Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA EDUARDO JAVIER PEREZ OLIVARES HIDROXIAPATITA OBTIDA POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO SINTERIZADA POR PLASMA NATAL- RN, 2020 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA HIDROXIAPATITA OBTIDA POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO SINTERIZADA POR PLASMA EDUARDO JAVIER PEREZ OLIVARES Qualificação da dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para a obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA Orientadora: Profa. Dra. Amanda Melissa Damião Leite. Co-orientadora: Profa. Dra. Kaline Melo de Souto Viana NATAL – Novembro/2020 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Olivares, Eduardo Javier Perez. Hidroxiapatita obtida por reação de combustão sinterizada por plasma / Eduardo Javier Perez Olivares. - 2021. 61 f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Natal, RN, 2022. Orientadora: Profa. Dra. Amanda Melissa Damião Leitr. Coorientador: Profa. Dra. Kaline Melo de Souto Viana. 1. Hidroxiapatita - Dissertação. 2. Scaffolds - Dissertação. 3. Biocerâmicas - Dissertação. 4. Sinterização - Dissertação. 5. Plasma - Dissertação. I. Leite, Amanda Melissa Damião. II. Viana, Kaline Melo de Souto. III. Título. RN/UF/BCZM CDU 669-1 Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinoco - CRB-15/262 HIDROXIAPATITA OBTIDA POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO SINTERIZADA POR PLASMA EDUARDO JAVIER PEREZ OLIVARES Defesa da dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Banca Examinadora da Defesa da Dissertação Prof. Dr. Amanda Melissa D. Leite Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Orientador Prof. Dr. Kaline Melo de Souto Viana Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Co-orientadora Prof. Dr. Thercio Henrique de C. Costa Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Externo Prof. Dra. Veronica Cristhina de S. Diniz Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Avaliador Externo NATAL, novembro de 2020. Perez Olivares, E J. HIDROXIAPATITA OBTIDA POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO SINTERIZADA POR PLASMA. 2020. 64 p.Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2020. Resumo As biocerâmicas de fosfato de cálcio são um grupo de materiais altamente atrativos para aplicações biomédicas. Algumas dessas biocerâmicas possuem atenção especial, entre elas a hidroxiapatita (Hap) [Ca10(PO4)6(OH)2], que possui estrutura e composição similar à fase mineral do osso humano (apatita) e, por isso, possui uma excelente biocompatibilidade, alta osteoindução, possibilidade de regeneração óssea e alta bioadsorção in vivo. Esses materiais são comumente utilizados na forma de grãos porosos, e blocos sintetizados ou porosos, em diferentes áreas das ciências da saúde, tais como a odontologia e a ortopedia. Sabe-se que o método utilizado para a síntese do material cerâmico influencia intensivamente na estrutura do material obtido e, no caso da Hap, esta deve ser formada por grãos nanométricos para que sua estrutura seja o mais similar possível à apatita biológica. Nesta pesquisa se utilizou a reação de combustão para a obtenção de hidroxiapatita [Ca10PO4)6(OH)2] nanoestruturada, utilizando-se como combustível a glicina e a uréia, por ser um procedimento rápido e de baixo custo. Por meio da análise dos resultados verificou- se a produção de amostras nanométricas por essa reação. Depois de ser sinterizada por plasma entre 800°C e 1000°C apresentou-se amostras bifásicas, com a presença de Hap e fosfato de cálcio. Ao observar as amostras no microscópio eletrônico de varredura (Mev), antes da sinterização, identificou-se aglomerados de formato fibroso para glicina e formas acirculares para a uréia. Depois de sinterizadas os dois tipos de amostras apresentaram grãos acirculares de tamanhos namométricos, de 127 nm para glicina e 172,26 nm para uréia a 1000°C. Para as amostras de glicina e uréia analisadas por FTIR podemos visualizar que todas as bandas de absorção, independente da temperatura, foram preservadas, por que nenhuma ligação foi quebrada frente ao aumento da temperatura, ficando estável na temperatura de sinterização de 800°C e 1000°C. A difração de raios-X visualizou a presença de Hap antes e após a sinterização por plasma, apresentando como fase principal a Hap, e na fase secundária o fosfato de cálcio. Além disso, o plasma promoveu a transformação alotrópica do B-TCP em HAP. A análise termogravimétrica observa que a amostra possui predominantemente dois eventos térmicos, o primeiro entre 18°C e 110°C, e o segundo entre 435°C e 541°C para a uréia. Para a glicina observou-se 3 eventos principais, predominando primeiro entre 27,77°C e 128,74°C, o segundo entre 170ºC e 225,9º C, por último entre 868°C e 971°C, e um conjunto de eventos repetitivos de 582°C e 821°C. A Hap produzida tem uma estrutura nanométrica com potencialidade de utilização como material para produção de scaffold. Palavras-chave: hidroxiapatita, scaffolds, biocerâmicas, sinterização, plasma. Perez Olivares, E J. HYDROXYAPATITE OBTAINED BY PLASMA SYNTERIZED COMBUSTION REACTION.2020. 64 p. Master’s Dissertation in Mechanical Engineering - Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2020. Abstract Calcium phosphate bioceramics are a group of highly attractive materials for biomedical applications. Some of these bioceramics have special attention, including: hydroxyapatite (Hap) Hap [Ca10(PO4)6(OH)2], which has a structure and composition similar to the mineral phase of human bone (apatite) and therefore has excellent biocompatibility, high osteoinduction enabling bone regeneration, which presents high bioadsorption in vivo, these materials are commonly used in the form of porous grains and a synthesized or porous block in different areas of the health sciences, such as dentistry and orthopedics. for the synthesis of the ceramic material it intensively influences the structure of the material obtained and in the case of Hap it must be formed by nanometric grains so that its structure is as similar as possible to biological apatite. In this research, the combustion reaction was used for the obtaining of nanostructured hydroxyapatite Hap [Ca10(PO4)6(OH)2], using glycine and urea as fuel, as it is a fast and low cost procedure. By analyzing the results, it was found that it was possible to produce nanometric samples by combustion reaction, after being sintered by plasma at 800 ° C and 1000 ° C, biphasic samples were presented, with the presence of Hap and calcium phosphate, with o Mev in samples before sintering present fibrous agglomerates for glycine and aciculate shape for urea, after sintering they presented acicular grains of namometric size 127nm for glycine at 1000 ° C and 172.26 nm .For samples analyzed by FTIR glycine and urea we can see that all the absorption bands remained, regardless of the temperature, the absorption bands were preserved because no bond was broken due to the temperature increase being stable at the sintering temperature of 800 ° C and1000 ° C. The X-ray diffraction visualized the presence of Hap before and put the sintering by plasma, presenting the primary phase as Hap and secondary calcium phosphate and the plasma promoted the allotropic transformation of B-TCP in PAH. Thermogravimetric analysis shows that the sample has predominantly two thermal events, the first between 18 ° C and 110 ° C and the second between 435 ° C and 541 ° C for urea for Glycine. first 27.77 ° C and 128.74 ° C and the second between 170 and 225.9C and lastly between 868 ° C and 971 ° C and a set of repetitive events of 582 ° C 821 ° C. The Hap produced has a nanometric structure with the potential to be used as material for scaffold production. Key words: Scaffords, combustion reaction, bioceramics, nanocomposite,plasma. Lista de Figuras FIGURA 1 :FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA DE OBTENÇÃO DA HAP ........ 35 FIGURA 2 ETAPAS DA SÍNTESE DA HAP: A) AGITAÇÃO MAGNÉTICA, B) SOLUÇÃO TRANSPARENTE, C) EBULIÇÃO DA SOLUÇÃO, D) COMEÇO DA LIBERAÇÃO DE GASES, E) COMEÇO DA REAÇÃO EXOTÉRMICA, F) OBTENÇÃO DO PÓ. ........................................................................................... 37 FIGURA 3 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS DE HAP SINTERIZADAS ............. 38 FIGURA 4 SINTERIZAÇÃO À PLASMA DAS AMOSTRAS DE HAP. A) REATOR DE PLASMA, B) PROCESSO DE SINTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS E C) AMOSTRA DE HAP SINTERIZADA. .................................................................... 39 FIGURA 5 DIFRACTOGRAMA HAP OBTIDA DA REAÇÃO DE USANDO UREIA COMO COMBUSTÍVEL. ...................................................................................... 42 FIGURA 6 DIFRATOGRAMA DA AMOSTRA DE HAP OBTIDA COM GLICINA COMO COMBUSTÍVEL DE REAÇÃO.................................................................. 43 FIGURA 7 DIFRACTOGRAMA DE RAIO-X SINTERIZADO POR PLASMA A 800 °C ......................................................................................................................... 44 FIGURA 8 DIFRACTOGRAMA DE RAIO X UTILIZANDO A GLICINA COMO COMBUSTIVEL SINTERIZADA A 1000 0C .......................................................... 44 FIGURA 9 DIFRACTOGRAMA CARBONIZAÇÃO COM PLASMA UTILIZANDO GLICINA COMO COMBUSTIVEL DE REDUÇÃO. ............................................... 45 FIGURA 10 DIFRATOGRAMA DE RAIO X SINTERIZADO POR PLASMA A 1000°C COM COMBUSTIVEL GLICINA .............................................................. 45 FIGURA 11 FOTOMICROGRAFIAS DAS AMOSTRAS DE HAP. A) HAP QUE UTILIZOU COMO COMBUSTÍVEL A URÉIA, AUMENTO DE 5000X; B) HAP QUE UTILIZOU COMO COMBUSTÍVEL A URÉIA, AUMENTO DE 7000X; C) HAP QUE UTILIZOU COMO COMBUSTÍVEL A GLICINA, AUMENTO DE 5000X D) HAP QUE UTILIZOU COMO COMBUSTÍVEL A GLICINA, AUMENTO DE 7000X. ...... 48 FIGURA 12 FOTOMICROGRÁFICAS DAS AMOSTRAS DE HAP, UTILIZANDO COMO COMBUSTIVEL GLICINA (A;B) E (C;D) COM UREIA SINTERIZADAS À PLASMA. A) AUMENTO DE 16000X; B) AUMENTO DE 30000X, C) AUMENTO DE 16000X; D) AUMENTO DE 30000X ............................................................... 49 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325926 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325926 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325926 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325927 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325927 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325928 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325928 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325929 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325929 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325930 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325930 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325931 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325931 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325932 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325932 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325934 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325934 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325934 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325934 FIGURA 13 : FOTOMICROGRÁFICAS DAS AMOSTRAS DE HAP APÓS A SINTERIZAÇÃO À PLASMA NA TEMPERATURA DE 1000ºC. A) AMOSTRA DE HAP QUE UTILIZOU GLICINA, AUMENTO DE 16000X B) AMOSTRA DE HAP QUE UTILIZOU GLICINA, AUMENTO DE 30000X, C) AMOSTRA DE HAP QUE UTILIZOU UREIA, AUMENTO DE 8000X; D) AMOSTRA DE HAP QUE UTILIZOU UREIA , AUMENTO DE 16000X. ......................................................................... 50 FIGURA 14 GRÁFICOS DE FTIR DAS AMOSTRAS DE HAP. (A) AMOSTRA SINTETIZADA COM UREIA E (B) AMOSTRA SINTETIZADA COM GLICINA. .... 51 FIGURA 15 GRÁFICOS DE FTIR DAS AMOSTRAS DE HAP APÓS SINTERIZAÇÃO. (A) AMOSTRA SINTETIZADA COM UREIA E (B) AMOSTRA SINTETIZADA COM GLICINA. ............................................................................ 51 FIGURA 16 DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DAS AMOSTRAS DE HAP ANTES DA SINTERIZAÇÃO POR PLASMA. (A) SINTETIZADA COM UREIA E (B) SINTETIZADA COM GLICINA ............................................................................. 51 FIGURA 17 TERMOGRAVIMÉTRICA DAS AMOSTRAS DE HIDROXIAPATITA SINTETIZADAS. (A) UREIA E (B) GLICINA. ........................................................ 51 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325936 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325936 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325937 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325937 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325937 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325938 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325938 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325938 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325939 file:///C:/Users/Eduardo/Desktop/DISSERTAÇÃO%20EDUARDO%20JAVIER%202020%20final.docx%23_Toc62325939 Lista de Tabelas Tabela 1 Mistura do nitrato de cálcio Ca(NO3)24H2O com orto fosfato diamônio (NH4)2HPO4 e água sob agitação magnética ............................................................ 23 Tabela 2 Parâmetros da sinterização das amostras de Hap sintetizadas com uréia como combustível .................................................................................................... 25 Tabela 3 Parâmetros da sinterização das amostras de Hap sintetizadas com glicina como combustível .................................................................................................... 26 Tabela 4 Cálculo de tamanho médio de cristalito da HAp ......................................... 31 Tabela 5 Cálculo de tamanho médio de cristalito da Hap sintetizada com plasma ... 34 Lista de abreviaturas e siglas DRX Difração de Raios-X FTIR Espectroscopiana Região do Infravermelho com Transformada de Fourier MEV Microscopia eletrônica de varredura TG Analise termogravimétrica Hap Hidroxiapatita Sumário 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 3 1.1 Objetivos Específicos ................................................................................... 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 4 2.1 A Hidroxiapatita (Hap) .................................................................................. 4 2.2 Obtenção da Hidroxiapatita .......................................................................... 6 2.3 A Reação de Combustão ............................................................................. 8 2.4 Nanotecnologia ........................................................................................... 10 2.5 Nanopartículas de Hap ............................................................................... 11 2.6 Biomateriais ............................................................................................... 12 2.7 Plasma....................................................................................................... 14 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 21 3.1 Materiais .................................................................................................... 21 3.1.1 Síntese da Hap ............................................................................ 21 3.2 Métodos ..................................................................................................... 21 3.2.1 Obtenção da Hap ........................................................................ 21 3.2.2 Sinterização da Hap por plasma .................................................. 24 3.2.3 Caracterização dos pós de Hap ................................................... 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 29 4.1 Difratograma de Raios-X ........................................................................... 29 4.2 Microscopia Eletrônica de Varredura ......................................................... 34 4.3 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier ............... 38 4.4 Distribuição Granulométrica ....................................................................... 40 4.5 Termogravimétrica – TG ....................................................................... 41 5 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 43 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 44 15 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de biomateriais vem se mostrando de fundamental importância atualmente, já que sua produção permite melhorias na vida das pessoas, implicando em aumento na expectativa de vida, saúde em geral e no bem estar populacional (VOLKMER, 2006). Um dos materiais amplamente utilizados para a regeneração do tecido ósseo são os fosfatos de cálcio, que podem ser fabricados na forma de géis, pastas, blocos sólidos e como matrizes porosas. Suas principais áreas de aplicação são a ortopedia e a odontologia. A utilização do fosfato de cálcio de hidroxiapatita (HAP) tem recebido uma atenção particular por tratar-se de um material que possui semelhança com a apatita encontrada no osso, além de poder ser processada na forma de suportes porosos (GROOT, 1980; RAMAY, ZHANG, 2003). A porosidade amplia a área superficial disponível para a justaposição osso-implante e a osseointegração. Dessa forma, o período de ligação interfacial entre o osso e o implante é diminuído (VERCIK et al., 2003; CAMPOS et al., 2005). O osso humano é formado por 9% de água, 20% de componentes orgânicos e 69% de fosfatos de cálcio. Estes fosfatos estão presentes também na composição óssea de diferentes espécies animais, despertando grande interesse biológico e médico, por ser um material altamente biocompatível, ou seja, que possui capacidade de ser compatível com tecidos vivos e fluidos orgânicos sem que ocorram efeitos tóxicos ou ainda reações imunológicas. Um dos representantes mais utilizados do grupo dos materiais bioativos de fosfato de cálcio de origem sintética é a hidroxiapatita (LEITE et al., 2018). A HAP em tecidos mineralizados é de grande importância, uma vez que demonstrou ser um material biocompatível com aplicações biomédicas em odontologia, ortopedia e cirurgia maxilofacial. É um dos principais componentes de ossos e dentes, uma vez que lhes confere a dureza característica e a elasticidade do osso, e pode ser encontrado em partes de rochas metamórficas. Nos tecidos vivos a Hap e seus percursores estão 16 presentes e organizados em diferentes grupos animais, como em corais e estrelas de mar (GARCÍA; REYES, 2006) Materiais cerâmicos a base desse fosfato vem atraindo cada vez mais atenção na área médico-odontológica devido a sua similaridade com o material biológico, e os principais exemplos disto são a Hap [Ca10(PO4)6(OH)2] e o β- fosfato tricálcio [Ca3(PO4)2], devido a estrutura e composição muito próximas as do material biológico-esquelético (EPPLE e TADIC, 2004). Para que a HAP seja usada como suporte é necessário que esse material apresente uma estrutura tridimensional, com poros interligados, o que garantirá as semelhanças desejadas com o tecido ósseo devido à sua razão cálcio/fósforo (Ca/P), além de uma estabilidade quando em contato com ambiente fisiológico. A HAP apresenta semelhança significativa com o osso humano, mas é necessário um longo tempo de residência no corpo para que seja reabsorvida pelo osso (GROOT, 1980; RAMAY, ZHANG, 2003). Existem diversos métodos para obtenção da hidroxiapatita, que pode ser sintetizada por métodos úmidos e reações de estado solido. Podem-se mencionar o método sol-gel (BEZZI et al., 2003), a reação de combustão (GHOSH et al., 2011), o método mecanoquímico (MOCHALES et al., 2004), o método hidrotermal (IOKU et al., 2002), o método de emulsão (ZHANG et al., 2017) ou o método de microondas (KALITA & VERMA, 2010). Para a obtenção de nanoparticulas o método de combustão apresenta uma maior eficácia em comparação com outros métodos, sendo um método fácil, seguro, rápido e de baixo consumo de energia, o que possibilita a reprodução de pós cerâmicos em escala nanométrica (GU & MENG, 2007). A síntese por reação de combustão é um método que tem se apresentado eficaz na produção de pó com tamanho de partículas nanométricas, elevada área superficial e alto grau de pureza na maioria dos sistemas monofásicos estudados e que normalmente gera produtos com estruturas e composições desejadas, devido à elevada homogeneidade favorecida pela solubilidade dos sais em água (KIMINAMI, MORELLI, CLARK, FOLZ, 2000). - 17 1.1 Objetivo Geral Obtenção de hidroxiapatita nanoestruturada via reação de combustão para uso em aplicações biomédicas na forma de enxertos ósseos (scaffolds). 1.1 Objetivos Específicos • Sintetizar a hidroxiapatita por reação de combustão utilizando dois diferentes combustíveis diferentes, a ureia e a glicina; • Caracterizar a hidroxiapatita obtida por: difração de raios-X (DRX), ,Espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), distribuição granulométrica (DG) e microscopia eletrônica de varredura (MEV), curva TG; • Analisar a influência do tipo de combustível na estrutura e na morfologia do biomaterial obtido; • Sinterizar a Hap obtida por plasma e verificar qual a influência namicroestrutura do material; • Avaliar a potencialidade da utilização da Hap obtida como material para produção de scaffold. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A Hidroxiapatita (Hap) É um constituinte mineral natural encontrado no osso, representando de 30 a 70% da massa dos ossos e dentes. A hidroxiapatita sintética possui propriedades de biocompatibilidade e osteointegração, o que a torna substituta do osso humano em implantes e próteses (EANES, 1980). Essas propriedades, combinadas com sua alta capacidade de absorção e / ou absorção molecular, tornam a hidroxiapatita um excelente suporte para o papel de longo prazo dos medicamentos anticâncer no tratamento de tumores ósseos, e também é eficaz na remoção de metais pesados de esgoto e solo (MAVROPOULOS, 1999). 18 A hidroxiapatita (Hap) se tornou o material de reparo ósseo mais utilizado devido à sua estabilidade em condições in vivo, composição semelhante, excelente biocompatibilidade, osteocondutividade e capacidade de promover a função dos osteoblastos. Hap induz uma resposta biológica específica na interface, que leva à formação de uma forte ligação entre o tecido ósseo e o material. Suas várias aplicações incluem o revestimento de implantes ósseos como uma matriz porosa para o crescimento ósseo e enxerto ósseo após a cirurgia (KALITA et al., 2010). Embora o Hap desempenhe um importante papel biológico como o principal componente inorgânico de ossos e dentes, seu uso não se limita a ser um material biocompatível na área médica. Além disso, a hidroxiapatita pode ser usada como um trocador de íons, agente de liberação controlada de drogas, catalisador e também como um agente antipoluição no campo ambiental para absorver metais pesados e/ ou resíduos industriais de solo contaminado e água (El SHAFEI et al., 2004). Dois tipos de fosfato de calcio devem ser considerados(α –TCP e β- TCP): as sintetizadas em altas temperaturas e que apresentam boa cristalinidade e tamanho de cristais grandes, e as hidroxiapatitas sintetizadas em baixas temperaturas que apresentam baixa cristalinidade e tamanho de cristais pequenos. A hidroxiapatita precipitada por via úmida possui características similares às do tecido ósseo e dentário, diferentemente da hidroxiapatita sintetizada a altas temperaturas (FULMER, 1992). A osteointegração do corpo humano apresenta um problema quando o material bioativos se implanta um corpo, a interação entre osso e tecido tem lugar só nas superfícies aonde estas entram em contato, o material que fica sem contato esta inalterado que ocasiona tensões cisalhantes devido a diferenças entre os módulos de elasticidade do osso e do material bioativos, a reação de combustão produz nanoparticulas as quais promove a diminuição do tamanho de grão que melhora a resistência mecânica .(RODRIGUEZ, 2007). As Hap’s biológicas ou sintéticas são utilizada atualmente para a reparação óssea e a regeneração do osso sob a forma de blocos e/ou 19 suportes porosos, grânulos, isolados ou como composto com polímeros, outros cerâmicos ou até mesmo como revestimentos sobre implantes dentários ou próteses ortopédicas. A principal diferença entre a HAP sintetizada e o mineral do osso é a sua estequiometria, alta cristalinidade e a ausência de carbonato. Isto resulta em uma taxa de biodegradação muito menor em comparação com o mineral ósseo nanocristalino (TADIC et al., 2004; LEGEROS, LEGEROS, 2008). Essa semelhança química com a biocompatibilidade e a fase mineral do osso tornaram a hidroxiapatita um dos materiais mais conhecidos, favorecendo ligações entre a hidroxiapatita e os tecidos ósseos (bioativo), estabelecendo o crescimento ósseo para os locais em que ela se encontra (osteocondutor), permitindo a proliferação de fibroblastos, osteoblastos e outras células ósseas, sendo que as células não fazem distinção entre a hidroxiapatita e a superfície óssea, o que aponta a grande identicidade química superficial (SANTOS, L. A., 2002). As biocerâmicas podem ser empregadas na forma densa e/ou porosa. Na cerâmica densa, o tecido não se adere fisica, química ou biologicamente, e com isso o material movimenta-se facilmente, o que leva ao desprendimento e eventual fracasso do implante. Já as biocerâmicas porosas são usadas para reconstruir, substituir e reparar partes do corpo humano, já que se integram bem com o tecido ósseo vivo (CAO et al., 1996). Para que não haja a produção de reações tóxicas quando as biocerâmicas forem colocadas em contato com tecidos vivos, é preciso que os matérias sejam de elevada pureza química seguida de fatores ligados à estrutura porosa formada, tal como a forma dos poros, sua fração, tamanho, distribuição e a resistência mecânica do componente (SEPÚLVEDA et al., 1999). As cerâmicas porosas foram desenvolvidas com o objetivo de reproduzir uma estrutura porosa para ser aplicada como implante do tecido ósseo natural, fornecendo- se um local para o tecido ósseo crescer e fixar o 20 implante biologicamente. O crescimento ocorre quando o tamanho do poro é grande o bastante para acomodar as células juntamente com o sistema de irrigação sanguínea, ficando na média de 100 a 200 μm de diâmetro (KARAGEORGIOU, KAPLAN, 2005). 2.2 Obtenção da Hidroxiapatita Existem diferentes métodos para a obtenção da hidroxiapatita, dentre eles o método de reação por combustão, que por suas características, facilidade de produção e pelo baixo custo é o utilizado no presente trabalho. Podemos mencionar abaixo os principais métodos para obtenção da Hap: 1) Emulsão: a hidroxiapatita (HAP) obtida via emulsão não sofre alteração microestrutural, apresenta uma distribuição granulométrica mais fina e homogênea que a obtida via convencional, com tamanho de cristal de aproximadamente 30 nm, conferindo corpos com uma porosidade menor, o que pode melhorar sua resistência mecânica (WEBER et al., 2003). 2) Método Hidrotermal: O produto dessa técnica é um pó nanométrico ou milimétrico, sendo possível a obtenção de materiais com porosidade similar à hidroxiapatita obtida de corais. A partir dos diferentes pós é possível a obtenção de diversas morfologias e formatos de materiais, de denso até materiais extremamente porosos, os quais incluem técnicas de processamentos cerâmicos tradicionais e avançadas (ROSA et al., 1998). O método hidrotermal utiliza reações químicas em soluções aquosas sob elevada temperatura e pressão para facilitar a precipitação dos cristais. Também, esse método pode ser considerado como um método de precipitação no qual a fase de envelhecimento é conduzida sob alta temperatura, geralmente acima do ponto de ebulição da água, dentro de uma autoclave ou recipiente de pressão (DOURADO, 2006). 3) Método sol-gel: Para Santos et al. (2005) a utilização do método sol-gel é um processo químico por via úmida, no qual não é necessária a utilização de alto vácuo e elevadas temperaturas, sendo considerada uma das técnicas mais flexíveis e promissoras, favorecida por uma mistura em nível molecular 21 dos íons de cálcio e fósforo. O resultado deste processo é uma microestrutura de granulação fina com uma mistura de cristais de tamanho submícron a nano, sendo muito importante para melhorar a reação de contato e a estabilidade da interface osso artificial/natural; 4) Técnica de precipitação: envolve reações via úmida entre precursores de cálcio e fósforo com controle de temperatura e Ph da solução. O pó precipitado é calcinado em 400-600°C ou até mesmo a temperaturas mais elevadas, a fim de obter uma estrutura de apatita estequiométrica. A precipitação rápida durante a titulação da solução de fosfato em solução de cálcio pode levar a falta de homogeneidade química no produto final (COSTA et al., 2009); 5) Método Mecanoquímico: é um processo simples de reação não aquosa, que consiste em síntese no estado sólido,porém se aproveita da perturbação das ligações de espécies superficiais. Ao contrário da reação de estado sólido, onde partículas heterogêneas e com formato irregular eram geralmente sintetizadas, os cristais sintetizados pelo método mecanoquímico apresentam uma estrutura bem definida. E isto ocorre graças à perturbação das espécies ligadas à superfície resultante da pressão aplicada, melhorando as reações termodinâmica e cinética entre os sólidos (NASIRI-TABRIZI et al., 2009). 6) Micro-ondas: se caracteriza pela reação em meio aquoso em temperatura e pressão elevadas, cristalizando materiais cerâmicos através de uma solução. Existe um limite superior próximo a 1000ºC, porém é preferível a síntese em temperaturas mais amenas (entre 100 e 350ºC) (SUCHANEK e RIMAN, 2006). O micro-ondas atua na transferência de energia elétrica em energia térmica por meio de ondas eletromagnéticas (as micro-ondas). Para se produzir as ondas é necessário o uso do magnetron que gera as ondas e são propagadas por uma antena metálica. O aquecimento ocorre pelo processo de ressonância, as moléculas de água vibram, gerando calor. Esse processo possui um aquecimento homogêneo, reduzindo gradientes de temperatura, por isso as partículas são nucleadas de maneira igualitária, resultando em partículas uniformes. Empregando baixas temperaturas no processo e um menor tempo de síntese, proporciona redução nos custos devido à economia 22 energética proporcionada (KASHINATH, NAMRATHA e BYRAPPA, 2015). Ainda como vantagem, além da maior cinética de cristalização, melhora a qualidade de produção e a formação de novos materiais e produtos, emprega- se ao método assistido por micro-ondas uma maneira promissora de obter nanopartículas de hidroxiapatita (SOUZA, et al.2009). 7) Gravitacional: Método gravitacional e preparar Hap de tamanho manométrico e produzido através da otimização dos parâmetros uma temperatura relativamente baixa,preparando duas solu çoes aquosasa ,consiste em intensificar a mistura na escala molecular e transferencia de massa , eum processo que consta de duas etapas ,um disco rotativo utilizando a força gravitacional e concluida um tanque de agitação continua.(J.Nathanael ,et al. 2011) 2.3 A Reação de Combustão O processo de síntese de combustão baseia-se numa reação exotérmica de nitratos metálicos com combustíveis. Recentemente, há um crescente interesse na síntese de materiais cerâmicos por síntese de combustão por autopropagação (SPCS) e síntese assistida por micro-ondas. Há estudos que relatam que a hidroxiapatita submicrométrica pode ser sintetizada por SPCS usando ureia como o combustível e ácido nítrico como oxidante. O sucesso do processo é devido uma mistura íntima entre os constituintes que utilizam um combustível adequado, o qual atua também como um agente de complexação (por exemplo, ácido cítrico, uréia, sacarose, etc.), num meio aquoso e uma vigorosa reação redox exotérmica entre o combustível e um oxidante (por exemplo, ácido nítrico) (LAGASHETTY et al., 2007). É vastamente empregado para sinterizar múltiplos óxidos nanocristalinos e pós cerâmicos, se apresentando eficaz na produção de pós com tamanho de partículas nanométricas, elevadas áreas superficiais e alto grau de pureza (LEAL et.al., 2008). Segundo M. Canillas et al. (2017) A síntese de HAP pelo método de solução de combustão tem sido estudada para obter corpos cerâmicos com uma melhor resistência mecânica, como é realizada 23 em meio aquoso e oxidante melhora a homogeneização e libera energia durante a combustão. A reação de combustão apresenta-se como uma tendência atual por ser uma técnica de baixo custo, com elevado rendimento e produtos finais puros. Além disso, comparado a outros métodos, a reação de combustão apresenta vantagens como equipamentos simples, fácil preparação, tempo de reação curto e melhor reprodutibilidade (SADAT- SHOJAI et al. 2013). Além disso, o conhecimento das alterações físicas e químicas dos pós de hidroxiapatita obtidos por este método de síntese possibilita sua melhor utilização, seja em aplicações médicas como substituinte ósseo ou em outas aplicações como em processos de remediação ambiental (AZEVEDO et al., 2015). A síntese por combustão em solução é um método interessante para a preparação de óxidos cerâmicos altamente puros e nanocristalinos. Esse processo faz uso de nitratos metálicos e combustíveis, tais como glicina, sacarose, ureia, ou outros carboidratos solúveis em água. O nitrato atua como oxidante para o combustível durante a reação de combustão (DOGAN, 2001). Com o intuito de minimizar as dificuldades apresentadas pelos métodos de misturas de óxidos, diversos métodos químicos de síntese têm sido utilizados em escala de laboratório para a obtenção de materiais visando, principalmente, o controle da microestrutura e das propriedades magnéticas e elétricas por meio do controle das características dos pós (pureza, homogeneidade química, forma e tamanho médio das partículas). Entre os vários métodos de síntese, a síntese por reação de combustão tem se destacado como um método alternativo e bastante promissor para a preparação de pós nanométricos (COSTA et al., 2003). O mecanismo de reação de combustão em solução é bastante complexo. Os parâmetros que influenciam a reação são diversos, tais como o tipo de combustível, razão combustível-oxidante, temperatura de ignição e a quantidade de água contida na mistura precursora (LEITE, et al., 2018)[5]. Em geral, um bom combustível na síntese por combustão reage não violentamente, produz gases não-tóxicos e atua como um complexante para cátions metálicos (KINGSLEY; PEDERSON, 2001). A rápida evolução de um grande volume de gases durante a combustão dissipa o calor do processo e 24 limita o aumento da temperatura de chama, reduzindo a possibilidade de sinterização prematura localizada entre as partículas primárias. A saída dos gases também ajuda a limitar o contato interparticular, resultando em um produto mais friável. (PUROHIT et al., 2001). A condição em que a síntese pela reação de combustão é realizada, interfere de forma decisiva nas características finais do pó. Por meio do controle dos parâmetros (teor de combustível, tempo e temperatura de combustão) em que a síntese é realizada, se garante a obtenção de pós puros, cristalinos e com formação de aglomerados friáveis (fáceis de desaglomeração) adequados para obtenção de produtos de elevada sinterabilidade, microestruturas uniformes e excelentes propriedades (COSTA et al., 2002). 2.4 Nanotecnologia A nanotecnologia constitui-se em área científica de grande desenvolvimento pois trabalha com a estruturação de objetos em níveis moleculares e atômicos. Por meio dela tem sido possível miniaturizar alguns dispositivos eletrônicos e estruturas orgânicas utilizados, por exemplo, em comunicação, engenharia e medicina. Para a população em geral, é importante divulgar os processos nela envolvidas e os resultados de sua aplicação, de maneira que as pessoas compreendam as atuais conquistas e as melhorias que podem ser conseguidas com seu desenvolvimento Marconi (2005). Pode ser definida como a aplicação destas novas propriedades adquiridas pelas nanoestruturas nas mais diversas possibilidades de utilização. Nas últimas décadas, tem sido observado um crescente número de pesquisas envolvendo materiais nanoestruturados, no entanto, a utilização destes não é tão recente, pois é possível identificar a presença da nanotecnologia em períodos remotos da história da humanidade. Há aproximadamente 4000 a.c. os alquimistas egípcios utilizavam partículas de ouro em suspensão com tamanho de 1-100nm para estimular a mente e restaurar a juventude e denominavam tais partículas como “elixir de ouro” ou 25 “elixir da longa vida” (ALVES, 2004). As nanopartículas, devidoao seu tamanho, apresentam propriedades diferentes dos materiais usuais. A transição de micro para nano leva a inúmeras alterações nas propriedades eletrônicas, óticas e mecânicas do material, sem alterar a composição química. Por exemplo, materiais semicondutores podem torna-se isolantes quando se apresentam em escala nanométrica (BIJU et al., 2008). Esta aquisição de novas propriedades, é a principal motivação para o crescente aumento de estudos envolvendo o desenvolvimento e a utilização de materiais nanoestruturados, pois com novas propriedades surgem novas possibilidades de aplicações nas mais diversas áreas da ciência (RAO; CHEETHAM, 2011). Assim, o enfoque das pesquisas em nanotecnologia tem sido controlar as propriedades dos materiais através de seu desenvolvimento dentro de uma escala de tamanho de 1 – 100nm. E quando usamos os termos “criar e controlar’ estamos nos referindo à habilidade de trabalhar em nível atômico, molecular e macromolecular, objetivando a obtenção de materiais, dispositivos e sistemas cujas propriedades e aplicações são fundamentalmente novas e o produto final possui um melhor desempenho (HELLAND; KASTENHOLZ, 2008). 2.5 Nanopartículas de Hap Hidroxiapatita nanoparticulada é definida como hidroxiapatita com tamanho do cristal de 1 - 100nm. Os cristais de hidroxiapatita presentes no corpo humano possuem tamanho tão pequeno que são considerados materiais nanoestruturados. As nanopartículas de hidroxiapatita possuem propriedades mecânicas como dureza superior, quando comparadas às micropartículas. Além disso apresentam maior área superficial, pois os átomos presentes na camada mais superficial possuem ligações insaturadas, fazendo com que a nano-hidroxiapatita apresente alta reatividade (XU et al., 2004). A hidroxiapatita já é considerada um ótimo biomaterial com excelentes propriedades, porém a literatura mostra que o tamanho da partícula influencia não só na formação dos tecidos duros como também nas propriedades intrínsecas do biomaterial como, por exemplo, na solubilidade e 26 consequentemente, na biocompatibilidade. Hap nanoparticulada sintética tem sido utilizada em aplicações médicas desde 1970 (REISNER, 2011). A Hap nanoparticulada tem sido muito indicada para reposição de tecido ósseo, preenchimento de defeitos ósseos, guia de regeneração ou como recobrimento de superfície de implantes metálicos para acelerar o processo de cicatrização. Alguns experimentos envolvendo proliferação celular têm demonstrado que nanopartículas esféricas de Hap apresentam maior biocompatibilidade quando comparada à Hap com formato irregular, disponível comercialmente (KUSAKABE et al., 2004). Estudos têm demonstrado que biomateriais a base de HAP nanoparticulada são mais facilmente biodegradados e possuem maior bioatividade (DOROZHKIN, 2010) quando comparados com as cerâmicas no tamanho “micro”. O tamanho, a morfologia e a estrutura das partículas de Hap possuem um efeito significativo na resposta biológica, não apenas em termos de bioatividade, mas também na biocompatibilidade. Sendo assim, é de extrema importância o conhecimento do método de síntese e das características da partícula sintetizada antes de aplicá-las no organismo (GRANDJEAN-LAQUERRIERE et al., 2004). 2.6 Biomateriais Os biomateriais podem ser definidos como qualquer elemento que possa ser usada por um período de tempo para fazer interface e interagir com os sistemas biológicos a fim de tratar, restaurar, aumentar ou substituir qualquer tecido, órgão ou funções do corpo, com a finalidade de manter e/ou alterar a qualidade de vida do paciente (WILLIAMS et al.,1992). Segundo EY Kawachi (2000) “a utilização de cerâmicas como biomateriais remonta a 1894, quando Dreesman relatou o uso de gesso (CaSO4.1/2H2O) como um possível substituto para ossos. Este material apresenta uma resistência mecânica muito baixa e é completamente reabsorvido pelo organismo, resultando em uma rápida fragmentação e degradação. Tais propriedades pouco atrativas praticamente excluíram a utilização do gesso como biocerâmicas implantável”. Devido ao aumento na diversidade de substâncias e técnicas 27 utilizadas para síntese dos biomateriais, além dos diversos aspectos envolvidos na interação destes com os mais variados tecidos biológicos, encontrou-se a necessidade de classificá- los em diferentes grupos, de acordo com a composição química ou de acordo com seu comportamento biológico. A classificação quanto a composição química se dá de acordo com a origem e propriedades intrínsecas do biomaterial. Já a classificação quanto ao comportamento biológico está relacionada à resposta biológica causada após a sua utilização (WILLIAMS et al.,1992). Quanto a composição química, podemos ter biomateriais metálicos, cerâmicos, poliméricos (naturais ou sintéticos) e compósitos. Os biomateriais metálicos geralmente são utilizados devido as suas boas propriedades mecânicas (resistência e dureza). Alguns exemplos de metais e ligas utilizadas como biomateriais são: titânio, liga de titânio-alumínio-vanádio e as ligas de cromo-cobalto (BINYAMIN et al., 2006). Os biomateriais cerâmicos têm como principal vantagem a biocompatibilidade a qual está diretamente relacionada à sua composição química, que contêm íons geralmente encontrados fisiologicamente em nosso organismo, como por exemplo, Ca2+, K+, Mg+, Na+. Os materiais cerâmicos são muito estáveis quimicamente, e por isso praticamente não reativos. Em termos físico-químicos, são considerados frágeis, duros, resistentes a ataques ácidos, estáveis a altas temperaturas e isolantes térmicos e elétricos (WANG, 2003). Os biomateriais poliméros são caracterizados por cadeias extensas de unidades monoméricas repetidas. O comportamento físico-químico dos polímeros está diretamente relacionado com a composição química, estrutura, extensão da cadeia macromolecular (peso molecular) e distribuição das cadeias. Alguns exemplos de polímeros utilizados como biomateriais são polietilenos, polipropilenos, poliuretano, ácido polilactídico (PLA) e o polimetacrilato de metila (PMMA). O uso de alguns polímeros como biomateriais pode ter como desvantagem a possibilidade de sensibilização alérgica e respostas patológicas devido à liberação de monômeros tóxicos. Além disso, os biomateriais poliméricos trazem como desvantagem a baixa resistência mecânica. Já a principal vantagem é a possibilidade de serem gradualmente substituídos pelo tecido do hospedeiro, quando implantados, evitando uma segunda intervenção cirúrgica para remoção do implante 28 (AFONSO, 1998). Os biomateriais compósitos ou híbridos são aqueles obtidos através da combinação dos diferentes tipos de materiais citados anteriormente. As associações têm como principal finalidade tentar superar as limitações individuais apresentadas pelos componentes quando utilizados isoladamente e assim, potencializar as suas propriedades mecânicas e físico-químicas individuais, a fim de melhorar o seu comportamento biológico. Assim, os compósitos são sintetizados para se obter propriedades que os componentes isolados não possuem e de forma superior aos que resultariam da simples adição das propriedades de cada um deles. O tecido ósseo é um exemplo de compósito criado pela natureza, em que a combinação das fibras colágenas com os diferentes minerais deu origem a um tecido cujas propriedades biomecânicas são excelentes (LOPES et al., 2001). De acordo com a resposta biológica gerada nos tecidos quando colocados em contato com os biomateriais, podemos classificar os biomateriais em: bioinertes, biotolerantes e bioativos. Os materiais bioinertes são aqueles menos susceptíveis a causar uma resposta biológica adversa devido à sua estabilidade química. A liberação de componentes é quase que inexistente e por isso, caracterizam-se por não provocaremreação de corpo estranho no organismo onde são implantados. A formação de cápsula ou tecido fibroso na interface entre os tecidos envolventes é praticamente inexistente. Alguns exemplos de biomateriais considerados bioinertes são a alumina e zircônia (CASTNER; RATNER, 2002). Os materiais biotoleráveis são aqueles apenas tolerados pelo organismo, ou seja, moderadamente aceitos pelos tecidos envolventes, e, portanto, isolados dos tecidos adjacentes através da formação de uma camada de tecido fibroso. Esta camada é induzida por meio da liberação de compostos químicos, íons, produtos de corrosão, entre outros, por parte do material implantado. A espessura da camada é inversamente proporcional à tolerabilidade dos tecidos ao material. A utilização deste tipo de biomaterial implica na presença de tecido conjuntivo fibroso entre o biomaterial implantado e o tecido. Alguns exemplos são aço inoxidável, ligas de cromo-cobalto e PMMA (HEIMKE, 1995). 29 Os materiais são considerados bioativos quando há a formação de uma união direta e resistente entre a superfície do material e os tecidos onde este é implantado, sem que haja a presença de invólucros fibrosos. Essa união ocorre devido à similaridade entre o biomaterial e o tecido. Esses tipos de materiais condicionam ou induzem atividade biológica onde são aplicados. Os fosfatos de cálcio, a hidroxiapatita e os vidros bioativos são alguns exemplos (HENCH; WILSON, 1993). 2.7 Sinterização por Plasma O plasma é um processo que vem sendo utilizado para sinterizar amostras de pós compactados através de um intenso bombardeamento de íons o qual posibilita alcançar altas temperaturas mais rapido que de forma concional.Utilizando- se o plasma é possível realizar a sinterização e a extração de ligantes/lubrificantes já que consegue-se alcançar altas temperaturas em um ambiente controlado. Dependendo da polaridade em que a peça se encontra, atuando como cátodo do sistema, seu aquecimento pode ocorrer através de inúmeras colisões de íons, átomos e/ou moléculas e neutros rápidos do gás, junto a sua superfície, isso pode gerar microestruturas em sua superfície, em decorrência do bombardeamento iônico, ou podendo até mesmo ser danificada, devido à presença de micro-arcos que se formam durante as colisões. Para evitar tais danos superficiais, as amostras são posicionadas no ânodo do sistema. (G. S. Cardoso et .al 2016) A sintetização por plasma neste trabalho apresentam diferentes reações, sendo as de maior relevância: 1. Ionização, produzindo átomos e moléculas ionizadas; 2. Dissociação, produzindo espécies atômicas e radicais a partir de moléculas; 3. Excitação, produzindo átomos e moléculas excitadas; 4. Relaxação, produzindo emissão de fótons devido ao decaimento de elétrons. 5. Recombinação, processo inverso à ionização que produz átomos e moléculas não ionizados; Chapman (1980). . 30 O argônio foi escolhido como o gás de alimentação para a geração de plasma, uma vez que os gases inertes não resultaram na deformação dos substratos, em contraste com os gases oxidativos, como o oxigênio(Reinhold I. et al 2009) Os principais benefícios de fazer a sinterização com plasma para cerâmicas nanocristalinas nesse processo são que permite o emprego de temperaturas mais baixas de sinterização, reduzindo o tempo em comparação com a sinterização convencional, produzindo alta densificação com pequeno crescimento de grãos (TROMBINI et al., 2007). No trabalho “Bioceramics: spark plasma sintering (SPS) of calcium phosphates” (DROUET et al., 2006) confirma-se que a Hap pode ser sinterizada a baixas temperaturas no intervalo entre 850°C e 950°C, sem causar grandes alterações físicas, químicas e biológicas, e com um tempo reduzido de sinterização entre 5 a 10 minutos depois de estabilizar a temperatura. No método de sinterização por plasma se obtém uma redução da temperatura permitindo a diminuição do tamanho do grão, melhorando a resistência mecânica e aumentando a tenacidade e dureza de fratura, as quais foram melhoradas em 30% ao adicionar nano tubos de carbono, como foi demonstrado no trabalho (VELJOVIĆ et al., 2013). 2.8 Hap scaffold Como definição, pode-se dizer que o scaffold é uma célula tridimensional sólida, que fornece suporte necessário para a fixação, proliferação, diferenciação e orientação celular para permitir o crescimento de tecidos semelhantes.(Silva et al., 2016) Os Scaffolds tridimensionais são construídos para suporte temporário substituição de células e tecido lesionado. Após implantar as células crescem, migram e proliferam sob a orientação de sua arquitetura. com isso, eles também permanecem aderidos e próximos aos tecidos circundantes durante a degradação graduais e formação de novos tecidos (SABIR, XU e LI, 2009; 31 HUTMACHER, 2001). Os Materiais sintéticos são uma escolha para a substituição em enxerto ósseos,para esta caraterística é essencial um tecido poroso para regeneração óssea ,no caso da Hap deve ser altamente porosos com uma rede de poros interconectados. E de grande significância o tamanho do poros ,dependendo do tamanho do poro vao apresentar as caracteristicas e comportamento da Hap,para um crecismento bacteriano das celulas osseas e preciso 100-200 μm. Com poros de tamanho entre 75 μm o resultado do crescimento do tecido, semelhante ao osso não mineralizado. Com tamanhos entre 10-75 μm facilitam apenas inserção do tecido fibroso , o que suporta a sustentação mecânica das peças. (Fook et al., 2010) 2.9 Regeneração de tecido ósseo É de grande importância na área médica a utilização de materiais para enxertos ósseos, para a recuperação de defeitos que possam ocorrer por traumas ou perdas ósseas. A capacidade do corpo de substituir células danificadas ou mortas e repará- las o tecido após a inflamação é fundamental para a sobrevivência. Atividade de proliferação de tecidos os tecidos de animais e humanos são divididos em três categorias: tecidos continuamente divididos ou tecido instável; tecido estático; tecido não dividido ou permanente (Unesp et al., 2012) A Hap por sua excelente semelhança com a fase mineral e estrutura cristalina do osso, tem uma grande aceitação e está sendo desenvolvida por sua excelente osteocondutividade como scaffolds como uns principais elementos da medicina regenerativa.(Liu et al., 2015) As propriedades que deve ter um biomaterial para ter uma excelente integração com o organismo onde será implantado não deve desenvolver resposta inflamatória sustentada ou tóxica na sua implantação in vivo, O deve 32 ter um tempo de degradação permitindo a regeneração ou cura do local afeitado, precisa ter propriedades mecânicas adequadas para regenerar ou curar, não deve gerar toxicidade deve ser facilmente metabolizado pelo corpo.(Oliveira et al., 2010). A adesão celular e regeneração óssea foi estudado por Zhang et al. (2020a), onde a utilização de um nanocompósito de hidrogel de alta, que facilitou a adesão celular, a proliferação, a osteodiferenciação e o scaffolds de hidrogel, produziu uma aceleração da regeneração como uma nova formação ossea. E foi confirmado na segunda experiência por (Zhao et al., 2020b) que hidrogel a partir de montagem de supramolecular de nanohidroxiapatita, carbonato de sódio e acido poliacrilico, conserva sua biocompabilidade, bioatividade e osteocondutividade, mantendo suas propriedades mecânicas e podem ser usados como scaffolds para o defeito ósseo de tamanho crítico (6,0 mm de diâmetro e 10,0 mm de profundidade). A propriedade dos materiais de regeneração óssea fabricados vá depender do tipo de ligante utilizado, da técnica de preparação empregada e da proporção da composição entre o mineral e o ligante (Kebede et al., 2018), O xerogel composto de hidroxiapatita-poli (dimetil acrilamida) (HAp – PDMAAm) razãoem peso de 0,17 do conteúdo de HAp pode resistir a uma tensão de tração de 30,2 MPa, enquanto 26,2 MPa foi observado no caso do composto ósseo de agarose, razão em peso de 0,5 do conteúdo de HAp.(KEBEDE et al., 2018) Na regeneração óssea a Hap devido a sua estrutura nanométrica e morfologia com excelentes propriedades químicas , biológicas em combinação com fios nanofios de Hap ultralonga as quais melhorou as propriedades mecânicas e hidrofilicidade e dos materiais com um aumento na célula adesão, proliferação e diferenciação osteogênica, o 10% de peso Hap /MXene as propriedades mecânicas foram ideais em quanto a fração em peso de Hap era de 0 a 30% beneficiou a melhoria biológica(Fu et al., 2020) . Adesão e proliferação pode ser comprovado por (Kim et al., 2018) na qual o scaffolds consistia em uma camada interna densa de HAp e uma camada externa de porosa de osso de bico de pato com excelente potencial 33 de scalffolds. . No tanto , os resultados indicam o grande potencial das membranas de bicamada PLGA / HAp / β-TCP (dos Santos et al., 2020a) na reconstrução óssea com perfil de degradação, morfologia, comportamento mecânico e capacidade regenerativa óssea adequados. Os fosfatos de cálcio são amplamente utilizados para incrementar a bioatividade e osteocondução ,membranas de de PLGA (lactic-coglycolicacid) com adições de Hap e β-TCP em razão de 60:40 melhorou o tamanho, propagação e migração osteoplástica nas membranas altamente porosas com taxa de degradação mais rápida e melhor comportamento osteoblástico.(dos Santos et al., 2020b). Membranas para regeneração óssea guiada representam recursos valiosos, evitando a infiltração de fibroblastos e auxiliando na reconstrução óssea anatômica. No entanto, as membranas disponíveis não têm capacidade regenerativa óssea, comportamento mecânico adequado, ou perfil de degradação adequado. Em conjunto, os resultados indicam o grande potencial das membranas de bicamada PLGA /HAp/ β-TCP na reconstitução óssea com perfil de degradação, morfologia, comportamento mecânico e capacidade regenerativa óssea adequados (Santos et al., 2020b). Foi demostrado por (Ying et al., 2019) que de Hap ultralongas de 100 a 400 nm de largura , foram utilizadas como reforço em scaffolds que possui estrutura porosa, boa flexibilidade e elasticidade, sendo promissor para uso como material de reparo ósseo. Nas últimas décadas, o ácido hialurônico tem sido amplamente utilizado na regeneração óssea e atualmente é um popular tópico, particularmente nas áreas craniofacial e odontológica, onde existe agora uma grande demanda por regeneração óssea. Servindo como um scaffolds ácido hialurônico deve ser considerado uma ferramenta promissora na regeneração óssea, têm mostrado excelente potencial para melhorar a osteogênese e a mineralização. Além disso, em ordem para melhorar a osteogênese.(Zhai et al., 2020) A nanopartículas de hidroxiapatita incorporando citrato e zinco em sua 34 composição para um procedimento hidrotérmico de uma etapa, reduziu o tamanho das nanopartículas, essas descobertas permitirão que o projeto de novas nanopartículas biométricas de hidroxiapatita com grande potencial para regeneração óssea. (Fernandes et al., 2020). 3 METODOLOGIA 3.1 Materiais 3.1.1 Síntese da Hap Para a obtenção de bionanocerâmica (Hap) os seguintes reagentes foram utilizados: • Nitrato de cálcio [Ca (NO3)2 4H2O] (Nitrato de Calcio P.A.marca Dinâmica) • Hidrogeno-ortofosfato de diamônio [(NH4)2HPO4] (Fosfato de Amônio P.A. marca Dinâmica) • Uréia [CO(NH2)2] (Uréia P.A. marca Alphatec) • Glicina (C2H5NO2) (Glicina P.A. marca Alphatec) • Ácido nítrico (HNO3) (marca Ciavicco P.A.A.C.S 70%) • Hidróxido de cálcio (Hidróxido de cálcio P.A. marca Maquira) 3.2 Métodos 3.2.1 Obtenção da Hap Os pós de Hap foram obtidos pela síntese de combustão. Todas as reações de combustão foram conduzidas em cadinhos metálicos com capacidade de 200ml.Os reagentes correspondentes à composição desejada da Hap [Ca10PO4)6(OH)2] foram colocados no cadinho, constituindo uma solução oxiredutora. Como combustível da reação foram utilizados uréia e glicina, em reações de batelada diferentes. A proporção de cada reagente foi calculada de acordo com a 35 metodologia proposta por Ghosh et al (2011). Na Figura 1 está apresentado um fluxograma ilustrativo da metodologia utilizada. Figura 1 :Fluxograma da metodologia de obtenção da Hap. Todos os reagentes utilizados para reação de combustão foram pesados em balança com precisão de quatro casas decimais: • Nitrato de cálcio: (Ca (NO3)24H2O): 64,23g • Fosfato de amônio dibásico [(NH4)2PHO4)]: 27,58 g • glicina (CaH5NO2) 10,66 g • uréia (CO(NH2)2): 12,82 g • Água destilada: 100 ml Tabela 1 Mistura do nitrato de cálcio Ca(NO3)24H2O com orto fosfato diamônio (NH4)2HPO4 e água sob agitação magnética . Ur eia como como combustível de re ação de combustão 36 tempo(m) Observações Estado Ph 30 Inicio de agitação magnética Não transparente --- 30 Adição de 5 ml de HNO3 5% Transparente 1.97 30 Adição de 5 ml de HNO3 25% Transparente 1.47 30 Adição de 5 ml de HNO3 50% Transparente 1.23 30 Adição de 2,5 ml de HNO3 95% Transparente 0.98 30 Adição de 2,5 ml de HNO3 100% Transparente 0.56 5 Adição de hidróxido de cálcio para estabilizar (1 g) Finalizada 1 Glicina como como combustível de reação de combustão tempo(m) Observações Estado Ph 30 inicio de agitação magnética Não transparente --- 30 adição de 5 ml de HNO3 5% Transparente 1.74 30 adição de 5 ml de HNO3 25% Transparente 1.52 30 adição de 3 ml de HNO3 75% Transparente 1.19 30 adição de 2,5 ml de HNO3 95% Transparente 0.89 30 adição de 2,5 ml de HNO3 100% Transparente 0.71 5 adição de hidróxido de cálcio para estabilizar (1 g) Finalizada 1 A mistura foi realizada por agitação magnética, adicionando-se HNO3 em pequenas quantidades até a solução ficar transparente, em cada adição de HNO3 foi verificado o pH da solução. Em seguida transferiu-se a mistura do becker para o cadinho metálico e levou-se a mesma para uma resistência elétrica previamente aquecida para que a reação de combustão ocorresse de acordo com a metodologia proposta por Ghosh et al, 2011. As etapas da síntese estão ilustradas na Figura 2. 37 Figura 2 Etapas da síntese da Hap: a) agitação magnética, b) solução transparente, c) ebulição da solução, d) começo da liberação de gases, e) começo da reação exotérmica, f) obtenção do Pó. Todos os pós obtidos foram peneirados malha 200 mesh para serem levados para as devidas caracterizações, o tempo de combustão para a glicina como combustível foi 1h06min e para a Uréia foi de 1h20min. 3.2.2 Sinterização da Hap por plasma 3.2.2.1 Sinterização da Hap O processo de sinterização para as amostras de Hap compactadas foi realizado por sinterização à plasma, utilizando uma corrente máxima de 0,9 A, com gás argônio à uma velocidade de 44,4 cm3/min, uma tensão de 940 volts, temperatura máxima atingida de 1050°C, e tempo total de sinterização de 120 minutos, com uma pressão do reator 2,5x10-3 Bar. Para realizar a caracterização da Hap sinterizada, todas as amostras foram maceradas em grau e pistilo de ágata, conforme ilustrado na Figura 3, até ficarem na forma de pó novamente. 38 Figura 3 Preparação das amostras de Hap sinterizadas São apresentados nas Tabelas 2 e 3 os parâmetros utilizados na sinterização das amostras de Hap por plasma. Já a Figura 4 ilustra o momento da sinterização por plasma. Tabela 2: Parâmetros da sinterização das amostras de Hap sintetizadas com uréia como combustível. Amostras Comb Glic Tempo (Após estabilização) SINTERIZAÇAO POR PLASMA Tempo Gás T° A 60-90 min 30-45 min ARGÔNIO 800 °C B 60-90 min 30-45 min ARGÔNIO 1000 °CTabela 3: Parâmetros da sinterização das amostras de Hap sintetizadas com glicina como combustível. Amostras Comb ureia Tempo (Após estabilização) SINTERIZAÇAO POR PLASMA Tempo Gás T° A 60-70 min 30-45 min ARGÔNIO 800 °C B 60-70 min 30-45 min ARGÔNIO 1000°C 39 . 3.2.3 Caracterização dos pós de Hap 3.2.3.1 Difração de Raios-x (DRX) Foram feitas análises de DRX nas amostras de Hap obtida com glicina e uréia antes e após a sua sinterização. A análise de DRX foi conduzida no aparelho D2 Phaser Bruker, utilizando-se radiação Kα do cobre, tensão de 30 kv, corrente de10 mA, varredura entre 10º a 80º e velocidade de varredura de 0,02º/seg. As análises foram realizadas no Laboratório de Materiais Multifuncionais e Experimentação Numérica (LAMMEN) da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN. Ainda, utilizando-se o programa Hight Score procedeu-se com a análise mais refinada dos resultados de DRX em que foi possível calcular o tamanho do cristalito das amostras de Hap por meio da equação abaixo. Figura 4: Sinterização a plasma das amostras de Hap. a) reator de plasma, b) processo de sinterização das amostras e c) amostra de Hap sinterizada. 40 K= Constante de scherrer ( 0,91) λ = Comprimento de onda da radiação utilizando cobre (0,145056 nm) β= Largura a meia altura (FWHM) do pico da difração θ= Ângulo de Bragg 3.2.3.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) As análises de microscopia eletrônica de varredura foram realizadas no equipamento da Marca HITACHI modelo Table top Microscope TM3000, operando com voltagem de 15 kv com filamento de tungstênio. As análises foram realizadas no Laboratório de Caracterização de Materiais do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMat) do Centro de Tecnologia (CT) desta universidade. 3.2.3.3 Distribuição Granulométrica (DG) Para a determinação da distribuição granulométrica das amostras de Hap foi utilizado um equipamento em que se mede a granulometria na faixa de 0,3 nm a 8 µm no analisador de nanopartículas SZ-100 series (HORIBA Scientific). O SZ-100 utiliza a técnica de dispersão dinâmica da luz para determinar o tamanho das partículas. O espalhamento de luz dinâmica é a medição de flutuações na intensidade de luz dispersa com o tempo. A leitura ocorre através do movimento Browniano das partículas em um dispersante adequado. A análise foi realizada no Laboratório de Síntese de Materiais Cerâmicos (LABSMac) da Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais (UAEMa) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 3.2.3.4 Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) Foram feitas análises de FTIR nas amostras de Hap. O ensaio foi realizado utilizando o aparelho Bruker Vertex 70, com varredura na faixa de 400 – 4000 cm-1, resolução de 4 cm-1 e número de canais igual a 16. As análises foram realizadas no Laboratório de Materiais Multifuncionais e Experimentação Numérica (LAMMEN) da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) desta universidade. 41 3.2.3.5 Cálculo de tamanho de grão Para medir o tamanho de grãos obtidos no MEV, tendo a uréia como combustível com aglomerados formados por pequenos cristais de forma acircular e a glicina com formato fibroso (dendrítico), adotou-se a mesma metodologia, onde se utilizou uma amostra n=50, realizou-se 3 medições para cada grão e obteve-se uma média aritmética. Depois fez-se uma somatória de todas as médias aritméticas e se obteve a medida do tamanho do grão obtido, medidas realizadas com o programa imagemJ a qual coincidiu com as medida efeituadas com MEV/EDS. 3.2.3.6 Microscopia Eletrônica de Varredura com Emissão de Campo Microscopia Eletrônica de Varredura com Emissão de Campo, com o objetivo de efetuar uma análise nanoestrutural, foram feitas nanografias utilizando um microscopio eletrônico de varredura com emissão de campo (MEV-FEG), modelo Zeiss Auriga 40. O intuito de se fazer essa análise foi para obter nanografias dos materiais formados, de modo que fosse possível saber se o método utilizado foi eficiente para a sinterização da Hap por Plasma, alem de observar as formas e tamanhos das partículas. 3.2.3.7 Analises térmicas As análises térmicas foram realizadas em aparelho simultâneo SHIMADZU DTG 60 (UFPB). O ensaio ocorreu em atmosfera de ar sintético com fluxo de 50 ml min-1. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Difratograma de Raios-X Os difratogramas de raios-x para a Hap obtida utilizando ureia como combustível estão representados na Figura 5. Os difratogramas foram comparados com a carta cristalográfica 01-089-6437 sistemas Hexagonal para Hap e carta cristalográfica 96- 151-7239 para Ca3(PO4)2 beta-tricalcium 42 Figura 5. Difractograma Hap obtida da reação de usando ureia como combustível. phosphate com um sistema Tetragonal. Complementarmente utilizou-se o programa High Score para a verificação de fases secundárias.Analisando os resultados contidos na Figura 5, podemos identificar diferentes picos característicos da Hap bem como a presença de outras fases. Observa-se que os principais picos da Hap se encontram entre 20º(θ) e 60º(θ). Destaca-se que estes picos também foram observados por Ghosh et al. (2011) quando estudou Síntese de pós de hidroxiapatita nanométrica por reação de combustão em solução sob diferentes rotas de síntese. Verifica-se ainda que entre os ângulos 20º(θ) e 45º(θ) uma maior concentração de picos referentes à fase principal da Hap e entre os ângulos 25º(θ) até 60º(θ) observa-se os picos referentes à segunda fase de fosfato de tricálcio Ca3(PO4)2, sendo 31,01 º(θ) a maior intensidade, e 34,34º(θ) outro pico com grande importancia na intensidade, com um sistema cristalino hexagonal. Desta forma, verifica-se que a Hap obtida por reação de combustão, utilizando a uréia como combustível, não apresentou- se monofásica. Na Figura 6, encontra-se o difratograma de raios-x da amostra de Hap utilizando a glicina como combustível, o qual apresentou o mesmo perfil da amostra de Hap obtida com ureia. 43 Analisando-se o difratograma constata-se novamente na Figura 6 que a Hap obtida, com a glicina como combustível, não é monofásica por que apresentou outra fase identificada como Fosfato Tricálcio Ca3(PO4)2 (pico característicos em 22º(θ)), na zona entre 33º(θ) até 38º(θ) e de 50º(θ) a 53º(θ). O pico de maior intensidade em 33º(θ) carta cristalográfica 01-074-0566. A carta cristalográfica utilizada para as fase minoritária foi a de número 96-151- 7239 (Ca3(PO4)2) beta-tricalcium phosphate. Os picos encontrados em amostras de Hap utilizando glicina e ureia como combustível para a reação de combustão apresentam as mesma características e maiores intensidades encontradas nos ângulos 32°(θ) e 34°(θ), também observados por Ghosh et al. [9] (2011), no estudo da Síntese de pós de hidroxiapatita de tamanho nano por combustão em solução rota sob diferentes condições de reação. Procedeu-se ainda com o cálculo do tamanho de cristalito das amostras de Hap, calculado através do Programa Hight Score, tais resultados estão apresentados na Tabela 4. Tabela 4 Cálculo de tamanho médio de cristalito da HAp Amostra Tamanho médio de cristalito (nm) Hap ureia 32,52 Hap glicina 45,54 Figura 6 Difratograma da amostra de Hap obtida com glicina como combustível de reação 44 Analisando a Tabela 4, verifica-se que o tamanho de cristalito é influenciado pelo tipo de combustível utilizado na reação de combustão. A uréia promove mais liberação de gases, o que indica maior temperatura de reação e por isso menor o tamanho do cristalito, o efeito da temperatura foi comprovado em por SIMÕES et al. (2012). Os tamanho de cristalito das amostras estudadas os valores são menores que os obtidos por outras técnicas e estão em consonância aos valores reportados porGhosh et al. (2011) e inferiores a os parametros apresentados por Leite (2018). No difratograma de raios-x da Figura 7 verifica-se o resultado de DRX da amostra de Hap que foi sintetizada por reação de combustão utilizando a ureia como combustível e que posteriormente foi sinterizada por plasma. Figura 7: (a) Difractograma de raio-x sinterizado por plasma a 800 °C; (b) lista de picos do difractograma. Figura 8: Difratograma de raio-x utilizando a Glicina como combustivel, sinterizada a 800 0C. 45 Comparando com a carta cristalográfica 01-074-0566, observa-se que após a sinterização por plasma a amostra de Hap passou a ser bifásica, o principal pico cristalino se encontram no ângulo 32,8º(θ).sendo a maior intensidade. O pico principal representados por fosfato tricálcio Alfa na carta cristalográfica 01-070-0364 no ângulo 30,7(θ). Na figura 6 representa-se a sinterização usando a glicina como combustível. A sinterização apresentou as caracteristicas principais de Hap encontradas na literatura, sendo o segundo pico em intesidade de 33°(Ф) pertencente a fosfato beta tricálcico (β-TCP) para encontradas na carta cristalográfica 96-151-7239. Difratograma utilizando glicina como combustível, carbonizada a 800°C apresentou as principais características da Hap: Figura 9: Difratograma de carbonização com plasma utilizando-se a Glicina como combustivel de redução. Figura 10: Difratograma de Raio-x sinterizado por plasma a 1000°C com a uréia como combustivel. 46 O difractograma apresentou uma amostra bifásica com principais fases de Hap entre 2(Ө) 22,8° até 2(Ө)46°e sua maior intensidade em 2(Ө) 31,8° encontrada com a carta cristalográfica 01-089-6440, e fosfato beta tricálcico (β- TCP) encontrado os principais picos em 2(Ө) 31,02° de maior intensidade e os ângulos 2(Ө) (27,79°;25,8°), encontrados na carta cristalográfica 96-151-7239. No difratograma de raio-x da Figura 8, observa-se o resultado de DRX da amostra de Hap que foi sintetizada por reação de combustão utilizando a glicina como combustível de reação e que posteriormente foi sinterizada por plasma. Essa amostra, apresentou-se como bifásica (carta cristalográfica 96-900-2214), apresentando os picos de maior intensidade entre 25º(θ) e 35º(θ), o pico mais intenso encontra em 31,15º(θ). De acordo com a literatura a presença de fosfato tricálcio como fase secundaria, se deve a decomposição do nitrato de cálcio e fosfato de amônio que ocorre na faixa entre 660ºC e 720ºC, observados também por Liodakis et al. (2007) e por Leite et al. (2018). Procedeu-se ainda com o cálculo do tamanho de cristalito das amostras de Hap sinterizadas por plasma, calculado através do Programa Hight Score, tais resultados estão apresentados na Tabela 5. Tabela 5: Cálculo de tamanho médio de cristalito da Hap sintetizada com plasma. Amostra T critalito (nm) A 800°C T cristalito (nm) a 1000°C Ureia 43,32 42,90 Glicina 49,53 47,69 Para calcular o tamanho médio de cristalito foram utilizadas as três maiores intensidades dos picos característicos da fase Hap. Analisando os resultados da Tabela 5, observa-se que as duas amostras de Hap sintetizadas com uréia e duas amostras Hap sinterizada com glicina, após a sinterização, apresentaram tamanho de cristalito para ureia e 43,32nm com carbonizado a 8000C e 42,90 nm com carbonizado a 10000C e para Glicina 49,53 nm a 800oC e 47,69 nm com 10000C , respectivamente. A liberação de gases e aumento da temperatura produz uma diminuição no tamanho do cristalito. Através da análise 47 global dos resultados de DRX (amostras com e sem a etapa de sinterização) observa-se que para as amostras de Hap que utilizaram a uréia e a glicina, e que não foram sinterizadas, possuem resultados semelhantes e que estas apresentaram-se com presença de outra fase, ou seja, não foi possível obter uma amostra de Hap por reação de combustão apenas. No entanto, após proceder-se com a sinterização das amostras de Hap por plasma, estas passaram a apresentar amostras bifasicas com Hap e fosfato de cálcio. Assim, destaca-se que não foi possível obter a Hap pura e sim a Hap namométrica por reação de combustão, após a sinterização por plasma. 4.2 Microscopia Eletrônica de Varredura As imagens de microscopia eletrônica de varredura da Hap sintetizada com uréia e glicina como combustível estão apresentadas na Figura 11. Observa-se nas Figuras 11a e 11b que os pós da Hap sintetizadas com uréia como combustível, apresentam-se na forma de aglomerados e que tais aglomerados são formados por pequenos cristais de forma acicular, como pode ser observado mais facilmente na Figura 11b. Por sua vez, os pós de Hap obtidos utilizando-se como combustível a glicina é formado também por aglomerados, mas desta vez com um formato fibroso (dendrítico) como pode ser observado na Figura 11c e 11d. 48 Figura 11: Fotomicrografias das amostras de Hap. a) Hap que utilizou como combustível a uréia, aumento de 5000x; b) Hap que utilizou como combustível a uréia, aumento de 7000x; c) Hap que utilizou como combustível a glicina, aumento de 5000x d) Hap que utilizou como combustível a glicina, aumento de 7000x. Observa-se que as partículas apresentaram as mesmas morfologias em forma de grãos, no entanto, no trabalho realizado por Ghosh et al. (2010) os quais apresentam formados por pequenos cristais de forma acicular para ambas amostras. Na Figura 12, estão as imagens de microscopia eletrônica de varredura da Hap sintetizada com uréia e glicina como combustível e que posteriormente foram sinterizada à plasma na temperatura de 800 °C . 49 . Analisando as imagens contidas na Figura 13 observa-se que ambas as amostras de Hap (as que foram sintetizadas com uréia e com glicina) após a sinterização à plasma apresentaram-se com a mesma morfologia, ou seja, na forma de partículas menores do que as partículas das mesmas amostras antes da sinterização, o qual é produzido pelo aumento de temperatura e liberação de gases permitindo particulas menores. Observa-se ainda que tais partículas apresentam-se mais concisas e homogêneas, evidenciando que após a sinterização à plasma os pós de Hap passaram a apresentar uma morfologia de difícil desaglomeração. Os tamanhos dos grãos são de aproximadamente 127,39 nm (amostra sintetizada com uréia a 1000°C) e de 172,26 nm (amostra sintetizada com glicina 1000°C). Para a amostra após a sinterização com ureia a média do tamanho de partículas foi de 135,87 nm, e para as amostras com glicina o tamanho é de 148,559 nm. Deste modo, é evidente que a sinterização provocou a diminuição e a homogeneização dos aglomerados das duas amostras de Hap. Figura 12. Fotomicrográficas das amostras de Hap, utilizando como combustivel glicina (a;b) e (C;D) com ureia sinterizadas à plasma. a) aumento de 16000x; b) aumento de 30000x, c) aumento de 16000x; d) aumento de 30.000x. 50 Figura 13 : Fotomicrográficas das amostras de Hap após a sinterização à plasma na temperatura de 1000ºC. a) amostra de Hap que utilizou glicina, aumento de 16000x; b) amostra de Hap que utilizou glicina, aumento de 30000x; c) amostra de Hap que utilizou ureia, aumento de 8000x; d) amostra de Hap que utilizou ureia , aumento de 16000x. As amostras sintetizadas com glicina e ureia apresentaram-se formadas por pequenas partículas de forma acicular para ambas as amostras, evidenciando um maior tamanho da partículas na glicina pelo fato de ter ocorrido nesta síntese uma combustão mais lenta, provocada pela menor temperatura de reação quando comparada com a amostra sintetizada com ureia. Destaca-se que o aumento de tamanho da partícula na sinterização por plasma se deve a fusão de partículas pelo aumento da temperatura até 1000º graus. Kawagoese et al. (2006) observou a mesma morfologia de aglomerados e com
Compartilhar