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Macro III (FECAP) - Aula 03

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1
 
 
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado 
Macroeconomia III - Curso de Economia – primeiro semestre de 2020 
Prof. José Carlos Domingos da Silva 
 
03 de março 
 
 Tópicos de Política Monetária (parte III) 
 
Regime de metas de inflação 
 
i- Definições 
Um sistema (ou regime) de metas de inflação (inflation targeting), utilizados por muitos países 
a partir da década de 1990 – a Nova Zelândia, em 1990, foi o primeiro país a institucionalizar 
oficialmente tal regime – é definido como uma estratégia (uma forma) que pauta a condução da 
política monetária no qual há uma definição e divulgação periódica ao público de uma meta 
numérica para a taxa de inflação acumulada no período (anual), podendo haver intervalos de 
variação em relação ao centro da meta (limites de tolerância, inferior e superior ou teto da meta). 
 
 
 
 
Ano País
1990 Nova Zelândia
1991 Canadá
1991 Chile
1992 Reino Unido
1992 Israel
1993 Autrália
1993 Suécia
1994 Peru
1998 Corea do Sul
1999 Brasil
1999 Colômbia
1999 México 
2000 Suiça
2000 Africa do Sul
2001 Islândia
2001 Noruega
 
 2
As discussões acadêmicas que alimentariam a formatação do regime de metas de inflação se 
deram inicialmente nos anos 1970. Neste contexto, surge mais especificamente no trabalho de 
Kydland e Prescott - Rules Rather than Discretion: The Inconsistency of Optimal Plans. Journal 
of Political Economy, vol. 85(número 3) – dois expoentes importantes da escola de expectativas 
racionais. Neste trabalho, evidencia-se críticas em relação ao problema de viés inflacionário 
que pode surgir na condução discricionária da política monetária (inconsistência dinâmica). 
 
- Algumas Características importantes: 
 a) Existe uma taxa de inflação focada pelo Banco Central explicitamente conhecida 
previamente pelos demais agentes econômicos (Conhecimento público e prévio da meta para 
a inflação); 
 
 b) Os Bancos Centrais que implementam o Regime de Metas de inflação geralmente 
priorizam mais o combate à inflação do que outros Bancos Centrais (muitos veem a autonomia 
do Bacen com um elemento importante para a perseguição e cumprimento da meta de inflação); 
 
 c) Os Bancos Centrais que implementam o Regime de Metas de inflação procuram 
desenvolver meios de tornar o mais transparente possível a política implementada, procurando 
facilitar o “monitoramento” do Banco Central por parte dos demais agentes econômicos, ou 
seja, o Banco Central deve “prestar contas” à sociedade. (Comunicação transparente e regular 
sobre os objetivos e justificativas das decisões da política monetária - Mecanismos de incentivo 
e responsabilização/prestação de contas para que a autoridade monetária cumpra a meta.) 
 
Porque inflação baixa e sob controle traz benefícios, segundo o Banco Central do Brasil: 
“Inflação baixa, estável e previsível traz vários benefícios para a sociedade. A economia pode 
crescer mais, pois a incerteza na economia é menor, as pessoas podem planejar melhor seu 
futuro e as famílias não têm sua renda real corroída. Para alcançar esse objetivo, o Brasil 
adota o regime de metas para a inflação, que está em vigor desde 1999.” 
https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/metainflacao 
 
 
 
 
 
 
 3
ii- Regime de metas no Brasil 
No Brasil, o sistema de metade de inflação foi instituído pelo DECRETO No 3.088, DE 21 DE 
JUNHO DE 1999, no Governo FHC. 
 
A meta para a inflação no Brasil é definida tendo como parâmetro a taxa de inflação apontada 
pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), sendo tal índice calculado e 
divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A meta de inflação é 
definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), porém a adoção de medidas, para alcançar 
a meta, de política monetária cabe somente ao Banco Central de acordo os instrumentos de 
política monetária à sua disposição. Neste âmbito o COPOM (Comitê de Política Monetária) 
define a meta da taxa SELIC, onde o Bacen realiza operações de mercado aberta para afetar a 
taxa SELIC e, assim, por diversos canais de transmissão da política monetária, afetar a taxa de 
inflação do país. 
 
Em relação ao não cumprimento da meta, estabelece-se: 
Parágrafo único. Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil 
divulgará publicamente as razões do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro 
de Estado da Fazenda, que deverá conter: 
 I - descrição detalhada das causas do descumprimento; 
 II - providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos; e 
 III - o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito. 
 
Trecho da carta aberta para a taxa acumulada de inflação de 2021: 
“Descrição: Carta Aberta explicando a inflação acima do limite superior do intervalo de 
tolerância da meta em 2021. 
Justificativa da carta aberta: 
Em 2021, a taxa de inflação, medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 10,06%, situando-se acima do limite superior do 
intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) em torno da meta de 3,75% ao ano (a.a.), 
estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) por meio da Resolução nº 4.671, de 
26 de junho de 2018.” 
 
 
 
 
 4
 
Histórico das Metas de inflação e Inflação efetiva (pelo IPCA), 1999 a 2021 
 
 Fonte: Bacen e IBGE 
 
Histórico das Metas de inflação e Inflação efetiva (pelo IPCA), 1999 a 2021. 
 
 Fonte: Bacen e IBGE 
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Inferior Superior IPCA
Ano Norma Meta (%) Banda (p.p.) Limites Inferior 
e Superior (%)
 Inflação Efetiva 
(IPCA % a.a.)
1999 8 2 6-10 8,94
 2000 Resolução CMN nº 2.615 6 2 4-8 5,97
 2001 4 2 2-6 7,67
 2002 Resolução CMN nº 2.744 3,5 2 1,5-5,5 12,53
 2003 Resolução CMN nº 2.842 3,25 2 1,25-5,25 9,3
2003 Resolução CMN nº 2.972 4 2,5 1,5-6,5
 2004 Resolução CMN nº 2.972 3,75 2,5 1,25-6,25 7,6
2004 Resolução CMN nº 3.108 5,5 2,5
 2005 Resolução CMN nº 3.108 4,5 2,5 2-7 5,69
 2006 Resolução CMN nº 3.210 4,5 2 2,5-6,5 3,14
 2007 Resolução CMN nº 3.291 4,5 2 2,5-6,5 4,46
 2008 Resolução CMN nº 3.378 4,5 2 2,5-6,5 5,9
 2009 Resolução CMN nº 3.463 4,5 2 2,5-6,5 4,31
 2010  Resolução CMN nº 3.584 4,5 2 2,5-6,5 5,91
 2011 Resolução CMN nº 3.748 4,5 2 2,5-6,5 6,5
 2012 Resolução CMN nº 3.880 4,5 2 2,5-6,5 5,84
 2013 Resolução CMN nº 3.991 4,5 2 2,5-6,5 5,91
 2014 Resolução CMN nº 4.095 4,5 2 2,5-6,5 6,41
 2015 Resolução CMN nº 4.237 4,5 2 2,5-6,5 10,67
 2016 Resolução CMN nº 4.345 4,5 2 2,5-6,5 6,29
 2017 Resolução CMN nº 4.419 4,5 1,5 3,0-6,0 2,95
 2018 Resolução CMN nº 4.499 4,5 1,5 3,0-6,0 3,75
 2019 Resolução CMN nº 4.582 4,25 1,5 2,75-5,75 4,31
 2020 Resolução CMN nº 4.582 4 1,5 2,5-5,5 4,52
 2021 Resolução CMN nº 4.671 3,75 1,5 2,25-5,25 10,06
 2022 Resolução CMN nº 4.724 3,50 1,5 2,00-5,00
2023 Resolução CMN nº 4.831 3,25 1,5 1,75 - 4,75
2024 Resolução CMN nº 4.918 3 1,5 1,5 - 4,50
 
 
 5
 
iii- Questões 
1- De acordo com a última carta aberta, disponível no Moodle, textos auxiliares, arquivo ‘03 de 
março’. Qual é será a providência que o Bacen tomará e o qual tempo se espera que as 
providências produzam efeito para a taxa de inflação acumulada apontada pelo IPCA convirja 
para a meta estabelecida pelo CMN? 
 
2- No Brasil temos o Relatório Focus divulgado semanalmente pelo Bacen no qual constam as 
expectativas do mercado de muitas variáveis macroeconômicas relevantes (como por exemplo: 
PIB, taxa de câmbio, taxa de inflação etc.). Em qual sentido podemos destacar a importância 
do Relatório Focus estritamente nacondução da política monetária?

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