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ImportanciaErgonomia-Castro-2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÚCIO RAFAEL LINHARES DE CASTRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
2021 
 
 
 
LÚCIO RAFAEL LINHARES DE CASTRO 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade Artigo Científico, submetido ao 
Departamento de Engenharia Civil da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
como parte dos requisitos necessários para 
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia 
Civil. 
 
Orientador: Prof. Dr. Marcos Lacerda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
2021 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede 
 
 Castro, Lúcio Rafael Linhares de. 
 A importância da ergonomia na construção civil / Lúcio Rafael 
Linhares de Castro. - 2021. 
 30f.: il. 
 
 Artigo científico (Graduação) - Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de 
Engenharia Civil, Natal, 2021. 
 Orientador: Dr. Marcos Lacerda. 
 
 
 1. Construção civil - Artigo científico. 2. Segurança do 
trabalho - Artigo científico. 3. Ergonomia - Artigo científico. 
I. Lacerda, Marcos. II. Título. 
 
RN/UF/BCZM CDU 624 
 
 
 
 
 
Elaborado por RAIMUNDO MUNIZ DE OLIVEIRA - CRB-15/429 
 
 
 
 
LÚCIO RAFAEL LINHARES DE CASTRO 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
Trabalho de conclusão de curso na 
modalidade Artigo Científico, submetido ao 
Departamento de Engenharia Civil da 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte como parte dos requisitos necessários 
para obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil. 
 
Aprovado em 23 de Abril de 2021: 
 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Dr. Marcos Lacerda - Orientador 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Dr. Fernando Sánchez Rodríguez – Examinador interno 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Sônia Maria Machado Prado – Examinador externo 
 
 
NATAL - RN 
2021 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
RESUMO 
 
O estudo em questão tem como objetivo abordar a importância da ergonomia na 
área da construção civil, considerando o impacto do setor no número de acidentes de 
trabalho por todo o país. O método de pesquisa usado foi o qualitativo, sob a forma de 
uma revisão bibliográfica, constituindo-se como um método de investigação científica 
que leva em conta o caráter subjetivo da temática, tendo como base livros, artigos, 
textos e sites explicativos oriundos de órgãos governamentais, enfatizando a questão 
da importância da ergonomia no âmbito da construção civil. Ressalta-se, então, que 
cada vez mais as empresas do ramo da construção civil estão priorizando a ergonomia 
em seus respectivos postos de trabalho, especialmente pelo número elevado de 
acidentes, tendo em vista que grande parte dos mesmos resultam em vítimas fatais, 
tomando-se como base a literatura científica que versa sobre o tema em destaque, com 
um esforço na criação de ferramentas fundamentais para proporcionar mais conforto, 
qualidade e principalmente, segurança no canteiro de obras em um dos principais 
setores econômicos e sociais do Brasil. Outrossim, considerando o que é apresentado 
no presente estudo, os cuidados preconizados no âmbito da ergonomia visam 
assegurar a saúde física e mental dos colaboradores, atenuando-se o número elevado 
de acidentes de trabalho, especialmente pela alta letalidade envolvida no contexto da 
construção civil no Brasil. 
 
Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Construção Civil. Estudo. Ergonomia. 
Segurança do Trabalho. Trabalhador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This study aimed to address the importance of ergonomics in the area of civil 
construction, considering the impact of the sector on the number of accidents at work 
across the country. The research method used was qualitative, in the form of a 
bibliographic review, constituting itself as a method of scientific investigation that takes 
into account the subjective character of the theme, based on books, articles, texts and 
explanatory websites of government agencies, emphasizing the question of the 
importance of ergonomics in the scope of civil construction. It is noteworthy, then, that 
more and more as companies in the construction industry are prioritizing ergonomics in 
their respective jobs, especially due to the high number of accidents, considering that a 
large part of them result in fatal kills, becoming based on the scientific literature that 
deals with the highlighted topic, with an effort to create fundamental tools to provide 
more comfort, quality and, mainly, safety at the construction site in one of the main 
social and social sectors of Brazil. Furthermore, considering what was presented in the 
present study, the care recommended in the scope of ergonomics aims to guarantee the 
physical and mental health of employees, mitigating the high number of accidents at 
work, especially due to the high lethality involved in the context of civil construction in 
the Brazil. 
 
Keywords: Accidents at Work. Construction. Ergonomics. Study. Workplace Safety. 
Worker. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – Tabela de Classificação dos Riscos Ambientais.................................. 14 
FIGURA 2 – Passo um ................................................................................................ 21 
FIGURA 3 – Passo dois .............................................................................................. 22 
FIGURA 4 – Passo três ............................................................................................... 23 
FIGURA 5 – Passo quatro ........................................................................................... 23 
FIGURA 6 – Passo cinco............................................................................................. 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10 
1.1.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................... 10 
 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 10 
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 11 
2.1. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO ........................................... 11 
2.2. SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................................................. 11 
2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS ...................................................................... 11 
 2.3.1 Programa de Controle Médico e Ocupacional – NR07 .............................. 12 
 2.3.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR09 ........................... 13 
 2.3.3 Ergonomia – NR17 ...................................................................................... 14 
 2.3.3.1 Análise Ergonômica do Trabalho – AET ........................................... 15 
 2.3.4 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil – NR18 ... 16 
2.4 Acidentes de Trabalho ......................................................................................... 16 
 2.4.1 Doenças Ocupacionais– Lei 8.213/91 ...................................................... 17 
3. NORMA REGULAMENTADORA Nº06 (NR 6): EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO 
INDIVIDUAL - EPI ........................................................................................................ 18 
4. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 20 
4.1 Como aplicar a ergonomia na Construção Civil ................................................ 20 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 25 
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O trabalho na construção civil é bem exaustivo, uma vez que não é possível 
automatização, necessitando de mão de obra (VIEIRA, 2010). Sabe-se que para se ter 
uma construção é preciso ter a preparação do local, máquinas, carga e descarga dos 
materiais de construção, mistura e colocação de concreto, utilizar ferramentas elétricas, 
fixações, serragem de madeira, montagem de estruturas, confecção de telhado, mistura 
de argamassa, reboco e demolição (MEDEIROS, 2013). 
Destaca-se que a construção civil cumpre uma importante função social para o 
Brasil, uma vez que concentra um percentual substancial de mão de obra, no entanto, 
prenomina-se o número de colaboradores com baixa qualificação e instrução, que se 
sujeitam a situações de trabalho precárias, manuais e por vezes, que são executadas 
ao ar livre, fazendo-se uso de grande força física. Nem sempre são utilizados 
equipamentos de proteção e dessa forma, os trabalhadores estão sujeitos ao 
desenvolvimento de doenças por esforço repetitivo (LER) e doenças osteoarticulares 
relacionados ao trabalho (DORT), entre outras complicações (TEIXEIRA, CARVALHO, 
2005). 
Embora os riscos ergonômicos não estejam previstos obrigatoriamente em 
documentos pertinentes à saúde e segurança do trabalho como o Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) presente na Norma Regulamentadora de n°9, 
eles são tão frequentes quanto os riscos determinados na NR-9 e seus danos são 
perceptíveis em praticamente todas as atividades laborais, principalmente na área da 
construção civil. 
Sob esse viés, os empregados da construção civil estão expostos à maior 
produtividade e riscos ergonômicos, como problemas relacionados à coluna vertebral, 
pele, audição e lesões, por consequência do trabalho exposto ao sol, ruído, vibrações, 
produtos químicos, eletricidade, dentre outros fatores, chegando até a ocorrência de 
acidentes (BORBA & SOARES, 2013). 
Por sua vez, o termo ergonomia do grego significa "ergon” trabalho e "nomos" 
regras, portanto, a ergonomia é uma ciência que realiza o estudo do homem e do seu 
10 
 
 
trabalho proporcionando segurança e conforto, através de ferramentas, máquinas, entre 
outros (BORBA & SOARES, 2013). 
Dessa forma, a ergonomia possui um amplo leque de aplicação podendo ser 
desenvolvida em inúmeras áreas. No entanto há alguns setores que merecem maior 
enfoque. Um deles é a construção civil, tema este que será abordado e estudado no 
decorrer deste projeto. A utilização da ergonomia como ferramenta de melhoria na 
construção civil é caracterizada como um grande desafio, uma vez que se encontram 
diversidades de tarefas, improvisação nos postos de trabalho, altos riscos de acidentes 
e em alguns casos resistência dos trabalhadores, sem falar no investimento que deve 
ser feito, para que as medidas necessárias sejam adotadas, no decorrer das atividades 
desenvolvidas pelos trabalhadores (GONÇALVES, 2001). 
Logo, o objetivo desse trabalho é abordar a importância da ergonomia na área da 
construção civil, relacionando com o impacto do setor no número de acidentes de 
trabalho por todo o país. 
Conforme evidenciado, sabendo-se que a ergonomia irá promover melhorias nas 
condições de trabalho, visando diminuir as ocorrências de lesões ocupacionais e 
acidentes, contribuindo diretamente na redução dos riscos laborais, justifica-se o 
presente estudo, evidenciando a importância da preocupação com a saúde do 
trabalhador em um dos setores mais propícios ao desenvolvimento de acidentes que 
podem culminar no óbito do colaborador. 
 
1.1 OBJETIVOS 
1.1.1 OBJETIVOS GERAIS 
Abordar a importância da ergonomia na área da construção civil, considerando o 
impacto do setor no número de acidentes de trabalho por todo o país. 
 
1.1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
Aprimorar o conhecimento do que é a ergonomia e mostrando sua importância no 
ambiente de trabalho; 
Descrever a importância da ergonomia na construção civil; 
Mostrar os benefícios da ergonomia para as empresas e colaboradores. 
11 
 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
2.1. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO 
 
A OIT, criada em 1919, é responsável pela formulação de normas internacionais 
relacionadas ao trabalho, especialmente convenções e recomendações. A instituição é 
composta por uma Conferência Internacional do Trabalho que funciona tal qual uma 
assembleia, definindo a legislação internacional do trabalho e com o intuito de tornar 
essas normas universais. Nessa conferência estão apresentados os países membros 
por representantes governamentais, dos empregadores e dos trabalhadores, definindo 
o caráter tripartite da agência. (ARAUJO, 2009). 
É uma das principais agências das Nações Unidas e têm representantes de 187 
Estados-membros em sua composição, que participam de forma igualitária das diversas 
atribuições da Organização, com o objetivo de promover a justiça social pelo mundo. 
Desde a sua criação foram adotados 189 Convenções Internacionais de Trabalho e 205 
Recomendações sobre diversos temas como emprego, proteção social, recursos 
humanos, saúde e segurança no trabalho, entre outros. 
 
2.2. SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
Segurança no trabalho é uma ciência que estuda fatores que causam acidente 
no trabalho e seu principal objetivo é prevenir. Esse objetivo só é alcançado quando 
colaborador e empregador conseguem construir um ambiente seguro e saudável. 
(FILHO, 2014). Em resumo, pode ser definida por um conjunto de medidas 
(ferramentais, legislativas ou ações) que são adotadas visando prevenir e evitar 
acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a 
capacidade de trabalho do trabalhador e seu ambiente de trabalho. 
 
2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS 
 
 Criadas em 1978, as normas regulamentadoras são instrumentos de 
competência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e tratam da saúde e 
12 
 
 
segurança do trabalho em todas as instituições públicas ou privadas que possuem 
empregados registrados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 
A segurança e a proteção à saúde do trabalhador são hoje, direitos fundamentais 
previstos na Constituição Brasileira. Para garantir esse direito, o Estado impõe ao 
empregador a obrigação de reduzir os “riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança” (Constituição Federal Brasileira, artigo 7º, 
inciso XXII). 
Atualmente o Brasil possui 37 normas regulamentadoras que tem poder de lei e 
em caso de não cumprimento das mesmas, as sanções podem ir desde multas até 
fechamentos de estabelecimentos. 
 
2.3.1 Programa de Controle Médico e Ocupacional – NR07 
 
O Ministério do Trabalho (2018), estabelece a obrigatoriedade da criação e 
implementação, por parte de todos os empregadores e empresas que admitam 
trabalhadores como funcionários, do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO, com o intuito de promover e preservar a saúde de todos os 
seus colaboradores. A Norma ainda estabelece parâmetros mínimos e diretrizes 
padrões que devem ser observados na criaçãode um PCMSO (MTE, 2018). 
O PCMSO faz parte de um conjunto de ações do empregador que deve visar a 
prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos à saúde relacionados ao trabalho, 
estando sempre relacionado aos outros programas que as Normas Regulamentadores 
preveem. Um dos objetivos principais do PCMSO é a detecção precoce de doenças 
laborais, assim podendo antecipar essas ocorrências (ÁREA SST, 2017). 
Realizar os exames ocupacionais que existem no programa traz uma série de 
benefícios para o empregador, como a redução do absenteísmo, redução de acidentes 
graves e garantia de ótimos funcionários para as funções da empresa. Do mesmo modo 
que traz pontos positivos para os empregados, como condições de saúde para o 
desempenho de sua atividade laboral, minimizando as chances de adquirir uma doença 
ocupacional no ambiente de trabalho (ÁREA SST, 2017). 
13 
 
 
Como mencionado anteriormente, o PCMSO deve ser criado e implementado 
pelo empregador, contudo é recomendado que esse programa seja sempre orientado 
por um Médico do Trabalho, já que muitos atos do programa dependem de 
conhecimento de saúde ocupacional. Caso a empresa não contenha um Médico do 
Trabalho no seu SESMT, o empregador deve indicar um Médico, funcionário ou não da 
empresa, para a coordenação do Programa (PROLIFE, 2018). 
 
2.3.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR09 
 
O Programa de Prevenção de Riscos ambientais, regulamentado pela NR 9, faz 
parte de um conjunto de medidas que têm o objetivo de preservar a saúde e a 
integridade física dos trabalhadores. O objetivo principal do PPRA é auxiliar na 
eliminação, redução e controle dos riscos ambientais na função, dito isso, o mesmo 
contribui efetivamente para a diminuição de acidentes que poderiam vir a acontecer 
(PROMETAL EPIS, 2018). 
Os riscos ocupacionais são compreendidos como uma ruptura de um elo entre o 
trabalhador e os processos de trabalho, assim como de produção, envolvendo 
situações que podem gerar prejuízos à saúde do trabalhador em seu ambiente de 
trabalho e também à comunidade, comprometendo a produtividade e qualidade da 
assistência prestada (TAKEDA, 2002; SOERENSEN et al., 2008). 
Eles podem ser classificados em riscos físicos, riscos químicos, riscos biológicos, 
riscos ergonômicos e riscos de acidentes ou mecânicos. 
A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, 
por parte de todos os empregadores (MTE, 2017). Conforme dito anteriormente, o 
PPRA se encarrega de antecipar riscos ambientais, como (SISTEMA ESO, 2019): 
- Agentes Químicos, sendo substâncias, que possam penetrar no organismo pela 
via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou 
que, pela natureza da exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo 
através da pele ou por ingestão; 
- Agentes Biológicos, como bactérias, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, 
entre outros; 
14 
 
 
- Agentes Físicos, que são formas de energia na qual os trabalhadores podem 
estar expostos, como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, 
radiações ionizantes e não ionizantes. 
Para ser considerado um risco ambiental, deve-se levar em consideração a 
natureza do risco, assim como a intensidade e o tempo de exposição no qual o 
trabalhador fica exposto (SISTEMA ESO, 2019). 
Figura 1 - Tabela de Classificação dos Riscos Ambientais. 
Fonte: https://www.prometalepis.com.br/blog/93-o-que-e-mapa-de-riscos/, 2018. 
 
2.3.3 Ergonomia – NR17 
 
Compreende-se como a ergonomia, conforme Itiro Iida (2005), com ênfase na 
Associação Brasileira de Ergonomia, enquanto o estudo das interações entre as 
15 
 
 
pessoas e a tecnologia, a organização e o ambiente, visando projetos e intervenções 
em prol da melhoria, de forma integrada e não-dissociada, do conforto, da segurança, 
do bem-estar e ainda da eficiência das atividades desempenhadas por seres humanos. 
Sob esse viés, a ergonomia compreende um conjunto de ciências e tecnologias 
que prezam pela adaptação entre os colaboradores e o seu ambiente de trabalho, 
tendo como a premissa básica a adequação das condições laborais às características 
do indivíduo enquanto ser humano, isto é, projetar locais de trabalho, trabalhos, 
ferramentas e máquinas adaptadas aos empregados (PIRES, SOLANO, ARAÚJO, 
2013). 
A ergonomia é considerada um dos principais fatores determinantes no bom 
andamento da produção, conforme ressalta Jannerpaula Souza da Silva e 
colaboradores (2010), tendo em vista que as organizações estão cada vez mais 
preocupadas com o desenvolvimento de recursos facilitadores em termos de 
produtividade e economia, isto é, meios que favoreçam o alcance de metas e a 
otimização do tempo. 
 
2.3.3.1 Análise Ergonômica do Trabalho – AET 
 
Segundo o texto base para a Norma Regulamentadora nº17, que trata sobre 
Ergonomia, é necessário estabelecer alguns parâmetros que permitam a adaptação das 
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, com o 
objetivo de promover um máximo de segurança, conforto e eficiência no ambiente de 
trabalho. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, 
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições 
ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 
Então para verificarmos as condições de trabalho e constatar se estão de acordo 
com a norma, é necessário realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho. Para que a 
AET atenda o que está descrito na norma, ela precisa contemplar alguns requisitos 
mínimos como a descrição das características dos postos de trabalho no que se 
referem ao mobiliário, utensílios, ferramentas, espaço físico para a execução do 
trabalho e condições de posicionamento e movimentação de segmentos corporais. 
16 
 
 
2.3.4 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil – NR18 
 
A Norma Regulamentadora NR-18 (2015), como parte do Ministério do Trabalho 
e Emprego é responsável pelo Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
na Indústria da Construção (PCMAT), utilizando-se diretrizes administrativas, de 
organização e de planejamento, visando a implantação de medidas de controle e 
prevenção de acidentes, dispondo de saúde, higiene e segurança aos empregados. 
Ainda conforme a NR-18, todos os canteiros de obras devem necessariamente 
contar com a existência de áreas de vivência em perfeitas condições de limpeza e 
higiene, disponibilizando aos colaboradores equipamentos com instalações sanitárias, 
alojamentos, refeitórios, lavanderias, vestiários, refeitórios, áreas de lazer e 
ambulatórios nos casos do local de trabalho apresentarem cinquenta ou mais 
colaboradores. 
Ressalta-se que a NR-18 é obrigatória antes mesmo do início das atividades no 
canteiro de obras, conforme preconiza a Superintendência Regional do Trabalho: 
endereço da obra, qualificação do CNPJ ou CPF do contratante, do empregador ou 
condomínio, previsão de início e de término, tipo de obra e o número máximo esperado 
de colaboradores. 
Com isso, para Santana e Oliveira (2004), em termos de saúde pública, 
especialmente no âmbito da saúde do trabalhador, a área da construção civil carece do 
acesso aos equipamentos de proteção e de informações acerca das medidas de 
proteção e regulamentação dos contratos de trabalho, apontando-se a relevância das 
normas regulamentadoras para a área em destaque. 
Conforme evidencia-se na literatura, espera-se que as normas regulamentadoras 
sejam de fato cumpridas, de maneira que possam ser efetivas, com o objetivo de 
atenuar ou mesmo evitar que danos sejam causados no âmbito de trabalho, seja por 
imperícia, imprudência ou negligência. 
 
2.4 Acidentes de Trabalho 
De acordo com o artigo 19 da Lei 8.213/91 (BRASIL, 2017), acidente de trabalho 
pode ser definido como aquele que decorre do exercício profissional e que causa lesão17 
 
 
corporal ou perturbação funcional que provoca a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. Eles podem ser classificados como 
acidentes típicos ou de trajeto. O acidente é considerado típico quando acontece no 
decorrer das atividades laborais do trabalhador. Já o acidente de trajeto, é aquele que 
ocorre fora do local de trabalho e horário de trabalho, durante o deslocamento de casa 
para o trabalho ou do trabalho para casa, porém, no trajeto feito habitualmente pelo 
trabalhador. 
 
2.4.1 Doenças Ocupacionais – Lei 8.213/91 
 
Segundo Costa (2009), doenças ocupacionais são as moléstias de evolução 
lenta e progressiva, originárias de causa igualmente gradativa e durável, vinculadas às 
condições de trabalho. Diferentemente do acidente de trabalho, nas doenças 
ocupacionais, muitas das vezes não é possível saber exatamente as causas das 
enfermidades. 
Segundo o Ministério do Trabalho e da Previdência Social (2019), a doença 
ocupacional pode ser definida como aquela produzida ou desencadeada pelo exercício 
do trabalho peculiar a determinada atividade. 
Os relatos de doenças ocupacionais vêm crescendo rapidamente na mesma 
proporção do crescimento das indústrias (DA SILVA SOUSA & DE ARAÚJO, 2015), e 
considerando a extensão desse tipo de enfermidade, cabe destacar três tipos de 
doenças que aparecem com maior incidência e por isso são tidas como doenças 
relacionadas ao trabalho mais comuns de acordo com as estatísticas, sendo estas: a 
perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIRO); a lesão por esforço repetitivo 
(DORT/LER) e as doenças da coluna (GALAFASSI, 1998). 
 
 
 
 
 
18 
 
 
3. NORMA REGULAMENTADORA Nº06 (NR 6): EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO 
INDIVIDUAL - EPI 
 
A construção civil é um dos setores que mais emprega no país e embora tenha 
ocorrido uma diminuição nos últimos anos, continua sendo um setor muito forte no 
Brasil. Investimentos dos governos federais, estaduais, municipais e principalmente da 
iniciativa privada continuam presentes e contribuem para a movimentação da nossa 
economia. 
Devido dinamismo do setor, a rotatividade entre seus trabalhadores é muito 
grande, aumentando assim a atenção e a responsabilidade principalmente com relação 
a segurança do trabalho. Nesse contexto econômico e social, a segurança do trabalho 
é fundamental para evitar acidentes e principalmente óbitos. Com isso muitas empresas 
estão investindo em capacitações profissionais no seu quadro de colaboradores, como 
também em procedimentos internos relacionados à segurança e saúde de seus 
trabalhadores. 
Toda empresa, conforme a Norma Regulamentadora 6 (NR 6) conta com a 
obrigação acerca do fornecimento aos empregados, de maneira gratuita, dos 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados ao risco empregado, em perfeito 
estado de conservação e funcionamento. 
Além de disponibilizar os EPI, as empresas devem ainda orientar acerca do uso 
consciente, desde o uso adequado até a conservação dos equipamentos, processo que 
deve ser realizado de forma periódica. Aponta-se que o uso do EPI não previne 
necessariamente a ocorrência de acidentes de trabalho, servindo apenas para atenuar 
a gravidade em decorrência de lesões, devendo-se então priorizar a proteção coletiva, 
neutralizando-se assim o risco ambiental diante de sua fonte geradora (RODRIGUES, 
2009). 
Estudos mostram que os maiores índices de doenças relacionadas ao trabalho, 
registrados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são as doenças mentais 
(depressão e estresse) provocadas pela rotina de trabalho, pelas condições do clima 
organizacional e pela postura da chefia imediata podendo citar: os maus tratos na 
19 
 
 
execução do trabalho, a exposição ao ridículo além da imposição da incompetência 
pela força (FILHO, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
O tópico subsequente aborda a aplicação da ergonomia no âmbito da construção 
civil, com base em conceitos que abordam o aumento da produtividade, melhorias na 
qualidade do trabalho, redução de custos e aumento da lucratividade, bem como o 
cumprimento de determinados passos, como o cumprimento de Normas 
Regulamentadoras e a promoção da Semana Interna de Prevenção de Acidentes no 
Trabalho ou SIPAT, por exemplo, entre outros. 
O método de pesquisa usado foi o qualitativo, sob a forma de uma revisão 
bibliográfica, constituindo-se como um método de investigação científica que leva em 
conta o caráter subjetivo da temática, tendo como base livros, artigos, textos e sites 
explicativos oriundos de órgãos governamentais, enfatizando a questão da importância 
da ergonomia no âmbito da construção civil. 
 
4.1 Como aplicar a ergonomia na Construção Civil 
 
A indústria da construção civil é um mercado que exige muita atenção, disciplina 
com os processos e, sobretudo esforço físico de todos os profissionais envolvidos, 
principalmente os responsáveis por colocar a “mão na massa”. Aplicar a Ergonomia em 
um ambiente com essas características pode parecer algo difícil e até mesmo 
dependendo do tipo da empresa algo utópico para ser aplicado. No entanto são 
procedimentos e tarefas simples de serem aplicados e seguidos por qualquer empresa, 
seja ela de pequeno, médio ou grande porte, conforme explanações encontradas no 
portal Seconi ([s.d.]). 
Além dos ganhos para quem executa as atividades a ergonomia traz benefícios 
para quem aplica, principalmente quando o assunto é produtividade e redução de 
custos. É uma forma simples de demonstrar que pensa no bem-estar dos 
trabalhadores, além de ter o reflexo direto em outros fatores como: 
 Aumento da produtividade: Se o colaborador trabalha numa situação 
adequada, que preserva sua saúde, ele não falta ao trabalho. Logo, 
continua produzindo, o que mantém os níveis de produtividade. 
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 Melhoria da qualidade do trabalho: Quando as condições de trabalho são 
boas, as pessoas tendem a produzir mais e melhor. Isso gera benefícios 
diretos para a empresa, com redução de retrabalhos e desperdícios; 
 Redução de custos: Aplicar a ergonomia reduz despesas médicas, 
processos judiciais e de afastamento de colaboradores, por conta da 
redução de acidentes e doenças de trabalho; 
 Aumento na lucratividade: Se a produtividade e a qualidade atingem níveis 
elevados e os custos são reduzidos, há tendência de lucro. 
Acerca de sua aplicação, devem ser seguidos determinados passos, dispostos a 
seguir, tendo como base a eficácia: 
Passo um: Cumprimento das Normas Regulamentadoras - O objetivo primordial 
das NR's consiste na oferta de orientações trabalhistas que visam garantir a integridade 
física e a saúde dos colaboradores no meio de trabalho. Em cada uma, são 
preconizados determinados parâmetros de regulamentação específicos, visando a 
prevenção de acidentes e doenças que podem ser provocadas pelo trabalho; 
Figura 2 – Passo um. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.supplyterceirizacao.com.br/voce-ja-ouviu-falar-nas-normas-regulamentadoras/, 2019. 
 
 
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Passo dois: Análise ergonômica - Geralmente, denominada de Análise 
Ergonômica do Trabalho ou simplesmente pela sigla AET. Tal procedimento visa 
melhorar as condições de trabalho e o próprio desenvolvimento pessoal dos 
trabalhadores, prezando-se pelo aumento da produtividade e da qualidade do trabalho. 
Pela AET, é possível localizar as lacunas do sistema produtivo, bem como podem ser 
propostas correções em torno da melhoria, além da fiscalização das atividades 
ergonômicas que já estão em andamento; 
Figura 3 – Passo dois. 
Fonte: https://gsoam.com.br/laudo-ergonomico-importancia-do-laudo-ergonomico/, 2018. 
 
Passo três: Ginástica laboral aos colaboradores - A ginástica laboral pode evitar 
inúmeras lesões, especialmente quando realizada antes do experiente, proporcionandoum alívio do cansaço mediante a jornada de trabalho, com cerca de 15 a 20 minutos do 
período que antecede o expediente, devendo ser aplicada por um colaborador 
capacitado para tal; 
 
 
 
 
 
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Figura 4 – Passo três. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://almeidaclaudya.blogspot.com/2013/09/blog-post.html, 2013. 
 
Passo quatro: Divulgação da importância da ergonomia - A ergonomia não deve 
se limitar à aplicação no canteiro de obras, mas também deve ser enfatizada aos 
trabalhadores sob a forma de treinamentos de atividades que deverão ser aplicadas na 
rotina de trabalho visando a atenuação de acidentes. Meios de divulgação também 
devem ser utilizados, como painéis e folders; 
 
Figura 5 – Passo quatro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.sstonline.com.br/o-que-e-dds-e-como-aplicar-na-sua-empresa/, 2019. 
 
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Passo cinco: Promoção do SIPAT - O objetivo central é conscientizar e promover 
aos trabalhadores a importância da prevenção de acidentes, da saúde e da segurança 
do trabalho. 
Figura 6 – Passo cinco. 
Fonte: https://focusocupacional.com.br/noticias/sipat-semana-interna-de-prevencao-de-acidentes-
do-trabalho/, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Dado o contexto da ergonomia no setor da construção civil apresentado neste 
estudo, é possível concluir que os trabalhadores do setor contam com um baixo nível 
de escolaridade, além do pequeno índice de treinamento, destacando-se os riscos 
posturais envolvidos nas atividades prestadas. 
Muitos estudos relacionados ao tema foram realizados e podemos destacar 
alguns como o projeto de extensão universitária: saúde na construção civil de Helena 
Somer Maccarini (2020). No projeto, foi evidenciado que diversos operários são 
expostos aos riscos ergonômicos no âmbito da construção civil, resultando 
principalmente em distúrbios osteomusculares oriundos de atividades laborais, por 
vezes negligenciados pelos próprios portadores, embora seja um processo 
acompanhado de dor em diferentes níveis de intensidade, especialmente em 
decorrência da baixa escolaridade dos mesmos, apontando-se então que a ergonomia 
ainda carece de maior ênfase no referido setor. 
Outro estudo com dados assustadores com relação à saúde e segurança do 
trabalho dos colaboradores é o de Gabrielle Couceiro Costa (2015), que abordou uma 
análise quantitativa de acidentes de trabalho no Brasil, especificamente sobre a 
construção de edifícios. É possível destacar que entre os anos de 2010 a 2012, 
ocorreram 20.336, 22.328 e 22.330 acidentes de trabalho, respectivamente, 
principalmente na região Sudeste, com o maior número de casos (9.823) e em menor 
número, no Norte do país, com 1.561 casos apenas em 2012. Embora sejam dados 
negativos, principalmente quando falamos de ergonomia e segurança, infelizmente é 
uma tendência crescente em virtude da baixa mão de obra qualificada no mercado e da 
alta demanda de profissionais que o setor exige. 
Aqui no estado do Rio Grande do Norte, em um estudo publicado por Cleonice 
Andréa Alves Cavalcante e colaboradores (2015), acerca dos acidentes de trabalho 
grave no RN, nota-se que os trabalhadores da construção civil estão entre os mais 
vitimados, com 25,1% dos acidentes de trabalho na região. A autora destaca que o 
número é justificado em decorrência da elevada absorção de mão de obra no país por 
parte da construção civil, dada a sua importância econômica. 
26 
 
 
Diante do expressivo número de óbitos relacionados com acidentes de trabalho 
no âmbito da construção civil, é urgente a necessidade de soluções que minimizem tais 
impactos e a segurança do trabalho, mais precisamente a ergonomia, tem papel 
fundamental nesse processo. Edson Ferreira da Silva e colaboradores (2014) apontam 
em seu estudo a importância da ergonomia na minimização dos riscos laborais, 
assegurando-se essencialmente a integridade física dos colaboradores, uma vez que 
os investimentos em segurança retornam em qualidade de serviço ao empregador e 
qualidade de vida ao funcionário. 
Ante ao que a literatura versa sobre a construção civil, indubitavelmente, em 
razão de sua importância para o desenvolvimento social e econômico brasileiro, a 
frequência elevada de acidentes de trabalho no canteiro de obras e outros serviços de 
engenharia destaca a necessidade de desenvolvimento de ferramentas e técnicas que 
possam contribuir com a melhoria de condições de trabalho para o setor. 
Ressalta-se, então, que cada vez mais as empresas do ramo da construção civil 
estão priorizando a ergonomia em seus respectivos postos de trabalho, especialmente 
pelo número elevado de acidentes, tendo em vista que grande parte dos mesmos 
resultam em vítimas fatais, tomando-se como base a literatura científica que versa 
sobre o tema em destaque, com um esforço na criação de ferramentas fundamentais 
para proporcionar mais conforto, qualidade e principalmente, segurança no canteiro de 
obras em um dos principais setores econômicos e sociais do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. CONCLUSÃO 
 
Conforme evidenciado, o número de vítimas fatais em acidentes de trabalho é 
expressamente elevado no âmbito da construção civil, indicando que o setor carece de 
maior atenção por parte das empresas envolvidas, visando garantir as condições de 
saúde necessárias aos funcionários por intermédio da ergonomia, considerando os 
riscos químicos, biológicos, físicos, ergonômicos e de acidentes. 
Por conseguinte, as construtoras investem cada vez mais na ergonomia, 
considerando o aumento da produtividade, melhorias em prol da qualidade do trabalho, 
atenuação de custos e aumento na lucratividade. 
Dado o contexto, embora seja possível notar um avanço por parte das 
construtoras acerca dos investimentos em ergonomia, o ramo da construção civil ainda 
carece de inúmeros investimentos na prevenção ou mesmo a atenuação do número de 
óbitos ocorridos em decorrência de acidentes de trabalho. 
Outrossim, considerando o que foi apresentado no presente estudo, os cuidados 
preconizados no âmbito da ergonomia visam assegurar a saúde física e mental dos 
colaboradores, atenuando-se o número elevado de acidentes de trabalho, 
especialmente pela alta letalidade envolvida no contexto da construção civil no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
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