Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE NILTON LINS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA Isolamento e produção de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEAE) e Moina sp.(CLADOCERA) para utilização na larvicultura de Matrinxã (Brycon amazonicus) JOANA PAULA DE SOUZA CORNÉLIO Manaus, Amazonas 2012 ii JOANA PAULA DE SOUZA CORNÉLIO Isolamento e produção de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEAE) e Moina sp.(CLADOCERA) para utilização na larvicultura de Matrinxã (Brycon amazonicus) Orientadora: Drª Marle Angélica Villacorta Correa Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins como parte dos requisitos para obtenção de título de Mestre em Aquicultura Manaus, Amazonas 2012 iii C834i Cornélio, Joana Paula de Souza. Isolamento e produção de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEAE) e Moina sp.(CLADOCERA ) para utilização na larv icultura de Matrinxã (Brycon amazonicus)./Joana Paula de Souza Cornélio.- Manaus:UNL,2012. 79.; il.; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Aquicultura) – Universidade Nilton Lins, Manaus, 2012. Orientador: Marle Angélica Villacorta-Correa Palavras-chave: Isolamento, produção, Chlorella, Cladocera. I.Título.II.Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043 iv BANCA JULGADORA Membros titulares: _______________________________________ Dr. Alfredo Olivera Gálvez – UFRPE _______________________________________ Dr. Edinaldo Nelson Santos Silva – INPA _______________________________________ Dr. André Ricardo Ghidini- UNINORTE Membros suplentes: _______________________________________ Drª Maria Célia Portella – CAUNESP ______________________________________ Drª Elizabeth Gusmão Affonso - INPA AGRADECIMENTOS v Sinopse: Realizou-se o isolamento e a produção de organismos planctônicos (Chlorella sp. e Cladocera) para utilização na larvicultura de peixes amazônicos Palavras-chave: Isolamento, produção, Chlorella, Cladocera vi DEDICATÓRIA À minha família, e em especial minha mãe Valdereis Maria Farias de Souza e irmã Keila Cristina de Souza Cornélio pelo amor a mim dado. Amo vocês! Dedico-lhes... vii AGRADECIMENTOS A Deus por sua presença constante em nossas vidas!! À minha orientadora, Profa. Dra Marle Angélica Villacorta-Correa pela dedicação, apoio, confiança e pela aprendizagem não só acadêmica, mas de vida!Obrigada!! Aos amigos José Augusto Bida Neto, Rosilane Oliveira, Aureliano (Saterê) e Jadilson (Piauí) pelo apoio, companhia e amizade que tiveram por mim durante o período do trabalho!Vocês são especiais! Ao Projeto DARPA em nome do Sr. Geraldo Bernardino pelo apoio dado a pesquisa realizada! À Universidade Nilton Lins e Instituto de Pesquisas da Amazônia por proporcionar a oportunidade de cursar o Mestrado em Aquicultura! Aos colegas e amigos do curso de aquicultura, em especial Eduardo Ribeiro, Aline Alcântara e Alyson Ribeiro que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho! Às amigas Antônia Hippy, Raquel Aguiar e Sandra Portela pelas palavras de incentivo e pela amizade!Obrigada meninas! À FAPEAM pela concessão da bolsa durante o período de estudo. viii Ó Senhor Deus, tu me proteges e me dás força! (Jeremias 17:19) ix RESUMO GERAL A larvicultura de peixes amazônicos especialmente daqueles com larvas de hábitos alimentares carnívoros e comportamento canibal se constitui hoje em um dos principais desafios que dificulta o desenvolvimento da piscicultura na região. Para a criação de larvas de peixes, a utilização de alimento natural como os organismos planctônicos constitui uma questão relevante. Estes organismos podem ser produzidos em instalações especiais e se constituem alimentos de alto valor nutricional nas primeiras fases do desenvolvimento dos peixes. O objetivo deste trabalho foi realizar adaptações metodológicas para a produção de Moina sp.(CLADOCERA) para servir como alimento de larvas de peixes amazônicos. O estudo foi realizado nas instalações da Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas – UFAM de junho de 2011 a fevereiro 2012. O trabalho está apresentado em forma de capítulos: 1) Isolamento de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEA) para sua produção em laboratório; 2) Produção de Chlorella sp. em laboratório para alimentação de organismos zooplanctônicos e 3) Produção de Moina sp. (CLADOCERA: MOINIDAE) para sua utilização na larvicultura de matrinxã (Brycon amazonicus). Nestes capítulos são detalhados os procedimentos metodológicos para a produção de Chlorella sp. a partir de cepas monoespecíficas que foram produzidas em laboratório e zooplâncton (CLADOCERA) produzido em sistema aberto. As técnicas para a produção tanto de fitoplâncton como de zooplâncton foram simplificadas utilizando farinha de peixe e o NPK como fonte de nutrientes. Os resultados obtidos neste trabalho poderão em primeira mão servir para produção de zooplâncton que atenda as experiências de manejo alimentar durante a larvicultura do matrinxã (Brycon amazonicus) no âmbito do projeto “Desenvolvimento da Aquicultura e dos Recursos Pesqueiros na Amazônia” e posteriormente, repassadas para o setor produtivo. Palavras-Chave : cultivo de alga, Chlorella, produção de zooplâncton, CLADOCERA, farinha de peixe, NPK. x ABSTRACT The hatchery fish Amazonian especially those with larvae eating habits are carnivorous and cannibalistic behavior constitutes today one of the major challenges impeding the development of fish farming in the region. For the fish larvae creation, the use of natural food such as plankton is a relevant question.These organisms can be produced in special plants and foods are of high nutritional value in the early stages of fish development. The aim of this study was methodological adaptations for producing Moina sp. (Cladocera) to serve as food for fish larvae Amazon. The study was The study was undertaken at the premises of the station Aquaculture Experimental Farm of the Federal University of Amazonas - UFAM June 2011 to February 2012. The work is presented in the form of chapters: 1) Isolation of Chlorella sp. (CHLOROPHYCEA) for production in laboratory; 2) Production of Chlorella sp. laboratory for feeding zooplankton and 3) Production of Moina sp. (Cladocera: MOINIDAE) for use in larviculture matrinxã (Brycon amazonicus). In these chapters are detailed methodological procedures for producing Chlorella sp. from monospecific strains that were produced in the laboratory and zooplankton (Cladocera) produced in an open system. Techniques for the production of both phytoplankton and zooplankton were simplified using fish meal and the like NPK nutrient source. The results obtained in this study may serve to firsthand zooplankton production that meets the experiences of feeding management during the larviculture matrinxã (Brycon amazonicus) under the project "Development of Aquaculture and Fisheries Resources in the Amazon" and subsequent ly transferred to the productive sector. Keywords: cultivation of algae, Chlorella, production of zooplankton, Cladocera, fish meal, NPK. xi SUMÁRIO PÁGINA Introdução geral................................................................................................15 Objetivos.......................................................................................................... 21 Capítulo 01 Isolamento de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEA) para produção em laboratório Resumo............................................................................................................. 22 Abstract............................................................................................................ 23 Introdução......................................................................................................... 24 Material e métodos........................................................................................... 26 Resultados........................................................................................................ 29 Discussão.......................................................................................................... 34 Conclusão......................................................................................................... 37 Referências bibliográficas................................................................................ 38 Capítulo 02 Produção de Chlorella sp. em laboratório para alimentação de organismos zooplanctônicos Resumo............................................................................................................. 41 Abstract............................................................................................................ 42 Introdução......................................................................................................... 43 Material e métodos........................................................................................... 46 Resultados........................................................................................................ 49 Discussão.......................................................................................................... 54 Conclusão......................................................................................................... 57 Referências bibliográficas................................................................................ 58 Capítulo 03 Produção de Moina sp.(Cladocera:Moinidae) para sua utilização na larvicultura de peixes amazônicos Resumo............................................................................................................. 61 Abstract............................................................................................................ 62 Introdução......................................................................................................... 63 Material e métodos........................................................................................... 66 Resultados........................................................................................................ 68 Discussão.......................................................................................................... 71 Conclusão......................................................................................................... 75 Referências bibliográficas................................................................................ 76 xii LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I Página Figura 1. Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da UFAM: a) Localização, b) Instalações.............................................................................................. 26 Figura 2. Viveiros onde foram coletadas as amostras de fitoplâncton: a) CPAq/INPA ,b) Estação de Aquicultura da UFAM............................................................................. 26 Figura 3. Coleta da amostra com rede de fitoplâncton de 30 μ ...................................... 30 Figura 4. Filtragem da amostra para eliminar a matéria orgânica.............................................................................................................................. 30 Figura 5- Amostra concentrada de Chlorella sp............................................................... 30 Figura 6. Incubação das amostras sob condições controladas........................................... 30 Figura 7. Cultura em meio sólido: a- Estriamento; b- Diferenciação das colônias iniciais de Chlorella sp...................................................................................................... 31 Figura 8. Crescimento das colônias de Chlorella sp.: a-colônias em meio agar com 3 dias de incubação;b- Amostra concentrada de Chlorella sp.............................................. 31 Figura 9. Retirada das colônias de Chlorella sp................................................................ 31 Figura 10. Transferência das cepas isoladas para tubos de ensaio............................................................................................................................... 32 Figura 11 . Incubação das cepas de Chlorella sp. isolada no laboratório de fitoplâncton da Fazenda Experimental da UFAM................................................................................. 32 Figura 12. Processo de isolamento de cepas de Chlorella sp............................................ 32 xiii LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO II Página Figura 1. Delineamento experimental inteiramente casualizado......................... 47 Figura 2. Unidades experimentais utilizadas para o cultivo: a- 250 ml; b-1000 ml; c- 5 litros; d- 20 litros; e- 35 litros. ............................................................... 48 Figura 3. Curvas de crescimento de Chlorella sp.enriquecido com farinha de peixe e NPK em volume de 200 ml...................................................................... 49 Figura 4. Curvas de crescimento de Chlorella sp.enriquecido com farinha de peixe e NPK volume de 900 ml........................................................................... 50 Figura 5. Curvas de crescimento de Chlorella sp.enriquecido com farinha de peixe e NPK em volume de 4 L......................................................................... 50 Figura 6. Curvas de crescimento de Chlorella sp.enriquecido com farinha de peixe em volume de 18 L................................................................................. 51 Figura 7. Curvas de crescimento de Chlorella sp.enriquecido com farinha de peixe em volume de 30L...................................................................................... 52 Figura 8. Padrão de coloração das culturas a) fase de indução b) fase de crescimento exponencial....................................................................................... 53 xiv LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO III Página Figura 1. Desenho experimental utilizado na pesquisa........................................ 67 Figura 2. Locais de coleta das amostras nas unidades experimentais.................. 67 Figura 3. Espécie utilizada para a produção: a- Moina sp.; b-Estruturas taxonômicas para identificação:a) segunda antena; b) ocelos; c) rostro; d) posabdômen; e) ramos do posabdômen.............................................................. 68 Figura 4. Curva de crescimento da Moina sp. : a-Meio de cultura farinha de peixe; b-Meio de cultura NPK............................................................................. 69 Figura 5.Densidade média de Moina sp. por estágio de desenvolvimento na produção com o meio de cultura farinha de peixe............................................... 69 Figura 6. Densidade média de Moina sp. por estágiode desenvolvimento na produção com o meio de cultura NPK................................................................. 70 15 INTRODUÇÃO GERAL O pescado produzido no Brasil no ano de 2010 foi de 1.264.765 t, com um incremento de 2 % em relação a 2009, quando foram produzidas 1.240.813 t. Em 2010 houve uma redução de 8,4% na produção oriunda da pesca extrativa marinha em relação a 2009, resultada de um decréscimo de 49.217 t. Em contra partida, a produção da pesca extrativa continental e a aquicultura continental fecharam em alta em relação a 2009, com um acréscimo de 3,9% e 16,9% respectivamente (MPA, 2010). A ampliação de políticas públicas facilitando o acesso aos programas governamentais existentes tais como o Plano Mais Pesca e Aquicultura desenvolvida pelo MPA, possibilitou o desenvolvimento da aquicultura nacional. Isto pode ser constatado com o crescimento da produção entre 2008 e 2009 que mesmo sendo menos acentuada que a do triênio 2008-2010 (40%), teve um incremento de 16,9 % (MPA, 2012). Gandra (2010) refere que na região amazônica o peixe representa a principal fonte de proteína para consumo humano, particularmente das populações ribeirinhas que apresentam um consumo per capita de pescado estimado entre 500 e 600 g/dia. Em Manaus o consumo é de 93,61 g/pessoa/dia e parte desta demanda é suprida pelo pescado oriundo da piscicultura. Contudo, a produção da piscicultura local (12.000 t de tambaqui em 2009) não atendeu as necessidades do mercado consumidor já que desse valor, 6.000 toneladas são oriundos da piscicultura de outros estados como Rondônia, Roraima e Acre (Gandra, 2010). Segundo dados do IBAMA (2007), os peixes mais cultivados e mais estudados até o momento na região amazônica são o tambaqui (Colossoma macropomum), o matrinxã (Brycon amazonicus) e o pirarucu (Arapaima gigas). O tambaqui é a espécie mais cultivada e com maior produtividade na região Norte (Ostrensky et al., 2000) contando com maiores informações técnicas que faz com que cadeia produtiva esteja mais estruturada e em vias de consolidação. A necessidade de otimizar a utilização de recursos e investimento em pesquisas conduziu a uma estratégia adotada pelo MPA para seleção de espécies amazônicas sobre as quais serão realizados investimentos utilizando o método de escores. Este método se 16 fundamenta em critérios que consideram a importância econômica, estratégica, social, probabilidade de êxito na pesquisa e adoção de tecnologia. De acordo com o método do escore, a matrinxã, após o tambaqui é a segunda espécie cujas pesquisas devem ser priorizadas na região amazônica e que foi considerada na proposta do “Projeto Desenvolvimento da Aquicultura e dos Recursos Pesqueiros na Amazônia”. Diversos trabalhos destacam o bom desempenho zootécnico do matrinxã (Val e Honczarick, 1995; Brandão et al., 2004; Fim, 2004; Izel et al., 2004). Entretanto, Sampaio (2010) afirmou que a oferta de pós- larvas e juvenis nas estações de produção não está suprindo a demanda dos produtores regionais. Uma das causas da baixa produção é o canibalismo que ocorre nas primeiras fases de desenvolvimento da espécie (Bernardino et al., 1993; Ceccarelli, 1997). Várias estratégias foram utilizadas com a finalidade de minimizar o canibalismo nas primeiras fases do desenvolvimento do matrinxã como: redução das densidades de estocagem das larvas (Campagnolo e Nuñer, 2006); formato dos tanques utilizados na larvicultura (Pedreira, 2006); utilização de substratos artificiais, escurecimento das incubadoras (Lopes et al., 1995); uso de hormônios tireoideos (Vasques, 2003; Leonardo, 2005) e enriquecimento da ração com triptofano (Hoshiba, 2007). Dentre as estratégias alimentares, vem sendo realizadas pesquisas sobre a oferta de organismos planctônicos para diminuir o canibalismo da matrinxã na fase larval. A produção e utilização de alimento natural vivo são fundamentais para os peixes nos primeiros estágios de desenvolvimento por apresentarem altos níveis de proteína de excelente qualidade, vitaminas, minerais, ácidos graxos essenciais e possuírem enzimas necessárias para ajudar no crescimento e sobrevivências das larvas (Coutteau e Sorgeloos, 1997; Kubitza, 1998; Kolkovski, 2001; Portella et al., 2002; Carvalho et al., 2003; Sipaúba-Tavares, 2003; McKinnon et al., 2003). Os organismos planctônicos também são importantes para o crescimento das pós- larvas porque a maioria dos peixes nesta fase, não possuem sistema enzimático e digestório completamente desenvolvidos (Furuya et al., 2001). A utilização de microalgas como fonte de alimento na aquicultura vem se destacando por apresentar fonte de proteínas, ácidos graxos insaturados, vitaminas, sais 17 minerais, pigmentos, enzimas, antibióticos e outros metabólitos biologicamente ativos (Pereira, 2001). Lourenço (2006), afirma que o cultivo de microalgas em laboratório é uma ferramenta essencial para a produção de biomassa algal que pode ser utilizada para a alimentação de Zooplâncton que por sua vez servirão de alimento para peixes na fase larval. Segundo Cecarelli e Senhorini (1996), a matrinxã tem preferência alimentar por crustáceos planctônicos, principalmente da classe Cladocera. Sampaio (2010), trabalhando com conteúdo estomacal de larvas de matrinxã encontrou que até 11 dias após a eclosão as larvas de matrinxã tem preferência alimentar por cladóceros e posteriormente ocorre o consumo de alimento inerte. Portanto, este item alimentar poderia ser utilizado durante a larvicultura até que as larvas sejam capazes de aceitar a ração. Assim, se torna necessário o investimento em pesquisas para a produção em massa de Cladocera utilizando uma metodologia simples e adaptada às condições locais que suporte a alimentação de larvas de matrinxã. Neste contexto, no presente trabalho apresentamos em forma de capítulos as diferentes técnicas utilizadas na produção de organismos planctônicos (fitoplâncton e zooplâncton) visando à produção em massa de Cladocera. Estes organismos poderão ser utilizados na larvicultura da matrinxã para diminuir o canibalismo desta espécie nas primeiras fases de seu desenvolvimento, que atualmente se constitui no maior entrave tecnológico para aumentar a produção de alevinos e abastecer a crescente demanda dos produtores da região. 18 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bernardino, G.; Senhorini, J. A.; Fontes, N. A.; Bock, C. L.; Mendonça, J. O. J. 1993. Propagação artificial do matrinxã, Brycon cephalus (GÜNTHER, 1869) (Teleostei, Characidae). Boletim Técnico do CEPTA, 6: p.1-9. Brandão, F.R.; Gomes, L.C.; Chagas, E.C.; Araújo, L.D. 2004. Densidade de estocagem de juvenis de tambaqui durante recria em tanques-rede. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 39: 357-362. Campagnolo, R.; Nuñer, A. P. O. 2006. Sobrevivência e crescimento de larvas de surubim, Pseudoplatystoma corruscans (Pisces, Pimelodidae), em diferentes densidades de estocagem. Acta Scientiarum. Animal Sciences, 28:231-237. Carvalho, A. P.; Olivia-Teles, A.; Bergot, P. 2003. A preliminary study on the molecular weight profile of soluble protein nitrogen in live food organisms for fish larvae. Aquaculture, Amsterdam, 225: 445-449. Ceccarelli, P. S. 1997. Canibalismo de larvas de matrinxã, Brycon cephalus, (GÜNTHER, 1869). Dissertação (Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Zoologia) - Universidade Estadual Paulista –UNESP, Botucatu, São Paulo. 80 pp. Ceccarelli, P. S.; Senhorini, J. A. 1996. Brycon: Viabilização da produção de alevinos. Panorama da Aquicultura, Rio de Janeiro, 6:10-11. Coutteau, P.; Sorgeloos, P. 1997. Manipulation of dietary lipids, fatty acids and vitamins in zooplankton cultures. Freshwater Biology, Oxford, 38: 501-512. Fim, J.D.I. 2004. Intensive Culture of Matrinxã (Brycon cephalus) In Stream Channels:A New Rural Settlement Development Strategy for the Amazon. Fish Culture Performance In The Tropics, Symposium proceedings, International Congress on the Biology of Fish Tropical Hotel Resort, Manaus Brazil. Furuya, W. M. 2001. Nutrição de peixes: fundamentos da moderna aquicultura. Canoas, RS: Ed ULBRA, cap. 8, p. 59-68. Gandra, A.2010. O mercado do pescado da região metropolitana de Manaus. INFOPESCA. Hoshiba, M.A. 2007. Enriquecimento da alimentação das larvas de matrinxã (Brycon amazonicus) com aminoácidos: influência no crescimento inicial e sobrevivência das larvas. Dissertação (Mestrado na Universidade Estadual Paulista), Jaboticabal. 103pp. 19 Izel, A.C.U.; Pereira-Filho, M; Melo L.A. S; Macêdo, J. L. V. 2004. Avaliação de níveis protéicos para a nutrição de juvenis de matrinxã (Brycon cephalus). Acta Amazônica, 34:179-184. Kolkovski, S. 2001.Digestive enzimes in fish larvae and juveniles- implications and applications to formulated diets. Aquaculture, Amsterdam, 200:181-201. Kubitza, F. 1998. Nutrição e alimentação dos peixes cultivados. Campo Grande, Mato Grosso do Sul: Ed. Projeto Pacu/Agropeixe, 108 pp. Leonardo, A. F. G. 2005. Ação da triiodotironina na larvicultura da piracanjuba (Brycon orbignyanus) e matrinxã (Brycon cephalus).Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Centro de Aquicultura, 81 pp. Lopes R.N.M., Senhorini J.A.; Soares M.C.F. 1995. Desenvolvimento larval e embrionário do matrinchã Brycon cephalus Günther, 1869, (Pisces, Characidae). Boletim Técnico do CEPTA, 8: 41-48. Lourenço, S. O. 2006. Cultivo de Microalgas Marinhas: Princípios e Aplicações. 1 ed. São Paulo: Rima, 606 p. Mckinnon, A. D.; Duggan, S.; Nichols, P. D.; Rimmer, M. A.; Semmens, G.; Robino, B. 2003.The potential of tropical paracalanid copepods as live feeds in aquaculture. Aquaculture, Amsterdam, 223: 89-106. MPA. 2010. Produção Pesqueira e Aquicola. MPA. 2012. Boletim estatístico da pesca e aquicultura. Ostrensky, A.; Borghetti, J.R.; Pedini, M. 2000. Situação atual da Aquicultura brasileira e mundial. In: VALENTI, W.C. (Ed.). Aquicultura no Brasil: bases para um desenvolvimento sustentável. Brasília: CNPq. - Ministério da Ciência e Tecnologia. p.353-382. Pedreira, M. M; Sipaúba-Tavares, L. H. Silva, R. C. 2006. In, fluência do formato do aquário na sobrevivência e desenvolvimento de larvas de matrinxã Brycon cephalus (Osteichthyes, Characidae). Revista Brasileira de Zootecnia, 35:329-333. Pereira, A.M.2001.Cultura em larga escala da microalga Ankistrodesmus gracilis (REINCH) Korsikov (Chlorophyceae), e do microcrustáceo Diaphanosoma birgei 20 (KORINECK,1981) (CLADOCERA) em laboratório.Tese de doutorado,Centro de Aquicultura da UNESP.92 pp. Sampaio, A.S.S.2010. Desenvolvimento inicial e comportamento alimentar da matrinxã Brycon amazonicus (gunther, 1869), em laboratório. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande, Rio grande, Rio Grande do Sul. 97pp. Sipaúba-Tavares, L. H.; Rocha, O. 2003.Produção de plâncton (Fitoplâncton e Zooplâncton) para alimentação de organismos aquáticos. São Carlos: RIMA. 106 pp. Val, A. L.; Honczaryk, A. 1995. Criando peixes na Amazônia. Ed.19. Manaus, INPA, 150 pp. 21 OBJETIVOS GERAL Isolar e produzir organismos planctônicos, fitoplâncton Chlorella sp. e zooplâncton Moina sp. , para utilização na larvicultura da Matrinxã (Brycon amazonicus). ESPECÍFICOS 1. Isolar Chlorella sp. para produção em laboratório; 2. Produzir de Chlorella sp. em laboratório para alimentação de organismos zooplanctônicos ; 3. Produzir Moina sp. para utilização na larvicultura da matrinxã (Brycon amazonicus). 22 Isolamento de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEA) para produção em laboratório RESUMO O isolamento e o cultivo de microalgas em laboratório têm recebido um grande impulso nos últimos anos, embora exista a necessidade de aprimoramento dos métodos e tecnologias empregadas, principalmente para as espécies de água doce. O objetivo deste trabalho foi o isolamento da microalga Chlorella sp. visando à formação de um banco de cepas monoalgais para posterior cultivo em laboratório e em larga escala. O experimento foi realizado no laboratório de fitoplâncton na Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. As coletas foram realizadas nos viveiros da Coordenação de Pesquisas em Aquicultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Cpaq / INPA e na Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Foram utilizadas duas metodologias de isolamento de microalgas utilizando meio de cultura NPK: 1) Subculturas repetidas e 2) Meio NPK sólido com Agar. Para o método 2,a incubação foi realizada em temperatura entre 25 e 27º C (ambiente) e intensidade luminosa de aproximadamente 5.000 lux. As colônias monoespecíficas foram transferidas para frascos erlenmeyer contendo inicialmente 30 ml de meio de cultura liquido para iniciar uma subcultura e posteriormente foi diluído para 200 ml constituindo as cepas isoladas. O material foi distribuído em tubos de ensaio com tampa de rosca e mantidos em câmara de incubação a temperaturas entre 20 e 27º C, sob iluminação continua. Palavras-Chave : isolamento de microalgas, cepas de microalgas, Chlorella, incubação, NPK. 23 Isolation of Chlorella sp. (CHLOROPHYCEA) for producing in laboratory ABSTRACT The Insulation and cultivation of micro-algae laboratory have received a big boost in recent years, although there is a need for improved methods and technologies employed, particularly for freshwater species. The objective of this work was the insulation of microalgae Chlorella sp. for the training of a bank of monoalgaes strains for further cultivation in the laboratory and on a large scale. The experiment was conducted in the laboratory of phytoplankton at Station Aquaculture Experimental Farm of the Federal University of Amazonas-UFAM. Samples were collected in ponds at the Aquaculture Research Coordination National Institute of Amazonian Research - CPAQ / INPA and Aquaculture Station of the Experimental Farm of the Federal University of Amazonas - UFAM. Two methodologies insulation using microalgae culture medium NPK: 1) Repeated Subcultures and 2) Half NPK solid Agar. For the second method, the incubation was carried out at a temperature between 25 and 27 ° C (ambient) and luminous intensity of about 5,000 lux. The monospecific colonies were transferred to Erlenmeyer flasks containing initially 30 ml of liquid culture medium to initiate a subculture and were subsequently diluted to 200 ml constituting the isolates. The material was distributed in test tubes with screw cap and kept in an incubation chamber at temperatures between 20 and 27 ° C under continuous illumination. Keywords : insulation of microalgae strains of microalgae, Chlorella, incubation, NPK. 24 Capítulo 01: Isolamento de Chlorella sp. (CHLOROPHYCEA) para produção em laboratório INTRODUÇÃO As algas são organismos unicelulares que habitam ambientes marinhos e continentais, são capazes de realizar fotossíntese (Calijuri, 2006) e servir de alimento e abrigo para muitas espécies de organismos aquáticos. As algas constituem o primeiro elo da cadeia alimentar e são de fundamental importância na manutenção da vida nos ecossistemas aquáticos, além disso, são responsáveis por 98 % do oxigênio da terra (Bicudo 2004). Estes organismos possuem importância tanto ambiental, pois podem realizar o equilíbrio nos ambientes aquáticos quanto social e econômico, servindo como fonte de alimento e matéria prima (Barros, 2010). O fitoplâncton desempenha função importantena aquicultura, pois é fonte de aminoácidos essenciais e servem como alimento vivo para os estágios iniciais de organismos aquáticos (Portella et al. 1997). Rotíferos e Cladocera são itens alimentares preferidos por larvas de tambaqui Colossoma macropomum (Sipauba Tavares, 1993; Carvalho & Goulding, 1982), já as larvas de matrinxã Brycon amazonicus tem preferência por cladocera (Senhorini, 2002; Sampaio, 2010). Day (1958) afirma que cladoceros podem servir como alimento para diversos peixes de água doce na Índia (Cyprinidae e Siluridae). Moina sp. tem sido extensivamente utilizado como alimento vivo durante a larvicultura, manutenção e cultura de peixes de aquário de importância comercial (Bellosillo, 1937; Alikunhi, 1952; Alikunhi et al, 1955; Cooper e Grasslight, 1963). Varias espécies de algas são utilizadas para a produção de organismos zooplanctonicos. Espécies do gênero Chlorella foram utilizadas com sucesso na produção de Moina sp. (Montealegre 1996; Prieto, 2006). Para iniciar o processo de cultivo de microalgas em laboratório é necessário o desenvolvimento de métodos e técnicas adequadas que permitam a produção com sucesso de culturas monoalgais. Segundo Bicudo (1970), existe uma predominância sequencial das espécies existentes, aquelas que predominam inicialmente tendem a desaparecer, sendo substituídas por outras mais comuns e mais resistentes. A 25 competição entre espécies é uma das principais dificuldades na preservação de uma população. Assim, o isolamento de microalgas em um meio adequado para o crescimento é necessário para estabelecer uma cultura monoalgal. Entre as algas de água doce mais cultivadas estão as Chlorophyceae, ressaltando o potencial da Chlorella sp.,Scenedesmus quadricauda, Ankistrodesmus gracilis, que têm mostrado excelente resultado em cultivos realizados em laboratório e quando utilizada indiretamente como alimento de larvas de peixes via zooplâncton (Sipaúba-Tavares e Braga,1999; Sipaúba-Tavares et al.,1999). Conforme Vendrúscolo (2009), o cultivo de microalgas dos gêneros Chlorella e Scenedesmus sp. para alimentação de espécies de microcrustáceos tem se destacado pela facilidade de manejo destas espécies, e de suas características de alimentação, reprodução e facilidade de cultivo. Portella (1995) afirma que a cultura monoespecífica a partir de cepas purificadas de microrganismos vegetais e animais em larga escala abriu novas e amplas perspectivas para a alimentação de larvas de espécies marinhas e de água doce. O aprimoramento das técnicas para o cultivo em massa de algas é de grande importância, pois possibilita a transferência dos seus nutrientes (vitaminas e ácidos graxos) para um nível trófico superior (Sipaúba-tavares & Rocha, 1993; Brown et al. 1997). Pouco tem sido feito na região amazônica para produzir algas tanto em laboratório quanto em larga escala a partir de cepas purificadas de espécies nativas visando sua aplicação na larvicultura. Diversos métodos foram desenvolvidos para o isolamento de microalgas visando à produção de culturas monoalgais (Sipauba-Tavares e Rocha, 2001; Guerreiro & Villegas, 1982; Hardy e Diaz-Castro, 2000). Neste trabalho foram testados diferentes métodos para o isolamento de Chlorella sp. visando a formação de um banco de cepas monoalgais. 26 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no laboratório de Fitoplâncton da Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas - UFAM localizada no Km 38 da BR 174 (Manaus – Presidente Figueiredo) (Figura 1 A e B). As amostras de fitoplâncton foram coletadas nos viveiros da Coordenação de Pesquisas em Aquicultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - CPAq / INPA e da Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. (Figura 2). Figura 1. Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da UFAM: a- Localização; b- Instalações. a a B Figura 2. Viveiros onde foram co letadas as amostras de fitoplâncton. CPAq/INPA (A), Estação de Aquicultura da UFAM (B) Fonte: Ribeiro, 2011; Arquivo pessoal. b 27 As amostras foram coletadas utilizando uma rede de fitoplâncton com abertura de 30µ. A água foi filtrada com peneiras de 1 mm, 170µ, 60µ e 40µ para eliminar o material orgânico, insetos e zooplâncton e concentrar a amostra de fitoplâncton. Sob um microscópio óptico com aumento de 10X verificou-se a ocorrência da espécie desejada Chlorella sp. Como existiam na amostra outras espécies de fitoplâncton não desejadas, o material coletado foi diluído em três erlenmeyers de 25 ml contendo um meio enriquecido com 2 ml de solução padrão de NPK (20:5: 20 g/l) em um litro de água destilada autoclavada e mantidos no laboratório sob iluminação contínua. Durante o período de incubação foi acompanhado diariamente o crescimento da espécie desejada e quando verificada sua predominância foi realizada a seleção das células de Chlorella sp. e transferidos para outros erlenmeyers sob as mesmas condições de cultivo até que quase 100% da amostra fosse composta pela espécie desejada, estando em condições de ser transferida para o meio sólido. O meio sólido foi preparado conforme a metodologia descrita por Guerrero e Villegas (1982) que consiste na utilização de Agar na concentração de 1,5 % que equivale a 1,5 g por 100 ml de meio de cultura enriquecido com 2 ml de solução padrão de NPK/ litro de água destilada. Este meio de cultura foi esterilizado em autoclave a 120º C durante 20 minutos. Retirado da autoclave o meio foi mantido a temperatura ambiente durante aproximadamente cinco minutos e ainda em estado liquido transferido para placas Petri por aproximadamente 10 minutos até a solidificação após o esfriamento. Uma gota de água contendo o fitoplâncton desejado (Chlorella sp.) foi colocado no meio sólido e realizado o estriamento sobre a superfície com uma alça de vidro. Este material foi incubado sob condições favoráveis de cultivo (entre 25 e 27º C e aproximadamente 5.000 lux) e acompanhado o crescimento até o aparecimento de colônias algais, e quando estas eram bem diferenciadas e espalhadas em mais de 50% da placa foram retiradas com uma alça bacteriológica, colocadas em uma pequena quantidade do meio liquido e verificado sob microscópio se estas colônias continham uma única espécie de alga. As colônias monoespecíficas foram transferidas para frascos erlenmeyer contendo inicialmente 30 ml de meio de cultura liquido para iniciar uma subcultura que posteriormente foi diluída para 200 ml. Este material foi distribuído em tubos de ensaio 28 com tampa de rosca e mantidos em câmara de incubação a temperaturas entre 24º e 27º C, sob iluminação continua. 29 RESULTADOS A coleta de microalgas foi realizada com o objetivo de obter uma cultura unialgal. A rede de plâncton com abertura de malha de 30 µ foi eficiente pra reter o fitoplâncton (Figura 3). A amostra original concentrada (Figura 4) foi observada sob microscópio óptico. Verificada a presença da espécie desejada (Chlorella sp.) (Figura. 5) foi acrescentada a amostra um meio de cultura enriquecido com NPK em quantidade equivalente a 50% do volume da amostra. Deste concentrado foram retiradas sub amostras de 30 ml e diluídas para volumes de 200 ml. Este material foi mantido sob iluminação constante de aproximadamente 5.000 lux e temperatura entre 25 e 27ºC (Figura 6). Diariamente se realizaram observações visuais para verificar o crescimento das espécies desejadas. Com 4 dias de cultivo, constatada a abundancia da espécie desejada (Chlorella sp.) foi realizada uma seleção preliminar e posteriormente transferido para três erlenmeyers contendo 100 ml do meio de cultura.Após cinco dias de incubação, verificada a predominânciadas células desejadas, uma gota da cultura foi estriada em seis placas com o meio de cultura sólido, composto por Agar enriquecido com NPK (Figura 7). Após 3 dias de incubação, foi observada a presença de colônias diferenciadas cobrindo mais de 50 % da placa (Figura 8). Utilizando uma alça bacteriológica foram retiradas as colônias individualizadas e transferidas para um vidro de relógio contendo algumas gotas do meio de cultura (Figura 9). Confirmada a presença de uma única espécie o concentrado unialgal foi transferido para três erlenmeyers contendo 30 ml de meio de cultura. Este material foi incubado por 2 dias e repicada para 3 volumes de 200 ml. Transcorrido cinco dias, na fase de crescimento exponencial, 20 ml da cultura unialgal foram transferidos para tubos de ensaio com capacidade de 30 ml. Com este material foi implementado um banco de cepas de Chlorella sp. (Figura 10). As cepas foram mantidas em câmara de incubação com fotoperíodo de 12 horas no claro e 12 horas no escuro e temperatura entre 24 e 27º C (Figura 11). 30 Na Figura 13 pode ser observado o processo de isolamento desde a coleta até a estocagem das cepas. Figura 4. Filtragem da amostra para eliminar para eliminar a matéria orgânica Fonte: Arquivo pessoal Figura 6. Incubação das amostras sob condições controladas Fonte: Arquivo pessoal Figura 3. Coleta da amostra com rede de fitoplâncton de 30 μ Fonte: Arquivo pessoal Figura 5- Amostra concentrada de Chlorella sp. Fonte: Arquivo pessoal 31 a b Figura 8.Crescimento das colônias de Chlorella sp.: a-colônias em meio agar com 3 dias de incubação;b- Amostra concentrada de Chlorella sp. Fonte: Arquivo pessoal b a Figura 7. Cultura em meio sólido: a - Estriamento; b- Diferenciação das colônias iniciais de Chlorella sp. Fonte: Arquivo pessoal Chlorella sp. Figura 9. Ret irada das colônias de Chlorella sp Fonte: Arquivo pessoal 32 Figura 11. Incubação das cepas de Chlorella sp. isolada no laboratório de fitoplâncton da Fazenda Experimental da UFAM Fonte: Arquivo pessoal Figura 10 . Transferência das cepas isoladas para tubos de ensaio Fonte:Arquivo pessoal 33 Figura 12. Processo de isolamento de cepas de Chlorella sp. 34 DISCUSSÃO O crescente interesse no estudo de microalgas se deve à sua importância nas diversas cadeias tróficas e na possibilidade de aplicação em distintas áreas como nutrição, saúde humana e animal, tratamento de águas residuais, produção de biocombustível e fertilizantes (Anupama e Ravindra, 2000; Becker, 2004; Pulz,2004; Lourenço,2006; Peres,2007; Patil,2011; Karnataka,2011).A aplicação mais comum tem sido na aquicultura para alimentação direta ou indireta de algumas espécies de peixes, moluscos, crustáceos e diversos organismos forrageiros de interesse econômico (Derner et al.,2006). A produção de microalgas no Brasil é realizada principalmente por empresas localizadas no litoral de Santa Catarina e região nordeste que produzem biomassa e a utilizam principalmente na alimentação de organismos como camarões e moluscos marinhos (Derner et al, 2006). Apesar de ser uma atividade consolidada em outros países, não encontramos disponível na literatura, trabalhos sobre isolamento de algas nativas da região amazônica visando sua utilização na larvicultura de peixes. Entre as principais microalgas cultivadas na aquicultura destacam-se as espécies dos gêneros Chlorella e Scenedesmus (Sipaúba-Tavares e Rocha, 1993; Portella et al.,1997; Hardy e Diaz-Castro, 2000; Macedo e Pinto-Coelho, 2000; Becker, 2004; Ohse et al., 2008; Vendrúscolo, 2009). Estes gêneros são utilizados como alimento na produção de Rotíferos e Cladocera (Hardy e Diaz-Castro, 2000; Sebastien e Granja, 2005, Portella, 1997; Macedo e Pinto Coelho, 2000) que constituem alimento de larvas de peixes como Colossoma macropomum e Brycon amazonicus (Goulding e Carvalho, 1982; Sipaúba- Tavares, 1993; Senhorine, 2002; Sampaio, 2010). O isolamento de microalgas é o primeiro passo para o cultivo tanto em laboratório como em larga escala. Existem vários métodos para o isolamento, entre eles o método das culturas repetidas (Guerrero e Villegas, 1982), que se mostrou eficiente neste trabalho, para a eliminação do fitoplâncton acompanhante e consequente predominância de Chlorella sp. Guerrero e Villegas (1982) sugerem que os volumes para as diluições, estejam entre 50 e 100 ml, entretanto, os volumes de 30 e 200 ml utilizados neste trabalho foram também eficientes. 35 A intensidade de luz e a duração da iluminação influenciam diretamente no crescimento das microalgas, pois a luz atua como principal fonte de energia no processo de produção de biomassa (Sipaúba-Tavares e Rocha, 2001). Neste trabalho, a iluminação constante de aproximadamente 5.000 lux foi eficiente no crescimento de Chlorella sp., entretanto Portella et al. (1997), obteve bons resultados para o cultivo de Chlorella homosphaera com intensidade entre 3.200 a 4.000 lux. Sipaúba-Tavares e Rocha (1993) obtiveram bons resultados utilizando intensidade de luz de 5200 lux no cultivo de Scenedesmus bijugus semelhante ao utilizado neste experimento. Já Hardy e Diaz-Castro (2000) utilizaram lâmpadas fluorescentes de 2500 lux, abaixo do utilizado neste experimento e também tiveram bons resultados. De acordo com os resultados acima referidos podemos observar que a intensidade de luz para o crescimento de ambas as espécies pode variar entre 2500 e 5200 lux. Portella et al. (1997) e Pequeno et al. (2012), encontraram que fotoperíodo de 12 horas claro/escuro foram eficientes no aumento da densidade algal, que difere dos resultados encontrados neste trabalho onde a iluminação foi constante obtendo-se também resultados satisfatórios. Neste trabalho a multiplicação das células de Chlorella sp.ocorreu em temperaturas entre 25 e 27º C semelhantes àquelas utilizadas por Ohse et al (2008) e Pequeno et al.(2012) para o cultivo de Chlorella sp. (25±2º C e 28 ± 3°C respectivamente). Vendrúscolo (2009) utilizou a temperatura de 24º C para S.quadricauda. Já no estudo sobre qualidade nutricional de S. quadricauda desenvolvido por Macedo (1999) a temperatura foi de 20º C. Sipaúba-Tavares e Rocha (2001) propõe temperatura de 25º C para o gênero Chlorella. Após a predominância das espécies desejadas através do método de subculturas repetidas seguiu o isolamento das colônias monoalgais pelo método de Ágar em placas. Para a utilização deste método, foram realizados testes pilotos com outros meios de cultura como farinha de peixe, CHU10 e NPK e constatamos a eficiência do NPK corroborando os resultados de Sipaúba-Tavares e Rocha (1993); Hardy e Diaz-Castro (2000). 36 Após o estriamento, a incubação para o desenvolvimento das colônias unialgais utilizando meio sólido foi realizada: 1) em geladeira a temperatura de aproximadamente 10º C conforme utilizado por Hardy e Diaz-Castro (2000); 2) em estufa a 40º C de acordo com Guerrero e Villegas (1982) e 3) na câmara de incubação a temperatura ambiente. Este último método (3) foi mais eficiente que os anteriores (1 e 2).Quando a incubação foi realizada em geladeira até vigésimo dia não houve nenhumdesenvolvimento de colônias. Na estufa, a partir do décimo terceiro dia foi observado poucas colônias, porém o meio o meio de cultura estava contaminado por outros microrganismos inviabilizando a cultura. Hardy e Diaz-Castro (2000) obtiveram resultados satisfatórios no crescimento das colônias utilizando incubação em geladeira. Guerrero e Villegas (1982) sugerem a incubação em temperatura em 40ºC. Entretanto, os resultados obtidos nesse trabalho diferem dos anteriormente referidos, tendo sido encontrado o melhor crescimento das colônias depositando as placas em uma câmara de incubação em temperatura entre 27 e 28º C. O tempo de incubação na câmara foi de 3 dias que consideramos bastante eficiente se compararmos estes resultados com aqueles encontrados por Hardy e Diaz-Castro no qual o tempo de incubação foi entre 3 e 4 semanas e por Guerrero e Villegas (1982),de aproximadamente 10 dias. Portanto consideramos o método adaptado neste trabalho adequado e que pode ser adotado para a o isolamento das colônias. 37 CONCLUSÕES 1. O método das subculturas repetidas mostrou-se eficiente no processo de eliminação de fitoplâncton acompanhante e seleção de Chlorella sp. 2. O meio NPK (20:5: 20) sólido com agar foi eficiente para o isolamento das cepas; 3. A incubação em temperaturas entre 27 e 28º (ambiente natural) utilizando câmara de incubação foi eficiente para o crescimento das cepas; 4. O processo de isolamento de Chlorella sp. nas condições deste trabalho teve duração de 19 dias desde a coleta até a obtenção das cepas monoalgais. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alikunhi, K,H. 1952 On the food of young carp fry. J. Zool. Soc. India 4: 77–84. Anupama, E.; Ravindra, P. 2000.Value-added food: single cell protein. Biotechnology Advances, v.18, p.459-479. Barros, K. K da S. Produção de biomassa de Spirulina platensis (Arthrospira platensis) para alimentação humana, Dissertação de Mestrado, 2010. Beatrici, A.C; Arenzon, A; Coimbra, N. J; Raya-Rodriguez, M. T.2001. Fertilidade e Sensibilidade de Daphnia similis e Daphnia magna Submetidas a Diferentes Cultivos. J. Braz. Soc. Ecotoxicol., v. 1, n. 2, 123-126. Becker, E. W.2004.Microalgae in human and animal nutrition. In: RICHMOND, A. (Ed). Handbook of microalgal culture: biotechnology and applied phycology. London: Blackwell Science, p.312-351. Bellosillo, G.C. 1937 The biology of M. macrocopa Straus with special reference to artificial culture. Paper presented at the 4th Phil. Science Convention, 24 February. Bicudo, C. E. M.; Bicudo, D. C. 2004. Amostragem em Limnologia. São Paulo. Rima. 132p. Brown, M.R.; Jeffrey, S.W. 1997. Nutritional properties of microalgae for mariculture.Aquaculture, 151:315-331. Calijuri, M. C.; Alves, M. S. A.; Santos, A. C. A.2006. Cianobactérias e Cianotoxinas em Águas Continentais. São Paulo. Rima. Cooper, E.L.; J.R. Grasslight. 1963. Differential survival of rainbow trout fed living organisms and hatchery diets. Prog. Fish Cult. 25(4): 193–197. Day, F. 1958 The fishes of India. Dawson and Sons, Ltd., London. 778pp. Derner, R.B.; Ozório, R.A.; Braga, M.V.C.; Cunha, P.; Lamarca, C.P; Santos, M.E. 2006. Crescimento de microalgas em sistema autotrófico estacionário. Biotemas, 21 (2): 7-18. Goulding, M; Carvalho, M.L.C.1982. Life history and management of the tambaqui (colossoma macropomum, characidae): an important amazonian food fish.Revista brasileira de zoologia v.1 n.2 Curitiba. Goulding, M; Carvalho, M.L.C.1982.Life history and management of the tambaqui (colossoma macropomum, characidae): an important amazonian food fish.Revista brasileira de zoologia, v.1 n.2 Curitiba. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0101-8175&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0101-8175&lng=en&nrm=iso 39 Guerrero III,R.D ; Villegas,CT .1982.Report of the training course on growing food organism for fish hatcheries.Phillipinnes ,South China Sea Fisheries Development/Coordinating Programam. Hardy,E.R.;Castro,J.G.2000.Qualidade nutricional de três espécies de clorofíceas cultivadas em laboratório.Acta Amazonics,v.30,p.39-47. Karnataka, J.2011.Isolation of microalgae with biodiesel productivity prospects. J. Agric. Sci., 24 (4) : (585-588). Lourenço, S. O. 2006. Cultivo de Microalgas Marinhas: Princípios e Aplicações. 1 ed. São Paulo: Rima, 606 p. Macedo, C.F.1999. O estudo da qualidade nutricional de duas espécies de cladoceros em relação às clorofíceas Ankistrodesmus gracilis e Scenedesmus quadricauda. Dissertaçãode mestrado, Universidade Federal de Minas,Belo Horizonte,Minas Gerais. Macedo, C. F; Pinto-Coelho, R.M.P. 2000. Efeito das algas Ankistrodesmus gracilis e Scenedesmus quadricauda no crescimento e no índice lipídico de Daphnia laevis e Moina micrura. Acta Scientiarum.22: 397-401. Montealegre D. 1996.Historia de vida de Moinodahnia macleayii (King) (Crustacea: Cladocera) en condiones de Laboratorio. Tesis Biologia Marina. Universidad Jorge Tadeo Lozano. Bogotá Colombia,136p. Patil KJ, Patil VA, Mahajan SR, Mahajan RT.2011.Bio-activity of algae belonging to Bhusawal region, Maharashtra. Curr Bot, 2:29-31. Portella,M.C.1995.Efeito da utilização de dietas vivas e artificiais enriquecidas com fontes de ácidos graxos essenciais,na sobrevivência ,desenvolvimento e composição corporal de larvas e alevinos de curimbatá Prochilodus scrofa (Pisces,Prochilodontidae).Doctoral Thesis,Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos. São Carlos,São Paulo. Portella, M.C. Cestarolli, M.A. Verani, J.R. Rojas, N.E.T.1997. Produção de Organismos Planctônicos para Alimentação Inicial de larvas de peixes de água doce. B.Inst.Pesca.São Paulo,24(único). Pulz O, Gross W.2004. Valuable products from biotechnology of microalgae. Appl Microbiol Biotechnol. 65:635-648. Sampaio, A.S.S.2010. Desenvolvimento inicial e comportamento alimentar da matrinxã Brycon amazonicus (gunther, 1869), em laboratório. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande, Rio grande, Rio Grande do Sul. 97pp. Sebastien, N.Y. Granja, R.P.2005. Cultivo de Scenedesmus: alimento vivo para a manutenção de organismos planctônicos e implementação na dieta humana. Varia scientia,v. 05,n. 10,dez 2005, p. 113-121. 40 Senhorini, j. A.; Gaspar, L. A.; Fransozo. 2002.Crescimento, sobrevivência e preferência alimentar de larvas e alevinos de matrinxã (Brycon cephalus) e de Piracanjuba (Brycon orbignyanus) em viveiros. Boletim Técnico CEPTA, Pirassununga, v. 15, p.9-21. Sipaúba-Tavares, L.H.1993.Análise da seletividade alimentar em larvas de tambaqui (Colossoma macropomum) e tambacu (híbrido, pacu - Piaractus mesopotamicus – e tambaqui - Colossoma macropomum) sobre os organismosaquáticos. Acta Limnologica Brasiliensia, v. 6, p.114-1132. Sipaúba-Tavares,L.H;Braga,F.M.S.1999.Study on feeding habits of Piaractus mesopotamicus (pacu) larvae in fish pond.Naga,The Iclarm Quarterly,v.22,n.1,p.24-30. Sipaúba-Tavares,L.H.;Pelicione,L.C.;Oliveira,A.1999.Use of inorganic (NPK) and the Chu12 medium for cultivation of Ankistrodesmus gracilis in laboratory.Brazilian Journal of Ecology,v.3,n.1,p.32-37. Sipaúba-Tavares, L. H.; Rocha, O. 2001. Produção de plâncton (Fitoplâncton e Zooplâncton) para alimentação de organismos aquáticos. São Carlos: RIMA. 106 pp. Vendrúscolo, J.B.G.2009. Cultivo da microalga Scenedesmus quadricauda em efluentes de biodigestão de aves e suínos. Dissertação de mestrado, Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, 45 pp. 41 Produção de Chlorella sp. em laboratório para alimentação de organismos zooplanctônicos RESUMO O cultivo de algas é de grande importância dentro da cadeia produtiva da piscicultura, pois as mesmas transferemdireta ou indiretamente, através do zooplâncton, nutrie ntes para as larvas de peixes. A Chlorella sp. constitui um dos alimentos de preferência do zooplâncton. O objetivo deste trabalho foi o cultivo de Chlorella sp. visando sua utilização na produção de Cladocera para a alimentação de larvas de matrinxã (Brycon amazonicus). O experimento foi realizado na Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas-UFAM. Foram utilizadas cepas isoladas de Chlorella sp. produzidas no laboratório de fitoplâncton da UFAM. Para a produção de Chlorella sp. foram testados dois meios de cultura distribuídos em dois tratamentos T1(farinha de peixe procedente do Peru,0,35 g l-1 de água destilada peneirada e esterilizada a 160 ° C) e T2 ( 2 ml l- de água destilada de uma solução padrão de NPK 20:5:20 g l-1). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições por tratamento. O ambiente de cultivo foi mantido com iluminação durante 24 horas aproximadamente (5.000 lux). A temperatura foi monitorada diariamente quatro vezes por dia. O cultivo foi iniciado em um volume de 200 ml, com diluições sucessivas para 900 ml; quatro litros; 18 litros e 30 litros efetuadas na fase de crescimento exponencial das células. Para a comparação das médias do número de células por tratamento foi utilizado o teste t com nível de significância de 5%. A média da temperatura diária do ambiente durante o experimento foi 26,75 °C com valor mínimo de 24,4 °C e máximo de 30,75 °C. Em todas as diluições a exceção daquela de 200 ml a produção de Chlorella sp. (número de células por ml) utilizando meio de cultura enriquecido com farinha de peixe foi significativamente superior (P<0,05) aquela produzida no meio de cultura enriquecido com NPK (P>0,05).No final do experimento na diluição de 30 litros foram obtidas 5.747.500 cél ml -1 no meio de cultura de farinha de peixe e 1.557.500 cél ml -1 no meio com NPK. Em todas as diluições a farinha de peixe apresentou maior número de cél ml -1. . O crescimento exponencial das células, quando foram feitas as diluições foi de 3 dias a exceção daquela de 30 litros que durou dois dias. O tempo total da produção de Chlorella sp. em laboratório foi de 11 dias.No final do experimento foi confirmada a eficiência da farinha de peixe na produção de Chlorella sp. que poderá ser utilizada na elaboração de um protocolo para o cultivo dessa microalga. Palavras-chave: cultivo de Chlorella , meios de cultura para microalgas, farinha de peixe, NPK. 42 Production of Chlorella sp. laboratory for feeding zooplankton ABSTRACT Growing algae is of great importance in the chain of farming because they transfer directly or indirectly, through zooplankton, nutrients for fish larvae. The Chlorella sp. is preferably a food zooplankton. The aim of this work was the cultivation of Chlorella sp. for their use in the production of Cladocera for feeding larvae matrinxã (Brycon amazonicus). The experience was conducted at Station Aquaculture Experimental Farm of the Federal University of Amazonas-UFAM. We used strains of Chlorella sp. produced in the laboratory of phytoplankton UFAM. For the production of Chlorella sp. were tested both culture media distributed in two treatments T1 (fish meal coming from Peru, 0.35 g l-1 distilled water sieved and sterilized at 160 ° C) and T2 (2 ml l-distilled water solution standard NPK 20:5:20 g l-1). The experimental design was completely randomized with three replicates per treatment. The culture environment was kept lit for 24 hours approximately (5.000 lux). The temperature was monitored daily four times per day. The cultivation was started in a volume of 200 ml with successive dilution to 900 ml, four liters, 18 liters and 30 liters performed in the exponential growth phase of the cells. To compare the mean number of cells per treatment was used t test with significance level of 5%. The average daily temperature in the room during the experiment was 26.75 ° C with a minimum of 24.4 ° C and maximum of 30.75 ° C. At all dilutions except that 200 ml of the production of Chlorella sp. (Number of cells per ml) using culture medium supplemented with fish meal was significantly higher (P <0.05) that produced in the culture medium enriched with NPK (P> 0.05). At the end of the experiment at a dilution of 30 liters were obtained 5747500 CELL ml -1 in the culture medium of fish meal and 1,557,500 ml -1 in the middle with NPK. In all dilutions fishmeal had the greatest number of Cel ml -1. The exponential growth of the cells, when the dilutions were made 3 days was the exception that 30 liters which lasted two days. The total time of production of Chlorella sp. laboratory was 11days. No end of the experiment confirmed the efficiency of fishmeal production of Chlorella sp. that could be used in developing a protocol for the cultivation of these microalgae. Keywords : cultivation of Chlorella, culture media for microalgae, fish meal, NPK. 43 Capítulo 02: Produção de Chlorella sp. em laboratório para alimentação de organismos zooplanctônicos INTRODUÇÃO O fitoplâncton compreende os organismos aquáticos que vivem dispersos na coluna de água e têm capacidade fotossintética (Calijuri, 2006), por isso representam o mais eficiente conversor de nutrientes e luz em ambientes aquáticos, transferindo energia aos níveis tróficos superiores e determinando a produtividade destes ambientes (Richmond, 2004). Kay (1991), afirma que as algas são fonte de alimento rapidamente renovável e produzem mais biomassa que qualquer outro produtor primário por unidade de tempo. A produção de trigo (300 kg/matéria seca/ha/ano) quando comparada à produção de alga Chlorophyceae,Chlorella sp. (15.700 kg/matéria seca/ha/ano) apresenta valores bem inferiores para uma mesma unidade de tempo. Na aquicultura, as microalgas são utilizadas como alimento para peixes, moluscos, crustáceos e organismos zooplanctônicos, geralmente consumidos na forma fresca (alimento vivo), sendo essenciais em determinados estágios de desenvolvimento ou em todo ciclo de vida destes organismos (Nunes, 2005). Em geral, as microalgas apresentam altas concentrações de lipídios, ácidos graxos polinsturados, vitaminas, entre outros que podem ser transferidos para níveis mais altos da cadeia trófica via zooplâncton (Sipaúba-Tavares, e Rocha 2001; Vendruscolo, 2009). Uma microalga para ser viável em dietas fornecidas a zooplâncton deve apresentar altas taxas de crescimento, fácil cultivo, ser robusta, ter tamanho e forma adequada para ser ingerido, ter parede celular digerível ou ausente, ter disponibilidade de carboidratos assimiláveis e alta qualidade nutritiva, ou seja, alto teor de proteína, que nas algas fica em torno de 30% (Lourenço, 2006). Segundo Sipaúba-Tavares e Rocha (1993), clorofíceas unicelulares ou cenobiais são selecionadas para servirem de alimento do zooplâncton, por apresentarem 44 paredes celulares mais finas e quantidade elevada de carbono orgânico total em relação ao peso seco. Entre os gêneros mais utilizados para o cultivo em laboratório e em larga escala está a Chlorella. Vários trabalhos utilizaram este gênero para o cultivo com diversas finalidades entre elas a produção de zooplâncton (Tanji et al.,1983 ;Portella et al ,1997; Alva-Martinez et al.,2001 ;Rodrigues e Filho, 2004; Oshe et al.,2008). Segundo Wikfors et al.(1992) as culturas em massa de algas foram obtidas basicamente por dois métodos: 1) indução da biomassa do fitoplâncton natural pela fertilização de tanques de cultivo e 2) fomento de culturas monoespecificas. Segundo estes autores, o primeiro método é mais simples, porém, ineficiente no controle das espécies produzidas, já o segundo proporciona um controle a partir da utilização de cepas selecionadas, sendopor isso mais adotado por estações de piscicultura em todo mundo. No Brasil as estações de piscicultura adotam principalmente o primeiro método (Albinati,1984;Araujo,1984;Silva et al.,1984;Grieco-Reis et al.,1986). Esta técnica apresenta alguns problemas, como a limitação de luz após florescimento do fitoplâncton com alta biomassa seguida de um declínio pelo sombreamento das camadas inferiores, tornando esta técnica inadequada, para o cultivo em larga escala de algas e zooplâncton (Sipaúba-Tavares, 1988). Vários meios alternativos para o cultivo de algas em laboratório foram desenvolvidos com a finalidade de diminuir os custos na produção obtendo organismos com alto valor nutricional em curto espaço de tempo. Alguns métodos alternativos foram utilizados para a produção de Chlorella sp.como: esgoto doméstico esterilizado (Pipes e Gotaas, 1960); extrato de lodo ativado e lodo digerido (Wong & Lay, 1980); despejos industriais purificados ricos em nitrogênio (Jusiak et al., 1984); resíduos líquidos de indústria de suco de laranja (Beltrão, 1992); vinhaça de cana de açúcar (Oliveira, 1995); NPK (20:5:20) (Sipaúba Tavares e Rocha, 1993). Ismiño-Orbe (2009), testou a produção de zooplâncton (rotíferos) utilizando com sucesso a farinha de peixe como fertilizante para a produção de fitoplâncton. Atualmente esta técnica está sendo utilizada com sucesso em Iquitos - Peru para a larvicultura do tambaqui e surubim. São de grande importância pesquisas para desenvolver técnicas de cultivo em massa de algas utilizadas na alimentação direta ou indireta das larvas possibilitando a 45 transferência dos nutrientes para um nível trófico superior (Sipaúba-Tavares e Rocha, 1993; Brown et al.,1997). Existem diversas espécies de algas e zooplâncton que não possuem tecnologia de cultivo em larga escala. Porém foram realizados estudos com enfoque na produção em pequena escala (Sipaúba-Tavares, 1988; Sipaúba-Tavares e Rocha, 1993; Sipaúba- Tavares et al.,1994; Sipaúba-Tavares et al.,1999; Hardy e Castro,2000; Macedo e Pinto- Coelho, 2000). A produção de fitoplâncton constitui uma necessidade para viabilizar a produção de organismos zooplanctônicos que possam ser utilizados na alimentação inicial de larvas de peixes amazônicos que hoje constitui o maior entrave tecnológico para a piscicultura de espécies nativas como o tambaqui e matrinxã. Considerando-se a necessidade de adaptar uma metodologia de cultivo de fitoplâncton para a produção de zooplâncton, o objetivo deste trabalho foi desenvolver uma metodologia própria de cultivo de Chlorella sp. que seja de fácil adoção e economicamente viável, para a produção continua e em massa de alimento vivo de boa qualidade. Conjectura-se que este alimento seja capaz de suportar a larvicultura intensiva de peixes utilizados na piscicultura regional que atualmente constitui um elo fundamental na cadeia produtiva da piscicultura com espécies nativas amazônicas. 46 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Laboratório de Fitoplâncton da Estação de Aquicultura da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas-UFAM, localizada no km 38 da BR 174, em janeiro de 2012. A partir de cepas isoladas de Chlorella sp. obtidas conforme descrito no capítulo 1, para o cultivo desta espécie em laboratório foram testados dois meios de cultura distribuídos em dois tratamentos: no tratamento 1 (T1) foi utilizado farinha de peixe (0,35 g l-1 peneirada e esterilizada a 160°C) (Ismiño-Orbe, 2009) e no tratamento 2 (T2), NPK (2 l l-1 de uma solução padrão de NPK 20:5: 20 g l-1) (Hardy e Diaz-Castro, 2000). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições por tratamento (Figura 1). O sistema utilizado para o cultivo foi estático não- axênico. A iluminação foi mantida constante de aproximadamente 5.000 lux monitorado com luxímetro digital. A temperatura ambiente, monitorada diariamente quatro vezes por dia (01:00; 07:00; 13:00 e 19:00 horas). As culturas foram mantidas com aeração continua proveniente de um compressor radial utilizando pedras porosas de aquário. O cultivo foi iniciado a partir de 20 ml da cepa diluída em um volume 200 ml, e posteriores diluições para 900 ml; 4 litros; 18 litros e 30 litros efetuados na fase exponencial de crescimento das células (Figura 2). Em cada diluição e em ambos meios de cultura foi acrescentada vitamina do complexo B (B1 100mg, B12 5000mcg e B6 100mg) preparada em farmácia de manipulação. Uma cápsula deste complexo vitamínico foi diluída em 2 litros de água destilada. As dosagens utilizadas podem ser observadas na tabela 1. O acompanhamento do crescimento algal foi diário a partir de contagens sob microscópio óptico com aumento de 10X utilizando uma câmara de Neubauer (Sipaúba- Tavares e Rocha, 2001). Foram feitas três contagens diárias de cada repetição totalizando 9 amostras por tratamento. Para estimar o número de células/ml foi utilizada a fórmula: d (células/ml) = contagem total x 10 ⁴/n° de blocos contados (Sipaúba-Tavares e Rocha,2001). Para a comparação das médias do número de células por tratamento foi utilizado o teste t calculado com o programa Sigma Stat versão 3.1. 47 Durante cultivo, medidas de assepsia foram praticadas como procedimento de rotina para evitar a contaminação das amostras. Para evitar a contaminação por insetos e outras substâncias indesejáveis os recipientes contendo as amostras foram cobertos com uma malha de 150µ e papel alumínio perfurado. Volumes (ml) Vitamina B (ml) 200 0,5 900 0,8 4.000 3,5 18.000 19 30.000 30 Tabela 1. Quantidade do complexo vitamínico utilizado por volume Figura 1. Delineamento experimental inteiramente casualizado T2 T1 T1 T2 T2 T1 48 A B C D ED Figura 2. Unidades experimentais utilizadas para o cultivo: a - 250 ml; b-1000 ml; c- 5 litros; d- 20 lit ros; e- 35 litros. Fonte: Arquivo pessoal a b c d e 49 RESULTADOS O cultivo de Chlorella sp. foi iniciado em volume de 200 ml com média de 1.065.000,00 cél.ml- para o meio de cultura farinha de peixe e 369.027,77 cél.ml-1 com o meio de cultura NPK. Após 3 dias de cultivo nesta diluição (200 ml) o meio de cultura com farinha de peixe apresentou uma concentração algal de 7.888.750,00 cél. ml-1 que foi superior quando comparada ao meio de cultura NPK que foi de 6.415.250,00 cél.ml-1(Figura 3). Entretanto, o teste t aplicado aos dados revelou que não existiu diferença significativa entre os valores médios finais de cada tratamento (P=0,129). Após o terceiro dia de cultivo, na diluição de 900 ml o meio com farinha de peixe alcançou 47.275.00,00 cél. ml-1, enquanto o meio com NPK alcançou 2.912.500,0 cél.ml-1 ,tendo o meio com farinha de peixe um crescimento algal significativamente maior (P=0, 005) quando comparado com o meio NPK (Figura 4). Figura 3. Curvas de crescimento de Chlorella sp em volume de 200 ml : a- meio de cu ltura farinha de peixe;b- meio de cultura NPK 200 ml Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0 2e+6 4e+6 6e+6 8e+6 1e+7 200 ml Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0 1e+6 2e+6 3e+6 4e+6 5e+6 6e+6 7e+6 50 No volume de 4 litros, a fase exponencial de crescimento foi alcançada no terceiro dia com 4.138.750,0 cél. ml-1 para o cultivo com farinha de peixe e 2858750,0 cél.ml-1 para o cultivo com NPK (Figura 5).O teste t aplicado aos dados revelou que o crescimento algal no meio de cultura com farinha de peixe foi significativamente superior que no meio de cultura NPK (P=0, 001). Figura 5. Curvas de crescimentode Chlorella sp. em volume de 4 litros : a- meio de cultura farinha de peixe;b- meio de cultura NPK 4 litros Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0 1e+6 2e+6 3e+6 4e+6 5e+6 4 litros Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0 5e+5 1e+6 2e+6 2e+6 3e+6 3e+6 Figura 4. Curvas de crescimento de Chlorella sp. em volume de 900 ml : a- meio de cultura farinha de peixe;b- meio de cultura NPK 900 ml Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0 1e+6 2e+6 3e+6 4e+6 5e+6 900 ml Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0,0 5,0e+5 1,0e+6 1,5e+6 2,0e+6 2,5e+6 3,0e+6 3,5e+6 51 No volume de 18 litros, a farinha de peixe também se mostrou mais eficiente no crescimento algal comparado com o meio de cultura NPK com 4.322.500,00 cél. ml-1 e 1.495.000,0 cél.ml-1, respectivamente (Figura 6). O teste t aplicado aos dados revelou que existia diferença significativa entre os valores médios de cada tratamento (P< = 0, 001) ao terceiro dia de cultivo, onde o T1(farinha de peixe) foi mais eficiente que o T2 (NPK). No volume de 30 litros o crescimento exponencial foi obtido com dois dias de cultivo e o número de células obtido utilizando farinha de peixe foi de 5.747.500,00 cél. ml-1 superior ao número obtido no meio de cultura NPK que foi de 1.557.500,00 cél.ml- 1 .(Figura 7). O teste t aplicado aos dados revelou que o número de células no meio com farinha de peixe foi significativamente superior (P=< 0,001) aos obtidos com o meio NPK. Figura 6. Curvas de crescimento de Chlorella sp. em volume de 18 litros : a- meio de cu ltura farinha de peixe;b- meio de cu ltura NPK 18 litros Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0 1e+6 2e+6 3e+6 4e+6 5e+6 18 litros Dias de cultivo 1 2 3 C él u la s/ m l 0,0 2,0e+5 4,0e+5 6,0e+5 8,0e+5 1,0e+6 1,2e+6 1,4e+6 1,6e+6 52 Durante o período de cultivo, a média da temperatura diária foi de 26,75º C como valor mínimo de 24,4º C e máximo de 30,75º C. Em todas as diluições a farinha de peixe apresentou crescimento exponencial com três dias de cultivo a exceção daquela de 30 l que durou dois dias. O tempo total da produção de Chlorella sp.em laboratório foi de 11 dias. Foi observado que a fase de crescimento exponencial coincide com uma coloração verde claro uniforme sem grumos. Quando a coloração se torna verde-escuro e com presença de grumos foi observado que o número de células diminui caracterizando a fase senescente (Figura 8). Figura 7. Curvas de crescimento de Chlorella sp. em volume de 30 litros : a- meio de cu ltura farinha de peixe;b- meio de cultura NPK 30 litros Dias de cultivo 1 2 C él u la s/ m l 1e+6 2e+6 3e+6 4e+6 5e+6 6e+6 30 litros Dias de cultivo 1 2 C él u la s/ m l 6,0e+5 8,0e+5 1,0e+6 1,2e+6 1,4e+6 1,6e+6 53 Figura 8. Padrão de coloração durante o cultivo de Chlorella sp. nas diferentes diluições utilizadas:a-200 ml; b-900 ml ;c- 4 litros; d- 18 lit ros; e- 30 litros Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal 54 DISCUSSÃO Em cultivos controlados de algas os meios de cultura oferecem os nutrientes necessários para o crescimento ótimo das espécies (Fioresi e Sipaúba-Tavares, 2008). A densidade de células no cultivo depende da espécie e do tipo de fertilizante utilizado, interagindo com as variáveis físicas e químicas no desenvolvimento e crescimento da microalga (Sipaúba-Tavares et al.,1999). Neste estudo o cultivo de Chlorella sp. com o meio de cultura farinha de peixe apresentou no final do experimento densidade média de células significativamente maior que no NPK em todas as diluições a exceção da de 200 ml. Vários meios de cultura alternativos vêm sendo utilizados para o cultivo de Chlorella, entre eles estão os efluentes industriais, efluentes de biogestores, lodo digerido, esgoto domestico e resíduos de suinocultura (Pipes e Gotaas,1960; Wong e Lay,1980;Jussiak et al.,1984; Rodriguez,2000;Sanchez et al,2001). Ismiño-Orbe (2009) trabalhando com produção de S.quadricauda mostrou a eficiência da farinha de peixe como meio de cultura para a produção massiva desta espécie que por sua vez foi utilizada para a produção de organismos zooplanctônicos que foram utilizados na larvicultura de tambaqui e surubim. Neste trabalho foi também demonstrada a eficiência da farinha peixe com produção de 5.747.500,00 cél. ml- 1.cel.ml que não podem ser comparados com os dados da referida autora, pois a mesma não fornece dados quantitativos. Pereira (2001) utilizando meio de cultura NPK para o cultivo de Ankistrodesmus gracilis afirma que o mesmo foi eficiente tanto em pequena como em larga escala promovendo fase exponencial em cinco dias com número máximo de células de 119, 30 x104 cél.ml-1. Hardy e Diaz-Castro (2000) trabalhando com os meios tradicionais NPK (20:5: 20) e Chu 12, afirmam que o Scenedesmus quadricauda teve bom desenvolvimento em ambos os meios, com crescimento exponencial entre 5 e 7 dias e tendência de melhor crescimento no meio NPK com 107 células.ml-1. Klein e Gonzalez (1993), testando diferentes meios de cultura (água de matadouro, vinhoto e caldo de peixe) para o cultivo de Tetraselmis chuii obteve bons resultados com caldo de peixe apresentando densidade celular de 201 x 104 céls.ml-1, no 55 entanto o cultivo com a farinha de peixe, utilizada neste trabalho, teve resultados superiores em número de células/ml-1 . No presente estudo no decorrer de 11 dias foram obtidos 5.7475.00,00 cél. ml-1 em farinha de peixe e 1.557.500,00 cél.ml-1 no NPK. Vendrúsculo (2009), testando o cultivo da Chloropyceae, Scenedesnus quadricauda com biodigerido de aves obteve um pico máximo de 1.327.756 células/ml no sétimo dia, totalizando 14 dias de cultivo. O número de cél.ml‾1 foi menor ao encontrado com farinha de peixe. O mesmo afirma que o cultivo da microalga Scenedesmus quadricauda atinge o máximo desenvolvimento num intervalo de 8 a 11 o que também foi observado neste estudo (11dias) para Chlorella sp. Rodrigues e Belli Filho (2004), cultivando Chlorella minutissima em meio de esterco suíno, obtiveram um pico de crescimento ao redor do 7o dia em menor densidade (2,1 x 105 células.ml-1), quando comparado aos resultados deste estudo com farinha de peixe e NPK. Neste trabalho a multiplicação das células de Chlorella sp. e S.quadricauda ocorreu em temperaturas entre 25 e 27ºC semelhantes aquelas utilizadas por Ohse et al.(2008) e Pequeno et al.(2012) para o cultivo de Chlorella sp. (25±2º C e 28 ± 3°C respectivamente).Vendrúscolo (2009) utilizou a temperatura de 24º C para S.quadricauda. Já no estudo sobre qualidade nutricional de S.quadricauda desenvolvido por Macedo (1999) a temperatura foi de 20º C. Sipaúba-Tavares e Rocha (2001) propõe temperatura de 25º C para o gênero Chlorella. Pequeno et al (2012) e Oshe et al (2008), estudando o efeito da temperatura no crescimento de microalgas encontraram densidades de 7,5 cél.ml‾1 e 772x104 cél.ml‾1 em temperaturas de 28 ± 3°C e 25º C respectivamente. Os intervalos de temperatura encontrados neste estudo (24,4º C e 30,75º C) foram semelhantes aos resultados referidos pelos autores. Comparando o efeito da iluminação sobre o crescimento celular com os dados de Portella et al.(1997); Hardy e Diaz-Castro(2000); Oshe et al (2008) e que utilizaram: 3200 a 4000 lux; 2500 lux respectivamente. Estes resultados foram semelhantes a luminosidade utilizada neste trabalho que foi de aproximadamente 5000 lux. De acordo com as observações realizadas neste experimento a densidade algal estava relacionada com a tonalidade de coloração sendo o verde claro sendo a cor característica de cultura em crescimento exponencial quando foram realizadas as 56 diluições.
Compartilhar