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11531-26753-1-PB

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Soares TCS, Marta CB, Silva RCL da et al. Perfil dos usuários atendidos na sala vermelha... 
Português/Inglês 
Rev enferm UFPE on line., Recife, 10(12):4619-27, dez., 2016 4619 
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9978-88449-6-ED1012201625 
 
 
PERFIL DOS USUÁRIOS ATENDIDOS NA SALA VERMELHA DE UMA UNIDADE DE 
PRONTO ATENDIMENTO 24H 
PROFILE OF USERS SERVED IN THE RED ROOM OF A 24 HOUR HEALTH UNIT 
PERFIL DE LOS USUARIOS ATENDIDOS EN UN SALÓN ROJO DE UNA UNIDAD DE ATENDIMIENTO 24H 
Tânia Catarina Sobral Soares¹, Cristiano Bertolossi Marta², Roberto Carlos Lyra da Silva³, Antonio Augusto de 
Freitas Peregrino4, Luiz Carlos Santiago5, Vivian Schutz6 
RESUMO 
Objetivo: descrever o perfil dos usuários que permanecem por mais de 24h na sala vermelha das UPA 24h. 
Método: estudo exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa, que utilizou dados extraídos de um 
Sistema Informatizado para a Análise Frequencial Simples dos resultados. Resultados: na UPA 2, a idade de 18 
a 35 anos teve uma apresentação de 18%. A UPA 2 apresentou uma prevalência do trauma em 14,4%. As saídas 
nas UPA 2 e 3 foram de 36% e o óbito foi de 44% somente na UPA 1. Conclusão: este estudo pode demonstrar 
a necessidade de rever o fluxo de saída dos usuários atendidos na UPA 24h, e que estas saídas só podem ser 
realizadas a partir do sistema de regulação para hospitais de retaguarda, de modo que não haja deficiência 
nas transferências. Como pode ser observado, houve transferências sendo realizadas entre UPAs com 
percentual de 5%. Descritores: Emergências; Humanização da Assistência; Enfermagem em Emergência. 
ABSTRACT 
Objective: to describe the profile of users who stay for more than 24 hours in the red room of the 24h ECU. 
Method: an exploratory-descriptive study, with a quantitative approach, using data extracted from a 
Computerized System for the Simple Frequency Analysis of the results. Results: ECU 2, at age 18 to 35 years 
had a presentation of 18%. ECU 2 presented a prevalence of trauma in 14.4%. The outputs in ECU 2 and 3 were 
36% and death was 44% in ECU 1 only. Conclusion: this study can demonstrate the need to review the outflow 
of users served at 24h ECU, and that these outputs can only be performed from the regulatory system for 
rear, in hospitals so that there is no deficiency in the transfers. As can be observed, there were transfers 
being performed between ECU s with a percentage of 5%. Descriptors: Emergencies; Humanization of 
Assistance; Emergency Nursing. 
RESUMEN 
Objetivo: describir el perfil de los usuarios que permanecen por más de 24 horas en el salón rojo de la UPA 
24h. Método: estudio exploratorio-descriptivo de enfoque cuantitativo, con el uso de datos extraídos del 
Sistema Computarizado para Análisis Frecuencia Simples de los resultados. Resultados: en la UPA 2, la edad 
de 18 a 35 años tuve una presentación de 18%. La UPA 2 presentó una prevalencia del trauma en 14,4%. Las 
salidas en las UPA 2 y 3 fueron de 36%, y la muerte fue 44% sólo en la UPA 1. Conclusión: este estudio puede 
demostrar la necesidad de revisar el flujo de salida de los usuarios atendidos en la UPA 24h, y que estas salida 
sólo puede ser realizada desde el sistema de regulación para hospitales secundarios, de modo que no haya 
deficiencia en las transferencias. Como se puede observar, ocurrieron transferencias llevadas a cabo entre 
UPAs con porcentaje de 5%. Descriptores: Urgencias Médicas; Humanización de la Atención; Enfermería de 
Urgencia. 
¹Enfermeira, Mestre em Analise Econômica (egressa), Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências, Universidade Federal do 
Estado do Rio de Janeiro/Unirio. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: tcssmel@hotmail.com; 2Enfermeiro, Professor Doutor em Enfermagem 
(Pós-doutor), Departamento de Fundamentos de Enfermagem, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio. Rio de Janeiro 
(RJ), Brasil. E-mail: cristianobertol@gmail.com; 3Enfermeiro, Professor Doutor, Coordenador do Curso de Doutorado em Enfermagem e 
Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/ PPGENFBIO/Unirio UNIRIO. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: 
proflyra@gmail.com; 4Enfermeiro, Professor Doutor, Laboratório de Ciências Radiológicas, Universidade Federal do Estado do Rio de 
Janeiro/ LCR/Unirio. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: antoniop@gmail.com; 5Enfermeiro, Professor Doutor (Pós-Doutor), Departamento 
de Enfermagem Fundamental, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: 
luisolitrio@gmail.com; 6Enfermeira, Professora Doutora (Pós-doutoranda), Departamento de Enfermagem Fundamental/Unirio. Rio de 
Janeiro (RJ), Brasil. Rio de Janeiro (RJ), Brasil. E-mail: vschutz@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARTIGO ORIGINAL 
mailto:tcssmel@hotmail.com
mailto:cristianobertol@gmail.com
mailto:proflyra@gmail.com
mailto:antoniop@gmail.com
mailto:luisolitrio@gmail.com
mailto:vschutz@gmail.com
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 10(12):4619-27, dez., 2016 4620 
ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9978-88449-6-ED1012201625 
 
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 
24h é uma unidade de saúde que funciona 
atendendo usuários nas especialidades de 
clínica médica e pediátrica, caracterizada 
como um serviço pré-hospitalar fixo 
“ambulância sem rodas”, específico para 
pequenas e médias urgências e emergências, 
inclusive odontológicas, além de estar 
preparada para o atendimento de pacientes 
graves, até que sejam removidos para um 
hospital de referência. Trata-se de um 
conceito de unidade de saúde intermediária, 
entre o posto de saúde e o hospital.1 
A UPA pode ser considerada um 
componente do pré-hospitalar fixo, fazendo 
assim parte de uma complexa rede de saúde, 
onde é referência no atendimento da dor 
torácica no Estado do Rio de Janeiro (RJ), 
Brasil, na Região Metropolitana I, inclusive nos 
episódios atendidos pelo Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado do Rio de Janeiro e Serviço 
de Atendimento Móvel de Urgência 
(CBMERJ/SAMU).1 Possui, como característica 
marcante, uma padronização visual orientada 
pela luz da Humanização, o que significa dizer 
que o atendimento é realizado com 
acolhimento e seguindo a lógica da 
classificação de risco. O protocolo de 
Acolhimento com Classificação de Risco 
(ACCR) é institucional e informatizado. Tem-
se o protocolo de dengue informatizado 
também. O fluxo de atendimento é 
totalmente informatizado e, após sua 
finalização pelo médico, por meio do boletim 
de atendimento eletrônico (BAM), o usuário 
recebe o tratamento medicamentoso 
completo, totalmente gratuito, para uso em 
casa por até sete dias.1-2 
A fim de reorientar e aprimorar o modelo 
de Administração dos Serviços de Saúde, a 
Secretaria Estadual de Saúde de Estado do Rio 
de Janeiro (SES/RJ) passou a contar com a 
Gestão Compartilhada, sob o modelo de 
Organização Social de Saúde (OSS). Com isso, 
as UPAs foram agrupadas em lotes de unidades 
conforme critérios regionais, onde cada uma 
pertence a uma OSS1. 
A UPA é dividida em dois eixos, Azul e 
Vermelho, por onde os usuários podem ter 
acesso. Pelo eixo azul têm acesso os usuários 
que buscam atendimento por demanda 
espontânea. Este é iniciado pelo Acolhimento 
com Classificação de Risco, cujo risco é 
estratificado pelo enfermeiro, possibilitando a 
priorização dos casos graves ou com 
possibilidade de agravamento. Já no eixo 
vermelho, encontram-se as salas de 
observação amarela, adulto e pediátrica e, 
assim como na sala vermelha, os usuários são 
recebidos ou transferidos por meio de 
transporte médico hospitalar. Em situação de 
gravidade, poderão permanecer por 24h em 
observação1-2. 
O Ministério da Saúde prevê que o fluxo de 
um atendimentona sala vermelha, 
dependendo do agravo de saúde, começa com 
a tentativa de estabilizar o usuário para 
depois retorná-lo para a sala amarela até 
posterior alta ou, em caso de não haver 
sucesso na reversão do quadro, o usuário 
deverá ser encaminhado à Terapia Intensiva 
(UTI) em um hospital de retaguarda. 1-2 
Normalmente, estes usuários precisam 
continuar em cuidados intensivos, com terapia 
medicamentosa apropriada, terapia 
nutricional, terapia transfusional, fisioterapia 
respiratória e suporte ventilatório, para 
conseguirem alguma chance de sobrevida. 
Muitas vezes, por não existirem vagas nos 
hospitais de retaguarda, eles permanecem por 
mais de 24 horas na unidade, apesar de a 
portaria de nº. 342, de 04 de março de 2013, 
prever que devessem ficar em observação por 
um prazo máximo de 24 horas, por ser a UPA 
24 horas considerada um componente não 
hospitalar.1-3 
A Secretaria Estadual de Saúde contava 
com um grupo de monitores enfermeiros em 
sua gestão que realizavam visitas diárias nas 
UPAs. Estes monitores percebiam que a 
permanência de usuários por mais de 24 horas 
na sala vermelha gerava superlotação, além 
de limitar o atendimento a outros usuários 
que necessitam desta unidade. Este fato pode 
levar a diversos fatores que dificultam o 
andamento administrativo da UPA como, por 
exemplo, o planejamento adequado de 
recursos materiais e humanos e as possíveis 
ações judiciais. 
O diagnóstico da demanda a este serviço 
pode estabelecer critérios de atendimento, de 
assistência, de capacitação da equipe e de 
feedback, tanto para a população, quanto 
para o sistema de saúde. Salienta-se que a 
obtenção, em tempo hábil, de informações 
fidedignas, tanto no nível consultivo, quanto 
decisório, é uma condição estratégica para o 
funcionamento do sistema de saúde,2 
portanto, com base no exposto, a realização 
desse estudo tem como objetivo: 
● Descrever o perfil dos usuários que 
permanecem por mais de 24 horas na sala 
vermelha das UPAs. 
 
Estudo exploratório-descritivo, de 
abordagem quantitativa, que se utilizou de 
MÉTODO 
INTRODUÇÃO 
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dados extraídos de um Sistema Informatizado 
para análise e discussão. Foi extraído de uma 
pesquisa de mestrado, cujo cenário foi a sala 
vermelha de três UPAs 24h de uma mesma 
Organização Social de Saúde (OSS), no Estado 
do Rio de Janeiro, Brasil. 
Foram escolhidas três das cinco Unidades 
de Pronto Atendimento 24h (UPA), por terem 
as mesmas características e por estarem 
inseridas na mesma região de Coordenação de 
Área Programática 3.1(CAP), sob a mesma 
gestão compartilhada de Organização Social 
de Saúde (OSS) com a Secretária Estadual de 
Saúde de Estado do Rio de Janeiro (SES/RJ), 
estando localizadas na região metropolitana I 
do Município do Rio de Janeiro. 
A UPA 24h (Unidade de Pronto 
Atendimento) é constituída por estrutura 
modular, ambiente climatizado e totalmente 
informatizado. Para efeito de preservação do 
sigilo das unidades envolvidas, as UPAs do 
estudo foram nomeadas por números 1, 2 e 3. 
Os dados fornecidos para a construção 
desse trabalho foram extraídos de um Sistema 
Informatizado utilizado pelas UPA, conhecido 
como UPA 24h® - versão: 5.5.3.18, e 
trabalhados em conjunto com o setor de 
estatística da OSS e da Secretaria Estadual de 
Saúde (SES/RJ). As variáveis selecionadas para 
este estudo foram: sexo, idade, unidade, 
código internacional da doença (CID), tempo 
de permanência, óbito e saídas por alta ou 
transferências. O período em que as variáveis 
foram consultadas foi de março de 2013 a 
março de 2014. 
Cada UPA participante do estudo possui 
uma sala vermelha com dois leitos que são 
compostos de: dois monitores 
multiparâmetros (frequência cardíaca, 
pressão arterial não invasiva, frequência 
respiratória, saturação de oxigênio); seis 
bombas infusoras; um desfibrilador bifásico; 
um carro de ressuscitação; um prancha longa; 
colar cervical de diversos tamanhos um de 
cada, (P, M, G e pediátrico); dois ventiladores 
mecânicos microprocessados para transporte; 
dois termômetros individuais; dois leitos com 
grades; dois redes de oxigênio, duas redes de 
ar comprimido; dois vácuos; dois aspiradores 
de secreções portáteis; duas bolsas 
ventilatórias com máscaras com reservatório; 
dois suportes para soro, materiais e 
medicamentos de uso emergencial e 
contínuo.3 
Ficam escalados mensalmente um 
enfermeiro e um técnico de enfermagem que 
cumprem carga horária de trabalho de 40 
horas semanais, com uma escala de 24 x 72 h. 
O dimensionamento da equipe de enfermagem 
da UPA 24h, na sala vermelha, está de acordo 
com a Resolução COFEN 293/2004, que 
determina a presença de um enfermeiro e um 
técnico de enfermagem na sala vermelha nas 
24h.4 
Diante da Resolução CFM 2077/2014, no 
âmbito da urgência e emergência, o 
dimensionamento tornou-se um assunto 
controverso, mas a resolução mostra que se 
faz necessário um médico para cada dois 
leitos de sala vermelha.5 Na escala médica, 
fica um médico clínico designado à realização 
de visitas nas salas amarela adulto e 
vermelha. Após a realização da rotina médica, 
este só atende as intercorrências quando 
solicitado e cumpre uma carga horária de 12h 
ou 24h semanais. Pressupõe-se que as três 
UPAs tenham, em comum, o perfil de 
atendimento clínico, sendo que uma delas não 
realiza atendimento pediátrico devido à 
capacidade física instalada para a demanda 
ofertada. 
A partir da apresentação do código 
internacional das doenças (CID-10), foi feito 
um agrupamento das doenças de acordo com 
sistema afetado, destacando os mais 
prevalentes das três UPAs do estudo, onde 
encontrou-se as doenças dos Sistema 
cardiovascular (PCR, ICC, AVC, Arritmias, SCA, 
IAM, HAS e Choque); Sistema respiratório 
(PNM e Insuficiência Respiratória Aguda); 
Sistema renal (ITU e IRA); Sistema 
gastrointestinal (GEA, pancreatite), Traumas 
(agressão, perfuração por arma de fogo, 
traumatismo craniano encefálico, dor e 
abdome agudo) e os problemas Agudos 
(hipoglicemia, parto, hiperglicemia, câncer, 
dengue e intoxicação exógena). 
Os critérios de inclusão foram: usuários 
maiores de 18 anos e com tempo de 
observação na sala vermelha superior às 24h. 
Cabe considerar que alguns usuários das UPAs 
avaliadas tiveram mais de um atendimento, 
por isso, as variáveis CID, óbito e saídas por 
alta ou transferências apresentaram 
diferenças em seus valores totais. 
Para a organização dos dados foram 
utilizadas planilhas eletrônicas no Programa 
Excel®, enviadas pelo setor de estatística, 
com a distribuição das variáveis 
sociodemográficas relacionadas à situação 
clínica do usuário. Os dados foram 
apresentados na forma de frequência simples 
e percentual em gráficos e tabelas. Para a 
análise das variáveis, utilizou-se a Análise 
Frequencial Simples. 
O estudo teve o projeto aprovado pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa da UNIRIO, sob 
número do CAAE (Certificado de Apresentação 
para Apreciação Ética) 36959714.0.0000.5285, 
processo 842.753, de 22 de outubro de 2014. 
Soares TCS, Marta CB, Silva RCL da et al. Perfil dos usuários atendidos na sala vermelha... 
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ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.9978-88449-6-ED1012201625 
 
Os resultados apresentados correspondem 
aos 342 usuários que foram selecionados para 
fazer parte deste estudo, de um total de 634 
que estiveram em observação na sala 
vermelha das três unidades, sendo 144 na UPA 
1; 107,na UPA 2 e 91, na UPA 3. A tabela 1 
ilustra as variáveis sociodemográficas (idade e 
sexo) dos usuários atendidos na sala vermelha. 
 
Tabela 1. Distribuição dos usuários por sexo e idade UPA 1,2 e 3. Rio de Janeiro (RJ), Brasil, 
2014. 
Sexo UPA1 % UPA 2 % UPA 3 % 
Masculino 68 47 56 52 41 45 
Feminino 76 53 51 48 50 55 
Total 144 100 107 100 91 100 
 
Faixa etária 
18 – 34 8 6 19 18 3 3 
35 – 51 14 10 17 16 12 13 
52 – 68 37 25 37 34 27 30 
69 – 85 62 43 29 27 39 43 
86 – 102 23 16 5 5 10 11 
Total 144 100 107 100 91 100 
 
A distribuição dos sexos por unidade foi 
homogênea. A faixa etária que mais teve 
destaque na UPA 1 e 3 foi a de 69 a 85 anos 
(43%). Na UPA 2, chamou atenção o 
percentual elevado da faixa etária entre 18 e 
34 anos (34%). 
Na tabela 2, observa-se a distribuição das 
doenças, de acordo com os sistemas afetados, 
a partir do Código Internacional de Doenças 
(CID). 
 
Tabela 2. Distribuição dos sistemas afetados UPA 1,2 e 3. Rio de Janeiro 
(RJ), Brasil, 2014. 
 Sistemas UPA1 % UPA2 % UPA3 % 
Sistemas 
Cardiovasculares 
55 39,9 44 45,3 48 55,1 
Sistemas 
Respiratórios 
36 26,1 20 20,6 24 27,5 
Traumas 8 5,8 14 14,4 3 3,4 
Sistema Renal 9 6,5 2 2,1 5 5,7 
Sistemas 
Gastrointestinais 
9 6,5 7 7,2 4 4,5 
Problemas agudos 21 15,2 10 10,3 3 3,4 
Total: 138 100 97 100 87 100 
 
Na tabela 2 acima, observa-se uma 
homogeneidade das doenças do sistema 
cardiovascular nas três unidades. As doenças 
dos sistemas respiratórios tiveram mais 
prevalência nas UPA 1 e 3. A UPA 2 apresenta 
uma prevalência dos traumas em relação às 
demais unidades. 
Quanto aos tipos de saída, nota-se que a 
UPA 1 foi aquela que apresentou o percentual 
mais elevado de óbitos (44%). Na UPA 2 e 3, 
este percentual ficou para as saídas por alta, 
representado por 36,%, sendo estas as que 
mais realizam saída por alta. 
 
Tabela 3. Saídas e óbitos acima de 24h UPA 1,2 e 3. Rio de Janeiro 
(RJ), Brasil, 2014. 
Saídas UPA 1 % UPA 2 % UPA 3 % 
Altas 36 26 35 36 31 36 
Óbitos 61 44 35 36 36 39 
Total 97 70 70 72 65 75 
Total de 
atendimentos 
138 97 87 
 
No que se referem às transferências, todas 
tiveram um percentual acima de 80%. As 
transferências foram realizadas pelas unidades 
para os leitos hospitalares de retaguarda por 
meio do sistema de regulação estadual e 
municipal. Na UPA 1, cerca de 23,9% tiveram 
suas transferências atendidas pela rede 
pública, a UPA 2, 24,7% e a UPA 3, 23%. 
 
 
 
 
 
RESULTADOS 
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Tabela 4. Transferências acima de 24h UPA 1,2 e 3. Rio de Janeiro (RJ), Brasil, 2014. 
Hospitais UPA 1 > 24h % UPA 2 > 24h % UPA 3 > 24h % 
Público 33 23,9 24 24,7 18 20,7 
Privado 1 1,15 
Psiquiátrico 
Militar 
 
1 
1 
1,15 
1,15 
UPA 
S/destino 
4 
4 
2,9 
2,9 
2 
1 
2,1 
1 
1 1,15 
Total: 41 29,7 27 27,8 22 26,7 
Total de 
atendimentos: 
138 97 87 
 
O estudo também mostra que houve 
transferências acima de 5% entre UPAs da 
mesma OSS de regiões diferentes. 
 
Os resultados permitiram identificar uma 
distribuição homogênea entre os sexos nas 
três UPA, conforme aponta a tabela 1. Os 
achados em estudos relacionados ao “perfil de 
usuários em emergência” demonstraram 
variações de sexo e idade em seus 
atendimentos, visto que alguns desses estudos 
tiveram análise do horário de atendimento e 
dias da semana. 6-7-8 Observa-se que, na UPA 1 
e na UPA 3, a faixa etária entre 69 a 85 anos 
predominou no grupo dos pacientes com 
permanência de >24h, sendo a UPA 1 com 43 % 
(N= 144) e a UPA 3 com 43% (N= 91), o que 
não vai ao encontro dos achados no estudo,6 
que evidenciou a faixa etária de jovens com 
idade entre 20 a 29 anos que foram atendidos 
no serviço de urgência, representando 23,9% 
(N=114) da amostra dos pacientes atendidos, 
seguidos por 23,1% (N=110) de pacientes 
idosos. Corroborando com os achados deste 
estudo, os resultados inferem que, quanto 
maior a faixa etária, mais grave a condição 
saúde.6 
Percebe-se, assim, que a população idosa, 
com complicações críticas de seu estado de 
saúde, acaba sendo maior do que as faixas 
etárias referentes aos jovens e adultos jovens 
encontrados na tabela 1. 
Ainda na tabela 1, na faixa etária de 18 a 
34 anos, chama a atenção a UPA 2, com 
percentual de 18%, sendo o maior entre as 
três unidades. Sabe-se que a UPA 2, por estar 
situada dentro de um complexo com 
problemas de segurança pública e altas taxas 
de criminalidade, confirmados por meio dos 
dados disponíveis, pelo Instituto de Segurança 
Pública (ISP),9 e de acordo com a nossa 
vivência, este é o único serviço de referência 
para urgência e emergência de atendimento a 
essa população. Essa localidade não possui o 
serviço de Unidade de Polícia Pacificadora10 
(UPP) e, por conta de confrontos frequentes 
entre facções e policiais, os percentuais de 
trauma elevado justificam-se, sendo 14,4% 
(N=97) neste estudo. 
Para o Instituto Brasileiro de Geografia 
(IBGE), quanto mais envelhecida estiver a 
população, maior a probabilidade de 
comorbidade e incapacidade. Outro ponto 
citado pelo Instituto é a incidência da 
violência nos grandes centros urbanos. Tal 
fato gera os atendimentos por trauma. 11 
Ao enfermeiro da UPA 24h, cabe apropriar-
se, de maneira adequada, dos protocolos 
institucionais disponibilizados no sistema da 
unidade, a fim de estratificar o risco e 
registrar informações necessárias e adequadas 
ao quadro apresentado pelo usuário, 
minimizando gastos e evitando desperdícios. 
Estudos6-9 mostram a fragilidade de não se ter 
um protocolo institucional de classificação de 
risco e nem sistema informatizado, levando a 
levantamentos de dados falsos positivos. 
A tabela 2 mostra uma homogeneidade nas 
doenças do sistema cardiovascular nas três 
UPA. As doenças do sistema respiratório 
apresentam-se predominantes nas UPA 1 e 3 e 
outros estudos também apontam essa 
prevalência, por serem doenças 
predominantes em idosos, devido à 
cronicidade acompanhada de comorbidades.8-
13 
Os problemas agudos nesse estudo 
envolveram hipoglicemia, hiperglicemia, 
câncer, dengue e intoxicação exógena. 
Evidencia-se um percentual de 15,2% (N=138) 
na UPA 1, com permanência > de 24h, na UPA 
2, com 10,3% (N=97) e na UPA 3, com a 
mesma permanência > de 24h 3% (N=87). No 
estudo6, foram evidenciados alguns 
diagnósticos, como hiperglicemia, intoxicação 
exógena e traumas, como os desta pesquisa, 
contudo, os autores acreditam que os casos de 
hiperglicemia possam estar associados a não 
adesão ao tratamento. Para as intoxicações 
exógenas, eles chamam a atenção para a 
necessidade e a urgência da promoção de 
ações que envolvam a saúde mental. Quanto 
aos traumas, os autores mencionam outros 
estudos que fazem esse apontamento 
relacionando a violência urbana, chamando a 
atenção também para o não uso de 
equipamentos de proteção no trabalho e em 
domicílio.6 
DISCUSSÃO 
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Ao enfermeiro gestor compete a realização 
do diagnóstico situacional da unidade, a fim 
de saber quais aspectos mais precisam de 
atenção, para a melhoria na gerência do 
cuidado. Portanto, analisar o perfil 
epidemiológico denota compreender a 
localização de inserção das unidades e as 
causas contribuintes para a elevação do 
tempo de permanência do usuário na unidade 
de pronto atendimento24h, para uma melhor 
previsão e provisão de materiais e recursos 
humanos, contribuindo para a prática de 
enfermagem.14-5 
Os tipos de saídas foram identificados por 
alta, óbito e transferências para leitos 
hospitalares. Não foi possível confrontar com 
os estudos selecionados de acordo com o 
perfil saída, devido à falta de informação 
fornecida. 
Este estudo demonstrou que a UPA 1 
apresentou uma taxa de 44% de óbitos em 
relação às demais unidades. Tal fato pode 
estar associado à gravidade de saúde dos 
usuários. Essa unidade tem um diferencial por 
receber usuários de dor torácica pela 
ambulância do CBMRJ/SAMU. Associando a 
dificuldade de realização de exames e vaga, 
tudo indica que esses usuários agravam ao 
ponto de não ser possível a remoção devido à 
gravidade. 
Um estudo mostrou, em seus resultados, 
um índice de óbito elevado, devido à 
gravidade dos pacientes com doenças 
cardiovasculares que evoluíram para a parada 
cardíaca.16 A associação entre os pacientes 
que foram priorizados e a mortalidade em 
curto prazo [...] Esse estudo demonstrou que 
o enfermeiro da classificação de risco é 
“responsável pelo tempo de espera do usuário na 
unidade e que pacientes classificados com 
prioridade elevada estiveram associados à 
probabilidade 39 vezes maior de ir a óbito do que 
aqueles com prioridade baixa.”17:112 
Quanto às transferências, atualmente, 
existem três sistemas de regulação para leitos 
de retaguarda, sendo que esse sistema ainda 
não é unificado, o que favorece uma 
fragmentação na burocratização. 
No Rio de Janeiro (RJ), Brasil, trabalha-se 
com dois sistemas de regulação hospitalar, 
sendo o Centro de Emergência Regional (CER) 
mais efetivo e específico para leitos de 
terapia intensiva e “vaga zero”, quando 
precisa transferir um politrauma, por 
exemplo, enquanto SISREG (Sistema Nacional 
de Regulação) está mais para a 
disponibilização de leitos de enfermaria e 
realização de exames de imagens e 
avaliações. Nos hospitais da rede Estadual, há 
um Núcleo de Regulação Interno (NIR). No 
NIR, atuam o profissional enfermeiro, médico 
e um administrativo. Nesse local, o 
enfermeiro gerencia os leitos de todo 
hospital, portanto, quando uma UPA realiza a 
solicitação de vaga ao NIR, a equipe atuante 
do setor possui um prazo de resposta a enviar 
à unidade solicitante, além de (re) avaliar a 
real necessidade da solicitação feita. 
Este estudo aponta os hospitais da rede 
estadual e municipal fornecendo apoio com 
seus leitos de retaguarda, sem distinção das 
UPA por território. Podem ser vistos também 
os leitos de UPA ofertando esse apoio. 
Sobre a transferência entre UPA, ficou 
claro que não houve intervenção da regulação 
de leitos e vagas, pois se tal necessidade 
existiu, foi devido à ocupação plena dessa sala 
vermelha e falta de vaga nos hospitais para 
estes pacientes que necessitaram deste 
serviço. 
As informações referentes às UPA 1,2 e 3, 
descritas no texto acima, nos fazem refletir 
sobre o papel da unidade de pronto 
atendimento na rede, pois é sabido que, na 
proposta de concepção, estas unidades 
deveriam atender apenas à pequena e média 
complexidade, devido a suas limitações 
estruturais. Assim, deveria contar com o apoio 
imediato das unidades de saúde hospitalares, 
por intermédio da ferramenta de regulação. 
Outro ponto que leva a refletir sobre a 
rede de urgência e emergência é que as UPAs 
não foram criadas para permanecer com 
pacientes graves por mais de 24h e este 
estudo aponta que estes pacientes estão 
permanecendo com uma assistência limitada 
neste serviço não por incompetência destas 
unidades, mas, sim, por deficiência na gestão 
de leitos e vagas no sistema regulador. 
Ainda sim, se fazem de extrema 
necessidade estudos que possam acompanhar 
o desfecho destes pacientes quando chegam à 
rede hospitalar, pois, independente do tempo 
de permanência na Upa 24h, seja < ou > que 
24h de sala vermelha, houve investimentos 
nesta unidade que visivelmente precisam ser 
medidos e avaliados se foram suficientes ou 
não para um desfecho favorável para o 
paciente e apoio imediato ao gestor local e ao 
ordenador de despesas, neste caso, a 
Secretária de Estado de Saúde do Estado do 
Rio de Janeiro. 
De acordo com a nossa vivência, o modelo 
de regulação de leitos é frágil e a dificuldade 
de acesso aos leitos de enfermarias e UTI é 
agravada pela fragmentação hospitalar. 
Durante nossa prática, muitas vezes foi 
preciso recorrer ao nível central da Secretaria 
Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, na 
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tentativa de que houvesse uma intervenção na 
saída do paciente mais grave para o leito de 
UTI, por exemplo. Dessa forma, a força de 
trabalho ficava muito densa, exaustiva e, 
sobretudo, incompleta, uma vez que a 
resolutividade não abrangia todos os usuários. 
De acordo com um estudo, tem-se, no 
município do Rio de Janeiro, hoje, uma rede 
de urgência e emergência confrontada com 
uma demanda acima de sua capacidade e que 
se encontra ainda muito fragmentada entre as 
esferas de governo. Diante de problemas 
graves de governança, a rede conta com 
mecanismos de integração ainda precários, 
fazendo com que, no cotidiano, prevaleça o 
contato pessoal como recurso para a resolução 
dos problemas.15 
Entende-se, também, a demora na espera 
para a realização de procedimentos e exames 
diagnósticos, sendo um dos fatores que 
influenciam no tempo de permanência deste 
usuário, pois alguns diagnósticos dependem 
desta complementaridade. 
Encontrou-se um autor que afirma que se 
torna imprescindível a adoção de medidas que 
visem à diminuição do “aglomerado humano”, 
por meio da efetivação da rede de atenção 
com definição de um fluxo assistencial, bem 
como maior agilidade na realização dos 
procedimentos, sejam cirúrgicos ou de exames 
diagnósticos. 6 
Outro autor diz que, quando a regulação 
assistencial está fundamentada nas diretrizes 
da universalidade, integralidade e equidade, 
tanto ela poderá expandir, quanto reduzir 
determinada oferta, já que seu objetivo 
central será subsidiar o redimensionamento de 
oferta e responder, de forma adequada, aos 
problemas clínicos e à satisfação dos usuários. 
Os autores sugerem que a regulação implica 
articulações na esfera técnico-política no 
âmbito do cuidado. 18 
Consideram-se limitações para a realização 
desse estudo, uma vez que nossa prática 
demonstrou que, mesmo o sistema sendo 100% 
informatizado, os médicos apresentavam 
grandes dificuldades na finalização dos seus 
atendimentos. Este estudo apontou que 20 
CID-10 foram descartados, sem condições de 
agrupá-los em algum sistema devido à 
inconsistência, onde alguns profissionais 
assumiram que, ao encontrar um boletim de 
atendimento médico (BAM) em aberto, sem 
evolução, sem uma história condizente com os 
fatos, utilizavam um destes CID-10. Outro 
ponto é que o coordenador médico possuía a 
atribuição de finalizar esses BAM que se 
encontravam em aberto. Dessa forma, pode-se 
concluir que este fato prejudicou a real 
mensuração dos dias por permanência na sala 
vermelha. 
Um estudo19 define como balizadores de 
qualidade do atendimento indicadores que 
podem representar eficácia, efetividade, 
eficiência e otimização dos recursos, 
aceitabilidade, legitimidade e equidade e que 
pudessem ser medidos por meios de dados 
operacionais de uma unidade de pronto 
atendimento, tendo como proposta os 
seguintes indicadores: (taxa de óbito; tempo 
médio de permanência na unidade; taxa de 
consulta de retorno não programado; taxa de 
internações; taxa de atendimentomédico não 
finalizado; taxa de reclamações e taxa do 
tempo porta ECG.19 Ressalta-se que este 
estudo foi realizado em unidade avançada de 
pronto atendimento de um grande hospital 
privado do estado de São Paulo. 
Este mesmo estudo apontou que os 
resultados de seus indicadores são de taxa de 
óbito zero onde 22 atendimentos, com 
necessidade imediata de ressuscitação, 
tiveram suas funções vitais reestabelecidas. O 
tempo de permanência de atendimento dentro 
da unidade foi de três horas e sete minutos, 
conforme a especialidade e o nível de 
triagem. As taxas de retorno em consultas 
médicas não programadas foram de 13,64%.20 
A taxa de internação dos 22 pacientes triados 
foi de 13 internados (taxa de internação de 
59,1%), para os 64.891 atendidos, 
correspondendo à taxa de 1,2%. Foram 
observadas taxas de reclamações de 2,8/1.000 
atendimentos realizados (183 reclamações) no 
período analisado. Destas, 53% foram 
referentes à demora no atendimento ou à 
reavaliação. Todos os pacientes com 
diagnóstico de IAM com supradesnivelamento 
do segmento ST foram encaminhados ao setor 
de hemodinâmica.20 
 
Conhecer o perfil de atendimento da 
demanda da sala vermelha fortalece o 
trabalho realizado diariamente nas unidades 
pela monitoria junto à gestão da OSS/UPA, 
contudo, apesar de todas as dificuldades que 
a UPA encontra no seu dia a dia, devido à 
falta de apoio da atenção básica e de leitos 
hospitalares, esta tenta, a todo o momento, 
cumprir seu papel. Este estudo pode 
demonstrar a necessidade de rever o fluxo de 
saída dos usuários atendidos na UPA 24h, e 
que estas saídas só podem ser realizadas pelo 
sistema de regulação para hospitais de 
retaguarda, de modo que não haja deficiência 
nas transferências. Como pode ser observado, 
houve transferências sendo realizadas entre 
UPAs com percentual de 5%. 
CONCLUSÃO 
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A prevalência das doenças pelos sistemas 
faz pensar que, embora a UPA seja uma 
unidade de urgência e emergência, ela está 
mais direcionada para atendimento aos casos 
crônicos em agravo do que para os casos 
agudos. Isso reforça a importância da 
autonomia do profissional enfermeiro na UPA 
24h, visto que o mesmo é responsável pelo 
gerenciamento do cuidado, por meio do 
acolhimento e classificação de risco, tendo a 
oportunidade de perceber o agravo ou a 
evolução desse agravo por toda a unidade e, 
dessa forma, fazer uso dos protocolos 
institucionais disponíveis e aplicar seus 
conhecimentos técnicos-científicos, a fim de 
otimizar a assistência prestada por meio da 
proatividade, do raciocínio crítico e da 
agilidade. 
Ficou clara a necessidade de leitos de 
terapia intensiva para apoio às UPAs 24h, 
porém, sabe-se que se tem-se usuário 
chegando em agravo, com isso, precisa-se que 
a atenção básica também faça a sua parte 
para que haja uma melhor adesão do usuário 
ao tratamento. Dessa forma, deseja-se que 
esta seja menos burocrática, pois o seu 
funcionamento, para alguns usuários, ainda é 
algo distante devido à falta de cobertura e a 
exigência territorial. 
A integração dos serviços de regulação no 
Rio de Janeiro (RJ), Brasil, também precisa 
melhorar entre si. Este estudo mostra as 
ferramentas que o enfermeiro gestor pode 
desenvolver para a melhoria da qualidade na 
assistência prestada. 
As limitações do estudo apresentadas 
mostram que o sistema UPA 24h® tem 
riquezas de informações a serem exploradas e 
que ainda assim há uma resistência e 
limitação humana e que cabe ao gestor 
desmistificar essa resistência, fazendo as 
cobranças necessárias e ofertando 
treinamentos aos seus colaboradores, a 
começar dos recursos humanos (RH), no 
momento da contratação. 
O estudo deixou transparecer, de positivo, 
a informatização do sistema e o protocolo de 
acolhimento com classificação de risco 
(ACCR), institucionalizado pela SES/RJ, que 
favorece um banco de dados claro e 
completo, de acordo com a realidade da 
urgência. 
O estudo apontou a necessidade de um 
aprofundamento nas pesquisas sobre as UPAs, 
pois houve dificuldades nas estratégias de 
buscas realizadas, por não haver descritores e 
nem palavras-chaves. Contudo, as buscas 
encontradas relacionadas a perfil de demanda 
estavam sempre relacionadas à terapia 
intensiva adulto e neonatal, assim como as 
urgências e emergências hospitalares que 
abordam situações de acidentes, traumas e 
mortalidade. Os casos crônicos atendidos em 
agravo são de estudos voltados para o período 
de internação hospitalar, assemelhando-se ao 
perfil de atendimento da UPA. 
 
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Submissão: 17/03/2016 
Aceito: 08/11/2016 
Publicado: 01/12/2016 
Correspondência 
Tânia Catarina Sobral Soares 
Rua Dois de Fevereiro, 1321, bl 4, Ap. 401 
Bairro Água Santa 
CEP 20745311  Rio de Janeiro (RJ), Brasil 
https://www.fen.ufg.br/fen_revista/v16/n2/pdf/v16n2a06.pdf
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