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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA Análise isocinética das variáveis adicionais e tradicionais em jogadores de futebol amador Hygor Felipe de Albuquerque Barros NATAL/RN 2022 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA Análise isocinética das variáveis adicionais e tradicionais em jogadores de futebol amador Hygor Felipe de Albuquerque Barros Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Fisioterapia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Orientador: Wouber Hérickson de Brito Vieira Co-Orientadora: Ingrid Martins de França NATAL/RN 2022 3 BANCA EXAMINADORA Trabalho apresentado por Hygor Felipe de Albuquerque Barros em 09 de dezembro de 2022 1º Examinador/ORIENTADOR: Wouber Hérickson de Brito Vieira Nota atribuída: 2º Examinador/MEMBRO EXTERNO: Daniel Germano Maciel Nota atribuída: 3º Examinador/MEMBRO EXTERNO: Glauko André Figueiredo Dantas Nota atribuída: 4 5 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho ao bom Deus, meus familiares, amigos, professores e à todos que cruzaram meu caminho ofertando contribuição para minha jornada. 6 AGRADECIMENTOS Com o fim desse longo percurso, desejo expressar gratidão a todos aqueles que me deram a mão nessa grande e tortuosa caminhada. Sou grato aos meus familiares por terem me dado tanto amor, apoio e me ensinado o valor de ter honra, formando o homem que hoje sou. Minha maior dádiva divina é tê-los junto a mim. Agradeço àquelas que dividiram comigo o pão de cada dia, ainda que por vezes envelhecido e duro, mas sempre com sorriso farto junto à mesa. Nossa amizade me tornou um humano mais pleno. Quando a tempestade veio a mim, foram meu abrigo, por vezes um singelo guarda-chuva, e ao passar, nosso vínculo pôde formar raíz. Para Jade, Emilly, Ana Paula e Esther. Agradeço aos meus companheiros advindos da monitoria de anatomia humana. Primeiro foram conselheiros e exemplos, me esforcei a fim de alcançar o direito de estar entre vocês, e então se tornaram parceiros para suportar o pior dos últimos anos e construir o melhor. Com vocês o mais denso dos problemas se torna leve. Ainda que em momentos fossêmos perdidos guiando uns aos outros, chegamos a um belo lugar. Para Yves, Mauro, Cosme, Ingrid, Mércia, Anna Beatriz e Kelly. Agradeço ao meu bom amigo Felipe Barbalho. Fostes socorro bem presente na hora da angústia e jamais irei conseguir ponderar ou esquecer o valor de tudo ofertado. E culminou por transbordar em outras relações. Pois no caminho havia uma pandemia. Se neste período pude ver beleza no mundo, muito devo à vocês. Para Flor, Lírio e Margarida. Ou simplesmente Sabrinna, Larissa e Maria. Agradeço a meus bons amigos de turma que diversas vezes salvaram meu dia, desde simples atos de afeto a direcionamentos e incentivos para que pudesse ir mais longe. Se considerarmos o contato nos últimos pouco, temos certeza que nos uniremos ainda mais. Para Wesley, Nathália e Amanda. Agradeço a minhas pessoas. Nos meses mais pesarosos sobre minha mente, foram paraquedas para aliviar o pouso. Dentro de tanta turbulência, encontrar um lugar de paz é um acalanto sem igual. Para Lara e Rebeca. Agradeço àqueles que foram meus portos seguros em momentos diversos, ampliando meus horizontes e sendo ombros amigos quando preciso. Para Marcos, Diogo, Larhyssa, Luísa, Matheus, Igor e Clara. Por fim, agradeço a cada estranho que cruzou meu caminho e deram razão a tudo que está sendo vivido. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Fluxograma do estudo Figura 2- Desenho do estudo 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Caracterização da amostra por posição de campo Tabela 2 - Variáveis isocinético a 60°/s Tabela 3 - Variáveis do isocinético a 240°/s 9 LISTA DE ABREVIATURAS PT - pico de torque TT - trabalho total P - potência I/Q - relação isquiotibiais/quadríceps AngPT - ângulo de pico de torque TAC - tempo de aceleração TPT - tempo para pico de torque 10 RESUMO Introdução: O desequilíbrio muscular em atletas de futebol é apontado como fator de risco para lesões. A fim de melhor elucidar a análise de desempenho muscular, foram utilizadas as variáveis adicionais de ângulo de pico de torque, tempo de aceleração e tempo para pico de torque, e tradicionais de pico de torque, trabalho total, potência e relação isquiotibiais/quadríceps extraídas do teste isocinético. Objetivos: o objetivo deste estudo é comparar o desempenho isocinético dos músculos extensores e flexores do joelho entre os lados dominante e não dominante e entre as diferentes posições em campo de jogadores amadores de futebol, considerando as variáveis tradicionais e adicionais. Metodologia: Cinquenta e cinco atletas realizaram contrações isocinéticas concêntricas máximas do joelho no lado dominante (LD) e não dominante (LND) a 60º/s e 240º/s. Foram consideradas as posições: goleiros, defensores, meio-campistas e atacantes. Resultados: Comparações entre membros por posições mostraram que extensores do lado dominante dos goleiros apresentaram maior potência (p valor = 0,009) e os flexores do lado dominante dos atacantes possuem maior trabalho total (p valor = 0,046) e potência (p valor = 0,006) a 60°/s. Enquanto os flexores do lado dominante dos defensores (p = 0,042) e meio-campistas (p = 0,003) apresentaram tempo de aceleração maior a 240°/s. Conclusão: jogadores de futebol amador apresentam desequilíbrios musculares entre os lados mas não entre as posições em campo. Palavras-chave: futebol; atletas; assimetria; força muscular 11 ABSTRACT Introduction: Muscle imbalance in soccer players is considered a risk factor for injuries. In order to better elucidate the muscle performance analysis, the additional variables of peak torque angle, acceleration time and time to peak torque, and traditional peak torque, total work, power and extracted hamstring/quadriceps ratio were used. of the isokinetic test. Objectives: The aim of this study is to compare the isokinetic performance of the knee extensor and flexor muscles between the dominant and non-dominant sides and between different positions on the field of amateur soccer players, considering traditional and additional variables. Methodology: Fifty-five athletes performed maximal isokinetic concentric knee contractions on the dominant (LD) and non-dominant (LND) side at 60º/s and 240º/s. The positions were considered: goalkeepers, defenders, midfielders and attackers. Results: Comparisons between limbs by positions showed that goalkeepers' dominant side extensors had greater power (p value = 0.009) and attackers' dominant side flexors had greater total work (p value = 0.046) and power (p value = 0.006). at 60°/s. While the flexors on the dominant side of defenders (p = 0.042) and midfielders (p = 0.003) showed greater acceleration time at 240°/s. Conclusion: amateur soccer players have muscle imbalances between sides but not between positions on the field. Keywords: soccer; athletes; asymmetry; muscle strength 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 13 2. MÉTODOS 14 2.1 Desenho do estudo e recrutamento de voluntários 15 2.2 Aspectos éticos 15 2.3 Critérios de elegibilidade 15 2.4 Procedimentos experimentais 15 2.5 Desempenho isocinético 16 2.6 Análise estatística 17 3. RESULTADOS 18 4. DISCUSSÃO 22 5. CONCLUSÃO 24 6. REFERÊNCIAS 25 13 1. INTRODUÇÃO O futebol é considerado o esporte mais popular do mundo. Possui uma história centenária e atualmente conta com mais de 500 milhões de participantes ativos, sendo 300 milhões deles associados a algum clube de futebol (MILANOVIC et al, 2015). Em 2019, o país possuía registrados no sistema da Confederação Brasileira de Futebol, 360.291 atletas, sendo os amadores responsáveis por 75% deste número, enquanto os profissionais representavam 25% do total (CBF, 2019). Portanto, desenvolver estratégias específicas de prevenção e tratamentopara o público amador é de fundamental relevância, já que essa modalidade é bastante numerosa, além de ter crescido e se organizado cada vez mais nos últimos anos. A prática do futebol exige a repetição constantes de movimentos de giro, salto, aterrissagem, mudanças de direção, aceleração e desaceleração, associados a ações predominantemente unilaterais, como o chute e o passe, predispondo o surgimento de adaptações assimétricas e desequilíbrios da força muscular (FOUSEKIS et al., 2010). Além disso, a assimetria muscular entre o lado dominante (LD) e não-dominante (LND) tem sido apontada como fator de risco para lesão em atletas de futebol (HÄGGLUND et al.,2013; LEHANCE et al.,2009; RAHNAMA et al.,2005). Essas diferenças estão associadas ao risco de lesões quando os índices comparativos são superiores a 10-15% de assimetrias entre os membros (GARCIA-GARCIA et al., 2022). Vários métodos são propostos para identificar assimetrias musculares, sendo a dinamometria isocinética o padrão-ouro (CROISIER et al.,2008; FOUSEKIS et al.,2011). Tradicionalmente, a avaliação e a reabilitação musculoesquelética de jogadores de futebol utilizam variáveis extraídas do isocinético relacionadas à força muscular, como pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência (P) e relação de torque entre os isquiotibiais/quadríceps (I/Q) (BOGDANIS & KALAPOTHARAKOS, 2016; CARVALHAIS et al., 2013; ŚLIWOWSKI et al., 2017; RUAS et al.,2015). Porém, estudos prévios sugerem que as avaliações de desequilíbrios musculares não se limitem à força (COZETTE et al., 2019; SCHULUMBERGER et al.,2006). Portanto, surge a necessidade de se analisar parâmetros adicionais a fim de agregar informações úteis para avaliação, prevenção e tratamento de lesões. Os parâmetros adicionais escolhidos para nossa análise foram o ângulo de pico de torque (AngPT), um marcador da relação comprimento-tensão, e as variáveis relacionadas ao tempo de reação muscular que são tempo de aceleração (TAC) e o tempo até o pico de torque (TPT). 14 O AngPT fornece o ângulo do torque máximo dentro da amplitude articular (COUTO et al., 2018). Foi postulado que o exercício permite às fibras musculares operar em comprimentos mais longos, aumentando sua amplitude de trabalho e evitando a região de instabilidade de comprimento do sarcômero. Assim, um maior AngPT tem sido sugerido como um indicador de proteção muscular (BROCKETT et al., 2001; TIMMINS et al., 2016). O TAC é definido como o tempo necessário para acelerar até uma velocidade predefinida do dinamômetro. O TPT representa o tempo, em segundos, necessário para atingir o pico de torque. Além disso, na execução de movimentos bruscos, há a necessidade de uma contração rápida para estabilizar as articulações (SCATTONE et al., 2012; VAN CINGEL et al., 2006). Logo, as variáveis de tempo de reação muscular são elementos importantes para proteção contra lesões . Somado a isso, estudos anteriores compararam o PT dos músculos extensores e flexores do joelho dos jogadores em cada posição do campo, com o objetivo de utilizar o teste isocinético como base para uma prescrição específica de exercícios para cada área (SILVA et al., 2018; ŚLIWOWSKI et al., 2017). Um outro estudo (MACIEL et al, 2020) utilizou os parâmetros tradicionais e adicionais (AngPT, TAC, TPT) para comparar o desempenho isocinético de jogadores profissionais e identificou desequilíbrios musculares em diferentes posições em campo. Até onde se sabe, apenas um estudo verificou as variáveis tradicionais e adicionais no isocinético (MACIEL et al, 2020), no entanto, em jogadores de elite. É proposto que a especialização na periodização dos treinamentos é um elemento essencial para a preparação de atletas de futebol, porém, há um déficit nesse quesito em relação aos jogadores amadores (SLIMANI et al., 2019). Logo, avaliar o desempenho muscular em um nível competitivo desigual pode agregar conhecimentos úteis para uma prescrição específica de treinamento. Assim, este estudo teve por objetivo comparar o desempenho isocinético dos músculos extensores e flexores do joelho entre os lados dominante e não dominante e entre as diferentes posições em campo de jogadores amadores de futebol, considerando as variáveis tradicionais (PT, TT, P e I/Q) e adicionais (AngPT, TAC e TPT). 2. MÉTODOS 2.1 Desenho do estudo e recrutamento de voluntários Trata-se de um estudo transversal realizado no Laboratório de Análise do Desempenho Neuromuscular do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do 15 Rio Grande do Norte (UFRN). As coletas foram realizadas de fevereiro a novembro de 2022 com jogadores amadores de futebol. Os voluntários foram recrutados por divulgação de folders pelas redes sociais. Para aumentar a adesão, os voluntários receberam mensagens por WhatsApp ou por ligações telefônicas para lembrá-los de comparecer aos dias de coleta. 2.2 Aspectos éticos A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da UFRN com número de registro: 32025220.80000.5537. Os voluntários assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (de acordo com Resolução 466/12 do conselho nacional de saúde) antes do início da coleta de dados. 2.3 Critérios de elegibilidade Participaram do estudo 55 voluntários (Fig. 1) jogadores de futebol amador da região metropolitana de Natal/RN, com idade entre 18 e 35 anos que realizassem treinamento de força para MI regularmente e que treinassem futebol pelo menos 3 vezes na semana. Não foram incluídos: sujeitos com índice de massa corporal (IMC) menor que 18,5 kg/m-2 e maior que 30 kg/m-2; com lesão musculoesquelética em MMII num período de três meses antes dos testes que os impossibilitassem de realizar as avaliações; com cirurgias em membros inferiores num período de seis meses antes dos testes; com doenças metabólicas descontroladas; com condição reumatológica inflamatória ou doença cardiovascular e/ou pulmonar grave que os impeça de realizar a avaliação e os testes propostos. Os critérios de exclusão adotados foram: faltar ao dia de coleta; a qualquer momento e por qualquer motivo manifestar vontade de sair do estudo ou apresentar algum problema de saúde que os impeça de continuar participando da pesquisa. 2.4 Procedimentos experimentais Os voluntários responderam a uma ficha de avaliação com dados antropométricos e pessoais, frequência e duração da prática do futebol, histórico de lesões e doenças, posicionamento em campo e lado dominante. Os voluntários receberam a orientação para manterem suas dietas comuns e não ingerirem bebidas alcoólicas ou realizarem atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste isocinético. 16 Depois, os voluntários fizeram um aquecimento com corrida por 5 min, seguido pelo teste de desempenho isocinético nas velocidades de 60°/s e 240°/s (Fig. 2). 2.5 Desempenho isocinético Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação de desempenho muscular por meio de um dinamômetro isocinético (Biodex Multi-Joint System 4, Biodex Biomecal System Inc, New York, USA). Os sujeitos foram posicionados na cadeira do dinamômetro, seguindo as recomendações do manual de padronização fornecido pelo fabricante do equipamento com eixo de rotação do dinamômetro alinhado com o epicôndilo lateral do fêmur e estabilizados com cintos fixados ao redor do tórax, quadril e coxa do membro avaliado a fim de impedir compensações. Os participantes realizaram três ações submáximas concêntricas de extensão e flexão do joelho no dinamômetro nas mesmas velocidades utilizadas nos testes para familiarizar-se com o equipamento e para reduzir quaisquer efeitos de aprendizagem. Após a familiarização, o teste isocinético foi iniciado no membro não dominante seguido pelo membro dominante com um intervalo de pelo menos 5 minutos entre os membros. Foram realizados o teste em ambos os membros na velocidade angular de 60º/s (uma série de cinco repetições) para analisar as variáveis tradicionais (PT, TT, Potência e relação I/Q) e variáveisadicionais (angPT, TAC e TPT). Após 1 minuto de descanso, outro teste foi realizado na velocidade angular de 240°/s (uma série de 30 repetições) para analisar apenas as variáveis adicionais (Maciel et al, 2020). Durante as contrações máximas, os jogadores receberam incentivos visuais (do monitor do computador) e verbal dos avaliadores para que eles realizassem as contrações com a maior força e velocidade que conseguissem. (ALEXANDRE et al., 2009). 17 Figura 1. Fluxograma do estudo Figura 2. Desenho do estudo 2.6 Análise estatística A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Os dados quantitativos foram apresentados em média e desvio padrão para os dados normais e em mediana e intervalo interquartílico para os dados não normais. Por sua vez, os dados categóricos foram descritos em frequência absoluta e relativa. O teste Anova mista com medidas repetidas foi usado para comparar as diferenças de desempenho das variáveis do isocinético em relação aos lados dominante e não-dominante e em relação às posições de campo (Defensores, Meio-Campistas, Atacantes, Goleiros). Foi realizado o post-Hoc de GT2 de Hochberg para analisar as diferenças entre as posições de campo. Para as variáveis adicionais nos teste para flexores de joelho a 240°/ (variáveis sem homogeneidade e sem 18 distribuição normal), foi realizado o teste de Wilcoxon para as comparações entre os membros. Em seguida, foi realizado um delta (Δ= VariávelLD- VariávelLND) para verificar a diferença numérica entre os membros em todos os desfechos, e, depois, foi calculada a porcentagem representativa dessa diferença. O nível de significância estatística adotado foi de p<0,05. As análises foram realizadas no software SPSS® (versão 22.0, IBM, New York). 3. RESULTADOS As características de linha de base dos participantes (idade, altura, peso, lado dominante, frequência de atividade física (AF) e presença de lesão, posição em campo) demonstraram que não houve diferença significativa entre os grupos (tabela 1). Quanto aos resultados do teste isocinético para variáveis tradicionais dos extensores e flexores de joelho a 60°/s (tabela 2), nossos achados apontam para assimetria látero-lateral em relação à potência dos extensores do joelho dos goleiros tendo o LD dos goleiros maiores valores nos extensores de joelho comparando com o LND (p valor = 0,009), além de obter uma diferença clínica relevante de 16,09%. Também foi identificada superioridade do LD na comparação lado a lado no trabalho total (p valor = 0,046) e potência (p = 0,006) dos flexores dos atacantes, com diferença clinicamente relevante somente para potência (10,40%). As demais variáveis não possuíram diferenças estatísticas significantes na comparação lado-lado. Ao comparar as variáveis entre os lados, sem considerar as posições, não houve diferenças estatísticas para nenhuma das variáveis adicionais ou tradicionais a 60°/s. Em relação às comparações entre lado x posições em geral a 60°/s, houve apenas diferença para a variável potência (p= 0,030). E por último, analisando as variáveis somente por posição em campo, não houve diferença estatística entre nenhuma das posições. Já para as variáveis adicionais a 60°/s (tabela 2), os flexores do LD dos defensores (p = 0,042; diferença: 5,71 (17,38%) e meio-campistas (p valor = 0,003; diferença = 26,01%) apresentaram TAC maior em relação ao LND, com diferença estatística e clinicamente relevante. As demais variáveis não possuíram diferenças estatísticas relevantes. Contudo, houve somente diferença clínica para as variáveis TAC (diferença=16%) e TPT (diferença=13,10%) de goleiros. Sobre as comparações das variáveis entre os lados de flexores a 60°/s, não levando em conta as posições, houve diferenças estatísticas para potência (p=0,048) e para TAC (p=0,001). Em relação às comparações entre lado x posições em geral, houve apenas diferença para a variável potência (p=0,033). E por último, analisando as variáveis somente 19 por cada posição em campo, não houve diferença estatística entre nenhuma das posições. Acerca dos resultados a 240°/s entre cada posição em campo e os lados, temos: O TAC dos extensores do LD dos meio-campistas foi superior ao LND (p valor =0,034*; diferença= 16,66%). Para as demais variáveis, não houve diferença estatisticamente significativa. Em relação às comparações entre lado x posições em geral, não houve diferença estatisticamente significativa para nenhuma variável. E por último, analisando as variáveis por cada posição em campo, não houve diferença estatística entre nenhuma das posições. Tabela 1. Caracterização da amostra por posição de campo Variáveis Defensores (n=15) Meio de campo (n=16) Atacantes (n=16) Goleiros (n=8) Idade (anos) 21,93±2,54 22,25±3,39 23,50±5,59 21,75±2,54 Altura (m) 1,80 ±0,05 1,73±0,04 1,77±0,07 1,77±0,06 Peso (Kg) 78,6±10,04 70,68±7,21 78,83±12,60 79,75±11,01 Lado dominante Direito Esquerdo 11 (73,3%) 4 (26,7%) 14 (87,5%) 2 (12,5%) 15 (93,8%) 1 (6,2%) 5 (62,5%) 3 (37,5%) Frequência de AF 3 vezes Mais de 3 vezes 5 (33,3%) 10 (66,7%) 1 (6,3%) 15 (93,8%) 2 (12,5%) 14 (87,5%) 0 (0%) 8 (100%) Histórico de lesões Não Sim 8(53,3%) 7(46,7%) 10 (62,5%) 6 (37,5%) 10 (62,5%) 6 (37,5%) 6 (75%) 2 (25%) As variáveis quantitativas foram descritas em média com desvio padrão. Já as variáveis categóricas foram descritas em frequência absoluta e relativa (porcentagem). Legenda: AF: Atividade física; n=número amostral 20 Tabela 2. Média e desvio padrão das variáveis tradicionais e adicionais do isocinético a 60°/s. Variáveis tradicionais Extensor Flexor Variáveis LD LND P valor Diferença (%) LD LND P valor Diferença (%) Defensores PT Trabalho total Potência Relação I/Q 233,92 ±36,7 950,37 ±191,10 154,36 ±30,04 56,80±11,03 229,90 ± 53,12 969,27 ±242,46 156,00 ±34,21 58,98±16,91 0,66 0,69 0,82 0,36 4,02 (1,71%) 18,9 (1,98%) 1,64 (1,06%) 2,18 (3,83%) 132,95 ±35,37 643,62 ±191,19 99,25 ±26,97 - 130,23 ±27,55 610,47 ±230,23 97,95 ±23,34 - 0,52 0,28 0,72 - 2,72 (2,04%) 33,15 (5,15%) 1,33 (1,34%) - Meio-campistas PT Trabalho total Potência Relação I/Q 221,13 ±36,50 891,85 ±199,37 144,29 ±32,25 54,40±7,78 234,18 ±38,26 894,79 ±161,51 154,78 ±26,81 50,53±9,19 0,13 0,94 0,13 0,08 13,05 (5,9%) 2,94 (0,32%) 10,49 (7,27%) 3,87 (7,11%) 120,19 ±24,62 582,38 ±150,31 83,72 ±22,73 - 121,02 ±21,39 585, 83± 142,24 87,71 ±18,99 - 0,83 0,90 0,25 - 0,83 (0,69%) 3,45 (0,59%) 3,99 (4,80%) - Atacantes PT Trabalho total Potência Relação I/Q 232,26 ±41,33 976,84 ±173,0 160,16 ±31,68 55,61±6,93 234,92 ±36,89 935,01±160,26 161,06 ±40,31 52,78±7,25 0,76 0,36 0,90 0,22 2,66 (1,14%) 41,83(4,28%) 0,9 (0,56%) 2,83 (5,08%) 128,97 ±27,47 642,60 ±156,73 98,94 ±20,35 - 123,35 ± 22,07 581,45 ±113,97 88,65 ±19,38 - 0,18 0,046* 0,006* - 5,62 (4,35%) 61,15 (9,51%) 10,29 (10,40%) - Goleiros PT Trabalho total Potência Relação I/Q 253,31 ±42,63 1035,62 ±210,03 166,71 ±33,13 47,78±6,42 229,37 ±31,10 923,05 ±181,54 139,87 ±31,45 49,0±6,07 0,055 0,079 0,009* 0,70 23,97 (9,46%) 112,57 (10,86%) 26,84 (16,09%)# 1,22 (2,55%) 120,18 ±20,86 598,28 ±134,64 92,11 ±20,13 - 112,79 ±23,08 575,77 ±115,21 83,62 ±19,38 - 0,16 0,58 0,09 - 7,39 (5,76%) 22,51 (3,76%) 8,49 (9,21%) - Variáveis adicionais Extensor Flexor Posição Variáveis LD LND P valor Diferença (%) LD LND P valor Diferença (%) Defensores angPT TAC TPT 66,85±5,31 21,42±10,99 336,42±80,72 67,21±8,87 25,0±10,19 339,28±107,16 0,84 0,29 0,91 0,36 (0,53%) 3,58 (16,71%)* 2,86 (0,85%) 44,78 ±11,03 32,85 ±9,94 499,28 ±161,12 43,64 ±13,03 27,14 ±8,25 496,42 ±185,66 0,72 0,042* 0,95 1,14 (2,54%) 5,71 (17,38%)* 2,86 (0,57%) 21 Meio-campistas angPT TAC TPT 67,43±4,22 23,75±9,57 338,40±56,24 68,93±6,34 24,37±8,13 317,5±88,95 0,36 0,84 0,4 1,5 (2,22%) 0,62 (2,61%) 20,9 (6,17%) 38,56 ±9,20 31,25 ±11,47 420,00 ±145,28 39,31 ±8,53 23,12 ±7,04 379,37 ±159,43 0,80 0,003* 0,38 0,75 (1,94%) 8,13 (26,01%)* 40,63 (9,67%) Atacantes angPT TACTPT 66,33±4,86 28,66±9,90 347,36±77,94 67,2±5,50 25,33±11,87 348,66±98,98 0,61 0,31 0,96 0,87 (1,31%) 3,33 (1,61%) 1,3 (0,37%) 42,26 ±13,54 28,00 ±10,82 449,33 ±184,75 43,78 ±12,31 26,66 ±8,16 447,33 ±168,71 0,62 0,61 0,96 1,52 (3,59%) 1,34 (4,78%) 2 (0,44%) Goleiros angPT TAC TPT 65,0±4,69 28,75±13,56 385,00±59,76 68,87±6,51 28,75±9,91 328,75±55,14 0,10 1,0 0,11 3,87 (5,95%) 0 (0%) 56,25 (14,61%)* 41,00 ±9,27 31,25 ±15,57 467,50 ±132,53 39,50 ±10,25 26,25 ±10,60 406,25 ±130,59 0,72 0,17 0,35 1,5 (3,65%) 5 (16%)* 61,25 (13,10%)* *valores estatisticamente significantes (p<0,05); # valores clinicamente relevantes (diferenças entre os lados >10%). Legenda. LD: lado dominante; LDN: lado não-dominante; PT: pico de torque; relação I/Q: relação isquiotibiais/quadríceps; angPT: ângulo de pico de torque; TAC: tempo de aceleração; TPT: tempo para pico de torque Tabela 3. Média e desvio padrão das variáveis adicionais do isocinético a 240°/ posição em campo Extensor Flexor LD LND P valor Diferença (%) LD LND P valor Diferença (%) Defensores angPT TAC TPT 62,42±6,96 44,28±10,16 125,0±30,0 64,57±3,36 45,0±9,40 137,14±77,20 0,28 0,86 0,41 2,15 (3,44%) 0,72 (1,62%) 12,14 (9,71%) 77 (76,5-78) 90 (60-110) 355 (335-370) 77 (76-78) 90 (70-90) 350 (330-370) 0,47 0,93 0,72 0 (0%) 0 (0%) 5 (1,40%) Meio-campistas angPT TAC TPT 62,75±5,07 46,87±8,73 128,75±21,87 65,5±3,81 38,12±9,10 108,75±13,10 0,14 0,034* 0,15 2,75 (4,38%) 8,75 (18,66%)* 20 (15,53%) 77 (45,5-78) 80 (72,5-100) 335 (190-360) 76,5 (33,75-78) 80(70-87,5) 320 (160-350) 0,23 0,11 0,059 0,5 (0,64%) 0 (0%) 15 (4,47%) Atacantes angPT TAC TPT 62,53±5,13 48,66±11,87 125,33±22,63 64,8±5,28 48,66±16,84 139,33±65,95 0,23 1,0 0,32 2,27 (3,63%) 0 (0%) 14 (11,17%)* 78 (40,7-78) 70 (70-97,5) 340 (165-350) 77 (77-78) 70 (60-90) 340 (140-350) 0,42 0,17 0,87 1 (1,28%) 0 (0%) 0 (0%) Goleiros angPT TAC TPT 59,62 50,0±15,11 140,0±22,03 64,5±2,32 51,25±6,4 123,75±13,02 0,066 0,82 0,40 4,88 (8,18%) 1,25 (2,5%) 16,25 (11,6%)* 77(77-78) 80 (70-90) 345 (330-357,5) 78 (77-78,5) 80 (80-97,5) 350 (342,5-365) 0,94 0,66 0,75 1 (1,29%) 0 (0%) 5 (1,44) *valores estatisticamente significantes (p<0,05); # valores clinicamente relevantes (diferenças entre os lados >10%). Dados com distribuição normal foram descritos com média e desvio padrão, já dados com distribuição não normal, foram descritos em mediana e intervalo interquartílico. Legenda. LD: lado dominante; LDN: lado não-dominante; PT: pico de torque; relação I/Q: relação isquiotibiais/quadríceps; angPT: ângulo de pico de torque; TAC: tempo de aceleração; TPT: tempo para pico de torque. 22 4. DISCUSSÃO O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho isocinético dos músculos extensores e flexores do joelho entre os lados dominante e não dominante e entre as diferentes posições em campo de jogadores amadores de futebol, considerando as variáveis tradicionais (PT, TT, P e I/Q) e adicionais (AngPT, TAC e TPT) Quanto às comparações lado-lado, para as variáveis tradicionais a 60°/s, nossa investigação identificou valores assimétricos, com LD apresentando maiores valores em relação ao LND para potência dos extensores de joelho dos goleiros e no trabalho total e potência dos flexores dos atacantes. Portanto, esses achados estão em consonância com estudos anteriores, onde identificaram desequilíbrio muscular entre os membros e as posições de campo, estando de acordo com resultados de estudos anteriores (ŚLIWOWSKI et al., 2020). Não obstante, contestam a ideia de que LND apresenta índices superiores ao LD para jogadores de futebol (BRASILEIRO et al., 2018). Com base nisso, é possível que questões metodológicas, como tamanho da amostra e protocolo dos testes isocinéticos empregados nesses estudos, expliquem os resultados contraditórios. Quanto às variáveis adicionais a 60°/s na comparação lado-lado, curiosamente, nossos resultados demonstram que o LND alcançou menor tempo de reação (TAC inferior) nos flexores de joelho dos defensores e meio-campistas e extensores do joelho a 240°/s dos meio-campistas. Estes achados se contrapõem a um estudo anterior (MACIEL et al, 2020) onde a TAC dos extensores do LD apresentou menor tempo de reação em comparação ao LND. Deve-se considerar o LD como aquele predominante nas ações essenciais do futebol, como passes e chutes, e esses movimentos exigem uma contração concêntrica explosiva dos extensores do joelho (DÖRGE et al., 2002), o que poderia sugerir um TAC do LD inferior. Assim, estas afirmações estão em aparente dicotomia com os achados deste estudo, visto que os índices de tempo de reação foram inferiores no LND. Uma possível explicação para mitigar esse dilema, seria observar o perfil da nossa amostra. Um estudo prévio (SLIMANI et al., 2019) aponta a necessidade de especificidade na periodização dos treinamentos de acordo com as demandas das funções dos atletas, porém, há um aparente déficit de especialização para atletas amadores. Somado a isso, é sugerido que uma alta exposição a um treinamento técnico e tático variado pode propiciar uma base física para as capacidades específicas exigidas na prática futebolística (LLOYD et al., 2012; FRANSEN et al.,2012; WORMHOUDT et al.,2017). Logo, é possível inferir que os treinamentos físicos 23 generalistas, ou não específicos, calendários esportivos heterogêneos e um nível competitivo desigual seriam a fundamentação para os achados diferentes nas variáveis adicionais entre atletas amadores e de elite. Os mesmos argumentos podem justificar a ausência de assimetrias entre as posições. É sugerida a necessidade de uma contração rápida dos músculos durante os movimentos de maior velocidade a fim de estabilizar a articulação e que o atraso nesse recrutamento neuromuscular causaria maior suscetibilidade a lesões (VAN CINGEL et al., 2006). Um estudo prévio aponta que o menor tempo de reação muscular desempenha um papel importante na prevenção de lesões musculoesqueléticas na articulação do joelho (JOHNSON et al., 2018). Uma vez que nossos achados identificaram assimetrias clinicamente importantes na comparação lado-a-lado, nosso estudo pode servir de base para a orientação de treinamentos específicos que visem a correção das diferenças musculares dos goleiros e atacantes, como reduzir o tempo de aceleração do LD dos meio-campistas, como uma estratégia preventiva. Este estudo apresenta limitações. Devemos considerar que a maioria dos movimentos realizados no futebol ultrapassam 240°/s, sugerimos que estudos futuros apliquem velocidades maiores para avaliar as variáveis adicionais, como 300°/s ou mais. Somando-se ao já exposto, uma das limitações do nosso protocolo de teste isocinético foi não reproduzir os movimentos funcionais no futebol, pois não considerou a desaceleração realizada pelo torque excêntrico dos isquiotibiais (AAGARD et al, 2018; RUAS et al 2019). Esta afirmação é baseada em um estudo prévio (OSTERNING et al, 1986) onde identificou que os isquiotibiais obtiveram muito mais atividade excêntrica em comparação ao quadríceps para fins de desaceleração do membro em ambas as populações, indicando que o componente excêntrico dos isquiotibiais (isto é, tensão muscular) deve ser considerado ao avaliar os torques isocinéticos do quadríceps. Portanto, é sugerido que estudos futuros avaliem a ação excêntrica dos isquiotibiais. Como aspectos relevantes, a junção das variáveis tradicionais com as variáveis adicionais podem servir de base fundamental para prescrição de treinamento, reabilitação e prevenção de lesões. O ponto auge desse estudo é, até onde sabemos, nenhum outro estudo avaliou as variáveis isocinéticas adicionais em jogadores de futebol amador. 24 5. CONCLUSÃO Em suma, o presente estudo mostrou que jogadores de futebol amador apresentam desequilíbrios musculares entre os lados mas não entre as posições em campo. Por fim, as variáveis adicionais podem ser úteis na análise do perfil neuromuscular e prescrição de treinamentode atletas amadores de futebol. Sugerimos que estudos futuros utilizem protocolos com maior velocidade e avaliação da ação excêntrica dos isquiotibiais. 25 6. REFERÊNCIAS AAGAARD, P. et al. A New Concept For Isokinetic Hamstring: Quadriceps Muscle Strength Ratio. The American Journal of Sports Medicine, v. 26, n. 2, p. 231–237, mar. 1998. ALEXANDRE, P. F. et al. ANÁLISE COMPARATIVA DO DESEMPENHO MUSCULAR ISOCINÉTICO ENTRE JOGADORES DE FUTEBOL E FUTSAL. Educação Física em Revista, v. 3, n. 2, 2016. BOGDANIS, G.; KALAPOTHARAKOS, V. Knee Extension Strength and Hamstrings-to-Quadriceps Imbalances in Elite Soccer Players. International Journal of Sports Medicine, v. 37, n. 02, p. 119–124, 28 out. 2015. BRASILEIRO, J. S. et al. TORQUE, POWER AND FATIGUE RATIO IN KNEE FLEXORS AND EXTENSORS OF SOCCER PLAYERS. 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