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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE FARMÁCIA ELIONARA FÉLIX DE MOURA AUTOMEDICAÇÃO Os riscos que essa prática causa a saúde e a importância do farmacêutico na atenção farmacêutica Natal/RN 2022 ELIONARA FÉLIX DE MOURA AUTOMEDICAÇÃO Os riscos que essa prática causa a saúde e a importância do farmacêutico na atenção farmacêutica Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Farmácia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção de grau de Bacharel em Farmácia. Orientador: Prof. Me. Júlio César Mendes e Silva Natal/RN 2022 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS Moura, Elionara Félix de. Automedicação: os riscos que essa prática causa a saúde e a importância do farmacêutico na atenção farmacêutica / Elionara Félix de Moura. - 2022. 38f.: il. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Farmácia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2022. Orientador: Júlio César Mendes e Silva. 1. Automedicação - TCC. 2. Atenção farmacêutica - TCC. 3. Intoxicação - TCC. 4. Uso racional de medicamentos - TCC. 5. Reações adversas - TCC. I. Título. RN/UF/BS-CCS CDU 615.03 Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 ELIONARA FÉLIX DE MOURA AUTOMEDICAÇÃO Os riscos que essa prática causa a saúde e a importância do farmacêutico na atenção farmacêutica Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Farmácia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para a obtenção de grau de Bacharel em Farmácia. Orientador: Prof. Me. Júlio César Mendes e Silva Data de aprovação: 28/06/2022 Banca examinadora: Drº. Marco Vinícius Monteiro Navarro Universidade Federal do Rio Grande do Norte ______________________________________________ Me. Idivaldo Antonio Micali Universidade Federal do Rio Grande do Norte Me. Júlio César Mendes e Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte Dedico este trabalho aos meus pais, Elizama e Manoel, pois é graças aos seus esforços que hoje posso concluir o meu curso. À minha mãe que lutou dia após dia para que eu concluísse minha graduação. Aos meus irmãos (ãs), sobrinhos (as), pelo carinho e apoio durante esta jornada. A minha companheira e Yago, cuja presença foi essencial para a conclusão deste trabalho. Grata pela compreensão com as minhas horas de ausências. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, ser grata a Deus, não só pelos fatos positivos, mas a tudo que se faz presente em minha vida. Com o coração grato e feliz, mesmo atravessando inúmeros obstáculos, encontro apenas razões para agradecer a Ele. Aos meus pais, Elizama, minha maior mestra e Manoel, me faltam palavras para agradecer tudo que fizeram e fazem por mim. Com humildade e honestidade fizeram-me melhor. Sem vocês eu nada seria, minha gratidão e amor serão eternos. Aos meus irmãos (ãs) e sobrinhos (as), obrigada pelo amor, carinho, amizade e atenção dedicada quando sempre precisei. Pois sempre se fizeram presentes e acreditaram em mim. Agradeço à minha companheira, Tatiane e ao meu enteado Yago, por compreenderem as várias horas em que estive ausente por causa do desenvolvimento deste trabalho, minha eterna gratidão. Obrigada pelas palavras de encorajamento nos momentos de desânimo e cansaço. Ao meu orientador, Júlio Mendes, que apesar da intensa rotina de sua vida acadêmica aceitou me orientar neste trabalho. Obrigada pela atenção dispensada que se tornou essencial para que a pesquisa fosse concluída. À minha querida banca, por aceitar e me orientar nesse momento tão importante. À Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por ter me concedido a oportunidade de um estudo de excelência. E a todos que de uma forma ou outra me ajudaram a concluir uma etapa da minha vida. Obrigada! AUTOMEDICAÇÃO Os riscos que essa prática causa a saúde e a importância do farmacêutico na atenção farmacêutica Elionara Félix de Moura1 Júlio César Mendes e Silva2 Resumo Introdução: A automedicação é uma prática bastante comum não apenas no Brasil, mas também em outros países. Caracteriza-se na utilização de medicamentos sem prescrição, orientação ou acompanhamento médico ou dentista, podendo assim ocasionar danos muito graves a saúde. Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo identificar os principais fármacos utilizados, os fatores que contribuem para essa prática, os riscos que causa a saúde e destacar a importância do farmacêutico na orientação do uso racional de medicamentos e na atenção farmacêutica. Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. As bases de dados utilizadas para compor esta pesquisa foram: o Google acadêmicos, Scielo, Pubmed, Lilacs e Revista Científica do Ministério da Saúde. Resultados: Observou-se que há maior predominância da automedicação na população do gênero feminino, de idade até 40 anos e de alto grau de escolaridade. A classe de medicamentos mais utilizadas foram: os analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios e antibióticos, entre os fármacos mais usados estão a dipirona, paracetamol, ácido acetilsalicílico, diclofenaco e amoxicilina. Com relação aos sintomas e fatores que contribuem para a automedicação destacam-se cefaleia, mialgia e resfriados. Entre os principais fatores destacam-se o fato de já possuírem experiência com o medicamento, falta de tempo para ir a uma consulta e indicação de familiares e amigos. Os riscos da automedicação para o indivíduo são o mascaramento de doenças, reações de hipersensibilidade, sangramentos digestivos, intoxicações e em casos extremos pode levar ao óbito. Conclusão: Conclui-se que a automedicação não é só um problema de saúde pública, mas também de hábitos culturais de tomarem medicamentos sem passar antes por uma consulta com um profissional da saúde capacitado. Contudo destacamos a importância do farmacêutico, sendo ele um conhecedor técnico-cientifico do assunto é imprescindível orientar a população sobre a automedicação, alertando sobre os riscos e assim minimizando e reparando os danos que essa prática pode causar. 1Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2Orientador, Me. Farmácia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Palavras-chaves: Automedicação, Atenção farmacêutica, Intoxicação, Uso racional de medicamento, Reações adversas. AUTOMEDICATION The risks that this practice causes to health and the importance of the pharmacist in pharmaceutical care Abstract Introduction: Self-medication is a very common practice not only in Brazil, but also in other countries. It is characterized by the use of medicines without prescription, guidance or medical or dental monitoring, and can thus cause very serious damage to health. Objectives: The present work aims to identify the main drugs used, the factors that contribute to this practice, the risks it causes to health and highlight the importance of the pharmacist in guiding the rational use of drugs and pharmaceutical care. Methodology: This study is a literature review. The databases used to compose this research were: Google academics, Scielo, Pubmed, Lilacs and scientific journal of the ministry of health. Results: It was observed that thereis a greater predominance of self-medication in the female population, aged up to 40 years and with a high level of education. The most used class of drugs were: analgesics, antipyretics, anti-inflammatories and antibiotics, among the most used drugs are dipyrone, paracetamol, acetylsalicylic acid, diclofenac and amoxicillin. Regarding the symptoms and factors that contribute to self-medication, headache, myalgia and colds stand out. Among the main factors are the fact that they already have experience with the drug, lack of time to go to an appointment and indication of family and friends. The risks of self-medication for the individual are the masking of diseases, hypersensitivity reactions, digestive bleeding, intoxication and in extreme cases it can lead to death. Conclusion: It is concluded that self- medication is not only a public health problem, but also a cultural habit of taking medication without going through a consultation with a trained health professional. However, we emphasize the importance of the pharmacist, as he is a technical-scientific expert on the subject, it is essential to guide the population on self-medication, warning about the risks and thus minimizing and repairing the damage that this practice can cause. Keywords: Self-medication, Pharmaceutical care, Intoxication, Rational use of medication, Adverse reaction LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Classes farmacológicas mais utilizadas -----------------------------------------17 FIGURA 2- Sintomas ou motivos que levam a prática da automedicação------------ 20 FIGURA 3- Principais fatores que contribuem para à automedicação ------------------22 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Prevalência da automedicação quanto ao gênero e faixa etária de idade. (N=1000) ------------------------------------------------------------------------------------------ 14 TABELA 2: Prevalência da Automedicação quanto ao grau de escolaridade. (N=184) -------------------------------------------------------------------------------------------- 16 LISTA DE ABREVIATURAS Abifarma – Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas AF – Assistência Farmacêutica AINE’s – Anti-inflamatórios não esteroidais Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CFF – Conselho Federal de Farmácia Conass – Conselho Nacional de Secretários de Saúde MIP’s – Medicamentos Isentos de Prescrição OMS – Organização Mundial de Saúde RABM – Revista de Associação Médica Brasileira SARS- CoV-2 – Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus-2 Sinitox – Sistema Nacional de Informações Tóxico- farmacológico SUS – Sistema Único de Saúde Sumário 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 2.1. Objetivo Geral ................................................................................................. 13 2.2. Objetivos Específicos .................................................................................... 13 3. METODOLOGIA ................................................................................................... 13 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 14 5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 27 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 10 1. INTRODUÇÃO A automedicação no Brasil teve origem no período colonial, em plena colonização portuguesa. Na época, a saúde ficava nas mãos dos boticários, que prescreviam receitas sem embasamento científico para a população (Nunes GM., 2015). Dois séculos depois, muitos brasileiros se dirigem diretamente às farmácias para solucionar problemas de saúde, como dores de cabeça e crises de hipertensão arterial. Porém, longe de ser apenas uma prática cultural, a automedicação é responsável pela morte de 20 mil pessoas por ano no país, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). (CORREIO BRAZILIENSE, 2010) No contexto do sistema brasileiro de saúde, onde as demandas por atenção à saúde não são plenamente atendidas, as farmácias comunitárias que constituem estabelecimentos privados de comercialização de medicamentos, ocupam lugar privilegiado como estabelecimento de saúde mais acessível à população e representa um importante local de busca para atendimento primário a saúde (OMS, 1998). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998), a automedicação é a seleção ou o uso de medicamentos (incluindo chás e produtos tradicionais) por pessoas para tratarem doenças autodiagnosticadas ou sintomas sem prescrição ou supervisão de um médico ou dentista. No entanto, desde que ocorra de forma racional, sob a orientação farmacêutica, poderá trazer benefícios tanto para a saúde dos seus usuários, quanto de maneira econômica para o Sistema de Saúde (WHO, 2000). A automedicação é um fenômeno bastante discutido na cultura médico- farmacêutico e não é restrita apenas ao Brasil, mas mundial, gerando assim uma preocupação global, pois afeta um número grande de países (MALIK et al, 2020; QUISPE-CÃNARI et al, 2021). Sendo assim, entende-se que a automedicação é a prática das pessoas tratarem os seus próprios males, suas próprias doenças, ou seja, usarem medicamentos por conta própria. Uma pesquisa da Datafolha®, realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), mostrou que a automedicação é realizada por 77% dos brasileiros. Quase 11 metade dessa população se automedica pelo menos uma vez ao mês e 25% o fazem todo dia ou pelo menos uma vez na semana (CFF, 2020). De acordo com a Revista de Associação Médica Brasileira (RABM ,2001), em alguns países, com sistema de saúde pouco estruturado, a ida à farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Contudo, mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais simples e comuns, estão disponíveis em farmácias, drogarias ou supermercados, e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (analgésicos e antitérmicos) No Brasil, tem-se o hábito de não somente de se automedicar, como também indicar medicamentos para parentes, amigos e familiares. O Brasil é um dos principais consumidores mundiais de medicamentos (SANTOS et al, 2012). A automedicação é um problema multicausal, estimulada pela facilidade de adquirir medicamentos, propagandas de marketing que impulsionam as pessoas a comprarem medicamentos sem necessidade, por indicações de amigos e familiares, pelo fácil acesso através de compras na internet, porém, essa prática traz consequências desagradáveis, causadas pelo uso irregular de medicamentos (DHAMER et al., 2012). A dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, a limitação do poder prescritivo, restrito a poucos profissionais de saúde, o desespero e a angústia desencadeados por sintomas ou pela possibilidade de se adquirir uma doença, informações sobre medicamentos obtidos na internet ou em outros meios de comunicação, a falta de regulamentação e fiscalização daqueles que vendem e a falta de programas educativos sobre os efeitos muitas vezes irreparáveis da automedicação, são alguns dos motivos que levam as pessoas a utilizarem medicamento mais próximo ( RAMB, 2001) . É comum que uma pessoa faça uso de medicamentos que estejam em sua residência, mas que havia sido prescrito para outros membros da sua família, ocasionando terapêuticas inadequadas (TelesFilho; Almeida; Pinheiro; 2013). 12 Vale salientar que o uso irracional de medicamentos poderá gerar efeitos adversos, desde mascaramento de doenças evolutivas, intoxicação e até a morte. Como por exemplo os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), que provocam problemas no trato gastrointestinais e possuem alta nefrotoxidade (ARRAIS et al, 2016). Alguns autores citam que, a ingestão irregular de medicamentos são os maiores responsáveis pelas causas de intoxicação, fato este que é relacionado com o apelo das publicidades irregulares, facilidade de compra e deficiência dos programas educativos em saúde, o que leva ao uso indiscriminado (MOTA et al., 2012). Para a OMS, a automedicação pode ser vista como um elemento de autocuidado. Porém, de acordo com Arrais et al (1997), quando inadequada, tais como, o uso abusivo de medicamentos (polimedicação), pode ter como consequências o uso irracional de medicamentos, efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas, mascaramento de doenças evolutivas e postergar o diagnóstico correto, além da ampliação de custos para o paciente e para o sistema de saúde. Um fator predominante na automedicação é o uso de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP’s). Estas drogas podem causar um alto risco a saúde do indivíduo, principalmente o uso de paracetamol, dipirona e os salicilatos; estes medicamentos lideram os fármacos que são adquiridos por automedicação, e estão relacionados a sintomas como hemorragias gastrointestinais causadas pelo uso indevido de salicilatos, lesões no fígado causadas pelo uso do paracetamol e aplasia medular causada pelo uso indiscriminado de dipirona (OLIVEIRA, 2016). A atuação do farmacêutico na atenção farmacêutica tem crescido e sido notada como fundamental para prevenir, identificar e resolver os problemas relacionados ao uso do medicamento. A Assistência Farmacêutica (AF) é o conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial, visando ao acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e 13 insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação da sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. Já a Atenção Farmacêutica é a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 2004). É um serviço prestado por meio de uma consulta com o paciente, para que ele tenha, a partir do uso correto de medicamentos, resultados positivos que melhore a sua saúde e a qualidade de vida. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral • Identificar quais os principais riscos da automedicação para a saúde da população 2.2. Objetivos Específicos • Destacar a importância do farmacêutico na orientação do uso racional de medicamentos e na atenção farmacêutica; • Assinalar os fármacos mais utilizados; • Descrever os fatores que contribuem para essa prática. 3. METODOLOGIA Para desenvolvimento do estudo adotou-se o levantamento bibliográfico em bases de dados eletrônicos, que abordassem o tema “automedicação como fator de risco para a saúde da população e atenção farmacêutica”. Para atingir o objetivo https://blog.ipog.edu.br/saude/conheca-a-importancia-das-boas-praticas-de-fabricacao-de-medicamentos-na-industria-farmaceutica/?utm_source=blogpost&utm_campaign=blogpost 14 proposto, estabelecemos algumas perguntas norteadoras para a revisão: “Quais os riscos associados a automedicação, quais fatores contribuem e os fármacos mais utilizados? ” As bases de dados utilizadas foram: Google Acadêmicos, Scielo, Pubmed, Lilacs e Revista Científica do Ministério da Saúde. A fim de expandir os resultados, utilizou-se os seguintes descritores: automedicação, atenção farmacêutica, intoxicação, uso racional de medicamentos, reações adversas. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: publicações em língua portuguesa e inglesa, limitando-se a textos gratuitos, disponíveis na íntegra e que tivessem semelhança com o tema proposto. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao analisar os artigos, observou-se uma diversidade do perfil dos grupos que fazem uso da automedicação. Observando variáveis quantitativas e qualitativas sobre a automedicação na população brasileira, constatamos que os resultados obtidos são bastante semelhantes. Tabela 1- Prevalência da automedicação quanto ao gênero e faixa etária de idade. (N=1000) Variáveis Freq. Abs. Freq. Rel. (%) Sexo Feminino 688 68,8 Masculino 308 30,8 Outros 4 0,4 Idade (anos) 18-24 anos 133 13,3 24-39 anos 552 55,2 40-59 anos 255 25,5 > 60 anos 60 6 Fonte: Pitta et al., 2021. Adaptado: Autora De acordo com o estudo de Pitta et al (2021), sobre o perfil da automedicação na pandemia do covid-19 no Brasil, dados indicam que há maior prevalência da automedicação na população de sexo feminino (68,8%) e em adultos com idade entre 15 24-39 anos (55,2%) (Tabela 1). Diversos estudos têm descrito o uso mais frequente de medicamentos em mulheres do que entre homens. Nos estudos de Filler et al., 2020 e Delgado & Vriesmann, 2018, mostram resultados semelhantes aos encontrados na pesquisa. As doenças crônicas são uma das principais causas para a automedicação e por serem mais frequentes em pessoas do sexo feminino, isto explica o maior acesso das mulheres aos medicamentos (DOMINGUES et al., 2017). O fato das mulheres sofrerem mais com dores de cabeça, dores musculares e condições crônicas como a enxaqueca, e utilizarem desde muito cedo analgésicos e relaxantes musculares para o alivio da dor durante a menstruação ou dismenorreia (ATHANASOPOULOS et al., 2013; RUEDAS-SANCHES M., 2013) pode ter afetado os resultados dos estudos. A idade é um fator predominante quando é avaliada a incidência de automedicação na sociedade. Apesar de cada estudo escolher diferentes faixa etária em suas análises, ambos concordam que adultos até 40 anos tem maior tendência de se automedicar (ARRAIS et al., 2016; PONS et al., 2017). A principal causa que coloca a faixa etária entre 18- 40 anos como de maior prevalência da utilização da automedicação, é que as pessoas incluídas nesse grupo são mais ativas, e consequentemente, apresentam mais eventos agudos necessitando de uma recuperação mais rápida (SELVARAJ et al., 2014). Com relação a escolaridade a população com o ensino fundamental completo são os que menos se automedicam e os universitários são os que mais praticam a automedicação, 0,5% e 51,1% respectivamente (Tabela 2). Nota-se uma predominância desta prática em indivíduos de nível educacional do ensino superior e em solteiros, índices concordantes com resultados encontrados em estudos realizados especificamente com a população de estudantes universitários (AQUINO et al., 2010; GALATO, MADALENA, & PEREIRA, 2012; GAMA & SECOLI, 2011). 16 TABELA 2: Prevalência da Automedicação quanto ao grau de escolaridade. (N=184) Nível Educacional Frequência abs. Frequência rel. % Ensino fundamental completo 1 0,5 Ensino médio incompleto 1 0,5 Ensino médio completo 21 11,4 Ensino superior incompleto 94 51,1 Ensino superior completo 67 36,4 Total 184 100,0 Fonte: Adaptado de Filler et al., 2020. De acordo com o estudo de Campos et al. (2019) onde foram entrevistados universitários dos cursos da área da saúde (grupo A= 145); e de outras áreas (grupo B= 124), buscando estabelecer um comparativo do uso irracional de antibióticos entre eles. Os autores identificaramque 76,5% (grupo A) e 76,6% (grupo B) fazem o uso de antibióticos sob orientação médica e 2,4% utilizam o medicamento sem orientação. Com relação ao hábito de se automedicar, 51,7% (grupo A) e 58,7% (grupo B) se automedicam, justificando a prática a influência de amigos, familiares ou por possuírem os medicamentos em casa sem prescrições. Após avaliar os dados apresentados nesse estudo, é possível identificar que mesmo que a prevalência de automedicação entre os estudantes dos diferentes grupos sejam próximas, já que outros estudos da literatura apontam uma maior prevalência entre os estudantes da área da saúde, o fato de possuírem medicamentos do tipo antibióticos estocados em casa, adquiridos sem prescrição médica, tem sido recorrente e deve ser tratado com mais atenção. Outros estudos também apontam o fato dos universitários possuírem medicamentos em casa sem prescrição, como um fator importante para se automedicarem, como mostra no estudo de Galato et al (2012), onde foi observado que existe uma associação significativa em realizar a automedicação através de sobras de tratamentos anteriores, quando os universitários afirmam sofrer influência de familiares, vizinhos, amigos ou de prescrições antigas. Já Aquino et al (2010) e Parede et al (2008), apontam uma contradição ao relatar que existe uma maior predisposição aos universitários se automedicarem pelo fato de possuírem maior conhecimento acerca dos medicamentos, e por obterem acesso a informações sobre 17 a saúde e sua relação com os medicamentos, os quais tem sido fatores determinantes para fazer desta prática um hábito entre este público. Observou-se a frequência por classe de medicamentos, conforme se descreve na Figura 1, a seguir. Como se pode notar, os analgésicos e antitérmicos são os mais utilizados na prática da automedicação com 35%, seguidos dos anti-inflamatórios com 20% e dos antibióticos com 13%. Os relaxantes musculares com 8% e antialérgicos com 4% vem a seguir. Os antiespasmódicos, antigripais, gastroprotetores, antiparasitários, metilfenidato e suplementos vitamínicos aparecem somando 17% (IURAS et al., 2016). FIGURA 1- Classes farmacológicas mais utilizadas Fonte: Adaptado de IURAS et al., 2016 Os analgésicos são o principal grupo farmacológico mais utilizados na automedicação, resultado que independe da população alvo estudada. Esse fato pode ser explicado pela associação positiva com as várias regiões do País e entre pessoas com doenças ou condições crônicas. Já que, de maneira geral, os analgésicos e antipiréticos aparecem como o segundo medicamento mais utilizados no Brasil e nas 18 cinco regiões do Brasil, perdendo apenas para os anti-hipertensivos (CONASS, 2003). Tal fato, corresponde a alguns estudos já publicados, em que citam a predominância de uso de analgésicos/antitérmicos sem orientação, e outros citam os anti- inflamatórios, como sendo a classe mais utilizada na prática da automedicação (SILVA et al., 2011 & NERES., 2010). Os medicamentos que atuam no sistema nervoso central são os mais populares entre a população que se automedicam (SHIMID, 2010). Alguns estudos têm resultados concordantes como é o caso de Silva BV et al., 2021, onde de um total de 209 mulheres que se automedicam 89% fazem uso de analgésicos, seguidos por anti- inflamatórios com 68% e dos antialérgicos com 53%. Haak (1989) evidenciou que os grupos de medicamentos mais utilizados "auto prescritos" são os antibióticos, analgésicos, preparados vitamínicos e concepcionais, pesquisa realizada na Bahia em 1986. Ainda em estudos de Arrais et al. (2016), os fármacos mais consumidos foram dipirona, orfenadrina e cafeína, e paracetamol. De maneira geral, esses medicamentos são os mais encontrados nos estoques domiciliares e normalmente empregados para aliviar sinais e sintomas ou incômodos agudos, menores ou autolimitados. Diversas pesquisas mostram semelhanças nos seus resultados (VILARINO et al., 1998; SECOLI et al., 2018), o que condiz com um estudo feito com acadêmicos de enfermagem de uma instituição de ensino superior, que relatam que do total de 121 participantes, a maioria faz uso de paracetamol com 75,9%; seguidos de dipirona com 67,6%, diclofenaco com 55,7%, vitamina C com 55,3% e amoxicilina com 53% (SANTOS TS et al., 2018). Tais medicamentos são os que mais provocam intoxicação e tem como principal reação adversa problemas gastrointestinais, além disso, são os que mais predominam na automedicação infantil (KLEIN et al., 2020). O elevado uso de analgésicos, reflete a alta prevalência da dor na população em geral, motivada por tensão, situações estressantes ou demanda física, prejudicando a qualidade de vida das pessoas (LASTE G et al., 2012; LOYOLA FILHO et al., 2002; CARRERA- LASFUENTES et al., 2013). 19 O uso dos AINEs, é influenciado diretamente por propagandas da indústria farmacêutica, pois além de combater a inflamação, eles ainda agem como analgésicos e antipiréticos (ARRAIS et al., 2016). Vale destacar o uso dos antibióticos, visto que, a automedicação é uma das razões mais comuns para a resistência de bactérias a esta classe de fármacos (MICHAEL et al., 2014). Mesmo após 11 anos da regulamentação na venda de antimicrobianos, o uso desse fármaco ainda é imprudente, principalmente em situações onde há a sintomatologia dolorosa. Da mesma forma, foi observado no estudo de Jamhour et al., (2017) que o uso indevido do antibiótico foi para tratamento de tosse, mal-estar, resfriados, dor de garganta e inflamações. Acreditavam que os antibióticos tinham ações terapêuticas semelhantes aos anti-inflamatórios. Por essa razão, a inclusão de campanhas, incentivos à educação popular, e orientações por profissionais da área da saúde, são ferramentas essenciais para a conscientização do uso dos antimicrobianos (GUALANO et al., 2015). Em países subdesenvolvidos, cerca de 47% das pessoas que se utilizaram desses medicamentos o fizeram para tratamento de febre (OCAN et al., 2015). Desse modo, pode-se observar que pacientes consomem medicamentos tarjados sem prescrição médica, o que aumenta o risco de efeitos indesejáveis. Tal prática é favorecida pelo fato de que para a maior parte desses medicamentos não é necessário a prescrição de receita, os chamados MIP’s. Em uma pesquisa recente sobre Ocorrência de Automedicação na população brasileira como estratégia preventiva para SARS-CoV-2, quando foi perguntado aos participantes que realizaram à automedicação no presente período pandêmico, houve destaque para os fármacos Ivermectina (52,8%) e Azitromicina (14,2%), e, em relação ao suplemento vitamínico, houve prevalência das vitamina C (66,4%) e D (10,9%), sendo estes os mais utilizados para prevenir ou tratar infecções pelo SARS-CoV-2, mesmo alguns deles não possuírem comprovação científica sobre eficácia. Atualmente, não existem agentes terapêuticos contra o vírus, e, as pesquisas em desenvolvimento sugerem uma considerável lista de medicamentos 20 com efeitos farmacológicos apropriados e eficácia terapêutica no tratamento de pacientes com a COVID-19 (SOUZA, et al., 2021). A Figura 2 apresenta os principais sintomas ou motivos que levam a automedicação. FIGURA 2- Sintomas que levam a prática da automedicação. Fonte: adaptado de Sousa e Sena., 2017; Colares et al., 2019. Considerando que os recursos terapêuticos são bens de consumo relacionados ao alívio da sintomatologia dolorosa, estudos recentes demonstraram que uma das motivações para o uso de medicamentos sem prescrição são os agravos à saúde mais usuais na população, como dores de cabeça. Existem diferentes sintomas que fazem com que a pessoa venha a se automedicar, dentre eles em primeiro lugar está a cefaleia com 30,6%, seguida de mialgia com 17,8%, resfriados com 16,9%, febre com11,1%, epigastralgia com 10%, inflamação da garganta com 6,8% e cólicas menstruais com 4,5%. As alergias com 2,3%, infecções urinarias com 0,7% e problemas gastrointestinais com 0,3% vem logo depois, como mostrado na Figura 2. Colares et al. (2019) avaliaram as taxas de automedicação em estudantes de Enfermagem (n= 143) e perceberam que as queixas mais comuns como motivos da automedicação relatadas pelos universitários foram: dores de cabeça (53,57%), alergias (18,57%) e infecções de garganta (17,14%). A ocorrência desses sintomas 21 entre os universitários pode ser considerada como alguns dos sintomas físicos de estresse, sobrecarga ocasionado pela intensa rotina de estudos dos indivíduos. Na pesquisa realizada por Oliveira e Pelógia (2011) com profissionais de saúde, a cefaleia foi citada por 33,7% dos entrevistados como principal causa para a utilização de medicamentos, sendo os AINE’s a classe farmacológica mais utilizada (25,8%). Em outra pesquisa relacionada às crianças, Pereira et al. (2007) demonstram que 56,6% dos responsáveis já medicaram as crianças com fármacos, sendo que 51% foi administrado pelas mães. Entre os medicamentos citados pelos entrevistados no estudo, os autores relatam os analgésicos/antipiréticos e anti-inflamatórios não hormonais (52,9%); medicações de ação nos tratos respiratório (15,4%); gastrointestinal (9,6%) e; antibióticos sistêmicos (8,6%). Em pesquisa elaborada sobre a automedicação em crianças pelos pais, os principais sintomas citados foram: gripe e resfriado, dores na garganta e tosse, São vários os fatores que contribuem para a automedicação, como a dificuldade ou ausência de locomoção, a distância entre os serviços de saúde e o domicílio, superlotação, e a grande espera em filas. O sintoma responsável pela maior parte dos casos de automedicação foi a comum dor de cabeça/febre (67,9%), seguido por resfriado/gripe (32,6%), e o consumo do medicamento não prescrito ocorreu em 36,9% das vezes, por conta própria, seguido pela orientação da mãe (32,1%), (MATOS et al., 2018). Dentre os sintomas que levaram os estudantes a fazerem uso desses medicamentos, destacou-se a dor (30,5%) especialmente cefaleia, dores musculares e dismenorreia. Seguida de prevenção de resfriado / suplementação alimentar (12,7%) e resfriados (10,8%). Entre os entrevistados 70,8% justificou o uso de medicamentos sem receita médica pelo conhecimento acerca do medicamento, seja por usá-lo há muito tempo, ou, prescrição médica anterior e medicamentos de uso familiar, 18,6% dos participantes alegaram falta de tempo de ir a um médico e 10,6% apontou o difícil acesso ao sistema de saúde, razões financeiras, comodidade e a não necessidade de buscar cuidados médicos (AQUINO; BARROS; SILVA, 2010). 22 A maioria dos medicamentos usados são os MIP’s e estão disponíveis para comercialização através de uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por meio da RDC nº 138/2003. São utilizados para o tratamento de sintomas e são comuns a inúmeros problemas de saúde (SOUSA & SENA., 2017). FIGURA 3- Principais fatores que contribuem para a automedicação Fonte: adaptado de Matos et al., 2018. A prática da automedicação arraiga-se a diversos fatores, sendo os principais as questões socioculturais, econômicas e/ou associadas aos serviços de saúde. Impulsionada por fatores subjacentes, sendo o principal, a experiência já adquirida com o medicamento, que consiste do fácil acesso aos medicamentos vendidos sem prescrição. De acordo com Matos et al., (2018) os principais fatores estão ilustrados na Figura 3. Em primeiro lugar encontra-se a experiência com o medicamento (54,5%), falta de tempo para ir a uma consulta (36,4) e indicação de amigos e familiares (11,2%). No Brasil, Campos et al. (1985) relata que a falta de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), assim como o número insuficiente de médicos nas unidades, leva pessoas à automedicação, tendo em vista que sentindo dores, não podem simplesmente ignorar o fato. 23 A intensa prevalência da automedicação, se dá por causa da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, hábitos dos próprios seres humanos de quererem resolver rapidamente problemas de saúde, por opiniões de amigos e familiares que vão exibir elevadas técnicas para o aconselhamento e por repetições de experiências anteriores. Diante disso, as condições econômicas desfavoráveis, as facilidades de acesso ao medicamento e o fato do doente considerar a sua situação patológica de menos importância ou já ter sentido uma sintomatologia semelhante, consegue estabelecer explicações de recurso à automedicação. (ALVES., 2012). Para Goulart et al. (2012), um dos fatores que facilita a automedicação é a impossibilidade de a criança receber atendimento médico. A dificuldade de deslocação até o atendimento de saúde, os obstáculos para o acesso aos serviços de saúde e a insatisfação dos atendimentos, são fatores que incentivam a realização da automedicação pelos responsáveis das crianças. Mesmo conhecedores dos riscos e perigos que expõe as crianças na automedicação, é necessário que ações educativas e instrutivas junto aos pais, sejam estabelecidas para estimular e fortalecer o conhecimento da população em geral e assim minimizar os riscos (SILVA et al, 2011). O autocuidado realizado por meio da automedicação, é bastante comum e é realizado por inúmeros motivos. Da mesma forma, no estudo conduzido por Santos et al., (2018), 39,54% afirmaram que já tem conhecimento, pois já haviam “usado o mesmo medicamento em outras ocasiões”, logo depois relataram a dificuldade ou demora no atendimento médico na rede pública e a facilidade em adquirir o medicamento no balcão da farmácia. Diversas causas são apontadas como fatores que levam a população a se automedicar, mas ressalta-se: a venda indiscriminada de medicamentos, a dificuldade de acesso aos sistemas de saúde, os custos de consultas médicas e/ou planos de saúde e a urgência em aliviar sintomas (CARREGAL; SILVEIRA. 2014; DOMINGUES et al., 2015) Além disso, a frequência da automedicação é influenciada por experiências prévias e familiaridade com os medicamentos, os estoques domiciliares de medicamentos derivam-se de indicações de pessoas do relacionamento social, 24 revelando a inclinação dos indivíduos à auto atenção à saúde (PONS et al., 2017). Segundo o Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), 76,4% da população brasileira utiliza medicamentos através de indicações de pessoas próximas e até 32% dos entrevistados aumenta a dose com a intenção de aumentar a velocidade e o efeito terapêutico. Sousa e Sena (2017), a fim de compreender a relação da automedicação dos estudantes aos fatores citados, identificaram que 47,5% dos universitários adquirem os medicamentos de acordo com a necessidade e 27,5% dos entrevistados declaram se automedicar por possuírem estoque dos medicamentos em casa. Para a OMS (1998), a propaganda desenfreada, massiva de determinados medicamentos, dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, a limitação do poder prescritivo restrito a poucos profissionais de saúde, o desespero, angústia e ansiedade desencadeados por sintomas ou pela possibilidade de se adquirir uma doença, a falta de regulamentação, fiscalização daqueles que vendem e a falta de programas educativos sobre os efeitos, muitas vezes irreparáveis da automedicação, são alguns dos motivos que levam as pessoas a utilizarem medicamentos por conta própria. Entre os efeitos nocivos advindos da automedicação estão o diagnóstico incorreto, reações adversas, mascaramento de doenças na fase inicial, indução a resistência bacteriana, reações de hipersensibilidade, intoxicações, sangramentos digestivos, dosagem inadequada ou excessiva, risco de dependência, enfermidadesiatrogênicas e em casos extremos óbitos. Medicamentos de uso coletivo (familiar) como descongestionantes nasais e colírios podem causar contaminação cruzada (BERTOLDI et al., 2014; ARRAIS et al., 1997). Para DOMINGUES et al. (2017) as pessoas com maior dificuldade em realizar atividades diárias praticam mais a automedicação. No Brasil, as chances de ocorrerem interações com mais de uma droga varia de 17% a 60%, enquanto em países desenvolvidos como os Estados Unidos, essas chances caem para 4% (GUALANO et al., 2015). 25 O atraso de diagnóstico ou diagnóstico incorreto é causado pelo mascaramento dos sintomas que possibilita o agravamento dos distúrbios. O uso de medicamento inadequado, a administração incorreta, a dosagem inadequada e seu uso por longo prazo pode vir a ocasionar sérios danos à saúde, tais como reações alérgicas, intoxicações, entre outros (MATOS, et al, 2018). O uso incorreto de medicamentos pode trazer dependências, como por exemplo, tomar AINE’s toda vez que sentir alguma dor. Com o passar do tempo poderá causar dependência ao princípio ativo do medicamento. Isso implica em resistência ao efeito do medicamento e cada vez doses mais altas precisaram ser administradas para que se alcance o alívio da dor (CLAVERO, 2016). No Brasil o uso de medicamentos fitoterápicos é uma realidade bastante comum. O uso de fitoterápicos vem se tornando um hábito comum entre os brasileiros, por não apresentarem perfil tóxico conhecido. Contudo os medicamentos fitoterápicos são divididos em: medicamentos com alta e baixa toxicidade, os medicamentos que têm alta toxicidade podem causar sérios problemas a saúde, desde que tenha fatores associados, tais como a contra-indicação ou o uso simultâneo de outros medicamentos que venha a ocasionar efeitos colaterais (SILVEIRA et al., 2008). Medicamentos como os antibióticos podem acarretar o aumento da resistência de alguns micro-organismos, acarretando o comprometimento na eficácia do tratamento (MINISTERIO DA SAÚDE, 2012). O mascaramento no diagnóstico de doenças é muito comum, pois o paciente faz o uso de medicamentos por conta própria (muitas vezes em altas dosagens), sendo essa conduta bastante prejudicial à saúde. A atenção farmacêutica pode auxiliar e orientar de forma correta a administração dos medicamentos que se dá pela quantidade, tempo e hora correta, e informar os efeitos adversos do uso inadequado dos medicamentos, pois só quando às informações necessárias forem transmitidas corretamente perante a população a automedicação irá diminuir (SOTERIO, 2018). Vários fármacos que deveriam ser utilizados somente com prescrição médica, são comercializados de forma indiscriminada por estabelecimentos farmacêuticos. Os 26 fármacos que são comercializados sem prescrições médica, permitem que a automedicação ocorra, tornando-a um problema de saúde pública (SILVA, et al, 2013). As ocorrências de intoxicação pelo uso impróprio de medicamentos ocupam o primeiro lugar no Brasil. Os fatores que auxiliam para esse aumento nos casos de intoxicação causada por medicamentos, são causados principalmente por marketings persuasivos que tem como principal objetivo induzir o consumo de medicamentos, garantindo alivio rápido para as doenças (MIRANDA, VIEIRA, 2013). Segundo os últimos dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico- Farmacológicos (SINITOX, 2017), no Brasil em 2017, 27,11% dos casos de intoxicação foram por medicamentos, onde dos 20.637 casos de intoxicação 50 pessoas foram a óbito. As intoxicações por medicamentos podem ocorrer por diferentes fatores: por prescrição equivocada, doses incorretas administradas, tentativas de suicídios, acidentes, automedicação, entre outros inúmeros fatores (BRASIL, 2010) O farmacêutico tem amplo conhecimento quando o tema é o uso racional de medicamentos, pois é detentor de conhecimento técnico e de competências indispensáveis na identificação de possíveis eventos adversos ocasionados pelo uso dos medicamentos. A atuação do farmacêutico junto à sociedade é de extrema importância, assim como sua atuação integrando equipes multidisciplinares, em decorrência disso agrega valor e traz resultados positivos que beneficiam os pacientes (SANTANA, 2017). O farmacêutico contribui para o autocuidado, acompanhando a farmacoterapia, contribuindo assim para minimizar e prevenir problemas decorrentes da utilização incorreta de MIPs, atua com a farmacovigilância em saúde, identificando e auxiliando o paciente a tratar patologias, pois detém de conhecimento técnico para tal (RODRIGUES et al., 2018). Os farmacêuticos, são os únicos profissionais de saúde que possuem conhecimento técnico para desempenhar a Atenção Farmacêutica no uso racional de medicamentos, todo conhecimento adquirido na graduação está voltado ao bem-estar 27 físico, mental e social dos indivíduos, permitindo um tratamento adequado ao usuário do medicamento (ENEFAR, 2013). Fica sob responsabilidade do farmacêutico o aconselhamento do paciente quanto a automedicação, a realização de anamnese, avaliação de dados e triagem correta para o uso dos MIPs (YASBEK, 2012). 5. CONCLUSÃO A automedicação ainda está bastante presente na população adulta brasileira quanto mundial, caracterizando-se assim como um problema de saúde pública. O fácil acesso da população da população aos medicamentos é o que ocasiona altos níveis de prevalência da automedicação na sociedade brasileira. O perfil da população que se automedicam no Brasil não é tão diferente do resto do mundo. Houve uma maior prevalência na população do gênero feminino com idade até 40 anos e de alta escolaridade. Diversos estudos comprovam que a população brasileira está mais propensa a dores e doenças crônicas, o que leva a consumirem os medicamentos sem a orientação prévia de um profissional de saúde, muitos dos medicamentos utilizados são os chamados MIP’s. Conseguinte, os analgésicos/antitérmicos são os medicamentos mais utilizados pelo fato de serem considerados de fácil acesso. Os AINE’s são umas das classes de medicamentos que mais são usadas e por consequência são causadores de hepatotoxicidade e doenças gastrointestinais, como as ulceras gástricas. Os principais fatores para tal prática é o fato de já possuírem experiência com o medicamento, falta de tempo para ir a uma consulta e familiares ou amigos que já tomou o medicamento e indicou. O uso de medicamentos sem prescrições e sem orientação de um profissional de saúde capacitado, causa uma série de riscos para a saúde independentemente da idade de quem está fazendo uso, os principais são: mascaramento de doenças, reações adversas, interações medicamentosas, reações de hipersensibilidade, intoxicações, dependência e até a morte. 28 O farmacêutico, nesse contexto, passa a ter um papel decisivo na educação do paciente no que diz respeito ao uso racional de medicamentos. Essa espécie de “conscientização” que o farmacêutico deve impor aos pacientes deve ser ainda mais clara no que concerne à utilização de medicamentos de venda livre; já que há uma tendência de se imaginar esses medicamentos como inócuos e isentos de efeitos indesejáveis. Portanto, a população precisa entender que o uso de medicamentos é algo diferente do uso de qualquer outro bem. Deve ser usado adequadamente, da maneira mais segura e mais racional possível, é preciso antes de mais nada que se parta de um diagnóstico. Mediante o exposto, à atuação do farmacêutico precisa ser mais ativa, promovendo o bem-estar e saúde para a população, alertando sobre a automedicação, orientando quanto a utilização racional dos medicamentos, incentivando a busca por ajuda médica ou o profissional farmacêutico. Visto que o farmacêutico obtém o conhecimento necessário da farmacocinética, farmacodinâmica, farmacologia e posologia de várias classes farmacológicas,para que possa orientar os indivíduos que utiliza da prática da automedicação. 29 REFERÊNCIAS ALVES MR. Frequência da automedicação em residentes do concelho de Chaves. Dissertação demestrado. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2012 ANVISA. O que devemos saber sobre medicamentos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária-Anvisa, Brasília-DF, p 12-13, 2010. Disponível em: http://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/index.php/download/category/112- medicamentos?download=102:cartilha-o-que-devemos-saber-sobre-medicamentos- anvisa. AQUINO, DS. De, BARROS, JAC. De, & SILVA, MDP. da (2010). A automedicação e os acadêmicos da área de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 15(5), 2533-2538. https://doi.org/10.1590/S1413- 81232010000500027 ARRAIS PSD, FERNANDES MEP, Da SILVA DAL PIZZOL T, RAMOS LR, MENGUE SS, LUIZA VL, et al. 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