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Mecanismos encefálicos de percepção da dor

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UNIT - Medicina P5- Bianca Lima de Souza
 Mecanismos encefálicos de
percepção da dor 
FISIOLOGIA
● Percepção da dor: surge por
meio de uma cascata complexa
de sinalização periférica,
processamento central, ativação
cortical e, finalmente, resposta
comportamental. 
● Os mecanismos que podem levar
à dor persistente são muitos e
variados. 
● É possível que as vias de
percepção da dor se tornem
disfuncionais em qualquer local
específico ou em vários locais
simultaneamente.
● A dor é um mecanismo de
proteção;
● A maioria dos mecanismos de
detecção de dano ocorre na pele,
que é a transição do mundo
externo para a homeostase. 
● A ativação do receptor nos
terminais nervosos é transmitida
pelas fibras A-delta e C pelos
nervos periféricos até a medula
espinhal, onde sinapses
moduladas retransmitem o sinal
de dano periférico até o SNC.
● A nocicepção começa na
extremidade terminal dos
neurônios sensíveis à dor, que se
projetam da medula espinhal para
a periferia. 
● Os receptores das terminações
das fibras Adelta e C são
responsáveis por traduzir eventos
potencialmente prejudiciais em
sinais neurais que ascendem para
atingir a consciência. 
● Um potencial de ação local
transitório é gerado por esses
receptores em resposta à ligação
apropriada do receptor. 
→ Potencial regenerativo dos canais
de sódio: A amplificação do sinal ocorre
por meio de um potencial regenerativo
dos canais de sódio; 
→ Inibição: ocorre através do
recrutamento de canais de potássio. 
● Fibras C são de condução mais
lenta, responsáveis por sensações
de queimação prolongadas. 
● Fibras A-delta são mais rápidas
e transmitem sensações agudas
ou intensas. 
● Os corpos celulares dos nervos
periféricos localizados nos
gânglios da raiz dorsal são
responsáveis pela condução do
sinal gerado em direção ao SNC. 
1
Introdução
2. Nocicepção periférica
3. Processamento da
medula espinhal
2
● A sinalização pós-sináptica do
neurônio periférico para os nervos
espinhais ocorre na medula
espinhal em níveis apropriados. 
● Os neurônios de projeção
específicos da nocicepção
recebem os sinais periféricos A-
delta e C e então sobem no
trato neoespinotalâmico. 
● Este trato cruza imediatamente e
sobe para o tálamo (núcleo
ventroposterolateral) e depois
para o córtex somatossensorial. 
● Dor referida: Neurônios
polimodais inespecíficos na
camada V recebem entrada
periférica não nociceptiva. Esses
neurônios também recebem
aferentes viscerais, levando à dor
referida de órgãos internos para o
mapa corporal somatotópico. 
● Esses neurônios inespecíficos
também podem se projetar
centralmente no trato
paleospinotalâmico.
● O trato paleoespinotalâmico
carrega fibras cruzadas e não
cruzadas até a sinapse no
rombencéfalo, formação reticular,
tegmento e então se projeta para
o tálamo, córtex somatossensorial
secundário, cíngulo e ínsula. 
● Caminho percorrido:
Receptores periféricos → nervos
espinais → Cruzam no mesmo
nível medular → tálamo → córtex
somatossensorial;
Medula rostral ventromedial (RVM):
representado pelo número 5
● Como um estímulo defensivo, a
dor envolve centros cerebrais
profundos na medula. 
● A medula rostral ventromedial é
tipicamente considerada como
uma unidade única e representa
um importante instrumento na
modulação descendente da
percepção da dor. 
● O medula rostral ventromedial
situa-se profundamente na
medula, perto da linha média. 
● Compreende três categorias de
neurônios: on-cells; off-cells e
neutral. 
● Células off diminuem o disparo
imediatamente antes da
nocicepção e são consideradas
inibitórias para a percepção da
dor. 
● On-cells agem de forma oposta,
facilitando a percepção de
estímulos nocivos. 
● Essas células expressam
receptores μ-opióides e podem
ser bloqueadas pela lidocaína. 
● O medula rostral ventromedial é
a principal região de origem das
vias serotoninérgicas
descendentes moduladoras da
dor. 
2
4. Processamento da dor no
cérebro posterior
3
TEGMENTO VENTRAL
● A área tegmental ventral (VTA) do
mesencéfalo está localizada perto
do núcleo vermelho, logo acima
do nível da ponte. 
● É adjacente à substância negra,
mas pode ser distinguida por ter
mais aferências límbicas. 
● A área tegmental ventral tem sido
relacionado à codificação
sensorial e emocional que está
relacionada ao aprendizado
baseado em recompensa e ao
vício.
● As projeções do área tegmental
ventral sobem na via
mesocortical para o córtex pré-
frontal e na via mesolímbica para
o núcleo accumbens, amígdala e
córtex cingulado. 
● As conexões com a área
tegmental ventral recebem
projeções principalmente por
meio de sinapses glutaminérgicas
excitatórias. 
● Estes estão implicados na
recompensa desregulada induzida
por drogas de abuso. 
● O tegmento posterior e o núcleo
tegmental rostromedial posterior
são principalmente neurônios
liberadores de dopamina, mas
possuem receptores para
opióides, canabinóides, GABA e
glutamato. 
● Isso faz parte de um sistema de
feedback de recompensa: os
neurônios tegmentais tornam-se
mais ativos ao prever a
recompensa, como acontece com
as drogas de abuso. 
PONTE
● Os neurônios do locus ceruleus
(LC) no assoalho do quarto
ventrículo ao nível da ponte
fornecem a maior parte da
inervação da norepinefrina para o
restante do cérebro. 
● Aferências para o locus ceruleus
vêm do hipotálamo, cíngulo e
amígdala que permitem
excitação generalizada na
presença de medo ou ameaça.
● A estimulação do locus ceruleus
ativa a inibição descendente
das projeções de dor na
coluna.
NÚCLEO VERMELHO
3
5. Processamento da dor no
mesencéfalo
4
● O núcleo vermelho está situado
ao nível da ponte e dorsal à
substância negra. 
● O núcleo vermelho é parte do
sistema motor descendente, mas
a sua estimulação leva a
aumentos no limiar da dor (um
efeito antinociceptivo). 
● Os alvos do efeito analgésico do
núcleo vermelho são os neurônios
receptores da dor somática do
tálamo.
CINZA PERIARQUEDUTAL
Visão do mesencéfalo inferior
● Situado ao redor do aqueduto
cerebral é um alvo bem
conhecido para a modulação da
dor. 
● A estimulação elétrica
normalmente produz
analgesia, visando os neurônios
do corno dorsal na medula. 
● A Substância cinza periaquedutal
ventral possui receptores opióides
e a estimulação destes produz
analgesia por meio de
mecanismos descendentes. 
● Da mesma forma, os receptores
canabinóides endógenos na
substância cinza periaquedutal
agem para suprimir a hiperalgesia
e alodinia. 
● A estimulação dos receptores CCK
dentro da substância cinza
periaquedutal produz o efeito
oposto: uma facilitação da
nocicepção e supressão da
analgesia.
● Essa alça é sensível aos
hormônios ovarianos e pode
estar por trás de um mecanismo
relacionado à responsividade à
dor no ciclo menstrual e no pós-
parto. 
● A nocicepção ascendente é
bloqueada no nível da medula
espinhal através da inibição dos
neurônios do corno dorsal da
coluna vertebral. 
● A ativação dessa via por centros
superiores é a base para a
analgesia induzida por estresse.
HABÊNULA
● A habênula é um pequeno grupo
de células nervosas no assoalho
do terceiro ventrículo. 
● Tem impacto em múltiplos
comportamentos. 
● A habênula está posicionada para
ter um papel avaliativo como
parte do sistema de dor
descendente. 
● Projeções eferentes descem para
outras importantes regiões
moduladoras da dor, como
substância cinza periaquedutal,
tegmento ventral e núcleos da
rafe. 
● A estimulação elétrica da
habênula pode produzir
analgesia. 
● Há uma alta densidade de
receptores opióides na habênula,
e ela se conecta ao prosencéfalo
límbico com os centros de
modulação da dor no cérebro
posterior. 
●A habenula tem um papel tanto
na dor crônica quanto no vício.
4
6. Diencéfalo
5
HIPOTÁLAMO
● O hipotálamo é uma região
heterogênea composta por vários
núcleos e tem papel tanto na
facilitação quanto na inibição
da dor. 
● A supressão descendente da
nocicepção ocorre via
receptores GABA no
hipotálamo, agindo sobre os
receptores descendentes
noradrenérgicos e
dopaminérgicos. 
● A ocitocina é produzida no
hipotálamo e produz
analgesia em modelos de dor
inflamatória e neuropática. 
● Receptores NMDA, quando
bloqueados impedem a
hiperalgesia dependente da
substância P.
TÁLAMO
● O tálamo é um importante alvo
da atividade espinhal ascendente.
● Fibras A-delta e C periféricas
ativadas terminam nas lâminas I,
II e lâmina profunda V e, em
seguida, projetam-se diretamente
para o tálamo dorsal através do
trato espinotalâmico. 
● Alternativamente, a projeção
indireta para o tálamo dorsal
pode ocorrer a partir de fibras
nervosas sensíveis à dor por meio
das vias espinorreticular,
espinomesencefálica e
mediolemniscal. 
● Composto pelo caudado e
putâmen e situado lateralmente
ao tálamo, o corpo estriado é
normalmente considerado parte
do sistema motor
dopaminérgico. 
● No entanto, o corpo estriado tem
importante modulação
ascendente e descendente da
dor. 
● Aferentes excitatórios de
neurônios se projetam para o
corpo estriado, bem como
aferentes dopaminérgicos
ascendentes da substância negra.
● Os neurônios GABAérgicos do
globo pálido também se projetam
para o corpo estriado. 
● A amígdala é um aglomerado
bilateral de células nos pólos
temporais;
● Está envolvida no
processamento emocional e
na memória. 
● Aferências para a amígdala
nociceptiva surgem dos neurônios
do corno dorsal e se
retransmitem no núcleo
parabasal. 
5
7. Estriado
8. Amígdala
6
● O papel do cerebelo na percepção
da dor tem sido consistentemente
demonstrado e suas conexões
com as vias descendentes
inibitórias da dor tornam esta
conclusão razoável. 
● No entanto, o papel preciso na
facilitação ou inibição da dor
ainda não foi descrito. 
● A ativação baseada na dor e
no sofrimento psicológicos
ativou consistentemente regiões
do mesencéfalo, como o cerebelo.
● O cerebelo é o alvo dos aferentes
ascendentes da dor. 
● Eferentes do córtex pré-frontal
dorsolateral se projetam
diretamente para os núcleos
pontinos, que por sua vez
projetam conexões de fibras
musgosas excitatórias para o
cerebelo através do pedúnculo
cerebelar médio. 
● Ambas as vias espino-
pontocerebelar e espino-olivo-
cerebelar são eletricamente
acopladas à estimulação
nociceptiva periférica Adelta e
fibra C. 
● A estimulação elétrica ou
farmacológica (microinjeção de
opiáceos) dos lobos e núcleos
cerebelares pode produzir
analgesia e elevar os limiares
nociceptivos. 
● A microinjeção de um agonista de
glutamato no núcleo fastigial
cerebelar diminuiu a resposta à
nocicepção visceral.
● Não existe uma única estrutura
ou via cortical responsável por
todos os aspectos da experiência
da dor. 
● Um processamento linear tão
bem organizado de estímulos
detectados perifericamente não
ocorre para a nocicepção. 
● Natureza multimodal da dor:
Há um aspecto intrínseco,
somatotópico e mecânico da
nocicepção, mas também um
componente cognitivo e outro
emocional ou avaliativo (modelo
nocicepção-percepção-
sofrimento).
● O cérebro em repouso não está
realmente em repouso, está no
que se tornou conhecido como o
modo padrão. A rede de áreas
ativas é conhecida como rede de
modo padrão. Essa rede é
suscetível a interrupções em
estados de dor crônica.
● Córtex insular é uma região
aproximadamente triangular,
dividida em duas partes,
separadas por um sulco. 
● A região mais lateral do lobo
frontal cobre a ínsula como uma
pálpebra, dando a essa região o
nome de 'operculum'. 
● Juntas, essas áreas do córtex são
denominadas complexo
operculoinsular. 
● O córtex insular está
envolvido na percepção da
dor, controle motor,
6
9. Cerebelo
10. Processamento da dor
no córtex
11. Ínsula e opérculo
7
regulação emocional e
autoconsciência. 
● A ativação no complexo
operculoinsular foi encontrada
proporcionalmente ao grau de
estimulação somatossensorial
dolorosa. 
● Além disso, o complexo
operculoinsular tem conexões
recíprocas com o córtex cingulado
anterior, PFC, amígdala e córtex
somatossensorial primário, que
juntos criam a experiência
consciente da dor. 
● A estimulação externa do córtex
insular pode replicar a dor,
enquanto as ablações insulares
diminuem a percepção da dor e
os comportamentos relacionados
à dor. 
● Situado entre o corpo caloso e o
sulco cingulado no aspecto
medial de ambos os hemisférios
cerebrais.
● O córtex cingulado é um dos
principais contribuintes para
a nocicepção, juntamente com
a modulação do medo, da
memória e de outros
processos de pensamento. 
● Subdivisões: o córtex cingulado
anterior (ACC), o córtex cingulado
médio (MCC), o córtex cingulado
posterior (PCC) e o córtex
retroesplenial (RSC). 
● O córtex cingulado anterior tem
sido considerado necessário para
o componente afetivo e
emocional da dor aguda e
crônica e faz parte da primeira
ordem de neurônios corticais para
responder à estimulação
dolorosa. 
● O valor afetivo para diferentes
experiências parece estar
codificado no córtex cingulado
anterior, com memórias e valores
negativos. 
● O sulco do cíngulo e o meio do
cíngulo são a divisão "motora",
conduzindo respostas
comportamentais a estímulos
emocionais. 
● O cingulado posterior está
relacionado ao córtex
somatossensorial e resolve a
orientação do corpo e a
orientação espacial em relação
à relevância pessoal da
informação sensorial.
● Diferentes sub-regiões do
cingulado são responsáveis por
diferentes aspectos da percepção
emocional. 
● As projeções descendentes do
córtex cingulado anterior para
o tálamo, substância cinza
periaquedutal, amígdala,
hipotálamo e núcleo parabraquial
fornecem um mecanismo de
controle da resposta autonômica
a estímulos, potencialmente
permitindo o desenvolvimento de
disautonomias em síndromes de
dor crônica. 
 
7
12. Córtex cingulado
13. Córtex pré–frontal
8
● O pré-frontal fica na frente do
cérebro, com várias subdivisões. 
● Essa região possui extensas
conexões com outras regiões da
matriz da dor, incluindo córtex
cingulado anterior, complexo
opérculoinsular e área
somatossensorial primária. 
● Conexões adicionais com
estruturas mais profundas, como
o tálamo, lobo temporal medial,
hipotálamo, amígdala e tronco
cerebral, tornam essa associação
polimodal e região motora. 
● Conexões estreitas com o tálamo
levaram à teoria de que certos
estados de dor crônica surgem de
anormalidades da frequência
elétrica entre o tálamo e o córtex.
● O PFC ventromedial (orbitofrontal
e perigenual) regula o controle
voluntário de estímulos nocivos e
é ativo em estados onde o sujeito
ainda se queixa de dor na
ausência de estimulação
periférica.
● O controle descendente das
regiões moduladoras da dor do
mesencéfalo, como a substância
cinza periaquedutal, parece estar
sob controle do PFC. 
● A área motora suplementar é
frequentemente encontrada
envolvida em estudos de
percepção experimental da dor.
● Aumentos na atividade da
área motora suplementar
foram consistentemente
encontrados em vários estudos
de alodinia neuropática. 
● Isso não é surpreendente, uma
vez que a percepção da dor de
acordo com o atual modelo
termina com a atividade na área
motora do córtex cingulado, onde
a valência emocional de um sinal
de dor é transformada em uma
ação comportamental. 
● Situando-se imediatamente
posterior ao sulco central,o
córtex somatossensorial recebe
informações das regiões do corpo.
● Os nociceptores A-delta se
projetam para um mapa
somatotópico organizado
espacialmente no córtex sensorial
primário, fornecendo um método
para o corpo localizar a dor em
sua própria superfície. 
● Essa organização não continua no
córtex somatossensorial
secundário ou parietal posterior. 
● Potenciais simultâneos
também foram demonstrados no
córtex parietal posterior sensorial
secundário, mas sem a mesma
organização somatotópica. 
● A informação nociceptiva
organizada somatotopicamente é
processada em paralelo por
diferentes áreas corticais
simultaneamente. 
8
14. Córtex motor
15. Córtex somatossensorial
16. Matriz da dor cortical
9
● A interação de várias regiões
cerebrais diversas (uma matriz)
permite que a nociocepção
chegue à consciência. 
● A percepção da dor ativa
várias áreas corticais
simultaneamente. Cada uma
dessas áreas serve a um aspecto
diferente da experiência da dor. 
● Somente quando todas as áreas
estão integradas no córtex frontal
é que a queixa de dor e os
comportamentos relacionados à
dor começam a surgir. 
● Tudo começa com a
nocicepção e o mapeamento
da dor e inclui os aspectos
emocionais e
comportamentais cognitivos
da dor. 
● Historicamente, as vias da dor
foram divididas em uma via
medial que leva ao córtex
cingulado anterior como um
aspecto emocional da dor e
um sistema lateral que leva ao
córtex somatossensorial como
o aspecto físico da dor. 
● Embora o conceito de
neuromatriz da dor forneça uma
abordagem atraente para um
problema complexo, várias
ressalvas devem ser feitas. 
● A variabilidade individual na
percepção da dor a estímulos
nocivos é significativa, e parte
disso é devido à variação
genética, mesmo no nível do
receptor periférico. 
● No nível cortical e subcortical, os
fenômenos epigenéticos
introduzem variações individuais
nas respostas comportamentais,
mesmo entre indivíduos
geneticamente idênticos.
● Além disso, vários aspectos da
neuromatriz da dor também são
ativados por estimulação não
dolorosa. 
MATRIZ DA DOR CORTICAL
PRIMÁRIA: DOR E LOCALIZAÇÃO:
● Sinais nociceptivos periféricos
sobem no trato
espinotalâmico,
retransmitem-se em vários
núcleos talâmicos e então se
projetam para o córtex.
● As projeções de primeira ordem
deste sistema para o córtex
incluem o ínsula posterior e o
opérculo parietal medial. 
● A estimulação deste complexo
opérculo insular posterior produz
dor. 
● As projeções de primeira ordem
para o córtex parecem ocorrer em
paralelo ao córtex opérculoinsular
e somatossensorial/motor.
● Usando potenciais evocados
intracorticais, descobriu-se que o
campo receptivo para os
estímulos não nocivos é muito
mais amplo, com sub-regiões
específicas no córtex
somatossensorial e motor.
MATRIZ DA DOR CORTICAL
SECUNDÁRIA: ATENÇÃO E AFETO
9
10
● O complexo opérculo insular
posterior projeta-se para a frente
até a ínsula anterior e média e
até o córtex cingulado médio e
anterior.
● Nesse nível de processamento de
sinal, outros aspectos da
cognição são chamados e essas
regiões não são específicas para
a percepção da dor. 
● Processamento da estimulação
nociceptiva no córtex insular
parece ter uma distinção
espacial e temporal
específica. 
● A estimulação inicial da dor se
move através da ínsula posterior
para o meio e a ínsula anterior
para codificar elementos
espaciais e temporais da
experiência da dor. 
● O aumento consistente da
ativação do complexo opérculo
insular no lado ipsilateral está
relacionado à dor persistente.
● Essas áreas de segunda ordem
podem mudar a natureza da
percepção da dor, aumentando
ou diminuindo a atividade
induzida por nocicepção por meio
da inibição descendente do
tálamo, tronco cerebral e medula
espinhal, e através da inibição
ascendente. 
● As áreas de processamento de
segunda ordem são necessárias
para que a nocicepção
ascendente alcance a
consciência. 
● A percepção da dor requer a
ativação de uma rede difusa
conectando o córtex de
associação frontal e parietal. 
MATRIZ DA DOR CORTICAL
TERCIÁRIA: SIGNIFICADO COGNITIVO
● Vários estados cognitivos podem
impor mudanças significativas na
percepção da dor, incluindo
placebo, nocebo, crenças
religiosas e autocontrole. 
● Esses efeitos estão relacionados a
mudanças de atividade no córtex
orbitofrontal, pACC e córtex pré-
frontal anterolateral. 
● Essas áreas são ativadas em
tarefas cognitivas que mudam a
natureza da percepção da dor e
analgesia relacionada à
meditação. 
● Níveis mais altos de glutamato no
córtex cingulado posterior de
pacientes com fibromialgia se
correlacionam com
catastrofização.
● O córtex pré-frontal também
parece ter uma hierarquia de
percepção e abstração de ação. 
● As áreas ventromediais, como
pACC e córtex orbitofrontal,
identificam estímulos
emocionais e regulam o
estado afetivo, especialmente
no controle de situações de
valência negativa.
10
11
● Essa ordem de processamento de
nocicepção depende da memória
para colocar o estímulo em
contexto e, portanto, inclui córtex
pré-frontal medial e lateral. 
● Adicionar significado cognitivo
a um estímulo de dor é
contextual; a etnia do sujeito
altera a resposta cortical às
expressões de dor. 
● Comportamentos relacionados à
dor, como catastrofização, podem
estar ligados à atividade anterior. 
● Um dos aspectos mais
importantes do sistema
nociceptivo é a capacidade de
suprimir comportamentos
relacionados à dor no contexto
correto. 
● Isso é necessário para permitir
que comportamentos
contextualmente apropriados
(lutar ou fugir) ocorram sem ser
dominado por sinais de dor
(analgesia induzida por estresse). 
● A falha em suprimir
adequadamente a dor não
ameaçadora ou em redefinir a
nocicepção após a resolução do
estímulo inicial são críticos para o
desenvolvimento da dor
neuropática. 
● Sistema analgésico endógeno:
a inibição da dor no nível da
coluna resulta de eferências
descendentes originadas na
medula rostral ventromedial e
estimuladas pelos neurônios
substância cinza periaquedutal.
● As projeções para a medula
espinhal da medula rostral
ventromedial são
serotoninérgicas e
noradrenérgicas, que funcionam
para suprimir a percepção da dor
antes que ela possa subir ao nível
de consciência no córtex. 
● Sistema de controle inibitório
nocivo difuso: refere-se ao
fenômeno de supressão da dor
por meio da aplicação de um
estímulo doloroso contra-irritante.
11
17. Controle da dor
12
12
13
13
14
ÁREAS RELACIONADAS À
PERCEPÇÃO DA DOR
● Dor normal = Dor aguda;
● Dor persistente = Dor crônica;
● A via neoespinotalâmica vai
fazer aferência com a ínsula,
córtex cingulado, amígdala,
córtex somatosensorial, áreas
límbicas.
● Córtex cingulado: responsável
pela evocação de sentimentos; A
diferença entre uma dor aguda e
uma dor crônica se dá em como
cada área ativada vai trabalhar:
○ O córtex cingulado na dor
aguda vai trazer
motivação para que o
paciente procure ajuda;
○ O córtex cingulado na dor
crônica pode levar a
sentimentos de tristeza
profunda no paciente,
levando-o a desistir da
terapêutica;
● Insula e amigada: responsáveis
pelas respostas instintivas,
podendo gerar até agressividade,
como nos pacientes com dores
crônicas, que são agressivos e
logo em seguida não identificam
o motivo; 
● Amígdala: responsável pelo
medo aprendido, ou seja
desencadeado por situações
passadas (Ex: estresse pós-
traumático); Aumenta a
percepção da dor;
● Área tegmental ventral (VTA)
do mesencéfalo: tem sido
relacionada à codificação
sensorial e emocional que está
relacionada ao aprendizado
baseado em recompensa e ao
vício.● Locus ceruleus: fornecem a
maior parte da inervação da
norepinefrina para o restante do
cérebro por meio de projeções
ascendentes e descendentes.
Aferências para o locus ceruleus
permitem excitação generalizada
na presença de medo ou ameaça.
● Opérculo: área afetivo-
emocional recebe muita aferência
do córtex pré-frontal, o que torna
possível racionalizar diante de um
sentimento. 
● Na dor crônica, a via da dor
aguda continua ativada, mas de
maneira mais lenta e há a
ativação da via da dor crônica;
● Área parieto-occiptal-
temporal: é ativada quando há
uma boa localização da dor (dor
aguda);
● Resposta mal adaptativa: via
límbica leva ao paciente a não
acreditar mais no tratamento, não
fazer mais o que gostava de fazer
etc;
MATRIZES DA DOR
→ Matriz primária (Mais relacionada
com o mecanismo de dor aguda): um
estímulo nocivo leva a ativação de áreas
emocionais e cognitivas; Na dor aguda,
primeiro ocorre a interpretação
(percepção sensorial) e depois, através
da ativação do sistema límbico, o
componente emocional faz com que a
pessoa reaja; O opérculo também
recebe informação do córtex pré-frontal,
tornando o componente racional mais
forte (via mesolímbica). O componente
emocional não é o foco nessa matriz.
O córtex somatossensorial é o primeiro
ativado → opérculo + giro do cíngulo +
ínsula são ativados logo em seguida;
→ Matriz secundária (Mais
relacionada com o mecanismo de
dor tendendo para crônica): maior
resposta afetivo-emocional em relação à
matriz primária; maior intensidade de
tristeza, medo e raiva (respostas
instintivas); Consiste em uma via mais
lenta com a percepção da dor mal
localizada (pouco componente
somatossensorial); O foco dessa matriz é
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ANOTAÇÕES DA AULA
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o componente afetivo emocional, sendo
que a dor não é tão intensa. 
As aferências vão para o giro do cíngulo,
amígdala e ínsula; 
→ Matriz terciária (Mais relacionada
com o mecanismo de dor crônica):
Ocorrem alterações de pensamentos que
passam a evocar sentimentos de tristeza
profunda e fazem aumentar a percepção
da dor; O córtex frontal é dividido em
orbitofrontal, anterolateral e pré-frontal
(a ativação desse córtex aumenta o
componente cognitivo). Experiências
passadas de dor alteram limiar e têm
relação com a percepção; A percepção
da situação é racional, então a tristeza é
racional, ou seja, vai ser um sentimento
relacionado com a situação do momento,
diferente da tristeza da matriz
secundária que é reflexa.
Ocorre ativação do córtex orbitofrontal
(via mesolímbica), cingulado médio,
cingulado posterior e por fim o córtex
somatossensorial.
VIA AGUDA DA DOR (Trato
neoespinotalâmico): 
Este trato cruza imediatamente e sobe
para o tálamo (núcleo
ventroposterolateral) e depois para o
córtex somatossensorial. Diferente do
paleoespinotalâmico, a transmissão do
neoespinotalâmico chega primeiro no
córtex somatossensorial para depois ir
para a área límbica.
Caminho percorrido: tálamo → córtex
somatosensorial → insula (ativação das
reações emocionais) → giro do cíngulo +
núcleo accumbens + amígdala → córtex
pré-frontal (ativação da cognição);
VIA CRÔNICA DA DOR (Trato
paleoespinotalâmico): 
Transporta fibras cruzadas e não
cruzadas da lâmina II, fazendo sinapse
nas células da lâmina IV e VII. Estes
ascendem por uma via multissináptica
difusa através do PAG, hipotálamo,
tálamo e, finalmente, córtex límbico
(cíngulo anterior, ínsula,
somatossensorial secundário). Todas as
áreas citadas acima são ativadas ao
mesmo tempo. 
Caminho percorrido: núcleo
parabraquial → hipotálamo (responsável
pelo estado vegetativo, com alterações
no sono, libido, hábitos alimentare) +
amígdala (raiva e medo) → córtex pré-
frontal (alterações da aprendizagem e
atenção) + giro do cíngulo (ativação da
parte emocional);
Osteoartrite: hipoativação dos
receptores opióides da amígdala,
levando a não analgesia e percepção da
dor aumentada.
MECANISMOS DE SUPRESSÃO DA
DOR 
 → Teoria do controle portão: a via
tátil afere pelo mesmo ponto da via da
nocicepção, mas de maneira mais rápida
(através das fibras Abeta). Na teoria
controle portão há uma competição de
via: passa primeiro quem for mais
rápido; Assim, enquanto é realizado um
estímulo tátil (esfregar a pele), o
estímulo de dor não consegue ascender
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pela via; A massagem, por exemplo,
“fecha o portão” para a dor. Uma vez
cessada a massagem, “o portão é
aberto”, e as informações sobre
estímulos dolorosos ascendem.
 → Via descendente da dor: a
substância cinzenta periaquedutal +
núcleos da rafe + locco ceruleus são
responsáveis pela inibição da dor; A
substância cinza periaquedutal aumenta
sua atividade e liberam encefalinas
ativando duas outras áreas, que são os
núcleos da rafe (faz liberação de
serotonina) e o locus ceruleus (faz a
liberação de noradrenalina). Essas
substâncias descem pela via
dorsolateral, bloqueando a liberação de
glutamato e substância P na medula
impedindo, assim, que o sinal de dor
ascenda novamente.
● Tabela da IASP;
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