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f29707552_T_picos_sobre_A_Confedera_o_do_Equador_1824

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Tópicos sobre A Confederação do Equador -
1824
Antecedentes:
- Carta Outorgada de 1824:
• - Elaborada por D. Pedro e assessores
• - Elementos liberais + centralismo
• - Monarquia constitucional + Poder Moderador
• - Senado vitalício + Conselho de Estado + Poder Moderador
• - Centralismo Igreja Católica: Religião Oficial, Beneplácito Real e Padroado
• - Voto: censitário, indireto e descoberto
• - Pouca autonomia provincial
A situação em Pernambuco:
• A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário que ocorreu na região
Nordeste do Brasil em 1824, durante o período imperial. Foi uma reação à Carta Outorgada e ao
Poder Moderador, instituídos por D. Pedro I no mesmo ano. Essa Constituição mantinha o Brasil
preso a um governo centralizador, sob o comando de elites portuguesas aqui residentes.
• A dissolução pelo Imperador, da Assembleia Constituinte, em novembro de 1823 provocou grande
impacto em Pernambuco. Os dois maiores dirigentes liberais da província, Manuel de Carvalho
Paes de Andrade e Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca (conhecido como “Frei Caneca”), se
opunham à política implementada pelo Rio de Janeiro, pois eram republicanos que participaram
da Revolução de 1817, mas que foram posteriormente anistiados. Por fim, aceitaram o regime
monárquico, acreditando que daria mais autonomia às províncias brasileiras.
• A outorga da Carta Constitucional em 25/03/1824 estabeleceu um regime fortemente centralizado,
que frustrou muito as elites e camadas médias pernambucanas. A província era então dividida entre
duas facções políticas: uma monarquista, liderado por Francisco Paes Barreto, e outra republicana,
liderado por Manuel de Carvalho Pais de Andrade.
• A província era governada por Paes Barreto, que foi nomeado presidente, nos termos da lei
promulgada pela Assembleia Constituinte, de 20/10/1823 à 13/12/1823.
https://escola.britannica.com.br/artigo/Brasil/480842
• Paes Barreto renuncia por pressão dos liberais que ilegalmente elegeram Paes de Andrade em seu
lugar. Nem o imperador nem o governo são informados da eleição e, uma vez informados dos
acontecimentos, exigem o retorno de Paes Barreto, o que os liberais recusam.
• Os navios de guerra da marinha imperial são então enviados à Recife para obrigar os liberais a
respeitar a lei, sem sucesso. Os liberais se recusam veementemente a trazer Paes Barreto de volta e se
gabam: “Vamos morrer! Que Pernambuco seja destruído! Haverá guerra! “.
• Frei Caneca, José da Natividade Saldanha e João Soares Lisboa (que acabam de regressar do exílio
em Buenos Aires) foram os intelectuais que apoiaram a rebelião e desejavam preservar os interesses
da pequena burguesia que representam. Embora Recife (ou para ser mais preciso, os liberais) se rebele
o imperador tentou ao máximo evitar um conflito que considera desnecessário.
• Em seguida, D Pedro nomeou um novo governador da província, José Carlos da Silva Ferrão
Mayrink. Mayrink estava ligado aos liberais: ele podia portanto, atuar como uma entidade neutra e
assim conciliar as duas facções locais. No entanto, os liberais não aceitam Mayrink, pois era fraco e
subserviente ao imperador, e com medo de ser morto pelos rebeldes, abandona o cargo e retorna à
corte.
• Rumores de um grande ataque naval português (o Brasil ainda está em guerra por sua independência)
forçaram o Império a suspender o bloqueio naval à Recife.
A Rebelião:
• Em 02/07/1824, apenas um dia após a suspensão do bloqueio, Manuel Paes de Andrade anunciou a
independência de Pernambuco. Ele também enviou convites às províncias vizinhas para ingressarem em
Pernambuco e assim formarem a Confederação do Equador. O novo estado republicano é finalmente
formado pelas províncias de PE, PB, RN e CE.
• Porém, no Ceará o líder revolucionário Tristão de Alencar Araripe é morto no campo de batalha onde
tentava derrotar as tropas legalistas. Enquanto não é mais a capital da província, Fortaleza reafirma sua
lealdade ao Império. Em Pernambuco, Paes de Andrade depende de Olinda, já que o resto da província não
aderiu à revolta.
• O chefe da Confederação preparou suas tropas para o ataque inevitável do governo imperial e decretou o
recrutamento forçado de crianças e também de idosos. D Pedro I, após saber da revolta separatista, então
anunciou que castigaria com pulso firme e mãos de ferro as províncias rebeldes.
• O ex-presidente da província, Francisco Paes Barreto comandou tropas vindas da Bahia para conter a
revolta, mas foi derrotado, obrigando-o a recuar enquanto aguardava reforços. No dia 2 de agosto, o
imperador enviou uma divisão naval comandada pelo almirante Thomas Cochrane com mais de 1.200
soldados comandados pelo brigadeiro-general Francisco de Lima e Silva. As tropas desembarcaram
em Maceió, capital de Alagoas, de onde se deslocaram por via terrestre em direção a Pernambuco e aos
400 homens que se juntaram a Paes Barreto.
• Durante a viagem, o exército legalista foi reforçado por milicias locais e chegou a 3.500 soldados. Grande
parte da população pernambucana, que vivia no campo, incluindo partidários de Paes Barreto e pessoas
neutras, indiferentes ao conflito entre as duas facções, permaneceu fiel à monarquia.
• Enquanto isso, o Alm. Cochrane, que tomou Recife de assalto, tentou convencer Manuel Paes de Andrade a
se render e assim evitar mortes desnecessárias. Andrade recusou arrogantemente a oferta, alegando que
preferia morrer lutando "no campo da honra".
• A recusa de Paes de Andrade leva a desentendimentos com outras lideranças rebeldes, entre elas Frei
Caneca, e o movimento começa a perder força.
• Em 12 de setembro, o exército comandado pelos brigadeiros-general Lima e Silva e Paes Barreto atacou
Recife. Manuel Paes de Andrade, que jurara lutar até à morte, fugiu secretamente com José da Natividade
Saldanha, sem avisar os companheiros, num navio inglês.
• Os rebeldes, sem liderança e desmotivados, são derrotados cinco dias depois em Olinda. Poucos, liderados
por Frei Caneca, conseguiram fugir para o Ceará. Pensaram então em poder juntar-se aos confederados
desta província. Algumas semanas depois, eles são encurralados por tropas legalistas e forçados a se
entregar. Alguns foram mortos, como João Soares Lisboa e Alencar Araripe (assassinados pelos próprios
homens), enquanto outros acabaram presos, como Frei Caneca. Os rebeldes da Paraíba também são
rapidamente dominados pelas tropas da província, sem a ajuda do governo central.
Desfecho e consequências:
• A perseguição das tropas legalistas contra os confederados começou em outubro de 1824 e
continuou até abril de 1825. Centenas de pessoas que participaram da rebelião foram condenadas à
morte. Entre eles, Frei Caneca e Agostinho Bezerra Cavalcanti. Aqueles que tiveram um
envolvimento menor na rebelião, como Cipriano Barata, permaneceram presos e foram anistiados
por D. Pedro I em finais de 1825.
• Aumento da dívida pública para financiar o combate à rebelião gera desvalorização cambial,
inflação e aumento da carga tributária acarretando grande descontentamento popular.
• Impopularidade política crescente da figura imperial, identificada com os interesses de uma elite
portuguesa residente, em detrimento das demandas provinciais.
• Acirramento das políticas centralizadoras e autoritárias que levam ao crescimento da oposição
liberal do partido brasileiro em relação à administração do Império.

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