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AnaBeatrizFerreiraVitorino-DISSERT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM 
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO 
 
 
 
 
 
 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA 
RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2017
 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO 
 
 
 
 
 
 
 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA 
RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à banca examinadora 
da defesa de dissertação do Programa de Pós 
Graduação em Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
Mestre em Enfermagem. 
 
Área de Concentração: Enfermagem na 
atenção à saúde. 
Linha de Pesquisa: Enfermagem na 
Vigilância à Saúde. 
Orientadora: Profª Drª Nilba Lima de Souza. 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ FERREIRA VITORINO 
 
 
 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM MICROCEFALIA 
RELACIONADA À TRANSMISSÃO VERTICAL DO ZIKA VÍRUS 
 
 
 
Dissertação apresentada à banca examinadora 
da defesa de dissertação do Programa de Pós 
Graduação em Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
Mestre em Enfermagem. 
 
 
 
Aprovada em: ____/____/_______. 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_________________________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Nilba Lima de Souza 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Professora Orientadora – Presidente da Banca Examinadora 
 
 
_______________________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Érika Simone Galvão Pinto 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
 
___________________________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Cristyanne Samara Miranda de Holanda 
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, primeiramente, por me conceder o dom da vida, por me conceder saúde e 
sabedoria para trilhar todos os caminhos a serem percorridos, por abençoar cada 
um deles e por ser o caminho da minha felicidade. Palavras não são suficientes para 
agradecê-Lo. 
Aos meus pais, Vanderleia e Julio Vitorino, por estarem sempre ao meu lado, 
rezando e torcendo por minha felicidade. Além de me oferecer toda a estrutura 
necessária para viver e por entenderem todos os estresses e ausências necessárias. 
Profunda gratidão. 
Ao meu irmão, Bruno, que nunca hesitou me ajudar quando necessitei 
principalmente nesta fase acadêmica da minha caminhada. Obrigada, irmão, 
estamos juntos para o que der e vier. 
Aos meus familiares por ser sustento, alegria e paz em dias difíceis. 
À Kelyson Rafael e aos amigos mais chegados por todo apoio, sustento e auxílio dos 
mais diversos modos dos sorrisos às lágrimas. 
À minha orientadora, Professora Nilba, que, além de auxiliar nas correções e 
orientações para a conquista deste título, sempre esteve presente com confortáveis e 
sinceras palavras que tranquilizavam o coração diante das preocupações e 
estresses. Foi e é um norte na minha vida. Muito obrigada, professora, a senhora é 
sensacional. 
À UFRN, ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem e ao HUOL pelas 
oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Obrigada por seus mestres, 
doutores, e todos os profissionais que tanto nos guia a sermos pessoas e 
profissionais melhores e mais dedicados. 
À Érika, Dhyanine e Jéssica por terem contribuído no processo de coleta de dados. 
À banca examinadora pelas valiosas contribuições. 
Às minhas amigas de turma que em nenhum momento deixaram de sonhar esse 
sonho comigo. Gratidão, meninas! 
GRATIDÃO! 
 
 
 
 
RESUMO 
 
VITORINO, A. B. F. Crescimento e desenvolvimento da criança com microcefalia 
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 2017. 90 f. Dissertação (Mestrado em 
Enfermagem) – Programa de Pós Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, Natal – RN, 2017. 
 
INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus Zika é caracterizada como uma doença febril aguda 
com maior prevalência da infecção assintomática. A microcefalia é uma anomalia, na qual há 
má formação cerebral, com irregularidades de estruturas e funções ao recém-nascido, 
presentes no momento do nascimento. Justifica-se o estudo pela importância do conhecimento 
acerca do crescimento e desenvolvimento das crianças portadoras de microcefalia relacionada 
ao Zika vírus, com vistas ao acompanhamento e estimulação de suas aptidões junto à família e 
profissionais. OBJETIVO: Analisar as alterações no crescimento e desenvolvimento de 
crianças com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico e descritivo de abordagem 
quantitativa realizado no ambulatório de pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, localizado no município de Natal, Rio Grande do Norte. O estudo teve como público 
alvo todas as crianças diagnosticadas com microcefalia relacionada à transmissão pelo Zika 
vírus e acompanhadas no local de pesquisa que totalizou o quantitativo de 36 crianças durante 
o período de coleta. A coleta realizou-se entre os meses julho e outubro de 2017, mediante um 
instrumento dividido em duas partes, aplicado às mães de crianças portadoras de Microcefalia 
e a outra parte com dados da consulta de crescimento e desenvolvimento destas. O projeto 
teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte sob o nº de parecer 2.166.462. Os dados foram submetidos ao software Statistical 
Package for the Social Sciences- SPSS versão 21, por meio da estatística descritiva e 
inferencial e foi aplicado o teste de Fisher e Mann Whitney ao nível de significância α ꞊ 5%. 
RESULTADOS: Os resultados apontaram alterações, com base no padrão de normalidade, de 
quase todo o marcos do desenvolvimento da criança. Dentre os marcos do desenvolvimento 
infantil, o único que foi apresentado em 100% das crianças investigadas foi o “Emite sons, 
balbuciando”. Houve importantes alterações no que diz respeito ao desenvolvimento 
neuropsicomotor da criança portadora de Microcefalia relacionada ao vírus Zika, além de 
déficits oculares, visuais, na fala, na escuta, alterações de cunho muscular como hipertonia ou 
hipotonia, além de descontrole cervical e alterações também no crescimento concernente a 
peso, estatura e Índice de Massa Corporal. Registraram-se associações entre a história 
materna e infantil com os seus marcos de desenvolvimento. CONCLUSÃO: As principais 
alterações encontradas no crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefalia 
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus foram alterações no desenvolvimento 
neuropsicomotor, alterações oculares, visuais, retardos na comunicação e alterações 
musculares. Quanto ao crescimento detectou-se comprometimento nos índices de massa 
corporal. A partir do alcance dos objetivos pode-se pensar na realização de estimulação a 
esses pacientes no intuito de aumentar sua expectativa e qualidade de vida. 
 
Descritores: Microcefalia. Cuidados de Enfermagem. Cuidado da Criança. Enfermagem 
Materno-Infantil. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
VITORINO, A. B. F. Growth and development of the child with microcephaly related to 
the vertical transmission of Zika virus. 2017. 90 f. Dissertation (Master in Nursing) - 
Graduate Program in Nursing, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal - RN, 2017. 
 
INTRODUCTION: Zika virus infection is characterized as an acute febrile illness with a 
higher prevalence of asymptomatic infection. Microcephaly is an anomaly, in which there is 
poor brain formation, with irregularitiesof structures and functions to the newborn present at 
birth. The study is justified by the importance of knowledge about the growth and 
development of children with microcephaly related to Zika virus, with a view to monitoring 
and stimulating their skills with family and professionals. OBJECTIVE: The objective was to 
analyze the changes in the growth and development of children with microcephaly related to 
the vertical transmission of the Zika virus. METHODOLOGY: This is an epidemiological and 
descriptive study of a quantitative approach performed at the pediatric outpatient clinic of the 
Federal University of Rio Grande do Norte, located in the city of Natal, Rio Grande do Norte. 
The study had as a target audience all children diagnosed with microcephaly related to 
transmission by the Zika virus and accompanied at the research site that totaled the 
quantitative of 36 children during the collection period. The collection was performed 
between July and October 2017, using an instrument divided into two parts, applied to the 
mothers of children with Microcephaly and the other part with data on the consultation of 
growth and development of this children. The project was approved by the Research Ethics 
Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte under the number CAAE 
64872817.2.0000.5537. Data were submitted to the Statistical Package for Social Sciences - 
SPSS version 21, using descriptive and inferential statistics, and the Fisher and Mann Whitney 
test was applied at significance level α ꞊ 5%. RESULTS: The results indicated changes, based 
on the normality pattern, of almost all the child developmental milestones. Among the 
milestones of child development, the only one that was presented in 100% of the children 
investigated was the "Emits sounds, babbling". There were important changes in the 
neuropsychomotor development of the child with Microcephaly related to the Zika virus, as 
well as visual, speech, hearing, muscular changes such as hypertonia or hypotonia, as well as 
cervical uncontrol and alterations in the growth related to weight, height and body mass 
index. Associations between maternal and infant history were identified with their 
developmental milestones. CONCLUSION: The main alterations found in the growth and 
development of children with microcephaly related to the vertical transmission of Zika virus 
were alterations in neuropsychomotor development, ocular, visual alterations, communication 
delays and muscular alterations. Growth was detected in the body mass index. From the reach 
of the objectives one can think of the accomplishment of stimulation to these patients in order 
to increase their expectation and quality of life. 
 
Descriptors: Microcephaly. Nursing Care. Child Care. Maternal-Child Nursing. 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 Estatística descritiva da história das crianças com microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017............................................. 28 
Tabela 2 Alterações físicas identificadas nas crianças com microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017............................................. 28 
Tabela 3 Dados relativos ao exame físico atual da criança com microcefalia relacionada 
à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017......................................... 29 
Tabela 4 Frequência e percentual dos marcos do desenvolvimento da criança com 
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017.. 30 
Tabela 5 Marco desenvolvimento da criança “Olha para a pessoa que observa” associado 
ao histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017............................................... 31 
Tabela 6 Marco do desenvolvimento da criança “Rola da posição supina para prona” 
associado segundo o histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017.................. 32 
Tabela 7 O marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na direção de uma voz 
ou objeto sonoro” segundo histórico materno. Natal/RN, 2017............................ 33 
Tabela 8 Marco do desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio” segundo histórico 
materno e da criança. Natal/RN, 2017.................................................................. 34 
Tabela 9 Marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão 
para outra” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017................... 35 
Tabela 10 Marco do desenvolvimento da criança “Imita pequenos gestos ou brincadeiras” 
segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017...................................... 36 
Tabela 11 Marco do desenvolvimento da criança “Emprega pelo menos uma palavra com 
sentido” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017....................... 37 
Tabela 12 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento 
“Fixa e acompanha objetos em seu campo visual”. Natal/RN, 2017..................... 38 
Tabela 13 Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento 
“Levantada pelos braços, ajuda com o corpo”. Natal/RN, 2017............................ 40 
Tabela 14 Associação entre o marco do desenvolvimento “Senta-se sem apoio” e a 
história materna. Natal, RN, 2017......................................................................... 42 
Tabela 15 Caracterização da história materna segundo o marco do desenvolvimento 
“Arrasta-se ou engatinha”. Natal/RN, 2017........................................................... 44 
Tabela 16 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento 
“Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador”. Natal/RN, 2017........... 46 
Tabela 17 Caracterização da história da criança segundo o marco do desenvolvimento 
“Emprega pelo menos uma palavra com sentido”. Natal, RN, 2017.................... 48 
Tabela 18 Caracterização da história materna e da criança segundo o marco do 
desenvolvimento “Faz gestos com a mão e a cabeça”. Natal, RN, 2017.............. 50 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
 
Quadro 1 – Principais alterações ou déficits encontrados nas crianças portadoras da 
microcefalia relacionada ao ZIKV..................................................................... 
 
50 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AVC Acidente Vascular Cerebral 
APS Atenção Primária à Saúde 
CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 
CEPS Centro de Educação e Pesquisa em Saúde 
CEP Comitê de Ética e Pesquisa 
CHS Complexo Hospitalar de Saúde 
CD Crescimento e Desenvolvimento 
CRI Centro de Reabilitação Infantil 
DNPM Desenvolvimento Neuropiscomotor 
EBSERH Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares 
ESF Estratégia de Saúde da Família 
HOSPED Hospital de Pediatria 
HUOL Hospital Universitário Onofre Lopes 
IMC Índice de Massa Corporal 
MMSS Membros superiores 
MMII Membros inferiores 
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PACS Programa de Agentes Comunitários da Saúde 
PC Perímetro Cefálico 
PHPN Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento 
PNAISC Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança 
RM Região Metropolitana 
RN Recém-Nascido 
RNA Ácido Ribonucléico 
SNC Sistema Nervoso Central 
SPSS Software Statistical Package for the Social Sciences 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UBS Unidade Básica de Saúde 
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
UTI Unidade de Terapia Intensiva 
ZIKV Zika Vírus 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 10 
2 OBJETIVOS.................................................................................................................... 15 
2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 15 
2.2 OBJETIVOSESPECÍFICOS........................................................................................... 15 
3 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 16 
3.1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA ...... 16 
3.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL............................................... 17 
3.3 
ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL........................................................................................................................ 19 
4 METODOLOGIA.......................................................................................................... 23 
4.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................................... 23 
4.2 LOCAIS DE PESQUISA................................................................................................. 23 
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.......................................................................................... 24 
4.4 PRODECIMENTO DE COLETA DE DADOS............................................................... 24 
4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS........................................................... 25 
4.6 ASPECTOS ÉTICOS....................................................................................................... 26 
5 RESULTADOS............................................................................................................... 27 
6 DISCUSSÃO................................................................................................................... 51 
7 CONCLUSÃO................................................................................................................ 60 
8 CRONOGRAMA........................................................................................................... 62 
9 ORÇAMENTO.............................................................................................................. 63 
 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 65 
 ANEXOS....................................................................................................................... 70 
 APÊNDICES................................................................................................................. 78 
 Apêndice A – Instrumento de coleta de dados................................................................ 79 
 Apêndice B – Termo de autorização institucional para o uso de documentos dos pacientes... 84 
 Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para maiores de idade................ 86 
 Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para menores de idade............... 88 
10 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O vírus Zika (ZIKV) é caracterizado como um arbovírus, do gênero flavivírus, que 
costuma ser transmitido por um mosquito, o Aedes aegypit, causador da virose conhecida 
como dengue, e febre amarela (BIOLOGIA E CIÊNCIAS, 2015; BRASIL, 2015). Sua 
primeira identificação no mundo ocorreu em 1947, em Uganda, após um monitoramento de 
macacos sentinelas. Em humanos foi identificada essa infecção em 1952. A partir de 2005, o 
ZIKV passou a representar um potencial epidêmico para o mundo (BRASIL, 2015). 
 A infecção pelo ZIKV é caracterizada como sendo uma doença febril aguda e que na 
maioria dos casos não está associada a complicações, o que leva a uma baixa taxa de 
hospitalização, tendo em vista que cerca de 20% dos casos de pessoas infectadas com o vírus 
apresente sinais e sintomas sugestivos. Dessa forma, a infecção assintomática aparece com 
maior prevalência (ECDC, 2015; BRASIL, 2015). 
No Brasil, o ZIKV começou a circular somente em 2014 e desde então o Ministério da 
Saúde passou a receber notificações de doenças com característica exantemática (BRASIL, 
2015) acompanhadas, em sua maioria, de sintomas como febre baixa (menor que 38,5 C), 
dorsalgia de cunho leve, artralgia, edema nas articulações, prurido e conjuntivite (CARDOSO 
et al., 2015; PETERSEN et al., 2016). 
Atualmente, além dos sintomas supracitados, o ZIKV tem sido associado a uma série 
de outros sintomas, principalmente quando relacionado a mulheres grávidas. Denominada de 
Síndrome Congênita do Zika Vírus (WHO, 2014), está relacionada ao aparecimento de 
sintomas na criança recém-nascida na qual a mãe tenha sido infectada pelo vírus, como, por 
exemplo, dilatação de cavidades e ventrículos no interior do cérebro infantil, mau 
desenvolvimento do cérebro, problemas auditivos, visuais, anomalias oculares, e a presença 
da microcefalia e, aliado a isto, paralisia cerebral, epilepsia, retardo no desenvolvimento 
cognitivo, motor, da fala, da visão e audição (ASHWAL et al., 2015, FRANÇA, 2016; 
FAUCI, MORENS, 2016). 
A microcefalia é considerada uma anomalia, na qual há má formação cerebral 
resultado de seu desenvolvimento anormal, levando a irregularidades de estruturas e funções 
ao recém-nascido, presentes no momento ou após o nascimento (WHO, 2014; SCHULER-
FACCINI et al., 2016). Estas alterações podem ser de origem congênita, sendo manifestada 
ou adquirida durante a vida intrauterina; ou de origem pós-parto, surgindo após o nascimento 
da criança. 
11 
 
 
 
No que diz respeito à origem congênita, dentre as causas mais comuns, estão os 
traumas disruptivos como, por exemplo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico; 
as infecções, como sífilis, toxoplasmose, rubéola; além de causas teratógenas como no caso 
de álcool, radiação ou diabetes materna mal controlada (ASHWAL et al., 2015). Concernente 
à origem pós-parto, pode ser adquirida através de um AVC ou de outros traumas cerebrais; 
infecções como meningites e encefalites ou por toxinas, como intoxicação por cobre ou 
falência renal crônica (ASHWAL et al., 2015; BRASIL, 2015). 
Uma das principais formas de identificar a presença de Microcefalia em recém-
nascidos (RN) é a medição do perímetro cefálico (PC) da criança ao nascer (WHO, 2014). 
Como parâmetro de referência é adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
Ministério da Saúde do Brasil, para recém-nascidos com 37 semanas ou mais de idade 
gestacional, medida de PC menor ou igual a 31,5 cm para meninas e 31,9 cm para meninos. 
Em caso de valor menor que dois (2) desvios-padrão do que a referência para sexo, idade ou 
tempo de gestação, é considerado que a criança apresenta microcefalia (WHO, 2014; 
BRASIL, 2016c; ASHWAL et al., 2015). 
A microcefalia causada pelo ZIKV é uma relação existente de cunho atual, devido ao 
surto de casos da doença viral associada à anomalia em recém-nascidos em regiões do Brasil e 
no Mundo, caso considerado de emergência pelo Ministério da Saúde do Brasil (OMS, 2015; 
SCHULER-FACCINI et al., 2016), e a transmissão materno-fetal foi confirmada mediante 
estudos que comprovam a presença do Ácido Ribonucleico (RNA) do vírus em amostra 
patológica de perdas fetais, bem como em líquido amniótico das gestantes (PETERSEN et al., 
2016; BESNARD, 2014; ISUOG, 2016). Desse modo, essa relação (microcefalia/ZIKV) é 
caracterizada pela ocorrência da microcefalia com ou sem alterações no Sistema Nervoso 
Central (SNC) do recém-nascido, cuja mãe tenha histórico de infecção pelo ZIKV durante a 
gestação (OMS, 2015), tendo em vista que definição de microcefalia a partir do perímetro 
cefálico pode incluir cérebros com desenvolvimento normal (WHO, 2014). 
Assim, além da medição do perímetro cefálico, exames de neuroimagem também são 
facilitadores na identificação não só da microcefalia, importante característica presente nestas 
crianças, mas também de outras características apresentadas por elas ao nascimento como, por 
exemplo, ventriculomegalia, calcificações intracranianas, hipoplasia de estruturas da fossa 
posterior, atrofia cortical e até casos mais graves de lisencefalia (SCHULER-FACCINIet al., 
2016). 
12 
 
 
 
Sabe-se que o período embrionário é considerado o de maior risco para possíveis 
complicações ou irregularidade ao feto, decorrente de processos infecciosos, porém é 
importante ressaltar que o SNC está susceptível a alterações ou más formações durante toda a 
gestação, levando em consideração que o Zika vírus possui característica intrínseca de 
neurotropismo, já comprovado por estudos de necropsia fetal com isolamento viral por 
polimerase chain reaction (PCR) em tecidos cerebrais. Esse neurotropismo justifica o 
acometimento do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) destas crianças. Dessa 
maneira, o perfil de gravidade da infecção pelo ZIKV durante a gravidez vai depender de 
diversos fatores como, por exemplo, o tempo de desenvolvimento do concepto (MLAKAR et 
al., 2016; BRASIL, 2015). 
No que diz respeito à microcefalia, não há tratamento para ela. Neste sentido, existem 
ações que podem minimizar a gravidade dos casos no sentido de dar suporte e auxílio à 
criança e à família, bem como o devido acompanhamento que é preconizado pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS). São disponíveis atendimentos na Atenção Primária à Saúde (APS), 
serviço especializado de reabilitação, serviços de exame diagnóstico, serviços hospitalares, 
bem como órteses e próteses (BRASIL, 2015). 
No que concerne às gestantes é necessário o cuidado e prevenção do contato com o 
mosquito transmissor, tendo em vista que a picada do Aedes aegypti é o modo mais comum 
da transmissão do ZIKV (PETERSEN et al., 2016). Porém, além da transmissão pelo 
mosquito e da via congênita (mãe-filho) vale salientar que o contágio e transmissão pode 
ocorrer através de relações sexuais e transfusões sanguíneas. 
Dessa forma, é necessário que as gestantes previnam-se, protegendo-se por meio de 
roupas longas, repelentes, preferir permanecer em locais fechados, além do uso de 
preservativos em relações sexuais bem como o cuidado e atenção em laboratórios em relação 
às transfusões de sangue (BRASIL, 2015). Além disso, é importante que seja realizado um 
pré-natal de qualidade durante toda a gestação, com exames laboratoriais e de imagens 
frequentes a fim de identificar precocemente a presença ou não de determinadas anomalias, 
dentre elas a microcefalia (BRASIL, 2012). 
O pré-natal é ferramenta importante às mães e à família, tendo em vista que representa 
um conjunto de atividades e ações de cunho preventivo, diagnóstico e terapêutico sobre a 
saúde do concepto, bem como sobre a saúde da mulher (BRASIL, 2012; BORGES; PINTO; 
VAZ, 2015). É no pré-natal que se obtém informações relativas ao processo de crescimento e 
desenvolvimento do feto, além de informações relevantes sobre a gestação a fim de que a 
13 
 
 
 
mulher venha a ter um parto saudável e com menor quantidade de complicações. Além disso, 
desempenha papel psicossocial a partir do diálogo e orientações necessárias a qualquer 
eventualidade que venha a acontecer (BRASIL, 2012). 
O conhecimento do diagnóstico de alteração no feto antes do nascimento é de suma 
importância, pois permite um preparo especializado e aprofundado de abordagem neonatal 
imediata, que viabilizará um prognóstico à criança e definirá a sobrevida além de contribuir 
para a realização de estratégias para a promoção da qualidade de vida da criança (OLIVEIRA; 
WESTPHAL, ABRAHÃO, 2015). 
Além disto, após o nascimento é imprescindível o monitoramento de seu crescimento 
e acompanhamento do seu desenvolvimento, para a proteção e promoção da saúde da criança 
de forma geral. O monitoramento do crescimento da criança, a partir da avaliação de peso, 
estatura e Índice de Massa Corporal (IMC) visa evitar que desvios do crescimento possam 
comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida futura (BRASIL, 2012). 
O acompanhamento do desenvolvimento objetiva analisar se a criança está passando 
por cada estágio em uma sequência regular, tendo em vista que os estágios de 
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Dessa maneira, é importante que a criança seja 
estimulada ou motivada no devido momento para que ela venha a superar o atraso de seu 
desenvolvimento, caso este exista. A importância e relevância do acompanhamento estão na 
avaliação de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitiva e nas 
consultas de supervisão de saúde, no intuito de observar as possíveis alterações, diagnóstico e 
formas de tratamento (BRASIL, 2012). 
Portanto, conhecer as principais características da criança portadora de Microcefalia 
oriunda da Síndrome Congênita do Vírus Zika é essencial para a intervenção adequada dos 
profissionais de saúde como a estimulação precoce a essas crianças a partir do 
acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica através de equipe multiprofissional às 
crianças no intuito de buscar melhor desenvolvimento possível, por meio da atenuação de 
sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos da linguagem, na 
socialização e na estruturação subjetiva, podendo contribuir, ainda, na estruturação do vínculo 
mãe-bebê e na compreensão e acolhimento familiar dessas crianças (BRASIL, 2016b; 
BRASIL, 2016c). 
Diante desse contexto, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo desde 2015 o Plano 
Nacional de Enfrentamento à Microcefalia com o objetivo de auxiliar os profissionais de 
saúde no acompanhamento e estimulação precoce dessas crianças (BRASIL, 2016a). A 
14 
 
 
 
estimulação precoce consiste em um conjunto de estratégias de intervenção e 
acompanhamento multiprofissionais realizadas com bebês de alto risco e crianças com 
patologias que podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor, destacadamente a 
microcefalia. Esse programa objetiva estimular e aumentar as aptidões da criança, 
beneficiando o desenvolvimento motor e cognitivo, além de proporcionar a eles uma melhor 
qualidade de vida. É na infância que o cérebro mais se desenvolve, por isso deve-se iniciar o 
programa logo após o estado clínico estável do bebê e durar até seus três anos de idade 
(BRASIL, 2015). 
 O presente estudo justifica-se pela importância do conhecimento dos profissionais de 
saúde acerca do crescimento e desenvolvimento das crianças portadoras de microcefalia 
relacionada ao ZIKV, tendo em vista que essas crianças necessitam de cuidados especiais, 
acompanhamento e estimulação de suas aptidões junto à família e profissionais. Além disso, 
percebe-se na literatura uma escassez de estudos que avaliem o Crescimento e 
Desenvolvimento (CD) da criança com Microcefalia oriunda da transmissão vertical pelo 
ZIKV. Além da inserção desta doença como notificação compulsória, inclusive dos casos das 
gestantes suspeita (BRASIL, 2016d). 
Assim, o propósito desta investigação é analisar as consultas de crescimento e 
desenvolvimento das crianças com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika 
vírus em Natal e na região metropolitana do estado do Rio Grande do Norte. Para tanto foram 
traçadas as seguintes questões de pesquisa: quais as alterações apresentadas nos marcos do 
crescimento e desenvolvimento da criança portadora de Microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika vírus? Qual associação entre o crescimento e desenvolvimento da 
criança com microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus? 
Assim, têm-se as seguintes hipóteses: 
H0 – Não há associação entre o desenvolvimento da criança com microcefalia 
relacionada à transmissão vertical do Zika vírus com a história materna e da criança. 
H1 – Há associação entre o desenvolvimento da criança com microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika vírus com a história materna e da criança. 
 
15 
 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVOS GERAIS 
 
 Verificar a associação entre o crescimento e desenvolvimento da criança com 
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 
Analisar as alterações no crescimento e desenvolvimento de crianças com microcefaliarelacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Identificar a caracterização sociodemográfica das mães de crianças portadoras da 
microcefalia relacionada ao Zika vírus; 
Caracterizar o perfil epidemiológico da infecção maternal pelo Zika vírus; 
Averiguar as alterações do crescimento e desenvolvimento das crianças com 
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika vírus. 
Verificar a associação entre o desenvolvimento da criança com a história materna e da 
criança. 
 
16 
 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA 
 
Desde a década de 1980, políticas e programas são criados no intuito de intervir na 
realidade do déficit da atenção à saúde infantil, a partir da ampliação do acesso aos serviços 
de saúde, da desfragmentação da assistência e pela alteração positiva na maneira como o 
cuidado às gestantes e aos recém-nascidos é realizado (BRASIL, 2012). 
Para tanto, uma importante estratégia foi adotada pelo Ministério da Saúde, a partir de 
1984, a de priorizar ações básicas de saúde eficazes, tais como: promoção do aleitamento 
materno, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, imunizações, prevenção e 
controle das infecções respiratórias agudas e das doenças diarreicas (BRASIL, 2012). 
Desde 1996, o Ministério da Saúde tem ampliado os investimentos na promoção e 
organização da Atenção Primária à Saúde básica nos municípios. Nesse sentido, define os 
Programas de Agentes Comunitários de Saúde e Estratégia de Saúde da Família (PACS/ESF) 
como estratégias prioritárias no resgate do vínculo de coresponsabilidade entre os serviços 
prestados a população. Assim, as normas para o acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento da criança foram incorporadas aos poucos às atividades do PACS e da ESF, 
enfatizando a prioridade do Ministério da Saúde e de Secretarias de Saúde na vigilância da 
saúde da criança (BRASIL, 2002). 
No ano de 2004 foi apresentado, pelo Ministério da Saúde, a Agenda de 
Compromissos com a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil. Este 
documento foi criado como uma orientação a todos os profissionais da saúde na assistência 
infantil, no objetivo de ressaltar que o foco da atenção profissional é a criança. Além disto, 
enfatiza que a criança deve se beneficiar de tais cuidados integrais e multiprofissionais tanto 
na unidade de saúde quanto no domicílio, espaços coletivos, bem como na creche, pré-escola 
e escola para que sejam compreendidos em todas as suas necessidades e direitos como 
indivíduo (BRASIL, 2004). 
Recentemente, o Ministério da Saúde organizou a Rede Cegonha. Esta rede baseia-se 
na regulação obstétrica no momento do parto, na qualificação técnica das equipes de atenção 
primária e das maternidades. Atua na melhoria da ambiência dos serviços de saúde e na 
ampliação de serviços e profissionais para estimular a prática do parto fisiológico e a 
humanização do parto e do nascimento. Caracteriza-se, assim, como uma grande iniciativa 
17 
 
 
 
que visa qualificar as Redes de Atenção Materno-Infantil no Brasil com o objetivo de 
diminuir as taxas de morbimortalidade materna e infantil no país (BRASIL, 2012). 
Em 2015 foi lançada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança 
(PNAISC) que tem como principal meta reduzir a morbimortalidade infantil e gerar ambiente 
facilitador da vida com condições de existência mais dignas e pelo desenvolvimento. Para 
isso, a PNAISC objetiva promover e proteger a saúde da criança, com atenção e cuidados 
integrais e integrados da gestação aos nove anos de vida, com foco na primeira infância e nas 
populações de maior vulnerabilidade (BRASIL, 2015a). 
O PNAISC possui sete eixos que são organizados no intuito de promover a saúde 
infantil, a saber: atenção humanizada e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-
nascido; aleitamento materno e alimentação complementar saudável; promoção e 
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento integral; atenção a crianças com agravos 
prevalentes na infância e com doenças crônicas; atenção à criança em situação de violências, 
prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz; atenção à saúde de crianças com 
deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; vigilância e prevenção do óbito 
infantil, fetal e materno (BRASIL, 2015a; BRASIL, 2015b). 
No que diz respeito, em especial, ao eixo da atenção à saúde de crianças com 
deficiência ou em situações específicas e vulnerabilidade, tendo em vista que a criança com 
microcefalia apresenta déficits importantes, este eixo corresponde à articulação de estratégias 
intrassetoriais e intersetoriais que visam incluir estas crianças nas redes temáticas de atenção à 
saúde diante da identificação de situação de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento, 
reconhecendo as especificidades deste público para uma atenção resolutiva (BRASIL, 2015a; 
BRASIL, 2015c). 
Dessa forma, a PNAISC sintetiza de forma simples, clara e objetiva para os gestores 
estaduais, municipais e profissionais de saúde, os grandes eixos de ações que compõem uma 
atenção integral à Saúde da Criança, além de apontar estratégias e dispositivos na articulação 
das ações e da rede de serviços de saúde nos municípios e regiões de saúde (BRASIL 2015a; 
BRASIL, 2015b). 
 
3.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
O desenvolvimento infantil compreende um processo multidimensional que tem início 
na fecundação, passando pelo nascimento e que envolve o crescimento físico, a maturação 
18 
 
 
 
neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança (BRASIL, 2015). 
Portanto, conhecer os padrões normativos desse processo se faz necessário para identificar 
características atípicas e poder intervir com eficácia o mais rápido possível (ILLINGWORTH, 
2013). 
O crescimento faz parte do processo biológico que se expressa pelo aumento do 
tamanho corporal. Todas as crianças nascem com um potencial genético de crescimento, que 
poderá ou não ser atingido a depender de suas condições de vida, desde o momento da 
concepção até a fase adulta. Pode-se dizer, dessa forma, que o crescimento e desenvolvimento 
infantil sofrem influências de fatores genéticos, metabólicos e más formações, além de fatores 
como alimentação, saúde, higiene e outros cuidados extrínsecos com a criança (BRASIL, 
2002, BRASIL, 2012). 
O desenvolvimento infantil está baseado nas habilidades motoras, perceptivas, de 
linguagem, psíquicas, etc. Esses sistemas dizem respeito a funções que se unem, de forma 
complexa, em um processo de maturação neurológica, aperfeiçoam-se, desenvolvem-se e 
sofrem influências. O atraso de uma dessas habilidades por si só não constitui 
obrigatoriamente em um problema patológico, tendo em vista que cada ser humano se 
desenvolve a partir de suas possibilidades e do meio no qual está inserido. A criança precisa, 
portanto, ser vista e acompanhada de maneira holística, levando-se em consideração o 
ambiente em que vive, bem como sua relação com os pais, família e coletividade (BRASIL, 
2002). 
Além das alterações no desenvolvimento que se dá com o passar dos meses, o 
crescimento também sofre alterações importantes na medida em que o tempo vai passando. O 
peso da criança, por exemplo, sofre uma importante alteração no qual o ganho de peso nos 
primeiros meses de vida é superior ao ganho de peso após o segundo trimestre. Logo, a 
criança ganhará menos peso com o passar do tempo e isto não denota anormalidade. É 
preciso, porém, estar em acompanhamento para que as medidas e valores sejam sempre 
averiguados não somente no intuito de identificar problemas, mas considerando o rápido 
processo de crescimento e desenvolvimento característico dessa fase, bem como da 
sensibilidade da criança aos fatores externos para seu desenvolvimento e da grande 
“plasticidade” cerebral para reversão de problemas de atrasoem seu crescimento e 
desenvolvimento (BRASIL, 2002; SASSÁ et al., 2011). 
 
 
19 
 
 
 
3.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
A construção e implementação de diretrizes de atenção voltadas ao acompanhamento 
específico dos casos de bebês e crianças com microcefalia pretende orientar todos os 
profissionais envolvidos no acompanhamento, monitoramento e na reabilitação dessas 
crianças. Além disso, as diretrizes auxiliam estes profissionais na assistência para o melhor 
desenvolvimento para cada caso, além de minimizar possíveis sequelas no desenvolvimento 
neuropsicomotor, da linguagem, na socialização e formação subjetiva desses sujeitos 
(BRASIL, 2016a). 
Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda alguns cuidados ao recém-nascido 
após seu nascimento de modo a haver medidas de avaliação pelo profissional de saúde na 
maternidade, como a medição do perímetro cefálico, triagem neonatal - que engloba teste de 
orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho, manter a vacinação em dia e fazer 
acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CD) da criança ou CD na Unidade 
Básica de Saúde (UBS) (BRASIL, 2016a). Além disso, uma avaliação física sistematizada e 
completa é um componente essencial aos recém-nascidos e principalmente quando eles são de 
alto risco (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; BRASIL, 2016b). 
A consulta de CD na Atenção Primária à Saúde ou Unidade Básica de Saúde 
(APS/UBS) nos primeiros 24 meses de vida é uma prática desenvolvida tanto pelo médico de 
APS ou pediatra, bem como, e geralmente nas unidades de saúde da família, pelo enfermeiro 
da Equipe de Saúde da Família. Nesse contexto, o acompanhamento de CD propõe a 
utilização de técnicas que garantem e acompanham o desenvolvimento físico e mental das 
crianças até cinco anos de idade. Diante disso, a enfermagem aliado à equipe 
multiprofissional, com o foco no cuidado humano atua na consulta de CD para a prevenção, 
promoção e recuperação da saúde infantil. Assim, o acompanhamento da criança em seu 
crescimento e desenvolvimento se dá por meio de ações cotidianas e sistematizadas, através 
de orientações com formação de vínculo família/profissional (RIBEIRO et al., 2014; 
BRASIL, 2015). 
Além disso, essa consulta é responsável pela promoção de melhoras individuais, na 
vida de cada criança consultada, e coletivas, concernente tanto à prevenção de doenças bem 
como à promoção e recuperação da saúde. Esses avanços são inerentes não somente à criança, 
mas, também, à sua família, levando à melhoria, inclusive, dos dados epidemiológicos acerca 
de doenças e agravos (OLIVEIRA et al., 2013) 
20 
 
 
 
Na APS a consulta de CD é iniciada a partir das visitas domiciliares logo após o 
nascimento da criança, na qual há a preocupação com as orientações iniciais voltadas à 
família, tanto para mães quanto para as crianças, e com a saúde e bem-estar de ambos 
(BRASIL, 2012a). A partir daí, são marcados mães e filhos para consultas mensais de 
acompanhamento e seguimento dessas orientações e cuidados na UBS, porta de entrada no 
sistema para novas necessidades, problemas e demais acompanhamentos de saúde 
(RODRIGUES et al., 2015). 
Na consulta de CD, os profissionais enfermeiros fazem parte da equipe de saúde que 
presta assistência à criança e estes trabalham em ações e intervenções de promoção à saúde 
onde, a partir daí, surgem as condições de detecção precoce de alterações no crescimento, 
nutrição e desenvolvimento neuropsicomotor da criança, além de outras vertentes 
(OLIVEIRA et al., 2013) e é iniciada com o estabelecimento de um ambiente de comunicação 
com as famílias (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). 
Nesse sentido, o enfermeiro é responsável pela comunicação relacionada com o 
desenvolvimento dos processos de pensamento, adaptando a maneira de interagir de acordo 
com a idade do bebê. Além disso, ele irá obter a história de saúde da família e da criança, 
partindo do momento do nascimento até os principais padrões de crescimento e 
desenvolvimento (HOCKENBERRY; WILSON, 2014; PEREIRA; FERREIRA, 2014). 
No que diz respeito aos cuidados com a criança portadora de microcefalia, estes 
devem ser realizados desde a visita puerperal e na primeira consulta, sendo papel da equipe de 
saúde da família a oferta integral da assistência à saúde a todo caso de microcefalia em seu 
território. Todos os bebês com confirmação de microcefalia devem manter as consultas de CD 
na APS/AB. Como os recém-nascidos podem apresentar alterações ou complicações 
neurológicas, motoras, respiratórias, dentre outras, o acompanhamento por diferentes 
especialistas em ambulatórios de especialidades será necessário quando confirmado o 
comprometimento de funções, sendo coordenado pela equipe de APS (BRASIL, 2015; 
BRASIL, 2016c). 
Dessa forma, além de acompanhados por meio do CD, estas crianças devem, ainda, ser 
encaminhadas para estimulação precoce em serviços de reabilitação, por fisioterapeuta, 
fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ou 
vinculado às equipes da APS/AB; ou, ainda, em Ambulatório de Seguimento de Recém-
Nascido de Risco. É nesse sentido que a consulta de CD se torna um instrumento essencial em 
21 
 
 
 
disparar outros serviços especializados no cuidado à criança com microcefalia por meio do 
acompanhamento sistemático (BRASIL, 2015; BRASIL, 2016c). 
De acordo com o Ministério da Saúde (2016c), a atenção ao recém-nascido, lactente e 
criança com microcefalia deve acontecer em uma sequência necessária para a correta 
identificação e possível intervenção dos profissionais de saúde. Dessa forma, a saber: cuidado 
ao recém-nascido no momento do nascimento a partir da caracterização por meio da medição 
imediata do perímetro cefálico; aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais, sendo 
exclusivo nos primeiros seis meses de vida; anamnese a partir da identificação se houve ou 
não exposição da mãe e criança a substâncias tóxicas com potencial teratogênico bem como 
os antecedentes maternos; medicamento(s) utilizado(s) durante a gravidez; exposição à 
radiação ionizante; presença de rash cutâneo e outros sinais e sintomas sugestivos de 
infecção; ultrassonografia gestacional; e os antecedentes familiares (BRASIL, 2016c). 
O exame físico é realizado a partir das medidas de crescimento, a saber: peso, altura, 
espessura da prega cutânea e circunferência do braço e da cabeça. Os valores destes 
parâmetros do crescimento são marcados em gráficos com percentis, contidos na caderneta da 
criança, que são comparados com os valores preconizados pelo Ministério da Saúde 
(HOCKENBERRY; WILSON, 2014; BRASIL, 2013). Além das medidas de crescimento, o 
exame físico abrange medidas fisiológicas, como medidas de desenvolvimento a partir da 
aparência geral do bebê, da pele, estruturas acessórias como unha e cabelo, face, tórax, 
abdome, regiões genitais e avaliação neurológica (HOCKENBERRY; WILSON, 2014). 
A medida do PC deve ser acompanhada mensalmente após o nascimento e qualquer 
desaceleração que coloque a medida da criança com PC abaixo de -2 desvios-padrões, pela 
curva da OMS, também deve levantar a suspeita e levar à notificação do caso, como deve 
ocorrer com qualquer lactente que se mantém em consulta. Na comparação do perímetro 
cefálico com outros parâmetros do crescimento, o profissional deve observar a presença de 
características dismórficas, bem como de anomalias congênitas que comprometem outros 
órgãos e, ainda, avaliação neurológica do recém-nascido descrevendo as anormalidades, caso 
estas existam (BRASIL, 2015; BRASIL, 2016c). 
No que diz respeito à avaliação neurológica da consulta de CD, grande parte do exame 
ocorre durante a avaliação dos sistemas corporais no exame físico completo, mas se dá 
principalmente com o desencadear dos reflexos chamados primitivos e a observação da 
postura, do tônus muscular, do controle da cabeça e do movimento do bebê.O profissional 
precisa levar em consideração a idade do recém-nascido para as respostas comportamentais 
22 
 
 
 
esperadas de cada um a partir do estímulo fornecido a este (HOCKENBERRY; WILSON, 
2014; BRASIL, 2016c). É importante ressaltar que os reflexos primitivos devem ser bem 
avaliados, tendo em vista que eles trazem informações sobre o estado de saúde do RN 
(BRASIL, 2016c). 
23 
 
 
 
4 METODOLOGIA 
 
4.1 TIPO DE PESQUISA 
 
O presente estudo caracteriza-se como sendo do tipo epidemiológico, descritivo, de 
abordagem quantitativa. As pesquisas epidemiológicas dizem respeito aos estudos de relação 
causa-efeito ou saúde-doença (GIL, 2010; LAKATOS, 2010). 
Os estudos descritivos visam delinear e identificar as características de determinada 
população, propiciando a aproximação do pesquisador com o objeto de estudo e a formulação 
de hipóteses (GIL, 2010; LAKATOS, 2010). 
A abordagem quantitativa compreende um estudo estatístico que pretende analisar as 
características dos fatos, através da mensuração das variáveis elegíveis pelo estudo 
(SEVERINO, 2007). 
 
4.2 LOCAL DE PESQUISA 
 
O estudo foi desenvolvido no ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Onofre 
Lopes que agrega o Complexo Hospitalar de Saúde (CHS) da UFRN como Unidade 
Suplementar vinculada, hierarquicamente e funcionalmente, à Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. Tem a missão de assegurar o direito a uma assistência diferenciada, 
humanizada e de qualidade, à clientela infanto-juvenil usuária do sistema público de saúde, 
integrada ao ensino e à pesquisa em saúde da criança e adolescente. Em relação à criança 
portadora de necessidades especiais, como no caso da criança portadora da Microcefalia, o 
ambulatório conta com equipe multiprofissional realizando atendimentos e consultas 
especializadas e voltadas a estas crianças. 
Optou-se por trabalhar com essa instituição por ser reconhecidamente centro de 
referência do Estado que atende crianças com diagnósticos de microcefalia na capital e 
Região Metropolitana (RM) e recebe crianças para o tratamento de diversas doenças 
neurológicas. 
Além deste local, o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, 
pertencente ao Instituto Santos Dummont, localizado em Macaíba, região metropolitana de 
Natal, contribuiu para a realização do teste piloto do estudo. 
 
24 
 
 
 
4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA 
 
A população do estudo foi as crianças diagnosticadas com microcefalia relacionada à 
transmissão pelo ZIKV e acompanhadas no local de pesquisa supracitado. A seleção das 
crianças foi realizada a partir da exclusão de outras anomalias através de exames sanguíneos e 
sorológicos (Toxoplasmose, Rubéola, Sífilis, Citomegalovírus). 
 Inicialmente foi realizado um teste piloto do instrumento de coleta de dados no Centro 
de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi o qual foi aplicado a cinco crianças, onde 
foi possível elencar as principais necessidades de adequações do mesmo. A partir da 
realização do teste piloto, o instrumento de coleta de dados pôde ser revisado e foram 
realizados os devidos ajustes para que ele pudesse contemplar todos os objetivos da presente 
pesquisa. 
A amostra correspondeu ao total de 36 crianças diagnosticadas com microcefalia 
relacionada à transmissão pelo do Zika Vírus com idade superior a 12 meses, sendo estes os 
critérios de inclusão. Como critério de exclusão foi elencado as crianças que além da 
microcefalia relacionada ao ZIKV possuíam outras anomalias associadas ao seu quadro. 
A não realização do cálculo amostral deu-se ao fato da opção de incluir todas as 
crianças que compareceram às consultas de crescimento e desenvolvimento no período 
correspondente a coleta de dados pré-agendados pelos profissionais responsáveis pelas 
consultas. 
 
4.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS 
 
O período de coleta ocorreu entre os meses de julho a outubro de 2017 e os dados 
foram coletados nas consultas de crescimento e desenvolvimento, considerando a investigação 
da história familiar, da mãe, das crianças e os marcos de desenvolvimento detectados, 
conforme a idade de cada criança. Os dados foram coletados no período correspondente a 
quatro meses, de acordo com o agendamento e marcação de consultas do serviço, a partir de 
um instrumento de coleta de dados previamente elaborado e revisado no teste piloto. 
O instrumento de coleta (APÊNDICE A) foi elaborado pelos pesquisadores e consta 
na primeira parte da caracterização materna e a segunda referente à consulta de crescimento e 
desenvolvimento da criança, construído com base no caderno de Atenção Primária à Saúde nº 
33: Crescimento e Desenvolvimento da Criança, no Protocolo de Atenção à Saúde e resposta 
25 
 
 
 
à ocorrência de Microcefalia, do Ministério da Saúde e na literatura, mais especificamente sob 
o estudo de Marilyn J. Hockenberry e David Wilson (Wong Fundamentos de Enfermagem 
Pediátrica). 
O referido instrumento continha perguntas abertas e fechadas e foi completamente 
preenchido pela pesquisadora com base em uma entrevista direta à mãe e/ou responsável pela 
criança no momento da consulta de Crescimento e Desenvolvimento e através da observação 
do passo a passo da consulta destas crianças realizada pelos profissionais responsáveis por 
ela. A pesquisadora ficou livre para fazer suas perguntas, dúvidas e colocações no momento 
da entrevista, bem como para preencher o instrumento de coleta de dados concomitantemente. 
As entrevistas maternas e a participação e acompanhamento da consulta do 
crescimento e desenvolvimento da criança foram realizadas pela pesquisadora do estudo em 
ambiente restrito a presença desta, do profissional de saúde responsável pela consulta e dos 
entrevistados, respeitando a privacidade destes. A consulta do crescimento e desenvolvimento 
da criança foi feita na unidade de atendimento ambulatorial específica para este atendimento. 
Vale ressaltar que os prontuários foram consultados no âmbito do serviço, sempre que 
necessário, para completar informações relevantes de caracterização sócio-demográfica e 
epidemiológica materna e do recém-nascido mediante autorização pela instituição 
(APÊNDICE B). 
 
4.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 
 
Os dados da coleta foram organizados e analisados pelo software Statistical Package 
for the Social Sciences- SPSS versão 21. 
Inicialmente foram construídas tabelas de frequências absolutas e relativas para 
caracterização das crianças com a presença da microcefalia relacionada ao ZIKV quanto à 
história materna, da criança e dos marcos do seu desenvolvimento. Utilizou-se o teste de 
Fisher para análise qualitativa das variáveis com intuito de verificar a associação entre duas 
variáveis categóricas (história materna e da criança segundo os marcos do desenvolvimento). 
O Teste de Fisher foi realizado para testar a associação entre as variáveis da história 
materna, tais como: renda familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre de início de pré-natal, 
imunização, suplemento de ferro, contato com alguma substância tóxica durante a gravidez, 
tipo de parto, história de microcefalia na família dos pais, utilização de medicamentos durante 
a gravidez, medicamentos usados, caso de doença exantemática durante a gestação, mês de 
26 
 
 
 
aparecimento dos sintomas; da história da criança: sexo, raça, motivo da consulta, doença, 
presença de dor, tipo sanguíneo, ingestão de alimento adequadamente, amamentou a criança, 
uso de algum medicamento, cartão de vacina atualizado, alteração nas fontanelas, nos olhos, 
no nariz, boca e/ou orelha/ouvido, no pescoço, há alteração no tórax na inspeção e palpação, 
há alteração nos ruídos do aparelho respiratório a partir da ausculta, há alteração nos ruídos do 
aparelho circulatório a partir da ausculta e alteração do aparelho geniturinário, com todos os 
marcos do desenvolvimento da criança. 
Para as amostras independentes foi realizadoo teste Mann Whitney (população 
relativamente pequena). Este teste foi aplicado com o propósito de comparar as medianas das 
variáveis contínuas da história materna e da criança com os marcos do desenvolvimento da 
criança. Para todos os testes estáticos foi considerado um nível de significância α ꞊ 5%. 
O teste de Mann Whitney foi realizado para verificar se houve diferença entre as 
medianas das variáveis do histórico materno quanto ao número de consultas pré-natal e das 
crianças, a saber: idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao nascer, 
idade gestacional, peso atual, comprimento atual, IMC e perímetro cefálico atual, segundo 
todos os marcos do desenvolvimento. 
 
4.6 ASPÉCTOS ÉTICOS 
 
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hospital 
Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN conforme determinações da Resolução nº 
466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e suas complementares, e aprovado sob o 
Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) de número 
64872817.2.0000.5537 e parecer 2.166.462. 
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado pelas mães como 
participantes da pesquisa (APÊNDICE C) além das mesmas terem assinado o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido para menores de idade (APÊNDICE D) envolvidos nos 
estudo. 
27 
 
 
 
5 RESULTADOS 
 
Concernente à caracterização sociodemográfica da história materna das 36 mulheres 
investigadas, 94,4% (n=34) possuíam renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos. No que diz 
respeito ao grau de escolaridades a maioria (58,3%) possuíam o ensino fundamental 
incompleto (n=21) e 19,4% (n=7) o ensino médio completo. Referente à raça, 80,6% (n=29) 
se consideravam de cor parda; 16,7% (n=6), de cor branca e 2,8% do total das mulheres se 
consideravam negras (n=3). 
Em relação às informações da história da gravidez, parto e puerpério, 86,1% das 
mulheres (n=31) iniciaram às consultas de pré-natal no primeiro trimestre de gestação; 11,1% 
(n=4) no terceiro trimestre e apenas 2,8% (n=1), no segundo trimestre. A média de consultas 
pré-natal foi de 2,47 consultas. 
Quanto à imunização da vacina Dupla Adulto, a maioria (86,1%) das mulheres 
realizou o esquema completo durante a gravidez (n=31), 11,1% (n=4) realizou apenas 
algumas doses da vacina deixando o esquema incompleto e apenas uma mulher (2,8%) não 
fez uso de nenhuma dose. A suplementação de ferro foi realizada pela maioria das mulheres, 
no qual 97,2% (n=35) realizaram a suplementação durante o período determinado. No tocante 
ao contato com substância tóxica apenas cinco mulheres (13,9%) alegaram ter tido contato 
como, por exemplo, com bebida alcoólica ou outras drogas. 
Em relação ao tipo de parto a maior parte das mulheres investigadas (69,4%) teve 
parto cesáreo. A história de microcefalia na família foi negada por 91,7% das entrevistadas. 
No que concerne ao uso de medicação na gestação, a maioria das mulheres alegou ter tido 
contato com medicamentos neste período. Do total de mulheres investigadas, 20 (55,6%) 
tomaram algum tipo de medicamento. Os medicamentos mais utilizados foram analgésicos 
(45%), suplementos vitamínicos (50%), suplementos hormonais (5%), anti-hipertensivos 
(5%) ou antibióticos (30%) para algum tipo de infecção. 
No que diz respeito à presença de doença exantemática na gestação, a maioria (83,3%) 
alegou ter apresentado, e o período em que houve o maior aparecimento de sintomas foi o 
terceiro mês de gestação (33,3%), seguido do segundo mês de gestação com 26,7%. Para 
alívio dos sintomas foram usados dipirona 62,% e paracetamol em 37,5%. Outros sintomas 
relatados foram exantema (70%), artralgia (50%), febre (33,3%), prurido e cefaleia com 
iguais percentuais (16,6%) e outros como: dor de garganta, mialgia e edema com 3,3%, cada. 
 
28 
 
 
 
Tabela 1 – Estatística descritiva da história das crianças com microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variável Média Mediana Mínimo Máximo 
Desvio 
padrão 
Idade (em meses) 20,25 21,00 10,00 26,00 3,175 
Peso ao nascer (gramas) 2571,94 2505,50 1540,00 3951,00 593,06 
Comprimento ao nascer (cm) 44,53 44,5 3,64 35,00 51,00 
Perímetro cefálico ao nascer (cm) 28,98 29,00 25,00 34,00 1,75 
Idade Gestacional (em semanas) 38,53 39,00 32,00 41,00 1,77 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
Na Tabela 1, observam-se dados relativos à história da criança ao nascer e idade em 
meses no momento da consulta na qual se observa que as médias apontam para um peso ideal 
ao nascer, comprimento ao nascer dentro dos padrões normais, baixo perímetro cefálico e 
idade de nascimento a termo. 
Concernente à caracterização das crianças investigadas, a maioria (55,6%) são do sexo 
feminino (56,6%) e de cor parda (86,1%). Das crianças consultadas, 21 (58,3%) apresentaram 
algum tipo de doença como motivo da consulta, além da rotina, tais como: asma, dermatite e 
tosse com 9,5% de presença; os demais sintomas foram cansaço, constipação, prurido, 
regurgitação, vômito e febre, o que representou 4,7% das crianças com algum tipo de 
sintomatologia. No que diz respeito à alimentação da criança, 94,4% (n=34) delas foram 
consideradas pela equipe multiprofissional como uma ingesta de alimentos inadequadamente. 
O uso exclusivo do leite materno até pelo menos os três primeiros meses de vida foi 
registrado em 50,5% das crianças investigadas. 
Quanto ao uso de medicamento, 91,7% estavam utilizando algum medicamento sendo 
os mais presentes a suplementação de vitaminas e minerais em 100% das crianças seguido dos 
medicamentos Depakene e Topiramato, perfazendo 24,2% nas respostas. Há registro do uso 
de Aerolin (12,1%), Fenobarbital (9,0%), Gardenal (6,0%) e Noripurim, Vigobotrina e 
Neozine (3,0%). No que tocante à imunização das crianças, 72,2% estava com o cartão 
atualizado e 10 (27,8%) possuíam o registro de uma vacina atrasada. 
Na tabela 02 são apresentadas as principais alterações físicas detectadas no exame 
físico das crianças investigadas nesse estudo. 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
Tabela 2 – Alterações físicas identificadas nas crianças com microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variável 
Sim Não 
N % N % 
Alteração nas fontanelas 3 8,3 33 91,7 
Alteração nos olhos 14 38,9 22 61,1 
Continua 
Continuação 
Alteração no nariz, boca e/ou orelha/ouvido 2 5,6 34 94,4 
Alteração no pescoço 5 13,9 31 86,1 
Alteração no tórax – Inspeção e palpação 1 2,8 35 97,2 
Alterações nos ruídos do aparelho respiratório - Ausculta 9 25 27 75,0 
Alterações nos ruídos aparelho respiratório - Percussão - - 36 100,0 
Alteração na frequência respiratória - - 36 100,0 
Ausculta há alteração nos ruídos do aparelho circulatório 1 2,8 35 97,2 
Inspeção e palpação há alteração no abdome - - 36 100,0 
Ausculta e percussão há alterações nos ruídos - - 36 100,0 
Alteração do aparelho geniturinário 3 8,3 33 91,7 
Alteração na região anal da criança - - 36 100,0 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
Nas tabelas 3 e 4 estão expostas as informações das crianças investigadas no que diz 
respeito ao exame físico atual da criança. As variáveis foram levadas em consideração a partir 
do exame na direção céfalocaudal. As variáveis que apresentaram alterações foram de 
fontanelas 8,3% (n=3) e 38,9% (n=14) demonstrou olhos fora do padrão de normalidade. Em 
respeito a alterações no nariz, boca e/ou orelha/ouvido apenas 5,6% (n=2) apresentou 
características fora do padrão normativo. 
Quanto a alterações no pescoço 13,9% (n=5) apresentou algum tipo de característica 
fora do padrão de normalidade. Na inspeção e palpação do tórax, apenas 1 (2,8%) apresentou 
alguma alteração. Na ausculta do aparelho respiratório 25% (n=9) apresentaram ruídos fora 
do padrão de normalidade. Na ausculta cardíaca apenas uma criança apresentou alteração de 
ruídos. No que concerne ao aparelho geniturinário 8,3%(n=36) apresentou algum tipo de 
alteração em relação ao padrão de normalidade. Não foram identificadas anormalidade na 
região anal. Ainda em relação ao exame físico, na Tabela 03 são expostas as principais 
informações de média, mediana, valor máximo, mínimo e desvio padrão dos valores de peso, 
IMC e perímetro cefálico atual das crianças assistidas. Nesse sentido, observa-se que a média 
de peso das crianças foi de 7806,23 em gramas e a mediana de 9102,50 gramas. O 
comprimento teve como média 76,06 e mediana de 75,25. No IMC, a média foi de 16,51 e a 
mediana, 15,40. No perímetro cefálico, a média foi de 39,73 cm e a mediana foi 39,75cm. 
30 
 
 
 
Tabela 3 – Dados relativos ao exame físico atual da criança com microcefalia relacionada à 
transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio padrão 
Peso atual (gramas) 7806,23 9102,5 9 13290 3742,2 
Comprimento (cm) 76,06 75,25 70 75,25 4,16 
IMC 16,51 15,4 12,7 23 2,77 
Perímetro cefálico (cm) 39,73 39,75 35,5 45 2,27 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
A avaliação dos marcos de desenvolvimento é apresentada na Tabela 4. Na qual se 
constata que houve respostas insatisfatórias para quase todos os marcos embora com um 
número pequeno de crianças. 
Tabela 4 – Frequência e percentual dos marcos do desenvolvimento da criança com 
microcefalia relacionada à transmissão vertical do Zika Vírus. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Marco do Desenvolvimento 
Sim Não 
N % N % 
Olha para a pessoa que observa 31 85,7 5 14,3 
Dá amostras de prazer e desconforto 31 85,7 5 14,3 
Fixa e acompanha objetos em seu campo visual 22 61,1 14 38,9 
Arrulha e sorri espontaneamente 34 94,4 2 5,6 
Colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se 
no antebraço. 
20 55,6 16 44,4 
Emite sons, balbuciando 36 100,0 - - 
Rola da posição supina para prona 18 50,0 18 50,0 
Levantada pelos braços, ajuda com o corpo 23 63,9 13 36,1 
Vira a cabeça na direção de uma voz ou objeto sonoro 23 63,9 13 36,1 
Senta-se sem apoio 7 19,4 29 80,6 
Segura e transfere objetos de uma mão para outra 13 36,1 23 63,9 
Imita pequenos gestos ou brincadeiras 9 25,0 27 75,0 
Arrasta-se ou engatinha 10 27,8 26 72,2 
Pega pequenos objetos usando o polegar ou indicador 9 25,0 27 75,0 
Emprega pelo menos uma palavra com sentido 7 19,4 29 80,6 
Faz gestos com a mão e a cabeça 8 22,2 28 77,8 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
As respostas mais insatisfatórias foram relativas ao marco “Fixa e acompanha objetos 
em seu campo visual” no qual 14 crianças (38,9%) não apresentaram o referido marco; 
“Colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça apoiando-se no antebraço”, não apresentado 
por 44,4% (n=16); “Rola da posição supina para prona” no qual metade (n=18) (50,0%) não 
conseguiam responder a esse marco e “Levantada pelos braços, ajuda com o corpo” não foi 
realizado por 36,1% delas (n=13). No marco “Segura e transfere objetos de uma mão para 
outra”, 63,9% (n=23) não conseguiam realizar esse movimento. “Imita pequenos gestos ou 
brincadeiras” ficou sem respostas em (n=27) 75%; No “Arrasta-se ou engatinha” 26 (72,2%) 
31 
 
 
 
crianças não conseguiam realizar o movimento sem auxílio de terceiros; “Pega pequenos 
objetos usando o polegar ou indicador” 75% (n=27) não conseguiu realizá-lo. 
No marco do desenvolvimento “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” foi 
percebido que 29 (80,6%) crianças não conseguiam empregar palavras com sentido e 77,8% 
(n=28) não responderam ao marco “Faz gestos com a mão e a cabeça”. 
Na Tabela 5, estão dispostas as informações relativas aos marcos do desenvolvimento 
da criança “Olha para a pessoa que observa” segundo histórico materno (nº de consultas pré-
natal) e da criança (Idade, peso ao nascer, comprimento ao nascer, perímetro cefálico ao 
nascer, idade gestacional, peso atual, comprimento atual, IMC e perímetro cefálico atual), 
analisado pelo teste Mann Whitney ao nível de significância de 5%. 
Tabela 5 – Marco desenvolvimento da criança “Olha para a pessoa que observa” associado ao 
histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Olha para 
a pessoa 
que 
observa 
n % Média Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor-
p* 
História materna 
 
Nº de consultas pré-natais Sim 31 86,11 2,48 2 0,51 
0,731 
 
Não 5 13,89 2,4 2 0,55 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 31 86,11 20,52 21 2,83 
0,503 
 
Não 5 13,89 18,6 21 4,93 
Peso ao nascer Sim 31 86,11 2604 2511 596,11 
0,493 
 
Não 5 13,89 2374 2430 597 
Comprimento ao nascer 
(cm) 
Sim 31 86,11 44,26 44 3,65 
0,322 
 
Não 5 13,89 46,2 47 3,42 
Perímetro cefálico ao 
nascer (cm) 
Sim 31 86,11 29,23 29 1,66 
0,015 
 
Não 5 13,89 27,4 28 1,52 
Idade gestacional Sim 31 86,11 38,71 39 1,4 
0,494 
 
Não 5 13,89 37,4 38 3,29 
Peso atual Sim 31 86,11 7431 8900 3846,93 
0,137 
 
Não 5 13,89 10132 9827 1921 
Comprimento atual Sim 31 86,11 76,31 75,5 4,23 
0,435 
 
Não 5 13,89 74,5 74,5 3,77 
IMC Sim 31 86,11 16,23 15,1 2,59 
0,208 
 
Não 5 13,89 18,26 19,4 3,56 
Perímetro cefálico atual Sim 31 86,11 39,9 40 2,32 
0,051 
 
Não 5 13,89 38,14 38,7 1,05 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
32 
 
 
 
Foi observada evidência de associação entre as medianas do perímetro cefálico da 
criança ao nascer (cm) (valor-p 0,015) com o referido marco do desenvolvimento infantil. 
Para as demais variáveis do histórico materno e da criança não se evidenciou associação com 
o desenvolvimento ao nível de significância de 5%. 
No marco do desenvolvimento da criança, exposto na Tabela 06, “Rola da posição 
supina para prona”, evidenciou-se associação entre as medianas do peso atual da criança e 
IMC (valor-p 0,024 e 0,006). Para as demais variáveis do histórico materno e da criança não 
se evidenciou associação com o marco do desenvolvimento ao nível de significância de 5%. 
Tabela 6 – Marco do desenvolvimento da criança “Rola da posição supina para prona” 
associado segundo o histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Rola da 
posição 
supina 
para 
prona 
n % Média Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor
-p* 
História materna 
 
Nº de consultas pré-
natais 
Sim 18 55,56 2,5 2,5 0,52 
0,742 
 
Não 18 4,44 2,44 2 0,51 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 18 50,0 19,72 20,5 3,73 
0,576 
 
Não 18 50,0 20,78 21 2,51 
Peso ao nascer Sim 18 50,0 2579 2517 576 
0,812 
 
Não 18 50,0 2565 2471 627 
Comprimento ao 
nascer (cm) 
Sim 18 50,0 44,94 45 3,04 
0,577 
 
Não 18 50,0 44,11 44 4,2 
Perímetro cefálico nas 
nascer (cm) 
Sim 18 50,0 29,25 29,5 2,34 
0,100 
 
Não 18 50,0 28,71 29 0,8 
Idade gestacional Sim 18 50,0 38,39 39 2,03 
0,896 
 
Não 18 50,0 38,67 39 1,5 
Peso atual Sim 18 50,0 6839 8408 3884 
0,024 
 
Não 18 50,0 8773 9789 3430 
Comprimento atual Sim 18 50,0 77,38 76,75 4,65 
0,063 
 
Não 18 50,0 74,73 74,1 3,22 
IMC Sim 18 50,0 15,12 14,8 1,91 
0,006 
 
Não 18 50,0 17,9 18,9 2,84 
Perímetro cefálico 
atual 
Sim 18 50,0 39,13 38,75 2,49 
0,163 
 
Não 18 50,0 40,33 40 1,91 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
33 
 
 
 
Na Tabela 7 foi analisado o marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na 
direção de uma voz ou objeto sonoro”, e observou-se evidência de associação entre as 
medianas do peso atual da criança e IMC (valor-p 0,002 e 0,019) Semelhante aos anteriores 
não se evidenciou associação com o desenvolvimento ao nível de significância de 5%. 
 
 
Tabela 7 – O marco do desenvolvimento da criança “Vira a cabeça na direção de uma voz ou 
objeto sonoro” segundo histórico materno. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Vira a cabeça 
na direção de 
uma voz ou 
objeto sonoro 
n % Media Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor
-p* 
História materna 
 
Nº de consultas pré-
natais 
Sim 23 68,89 2,44 2 0,51 
0,555 
 
Não 13 36,11 2,54 3 0,52 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 23 68,89 19,91 20 3,540,327 
 
Não 13 36,11 20,85 22 2,41 
Peso ao nascer Sim 23 68,89 2584 2534 613 
0,856 
 
Não 13 36,11 2551 2500 579 
Comprimento ao 
nascer (cm) 
Sim 23 68,89 44,57 45 3,55 
0,842 
 
Não 13 36,11 44,46 44 3,93 
Perímetro cefálico 
nas nascer (cm) 
Sim 23 68,89 29,11 29 2,09 
0,325 
 
Não 13 36,11 28,75 29 0,9 
Idade gestacional Sim 23 68,89 38,52 39 1,92 
0,825 
 
Não 13 36,11 38,54 39 1,51 
Peso atual Sim 23 68,89 6552 8400 4076 
0,002 
 
Não 13 36,11 10025 9871 1431 
Comprimento atual Sim 23 68,89 77,02 77 4,54 
0,069 
 
Não 13 36,11 74,35 74,2 2,81 
IMC Sim 23 68,89 15,6 14,9 2,49 
0,019 
 
Não 13 36,11 18,11 18,4 2,61 
Perímetro cefálico 
atual 
Sim 23 68,89 39,53 39,3 2,57 
0,447 
 
Não 13 36,11 40,09 40 1,65 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
O cruzamento das variáveis do histórico materno e da criança, segundo o marco do 
desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio”, está apresentado na Tabela 8 na qual se 
observa evidência de associação entre as medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer 
(cm) (valor-p 0,037) com o referido marco do desenvolvimento. Para as demais variáveis do 
34 
 
 
 
histórico materno e da criança não se evidenciou associação com o desenvolvimento ao nível 
de significância de 5%. 
 
 
 
 
Tabela 8 – Marco do desenvolvimento da criança “Senta-se com apoio” segundo histórico 
materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Senta-se 
com apoio 
n % Média Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor
-p* 
História materna 
 
Nº de consultas pré-
natais 
Sim 7 19,44 2,57 3 0,54 
0,564 
 
Não 29 80,56 2,45 2 0,51 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 7 19,44 20,86 20 2,41 
0,920 
 
Não 29 80,56 20,1 21 3,35 
Peso ao nascer Sim 7 19,44 2597 2593 430 
0,826 
 
Não 29 80,56 2566 2500 632 
Comprimento ao 
nascer (cm) 
Sim 7 19,44 44,43 45 3,74 
0,809 
 
Não 29 80,56 44,55 44 3,68 
Perímetro cefálico ao 
nascer (cm) 
Sim 7 19,44 30 30 1,15 
0,037 
 
Não 29 80,56 28,73 29 1,79 
Idade gestacional Sim 7 19,44 38,71 39 1,6 
0,773 
 
Não 29 80,56 38,48 39 1,83 
Peso atual Sim 7 19,44 6342 8505 4473 
0,280 
 
Não 29 80,56 8160 9210 3543 
Comprimento atual Sim 7 19,44 78,07 79 5,56 
0,200 
 
Não 29 80,56 75,57 75 3,71 
IMC Sim 7 19,44 15,26 15,1 2,01 
0,223 
 
Não 29 80,56 16,81 16,8 2,89 
Perímetro cefálico 
atual 
Sim 7 19,44 40,26 40,6 2,57 
0,446 
 
Não 29 80,56 39,61 39,3 2,22 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
As variáveis do histórico materno e da criança, segundo o marco do desenvolvimento 
da criança “Segura e transfere objetos de uma mão para outra” apresentou associação apenas 
com as medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer (cm) (valor-p 0,004) com o 
marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão para outra”, 
conforme apresentado na Tabela 9. 
 
35 
 
 
 
Tabela 9 – Marco do desenvolvimento da criança “Segura e transfere objetos de uma mão 
para outra” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Segura e 
transfere 
objetos de 
uma mão 
para outra 
n % Média Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor-
p* 
História materna 
 
Nº de consultas pré-
natais 
Sim 23 68,89 2,54 3 0,52 
0,555 
 
Não 13 36,11 2,43 2 0,51 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 23 68,89 20,54 21 3,31 
0,445 
 
Não 13 36,11 20,09 21 3,16 
Peso ao nascer Sim 23 68,89 2646 2620 488 
0,420 
 
Não 13 36,11 2530 2430 652 
Comprimento ao 
nascer (cm) 
Sim 23 68,89 44,46 44 3,1 
0,765 
 
Não 13 36,11 44,65 45 3,98 
Perímetro cefálico 
ao nas nascer (cm) 
Sim 23 68,89 30,05 30 1,56 
0,004 
 
Não 13 36,11 28,37 29 1,57 
Idade gestacional Sim 23 68,89 38,85 39 1,28 
0,541 
 
Não 13 36,11 38,35 39 1,99 
Peso atual Sim 23 68,89 7300 9150 4201 
0,974 
 
Não 13 36,11 8092 8900 3524 
Comprimento atual Sim 23 68,89 76,25 76,5 4,94 
0,947 
 
Não 13 36,11 75,94 75 3,77 
IMC Sim 23 68,89 16,61 16,8 2,22 
0,610 
 
Não 13 36,11 16,45 15 3,09 
Perímetro cefálico 
atual 
Sim 23 68,89 40,49 40,6 1,98 
0,087 
 
Não 13 36,11 39,3 39 2,35 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
O marco do desenvolvimento, conforme Tabela 10, “Imita pequenos gestos ou 
brincadeiras” apontou medianas do perímetro cefálico da criança ao nascer (cm) e idade da 
criança (valor-p 0,020 e 0,026) com valores que indicam associação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
Tabela 10 – Marco do desenvolvimento da criança “Imita pequenos gestos ou brincadeiras” 
segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Imita 
pequenos 
gestos ou 
brincadeiras 
n % Média Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor-
p* 
História materna 
 
Nº de consultas 
pré-natais 
Sim 9 25,0 2,57 3 0,53 
0,569 
 
Não 27 75,0 2,44 2 0,51 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 9 25,0 20,67 20 2,6 
0,971 
 
Não 27 75,0 20,11 21 3,38 
Peso ao nascer Sim 9 25,0 2639 2593 583 
0,674 
 
Não 27 75,0 2550 2470 606 
Comprimento ao 
nascer (cm) 
Sim 9 25,0 45 45 2,83 
0,825 
 
Não 27 75,0 44,37 44 3,9 
Perímetro cefálico 
ao nas nascer (cm) 
Sim 9 25,0 29,89 30 1,17 
0,02 
 
Não 27 75,0 28,67 29 1,82 
Idade gestacional Sim 9 25,0 39,44 40 1,42 
0,026 
 
Não 27 75,0 38,22 38 1,78 
Peso atual Sim 9 25,0 7301 9055 4189 
0,913 
 
Não 27 75,0 7975 9150 3652 
Comprimento atual Sim 9 25,0 77,44 77 5,11 
0,272 
 
Não 27 75,0 75,59 75 3,8 
IMC Sim 9 25,0 16,42 15,7 2,49 
0,812 
 
Não 27 75,0 16,54 15,1 2,91 
Perímetro cefálico 
atual 
Sim 9 25,0 40,73 40,6 1,82 
0,079 
 
Não 27 75,0 39,4 39 2,34 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
O marco “Emprega pelo menos uma palavra com sentido” apresentou associação 
apenas entre as medianas do comprimento atual da criança e IMC (valor-p 0,014 e 0,012) 
conforme exposto na Tabela 11. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
Tabela 11 – Marco do desenvolvimento da criança “Emprega pelo menos uma palavra com 
sentido” segundo histórico materno e da criança. Natal/RN, 2017. (N=36) 
Variáveis 
Emprega 
pelo menos 
uma palavra 
com sentido 
n % Média Mediana 
Desvio 
padrão 
Valor
-p* 
História materna 
 
Nº de consultas pré-
natais 
Sim 9 25,0 2,43 2 0,53 
0,799 
 
Não 27 75,0 2,48 2 0,51 
História da criança 
 
Idade (em meses) Sim 9 25,0 21,29 21 1,7 
0,480 
 
Não 27 75,0 20 20 3,41 
Peso ao nascer Sim 9 25,0 2365 2344 270 
0,272 
 
Não 27 75,0 2624 2534 640 
Comprimento ao 
nascer (cm) 
Sim 9 25,0 45,43 45 0,98 
0,456 
 
Não 27 75,0 44,31 44 4,01 
Perímetro cefálico 
nas nascer (cm) 
Sim 9 25,0 29,43 30 1,99 
0,284 
 
Não 27 75,0 38,87 29 1,7 
Idade gestacional Sim 9 25,0 39 40 1,53 
0,344 
 
Não 27 75,0 38,41 39 1,82 
Peso atual Sim 9 25,0 7353 8400 3391 
0,280 
 
Não 27 75,0 7916 9315 3870 
Comprimento atual Sim 9 25,0 79,79 80 4,45 
0,014 
 
Não 27 75,0 75,15 74,5 3,62 
IMC Sim 9 25,0 14,09 14,1 1,18 
0,012 
 
Não 27 75,0 17,09 17,7 2,74 
Perímetro cefálico 
atual 
Sim 9 25,0 40,09 40,6 2,78 
0,561 
 
Não 27 75,0 39,65 39,5 2,18 
Fonte: dados da pesquisa, 2017. 
* Teste de Mann Whitney 
O teste de Fisher ao nível de significância de 5% foi utilizado para verificar a 
associação entre o marco “Fixa e acompanha objetos em seu campo visual” e as variáveis 
relacionada a história materna (renda familiar, grau de escolaridade, raça, trimestre de início 
pré-natal, imunização, suplemento de ferro, contato com alguma substância tóxica durante a 
gravidez, tipo de parto, história de microcefalia na família dos pais, utilização de 
medicamentos durante a gravidez, medicamentos usados, doença exantemática durante a 
gravidez, mês do aparecimento dos sintomas) e história da criança (sexo, raça, motivo da 
consulta, doença, presença de dor, tipo sanguíneo, ingestão de alimento adequadamente, 
amamentou a criança, uso de algum medicamento, cartão de vacina atualizado, alteração nas 
38 
 
 
 
fontanelas, nos

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