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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM AMANDA VIEIRA DOS SANTOS ERICA LUANA DOS SANTOS VIEIRA O COTIDIANO DO ENFERMEIRO NA REDE CEGONHA: UM ESTUDO DE REVISÃO INTEGRATIVA RIO DE JANEIRO 2018 1 AMANDA VIEIRA DOS SANTOS ERICA LUANA DOS SANTOS VIEIRA O COTIDIANO DO ENFERMEIRO NA REDE CEGONHA: UM ESTUDO DE REVISÃO INTEGRATIVA Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de graduação do Curso de Enfermagem da Universidade Castelo Branco. Orientador: Dr. Bruno Ferreira do Serrado Barbosa RIO DE JANEIRO 2018 2 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. SANTOS, Amanda Vieira dos; VIEIRA, Erica Luana dos Santos O Cotidiano do Enfermeiro na Rede Cegonha: um estudo de revisão integrativa/ Amanda Vieira dos Santos; Erica Luana dos Santos Vieira – Rio de Janeiro, 2018. 25f. 30 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem). Universidade Castelo Branco. Orientador: Prof. Ms. Bruno Ferreira do Serrado Barbosa Inclui bibliografia: p.24 1. Atuação do Enfermeiro 2. Obstétrica 3. Rede Cegonha 4. Acolhimento 5. Classificação de Risco I. Santos, Amanda Vieira dos II. Vieira, Erica Luana dos Santos, III. Barbosa, Bruno Ferreira do Serrado. IV Escola de Ciências da Saúde e Meio Ambiente. Universidade Castelo Branco. V. Título 3 AMANDA VIEIRA DOS SANTOS ERICA LUANA DOS SANTOS VIEIRA O COTIDIANO DO ENFERMEIRO NA REDE CEGONHA: UM ESTUDO DE REVISÃO INTEGRATIVA Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado à Universidade Castelo Branco como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem. Aprovada em: ____/____/2018. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Bruno Ferreira do Serrado Barbosa ___________________________________________________ Prof. Ms. Camila Cruz de Souza ___________________________________________________ Prof. Ms. Ralf Ribeiro dos Santos 4 Dedicamos esse trabalho a Deus, pois sem Ele, nada seria possível 5 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus, pela força e coragem durante toda essa longa caminhada. Aos professores do curso de Enfermagem, que foram tão importantes na nossa vida acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso. Agradecemos em especial aos professores e orientadores Bruno Barbosa, Adriana Loureiro e Ana Claudia Almeida, por toda paciência e perseverança. Seus conhecimentos foram essenciais. 6 A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração. Madre Teresa de Calcutá 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Análise sistemática dos artigos selecionados........................................16 8 LISTA DE SIGLAS BDENF Banco de Dados de Enfermagem COFEN Conselho Federal de Enfermagem CPMI Comissão Parlamentar Mista de Inquérito DECS Descritores em Saúde LILACS Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde MS Ministério da Saúde PAISM Programa Assistência Integral à Saúde da Mulher PBE Prática Baseada em Evidências PNH Política Nacional de Humanização PSM Programa para a Saúde da Mulher RC Rede Cegonha SMS-RJ Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro SUS Sistema Único de Saúde UBS Unidades Básicas de Saúde UNASUS Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde 9 SUMÁRIO RESUMO............................................................................................................... 10 ABSTRACT........................................................................................................... 10 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 11 METODOLOGIA....................................................................................................12 RESULTADOS...................................................................................................... 15 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 19 CONCLUSÂO........................................................................................................ 23 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 24 10 O COTIDIANO DO ENFERMEIRO NA REDE CEGONHA: UM ESTUDO DE REVISÃO INTEGRATIVA Amanda Vieira dos Santos1 Erica Luana dos Santos Vieira2 Bruno Ferreira do Serrado Barbosa3 RESUMO: O acolhimento e a classificação de risco obstétrico conduzem à tomada de decisões por parte do profissional da saúde a partir da escuta ativa das queixas do paciente, associada à avaliação clínica pautada em protocolos e fundamentada em evidências, apresentando as peculiaridades inerentes às necessidades e às demandas relativas ao processo gravídico. Portanto o objetivo deste estudo definiu-se por descrever a atuação do enfermeiro, através da revisão integrativa de literatura, no acolhimento de risco obstétrico na Rede Cegonha. A metodologia foi baseada na busca nos bancos de dados BDENF e LILACS, que levou a seleção de 12 artigos analisados neste estudo. Foram categorizadas três subtemáticas em: A Rede Cegonha e a Enfermagem; O Acolhimento e Classificação de Risco Obstétrico; As Práticas Educativas voltadas para a Gestante pela Enfermagem. Concluiu-se que o Acolhimento Obstétrico deve ser pensado como a união de diversos fatores que levam a gestante a participar, criar vínculos e sentir-se “acolhida”. Todo o atendimento deve estar voltado para a segurança e bem-estar da mãe e da criança, incluindo a classificação de risco que é feita normalmente através do protocolo de Manchester, já instituído comumente na Rede Cegonha, porém com pequenas especificidades obstétricas. PALAVRAS-CHAVE: Acolhimento, Classificação de Risco, Obstétrico, Rede Cegonha ABSTRACT: Obstetric care and risk classification lead to decision making on the part of the health professional, based on the active listening of the patient's complaints, associated to the clinical evaluation based on protocols and based on evidence, presenting the peculiarities inherent to the needs and to the proceedings concerning pregnancy. Therefore, the objective of this study was to describe the nurses' performance, through an integrative literature review, in the reception of obstetric risk in the Stork Network. The methodology was based on the search in the BDENF and LILACS databases, which led to the selection of 12 articles analyzed in this study. Three subthemes were categorized in: The Stork Network and Nursing; Acceptance and Classification of Obstetric Risk; The Educational Practices for the Pregnant Woman by Nursing. It was concluded that Obstetric Care should be thought of as the union of several factors that lead the pregnant woman to participate, to createbonds and to feel "welcomed". All care should be focused on safety and well-being of the mother and child, including the risk classification that is normally done through the Manchester protocol, already established in the Stork Network, but with small obstetric specificities KEYWORDS: Acceptance, Risk Classification, Obstetric, Stork Network 1 Graduanda no Curso de Enfermagem, pela Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro – RJ, 2018, e-mail: ericaluana25@hotmail.com 2 Graduanda no Curso de Enfermagem, pela Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro – RJ, 2018, e-mail: amandav.santos@hotmail.com 3 Doutor em Enfermagem, Professor orientador do curso de Enfermagem pela Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro – RJ, 2018. 11 INTRODUÇÃO Segundo o Ministério da Saúde (MS) a gravidez, o parto e o nascimento fazem parte da sexualidade e afetividade do homem e da mulher, sendo um momento especial e único para a gestante e às pessoas próximas a ela. Este é um período onde ocorrem muitas transformações físicas e emocionais, podendo haver muitas dúvidas e medos. Por isso é importante que ela aumente seus conhecimentos para que viva essas mudanças de forma ativa e saudável.1 O primeiro contato da gestante com o profissional de enfermagem geralmente acontece no diagnóstico da gravidez e durante o acompanhamento do pré-natal, que deve ser realizado o mais precoce possível, ou seja, antes de completar 12 semanas de gestação.2 No Brasil, desde 1988 com a democratização da saúde, os debates e as discussões sobre humanização são direcionados à consolidação dos princípios de universalidade, integralidade e equidade do atendimento ao usuário. A partir dos debates e das discussões, o Ministério da Saúde (MS) partiu da premissa de que é um direito de todo cidadão receber atendimento público de qualidade na área da saúde. Com vistas à melhoria da assistência no SUS, em 2003, o MS criou a Política Nacional de Humanização (PNH) para acolher os usuários e priorizar os casos de maior gravidade e o Humaniza SUS estabeleceu a diretriz denominada "acolhimento com classificação de risco".3 Em 2011, por iniciativa do MS, o Governo Federal lançou a Rede Cegonha (RC), para proporcionar melhor qualidade de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança. A RC incentiva a inovação e a qualificação da atenção pré-natal, da assistência ao parto e do período pós-parto, bem como das ações relativas ao desenvolvimento da criança durante os primeiros dois anos de vida. Assim, o acolhimento e a classificação de risco são garantias proporcionadas pela RC. 1 O acolhimento e a classificação de risco conduzem à tomada de decisões por parte do profissional da saúde a partir da escuta ativa das queixas do paciente, associada à avaliação clínica pautada em protocolos e fundamentada em evidências. Apresentam peculiaridades inerentes às necessidades e às demandas relativas ao processo gravídico, como a investigação de queixas comuns no período gestacional, por exemplo, cefaleia, náuseas, vômitos e visão turva, que podem camuflar situações clínicas demandando ação rápida; isso exige preparo das equipes de saúde para escuta qualificada e capacidade de julgamento clínico preciso.4 Diante do exposto, destaca-se que o objetivo geral foi: Descrever a atuação do enfermeiro, através da revisão integrativa de literatura, no acolhimento de risco obstétrico na 12 Rede Cegonha. E os objetivos específicos: Propor estratégias de ação para o enfermeiro junto ao acolhimento obstétrico; e discutir, mediante as políticas públicas de saúde da mulher, a atuação do enfermeiro em acolhimento de risco obstétrico. METODOLOGIA Tratou-se de uma revisão integrativa de literatura, de abordagem qualitativa. A revisão integrativa da literatura consiste na construção de uma análise ampla da literatura, contribuindo para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas, assim como reflexões sobre a realização de futuros estudos. O propósito inicial deste método de pesquisa é obter um profundo entendimento de um determinado fenômeno baseando-se em estudos anteriores. É necessário seguir padrões de rigor metodológico, clareza na apresentação dos resultados, de forma que o leitor consiga identificar as características reais dos estudos incluídos na revisão.5 A abordagem qualitativa busca a solução de problema para a tomada de decisão que incorpora a melhor e mais recente evidência, competência clínica do profissional e os valores e preferências do paciente dentro do contexto do cuidado. Envolve a definição de um problema, a busca e a avaliação crítica das evidências disponíveis, a implementação das evidências na prática e a avaliação dos resultados obtidos. Assim, essa abordagem encoraja a assistência à saúde fundamentada em conhecimento científico, com resultados de qualidade e com custo efetivo.6 A seguir, são apresentadas, de forma sucinta, as seis fases do processo de elaboração da revisão integrativa. 1ª Fase: elaboração da pergunta norteadora: A definição da pergunta norteadora é a fase mais importante da revisão, pois determina quais serão os estudos incluídos, os meios adotados para a identificação e as informações coletadas de cada estudo selecionado. Logo, inclui a definição dos participantes, as intervenções a serem avaliadas e os resultados a serem mensurados. Deve ser elaborada de forma clara e específica, e relacionada a um raciocínio teórico, incluindo teorias e raciocínios já aprendidos pelo pesquisador.5 Na presente pesquisa perguntou-se: “Qual a produção científica sobre acolhimento de risco obstétrico e a atuação do enfermeiro?” 2ª Fase: busca ou amostragem na literatura: Intrinsecamente relacionada à fase anterior, a busca em base de dados deve ser ampla e diversificada, contemplando a procura em bases eletrônicas, busca manual em periódicos, as referências descritas nos estudos selecionados, o contato com pesquisadores e a utilização de material não-publicado. Os 13 critérios de amostragem precisam garantir a representatividade da amostra, sendo importantes indicadores da confiabilidade e da fidedignidade dos resultados. A conduta ideal é incluir todos os estudos encontrados ou a sua seleção randomizada; porém, se as duas possibilidades forem inviáveis pela quantidade de trabalhos, deve-se expor e discutir claramente os critérios de inclusão e exclusão de artigos. Desta forma, a determinação dos critérios deve ser realizada em concordância com a pergunta norteadora, considerando os participantes, a intervenção e os resultados de interesse.5 Na presente pesquisa utilizou-se as bases de dados LILACS (Literatura Latino- americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Banco de Dados de Enfermagem), os descritores em saúde (DECS) Gestante, Acolhimento e Enfermagem combinados entre si através do operador boleano AND. Esta pesquisa foi de forma atemporal, para o maior número de publicações referentes a temática. 3ª Fase: coleta de dados: Para extrair os dados dos artigos selecionados, faz-se necessária a utilização de um instrumento previamente elaborado capaz de assegurar que a totalidade dos dados relevantes seja extraída, minimizar o risco de erros na transcrição, garantir precisão na checagem das informações e servir como registro. Os dados devem incluir: definição dos sujeitos, metodologia, tamanho da amostra, mensuração de variáveis, método de análise e conceitos empregados.5 Nesta pesquisa elaborou-se um quadro sinóptico contendo os seguintes itens: Ano, autores, nome do periódico, objetivos, metodologia, resultados e nível de evidência. Para uma melhor análise das publicações selecionadas. 4ª Fase: análise crítica dos estudos incluídos: Análoga à análise dos dados das pesquisas convencionais, esta fase demanda uma abordagem organizada para ponderar o rigore as características de cada estudo. A experiência clínica do pesquisador contribui na apuração Descritor Gestante 15.732 Descritor AND Acolhimento 66 Descritor AND Enfermagem 33 Texto completo 25 Português 24 Análise temática 14 Duplicados 2 TOTAL SELECIONADOS = 12 ARTIGOS 14 da validade dos métodos e dos resultados, além de auxiliar na determinação de sua utilidade na prática. A Prática Baseada em Evidências focaliza, em contrapartida, sistemas de classificação de evidências caracterizados de forma hierárquica, dependendo da abordagem metodológica adotada5. Para auxiliar na escolha da melhor evidência possível, propõe-se uma hierarquia das evidências, segundo o delineamento da pesquisa, que é um dos itens a serem analisados nesta fase. Sendo considerados: Nível 1: evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos controlados e randomizados; Nível 2: evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; Nível 3: evidências de estudos quase- experimentais; Nível 4: evidências de estudos descritivos (não-experimentais) ou com abordagem qualitativa; Nível 5: evidências provenientes de relatos de caso ou de experiência; Nível 6: evidências baseadas em opiniões de especialistas. 5ª Fase: discussão dos resultados: Nesta etapa, a partir da interpretação e síntese dos resultados, comparou-se os dados evidenciados na análise dos artigos ao referencial teórico. Além de identificar possíveis lacunas do conhecimento, foi possível delimitar prioridades para estudos futuros. Contudo, para proteger a validade da revisão integrativa, o pesquisador salientou suas conclusões e inferências, bem como explicitou os vieses.5 6ª Fase: apresentação da revisão integrativa: A apresentação da revisão foi clara e completa para permitir ao leitor avaliar criticamente os resultados. Conteve, então, informações pertinentes e detalhadas, baseadas em metodologias contextualizadas, sem omitir qualquer evidência relacionada.5 Na revisão integrativa, a combinação de diversas metodologias pode contribuir para a falta de rigor, a inacurácia e o viés, devendo ser conduzida dentro de padrões de rigor metodológico. Torna-se imperativo, portanto, tecermos pontuais considerações acerca de algumas fases do processo: coleta de dados, análise e discussão dos dados. 7 Um dos métodos para a análise dos dados de uma pesquisa qualitativa relaciona-se com a variedade de achados da revisão integrativa. Consiste na redução, exposição e comparação, bem como na conclusão e verificação dos dados. A redução dos dados envolve a determinação de um sistema de classificação geral para o gerenciamento das diversas metodologias5. Em princípio, os estudos foram divididos em subgrupos, de acordo com uma classificação estabelecida previamente, visando à facilitação da análise. Nas revisões integrativas, por exemplo, a categorização pode basear-se no tipo de incidência, cronologia ou características da amostra, assim como em alguma classificação conceitual pré-determinada.6 15 Em sequência, deu-se seguimento às técnicas de extração dos dados das fontes primárias, mediante utilização de instrumento elaborado, para simplificar, resumir e organizar os achados de modo que cada estudo seja reduzido a uma página com conteúdo relevante. Essa abordagem, além de permitir a sucinta organização dos dados, facilita a comparação dos estudos em tópicos específicos como problemas, variáveis e características da amostra.5 A etapa contígua contemplou a visualização dos dados, ou seja, a conversão dos achados em uma forma visual de subgrupos. Os modos de visualização podem ser expressos em tabelas, gráficos ou quadros, nos quais é possível a comparação entre todos os estudos selecionados e, logo, a identificação de padrões, diferenças e a sublocação desses tópicos como parte da discussão geral. Todo discernimento de relações ou conclusões requer constatação com a fonte primária, para que não haja conclusões prematuras ou exclusão de evidências pertinentes durante o processo.6 RESULTADOS Respondendo a terceira fase, elaborou-se uma tabela contendo os principais dados dos 12 artigos selecionados, com o objetivo de classifica-los conforme seu nível de evidência e categorização dos mesmos. Tabela 1: Análise sistemática dos artigos selecionados ANO AUTORES PER. MET. OBJETIVO RESULTADOS N.E. 2018 Luana Asturiano da Silva; Valdecyr Herdy Alves; Diego Pereira Rodrigues; Bianca Dargam Gomes Vieira; Giovanna Rosário Soanno Marchiori; Márcia Vieira dos Santos J. res.: fundam. care. online 2018 out/dez 10(4): 1014-1019 Estudo fenomenológ ico com abordagem qualitativa. Identificar e analisar os valores expressos nos discursos das mulheres/gestante s acompanhadas no Programa de Pré-Natal, a respeito da assistência recebida O acolhimento e a humanização no cuidado durante o pré-natal são valores vitais e afetivos, portanto, valores em si mesmo. Contribuindo, assim, para refletir a assistência pré-natal, objetivando o direcionamento desse atendimento às necessidades específicas de cada mulher 1 2017 Amauri dos Santos Araujo, Amuzza Aylla Pereira dos Santos, Ingrid Martins Leite Lúcio, Clodis Maria Tavares, Elainy Priscila Bezerra Fidélis Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 10):4103- 10, out., 2017 estudo descritivo, com abordagem qualitativa Investigar como ocorrem os cuidados de Enfermagem diante da condição de risco relacionada ao período gestacional no contexto de situação de vulnerabilidade social de rua. O acolhimento e a atenção baseada em redução de danos, para a implementação de estratégias na assistência da consulta de pré-natal, apresentam bons prognósticos no contexto vivenciado. Assim, é possível manter o vínculo de confiança entre gestantes em vulnerabilidade social de rua e equipe de Enfermagem na realização de um trabalho ético e na tentativa de minimizar os riscos irreversíveis para a saúde da mãe e da gestação em vida. 4 16 2017 Cleunir de Fátima Candido de Bortoli, Priscila Bisognin, Laís Antunes Wilhelm, Lisie Alende Prates, Graciela Dutra Sehnem, Lúcia Beatriz Ressel J. res.: fundam. care. online 2017. out./nov. 9(4): 978- 983 Estudo qualitativo, de campo, descritivo Conhecer os fatores que possibilitam a atuação do enfermeiro, no âmbito da atenção básica, na atenção pré-natal. Evidenciaram-se o uso de protocolos na atenção pré-natal, como orientação da prática profissional, e o acolhimento como estratégia para estabelecer o vínculo com a gestante. O fortalecimento da assistência na atenção pré-natal torna-se possível quando orientada pela segurança e resolutividade, proporcionando a construção do vínculo na relação com a gestante e favorecendo a adesão ao pré- natal. 4 2017 Suzyenney Rodrigues Correia; Jovânia Marques de Oliveira e Silva; Amuzza Aylla Pereira dos Santos; Isabel Comassetto; Gésica Kyvia Soares de Lima; Daniela Cristina da Silva Ferreira J. res.: fundam. care. online 2017. jul./sep. 9(3): 857- 866 pesquisa qualitativa exploratória, Conhecer os cuidados de Enfermagem prestados à adolescente durante o trabalho de parto, e assim identificar os fatores os influenciam, e analisar os cuidados de Enfermagem prestados à parturiente adolescente Foi possível identificar 03 unidades temáticas que evidenciam o cuidado de Enfermagem à parturiente adolescente, destacando-se o acolhimento, a aproximação da equipe e formação do vínculo e das enfermeiras, e os cuidados em si. O estudo possibilitou evidenciar os cuidados prestados, que acontecem de forma generalizada, possibilitando assimidentificar os fatores que determinam como os cuidados são prestados e suas dificuldades. 4 2017 Maria das Neves Figueiroa, Maria Lucia Neto de Menezes, Estela Maria Leite Meirelles Monteiro, Jael Maria de Aquino, Nathalia de Oliveira Gonzaga Mendes, Priscila Vanessa Tavares da Silva Escola Anna Nery 21(4) 2017 Estudo observaciona l, transversal e analítico com abordagem quantitativa Avaliar o funcionamento de um serviço de acolhimento e classificação de risco em uma maternidade- escola, em Recife-PE. O tempo de espera pela classificação de risco foi 21,2 min.; o tempo de duração foi 5 min.; o tempo de espera segundo prioridade vermelha foi 3,5 min. A demanda espontânea demonstrou que 56% das usuárias foram classificadas como prioridade verde, 60% das usuárias relataram insatisfação e 33% dos enfermeiros receberam treinamento. O serviço em análise necessita de pactuações e avaliações para promover estratégias de enfrentamento de dificuldades. 1 2017 Líbna Laquis Capistrano Quental, Lília Candice Carlos da Costa Nascimento, Léa Costa Leal, Rejane Marie Barbosa Davim, Isabelle Cristina Braga Coutinho Cunha Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 12):5370- 81, dez., 2017 revisão integrativa Conhecer os principais aspectos relacionados às práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros às gestantes na Atenção Primária à Saúde. o estudo identificou que as práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros na Atenção Primária à Saúde estão relacionadas à educação em saúde com orientações à prevenção do autocuidado, cuidado adequado com o bebê, promoção da autonomia e empoderamento materno, comunicação interpessoal, capacitação da equipe e incentivo à participação de enfermeiros obstetras neste contexto. 2 17 2017 Suhaila Hoffmann Rahim, Ruth Irmgard Bärtschi Gabatz, Tatiane Machado da Silva Soares, Viviane Marten Milbrath, Eda Schwartz Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 10):4056- 64, out., 2017 estudo qualitativo, descritivo- exploratório compreender a percepção de ser gestante/puérpera soropositiva para o HIV. O desfecho dos cuidados em saúde tem relação direta com a assistência profissional, em que práticas humanizadas, pautadas numa relação empática de apoio e acolhimento, mostram- se eficazes para o desenvolvimento do autocuidado e cuidado do outro. Conclusão: considera-se necessário criar ações intersetoriais que repercutam na assistência prestada às portadoras do HIV, sensibilizando os profissionais para acolher este público, em todos os níveis atenção. 4 2017 Octavio Muniz da Costa Vargens, Alexandra Celento Vasconcellos da Silva, Jane Márcia Progianti Esc Anna Nery 2017;21(1): e20170015 Estudo descritivo, quantitativo, transversal Identificar as práticas empregadas por enfermeiras obstétricas na assistência ao parto em maternidades públicas e sua contribuição na consolidação da humanização do parto e nascimento. Na Maternidade A, 68,50% dos partos foram acompanhados por enfermeiras obstétricas. Na Maternidade B, estes foram 43,07%. Predominou a adoção de posições verticalizadas (78,95%). O estímulo à deambulação ocorreu em 37,29% dos partos. A episiotomia ocorreu em apenas 4,0% dos partos. As práticas mais utilizadas foram aquelas que não interferem na fisiologia, contribuindo para a humanização. A presença de práticas intervencionistas reflete um processo ainda em transformação 4 2016 Edith Monteiro de Oliveira, Denize Duarte Celento Revista de Saúde. 2016 Jan./Jun.; 07 (1): 33- 38 Revisão bibliográfic a Descrever a Rede Cegonha e analisar o papel do enfermeiro nesse contexto. A Rede Cegonha prevê ações para a melhoria do acesso e da qualidade da assistência à mulher e da criança, por meio de ações inseridas em quatro componentes fundamentais da estratégia, que são: pré-natal; parto e nascimento; puerpério e atenção integral à Saúde da criança e sistema logístico de transporte, sanitário e regulamentação. A estratégia busca uma mudança visionária em relação ao modelo de atenção ao parto e nascimento praticado no país, valorizando o profissional de Enfermagem que participa de todos os níveis de assistência, viabilizando o acesso, o acolhimento e a resolubilidade, de forma a assegurar à mulher seu direito de ser protagonista do processo parturitivo. 4 2016 Amália Lúcia Machry Santos, Alessandra Marin Santini, Larissa Spies Disciplinar um Scientia. Série: Ciências da Revisão narrativa Analisar a contribuição de produções científicas a respeito do Os dados evidenciaram que, quando a mulher não tem autonomia e não participa de forma ativa do seu processo de gestar e parir, surgem medos e 4 18 Subutzki, Luciane Pereira Berlato, Mara Regina Caino Teixeira Marchiori, Martha Helena Teixeira de Souza Saúde, Santa Maria, v. 17, n. 2, p. 319-329, 2016. protagonismo da mulher no momento do parto e sua ligação com a Rede Cegonha. preocupações, permitindo que a experiência adquirida nos partos anteriores e as informações disponíveis nos meios de comunicação favoreçam a dicotomia entre o parto normal versus cesárea. A ausência de estabelecimento de vínculos solidários e de corresponsabilidade entre parturientes e profissionais de saúde gera solidão, frieza e impessoalidade no atendimento. Sem a devolução do empoderamento e protagonismo da mulher, não existe humanização do nascimento. Torna-se necessário reconhecer a necessidade de ampliar discussões teóricas pertinentes à humanização, a fim de gerar modificação das práticas vigentes no país 2016 Ivelise Araújo Souza, Mário Ivo Serinolli, Márcia Cristina Zago Novaretti, Daniele Cristina Campos de Souza PRISMA.C OM (32) 2016, p. 127-147 descritivo Verificar a compatibilidade entre as informações do Cartão da Gestante e o sistema de web informatizado Sisprenatal das mulheres grávidas. Os resultados provaram que existe compatibilidade entre os dados de ambas as fontes (Cartão da Gestante e Sisprenatal) em apenas 20% dos casos analisados. Portanto, ressalta-se a relevância deste estudo uma vez que tem a intenção de contribuir para ação dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento da puérpera e de seu bebê, disponibilizando dados e oferecendo um retrato sobre as dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde que assistem diretamente as gestantes, além daquelas encontradas pelos gestores, que não dispõem de informações completas para a gestão do sistema de saúde direcionado para a gestante. 4 2013 Heloyse Hott Paulino, Patrícia Souza, Lucimar Aparecida Britto Codato, Evelin Massae Ogatta Muraguchi, Maura Sassahara Higasi, Priscila Casaroto, Margarete Raminelli Revista da ABENO • 13(2): 76- 81, Estudo de caso Reimplantar o Grupo de Gestantes, com o propósito de contribuir com um melhor acolhimento, integralidade da atenção e interação com as futuras mães, Possibilitou uma participação efetiva na UBS, o fortalecimento do vínculo com os profissionais da UBS e também uma aproximação com gestantes, principalmente em relação às suas demandas, expectativas, mitos e medos presentes no período gestacional e também em relação ao cuidado do futuro bebê. Sem dúvidas, o aprendizado no trabalho possibilita uma aproximação maior com a realidade da população. 5 Fonte: Santos, Vieira, 2018. 19 Observa-se que foram selecionados 12 artigos,sendo do ano de 2013(1), 2016(3), 2017(7) e 2018(1). Investigando seu nível de evidência pode-se dizer que um estudo tem nível de evidência 5, um tem nível de evidência 2, dois tem nível de evidência 1 e a maioria (8) tem nível de evidência 4. Após a análise dos artigos foi possível categorizá-los, criando três subtemáticas a serem discutidas a seguir: A Rede Cegonha e a Enfermagem; O Acolhimento e Classificação de Risco Obstétrico; e as Práticas Educativas pela Enfermagem. DISCUSSÃO A Rede Cegonha e a Enfermagem A Rede Cegonha prevê ações para a melhoria do acesso e da qualidade da assistência à mulher e da criança, por meio da vinculação da gestante à unidade de referência e o transporte seguro, e da implementação de boas práticas na atenção ao parto e nascimento, incluindo o direito ao acompanhante de livre escolha da mulher no parto. Estas ações estão inseridas em quatro componentes estruturantes da estratégia, que são: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e sistema logístico, transporte sanitário e regulação.8 O papel do profissional de saúde passa a ser sempre o de capacitar o indivíduo de desenvolver uma determinação da função e não apenas o de prescrever técnicas e ditar normas comportamentais. É imprescindível que se abandone a postura autoritária de educação para a saúde, em detrimento a uma postura de incentivo e motivação, fazendo com que a promoção de saúde deixe de ser uma ideia e passe a ser uma prática rotineira.9 Desta forma, os cuidados pré-natais à puérperas são extremamente importantes para uma gravidez saudável e para o bem-estar da mãe e do feto, e o Cartão da Gestante e o registo Sisprenatal foi implantado no Sistema Único de Saúde para melhorar a qualidade das informações e da assistência médica praticada à gestante. O Cartão da Gestante deve ser utilizado pelos profissionais de saúde viabiliza a troca de informações para uma melhor assistência ambulatorial e hospitalar.10 Nos estudos analisados evidenciaram-se o uso de protocolos na atenção pré-natal, como orientação da prática profissional, e o acolhimento como estratégia para estabelecer o vínculo com a gestante, gerando o fortalecimento da assistência na atenção pré-natal. Esta somente se torna possível quando orientada pela segurança e resolutividade, proporcionando a construção do vínculo na relação com a gestante e favorecendo a adesão ao pré-natal.11 20 O cuidar da enfermeira obstétrica demanda o compromisso e a responsabilidade em não intervir e renunciar à vontade do poder por uma conquista de atenção integral à saúde da mulher, conquista esta que surgiu em um contexto brasileiro marcado pela democratização e participação social, dentre uma concepção mais humanitária.12 A humanização da assistência ao parto implica, prioritariamente, que a atuação do profissional respeite os aspectos de sua fisiologia, reconheça aspectos sociais e culturais da família e ofereça suporte emocional facilitador de vínculo entre mãe e bebê. A assistência da enfermeira obstétrica permeia uma diversidade de saberes e competências que influenciam diretamente o cuidar de mulheres no trabalho de parto.12 Entende-se, portanto, que a Enfermagem faz parte do contexto da Rede Cegonha, exercendo suas atribuições de forma a criar vínculos e auxiliar no processo de Acolhimento e Classificação de Risco desde a descoberta da gestação até seu acompanhamento após o parto. O Acolhimento e Classificação de Risco Obstétrico O acolhimento e a atenção devem ser baseados em redução de danos, para a implementação de estratégias na assistência da consulta de pré-natal, apresentando bons prognósticos no contexto vivenciado. Assim, é possível manter o vínculo de confiança entre gestantes e a equipe de Enfermagem na realização de um trabalho ético e na tentativa de minimizar os riscos irreversíveis para a saúde da mãe e da gestação em vida.13 Entende-se segundo os artigos analisados, que o acolhimento e a classificação de risco são garantias proporcionadas pela RC e conduzem à tomada de decisões por parte do profissional da saúde a partir da escuta ativa das queixas do paciente, associada à avaliação clínica pautada em protocolos e fundamentada em evidências. Pode-se afirmar também que em obstetrícia, o acolhimento apresenta peculiaridades inerentes às necessidades e às demandas relativas ao processo gravídico, como a investigação de queixas comuns no período gestacional, por exemplo, cefaleia, náuseas, vômitos e visão turva, que podem camuflar situações clínicas demandando ação rápida; isso exige preparo das equipes de saúde para escuta qualificada e capacidade de julgamento clínico preciso.14 Na especialidade em foco, a classificação de risco envolve categorias de gravidade, diferenciadas por cores: Vermelha (emergente) - pacientes com risco de morte; Laranja (muito urgente) - pacientes em estado crítico ou semicrítico não estabilizadas; Amarela (urgente) - pacientes em estado crítico ou semicrítico já estabilizadas; Verde (pouco urgente) - pacientes menos críticos, sem risco de agravos; Azul (não urgente) - pacientes não graves. 21 Este protocolo é bastante similar ao comumente utilizado nas Unidades de Pronto Atendimento.14 O protocolo de acolhimento e classificação de risco constitui ferramenta de apoio à decisão clínica e linguagem universal para as urgências obstétricas. Seu propósito é a pronta identificação de casos críticos ou graves, possibilitando atendimento rápido e seguro de acordo com o potencial de risco, com base em evidências, além de basear e orientar uma análise sucinta e sistematizada para identificar situações de ameaça à vida.11 Entretanto, o acolhimento igualmente irá levar em consideração as fragilidades no que tange à integralidade e humanização na atenção obstétrica no processo parturitivo, principalmente quanto ao vínculo e acolhimento, o uso indiscriminado de tecnologias e intervenções desnecessárias, conferindo assim a vulnerabilidade da mulher nesse contexto. 8 Caso seja necessário, poderá haver um acompanhamento por profissionais qualificados, perfazendo o saber clínico e se corresponsabilizando, se conscientizando, se engajando verdadeiramente como profissionais de saúde e almejando a promoção do cuidado na estruturação de projetos terapêuticos singulares. Entretanto, o enfermeiro deve estar apto e qualificado a diferentes casos e situações do meio que venham a surgir. Nessa perspectiva, verifica-se a necessidade de trabalhar com uma equipe multiprofissional inserida tanto no contexto da Rede Primária a Rede Terciária, atendendo de forma consolidada tanto os profissionais que lidam com as gestantes, visando a presteza de um serviço qualificado.8 O acolhimento, portanto, deve ser visto como uma das principais diretrizes éticas, estéticas e políticas da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Definido em documentos oficiais como a recepção do usuário no serviço de saúde, compreende a responsabilidade dos profissionais pelo usuário, a escuta qualificada de sua queixa e angústias, a inserção de limites, se for preciso, a garantia de assistência resolutiva e a articulação com outros serviços para a continuidade do cuidado, quando necessário.13 A gestação e o parto, como eventos naturais e fisiológicos, fazem parte da vida sexual e reprodutiva da mulher. Nessa perspectiva, a parturiente deve ser acompanhada de maneira favorável e não invasiva, possibilitando que ela mesma tome posse do seu trabalho de parto de forma ativa.15,16 Portanto, o acolhimento e a humanização no cuidado durante o pré-natal são valores vitais e afetivos, contribuindo, assim, para refletir a assistência pré-natal, objetivando o direcionamento desse atendimento às necessidades específicas de cada mulher.17 22 As Práticas Educativas voltadas para a Gestante pela EnfermagemAs práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros na Atenção Primária à Saúde estão relacionadas à educação em saúde com orientações à prevenção do autocuidado, cuidado adequado com o bebê, promoção da autonomia e empoderamento materno, comunicação interpessoal, capacitação da equipe e incentivo à participação de enfermeiros obstetras neste contexto. É relevante para desenvolvimento de estratégias que fortaleçam comunicação entre profissional e usuária por meio da escuta ativa, acolhimento humanizado, jogos e dinâmicas, incentivo à participação de familiares, acompanhantes e colaboração dos componentes da equipe multiprofissional.18 Aproveitando-se do Acolhimento e Classificação de Risco Obstétrico, a Enfermagem pode utilizar a ocasião para a promoção do aleitamento materno até os dois anos de idade, considerando o aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses, e introduzindo alimentos complementares saudáveis em tempo oportuno, fortalece a Rede Amamenta e Alimenta Brasil, também são ações estabelecidas no contexto da Rede Cegonha; organizando os serviços de atenção primária para garantir o acompanhamento da criança de maneira a avaliar o crescimento e desenvolvimento em todas as consultas de rotina, garantindo acesso às vacinas disponíveis no SUS e o preenchimento adequado da Caderneta de Saúde da Criança, atendendo resolutivamente o surgimento de possíveis intercorrências8 O trabalho grupal pode ser utilizado como estratégia do processo educativo, pois a construção deste acontece a partir das interações entre seres humanos de forma dinâmica e reflexiva. A técnica de trabalho com grupos promove o fortalecimento das potencialidades individuais e grupais, a valorização da saúde, a utilização dos recursos disponíveis e o exercício da cidadania.9 Observa-se que os cuidados em saúde têm relação direta com a assistência profissional, em que práticas humanizadas, pautadas numa relação empática de apoio e acolhimento, mostram-se eficazes para o desenvolvimento do autocuidado e cuidado do outro. Considera-se necessário criar, ainda, ações intersetoriais que repercutam na assistência prestada às portadoras do HIV, sensibilizando os profissionais para acolher este público, em todos os níveis atenção.19 Em caso de vulnerabilidades e atendimento a gestantes em situação de rua, o Ministério da Saúde (MS), criou a política pública de saúde para a População em Situação de Rua (PSR), que tem como um dos seus objetivos trabalhar a Redução de Danos (RD), assume a responsabilidade da promoção da equidade, garantindo o acesso dessa população a outros atendimentos no SUS, por meio da implantação das equipes de Consultório na Rua. Desta 23 forma, não apenas as gestantes que procuram unidades de saúde passam a ser atendidas, mas também aquelas que ainda não tem vinculação com as unidades.13 Por fim, verificou-se que diversos temas podem ser abordados, entre eles: A importância do pré-natal e as fases da gestação; Medicamentos na gravidez; Orientação sobre o teste do pezinho e as primeiras vacinas; Aleitamento Materno, nutrição e saúde do bebê; Tipos de parto (normal, cesárea, fórceps), Método Shantalla (massagem no recém-nascido); Cuidados com o recém-nascido: banho, curativo do coto, alterações fisiológicas próprias do recém-nascido e organização do enxoval; Volta a atividade sexual e utilização de métodos contraceptivos; e Cuidados bucais da mãe e do bebê.9 CONCLUSÃO O Acolhimento Obstétrico deve ser pensado como a união de diversos fatores que levam a gestante a participar, criar vínculos e sentir-se “acolhida”. É um processo que envolve diversos processos de trabalho, equipes, serviços e redes, sempre se remetendo à perspectiva da clínica ampliada. Assim o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser também um dispositivo de acionamento de redes “internas”, “externas”, multiprofissionais, comprometidas com as respostas às necessidades das gestantes. Todo o atendimento deve estar voltado para a segurança e bem-estar da mãe e da criança, incluindo a classificação de risco que é feita normalmente através do protocolo de Manchester, já instituído comumente na Rede Cegonha, porém com pequenas especificidades obstétricas. Espera-se com este estudo que se tenha esclarecido e respondido aos objetivos propostos e sugerindo-se que se aprofunde a temática, preparando o profissional da enfermagem, para cada vez mais estar apto ao atendimento as gestantes, tornando o acolhimento parte de um cotidiano amigável e saudável. 24 REFERENCIAS 1 Brasil, Ministério da Saúde, Manual de implementação da Rede Cegonha, Brasília, DF, 2013. 2 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, SMS-RJ, Atenção ao Pré-natal, 2013. 3 Sousa AMC, Universalidade da saúde no Brasil e as contradições da sua negação como direito de todos, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), 2014. 4 Figueroa MN, Menezes MLN, Monteiro EMLM, Aquino JM, Mendes NOG, Silva PVT. Acolhimento e classificação de risco em emergência obstétrica, Esc Anna Nery 2017;21(4):e20170087 5 Souza MT, Silva MD, Carvalho R, Revisão integrativa: o que é e como fazer, einstein. 2010; 8(1 Pt 1):102-6 6 Pedrolo E, Danski MTR, Mingorance P, Lazzari LSM, Meier MJ, Crozeta K. A prática baseada em evidências como ferramenta para prática profissional do enfermeiro, Cogitare Enferm 2009 Out/Dez; 14(4):760-3. 7 Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem, Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2008 Out-Dez; 17(4): 758-64. 8 Oliveira EM Celento DD, A temática da Rede Cegonha e a inserção do enfermeiro nesse contexto. Revista de Saúde. 2016 Jan./Jun.; 07 (1): 33-38. 9 Paulino HH, Souza P, Codato LAB, Muraguchi EMO, Higasi MS, Casaroto P, Raminelli M. Grupo de gestantes: uma estratégia de intervenção do PET-Saúde da Família, Revista da ABENO • 13(2): 76-81, 2013. 10 Souza IA, Serinolli MI, Novaretti MCZ, Souza DCC, Compatibilidade entre os dados do cartão da gestante e o sistema informatizado da web sisprenatal PRISMA.COM (32) 2016, p. 127-147. 11 Bortoli CFC, Bisognin P, Wilhelm LA, Prates LA, Sehnem GD, Ressel LB. Factors that enable the performance of nurses in prenatal. Rev Fun Care Online. 2017 out/dez; 9(4):978- 983. 12 Vargens COM, Silva ACV, Progianti JM, Contribuição de enfermeiras obstétricas para consolidação do parto humanizado em maternidades no Rio de Janeiro-Brasil Esc Anna Nery 2017;21(1):e20170015. 13 Araujo AM, Santos AAP, Lúcio IML, Tavares CM, Fidélis EPB O contexto da gestante na situação de rua e vulnerabilidade: seu olhar sobre o pré-natal 14 Figueiroa MN, Menezes MLN, Monteiro EMLM, Aquino JM, Mendes NOG, Silva PVT Acolhimento e classificação de risco em emergência obstétrica Escola Anna Nery 21(4) 2017. 25 15 Santos ALM, Santini AVM, Subutzki LS, Berlato LP, Marchiori MRC, Souza MHT, Rede Cegonha e o protagonismo ao gestar: uma revisão narrativa da literatura. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 17, n. 2, p. 319-329, 2016. 16 Correia SR; Silva JMO; Santos AAP; et al. Nursing care to adolescent woman in labor in the light of Wanda Horta’s theory. Rev Fund Care Online. 2017 jul/sep; 9(3):857-866. 17 Silva LA, Alves VH, Rodrigues DP, Vieira BDG, Marchiori GRS, Santos MV. A humanização do cuidado pré-natal na perspectiva valorativa das mulheres gestantes. Rev Fun Care Online. 2018 out/dez; 10(4):1014-1019. 18 Quental LLC, Nascimento LCC, Leal LC, Davim RMB, Cunha ICB, Práticas educativas com gestantes na atenção primária de saúde, Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(Supl. 12):5370-81, dez., 2017. 19 Rahim SH, Gabatz RIB, Soares TMS, Milbrath VM, Schwartz E. Gestantes e puérperas soropositivas para o HIV e sus interfaces de cuidado. Rev enfermUFPE on line., Recife, 11(Supl. 10):4056-64, out., 2017.
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