Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN - eCICT 2019 30° eCICT ANAIS Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes EXPEDIENTE APRESENTAÇÃO O Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica (eCICT) é um evento aberto à comunidade no qual todos os aproximadamente 1.500 alunos de Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN (bolsistas e voluntários) apresentam os resultados de suas pesquisas desenvolvidas ao longo de um ano, como cumprimento de um plano de trabalho elaborado e orientado por um professor/pesquisador do quadro permanente da Instituição. O eCICT está entre as ações inseridas no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN, que possui entre seus objetivos: a) Contribuir para a formação e engajamento de recursos humanos em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação; b) Contribuir para a formação científica de recursos humanos que se dedicarão a qualquer atividade profissional; e c) Contribuir para a formação de recursos humanos que se dedicarão ao fortalecimento da capacidade inovadora das empresas no País. Em 2019, a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte realizou a 30ª edição do Congresso, abarcando uma etapa inicial digital seguida de uma etapa presencial, no formato de apresentações em Sessões de Apresentações Orais. Na fase inicial (Online), as apresentações dos trabalhos pelos discentes se deram na forma de arquivos digitais (trabalho completo e vídeo) submetidos via Sistemas da UFRN e disponibilizados amplamente para visitantes do site do evento (www.cic.propesq.ufrn.br), avaliadores da UFRN e comitê externo PIBIC-CNPq. Durante a fase presencial do evento, os 90 melhores trabalhos, selecionados a partir da etapa anterior, seguiram para as apresentações orais. A 30ª edição do Congresso teve como tema “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”, estando alinhada aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Ao submeter os trabalhos ao Congresso, os alunos indicaram os objetivos da Agenda 2030 aos quais suas pesquisas estavam relacionadas. Essa iniciativa visa estimular a pesquisa científica e tecnológica voltada para a busca por soluções para os desafios sociais contemporâneos. O evento cumpriu três funções valiosas para o desenvolvimento da ciência na instituição: inserção dos discentes em um ambiente acadêmico de publicação e apresentação dos resultados da pesquisa; divulgação científica por meio dos vídeos que utilizam uma linguagem científica, porém acessível a todos; e, por fim, a popularização da ciência. Os alunos concorreram ao 3ª Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica da UFRN, que foi instituído pela Pró-Reitoria de Pesquisa em 2017 para reforçar as ações dos programas institucionais de iniciação científica e tecnológica. O prêmio contemplou duas categorias: Trabalho Destaque de Iniciação Científica e Tecnológica e Vídeo Destaque de Divulgação Científica. Os premiados foram contemplados com bolsas mensais de até R$ 800,00 (oitocentos reais) durante o período de um ano. Os orientadores dos alunos premiados adquiriram precedência em relação aos demais para efeitos de concorrência no Edital de Bolsas de Pesquisa da UFRN em 2020. Em 2019, a Pró-Reitoria de Pesquisa instituiu o Prêmio Pesquisador Destaque da UFRN, com o objetivo premiar os pesquisadores da instituição que tenham apresentado relevantes contribuições para o desenvolvimento da ciência em cada uma das três grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. Foram escolhidos 03 pesquisadores, um em cada grande área do conhecimento. Todos os premiados receberão auxílio no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para custear passagens aéreas, diárias ou taxa de inscrição para apresentar trabalho em evento científico, certificado de premiação e troféu. Os pesquisadores premiados participam na condição de conferencista do XXX Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica, apresentando a contribuição científica oriunda de sua pesquisa. SUMÁRIO PROGRAMAÇÃO 6 CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 7 PROGRAMAÇÃO SETEMBRO 16 a 20/09 Fase Online do eCICT 2019 OUTUBRO 11/10 Divulgação dos selecionados para apresentação na Fase Presencial 21 a 25/10 Fase Presencial do eCICT 2019 21/10 Credenciamento 21/10 Palestra de Abertura 22 a 24/10 Sessões de Apresentações Orais 22 a 24/10 Palestras de Pesquisadores Destaques da UFRN 25/10 Solenidade de Encerramento e Premiação XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 7 CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 8 CÓDIGO: ET0180 AUTOR: MARCELLUS SILVA ARRUDA MIRANDA ORIENTADOR: JULIANA FELIPE FARIAS TÍTULO: Unidades geoecológicas do médio curso da bacia hidrográfica do rio Potengi - RN Resumo Estudos que integrem vários condicionantes ambientais de uma determinada área são cada vez mais frequentes nas atividades de planejamento ambiental, de diferentes finalidades. Dentro da perspectiva de análise integrada do meio, surge com maior destaque na década de 1990, a perspectiva metodológica da geoecologia das paisagens, com enfoque em diferentes categorias de análise geográfica, como também em diferentes unidades de análise da geografia física, como as bacias hidrográficas. Tendo em vista, a necessidade de melhor compreender a dinâmica presente no médio curso da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi, foi aplicada tal perspectiva de análise ambiental, em escala local na área de estudo, gerando assim um mapa de compartimentação das unidades geoecológicas do médio curso. Para a delimitação dessas unidades, foram utilizadas os condicionantes ambientais: geologia, geomorfologia, solos e formações vegetais, propondo dessa maneira, as seguintes unidades e subunidades geoecológicas: 1- Planície Fluvial: do rio Potengi, do Rio Bom Jesus e do Rio Camaragibe; 2 – Tabuleiros do Rio Potengi; 3 – Superfície de aplainamento: De Riachuelo e de Elói de Souza; 4 – Planaltos; 5 – Maciços Residuais. Palavras-chave: Geoecologia - Rio Potengi - Planejamento Ambiental TITLE: Middle Course geoecological units of the Potenhi river basin -RN Abstract Studies that integrate many environmental conditions in a certain area are increasingly frequent in environmental planning activities for different purposes. Within the perspective of environment integrated analysis, the methodological perspective of landscape geoecology emerged most prominently in the 1990s, focusing on different categories of geographical analysis, as well as on different units of physical geography analysis, such as watersheds. In order to better understand the dynamics present in the medium course of the Potengi River Basin, that perspective of environmental analysis was applied on a local scale in the study area.Through this, a compartmentalisation map of the geoecological units of the medium course was generated. For the delimitation of these units, the environmental constraints we used were: geology, geomorphology, soils and vegetal formations. Thus we proposed the following geoecological units and subunits: 1- Fluvial Plain: Potengi River, Bom Jesus River and Camaragibe River; 2 - Potengi River trays; 3 - Planing surface: Riachuelo and Elói de Souza; 4 - Plateaus; 5 - Residual Massifs Keywords: Geoecology - Potengi River -Environmental Planning XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 9 Introdução Os espaços naturais passam por constantes transformações promovidas por ações antrópicas, tais ações em sua grande maioria se configuram como prejudiciais a estes ambientes, antes intocados pelos homens. O acentuado grau de transformação dos espaços naturais por parte das sociedades está pautado na ideologia da obtenção do máximo aproveitamento dos recursos naturais, os quais proporcionam para os seus exploradores ganhos econômicos. Essa visão economicista do meio ambiente ficou arraigada na sociedade como um todo, após a revolução industrial, onde logo após este evento histórico, a natureza passou a ser subjugada de uma forma muito acentuada. Os exemplos de dominação da natureza pelos homens são inúmeros: grandes obras de infraestrutura hídrica, promovendo o barramento de corpos hídricos; projetos de agroindústrias, os quais proporcionam a supressão de extensas porções de vegetação natural; bem como os processos urbanização desorganizados, os quais resultam em complexas mudanças do estado natural do meio. Estes são somente alguns dos muitos exemplos de dominação. Tendo em vista essas alterações antrópicas dos espaços naturais, uma série de estudos na perspectiva ambiental vem sendo desenvolvidos a fim de proporcionar um maior entendimento acerca dos danos promovidos por tais ações. Esses estudos além de promover o entendimento da realidade local dos impactos, visam também a geração de informações do espaço, as quais podem ser utilizadas no intuído de melhor planejar e gerir novas áreas. Na perspectiva de melhor compreender os espaços naturais, os estudos ambientais integrados surgem na geografia, bem como em outras ciências naturais, para dar respostas mais concretas sobre o funcionamento de determinados sistemas. Dentro dos vários exemplos metodológicos dos estudos ambientais integrados está a abordagem geoecológica do estudo da paisagem. Para que se possa estudar as transformações ocorridas no espaço natural, o qual, entenderemos aqui como a paisagem, devemos segundo Farias (2013), estabelecer uma visão sistêmica e integrada do meio. De modo que sejam abarcados na análise a dinâmica presente entre os aspectos físicos e humanos, contemplando assim o binômio sociedade/natureza. Segundo Rodriguez e Silva (2013), a geoecologia possui com um dos seus principais objetivos a ação de fornecer subsídios para a resolução de problemas oriundos de ações antrópicas. De acordo com Rodriguez (1991 apud Farias, 2013), a geoecologia é entendida como um conjunto de métodos de investigação, cujo objetivo central é a obtenção de dados do meio natural, com os quais é possível estabelecer diagnósticos e formular estratégias de otimização dos usos dos recursos naturais. Levando em consideração as questões tecidas anteriormente, o objetivo geral deste estudo visa utilizar o enfoque geoecológico da paisagem o aplicado no médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi (BHRP), com o objetivo de compartimentar geoecologicamente a mesma. Proporcionando dessa maneira, um entendimento da realidade ambiental do local, tal esforço de compartimentação servirá como base para futuras ações de planejamento da área do médio curso voltadas tanto para a correção XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 10 de possíveis impactos presentes nas unidades identificadas, bem como ações que direcionem, por exemplo, como deverá se dar o uso e ocupação daquele solo. O médio curso da BHRP (Figura 1), apresenta 1.923 Km2 correspondendo a 46,9% do total da bacia sendo, dessa forma, o maior compartimento desse sistema natural. As suas características físicas são semelhantes ao restante da bacia, sendo a variável climática a que mais apresenta diferenciação, registrada em maior volume no litoral, decai no sentido das cabeceiras da bacia. Além da variação pluviométrica presente na área de estudo, também é verificada variações na configuração do relevo, com suas respectivas altitudes e formas geomorfológicas, se diferenciando dos demais compartimentos. Metodologia A abordagem metodológica utilizada neste estudo corresponde a Geoecologia das Paisagens, uma metodologia de investigação do meio natural, de base sistêmica e integrada. Tal abordagem Segundo Farias (2015), teve sua difusão no meio acadêmico iniciada na década de 1960, como uma linha investigativa, a qual visava a compreensão dos complexos territoriais em diferentes escalas: global, regional e local. No entanto, tal proposta ganhou maior notoriedade a partir da década de 1990, quando as discussões sobre o pensamento dialético na análise espacial e ambiental foram tomando maior consistência (RODRIGUEZ; SILVA, 2006). Segundo Rodriguez e Silva (2011 apud Farias, 2013 p. 28), a geoecologia das paisagens se fundamenta em três momentos básicos: 1-Como se formou a natureza; 2-Como, mediante as atividades humanas, construíram- se e impulseram-se sistemas de uso e de objetos, articulando e colocando a natureza em função de suas necessidades; 3-Como a sociedade concebe a natureza, as modificações e transformações derivadas das atividades humanas. Os trabalhos voltados para análises geoecológicas, de modo geral, trabalham nesses três momentos básicos de análise, para este estudo deu-se um enfoque maior para o primeiro e o segundo momento, evidenciando as principais unidades ambientais presentes no médio curso e observando de forma geral, algumas atividades antrópicas desenvolvidas na área. Segundo Farias (2015 p. 56): “a geoecologia das paisagens e o planejamento ambiental fornecem subsídios fundamentais para o desenvolvimento de trabalhos relacionados à XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 11 dinâmica dos sistemas ambientais, mais especificamente voltados para os estudos em bacias hidrográficas”. Para efetuar a compartimentação geoecológica, se tomou como base a geomorfologia verificada no local, as quais foram agrupadas por características homogêneas quanto a sua forma e estrutura. Essas unidades foram delimitadas através da metodologia de compartimentação em níveis taxonômicos do relevo proposta por Ross (1992), a compartimentação do relevo utilizada como base para as unidades geoecológicas foi realizada na escala de 1.250.000, correspondendo ao segundo táxon do relevo, ou seja, o domínio das morfoesculturas. Na área em questão foram delimitadas as seguintes morfoesculturas: superfície de aplainamento, planícies, planaltos, maciços residuais e tabuleiros. Os procedimentos técnicos operacionais desse estudo se baseiam nas etapas propostas por Rodriguez e Silva (2016), esses autores propõem que os estudos realizados no âmbito da geoecologia das paisagens sejam esquematizados em diferentes fases complementares, sendo elas: a fase de organização, análises, diagnóstico e propositiva. Aqui serão comtempladas as duas primeiras etapas, devido ao caráter introdutório do estudo. Vale destacar que em todas as fases realizadas será de extrema importância a utilização de softwares de geoprocessamento, os quais serão responsáveis pelo processamento dos dados espaciais, obtidos principalmente, na fase de organização e inventário. Quando a isto Klink (1981), destaca que a análise geoecológica deve começar por uma análise preliminar da área a ser estudada, devendo ser obtidas informações básicas do terreno, com o auxílio de mapas. Fase de organização A fase de organização e inventário, correspondeu nesse estudo na obtenção dos principais dados utilizados na pesquisa. Esses dados são fruto de pesquisas bibliográficas em livros, artigos, teses e dissertações que apresentam relação com a temática aqui estudada. Além da obtenção do arcabouço teórico, atravésda pesquisa bibliográfica, nesta fase da pesquisa também foram obtidos os dados cartográficos, realizando assim, um levantamento detalhado das condições ambientais encontradas na área. Esses dados foram obtidos nos bancos de dados dos principais órgãos ambientais do estado do Rio Grande do Norte e do Brasil como: Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), no qual foram adquiridos a malha vetorial dos limites da bacia e da rede de drenagem, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), foi obtido a malha cartográfica referente as formações vegetais, no sitio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) houve a obtenção das associações de solos e no Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), foram obtidas as informações acerca do arcabouço geológico. A base da compartimentação geoecológica, como dito anteriormente, é realizada a partir dos dados relativos à geomorfologia local. A obtenção dos dados para a compartimentação geomorfológica se deu através da visita ao banco de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no qual através do projeto TOPODATA, são disponibilizadas as imagens da missão Suttler Radar Topography XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 12 Mission (SRTM), possibilitando dessa forma, a elaboração em ambiente SIG de produtos altimétricos e de declividade. Fase de Análise A segunda fase realizada correspondeu no processo de análise de todos os dados obtidos na fase anterior, os dados bibliográficos foram utilizados no intuito de embasar as formulações aqui propostas, principalmente nas propostas de compartimentação geomorfológica e geoecológica. Os dados cartográficos foram processados no software ArcGIS 10.5, os primeiros produtos cartográficos foram elaborados com a finalidade de fornecer um panorama sobre a área ser estudada. A partir dessa visão inicial, outros procedimentos puderam ser realizados, como correção de erros nos dados e identificação de novas variáveis, que possibilitassem um melhor detalhamento na delimitação das unidades. Foram elaborados nesta fase o mapa de localização da área de estudo, além dos mapas de altitude, declividade, associação de solos e formações vegetais. Com a sobreposição de todos esses produtos cartográficos foi possível compartimentar geoecologicamente o médio curso, reultando assim na identificação de 5 unidades geoecológicas e 5 subunidades. Resultados e Discussões Através do processamento das imagens SRTM em ambiente SIG, foi possível a elaboração dos primeiros produtos cartográficos referentes a área de estudo. A partir de técnicas de geoprocessamento foram elaborados os mapas de altitude, declividade e os mapas de sombreamento e dissecação do relevo, imprescindíveis para a compartimentação geomorfológica da área. Com a correlação entre todos os dados XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 13 produzidos nesta etapa foi possível realizar a composição do mapa das unidades morfoesculturais do médio curso da bacia, este se constituindo como a base para a compartimentação geoecológica. Em relação os condicionantes ambientais verificados no médio curso, também foram produzidos materiais cartográficos, de modo que fosse possível construir um panorama sobre a área de estudo. Dessa forma, a seguir serão descritas as principais variáveis utilizadas para a compartimentação geoecológica do médio curso. Geologia Conhecer a litologia local é de extrema importância quando tratamos de estudos ambientais integrados, pois este elemento é basilar para a formação de outras componentes ambientais como: relevo, solos e hidrografia. Dessa maneira, para este estudo foi utilizada para identificação das unidades geológicas a malha geológica produzida pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) de ano de 2015, para o estado do Rio Grande do Norte. Para o médio curso do Potengi foram identificadas as seguintes unidades geológicas (Figura 2): Complexo Presidente Juscelino, Metatonolito Bom Jesus, Complexo Senador Elói de Sousa, Granitóide São José de Campestre, Grupo Barreiras, Depósitos Colúvio – eluviais, Suíte Intrusiva Dona Inez, Suíte Intrusiva Itaporanga, Formação Jucurutu, Formação Seridó, Complexo João Câmara e o Complexo Santa Cruz. Podemos perceber a significativa predominância de litologias ígneas e metamórficas na área de estudo, além dessas litologias está presente formando uma espécie de enclave os depósitos sedimentares, formados a partir de processos erosivos das litologias locais. Além dos depósitos colúvio – eluviais, está presente na bacia a formação Barreiras, importante representante dos constituintes sedimentares das regiões costeiras do Brasil. Geomorfologia O estudo das unidades do relevo estar frequentemente presente nos estudos ambientais e em questões que envolvem planejamento ambiental, devido ao fato de proporcionar um entendimento melhor da superfície onde os homens se fixam. Informações como altitude da área, declividade das formas do relevo, taxa de erosão do solo, evolução das formas atuais e paleosuperfícies, escoamento superficial e infiltração, e estudos espeleológicos, são frequentemente associados aos estudos geomorfológicos. Para a delimitação das unidades do relevo da área de estudo, foram produzidos materiais hipsômetros, de declividade e o TIN (Trinangulated Irregular Network), os quais auxiliaram na interpretação geomorfológica do local. Os mesmos podem ser observados na figura 3. A área de estudo apresenta uma significativa mudança em relação a altitude indo desde os 27 m em relação ao nível do mar até a cota dos 473 m, essa grande variação é condicionada devido ao médio curso da bacia ser uma área de transição, entre o alto (cotas mais elevadas) e o baixo curso (cotas mais baixas), existindo assim uma quebra significativa no relevo se comparado com os demais compartimentos da bacia. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 14 A outra variável analisada no local em relação ao comportamento do relevo, foi a declividade, a qual se apresenta como plana e suave (0 – 5%), os locais que apresentam maior percentual de declividade correspondem as áreas dos maciços residuais e as áreas das margens dos principais corpos hídricos da bacia. Com o auxílio da metodologia de Ross (1992), foram identificados na área de estudo diferentes unidades geomorfológicas, pertencentes ao segundo táxon do relevo (Morfoesculturas). As morfoesculturas são definidas como o resultado da ação climática (atual e pretérita) sobre uma dada morfoestrutura, essas esculturas podem apresentar algumas centenas de km2 (ROSS, 1992). Para o médio curso foram identificadas as seguintes unidades: Planaltos, maciços residuais, superfície de aplainamento, tabuleiros e planícies fluviais (Figura 4). Solos A área de estudo apresenta uma grande variação quanto a associação de solos local (Figura 5), essa variável tem como resultado a combinação dinâmica entre as demais variáveis como geologia, geomorfologia, formações vegetais e hidrografia local. O conhecimento acerca da pedologia local é de extrema importância quando relacionados a estudos de planejamento ambiental, pois indicam questões das propriedades físicas e químicas dos solos como: permeabilidade, porosidade, salinidade, plasticidade, textura e fertilidade. No médio curso da bacia hidrográfica do rio Potengi foram identificadas 7 tipologias de associação de solos: Latossolo Amarelo Distrófico (289,51 km2), Argissolo Amarelo Distrófico (389,74 km2), Argissolo Vermelho Eutrófico (381,38 km2), Neossolo Litólico Eutrófico (43,63 km2), Neossolo Flúvico Ta Eutrófico (6,2 km2), Planossolo Háplico Eutrófico (550,55km2) e o Luvissolo Crômico Órtico (224,1 km2). A associação de solos mais presente dentro do médio curso corresponde aos Planossolos Háplico Eutrófico, estes solos segundo a EMBRAPA, são verificados em grande parte do nordeste brasileiro, e são consideravelmente susceptíveis a erosão, outra característica importante dessa associação é o alto nível de fertilidade. A segunda associação de maior ocorrência são os Argissolos Amarelos Distróficos, estes solos em oposição ao anterior apresenta segundo a EMBRAPA, baixos níveis de fertilidade. São resultado dos processos pedogenéticos sobre os materiais argilosos ou areno-argilosos da Formação barreiras, presentes no médio curso. Formações Vegetais Segundo Santos (2004), as formações vegetais são o elemento do meio extremamente sensíveis as alterações da paisagem, dessa forma, sempre estão presentes nos estudos que envolvem o planejamento ambiental. O clima possui grande influência quanto a ocorrência das formações vegetais, atuando como determinante nesta variável. No médio curso foram identificadas as seguintes formações vegetais segundo o IBGE (2018): Savana – Estépica, Savana – Estépica Arborizada e Savana – Estépica Florestada (Figura 6). Os mapeamentos das formações vegetais devem caracterizar os domínios, as formações e os tipos de cobertura, de forma que sejam especializados, levando também em consideração o estado em que se apresentam as unidades (SANTOS, 2004). XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 15 Os dados do IBGE (2018), relativos às formações vegetais do médio curso, além da apresentação das unidades, possuem também os principais usos que ocorrem na área, na qual percebe-se a predominância das atividades agropecuárias principalmente a plantação de culturas de cana – de – açúcar. A savana estépica corresponde, ao que popularmente se conhece por caatinga, ou mata branca, devido a sua principal característica estética que é a mudança de tonalidade da cobertura vegetal. Em períodos secos a vegetação fica “acinzentada” e nos períodos úmidos ganha diferentes tonalidades de verde. No mapeamento realizado pelo IBGE, a grande predominância no layout final como savana estépica se dá pela não discriminação entre os estratos florestais e arbustivos. A partir da sobreposição dos vários materiais produzidos, os quais dizem respeito os principais condicionantes ambientais do médio curso da bacia hidrográfica do rio Potengi, chegou-se à proposição das seguintes unidades geoecológicas (Figura 7): Planícies fluviais, subdividida em três unidades: Potengi, Bom Jesus e Camaragibe; Tabuleiros do rio Potengi, Superfície de aplainamento do Potengi, subdividida em duas unidades: Superfície de Aplainamento de Riachuelo e Superfície de Aplainamento de Elói de Souza; Planaltos e os Maciços residuais. As planícies fluviais foram subdividas em três unidades, devido a existência no médio curso de 3 significativos corpos hídricos: O rio Potengi, o rio Bom Jesus e o Rio Camaragibe. Entre essas três unidades existem determinadas variações dos condicionantes ambientais. A Planície Fluvial do Rio Potengi apresenta características ambientais muito semelhante, a planície do rio Camaragibe, seja em relação as formações vegetais, ao arcabouço geológico e as tipologias de solos. No entanto, a dinâmica antrópica nesta subunidade é totalmente diferenciada, pois é na planície do principal rio da bacia que ocorrem o maior número de atividades antrópicas, como a extração de material do leito do rio para construção civil. Além da grande presença de atividades econômicas nesta subunidade, é nela onde está localizada o maior aglomerado urbano do médio curso, a cidade de São Paulo do Potengi, com mais de 17 mil habitantes, também pode ser encontrada nesta unidade o açude Campo Grande. Dessa maneira, as pressões antrópicas no meio ambiente são mais acentuadas, provocando um conjunto de problemas ambientais na área. Em relação a associação de solos é composta por 4 classes, as quais podem ser verificadas na tabela 1. Tendo em vista a maior vulnerabilidade a erosão natural do Argissolo vermelho eutrófico abrútico, as práticas de exploração do solo devem ser mais fiscalizadas, atentando para atividade ou empreendimentos que agravem o estado natural de erosão do solo. As formações vegetais identificadas na área correspondem em maior proporção a savana estépica com elevado grau de antropização. As áreas onde naturalmente se verificava a presença de domínios florestados ou arbustivos, foi substituída por uma grande área antropizada, na qual não é possível realizar a discriminação entre os diferentes domínios, salvo algumas localidades onde se é possível determinar estratos arbustivos. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 16 O arcabouço geológico presente nesta subunidade pode ser verificado na tabela 2. Em um contexto geral, se trata de um arcabouço ígneo e metamórfico, com alguns pontos onde os processos sedimentares prevaleceram. Entre as três subunidades Planície Fluvial do Rio Bom Jesus é a que mais se diferencia em termos de condicionantes ambientais, principalmente no tocante a pedologia local. Nesta planície estão localizadas as cidades de Bom Jesus e Serra Caiada, nas quais temos a predominância de atividades agropecuárias e de serviços. Os solos encontrados na planície em sua grande maioria correspondem ao Argissolo Amarelo Distrófico, logo em seguida existe a predominância do Latossolo Amarelo Distrófico, conforme tabela 3. Nesta subunidade existe a predominância da savana – estépica arbustiva, com alguns setores sem discriminação, principalmente nas áreas onde se tem a predominância de atividades antrópicas. Já em relação a litologia local, a diferenciação se dá através da presença do Metatonalito Bom Jesus e do Complexo Senador Elói de Souza, conforme tabela 4. Na Planície Fluvial do Rio Camaragibe não foi verificada nenhuma sede municipal em seus limites, no entanto a presença antrópica se faz presente através de atividades agropecuárias. Em relação aos condicionantes ambientais, apresenta grande semelhança com a planície do Potengi, existindo pequenas alterações em relação aos solos, onde também pode ser encontrado o Planossolo Háplico Eutrófico, em menor quantidade, e o Argissolo Vermelho Eutrófico. Nesta planície existe a predominância da savana estépica bastante antropizada, no entanto, assim como a planície do Rio Bom Jesus apresenta uma significativa proporção do domínio arbustivo. Geologicamente a diferenciação desta planície das demais se dá através da presença da suíte intrusiva Dona Inêz e da formação Seridó, conforme tabela 5. A unidade Tabuleiros do rio Potengi, localizados no médio curso da bacia, não é tão expressiva quanto no compartimento do baixo curso, no entanto podem ser verificados entres os rios Camaragibe e Potengi. Nas proximidades da planície fluvial do Potengi, os tabuleiros também são verificados, porém devido a escala de análise adotada neste estudo, essa forma geomorfológica não pode ser descrita no mapa final. Em contraposição as planícies, os tabuleiros, apresentam um relevo ondulado ou suave ondulado variando sua declividade de 10 a 15%. A camada pedológica que recobre os tabuleiros principalmente as classes de solos dos Planossolos Háplico Eutrófico e os Argissolos Vermelho Eutróficos, são indicadores de terrenos com as características onduladas. Geologicamente os tabuleiros compartilham as mesmas características da planície do Rio Camaragibe, com a presença dos Complexos João Câmara, Suíte Intrusiva Dona Inêz, Formação Seridó, Complexo Presidente Juscelino, além da presença de depósitos colúvio – eluviais. A Superfície de aplainamento do Potengi, foi dividida em outras duas unidades: superfície de aplainamento de Riachuelo e a superfície de aplainamentode Elói de XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 17 Souza, estas são as duas maiores cidades localizadas no compartimento aplainado do médio curso. A Superfície de aplainamento de Riachuelo, apresenta em maior proporção a tipologia dos Planossolos Háplico Eutróficos, sendo encontrados também o Argissolo Vermelho Eutrófico, o Luvissolo Crômico Órtico, Latossolo Amarelo Distrófico e o Neossolo Litólico Eutrófico. Geologicamente a maior unidade encontrada nesta subunidade é o Complexo João Câmara, seguida da Formação Jucurutu, Formação Seridó, Suíte Intrusiva Dona Inêz e a Suíte Intrusiva Itaporanga. Em menor proporção podem ser encontrados pontos de ocorrência de depósitos colúvio – eluviais. É nesta subunidade onde são encontrados os exemplares mais significativos da Savana – Estépica florestada, dispersa sobre a área aplainada. A Superfície de aplainamento de Elói de Souza, apresenta somente três tipologias de classes de solos, a saber: o Argissolo Amarelo Distrófico, o Latossolo Amarelo Distrófico e o Luvissolo Crômico Órtico. Geologicamente a unidade mais presente neste compartimento é o Complexo Presidente Juscelino, seguido das áreas de ocorrência dos depósitos colúvio – eluviais. Por fim, temos o compartimento do Planalto e dos Maciços residuais, estes compartimentos apresentam as maiores altitudes (altitude máxima de 473 m) e declividades (25 – 45%) da área de estudo, e compartilham entre si os mesmos condicionantes ambientais. A maior semelhança entre estas unidades diz respeito a tipologia dos solos identificadas nas subunidades, nas quais, basicamente são encontrados o Luvissolo Crômico Órtico, o Neossolo Litólico Eutrófico e o Argissolo Vermelho Eutrófico. Geologicamente são formados através do Complexo Presidente Juscelino, Complexo Santa Cruz e a Suíte Intrusiva Itaporanga. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 18 Conclusão A geoecologia mostra-se como uma importante ferramenta de análise do meio natural em diferentes escalas, auxiliando práticas de planejamento ambiental com diferentes finalidades como: zoneamentos ecológicos, estudos de adequação ambiental, escolha de locais para Áreas de Proteção Ambiental (APA), ou Áreas de Preservação Permanente (APP), pois auxilia no diagnostico integrado dos componentes naturais de determinado meio. Aliado com outras variáveis do espaço geográfico, a geoecologia proporciona o entendimento completo de determinada porção do espaço geográfico, ou seja, se alinharmos as variáveis antrópicas (indicadores de renda, educação, saneamento básico, infraestrutura, atividades econômicas), com os condicionantes do meio natural (geologia, geomorfologia, pedologia, formações vegetais, clima e recursos hídricos), teremos um diagnóstico completo da área estudada. Podendo assim, identificar as principais potencialidades e fragilidades presentes no local, direcionando para locais específicos, as ações necessárias de correção e adequação ambiental. As unidades geoecológicas identificadas no médio curso da bacia do rio Potengi, as quais tiveram um direcionamento para os condicionantes ambientais, servirão de base para estudos futuros, os quais objetivem integrar o meio físico com o meio antrópico, construindo dessa forma, proposições de ações públicas para a bacia. Essas ações XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 19 partem da construção de Políticas, Programas e projetos, os quais devem ser aplicados nas áreas de maior vulnerabilidade identificadas na área de estudo. Referências FARIAS, Juliana Felipe. Aplicabilidade da Geoecologia das Paisagens no planejamento ambiental da bacia hidrográfico do Rio Palmeira – Ceará/Brasil. 2015. 222 f. Tese (Doutorado). Departamento de Geografia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015. FARIAS, Juliana Felipe. Zoneamento Geoecológico como subsídio para o planejamento ambiental no âmbito municipal. 2012. 195 f. Dissertação (mestrado). Departamento de Geografia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012. KINK, H. J. Geoecologia e regionalização natural: bases para a pesquisa ambiental. São Paulo: IGEO-USP, 1981. RODRIGUEZ, José Manuel Mateo; SILVA, Edson Vicente da. Paisagens e Geossistemas como Unidades Espaciais. In: RODRIGUES, José Manuel Mateo; SILVA, Edson Vicente da. Planejamento e Gestão Ambiental: Subsídios da Geoecologia das Paisagens e da Teoria Geossistêmica. 2º Ed. Fortaleza: Edições UFC, 2016. 75 – 128. RODRIGUEZ, José Manuel Mateo; SILVA, Edison Vicente da. Planejamento e gestão ambiental: subsídios da Geoecologia das Paisagens e da Teoria Geossistêmica. Fortaleza: Edições UFC, 2013. ROSS, Luciano Sanches. O registro cartográfico dos fatos geomorfológicos e a questão da taxonomia do relevo. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, v. 6, p. 17-29, 1992. SANTOS, Rozely Ferreira dos. Planejamento ambiental: Teoria e prática. São Paulo: Oficina de textos, 2004. Anexos XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 20 Figura 1 - Localização do Médio Curso da BHRP XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 21 Figura 2 - Unidades Geológicas do Médio Curso da BHRP XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 22 Figura 3 - Altitude e declividade do médio curso da BHRP XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 23 Figura 4 - Morfoesculturas do médio curso da BHRP XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 24 Figura 5 - Associação de solos no médio curda da BHRP XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 25 Figura 6 - Formações vegetais no médio curso da BHRP XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 26 Figura 7 - Unidades Geoecológicas do médio curso da BHRP Tabela 1 - Associação de solos na Planície do Rio Potengi XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 27 Tabela 2 - Unidades geológicas na Planície do Rio Potengi Tabela 3 - Associação de solos na Planície do Rio Bom Jesus XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 28 Tabela 4 - Unidades Geológicas na Planície do Rio Bom Jesus Tabela 5 - Unidades Geológicas na Planície do Rio Camaragibe XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 29 CÓDIGO: ET0231 AUTOR: GABRIEL GERONIMO DE FRANCA XAVIER COAUTOR: MARCELLUS SILVA ARRUDA MIRANDA COAUTOR: THALES DE ALMEIDA XAVIER ORIENTADOR: JULIANA FELIPE FARIAS TÍTULO: Impactos ambientais no médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi - RN Resumo O estudo sobre impactos ambientais apresenta-se, na atualidade, como uma grande dimensão para a aplicação e desenvolvimento de investigações, técnicas e ferramentas capazes de satisfazer uma alternativa para a preservação e uma remodelagem dos ambientais naturais já degradados pela ação humana ao longo dos anos. Consequentemente, adentrando nessa inserção da evolução dos estudos sobre os impactos, este trabalho teve como objetivo fundamental pontuaros impactos ambientais situados no médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi, localizada no estado do Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro, caracterizando-os e mostrando como a ocorrência desses impactos influenciam na dinâmica integrada e sistêmica da bacia, ocasionando, desse modo, fatores que desequilibram o seu sistema e os corpos hídricos da bacia hidrográfica. As resultantes deste trabalho nos mostram a grande relevância em se criar um metodologia mais aplicada, democrática e participativa da gestão e do planejamento ambiental, competindo aos diversos setores da sociedade uma preocupação ainda maior sobre a utilização, o manejo e as variadas ocupações do homem na bacia hidrográfica, a fim de criar um envolvimento mais harmonioso na distinção homem-natureza. Palavras-chave: bacia hidrográfica, homem, natureza, gestão, impactos ambientais. TITLE: ENVIRONMENTAL IMPACTS IN THE MIDDLE COURSE OF THE POTENGI RIVER BASIN-RN Abstract The study on environmental impacts is nowadays a great dimension for the application and development of research, techniques and tools capable of satisfying an alternative for the preservation and remodeling of natural environments already degraded by human action over the years. Consequently, focusing on this insertion of the evolution of impact studies, this work aimed to point out the environmental impacts located in the middle course of the Potengi River watershed, located in the state of Rio Grande do Norte, in northeastern Brazil, characterizing them and showing how the occurrence of these impacts influence the integrated and systemic dynamics of the basin, thus causing factors that unbalance its system and the water bodies of the watershed. The results of this work show us the great magnitude of creating a more applied, democratic and participative methodology for environmental management and planning, and the various sectors of society have an even greater concern about the use, management and varied XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 30 occupations of man in society in order to create a more harmonious involvement in the human-nature distinction. Keywords: watershed, man, nature, management, environmental impacts. Introdução O tema apresentado ao longo deste artigo nos levará à tona uma problemática bastante relevante em um contexto de cenário tanto local/regional como também para discussões e questionamentos que estão enraizados a nível mundial, uma vez que a questão da água está se tornando, a cada dia, uma indagação bastante corriqueira e contundente nas esferas sociais, ambientais e políticas, bem como adversidades no âmbito econômico.Atualmente, um dos assuntos que mais vem sendo debatidos em todo o mundo é a questão do conjunto de problemas enfrentados pelos recursos hídricos e como a ação antrópica apresenta relevantes e desenfreados comportamentos acerca do uso da água e como as suas práticas estão exercendo um papel de potencializador nos impactos ambientais. Mudanças significativas nos ecossistemas globais têm crescido de forma acelerada. Tais mudanças estão relacionadas com as ações humanas que exploram os recursos naturais gerando diversos impactos ambientais e comprometendo assim a disponibilidade desses recursos (VITOUSEK, 1997). Desse modo, a partir de uma análise geográfica mais engajada e um conhecimento teórico- metodológico mais sólido sobre as questões ambientais, criamos uma ligação integrada voltada para a Geografia Física e um foco ainda maior sobre as análises dos impactos ambientais relacionados às bacias hidrográficas, neste caso, mais especificamente, a do Rio Potengi - RN, no seu médio curso. A partir dessa contextualização, podemos analisar a bacia hidrográfica como sendo um dos elementos fundamentais para a atuação, manutenção e permanência do ciclo hidrológico e a sua contínua troca de água na hidrosfera, oferecendo-nos como um brilhante potencial de infiltração e escoamento superficial, atuando, assim, como uma área, natural, de captação da precipitação da água e, posteriormente, realizando e exercendo diversas práticas, sejam elas definidas naturalmente ou pela ação, uso ou a ocupação humana. Sendo assim, além de propor uma demonstração da bacia hidrográfica como uma fonte plural e significativa de unidade de gestão e planejamento ambiental, constatamos também a sua surpreendente expressão e magnitude em termos de apropriação para os mais diversos tipos de usos, atividades e ocupações, ocasionando um aproveitamento conveniente de todo o seu sistema de natureza intrínseca para as futuras oportunidades de atividades resultantes da ação humana, atividades estas que, nos dias atuais, vem acarretando diversas marcas através dos impactos ambientais e, desse modo, comprometendo todo o sistema da bacia e seus prosseguimentos. Para Clark (1977) o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) seria “o estudo de um ciclo de eventos, interligados numa cadeia de causas e efeitos que decorrem de necessidades humanas”. Por essa razão, faz-se necessário um estudo mais aprimorado da intensidade dos impactos ambientais presentes nas bacias hidrográficas e como esses impactos estão se repercutindo no meio natural, a fim de se estabelecer uma centralização dos estudos em impactos ambientais e saídas alternativas para sanar a modificação dos seus sistemas, criando, assim, uma maior adequação no uso dos recursos hídricos naturais, ofertando uma ligação mais determinante e harmoniosa entre o homem e os fatores abióticos do sistema da bacia, condicionando dinâmicas mais íntegras. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 31 Com a finalidade em apreender uma melhor abrangência no desenvolvimento da pesquisa para a criação de discussões mais evidentes e uma noção concreta da área do objeto de estudo, pontuamos um mapa de localização, identificando, dessa maneira, o médio curso da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi (Figura 1). Localizada na porção do nordeste setentrional brasileiro, no estado do Rio Grande do Norte. Compreende um total de 11 municípios, parcela que está situada no médio curso da bacia, são estes: Ielmo Marinho, Bom Jesus, Senador Eloí de Souza, Presidente Juscelino, Lagoa de Velhos, Sítio Novo, Barcelona, Ruy Barbosa, Riachuelo, Santa Maria e São Paulo do Potengi. Metodologia Visto anteriormente, a área de estudo analisada para a pesquisa foi o médio curso da bacia hidrográfica do tradicional rio que deu origem a cidade de natal, capital do Rio Grande do Norte, o Rio Potengi. Além de servir de extrema importância desde os meados do século XVI para que os colonizadores portugueses circulassem e ancorassem as suas grandiosas embarcações na capitania hereditária do Rio Grande, o Rio Potengi foi, durante muitos anos, a principal fonte e uso de abastecimento de água para diversas cidades, entre elas, a de Ielmo Marinho, localizada em nossa área de estudo. Na atualidade, o rio ainda estabelece uma importância crucial tanto para a história do estado como também para a sua participação fundamental, exercendo um papel crítico na vida de milhares de pessoas que dependem e aproveitam as serventias de toda a extensão do rio ao longo de sua bacia hidrográfica. A partir desse panorama histórico, estabelecendo uma relação com a importância do trabalho de planejamento em bacias hidrográficas bem como seu uso e sua gestão por parte dos diversos atores que reformulam e moldam a sociedade atual, introduzimos uma abordagem voltada a um conceito geográfico bastante clássico, o de Paisagem que, dentre inúmeras definições, para o geógrafo alemão Otto Schluter (1872-1959), seria uma materialização modelada tanto pela ação antrópica como também pelas forças da natureza, nos trazendo uma compreensão múltipla e unificada de transformações a partir da abrangência dasnecessidades humanas. Assim, detalhando uma perspectiva de adaptação entre homem e o meio, buscamos conceber a definição de Geoecologia das Paisagens para uma elaboração sistêmica de análise da compreensão das bacias hidrográficas e dos impactos ambientais ocasionados pela necessidades e ações do homem, principalmente pela extrema apropriação deste nos dias atuais no que se diz respeito a gestão e manipulação da água para o uso de diversas ocupações e atividades. Em um conceito elaborado por Rodriguez (2004), uma concepção científica que pode nos dar assistência sobre a Geoecologia da Paisagem seria a abordagem de um sistema de métodos, procedimentos e técnicas de investigação, sendo assim, teria uma funcionalidade de obter um conhecimento sobre o meio natural, garantindo, desse modo, a elaboração de estratégias de otimização do uso e planejamento, no tempo e no espaço, dos potenciais dos recursos naturais. Dessa forma, trazemos um ponto com alto teor de discussão, ou seja, aplicar como método a utilização da bacia hidrográfica como objeto de estudo para um planejamento mais íntegro e uno, levando em consideração as intervenções por meio do seu domínio e o consequente controle da natureza, acarretando, desse jeito, a decorrente potencialização dos impactos ambientais de forma inconsequente e desordenada. Para tal, outra abordagem metodológica estruturada que procuramos utilizar durante a XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 32 elaboração da pesquisa foi a de impactos ambientais em bacias. Segundo Garcia (1987), proporcionando-nos uma perspectiva mais funcionalista no tratamento dos impactos, temos ele como qualquer fator ou perturbação que tende ao desequilíbrio em um estado estável no qual se encontra um sistema. Adotando-se a bacia hidrográfica como uma unidade geoambiental para análises de estudos e com um potencial ímpar para averiguação dos impactos ambientais, podemos analisar seu uso para diversas atividades voltadas para os mais variados setores da sociedade e seu uso como futuro potencial econômico, seja pela sua apropriação a partir da necessidade da sobrevivência humana de abastecimento de água, para recreação e a utilização para sistemas de irrigação ou, até mesmo, nas formas inadequadas de técnicas agrícolas utilizadas pelo homem que, posteriormente, poderão afetar e causar contaminações no solo e nos corpos hídricos se não forem feitas com um manejo e aplicação consciente. Além disso, a ida a campo implicou uma observação prática do real contexto a qual sofre a bacia e os impactos ambientais que estão sendo atuados sobre ela. Desse modo, a associação da categoria de estudo geográfico, a paisagem, juntamente aliado a um olhar palpável do matéria de estudo nos mostra uma maior associação da complexidade e dinâmicas existentes na relação entre o homem e a natureza, garantindo-nos casos reais e mais objetivos da real presença da ocupação humana e a presença da consequente intervenção sobre o meio natural. Logo, a presença do campo neste trabalho resultou uma visão não mais reducionista dos conceitos que moldam a bacia e todo o seu desenvolvimento sistêmico, revelando-nos uma concepção de sensibilidade e harmonia para o efetivo engajamento da integração dos diferentes papéis e interpretações da Geografia Física conciliada com a Geografia Humana. Outra importante contribuição para a realização e o andamento do estudo e da análise do trabalho foram os materiais utilizados para dar continuidade em nossas investigações. Logo, a leitura e a averiguação sobre impactos ambientais, geoecologia da paisagem, gestão e planejamento em bacias e a categoria de análise da paisagem, incluindo outras diversas fontes de referências presentes no material bibliográfico sobre os diversos fatores que interferem e nos mostram a importância da abordagem sistêmica da bacia hidrográfica foi de extrema relevância para um recorte contínuo do trabalho, assim como também nos capacitando a entender de maneira mais coesa os agentes de funcionamento e de desgaste da bacia. Ainda destacando a utilização de materiais para a elaboração do trabalho e uma melhora nos seus resultados, aplicamos o manuseio de instrumentos de georreferenciamento e o desenvolvimento do SIG para uma maior obtenção da delimitação da área do médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi – RN, por meio da reprodução de imagens e banco de dados processadas pelo programa ArcGis 10.3, utilizando o sistema referencial geodésico das américas, o SIRGAR 2000, acarretando, desse modo, bases cartográficas do IDEMA. Resultados e Discussões A Bacia Hidrográfica do Rio Potengi estabelece uma relação de extrema importância para com a sociedade, seja pelos seus motivos de sustento de vida da população que utiliza-se dos seus corpos de água para a manutenção de suas necessidades básicas ou pela movimentação econômica que esse rio gera desde a sua nascente até a jusante, como também toda a rede hierárquica que o Rio Potengi pertence dinamizando em grande parte da região do estado do Rio Grande do Norte, trazendo-nos histórias seculares e moldando o estilo de vida Potiguar desde antes o seu descobrimento. Dada XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 33 toda essa tamanha importância, podemos notar que a bacia do Potengi, no seu médio curso, apresenta utilizações e usos diversificados, nas mais variáveis formas e funções para que, dessa forma, acabe gerando um maior desenvolvimento antrópico e, consequentemente, suprir as necessidades do homem, cabendo um destaque maior similarmente aos essenciais conjuntos de funções que a bacia exerce dentro de sua própria dinâmica sistemática, ou seja, não podemos fazer uma análise da apropriação do homem pela bacia hidrográfica e somente si, mas também precisamos ter um caráter geoambiental de sua gestão e toda sua estrutura para o entendimento e apreensão do estudo da natureza física e das dinâmicas existentes na configuração geográfica e dos sistemas ambientais presentes na bacia hidrográfica. Por consequência, para haver discussões mais elaboradas e concisas precisamos organizar um panorama sólido e coerente do quadro geral dos impactos ambientais presentes no médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi, bem como uma descrição efetiva das suas causas, efeitos e consequências tanto para o homem (maior utilizador dos recursos hídricos) tal como para o próprio desempenho, progresso e manutenção de toda a bacia. Para isso, utilizaremos uma pequena tabela mostrando os principais impactos ambientais destacados existentes em nossa área de estudo e uma breve consequência do que pode ocasionar (Tabela 1), acarretando uma maior interatividade e, além disso, um conhecimento puro das consequências gerais que esses impactos repercutem nos sistemas gerais da bacia. Dessa maneira, torna-se ainda mais acessível uma compreensão rebuscada dos impactos ambientais no médio curso da Bacia do Potengi e as suas implicações tanto para o homem como também para o meio natural, estabelecendo, assim, o reconhecimento da falta de um manejo mais adequado do homem pelos recursos hídricos e o uso e ocupação da bacia de modo inapropriado. Pontuando os principais impactos ambientais existentes na bacia do Potengi, temos, em princípio, um processo que bastante influencia na degradação ambiental, ocasionando uma das problemáticas mais discutidas nos dias atuais, que é o caso da contaminação dos corpos de água da bacia e, também o solo. Assim, a falta de um tratamento de esgoto consistente relacionado com a carência de um saneamento básico efetivo nos traz à tona o problema da poluição da água, ocasionando um certo grau de alteração na distribuição da qualidade da água, bem como os vários estilos de vidas presentes nela. Além do lançamento de resíduos domésticos e entulhos daconstrução civil, temos também, a partir do esgoto, a poluição por meio de fezes, restos de alimentos e urinas, potencializam para o efeito da eutrofização da água, ou seja, a elevação do processo de maior concentração de nutrientes que, além da perda de biodiversidade, nos traz a incapacidade do uso da água, seja para consumo, irrigação ou recreação. Portanto, cabe a exigência pela demanda de um sistema de tratamento de esgoto completo, garantido como direito básico e assegurado nos pilares da nossa Constituição, sendo definido pela Lei nº. 11.445/2007.Ainda nesse raciocínio dos impactos ambientais presentes na bacia e suas consequências, temos o manejo inadequado das técnicas agrícolas. Apesar de parecer inofensivo de longe, o mau uso dessas técnicas pode acarretar problemas devido a sua administração precária e sem uma fiscalização racional que dê suporte e garantia para um bom funcionamento. Um exemplo disso é a utilização das práticas agrícolas próximas aos locais de corpos hídricos sem um caráter de preservação e sensibilidade quanto ao meio ambiente. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 34 Ademais, um impacto ambiental de ordem natural, mas que a ação antrópica vem intensificando cada vez mais o seu processo é a erosão. De forma direta, a erosão seria o processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo. Em virtude dos fatores de feito climáticos, esse processo ocasiona a desagregação das partículas, no caso das bacias hidrográficas, essa dinâmica acarreta o empobrecimento da estrutura do solo, que acaba sendo destruída pelos agentes condicionantes e potencializadores da erosão. Ou seja, podemos perceber uma perda parcial, mesmo que em pequenos níveis, de nutrientes e matéria orgânica existente no solo. Além do mais, adentrando em outro fator visível causador dos impactos ambientais presentes no médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi – RN, também contribui para a aceleração deste processo de erosão, no caso, a ação humana, através do crescimento demográfico. Queimadas, desmatamentos, construção de estradas e de moradias de forma desordenadas, esses são alguns dos fatores que aceleram o processo de erosão por meio da ação humana, provocando uma perturbação do solo e, consequentemente, a perda de seu potencial. Além disso, todos esses fatores citados anteriormente e algumas apropriações do meio pelo homem para suprir suas necessidades básicas, além de garantir o progresso para melhorias de suas condições econômicas e o desenvolvimento social da população, a utilização dos sistemas da bacia hidrográfica de forma desordenada, sem planejamento e uma gestão íntegra fomenta uma desordem complexo sistema a qual a bacia hidrográfica pertence, modelando, muitas das vezes, a sua estrutura, o curso dos seus afluentes, a extensão de suas margens e todos os seus meandros, a fim de se favorecer a uma ordem de caráter econômico, usando o rio de forma desordenada e conflituosa. Por fim, o último impacto ambiental destacado para a nossa análise no objeto de estudo apreendido é a prática da agropecuária. Por precisar de uma vasta área para o estabelecimento dessa atividade, uma grande dimensão de extensão de terra é destruída pela queimada, gerando intensidade nessa ação a partir da sua instalação, aumentando do escoamento superficial e, consequentemente, a erosão, a perda dos nutrientes do solo, a retirada da vegetação e, muitas vezes, da mata ciliar (importante para a proteção do rio e a preservação da qualidade da água), contribuindo, de forma negativa, para a poluição ambiental da bacia do Rio Potengi e a diminuição da qualidade de seus corpos hídricos. Conclusão A partir de uma apreensão de caráter rebuscado por meio do desenvolvimento desse artigo, os resultados dessa investigação mais aprimorada sobre os impactos ambientais existentes no médio curso da bacia hidrográfica do Rio Potengi - RN nos leva a uma compreensão efetiva sobre grande parte da dinâmica do homem com o meio e como essa ação antrópica evidencia uma situação de apropriação dos recursos hídricos de maneira irracional. Com o aumento demográfico e do consumo de água por todo o globo, principalmente no século XXI, notamos uma situação cada vez mais deplorável do uso e da consumação da água sem um planejamento conciso, que dê suporte para a manutenção desse recurso natural tão relevante não só para a sobrevivência da humanidade, mas para todo o sistema do planeta terra. Assim, a compreensão de bacia hidrográfica como uma unidade ímpar de planejamento e gestão, nos trará um embasamento primordial para direcionar-nos a estratégias e saberes de aplicação sobre o seu reparo e a consequente conservação, assim como ao seu acesso mais eficaz e democrático, conciliando, desse modo, toda abordagem teórica para uma XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 35 funcionalidade de sua utilização prática, garantindo um correlação digna no cerne do seu uso como também da sua ocupação. Ademais, vale salientar a importância da elaboração de políticas públicas e de conscientização de toda as esferas da sociedade civil sobre a importância da preservação do uso dos recursos hídricos, concebendo o entendimento dos impactos ambientais que estão situados ao longo da bacia e como esses impactos acabam gerando um certo grau de malefícios, tanto para o homem como para a infinidade de seres que utilizam das dinâmicas da bacia para a sua sobrevivência. Logo, todo o descaso político, social, econômico e ecológico deve ser exposto, mostrando-nos a falta de comprometimento dos agentes sociais e suas desconsiderações quanto as questões de proteção e conservação da bacia, seja pela proteção dos seus corpos de água contra a poluição ou então quanto a presença da urbanização e de atividades antrópicas próximas a bacia que acabam gerando sua degradação. Dessa forma, os métodos de abordagens e aplicações do planejamento e de gestão sustentável em bacias hidrográficas devem ser pensados de maneira contínua, utilizando uma abordagem sistêmica e integrada entre o homem e o meio natural a fim de estabelecer planos e metas a médio e longo prazo, e não somente ações e práticas imediatistas, assim, teremos uma evolução na conscientização da importância do uso da terra, da água e de sua apropriação de modo mais sustentável e participativo, diminuindo os efeitos dos impactos ambientais decorrentes da ação do homem. Referências FARIAS, J. F. Aplicabilidade da Geoecologia das Paisagens no Planejamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Palmeira-Ceará/Brasil. Tese. (Doutorado em Geografia. Universidade Federal do Ceará, 2015. IBGE. Áreas dos Municípios: Cidades e Estados do Brasil. 2017. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias-novoportal/organizacao-do-territorio/estrutura- territorial/2225-np-areas-dos-municipios/15761-areas-dos- municipios.html?t=destaques&c=2408102>. Acesso em: 13 nov. 2017.Acesso em 08/10/2017 SEMARH. Bacias Hidrográficas: Bacia Potengi. 2017. Disponível em: <http://servicos.searh.rn.gov.br/semarh/sistemadeinformacoes/consulta/cBaciaDetalhe .asp?CodigoEstadual=08>. Acessoem: 13 nov. 2017.Acesso em 08/10/2017 CHRISTOFOLETTI, A..Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blucher, 2ed.1980. JULYARD, E. Região, tentativa de definição. Boletim Paulista de Geografia, n.186, Rio de Janeiro, IBGE, 1965. RODRIGUEZ, José Manuel Mateo; Da Silva, Edson Vicente. Planejamento e Gestão Ambiental: Subsídios da Geoecologia das Paisagens e da Teoria Geossistêmica. Ceará: Edições UFC, 2ª. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 36 ROSS, J. L. S. Geomorfologia: ambiente eplanejamento. São Paulo: Contexto, 2010. SERHID. Plano Estadual de Recursos Hídricos: Relatório Síntese. Natal: Hidroservice Engenharia Ltda, 1998. 254 p. DA SILVA, Edson Vicente; RODRIGUEZ, José Manuel; MEIRELES, Antônio Jeovah. Planejamento Ambiental e Bacias Hidrográficas. Fortaleza: Edições UFC, 2011. DA SILVA, Christian Nunes; BORDALO, Carlos Alexandre; DA SILVA, Edson Vicente. Planejamento, Conflitos e Desenvolvimento Sustentável em Bacias Hidrográficas: Experiências e Ações. Belém: GAPTA/UFPA, 2016. FIGUERO, Adriano Severo. Diálogos em Geografia Física. Campo Grande: UFSM, 2011. TOMMASI, Luiz Roberto. Estudo de Impacto Ambiental. São Paulo: CETESB, 1994. RODRIGUEZ, José Manuel; DA SILVA, Edson Vicente; CAVALCANTI, Agostinho Brito. Geoecologia das Paisagens: Uma visão geossistêmica da análise ambiental. Fortaleza: Edições UFC, 2017. Anexos XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 37 Fig. 1. Médio curso da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi. Fonte: Miranda, 2019. Tab.1. Organização dos impactos ambientais na bacia do Potengi e algumas das suas consequências. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 38 CÓDIGO: ET0814 AUTOR: JAQUELINE DE SOUZA DANTAS ORIENTADOR: RODRIGO DE FREITAS AMORIM TÍTULO: Tipologias e compartimentos do relevo Resumo Para compreender os processos responsáveis pela formação do relevo é necessário correlacionar fatores endógenos e exógenos que atuam no modelado, dentro desse contexto o mapeamento geomorfológico atua como uma ferramenta essencial. Com o avanço da tecnologia no sensoriamento remoto e cartografia auxiliam de forma impar o mapeamento. Neste trabalho propomos a delimitação da planície da Bacia do Rio Potengi- RN utilizando imagens SRTM e Sentinel -2, como também dados geológicos e geomorfológicos, em ambiente de SIG (Arcgis 10.5) delimitamos a planície que abrange os municípios de Natal-RN, Macaíba-RN e São Gonçalo do Amarante- RN. Dentro do perímetro da planície ocorre ocupações antrópicas de forma desordenada, e diante das condições naturais do terreno pode acarretar riscos para a população residente. Palavras-chave: Geomorfologia, Planície e Sensoriamento Remoto TITLE: Typologies and compartiment relief Abstract To understand the processes responsible for the formation of relief it is necessary to correlate endogenous and exogenous factors that act in the model, within this context the geomorphological mapping acts as an essential tool. With the advancement of technology in remote sensing and cartography unevenly assist the mapping. In this work we propose the delimitation of the Potengi- RN River Basin plain using SRTM and Sentinel -2 images, as well as geological and geomorphological data, in GIS environment (Arcgis 10.5) we delimit the plain that covers the municipalities of Natal-RN, Macaíba - RN and São Gonçalo do Amarante- RN. Within the perimeter of the plain, anthropogenic occupations occur in a disorderly manner, and in view of the natural conditions of the terrain may pose risks to the resident population. Keywords: Geomorphology, Plain and Remote Sensing Introdução A geomorfologia trata-se de um conhecimento especifico, reunindo diversos fatores naturais para compreender e analisar as formas de relevo atuais e pretéritas (CASSETI, 2005). Sendo o mapeamento geomorfológico um grande aliado no entendimento dos processos que inferem na dinâmica do relevo, ele abrange a segmentação do terreno em diferentes unidades considerando a morfologia, processo, composição e estrutura. O avanço do sensoriamento remoto, da cartografia e dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), revolucionaram as formas de mapear, satélites com imagens de radar como as do satélite SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) possuem informações altimétricas que norteiam a diferenciação de unidades em superfície. (BISHOP. MP et al, 2011) O relevo tem grande importância na forma de ocupação do espaço, a falta de informação sobre os diferentes compartimentos geomorfológicos XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 39 pode acarretar em apropriações inconsequentes e usos indevidos dos recursos ofertados. Uma das formas de relevo que necessita de uma melhor percepção são as planícies que consiste em áreas extensas, com topografia relativamente plana, onde os processos de agradação sobrepõe os processos erosivos ( Dicionário de geomorfologia IBGE), ou seja, as planícies aluviais são regiões onde ocorre a deposição de sedimento (agradação) oriunda de regiões a montante que são carreados pelo rio e se depositam nas partes mais baixas, e a erosão tende a ser insignificante, no entanto, em decorrência da forma de ocupação as erosões podem ocorrer de forma mais evidente. O objetivo central deste trabalho é delimitar a planície fluvial da Bacia do Rio Potengi- RN no baixo curso, com o auxílio de SIGs, utilizando imagens de satélite SRTM e sentinel-2, dados geológicos e geomorfológicos. Caracterização da área de estudo A Bacia do Rio Potengi possui extensão territorial de 4.093 Km², fica situada na mesorregião Central (nascente) precisamente no município de Cerro Corá- RN, Agreste Potiguar e Leste Potiguar. São totalizados segundo o IGARN cerca de 245 açudes, totalizando um volume de acumulação de 109.986.600 m3, tendo como destaque o reservatório de Campo Grande no município de São Paulo do Potengi. Ao todo a bacia compreende dezoito municípios sendo eles: Cerro Corá, São Tomé, Ruy Barbosa, Barcelona, Lagoa de Velhos, Sítio Novo, Tangará, Serra Caiada, São Paulo do Potengi, Riachuelo, Santa Maria, São Pedro, Senador Elói de Souza, Bom Jesus, Macaíba, Ielmo Marinho, São Gonçalo do Amarante e Natal. Metodologia O processo metodológico empregado neste trabalho está melhor descrito nos tópicos seguintes: Aquisição dos dados - SRTM (Earth Explorer) As imagens de radar SRTM com resolução de 30m foram obtidas a partir da plataforma Earth Explorer disponibilizada pela NASA, e serviram de base para a delimitação da planície. Após a aquisição foram processadas no software ARCGIS 10.5 que consiste em um sistema de informações geográficas (SIG) onde foram aplicadas ferramentas para filtragem das imagens e correção de possíveis erros. Após, gerou-se a hipsometria e as curvas altimétricas (com 20 metros de espaçamento) do relevo, sendo estes modelos a base para a delimitação da planície da Bacia do Rio Potengi – RN. Dados Geológicos (CPRM) e geomorfológicos (IBGE) Uma das propostas de delimitação do compartimento do relevo foi a interpolação dos dados geológicos e geomorfológicos da bacia. Desta maneira, colhemos dados dos referentes a geologia local disponíveis mapeamento efetuado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) com escala de 1: 500000 publicado no ano de 2006 que recobre todo o estado do Rio Grande do Norte (RN). Para geomorfologia tomamos como base o mapeamento fornecido através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) adaptado do projeto RADAMBRASIL, especificamente para nosso trabalho utilizamos a folha SB 24/25 Jaguaribe- Natal, a qual engloba o RN. - Imagens Sentinel – 2 A aquisição das imagens sentinel- 2 com resolução espacial de 10m ocorreu pela plataforma Earth Explorer (NASA) para todo o ano de 2018 com seleção de no máximo 20% de cobertura de nuvens. Em ambiente de SIG (ArcGis 10.5) mosaicamos as imagens e utilizamos uma composição RGB de cor verdadeira com as bandas espectrais 04- 03-02 respectivamente. Posteriormente a utilizamos para diferenciar os alvos em superfície e para auxiliar na interpretação dos dados altimétricos devido a sua resolução espacial de 10m. Delimitação da Planície Para delimitar a planície utilizamos todos os dados apresentados a cima e gerenciados no softwareArcgis 10.5. Com as curvas altimétricas e as referências hipsométricas do terreno, optou-se por utilizar as contas mais baixas do terreno em correlação com as informações geológicas e geomorfológicas. Após a analise da inter-relação entre as informações, executamos a vetorizarão das cotas mais baixas com o auxilio da imagem XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 40 de satélite Sentinel – 2 com resolução espacial de 10m que resultou em uma boa diferenciação dos alvos em superfície, desta maneira, o resultado final foi a delimitação da planície no baixo curso da Bacia do Rio Potengi- RN. Resultados e Discussões A planície aluvial do Rio Potengi- RN delimitada a partir de dados altimétricos em correlação com dados geológicos e geomorfológicos apresentou uma extensão de 111,83km² integrando os municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, baixo curso da bacia. A maior cota altimétrica do terreno foi 20m baseado em curvas de nível geradas a partir da imagem SRTM. No contexto geológico ela está inserida dentro dos depósitos aluvionais, depósitos de mangues e depósitos colúvio-aluvionares. Com base no mapeamento do IBGE de geomorfologia engloba os tabuleiros costeiros, uma pequena porção da depressão sertaneja, a planície fluvial e fluvio-marinha. Como dito anteriormente a unidade mapeada abarca alguns municípios, Macaíba em especial tem parte do perímetro seu urbano inserido nesse contexto. Sendo a planície é uma área dinâmica, onde pode ainda ocorrer deposição de sedimentos pelo rio, ou ser uma área onde o rio em algum momento depositou material. No entanto, mesmo em áreas que não está havendo a agradação, os terrenos são recentes e instáveis, por se tratarem muitas vezes de um pacote sedimentar não consolidado. Desta forma, a ocupação de forma desordenada pode trazer implicações a população, como o rebaixamento do terreno, impermeabilização do solo que acarreta erosões, vale salientar a gestão de saneamento básico dentro do perímetro da planície, uma vez que pela alta porosidade dos sedimentos a o armazenamento de água subterrânea que pode ser contaminada. Por vezes a intervenção antrópica nessas áreas não considera fatores climáticos como chuvas torrenciais que elevariam o nível do rio, inundando áreas que no pretérito eram seu curso natural. Como dito anteriormente a planície abarca alguns municípios, o município de Macaíba em especial tem parte do perímetro urbano dentro da planície. Conclusão O presente trabalho propôs a delimitação da planície na Bacia do Rio Potengi-RN no âmbito do baixo curso, a partir de um mapeamento geomorfológico utilizando imagens com referências altimétricas e fontes geológicos e geomorfológicos. Obtendo importantes dados sobre a unidade, como a ocupação antrópica e seus possíveis danos. Vale ressaltar a importância do sensoriamento remoto e do SIG no auxilio ao mapeamento, onde a partir de informações regionais é possível chegar a uma escala de detalhe, englobando fatores climáticos, geológicos, socioambientais, assim compreendendo melhor os processos que atuam no modelado. No entanto, os recursos tecnológicos não substituem as atividades de campo, e sim contribuem para uma melhor execução do mapeamento. Diante disso, recomenda-se atividades de campo para validação dos aspectos desenvolvidos apoiados no sensoriamento remoto e cartografia. Referências BISHOP, Michael P. et al. Geospatial technologies and digital geomorphological mapping: Concepts, issues and research. Geomorphology, [S. l.], ed. 137, 2011. CASSETI, Valter. Geomorfologia. [S.l.]: [2005] Dicionário geológico-geomorfológico/ Antônio Teixeira Guerra – 8. Ed – Rio de Janeiro: IBGE, 1993. 446 p. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico de geomorfologia. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. 2. ed., Rio de Janeiro: IBGE, 2009. 182 p. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 41 CÓDIGO: ET0864 AUTOR: ERENILSON JERONIMO CARDOZO DA SILVA ORIENTADOR: FERNANDO MOREIRA DA SILVA TÍTULO: Monitoramento do dióxido de carbono na cidade de Natal/RN Resumo A ação antrópica tem ao passar do tempo influenciado de forma mais incisiva nas alterações climáticas da terra, e esses processos de alterações tem se intensificado ainda mais do século XX para os dias atuais. Um dos fatores mais pautados em diversas discussões tanto na comunidade cientifica como nas grandes cúpulas internacionais da política é a emissão de gases do efeito estufa. O objetivo do presente artigo é fazer uma breve analise de dados referentes a emissão de gases que intensificam o efeito estufa. a partir disso selecionamos o dióxido de carbono (CO2) como objeto de estudo da pesquisa, levando em consideração o fato de o CO2 possuir um dos maiores índices dentre os gases que são emitidos para atmosfera. Para realização da pesquisa foram utilizados métodos de coleta e análise de dados climáticos, além de monitoramento de taxas de emissão do dióxido de carbono na Estação Climatológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Os resultados mostraram que os índices de emissão de CO2 variam conforme as estações do ano, sendo mais proeminentes no verão (máximo) e no inverno (mínimo). Palavras-chave: Gás carbônico, Clima, Conforto Térmico, Saúde. TITLE: Carbon dioxide monitoring in urban Natal / RN. Abstract Anthropic action has, over time, influenced most strongly the earth's climate change, and these processes of change have intensified further from the twentieth century to the present day. One of the most important factors in many discussions in both the scientific community and the major international policy summits is the emission of greenhouse gases. The aim of this paper is to make a brief analysis of data regarding greenhouse gas emissions. From this we selected carbon dioxide (CO2) as the object of study of the research, taking into account the fact that CO2 has one of the highest indexes of the gases that are emitted to the atmosphere. For conducting the research were used methods of collection and analysis of climate data, and monitoring of carbon dioxide emission rates at the Climatological Station of the Federal University of Rio Grande do Norte / UFRN. The results showed that CO2 emission rates vary according to the seasons, being more prominent in summer (maximum) and winter (minimum). Keywords: Carbon dioxide, Climate, Thermal Comfort, Health. XXX CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UFRN eCICT 2019 CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES 42 Introdução Os fatores climáticos são agentes estritamente importantes na história do planeta terra. É em função deles que muitos seres vivos passaram a existir, foi modelado, adaptado ou realocado. E essas ações ocorrem ao longo da história terrestre, sejam em escalas de maior ou menor impacto e influência, as mesmas ações ocorrendo tanto em escalas temporais milenares ou escalas menores em décadas. A literatura mostra que nos tempos atuais um novo agente passou a ser um grande modelar de condições climáticas no planeta, esse agente são as ações antrópicas que de forma incisiva tem se mostrado nos dois últimos séculos que tem potencial para mudar uma dinâmica climática de forma local décadas. Alguns fatores que podem ser observados como decorrentes da ação humana são as chuvas ácidas, poluição de rios, lençóis freáticos e até mesmo bacias hidrográficas. Causando assim descontrole na distribuição de recursos hídricos. Queimadas, desmatamentos desordenados e extinção de flora nativa, que por sua vez diminuem a retenção de gases feita pela vegetação gerando de forma consequente um alto índice de emissão de gases e desconforto térmico. Construções e produções do setor industrial sem planejamento ambiental prévio para revisar
Compartilhar