiente também ajudará 
a garantir seu sucesso. Ao envolver ativamente os alunos no planejamento e no 
ambiente, você aumenta, consideravelmente, as chances de que eles endossem 
os materiais e as atividades que você montou. Os alunos podem ajudar a marcar 
os melhores recursos e identificar aqueles que são inúteis ou se tornaram 
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 9/15
desatualizados. Mais importante ainda: os membros da comunidade também podem 
ser autores dos artigos, folhas de dicas, vídeos e outros recursos de aprendizagem 
para a base de conhecimento compartilhado dessa comunidade.
Quando um grupo de pessoas já tem relações umas com as outras, os aspectos sociais 
do ambiente de aprendizagem podem receber fortes críticas e os alunos podem 
responder bem a novas formas de interagir, especialmente quando o ambiente 
fornece conexão com especialistas. Por outro lado, pode ser mais difícil promover a 
atividade da comunidade quando os alunos têm apenas “laços tênues” entre si. Nesse 
caso, o designer deve ir além da construção da infraestrutura para a interação da 
comunidade. Se você simplesmente agrupar e/ou ordenar recursos, abrindo um 
fórum de discussão para alunos que ainda não têm uma relação de trabalho, 
não é provável que você obtenha sucesso, pelo menos não na geração de discussão 
entre alunos. Eles, provavelmente, não vão se conhecer a ponto de 
interagir efetivamente em um fórum público.
É importante considerar, por exemplo, 
para que (ou para quem) você montou 
o ambiente de aprendizagem. Se você
montou esse ambiente para apoiar o
desenvolvimento do administrador,
este, por vezes, pode deixar de
perceber o potencial que existe em
todos os que dependem uns dos outros
neste processo. Você pode desenvolver
um ambiente para os recém-chegados
que mal se conheceram ainda. Ou
o seu ambiente de aprendizagem pode
ser direcionado a um grupo de usuários
geograficamente dispersos que
trabalham em diferentes organizações e
indústrias, que não sabem quem são os
usuários e não têm certeza
se confiam uns nos outros. Nesses casos
todos, você está a montar um
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ambiente para atender às necessidades de um grupo de alunos que ainda não 
possui conexões profundas.
Muitos teóricos advertem contra a tentativa de criar uma comunidade onde não 
exista interação, embora algumas organizações tenham tido sucesso nesse tipo 
de construção ao longo do tempo. O papel do administrador da comunidade é 
fundamental e todas as atividades descritas precisam ser implementadas de forma 
consistente.
Estudo de Caso
As pessoas são fundamentais para a aprendizagem. O design dos ambientes de 
aprendizagem não apenas propiciam as conexões entre as pessoas, como também, 
incentivam interações que promovem o aprendizado e o desenvolvimento. Para 
cada projeto de design de ambiente de aprendizagem, você precisará determinar 
as formas que têm mais impacto na promoção e no suporte à interação. Em 
alguns casos, esse trabalho será bastante fácil, na medida em que você aproveita 
os relacionamentos que já existem ou são simples de serem fortalecidos. Em 
outros projetos, no entanto, você pode precisar se esforçar para descobrir como 
incorporar mais componentes e pessoas de acordo com a sua visão. Embora 
relacionamentos sólidos de aprendizagem produtiva não possam ser criados à 
força, fornecemos uma base a partir da qual você pode começar a desenvolver 
suas estratégias para promover a aprendizagem social. Então, para isso, imagine uma 
empresa que necessite de um ambiente que propicie esse tipo de relação e que 
mantém filiais em várias partes do continente. Por onde começar? Quais serão as 
suas estratégias iniciais?
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 11/15
Saiba Mais
Leia o artigo seguinte para aprofundamento do tema:
“Redes sociais no processo de ensino e aprendizagem com a palavra 
o adolescente”. Disponível em <https://dspace.bc.uepb.edu.br/
xmlui/handle/123456789/13219>.
Na ponta da língua
https://dspace.bc.uepb.edu.br/xmlui/handle/123456789/13219
https://player.vimeo.com/video/244031783
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 12/15
Referências Bibliográficas
CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1987.
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015.
NÉRICI, I. G. Didática: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1993.
THOMAS, D., SEELY BROWN, J. A New Culture of Learning: cultivating the 
imagination for a world of constant change. Self-published, 2011.
Programas de Desenvolvimento Formal, Treinamento, Tutoria, Acompanhamento e Evento de Aprendizagem entre Pares como Fatores 
Individuais, Relacionais e Organizacionais de Aprendizagem • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 2/15
Objetivo de Aprendizagem
• Reconhecer as possibilidades de ambientes de aprendizagem para os
contextos acadêmicos.
Ambientes de Aprendizagem em Contextos 
Acadêmicos
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro 
Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine 
Lombardozzi. Revisão 2020
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 3/15
Ambientes de Aprendizagem em Contextos 
Acadêmicos
Os professores de ensino fundamental e os de ensino superior também estão sendo 
desafiados a pensar além do contexto de um curso ou currículo engessado. Em 
muitas áreas, a base de conhecimento e o conjunto de habilidades necessárias para 
garantir uma prática significativa, têm avançado em ritmo acelerado. 
Os professores reconhecem que precisam preparar os alunos para desenvolver 
e atualizar continuamente suas habilidades, mesmo que estejam no processo de 
aprendizagem das bases e práticas atuais.
Várias outras influências direcionam os docentes a repensarem as abordagens 
tradicionais. Muitos desejam ter influência a longo prazo sobre a vida profissional 
de seus alunos e dos egressos. 
Eles se esforçam para criar o que Dee Fink (2013) chama de “experiências de 
aprendizado significativas”, que permanecem com os alunos e ampliam seu contínuo 
desejo de se lançar em um campo ou área de atuação. 
As experiências como as do fenômeno do MOOC (do inglês massive open online 
course, curso on-line aberto e massivo) enfatizaram a utilidade de uma comunidade 
de aprendizagem. 
Isso acontece se os alunos participam de programas tradicionais ou juntam créditos 
formais em uma missão curricular individual. Os professores que abraçaram a ideia 
de aprendizagem conectada, educação aberta e MOOCs conectivistas,continuam 
explorando maneiras de construir nos alunos habilidades de aprendizagem do 
século 21, ajudando-os a aproveitar melhor a web e construir 
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 4/15
suas redes, de maneira que se apoie a aprendizagem e os coloque em condições de 
cocriar os conhecimentos e as habilidades necessárias para o futuro.
Por todas essas razões, os membros do corpo docente procuram formas de dar 
acesso aos alunos, a materiais de referência, de ajudá-los a construir conexões 
profissionais de longo prazo e apoiá-los no desenvolvimento de habilidades de 
aprendizagem ao longo da vida. Esses ambientes podem ser uma maneira de 
alcançar esses fins.
Aplicações Acadêmicas para Ambientes de Aprendizagem
Tal como no ambiente corporativo, existem várias formas de conceber os ambientes 
de aprendizagem. Nos temas anteriores, abordamos as trocas de conhecimento, 
os portais de aprendizagem e os atores envolvidos nesse processo. Esses podem 
ser adaptados para uso no contexto acadêmico, embora possam ser mais bem 
conceituados no nível de departamento do que no nível de curso, para incluir uma 
maior variedade de materiais a um grupo de alunos em maior potencial.
Quadro 16.1 – Interpretações acadêmicas de estratégias de ambiente de aprendizagem
Estratégias Possibilidade de Interpretações Acadêmicas
Centro de aprendizagem 
compartilhada
Oferecer aos alunos materiais extras para exploração e 
prática.
Orientar os alunos a continuar sua aprendizagem além do 
curso.
Troca de conhecimento
Aproveitar a experiência que os alunos trazem para seus 
estudos sobre um assunto específico.
Solicitar aos alunos que compartilhem seus projetos e 
experiências para que os outros usem como recursos de 
aprendizagem.
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 5/15
Portal de aprendizagem
Contextualizar um currículo e compartilhar recursos 
adicionais para a aprendizagem dos alunos.
Ajudar os alunos a entender a conexão de cada curso com 
uma estratégia geral para desenvolver conhecimentos ou 
habilidades.
Colaboratório
Fornecer um espaço em que os alunos possam trabalhar na 
vanguarda dos seus campos, aplicando o que aprendem para 
criar novas abordagens, estruturas ou teorias.
Fonte: adaptado de Campbell (2014).
Os conceitos de design de ambiente de aprendizagem também podem ser 
aplicados a outras estratégias emergentes no ensino superior, conforme descrito nas 
subseções a seguir.
Curso Conectado
Um ambiente de aprendizagem pode 
ser uma forma de organizar um curso de 
base construtivista centrado no aluno. 
Seu objetivo seria dar-lhes acesso a uma 
ampla gama de materiais e atividades 
sobre um tópico e conectar alunos e 
especialistas como forma de criar um 
ambiente rico para a exploração e 
discussões orientadas. Os próprios 
alunos definem e ajustam seus objetivos 
de aprendizagem e determinam em 
quais atividades eles querem se 
envolver. 
Os cursos conectados são realizados on-
line e, muitas vezes, incluem pessoas que 
não estão realizando o curso. Estas 
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 6/15
podem ser aprendizes interessadas e 
pensadores ou praticantes da área em 
questão.
Os docentes e designers de cursos 
conectados começam por curar 
recursos em uma variedade de 
formatos que podem ser o fundamento 
da exploração de um determinado 
tópico ou habilidade. Eles configuram 
sistemas que conectam aprendentes 
uns aos outros e sugerem uma 
variedade de atividades práticas que 
desafiam os alunos a compartilhar seus 
conhecimentos e habilidades para que 
os outros comentem e aproveitem sua 
própria aprendizagem. Eles também 
convidam os líderes de pensamento e os autores a compartilhar suas perspectivas 
em conversas abertas. Gartner Campbell (2014) descreveu essa abordagem 
como foco de “atenção conjunta” em um tópico específico. Os aprendentes e os 
facilitadores trazem à mesa recursos e ideias e, em seguida, cada membro do grupo 
usa aquelas que são confiáveis e úteis.
A avaliação em tais cursos (quando necessário) é frequentemente baseada em 
materiais que os alunos produzem, seja através de uma apresentação, mostrando o 
que eles aprenderam, seja mediante projetos que apliquem os conhecimentos a um 
determinado problema prático.
Site de Desenvolvimento de Força de Trabalho
Alguns programas acadêmicos são desenvolvidos com o propósito de preparar os 
alunos para um emprego específico ou para o mercado de trabalho. Uma faculdade 
ou universidade pode lançar um site de desenvolvimento de força de trabalho para 
a iniciativa específica de auxiliar os alunos na sua preparação, além de completar 
um currículo definido. O site pode ser projetado para aumentar o interesse no 
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 7/15
programa, enriquecer a experiência do aluno ou encorajar a aprendizagem contínua 
e o desenvolvimento de habilidades. Conectar estudantes uns aos outros e aos 
empregadores também é importante, o que pode ser considerado uma estratégia 
de sucesso.
Site de Recursos de Conhecimento 
O papel de um estudioso é aprofundar nosso conhecimento em um cenário 
particular, e os membros do corpo docente, às vezes, podem se decepcionar 
com o alcance de seu trabalho. Embora um de seus objetivos seja disseminar o 
conhecimento, o trabalho que eles fazem é, frequentemente, disponibilizado apenas 
para seus próprios alunos, leitores de revistas acadêmicas e colegas pesquisadores. 
Para influenciar a prática e continuar a enriquecer o conhecimento dos alunos que 
atravessam seus caminhos, os professores também podem projetar sites que servem 
como ambientes de aprendizagem para sua base de conhecimento e pesquisas. 
Em um site pessoal ou em um site dedicado ao tema de interesse, os membros do 
corpo docente podem curar uma variedade de recursos e atividades para colegas, 
estudantes e outras pessoas interessadas. Webpages ricas em conteúdo, listas de 
referências, artigos, links com curadoria, materiais multimídia, postagens em blog 
e feeds podem ser agrupados como recursos valiosos. O docente também pode 
oferecer “salas” à moda antiga, novos “hangouts” ou webinars para ter conversas mais 
abertas sobre seu trabalho e interesses. Colaborar em tal site com outros estudiosos 
pode ser gratificante e impactante.
Open Wiki
Os membros da faculdade também podem incentivar os alunos a contribuir e a 
atualizar continuamente um ambiente de aprendizagem sobre um determinado 
tópico (ou habilidade). Este pode ser hospedado em um site de Wiki ou em um site 
mantido por professores e alunos de forma contínua. Semelhante à aplicação do site 
de conhecimento, um wiki serviria como um recurso contínuo, mas seria construído 
por estudantes e, constantemente, atualizado por aulas sucessivas até que se torne 
a referência favorita aos usuários.
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 8/15
Site de Serviços para 
Estudantes
Além de ambientes de aprendizagem 
ligados ao conteúdo e às habilidades 
relacionadas às várias disciplinas 
acadêmicas, os ambientes de 
aprendizagem também podem ser úteis 
como serviços de apoio acadêmico 
e recursos de desenvolvimento 
de estudantes. Os sites podem ser 
imaginados para práticas de estudo, 
planejamento de carreira, pesquisa 
de emprego, desenvolvimento de 
liderança estudantil, orientação para 
o primeiro ano, programas de “livros”,
aconselhamento acadêmico e muito
mais. Esses ambientes podem ter
componentes on-line e off-line que 
gerem interesse, reúnam pessoas e 
forneçam recursos.
Componentes em 
Ambientes Acadêmicos
A estruturação do design do ambiente 
de aprendizagem pode ser descrita por 
seis categorias de componentes: 
• Recursos;
• Pessoas;
• Treinamento e educação;
• Práticas de desenvolvimento;
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 9/15
• Práticas de aprendizagem
experiencial;
• Motivação do aluno e autodireção.
Essas categorias são consideradas 
importantes e úteis no design de 
ambientes no contexto acadêmico.Motivação e Autodireção do Aluno
A motivação do aluno e a autodireção sustentam o sucesso de um ambiente de 
aprendizagem. Os alunos, frequentemente, vêm a programas acadêmicos 
motivados mais para obter uma credencial, ou um certificado, do que para 
aprender, necessariamente, fundamentos e habilidades desenvolvidos em cursos 
específicos. E, apesar do fato de termos evoluído várias décadas com a revolução 
digital, muitas vezes, eles ainda esperam por abordagens educacionais 
tradicionais, estruturadas por um professor. 
Os professores e designers de cursos que desejam usar a abordagem de 
ambientes de aprendizagem (híbrida) devem incorporar materiais e atividades 
especificamente projetados a promover a motivação do aluno. E eles devem usar 
a abordagem como forma de “andaime”, ensinando aos alunos a gerenciar seus 
próprios processos de aprendizagem.
As pessoas se motivam a aprender quando entendem como a aprendizagem 
será aplicada na prática, valorizando, assim, os resultados. A aprendizagem 
contextualizada é sempre crucial, mas não mais do que quando se trabalha com 
alunos que podem ter pouca experiência na qual basear sua compreensão a 
respeito das possibilidades de aplicação. Muitas vezes, é importante convidar 
aqueles que fazem o trabalho de compartilhamento de experiências e inspiração 
dos alunos. Vídeos, convidados e seleção cuidadosa de leituras podem fornecer 
essa centelha para os estudantes.
Uma vez que os alunos estejam interessados, eles podem esperar que o professor 
lhes diga o que precisam saber e dar instruções e critérios claros para aprender. 
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 10/15
Para desenvolver as habilidades de aprendizagem do século XXI e a capacidade 
de aprender continuamente durante toda a vida, considerando as mudanças 
constantes, os professores podem conceber estratégias que encaminhem os 
alunos por um processo que pode ser, mais tarde, acionado como uma estratégia 
autodirigida. A sugestão de trilhas de aprendizagem, a criação de estruturas 
fluidas, o fornecimento de exemplos e a facilitação da cocriação de resultados 
e a colaboração dos alunos em critérios de qualidade são apenas algumas das 
estratégias de “andaime” que podem ser imaginadas.
Estudo de Caso
Uma instituição de ensino superior vem revisitando seu ambiente virtual de 
aprendizagem. A proposta é estudar com os designers instrucionais e docentes 
as novas possibilidades de ferramentas de aprendizagem que podem ser 
disponibilizadas para os alunos. Como estratégia inicial, o grupo resolveu mapear 
o perfil dos alunos matriculados nos últimos três anos, a quantidade de acesso e
os recursos mais utilizados. Diante desse contexto, quais seriam os próximos passos
para que a equipe possa prosseguir no planejamento de um novo ambiente de
aprendizagem que atenda às necessidades dos alunos?
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 11/15
Saiba Mais
Leia, para aprofundamento do tema, ambos os textos sugeridos 
a seguir:
“Redes Virtuais de Aprendizagem na Sociedade e na Pesquisa”. 
Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/
viewFile/1518-2924.2008v13n25p55/847>.
“As possibilidades das redes de aprendizagem”. Disponível em: 
<http://www2.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/
tecnologias_eduacacao/redes_aprendizagem.pdf>.
Na ponta da língua
http://www2.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/redes_aprendizagem.pdf
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/viewFile/1518-2924.2008v13n25p55/847
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 12/15
Referências Bibliográficas
CAMPBELL, G. Why I Teach. Gardner Writes (blog), sept. 2014. Disponível em: 
<www.gardnercampbell.net/blog1/?p=2394>. Acesso em: 18 dez. 2017.
FINK, L. D. Creating Significant Learning Experiences. 2nd ed. San Francisco: Jossey-
Bass, 2013.
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015. 
ATIVIDADES DE AUTOESTUDO
a) 
b) 
c) 
d) 
Curso conectado, motivação e autodireção do aluno, site de serviços para 
estudantes.
Open Wiki, componentes de ambientes acadêmicos, aula expositiva. Site 
de relacionamento, site de cobrança e cadastro financeiro.
Curso conectado, site de cobrança e site de serviços para estudantes.
1. São consideradas estratégias de
aprendizagem emergentes para o ensino
superior:
Ambientes de Aprendizagem em Contextos Acadêmicos • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino 
e Aprendizagem em Ambientes de E-learning
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Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 2/18
Objetivo de Aprendizagem
• Conhecer os principais recursos para enriquecer os processos de ensino e
aprendizagem em ambientes de e-learning.
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro 
Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine 
Lombardozzi. Revisão 2020
Recursos para Enriquecer os Processos de 
Ensino e Aprendizagem em Ambientes de 
E-learning
Encontrar recursos para enriquecer o aprendizado dos alunos parece tarefa fácil. 
Os professores, muitas vezes, deixam de fora muitas leituras importantes quando 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 3/18
organizam os planos do curso. No entanto, curar esses recursos é uma tarefa 
fundamental e trabalhosa, uma vez que a preocupação está em identificar aqueles 
que são mais legíveis e confiáveis, aqueles que suscitam interesse e debate, e 
aqueles que você deseja que as pessoas acessem. Ou seja, a tarefa se torna fácil caso 
não exista preocupação com a qualidade dos recursos ofertados. 
Também é importante olhar além das fontes acadêmicas para encontrar recursos 
adicionais, como periódicos que focalizem a prática, webinars gravados e 
postagens em blog, que, geralmente, podem entusiasmar estudantes e jovens 
profissionais mais do que o próprio material acadêmico. 
Pessoas
No atual contexto, a geração de alunos que recebemos nas instituições de ensino 
apresenta necessidades diversas para aprender. Uma vez que os estilos de 
aprendizagem são diferentes, eles preferem receber os conteúdos também de 
variadas formas, como vídeo, imagem, texto e som.
Muitos querem material multimídia, razão pela qual é uma boa ideia diversificar os 
tipos de recursos que você cura para o seu ambiente.
Imagine os temas que os alunos podem preferir acompanhar diante de uma 
variedade de opções para aprofundamento dos estudos. Forneça links para outros 
portais que oferecem recursos na área de conhecimento (e áreas relacionadas) em 
específico para ajudar os alunos a explorarem o que está disponível. Anotar e 
categorizar os recursos também ajudará os alunos a encontrarem o que procuram 
para ampliar seu aprendizado em determinadas linhas de estudo.
Promover o crescimento das redes profissionais nem sempre é tarefa fácil, tendo 
em vista o contexto em desenvolvimento. É possível identificar as pessoas que os 
alunos devem seguir e fornecer links de mídia social para especialistas que 
propiciam discussões on-line. Isso dá aos alunos uma oportunidade real de se 
conectarem com as conversas atuais do ramo. É possível também, disponibilizar 
uma plataforma através da qual os alunos podem se conectar uns aos outros, 
mesmo fora de seu tempo de formação. Oportunidades para trabalhar com outros 
em projetos com especialistas específicos proporcionam conexões valiosas para 
seus alunos e uma rica troca de saberes.
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagemem Ambientes de E-learning• 4/18
Possibilitar esta troca estabelecendo relações sociais entre pares, de forma 
presencial ou virtual, é uma das formas de relacionar as teorias de aprendizagem, 
seus estilos e as ferramentas de informação e comunicação contemporâneas.
Para ampliar as possibilidades de aprendizagem dos alunos, é importante 
conhecer e interagir com o contexto no qual estão inseridos, tornando a 
aprendizagem significativa e eficiente.
Treinamento e Educação
É possível destacar os cursos que você e seus colegas ministram. Para um estudo 
prolongado, você pode recomendar um curso em outra faculdade ou universidade, 
ou cursos gratuitos estruturados, como os MOOC's, por exemplo. Você também 
pode indicar seminários e workshops que sejam oferecidos por especialistas na área, 
e, no caso de serviços de apoio acadêmico e desenvolvimento de alunos, você pode 
incluir programas de treinamento e educação como parte dele.
Práticas de Desenvolvimento
Em ambientes corporativos, a categoria de práticas de desenvolvimento refere-
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 5/18
se a programas e atividades planejadas e lideradas por gerentes da empresa. Em 
um contexto acadêmico, você pode considerar listar as oportunidades que pode 
oferecer, as quais ajudarão a desenvolver o conhecimento e as habilidades dos 
alunos. Trabalhar em um projeto de pesquisa, participar de discussões de livros, 
participar de estágios com treinamento de professores e supervisão, reunir 
socialmente os estudantes para criar redes, todas essas ações são possibilidades 
para esta categoria. Exigir ou apoiar os alunos na criação de um portfólio é outra 
forma de ajudá-los a unir o espaço entre o estudo e a prática acadêmica.
Práticas de Aprendizagem Experiencial
Aprendizagem baseada em problemas, projetos de recursos reais e outros trabalhos 
práticos podem dar aos alunos uma experiência real que solidifica seu aprendizado. 
Os estudantes, geralmente, relatam que essas atividades estão entre aquelas que 
consideram mais valiosas durante a faculdade. Além de oferecer experiências, 
ajudam os alunos a perceber o seu sentido, processando e refletindo sobre 
o que aprenderam e sobre o modo como podem aplicar isso em futuros 
empreendimentos. 
Certifique-se de oferecer os meios pelos quais os alunos podem começar a avaliar 
seu próprio sucesso na implementação das práticas de sua profissão. 
As listas de verificação de qualidade, os processos e formulários de 
automonitoramento, os guias de observação e outros suportes oferecem aos alunos 
uma maneira de verificar, na prática, o que aprenderam.
Existem muitas sugestões sobre o encaminhamento das práticas de ensino superior. 
Parece existir um consenso em torno da necessidade de preparar os graduados 
para a aprendizagem da vida e a produtividade, para a aprendizagem de uma 
comunicação eficaz, para o pensamento crítico, a tomada de decisão ética, a 
pesquisa e habilidades de aprendizagem autodirigidas, e também, um conjunto de 
conhecimento e habilidades profissionais específicos. O desenvolvimento desses 
fatores pode ocorrer por meio de estruturas de curso que oferecem mais aplicação 
de atividades do que de testes de conhecimento, por exemplo. 
Em vez de ter uma média de nota como prova de aprendizado na estrutura da 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 6/18
faculdade, estudantes e empregadores podem, na verdade, querer ver portfólios 
de resultados e provas de desenvolvimento de habilidades específicas.
Além das formas que a faculdade adota e ajusta as práticas de ensino ativo, uma 
estratégia que apoie a aprendizagem contínua e o desenvolvimento de uma rede 
de especialistas e colegas será 
sempre bem-vinda. 
O design de ambiente de 
aprendizagem é uma estratégia que 
pode ser concebida e implementada 
por membros do corpo docente 
individualmente (ou um pequeno 
grupo de colegas) sem que se espere 
por uma mudança completa na forma 
como o ensino superior é “embalado e 
entregue”.
O Futuro da Aprendizagem
Parte do que torna o trabalho com 
desenvolvimento e aprendizagem tão 
emocionante é o fato de que se trata 
de um campo em constante mudanças, 
tendo em vista as novas tecnologias, 
os desafios e as oportunidades que 
emergem todos os dias em contextos 
corporativos de ensino superior. 
Quando você combina mudanças nas abordagens de aprendizagem com mudanças 
no mundo em geral, você ganha um campo dinâmico e fascinante para o trabalho.
Há uma série de tendências e desafios no local de trabalho e na educação que 
manterão os profissionais de aprendizagem na zona de desconforto nos próximos 
anos. 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 7/18
Duradoura instabilidade no ambiente de negócios
Os líderes empresariais enfrentam ambientes que passam por constante mudança, 
influenciados pelo mercado, pelas oportunidades, pelas pressões globais, pelos 
dados demográficos cada vez mais diversificado de mão de obra, pela expansão 
e mudança de plataformas e ferramentas tecnológicas e pela incerteza política 
e regulatória. Essas forças também afetam a estratégia de aprendizagem. Essas 
rápidas mudanças requerem aprendizagem na modalidade on-line, e o design 
de ambientes virtuais de aprendizagem deve aprender a prever as necessidades 
de desenvolvimento de competências e, o mais rápido possível, responder com 
recursos que tenham passado por curadoria. Os provedores de educação também 
precisam ser mais sensíveis a essas necessidades de mudanças.
Velocidade abrupta de mudança e explosão de informações 
disponíveis
É praticamente impossível acompanhar as transformações contemporâneas. Os 
funcionários precisam, desesperadamente, de estratégias para filtrar informações 
e adotar mudanças que os ajudem a permanecer focados na tarefa em questão. A 
colaboração, nesse contexto, é peça-chave, tendo em vista que os funcionários 
podem compartilhar o que acham importante e ajudar uns aos outros a se 
manterem atualizados. Designers de ambientes de aprendizagem virtual podem 
apoiar os esforços dos funcionários, fornecendo ferramentas e “consultores de 
aprendizado”. Na preparação acadêmica de carreiras, alguns conhecimentos 
passam a ser desatualizados, mesmo antes de os alunos se formarem, de modo que 
desenvolver a capacidade de aprender continuamente torna-se cada vez mais 
indispensável.
Compreensão gradativa de que o atual desempenho dos 
funcionários depende de um trabalhador conectado e 
colaborativo
Os funcionários precisam de redes fortes dentro e fora de suas organizações e 
devem aprender a colaborar, efetivamente, tanto no local de trabalho (físico) 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 8/18
quanto em locais geograficamente 
distantes. A aprendizagem social 
informal e a capacidade de usar a 
tecnologia para se conectar a recursos e 
pessoas, conforme necessário, tornam-
se habilidades essenciais. As 
organizações continuam a encontrar 
formas de conectar os funcionários 
através de sistemas de aprendizagem e 
desempenho social, e elas utilizam cada 
vez mais os smartphones e tablets (ou 
criam políticas para utilização de seus 
próprios dispositivos) que permitam o 
acesso eletrônico imediato ao suporte 
de desempenho e às comunicações de 
qualquer lugar, a qualquer momento. 
Os recursos de aprendizagem precisam 
ser conectados, colaborativos e 
portáteis.
Aumento do interesse e do 
empenho na aprendizagem 
móvel
Uma outra implicação do trabalho 
conectado e colaborativo é o 
reconhecimento de que, em muitas 
situações, os alunos têm a mesma 
probabilidade de acessar recursos 
de aprendizagem tanto em um 
smartphone ou tablet, quanto em um 
computador desktop. As empresas 
podem até se interessar mais por criar 
aplicativos corporativos personalizados 
de aprendizagem e de suporte 
Recursos para Enriquecer os Processosde Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 9/18
ao desempenho. Os recursos de 
aprendizagem precisam ser acessíveis e 
utilizáveis em dispositivos menores e em 
curtos períodos de tempo. Os projetos 
de aprendizagem que exigem maior 
investimento de tempo também podem 
ser realizados por dispositivos móveis e 
acompanhamento móvel e materiais de 
apoio.
Ampliação da atenção à aprendizagem customizada, 
personalizada e adaptativa
Embora esses termos, a princípio, possam ter significados diferentes, todos eles se 
concentram em uma visão mais centrada no aluno, nas formas de aprendizagem, na 
entrega de materiais aos alunos, considerando-se prazos apropriados. Um ambiente 
de aprendizagem evolui, possibilitando aos alunos, controle sobre os recursos que 
eles selecionam.
Tecnologia em constante evolução
Qualquer olhar para o futuro deve tentar antecipar como as tecnologias mais 
recentes podem auxiliar o aprendizado e o desempenho dos alunos. Entre os itens 
que emergem imediatamente a esta escrita, estão a tecnologia portátil, a internet 
e a impressão em 3D. Os designers já iamginam como tornar o acesso 
aos recursos ainda mais eficientes com computadores portáteis e dispositivos 
especializados. O movimento Internet of things considera como a conexão de fluxos 
de dados de fontes separadas pode tornar a tomada de decisões mais fácil (ou 
mesmo desnecessária à medida que os algoritmos processam dados e respondem 
em conformidade). 
A impressão tridimensional pode tornar mais fácil a criação de recursos físicos, 
permitindo a elaboração de objetos/recursos exclusivos para a aprendizagem. 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 10/18
Além dessas áreas emergentes, os 
avanços na aprendizagem móvel 
são uma tendência contínua, que 
exige menos bytes no suporte à 
aprendizagem em plataformas que 
oferecem telas menores. Todas essas 
possibilidades que se abrem para 
novos recursos e atividades de ensino 
podem ser incorporadas em um 
ambiente de aprendizagem.
Continuação do 
compromisso com a 
medição dos resultados 
Tanto os empregadores quanto 
os funcionários estão interessados 
em garantir os resultados do 
investimento em aprendizagem. Pode 
haver mais interesse nas estratégias de 
“badging” (que registram habilidades e 
capacidades) do que no 
credenciamento acadêmico, o que, por 
si só, provou ser um indicador de 
fundamentação de conhecimento e 
habilidades (formação) não confiável. 
Para a medição de resultados em 
ambientes de aprendizagem, portanto, 
pode ser preciso desenvolver 
estratégias para que os alunos registrem 
a construção de habilidades ao longo 
do próprio caminho.
Aprofundamento do 
foco no envolvimento 
e no engajamento dos 
indivíduos
Os empregadores entendem o valor de 
ter colaboradores envolvidos, razão pela 
qual têm instituído políticas 
e práticas no local de trabalho que 
apoiam o engajamento. Ser capaz de 
aprender e se desenvolver no trabalho, 
geralmente representa grande parte das 
ações que faz os funcionários se 
envolverem e se engajarem em algum 
propósito. Por essa razão, a estratégia de 
aprendizagem é fundamental para o 
engajamento dentro de uma 
organização. 
É importante que os funcionários sejam 
imediatamente atualizados quando 
começam um trabalho e 
que sejam apoiados a continuarem 
aprofundando sua base de 
conhecimentos e habilidades, tanto de 
forma independente quanto em 
colaboração com outros.
Continuação do foco na 
análise
Os líderes de aprendizagem devem 
entender as análises e trabalhar para 
definir medidas apropriadas, proativas 
e impactantes que apoiem a tomada 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 11/18
de decisões e o planejamento, muito além do simples relatório de atividades e 
resultados. O uso de dados para personalizar recomendações de aprendizado é 
muito importante.
Diminuição da vontade de investir no desenvolvimento dos 
funcionários
Os empregadores, constantemente, querem contratar pessoas que já sejam 
qualificadas para o trabalho e não querem pagar pelo desenvolvimento 
de funcionários que os torne mais rentáveis a outros empregadores. Isso 
coloca os funcionários na posição incômoda de ter de gerenciar seu próprio 
desenvolvimento, sem, necessariamente, ter recursos financeiros ou tempo para 
fazê-lo. 
Nesse contexto, as organizações precisam apoiar os funcionários, fornecendo 
orientação para o autodesenvolvimento, especialmente daqueles que custam pouco 
ou quase nada em moeda real. Promover ambientes de aprendizagem pode ser 
uma maneira robusta, mas barata de propiciar o desenvolvimento dos funcionários.
Aumentando o investimento em desenvolvimento do líder
Os empregadores veem o desenvolvimento do líder como uma necessidade 
fundamental, sendo a única área na qual eles estão dispostos a investir tempo e 
recursos. Eles esperam garantir o futuro da organização e estimular o 
compromisso do líder a longo prazo, assegurando o desenvolvimento contínuo 
desses profissionais. O seu desenvolvimento requer aprendizagem experiencial e 
outras estratégias não formais de aprendizagem no trabalho. 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 12/18
Estudo de Caso
Uma instituição de ensino contratou um designer instrucional para planejar e 
desenvolver um ambiente virtual de aprendizagem juntamente com a sua equipe 
pegagógica. Na reunião inicial, o profissional em questão apresentou diferentes 
recursos para enriquecer os processos de ensino e aprendizagem em ambientes 
de e-learning. Um dos recursos, evidentemente, foi a tecnologia em constante 
evolução, tendo apresentado o uso da impressão 3D e de projetos que envolvem 
inteligência artificial. Nesse contexto, percebeu que alguns educadores conheciam 
pouco sobre essas tecnologias. Diante do exposto, o designer levantou os 
seguintes questionamentos: 
• Quais são os recursos tecnológicos utilizados pelos alunos da
instituição?
• Como podemos pensar em um ambiente e-learning com base nesses
recursos?
• Como vamos atender às necessidades individuais e coletivas dos alunos,
respeitando os estilos de aprendizagem e também a concepção teórico-
pedagógica estabelecida nos projetos pedagógicos da instituição?
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 13/18
Saiba Mais
Leia os artigos seguinte para aprofundamento do tema:
“Impressão 3D e o desenvolvimento de produtos educacionais”. 
Disponível em: <https://bit.ly/3IQYAla>
“INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, BLENDED LEARNING E EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA: contribuições da IA na aprendizagem on-line a distância.” 
Disponível em: <https://bit.ly/3g7DItR>
Na ponta da língua
https://www.researchgate.net/publication/331451816_Impressao_3D_e_o_desenvolvimento_de_produtos_educacionais
https://www.uemanet.uema.br/revista/index.php/ticseadfoco/article/view/428
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 14/18
Referências Bibliográficas
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015. 
Recursos para Enriquecer os Processos de Ensino e 
Aprendizagem em Ambientes de E-learning• 18/18
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Ensino Superior e E-Learning • 2/15
Objetivo de Aprendizagem
• Reconhecer tendências e estratégias de e-learning para o ensino superior.
Ensino Superior e E-Learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning 
Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 
2020
Ensino Superiore 
E-learning
As tendências contemporâneas 
afetam as pessoas que trabalham 
em ambientes de ensino superior, 
mudando o valor dos programas de 
graduação e diminuindo a confiança 
nas faculdades e universidades na 
preparação dos trabalhadores para o 
mercado de trabalho. Não está claro 
onde esperamos que os funcionários 
desenvolvam as habilidades de 
que necessitam se não através de 
programas acadêmicos. 
Novos sistemas de desenvolvimento 
de força de trabalho podem entrar 
em jogo, e há uma série de opções 
na mesa a serem observadas, como o 
uso crescente de badging, educação 
baseada em competências, que se 
Ensino Superior e E-Learning • 3/15
concentra na validação de habilidades específicas adquiridas, de programas de 
certificação de fornecedores respeitáveis e instituições acadêmicas, aprendizagens 
com profissionais líderes ou independentes da indústria e estratégias de orientação 
e coaching. 
Os designers instrucionais nas universidades estão sob pressão para demonstrar o 
valor das metas e resultados educacionais. A educação já se trata de transmissão 
de conhecimento, mas sim de desenvolvimento de habilidades ao longo da vida, 
embora ambos sejam importantes. 
Isso tem implicações para o design do curso, pois os educadores procuram criar 
atividades de aprendizagem relevantes e desafiadoras para garantir resultados 
educacionais com impacto de longo prazo, tendo em vista as exigências legais para 
o desenvolvimento de cursos voltados para o ensino superior e as exigências do
mercado para o desenvolvimento de competências que atendam às necessidades
na área de trabalho.
O ensino baseado em desenvolvimento de habilidades e competências vem 
ganhando força nas discussões entre os educadores. Competências técnicas, 
essenciais e também competências socioemocionais fazem parte da maioria dos 
projetos pedagógicos dos cursos de graduação, por exemplo.
Competências, de acordo com Perrenoud (1999, p. 7), correspondem à 
“capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em 
conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”. 
Para Fleury e Fleury (2001, p. 184) “competência é uma palavra do senso comum, 
utilizada para designar uma pessoa qualificada para realizar alguma coisa”. 
Moretto (2009) a define como a capacidade do sujeito de mobilizar recursos para 
abordar e resolver situações complexas.
Ensino Superior e E-Learning • 4/15
As competências, enquanto ações e operações mentais, articulam 
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, constituídos de forma 
conjugada e mobilizados em realizações profissionais com padrões 
de qualidade requeridos, normal ou distintamente, das produções de 
uma área profissional; em síntese, a realização competente tem nela 
agregados saberes cognitivos, psicomotores e socioafetivos (Brasil, 
2000, p. 10)."
O desenvolvimento de competências tornou-se fundamental a partir do momento 
em que as discussões acerca da educação passaram pela necessidade de 
articulação entre teoria e prática, como também, pela necessidade de transferir os 
conhecimentos adquiridos para a prática por meio de problematizações. Dessa 
forma, muitos pesquisadores dividem as competências em três domínios:
• Cognitivo: envolve estratégias e processos de aprendizado, criatividade,
memória, pensamento crítico.
• Intrapessoal: tem relação com a capacidade de lidar com emoções e moldar
comportamentos para atingir objetivos.
• Interpessoal: envolve a habilidade de expressar ideias, interpretar e
responder aos estímulos de outras pessoas.
Cognitivo
Intrapessoal Interpessoal
Philippe Perrenoud (1999, p. 3), relaciona as propostas pedagógicas baseadas em 
competências com as teorias construtivista e interacionista ao afirmar o seguinte: 
fonte: a autora
Ensino Superior e E-Learning • 5/15
Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar 
por problemas e projetos, propor tarefas complexas e desafios que 
incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e, em certa medida, 
completá-los. Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa, 
aberta para a cidade ou para o bairro, seja na zona urbana, seja na 
zona rural. Os professores devem parar de pensar que dar aulas é 
o cerne da profissão. Ensinar, hoje, deveria consistir em conceber,
encaixar e regular situações de aprendizagem, seguindo os princípios
pedagógicos ativos e construtivistas. Para os professores adeptos de
uma visão construtivista e interacionista de aprendizagem, trabalhar
no desenvolvimento de competências não é uma ruptura."
A educação baseada em competências é uma tendência dos cursos de educação 
básica e superior e uma necessidade do próprio mercado de trabalho.
Aprendizado contextualizado
Para aprofundar a aprendizagem e melhorar a retenção de conhecimentos e 
habilidades desenvolvidos em um programa de graduação, os instrutores de ensino 
superior estão cada vez mais investindo em atividades contextualizadas. Essa 
necessidade requer o desenvolvimento de atividades de aplicação profundamente 
envolventes, e também, maiores parcerias entre escolas e empresas.
Recursos educacionais abertos
A integração de recursos abertos baseados na internet é necessária, pois o 
conteúdo dos cursos continuam a crescer, especialmente porque o ressentimento 
de usuários aprofunda a utilização de firewalls caros, que envolvem materiais 
publicados, e há preocupação com os custos de livros didáticos para estudantes 
e com os custos de serviços de assinatura em bibliotecas. Tal como seus colegas 
corporativos, os acadêmicos reconhecem que a qualidade dos recursos 
abertamente disponíveis na web torna muito mais fácil a compilação de materiais 
de leitura personalizados. A capacidade de um designer de encontrar, filtrar e curar 
materiais passa a ser mais importante.
Ensino Superior e E-Learning • 6/15
Aprendizagem aberta e 
domínio próprio
Mais instrutores de educação superior 
têm encontrado utilidade ao exigir que 
os alunos compilem seus assets de 
aprendizagem fora de um sistema de 
gerenciamento de curso fechado, para 
que eles possam continuar acessando 
as redes já trabalhadas e os materiais 
que criaram, mesmo após a formatura. 
Trata-se de uma oportunidade de 
acompanhar os egressos. Encorajar 
a aprendizagem aberta e conectada 
também prepara os alunos de forma 
mais eficaz para a aprendizagem 
autodirigida ao longo da vida.
Implicações
Para proporcionar valor neste tipo 
de ambiente, os profissionais que 
aprendem precisam expandir seu 
alcance e auxiliar a aprendizagem em 
todas as suas formas. 
Desenvolver uma compreensão 
aprofundada de aprendizagem 
social, aprendizagem informal, 
práticas de aprendizagem ponto 
a ponto, suporte ao desempenho, 
aprendizagem experiencial, culturas 
de aprendizagem organizacional e 
abordagens semelhantes permite 
que os profissionais da aprendizagem 
Ensino Superior e E-Learning • 7/15
elaborem estratégias abrangentes que 
utilizem o que já está disponível no 
ambiente para auxiliar na aprendizagem 
contínua.
Essa abordagem de apoio à aprendizagem requer novas habilidades: 
conhecimento de internet, recursos de rede e colaboração, perspicácia 
empresarial, conforto com a tecnologia em gradativa mudança e habilidades de 
consultoria e influência, por exemplo. 
Os profissionais de aprendizagem precisam gerenciar seu próprio desenvolvimento 
exatamente da forma como todos os alunos devem gerenciá-lo, encontrando os 
recursos certos, seguindo os líderes, colaborando com colegas.
Os papéis valorizados no espaço de aprendizagem e desenvolvimento também 
estão mudando. Os especialistas preveem que as organizações valorizarão os 
treinadores de aprendizagem (learning coaches), pessoas que podem ajudar os 
outros a solidificar os objetivos de aprendizagem e encontrar recursos adequados, 
além de, efetivamente, aplicar a aprendizagem no local de trabalho. 
Trata-se de um papel mais personalizado, mais pessoal, do que o que vimos 
no passado. Os profissionais de aprendizagem precisam ser curadores eficazes,tanto quanto designers e facilitadores eficientes. A capacidade de construir 
relacionamentos, promover a aprendizagem no trabalho e identificar recursos de 
qualidade também será necessária para ser bem-sucedido no emergente ambiente 
de e-learning.
O Papel dos Ambientes de Aprendizagem
O design de ambientes de aprendizagem, ou outras abordagens que são 
igualmente abrangentes e diversificadas, tornam-se o futuro das estratégias de 
ensino. A habilidade que um defensor da aprendizagem tem de localizar recursos 
relevantes e orientar os alunos para se envolverem com pessoas e atividades que 
os ajudem a progredir pode ser mais útil do que sua habilidade de projetar um 
curso efetivo. 
Ensino Superior e E-Learning • 8/15
Embora os programas formais não 
estejam de partida, eles são apenas o 
início do aprendizado, ou seja, uma 
maneira de fundamentar conceitos e 
habilidades essenciais que podem ser 
infinitamente construídos com base 
no surgimento de conhecimentos e 
práticas, tendo em vista as mudanças no 
ambiente de trabalho.
Durante o percurso que estabelecemos 
nesta disciplina, procuramos socializar 
quadros e conselhos de processos 
para a criação de ambientes de 
aprendizagem. Os processos de 
imaginar, encontrar, curar, montar e 
cultivar esses ambientes envolvem e se 
alinham com a natureza viva, estando, 
portanto, em constante evolução. 
Se você promove um centro de 
aprendizagem combinada (ensino 
híbrido), a troca de conhecimentos, um 
portal de recursos de aprendizagem, 
um colaboratório ou alguma 
aglutinação ou nova forma de 
ambientes, os conceitos discutidos 
nesta disicplina poderão auxiliar a 
fundamentar 
seu trabalho e criar uma estratégia 
significativa. 
Ensino Superior e E-Learning • 9/15
Mesmo que a capacidade de transferir, instantaneamente, conhecimentos e 
habilidades se aperfeiçoe mediante, por exemplo, microchips implantados em 
nossos cérebros, o aprendizado sempre será tão necessário para a vida quanto é a 
respiração. A era digital nos proporciona acesso a conhecimentos historicamente 
adquiridos, pessoas, práticas emergentes, novas ideias, ferramentas incríveis e muito 
mais, o que promete ajudar-nos a acompanhar um mundo que evolui minuto a 
minuto.
Os líderes de aprendizagem podem oferecer um apoio significativo ao ajudar os 
funcionários a acessarem os melhores recursos e colaborarem uns com os outros 
para aprender e revisar as práticas de trabalho todos os dias. 
O plano de ambiente de aprendizagem 
ajuda você a conceituar e comunicar 
suas sugestões de suporte em locais de 
trabalho modernos e dinâmicos.
Estudo de Caso
Pensar em ambientes de aprendizagem para o ensino superior já se tornou 
uma prática constante dentro das instituições que necessitam acompanhar toda 
Ensino Superior e E-Learning • 10/15
a evolução social e tecnológica por que passamos. Para tanto, uma instituição 
de cursos técnicos iniciou um debate sobre a importância do planejamento 
pedagógico baseado em competências. 
Enquanto alguns profissionais discutiam a necessidade de desenvolverem 
competências técnicas de área para o mercado de trabalho, outros defendiam o 
estudo de competências socioemocionais como a grande necessidade da educação 
contemporânea. 
O que devem fazer? 
Como iniciar o desenho deste planejamento pedagógico?
Saiba Mais
Pensadores na Educação: Perrenoud e o desenvolvimento de 
competências
Disponível em: < https://youtu.be/lYvoCDRCfOw >
Ensino Superior e E-Learning • 11/15
Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 
Educação profissional: referenciais curriculares nacionais da educação profissional 
de nível técnico. Brasília, 2000. 19 v.
FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso. Construindo o conceito de 
competência. Revista administração contemporânea, Curitiba, ed. especial, 2001. 
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015. 
Ensino Superior e E-Learning • 12/15
MORETTO, Vasco. Resolvendo situações complexas: avaliação do desempenho 
escolar focado no desenvolvimento de competências/habilidades. Revista 
Aprendizagem, Pinhais (PR), v. 3, n. 12, p. 30-31, maio/jun. 2009. 
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Trad. Bruno 
Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
Ensino Superior e E-Learning • 15/15
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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Tendências Educacionais: 
E-learning e o Papel do Professor
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Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 2/14
Objetivo de Aprendizagem
• Contextualizar o papel do professor diante das novas tendências
educacionais.
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do 
Professor
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro 
Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine 
Lombardozzi. Revisão 2020
Tendências Educacionais: o E-Learning
Durante toda disciplina, conversamos sobre as possibilidades de 
desenvolvimento de ambiente virtuais de aprendizagem, utilizados no e-learning. 
Vale lembrar que a própria expressão e-learning deriva do inglês e, de forma 
mais genérica, significa aprendizagem eletrônica. 
Vários autores procuram explicar as definições de e-learning. 
Rao (2011), com base em diferentes autores, sugere que a definição de e-learning, 
perpassa pela relação dos conceitos de aprendizagem, ensino, pedagogia, 
comunicação ou tecnologia, a saber: 
• O uso de informações e tecnologias informáticas para criar experiências de 
aprendizagem;
• E-learning como a entrega de aprendizagem ou treinamento, usando 
abordagens baseadas em sistemas eletrônicos, principalmente através da 
internet, intranet, extranet ou web;
• O e-learning não é um meio passivo para entrega de conteúdo, mas é um 
processo interativo entre professor e aluno, facilitado pelos benefícios que 
a tecnologia tem para oferecer.
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 3/14
Para Allen e Seaman (2014), o termo 
e-learning aplica-se a uma ampla
gama de formas de computação e
comunicação a partir das quais as
tecnologias podem ser utilizadas para o
ensino e a aprendizagem. Alguns usos
são magnificamente eficazes, outros
não o são. Consideram ainda que o
e-learning possibilita a entrega de
eventos educacionais cuidadosamente
construídos através de tecnologias de
computação.
Sangrà et al. (2011) entendem que se 
trata de uma modalidade de ensino e 
aprendizagem que pode representar 
o todo ou uma parte do modelo 
educativo em que se aplica, que explora 
os meios e dispositivos eletrônicos para 
facilitar o acesso, a evolução e a 
melhoria da qualidade da educação e 
da formação.
Ou seja, conceitos estudados e 
abordados de diferentes formas, 
mas que têm em comum o uso das 
tecnologias para o processo de ensino 
e aprendizagem, ou aprendizagem on-
line.
Até agora, procuramos levantar, com 
base no livro referência desta disciplina, 
informações que relacionam o papel 
dos atores pedagógicos envolvidos nos 
processos de ensinar e aprender com 
as tecnologias digitais e as diferentes 
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 4/14
possibilidades de utilização dessas tecnologias em prol da aprendizagem.
O e-learning surge no momento em que passamos pelos avanços tecnológicos 
que nos permitem repensar o ensino, a sala de aula, os materiais e as próprias 
características de alunos e professores.
Neste tema, vamos tratar de alguns conceitos utilizados para o desenvolvimento 
de propostas de e-learning, como os conceitos de blended learning, lipped 
classroom e adaptive learning. 
Estamos em um momento de muitas mudanças sociais,econômicas e tecnológicas 
e, a educação, embora ainda enraizada em estilos tradicionais de ensino, aos 
poucos, também revê alguns conceitos.
O ensino a distância já existe desde a época em que se ofertava cursos por 
correspondência. Graças ao avanço da era digital, essa proposta migrou para o uso 
das tecnologias e, para tanto, a internet tornou-se uma grande aliada. Contudo, ao 
disseminar o ensino a distância, educadores e idealizadores enfrentaram grande 
resistência por parte de profissionais da educação e da própria sociedade que 
ainda defendia a presencialidade e a figura do professor como o dono do saber 
que repassa conhecimentos aos alunos. Várias instituições enfrentaram, e enfrentam 
ainda hoje, preconceitos sociais oriundos de estereótipos construídos e deturpados 
socialmente. 
O fato é que crianças, adolescente, jovens e adultos recebem e buscam informações 
em tempo real, ampliando as possibilidades de busca pelo conhecimento. 
O professor não se tornou menos importante nesse contexto, mesmo porque faz 
parte dele, mas os papéis já não são mais os mesmos. É necessário refletir sobre 
como as tecnologias e as propostas de ensino a distância podem contribuir com a 
aprendizagem dos alunos. 
Ao estudarmos as teorias educacionais, defendemos o construtivismo e o 
sociointeracionismo como caminhos para a aprendizagem. No construtivismo 
idealizado por Piaget, compreendemos que a criança constrói o conhecimento por 
meio da curiosidade, da investigação e da construção, já no sociointeracionismo 
idealizado por Vygotsky, compreendemos que a criança se desenvolve e aprende 
por meio das interações sociais e trocas de saberes entre pares. Ambos defendem 
a postura do professor não mais como aquele que detém o conhecimento e 
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 5/14
repassa aos alunos, mas aquele que constrói conhecimento por meio da mediação 
pedagógica. Ou seja, o que defendemos na educação vai ao encontro das novas 
possibilidades diante das novas tecnologias. 
• Professores são mediadores de conhecimento;
• Aprendemos por meio das relações com os pares;
• A participação de alunos e professores propicia aprendizado para ambos;
• Aprendemos por meio de recursos diferenciados;
• Aprendemos de forma colaborativa.
As propostas de e-learning quebram paradigmas tradicionais, os quais podemos 
sintetizar da seguinte forma:
Figura 19.1 – Mudanças educacionais
O Indivíduo deve ser
motivado a aprender
Ensino e 
aprendizagem
Uma escola que 
forma para o que não 
existe mais
Uma escola que pro-
duz pessoas idênticas
Aluno é o centro do 
processo
O Aprendizado 
ocorre de forma não 
linear, em ritmos 
e tempos 
diferenciados
A Escola moderna 
está obsoleta
O Professor é o me-
diador do processo 
educativo
ÉPOCAS
de
Mudanças
 Fonte: elaboração da autora.
Estamos em uma época de mudanças, e a escola também precisa mudar. 
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 6/14
Ou estaremos na contramão das 
teorias educacionais que defendem 
a importância do conhecimento a 
respeito do contexto dos alunos, tendo 
em vista que a nossa geração de alunos 
é uma geração digital.
Contudo, ainda encontramos resistência 
de muitos professores em aceitarem tal 
metodologia e até se familiarizarem com 
as tecnologias. 
[...] Alguns professores não se 
sentem muito animados com essa 
metodologia, pois consideram 
que já existe uma dificuldade de 
aprendizagem em aulas tradicionais 
e julgam que será ainda mais difícil 
aprender da forma proposta. A 
dependência da tecnologia é outro 
aspecto inquietante para alguns, 
pois consideram que isso pode 
criar um ambiente desigual de 
aprendizagem. A possibilidade de 
o aluno não se preparar antes da aula
e, consequentemente, não
ter condições de acompanhar as
atividades presenciais, é um ponto
bastante problemático para diversos
professores (BARBOSA; BARCELOS;
BATISTA, 2015).
Tendo em vista as resistências de 
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 7/14
professores, alunos e até mesmo da própria sociedade tradicionalista, faz-se 
necessário investir em capacitações que buscam a formação contínua dos atores 
envolvidos nesse processo. 
Como vimos no decorrer desta disciplina, assim como a aprendizagem acontece 
de forma colaborativa, o planejamento de estratégias para o processo de ensino e 
aprendizagem também não é mais uma tarefa solitária dos professores. Diante de 
tantas possibilidades de desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem, 
que buscam garantir o e-learning, é imprescindível a troca de experiência e saberes 
entre diferentes áreas. 
Não estamos desmerecendo o papel do professor, ao contrário, estamos afirmando 
que, como conhecedor da prática pedagógica, das teorias de aprendizagem e 
do modo como os alunos aprendem, ele agregará ainda mais valor às estratégias 
de ensino contemporâneas, mediando e participando das discussões de 
desenvolvimento dessas estratégias em parceria com os designers instrucionais e se 
apropriando das possibilidades tecnológicas e digitais para se relacionar e propiciar 
a aprendizagem do seus alunos, por meio de seu papel de mediador.
Para Coll, Palácios e Marchesi (1996, p. 85), “empregar conscientemente a mediação 
social implica dar, em termos educativos, a importância não apenas ao conteúdo e 
aos mediadores instrumentais (o que é que se ensina e com quê), mas também, aos 
agentes sociais (quem ensina) e suas peculiaridades”. Tal afirmação vai ao encontro 
dos dizeres de Vygotsky ao defender que “[...] o caminho através de outra pessoa 
é a via central de desenvolvimento da inteligência prática” (apud Coll, Palácios & 
Marchesi, 1996, p. 85).
Para Oliveira (2003, p. 43):
“[...] as TIC's não mudam, necessariamente, a relação pedagógica. Elas 
tanto servem para reforçar uma visão conservadora, individualista, 
autoritária, como para dar suporte a uma visão emancipadora, aberta, 
interativa, participativa. Nesse caso, transgredir a relação está mais na 
mente das pessoas do que nos recursos tecnológicos, embora sejam 
inegáveis suas potencialidade pedagógicas.
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 8/14
Ou seja, o papel do professor não muda diante das novas metodologias. 
Professores são mediadores de conhecimento e, diante das novas tecnologias 
educacionais, educacionais, encontram parcerias colaborativas para desenvolver 
sua prática, tanto na modalidade presencial quanto na modalidade on-line.
Figura 19.2 – O professor interconectado (em rede)
BLOGS
The Networked Teacher
WIKIS
Meios de 
comunicação 
populares
ColegasDocumentos 
curriculares
Comunidades de 
desenvolvimento de 
ferramentas e conteúdos
Compartilhamento 
virtual de fotos
Social
Bookmarking (marcado-
res sociais)
Comunidades virtuais
Serviços de redes sociais
Videoconferências
Família/comunidade 
local
Impressão e recursos 
digitais
Bate-papos
Fonte: Couros (2006, p. 172). 
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 9/14
Saiba Mais
Para aprofundamento do tema, leia o seguinte artigo:
“Reflexões sobre a Educação a Distância – o papel do professor tutor 
na perspectiva da mediação pedagógica”. Disponível em: <https://
bit.ly/32JSunr>.
Na ponta da língua
https://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/download/1193/1008/0
Tendências Educacionais: E-learning e o Papel do Professor • 10/14
Referências Bibliográficas
ALLEN, E.; SEAMAN, J. Grade Change. Tracking Online Education in the United 
States. Babson Survey Research Group and Quahog Research Group, LL, 2014. 
Disponível em: <http://www. onlinelearningsurvey.com/reports/gradechange.pdf>
BARBOSA, M. F.; BARCELOS, G. T.; SILVIA C. F. B. Sala de Aula Invertida: 
Caracterização e Reflexões. Congresso Integrado da Tecnologia da Informação, 
2015. Disponível em: <http://essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/citi/article/
view/6363/4072>. Acesso em: 18 dez. 2017.
COUROS, Alec Valintino. Examining the open movement:possibilities and 
implications for education. Dissertation (Degree of Doctor of Philosophy in 
Education), University of Regina, 2006. Disponível em: <http://educationaltechnology.
ca/publication_files/research/Dissertation-Couros-FINAL-06-WebVersion.pdf>. Acesso 
em> 18 dez. 2017.
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015. 
OLIVEIRA, Elza Guimarães. Educação a distância na transição paradigmática. 
Campinas: Papirus, 2003. (Coleção Magistério).
RAO, S. Global e-learning: A Phenomenological Study. (Degree of Doctor of 
Philosophy), Colorado State University, 2011. 
Sangrà, A.; VLACHOPOULOS, D.; CABRERA, N.; BRAVO, S. Hacia una definición 
inclusiva del e-learning. Barcelona: eLearn Center UOC, 2011.
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
Tendências Educacionais: Blended Learning, 
Flipped Classroom e Adaptive Learning
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Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
Adaptive Learning • 2/14
Objetivo de Aprendizagem
• Compreender os conceitos que permeiam as práticas de blended learning,
flipped classroom e adaptive learning.
Tendências Educacionais: Blended Learning, 
Flipped Classroom e Adaptive Learning
Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro 
Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine 
Lombardozzi. Revisão 2020
Neste último tema, vamos compreender algumas denominações e tendências 
educacionais utilizadas nas instituições de ensino, principalmente de ensino 
superior.
Até o momento, discutimos muito sobre os ambientes de e-learning e vamos 
finalizar nossas reflexões tratando de Blended Learning, um termo que foi 
inicialmente utilizado por Anderson (2000) em um documento da IDC: e-learning in 
Practice, Blended Solutions in Action. 
Muito utilizado nos dias atuais, o b-learning “é um modelo que pretende valorizar 
o melhor do presencial e do on-line (PERES; PIMENTA, 2011, p. 15). Ou seja, é uma
metodologia que se apropria das possibilidades tecnológicas que o contexto atual
disponibiliza e tenta aproveitar o que existe de melhor nas metodologias de ensino
presencial e do ensino a distância.
Nesta perspectiva, Figueiredo e Afonso (2006) alertam sobre o desafio da criação 
de grupos com contextos de construção de aprendizagem individual e coletiva. Um 
contexto em que alunos e professores assumem diferentes papéis e se colocam na 
situação de partícipes na construção do saber.
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
Adaptive Learning • 3/14
“No ensino superior, a aceitação do 
modelo híbrido (b-learning) de educação 
como estratégia de aprendizagem válida e 
complementar, constitui já um importante 
passo perante o atual esforço em adequar o 
ensino às novas exigências do atual quadro 
econômico e da emergente necessidade 
de gestão do conhecimento” (FILIPE; 
ORVALHO, 2008, p. 216).
Diante das necessidades sociais, 
educacionais e de mercado, várias 
instituições têm migrado seus sistemas de 
ensino para o modelo híbrido. 
Moore e Kearsley (2013, pg. 128) atentam 
que:
o modelo hibrido é bastante popular
na educação superior e no domínio
da formação, já que permite que os
instrutores deem continuidade à
prática da instrução em sala de aula
com a qual estão familiarizados
e sentem-se confortáveis
acrescentando o quanto de
tecnologia desejarem. As tecnologias
permitem a documentação e
catalogação das lições; a criação de
componentes intercambiáveis de
instrução e asseguram que diferentes
provedores de cursos possam trocar
dados, como os relativos ao registro
e ao desempenho dos alunos.
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
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Dentro desse conceito de b-learning, o professor também passa a desempenhar 
papéis diferentes daqueles estabelecidos por meio de metodologias tradicionais de 
ensino.
Gomes (2014, p. 23) sugere que o papel do professor “é muito mais ser um designer 
do aprendizado de cada aluno e avaliar para ver se estão dominando o assunto. Eles 
são assessores do conhecimento, treinadores, designers do aprendizado”. 
Com base nesta nova metodologia, as instituições estão adotando a estratégia de 
flipped classroom para os processos de ensino e aprendizagem.
Flipped Classroom
Flipped classroom, também conhecido como sala de aula invertida, é uma estratégia 
de b-learning que mescla o modelo presencial e virtual. Assim, oferece ao aluno a 
possibilidade de acesso ao conteúdo da aula antes mesmo que ela aconteça. Os 
primeiros estudos sobre o assunto foram realizados por Eric Mazur, na Universidade 
de Harvard, nos anos 1990. Ele afirmou, à época, que “[...] o computador em breve 
será parte integral da educação” (MAZUR, 1991).
Flipped classroom (FC) ou sala de aula invertida é um modelo que tem suas raízes 
Fonte: a autora
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
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no ensino híbrido. O ensino híbrido (misturado, combinado, mesclado), conhecido 
como Blended Learning ou b-learning, teve seu conceito desenvolvido a partir de 
experiências e-learning (TARNOPOLSKY, 2012, p. 14). 
A sala de aula invertida emerge como técnica usada por professores tradicionais 
para melhorar o engajamento dos estudantes (CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 
2013, p. 33).
A sala de aula invertida prevê o acesso ao conteúdo antes da aula pelos alunos e 
o uso dos primeiros minutos em sala para esclarecimento de dúvidas, de modo a
sanar equívocos antes dos conceitos serem aplicados nas atividades práticas mais
extensas no tempo de classe (BERGMANN; SAMS, 2016).
Figura 20.1 – Esquema de sala de aula invertida
Sala de Aula Tradicional
Atividades 
de Ensino
Aula presencial Casa
Aprofundamento 
em Casa
Professor expõe o
contúdo e envia 
atividades para a 
casa.
Sala de Aula Invertida (Flipped)
Casa Aula presencial Casa
Aprendizagem 
em casa a 
partir da WA e 
LD.
Desenvolvimento de 
atividades mediadas 
para resolver 
situações-problema.
Atividade 
pós-aula + 
preparação 
para próxima 
aula.
Aluno aprende novos
conteúdos e conceitos teóricos 
antes da aula.
Fonte: adaptada de Teixeira (2013).
O conceito básico de inversão da sala de aula é fazer em casa o que era feito em 
aula; por exemplo, assistir palestras; e, em aula, o trabalho que era feito em casa, 
ou seja, resolver problemas (BERGMANN; SAMS, 2012). Em síntese, significa 
transferir eventos que tradicionalmente eram feitos em aula para fora da sala de 
aula, segundo Lage, Platt e Treglia (2000). Trata-se de uma abordagem pela qual 
o aluno assume a responsabilidade pelo estudo teórico e a aula presencial serve
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
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como aplicação prática dos conceitos 
estudados.
Na sala de aula invertida, o uso 
de ferramentas tecnológicas e o 
ensino assíncrono permitem o olhar 
pedagógico para o aluno, ou seja, o 
modo como aprende e se apropria dos 
conceitos. Ao professor e designers 
cabe a tarefa de desenvolver 
ambientes estimulantes para que os 
alunos acessem e busquem a 
informação que, posteriormente, será 
debatida em sala de aula.
A definição mais ampla para flipped 
classroom, ou sala de aula invertida, é 
aquela que enfatiza o uso das 
tecnologias para o aprimoramento do 
aprendizado, de modo que o 
professor possa utilizar melhor o seu 
tempo em sala de aula em atividades 
interativas com seus alunos ao invés de 
gastá-lo, apenas apresentando conteúdo 
em aulas expositivas tradicionais 
(BARSEGHIAN, 2011) 
É um modelo em que os professores 
e designers instrucionais podem 
propiciar o acesso aos conteúdos por 
meio de diferentes ferramentas, como 
vídeos disponibilizados, materiais 
de pesquisa e leituracomplementar, 
assim como discutimos nas estratégias 
de desenvolvimento de ambientes de 
e-learning.
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
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Diante desse contexto, os alunos têm a oportunidade de solucionar suas dúvidas no 
momento em que elas ocorrem, com a ajuda de seus pares e do professor, o que 
promove um ambiente colaborativo de aprendizagem (TECHSMITH, 2013).
Mas, para Bergmann, Overmyer e Wilie (2012), a flipped classroom vai além da 
gravação de vídeos das aulas dos professores. Os autores defendem que, ao 
contrário do que se pode imaginar, esse modelo pode: 
• Aprimorar a interação entre os estudantes e o professor;
• Promover um ambiente de aprendizagem onde os estudantes passam a ser
responsáveis pelo seu próprio aprendizado;
• Promover a aprendizagem construtivista;
• Oferecer uma maneira de o conteúdo ficar permanentemente disponibilizado
ao estudante, de modo que possa vê-lo quantas vezes quiser. 
Os autores também defendem que não se trata da substituição do professor por 
um vídeo e do isolamento de alunos. Esta é só uma parte do processo. 
Na sala de aula invertida, é possível pensar e valorizar os diferentes estilos de 
aprendizagem, aproveitando as tecnologias para apresentar os conteúdos de 
formas diferenciadas, contribuindo com a aprendizagem ativa por meio do uso de 
texto, imagem e som.
Figura 20.2 – Aprendizagem Ativa
Ler 10% do que lemos
PASSIVO
ATIVO
20% do que ouvimos
30% do que vimos
50% do que vemos e ouvimos
70% do que falamos
90% do que falamos e fazemos
Depois de 2 semanas nós lembramos de...
Ouvir
Ver
Assistir a um Filme
Participar de uma discussão
Aplicar o conhecimento e ensinar o que sabe
Fonte: adaptada de Teixeira (2013)
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
Adaptive Learning • 8/14
A sala de aula invertida colabora com os professores possibilitando a personalização 
do processo de ensino e aprendizagem para cada aluno, além de possibilitar, por 
meio das tecnologias, o ensino adaptativo (adaptive learning), que permite ao aluno 
avançar nos estudos considerando seus gaps e seu ritmo de aprendizagem.
Há, neste caso, variadas possibilidades de gerenciamento de tempo, espaço e 
aprendizagem. Trata-se de uma metodologia que considera os avanços tecnológicos 
como ferramentas pedagógicas que não substituem o professor, mas ampliam a 
visão sobre os diferentes papéis diante dos processos de ensinar e aprender. 
Saiba Mais
Leia o artigo seguinte para aprofundamento do tema:
“A utilização da “sala de aula invertida” em cursos superiores de 
tecnologia: comparação entre o modelo tradicional e o modelo 
invertido “flipped classroom” adaptado aos estilos de aprendizagem”. 
Disponível em: <http://revistaestilosdeaprendizaje.com/article/
view/992>.
http://revistaestilosdeaprendizaje.com/article/view/992
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
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Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
ANDERSON, C.. E-Learning in practice: blended solutions in action. IDC white 
paper, 2000.
BARSEGHIAN, T. Three Trends That Define the Future of Teaching and Learning. 
Mind/Shift, 2011. Disponível em <https://ww2.kqed.org/mindshift/2011/02/05/three-
trends-that-define-the-future-of-teaching-and-learning/>. Acesso em 07 de nov de 
2017.
Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
Adaptive Learning • 10/14
BERGMANN, J.; SAMS, A. Flip your classroom: reach every student in every class 
every day. USA: ISTE, 2012.
______. Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Trad. 
Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
CHISTENSEN, C. M.; HORN, M. B.; STAKER, H. Ensino híbrido: uma inovação 
disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos. São Paulo: Clayton Christensen 
Institute, 2013.
FIGUEIREDO, A. D.; AFONSO, A. P. Context and learning: a philosophical 
framework. In: FIGUEIREDO, A. D.; AFONSO, A. P. (eds.). Managing Learning in 
Virtual Settings: The Role of Context. Hershey: Idea Group Publishing, PLC, 2006.
FILIPE, A. J. M.; ORVALHO, J. G. Blended Learning e Aprendizagem colaborativa no 
ensino superior. Anais: VII Congresso Iberoamericano de Informática Educativa, 
2008.
GOMES, P. Ensino híbrido é o único jeito de transformar a educação. Porvir, 
2014. Disponível em: <http://porvir.org/porpensar/ensino-hibrido-e-unico-jeito-de-
transformar-educacao/20140220>. Acesso em: 7 nov. 2017. 
LAGE, M. J.; PLATT, G. J.; TREGLIA, M. Inverting the classroom: a gateway to creating 
an inclusive learning environmente. Journal of Economic Education, Bloomington, IN, 
v. 31, n. 1, p. 30-43, 2000.
LOMBARDOZZI, C. Learning Environments by Design. Alexandria: Association for 
Talent Development, 2015
MAZUR, E. Can We Teach Computers to Teach? Computers in Physics, jan./feb. 1991, 
Disponível em: <http://www.wakeed.org/wp-content/uploads/2014/04/Mazur_256459.
pdf>. Acesso em: 7 nov. 2017.
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância. 3. ed. São Paulo: Cengage 
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Tendências Educacionais: Blended Learning, Flipped Classroom e 
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TEIXEIRA, G. P. Flipped classroom: um contributo para a aprendizagem da lírica 
camoniana. 2013. 167 f. Dissertação (Mestrado em Gestão de Sistemas de 
E-Learning) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova Lisboa,
Lisboa, 2013.
PERES, P.; PIMENTA, P. Teorias e práticas de b-learning. Lisboa: Edições Sílabo Ltda. 
2011.
TARNOPOLSKY, O. Constructivist blended learning approach to teaching english for 
specific purposes. Berlin: De Gruyter Open, 2012. 
TECHSMITH. Teachers Use Technology to Flip Their Classrooms. Disponível em: 
<http://www.techsmith.com/flipped-classroom.html>. Acesso em: 07 nov. 2017.
Você pode acessar o livro base deste tema 
na Biblioteca Lirn:
Learning Environments by Design
Catherine Lombardozzi
Alexandria: Association for Talent Development, 2015
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