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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA UNIASSELVI-PÓS Autoria: Fernanda Pereira Lopes Carelli Indaial - 2021 1ª Edição C271a Carelli, Fernanda Pereira Lopes Avaliação de impactos ambientais na indústria. / Fernanda Pereira Lopes Carelli – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 155 p.; il. ISBN 978-65-5646-435-0 ISBN Digital 978-65-5646-436-7 1. Impactos ambientais. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 577 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jairo Martins Jóice Gadotti Consatti Marcio Kisner Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2021 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Sustentabilidade na Indústria .....................................................7 CAPÍTULO 2 Políticas Ambientais ....................................................................57 CAPÍTULO 3 Práticas Ambientais na Indústria .............................................103 APRESENTAÇÃO Avaliar os impactos ambientais na indústria pode parecer uma tarefa complicada e difícil, mas, quando pensamos o que é a indústria e o que ela significa economicamente, é possível perceber a importância e relevância deste setor. Neste momento, constatamos que é necessário e até mesmo imprescindível quantificar os impactos ambientais gerados, procurando minimizá-los para garantir uma atuação mais equilibrada e duradoura para todos. A indústria é um setor tradicional. Desde sua criação na revolução industrial, os processos e forma de atuação da indústria podem ser considerados mais robustos e estruturados. Nesse sentido, grandes mudanças de gestão, em seus processos, ou na forma da condução das atividades, precisam ser ajustadas a uma realidade muitas vezes complexa, com muitos cargos e hierarquias, processos e produtos. Por outro lado, pela sua relevância, a indústria tem um papel de transformação da sociedade, pois ela gera inovação, tecnologia e desenvolvimento. Neste sentido, existe uma expectativa de que a indústria seja uma protagonista no processo de construção de uma atuação empresarial mais sustentável. A partir disso, entendemos a importância de avaliar os impactos ambientais gerados pela indústria e identificar caminhos e ações para melhorar essa relação. A indústria brasileira desde seu início estabeleceu como vantagens competitivas o fato de se ter uma abundância relativa de recursos naturais e uma oferta ilimitada de força de trabalho a baixos salários. Essas premissas permitiram a expansão e o crescimento industrial, porém, as indústrias não se preocuparam em desenvolver esforços de práticas sustentáveis ao longo do tempo, e isso acabou construindo uma imagem de um setor pouco sensível para as questões ambientais. Atualmente, a realidade é outra, sabemos que os recursos são escassos e, por isso, é necessária uma atuação consciente e responsável. As indústrias precisam estar sensibilizadas com as questões ambientais e com os impactos gerados pela sua estrutura, instalação, produção, processos, insumos, produtos, resíduos, dentre outros. A indústria tem que avaliar e mensurar os impactos para o planeta, para a sociedade e para o consumidor, e prestar contas da sua atividade. Medir os impactos ambientais gerados pelas indústrias e ter métricas e indicadores é um bom caminho para melhorar a forma de atuação do setor. Ao quantificar as ações, conseguimos fazer correções de rota, propor melhorias e minimizar o impacto ambiental. Você sabia que a indústria é um setor importante porque gera emprego, renda, tecnologia, progresso, produtos com valor agregado e importantes para impulsionar o desenvolvimento da sociedade? Pois é, por isso, esse setor precisa estabelecer métricas capazes de avaliar os impactos ambientais e o uso correto dos recursos naturais. Quando uma indústria se instala, ela precisa observar diferentes aspectos, desde o terreno, o local, a cultura da região, a localização geográfica, o perfil dos habitantes e identificar se, de fato, ela vai contribuir para o desenvolvimento da região. Por isso, é importante avaliar os impactos gerados no ambiente para dimensionar e garantir uma relação harmoniosa de desenvolvimento sustentável. No Capítulo 1, você aprenderá um pouco sobre sustentabilidade, a evolução das discussões sobre o tema, o conceito do triple bottom line e o pilar ambiental. Também entenderá como as indústrias vem inserindo as questões ambientais em sua cultura e imagem organizacional. E, por fim, conhecerá os conceitos ambientais que estimularam a criação de métricas, indicadores e formas para avaliar o uso dos recursos dentro das indústrias. No Capítulo 2, abordaremos o tema políticas ambientais, descrevendo os principais atores e instituições presentes que regem e dirigem os processos ambientais. Você também entenderá como funcionam as normas ambientais e os projetos ambientais, além de aprender sobre o EIA e RIMA. Por fim, no Capítulo 3, trabalharemos as práticas ambientais na indústria, com uma análise de negócios sustentáveis, indicadores ambientais e exemplos de questões práticas relacionadas ao meio ambiente que acontecem nos diversos setores industriais. CAPÍTULO 1 Sustentabilidade na Indústria A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • Relacionar as ações das indústrias e seus impactos no meio ambiente. • Reconhecer os conceitos de sustentabilidade, o pilar ambiental e sua evolução ao longo do tempo. • Compreender a evolução do tema sustentabilidade ambiental e sua relação com a indústria. • Compreender a importância de avaliar o impacto ambiental e conhecer ferramentas de avaliação e modelos existentes. • Identificar e reconhecer as principais métricas de sustentabilidade utilizadas na indústria como estudos e relatórios de impacto ambiental. • Analisar as principais métricas de sustentabilidade utilizadas pelo setor industrial. • Avaliar os pontos positivos e negativos dos indicadores ambientais. 8 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria 9 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A sustentabilidade é um tema que vem sendo discutido mundialmente pelos mais diversos fóruns e públicos. Você já deve ter ouvido falar a respeito da escassez de recursos, que temos apenas um planeta e que vivemos com recursos limitados, e, talvez, já tenha escutado as afirmações: “precisamos preservar os nossos recursos naturais”, “é necessário produzir mais com menos e com mais consciência” entre tantas outras frases, comuns no nosso cotidiano e, também, no ambiente corporativo. Todo esse movimento demonstra uma preocupação por parte da sociedade em se portar de uma forma sustentável e consciente. Uma postura mais responsável se estende, também, para as indústrias que compreendem que precisam transformar os seus negócios e minimizar os impactos gerados em todas as esferas, sejam elas ambientais, econômicas ou sociais. Estamos vivendo um tempo em que é evidente a necessidade de construir uma nova forma de ação individual e coletiva. Um novo posicionamento das empresas baseado em novas bases competitivas e em estratégias e fatores diferenciados, a fim de preservar nossos recursos atuaise não impactar as necessidades das gerações futuras. O fato é que sim, existe uma responsabilidade para as indústrias de uma atuação cada vez mais consciente, mas também, existem múltiplas oportunidades nesta nova economia. Afinal, o uso responsável dos recursos, com inovação, engajamento e um processo de produção sustentável pode abrir novas possibilidades, novas soluções e a possibilidade de desenvolver novos negócios. Afinal, o que é a sustentabilidade? E por que ela é tão relevante e necessária nas nossas vidas e no ambiente industrial? É isso que vamos abordar neste capítulo, em que o foco principal do estudo será compreender o conceito de sustentabilidade, entender o pilar ambiental e conhecer as formas de avaliar os impactos ambientais gerados pelas indústrias. 2 SUSTENTABILIDADE E O PILAR AMBIENTAL De maneira geral, a palavra sustentabilidade significa sustentar, favorecer, conservar e cuidar. Ser sustentável significa ter a capacidade de ser mantido ou suportado. Então, a sustentabilidade pode ser compreendida como uma condição, um fim, uma meta estipulada que deve ser alcançada. Já o desenvolvimento sustentável é entendido como o caminho, como a forma para alcançar a sustentabilidade. 10 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Ambos os conceitos, seja o de sustentabilidade ou de desenvolvimento sustentável observam três aspectos, são eles: econômicos, sociais e ambientais. Para uma ação ser considerada sustentável, ela precisa se atentar para estes três aspectos, procurando não negligenciar nenhum deles. Para um melhor entendimento, é interessante conhecer e observar alguns conceitos de sustentabilidade e refletir sobre o que eles representam, e é isso que vamos ver a seguir. 2.1 CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Existem diversos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. O que vamos utilizar aqui como o principal é o que está contido no Relatório de Brundtland, por ser um dos mais difundidos e aceitos nas mais diferentes esferas sociais, políticas e organizacionais. [...] desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações futuras [...] é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, s. p.). O Relatório de Brundtland é um documento também conhecido como “Nosso Futuro Comum”, publicado em 1987, que apontou o risco no uso excessivo dos recursos naturais para atender às formas de produção e os padrões de consumo. Este relatório disseminou a ideia de desenvolvimento sustentável. A versão em inglês pode ser acessada no link: https://sustainabledevelopment.un.org/content/ documents/5987our-common-future.pdf 11 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 A questão central que o relatório apresenta neste conceito de desenvolvimento sustentável e que precisamos nos atentar é o atendimento a necessidades atuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Ao falarmos de sustentabilidade, precisamos sempre analisar a relação entre ser humano e meio ambiente sem estagnar o crescimento econômico, mas sim conciliando as questões econômicas, ambientais e sociais. Nesse sentido, o trabalho humano, de modo algum, deveria impactar os ciclos naturais do planeta, e, também, não deveria afetar aquilo que estará à disposição das gerações futuras. O desenvolvimento sustentável pode ser visto como o processo que faz com que a comunidade se comprometa com o hoje e o amanhã. Pensando no hoje e no amanhã, assista ao vídeo a história das coisas, que retrata o processo para a produção de alguns bens que consumimos sem muitas vezes observar a sua origem, a sua história. Boa reflexão! Link: https://youtu.be/7qFiGMSnNjw O conceito de desenvolvimento sustentável trata especificamente de uma nova maneira de a sociedade se relacionar com seu ambiente, de forma a garantir a sua própria continuidade e a de seu meio externo. No entanto, a formulação de uma definição para o conceito de desenvolvimento sustentável tem um consenso em relação a alguns aspectos, são eles: a necessidades de se reduzir a poluição ambiental, eliminar os desperdícios e diminuir o índice de pobreza. Nesse sentido, o Quadro 1 apresenta uma relação de conceitos de desenvolvimento sustentável, para ilustrar o que diferentes atores pensam a respeito, e percebemos como este conceito vem sendo construído ao longo do tempo. 12 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria QUADRO 1 – CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUSTENTABILIDADE Conceito de Desenvolvimento Sustentável e Sus- tentabilidade Autor/Organi- zação Ano 1 Uma sociedade pode ser considerada sustentável quando todos os seus propósitos e intenções po- dem ser atendidos indefinidamente, fornecendo satisfação ótima para seus membros. Goldsmith 1972 2 Desenvolvimento que significa alcançar satisfação constante das necessidades humanas e a melhora da qualidade da vida humana. Allen 1980 3 No documento intitulado Worlds Conservation Strategy, afirma-se que, para que o desenvolvi- mento seja sustentável, deve-se considerar as- pectos referentes às dimensões social e ecológi- ca, bem como fatores econômicos, dos recursos vivos e não vivos e as vantagens de curto e longo prazo de ações alternativas. O foco do conceito é a integridade ambiental. I n t e r n a t i o n a l Union for the Conservation of Nature and Nat- ural Resources (IUCN) 1980 4 A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento não acredita que o cenário sombrio de destruição do potencial global nacio- nal para o desenvolvimento seja um destino in- escapável. Os problemas são planetários, mas não são insolúveis. Se cuidarmos da natureza, ela tomará conta de nós. A conservação chegou a um ponto do conhecimento que, se quisermos salvar parte do sistema, temos que salvar o siste- ma inteiro. Esta é a essência do que chamamos Desenvolvimento Sustentável. Existem várias di- mensões para a sustentabilidade. Primeiramente, ela requer a eliminação da pobreza e da privação. Segundo, requer a conservação e a elevação da base de recursos, a qual sozinha pode garantir que a eliminação da pobreza seja permanente. Terceiro, ela requer um conceito mais abrangente de desenvolvimento, que englobe não somente o crescimento econômico, como também o desen- volvimento social e cultural. Quarto e mais impor- tante, requer a unificação da economia e da ecolo- gia nos níveis de tomada de decisão. Brundtland, Gro Harlem (WCED) 1987 13 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 Conceito de Desenvolvimento Sustentável e Sus- tentabilidade Autor/Organi- zação Ano 1 Uma sociedade pode ser considerada sustentável quando todos os seus propósitos e intenções po- dem ser atendidos indefinidamente, fornecendo satisfação ótima para seus membros. Goldsmith 1972 2 Desenvolvimento que significa alcançar satisfação constante das necessidades humanas e a melhora da qualidade da vida humana. Allen 1980 3 No documento intitulado Worlds Conservation Strategy, afirma-se que, para que o desenvolvi- mento seja sustentável, deve-se considerar as- pectos referentes às dimensões social e ecológi- ca, bem como fatores econômicos, dos recursos vivos e não vivos e as vantagens de curto e longo prazo de ações alternativas. O foco do conceito é a integridade ambiental. I n t e r n a t i o n a l Union for the Conservation of Nature and Nat- ural Resources (IUCN) 1980 4 A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento não acredita que ocenário sombrio de destruição do potencial global nacio- nal para o desenvolvimento seja um destino in- escapável. Os problemas são planetários, mas não são insolúveis. Se cuidarmos da natureza, ela tomará conta de nós. A conservação chegou a um ponto do conhecimento que, se quisermos salvar parte do sistema, temos que salvar o siste- ma inteiro. Esta é a essência do que chamamos Desenvolvimento Sustentável. Existem várias di- mensões para a sustentabilidade. Primeiramente, ela requer a eliminação da pobreza e da privação. Segundo, requer a conservação e a elevação da base de recursos, a qual sozinha pode garantir que a eliminação da pobreza seja permanente. Terceiro, ela requer um conceito mais abrangente de desenvolvimento, que englobe não somente o crescimento econômico, como também o desen- volvimento social e cultural. Quarto e mais impor- tante, requer a unificação da economia e da ecolo- gia nos níveis de tomada de decisão. Brundtland, Gro Harlem (WCED) 1987 5 O conceito de desenvolvimento econômico suste- ntável, quando aplicado ao Terceiro Mundo, diz re- speito diretamente à melhoria do nível de vida dos pobres, a qual pode ser medida quantitativamente em termos de aumento da alimentação, renda real, serviços educacionais e de saúde, saneamento e abastecimento de água etc. e não diz respeito somente ao crescimento econômico no nível de agregação nacional. Em termos gerais, o objetivo primeiro é reduzir a pobreza absoluta do mundo pobre através de providências meios de vida se- guros e permanentes que minimizem a exaustão de recursos, a degradação ambiental, a disrupção da cultura e a instabilidade social. Barbieri 1987 6 Definido como um padrão de transformações econômicas estruturais e sociais (i.e, desenvolvi- mento) que otimizam os benefícios societais e econômicos disponíveis no presente, sem destru- ir o potencial de benefícios similares no futuro. O objetivo primeiro do Desenvolvimento Sustentável é alcançar um nível de bem-estar econômico ra- zoável e equitativamente distribuído que pode ser perpetuamente continuado por muitas gerações humanas. Desenvolvimento sustentável implica usar os recursos renováveis naturais de maneira a não degradá-los ou eliminá-los, ou diminuir sua utilidade para as gerações futuras, implica usar os recursos minerais não renováveis de maneira tal que não necessariamente se destruam o acesso a eles pelas gerações futuras, e, também, implica a exaustão dos recursos energéticos não renováveis em uma taxa lenta o suficiente para garantir uma alta probabilidade de transição societal ordenada para as fontes de energia renovável. Goodland e Ledloc 1987 7 O critério da sustentabilidade requer que as condições necessárias para igual acesso à base de recursos sejam conseguidas por cada geração. Pearce 1987 8 A ideia básica de Desenvolvimento Sustentável é simples no contexto dos recursos naturais (exclu- indo os não renováveis) e ambientais: o uso feito desses insumos no processo de desenvolvimen- to deve ser sustentável ao longo do tempo. Se aplicarmos a ideia aos recursos, sustentabilidade deve significar que um dado estoque de recursos (árvores, qualidade do solo, água etc.) não pode declinar. Sustentabilidade deve ser definida em termos da necessidade de que o uso dos recursos hoje não reduza as rendas reais no futuro. Markandya e Pearce 1988 14 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria 9 Tomamos desenvolvimento como um vetor de ob- jetivos sociais desejáveis, e seus elementos de- vem incluir: aumentos na renda real per capita; melhora no status nutricional e da saúde; melhora educacional; acesso aos recursos; distribuição de renda mais justa; aumento nas liberdades básicas. Desenvolvimento Sustentável é, então, uma situ- ação na qual o vetor de desenvolvimento aumenta monotonicamente sobre o tempo. Sumarizamos as condições necessárias para o desenvolvimen- to sustentável como “constância do estoque do capital natural". Mais estritamente, o requerimen- to para mudanças não negativas no estoque de recursos naturais como solo e qualidade de solo, águas e sua qualidade, biomassa e a capacidade de assimilação de resíduos no ambiente. Pearce, Barbier e Markandya 1988 10 Existe um amplo consenso sobre as condições requeridas para o desenvolvimento econômico sustentável. Duas interpretações estão emergin- do: uma concepção mais ampla com respeito ao desenvolvimento econômico, social e ecológico, e uma concepção mais estreita com respeito ao desenvolvimento ambientalmente sustentável (i.e., com administração ótima dos recursos e do ambiente no tempo). A primeira, uma visão alta- mente normativos do desenvolvimento sustentável endossada pela Comissão Mundial de Desenvolvi- mento e Meio Ambiente) define o conceito como desenvolvimento que alcança as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das fu- turas gerações satisfazerem suas próprias neces- sidades. Em contraste, a segunda concepção, de administração ótima de recursos e do ambiente, requer maximizar os benefícios líquidos do desen- volvimento econômico, mantendo os serviços e a qualidade dos recursos naturais. Barbier 1989 11 A capacidade do sistema de manter sua produção a um nível aproximadamente igual ou maior que sua média histórica, com uma aproximação deter- minada pelo nível de variabilidade histórica. Lyman & Herdt 1989 12 A incorporação da dimensão ambiental nas es- tratégias e projetos de crescimento econômico não é condição suficiente nem para o Desenvolvimen- to Sustentável nem para a melhoria das condições de vida dos pobres e desprovidos. Rattner 1991 15 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 13 O conceito de desenvolvimento sustentável deve ser inserido na relação dinâmica entre o sistema econômico humano e um sistema maior, com taxa de mudança mais lenta, o ecológico. Para ser sustentável essa relação, deve assegurar que a vida humana possa continuar indefinidamente, com crescimento e desenvolvimento da sua cul- tura, observando-se que os efeitos das atividades humanas permaneçam dentro de fronteiras ade- quadas, de modo a não destruir a diversidade, a complexidade e as funções do sistema ecológico de suporte à vida. Constanza 1991 14 Destacam o papel do crescimento econômico na sustentabilidade. O desenvolvimento é sustentável quando o crescimento econômico traz justiça e oportunidades para todos os seres humanos do planeta, sem privilégio de algumas espécies, sem destruir os recursos naturais finitos e sem ultra- passar a capacidade de carga do sistema. Pronk e ulHaq 1992 15 A sustentabilidade dos ecossistemas naturais pode ser definida como o equilíbrio dinâmico entre as suas demandas e sua produção, modificadas por eventos externos, tais como mudanças climáti- cas e desastres naturais. Fresco & Kro- onenberg 1992 16 Resumem a sustentabilidade à obtenção de um grupo de indicadores que sejam referentes ao bem-estar e que possam ser mantidos ou que cresçam no tempo. Munasingle e McNeely 1995 17 O estoque de capital que deixamos para as futu- ras gerações definido de forma a incluir todos os tipos de capital deve ser igual ou maior que o que encontramos. Word Bank 1995 18 Desenvolvimento sustentável significa, fundamen- talmente, discutir a permanência ou a durabilidade da estrutura de funcionamento de todo o processo produtivo sobre o qual está assentada a sociedade humana contemporânea. Merico 1996 19 Define o desenvolvimento sustentável como sen- do um conceito plurívoco, isto é, une a preocu- pação com o meio ambiente à preocupação com o meio ambiente à preocupação com a economia e a pobreza. Realça que o desenvolvimento para ser sustentável, além de ser viável em sua dimensão econômica, precisa ser igualmente viável do pon- to de vista do meio ambiente e da sociedade; por isso, visa ao reconhecimento dos outros, dos nos- sos contemporâneos, no espaçode um mundo comum com as futuras gerações na amplitude do tempo. Lafer 1996 16 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria 20 A sustentabilidade está ligada à persistência de certas características necessárias e desejáveis de pessoas, suas comunidades e organizações, e os ecossistemas que as envolvem, dentro de um período longo e indefinido. Para atingir o progres- so em direção à sustentabilidade, deve-se alca- nçar o bem-estar humano, não o dos ecossiste- mas, sendo que o progresso em cada uma dessas esferas não deve ser alcançado à custa da outra, e sim reforçando a interdependência entre os dois sistemas. Hardi e Zdan 1997 21 O maior desafio do desenvolvimento sustentável é a compatibilização da análise com a síntese. O de- safio de construir um desenvolvimento dito suste- ntável, juntamente com indicadores que mostrem esta tendência é compatibilizar o nível micro com o macro. No nível macro, deve-se entender a situ- ação do todo e sua direção de uma maneira mais geral e fornecer para o nível micro, em que se tomam as decisões, as informações importantes para as necessárias correções de rota. Rutherford 1997 22 Desenvolvimento sustentável envolve a questão temporal; a sustentabilidade de um sistema só pode ser observada a partir da perspectiva futura, de ameaças e oportunidades. Bossel 1998 23 Transformar recursos em lixo mais lentamente que a natureza consegue transformar lixo em recursos. Steve Goldfin- ger 1999 24 O desenvolvimento sustentável é o mais recente conceito que relaciona as coletivas aspirações de paz, liberdade, melhoria das condições de vida e de um meio ambiente saudável. Seu mérito reside na tentativa de reconciliar os reais conflitos entre a economia e o meio ambiente e entre o presente e o futuro. National Re- search Council 1999 25 Equilibrar o conflito básico entre as duas metas que competem entre si, ou seja, assegurar a quali- dade de vida e viver dentro dos limites da natureza Wackenagel 2000 26 Um autêntico modelo de Desenvolvimento sus- tentável deve apresentar uma perspectiva de desenvolvimento além do crescimento econômi- co, reconhecer as múltiplas tradições culturais e crenças, transcender o consumismo e fornecer uma estrutura de estilo de vida mais desejável, en- fatizar reformas estruturais para equidade interna e global e delinear efetivos planos legais e insti- tucionais para a manutenção ambiental Haque 2000 17 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 27 Desenvolvimento sustentável pode ser defini- do como um vetor no tempo de objetivos sociais desejáveis, como: incremento da renda per capita, melhorias no estado de saúde, níveis educacio- nais aceitáveis, acesso aos recursos, distribuição mais equitativa de renda e garantia de maiores liberdades fundamentais. Resende (s.d) 28 Desenvolvimento sustentável é a emergência de um novo paradigma para orientação dos proces- sos e reavaliação dos relacionamentos da econo- mia e da sociedade com a natureza, bem como das relações do Estado com a sociedade civil. Jara 2001 29 Desenvolvimento sustentável é uma ideologia, um valor, uma ética. Schwartzman 2001 FONTE: Adaptado de Baroni (1992) e Bellen (2006). 1 Com base nos diferentes conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável apresentados, descreva a diferença entre a sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Há algum tempo, o desenvolvimento sustentável vem sendo discutido e defendido como único caminho possível a ser seguido e trilhado por organizações, pessoas e países. As preocupações acerca das desigualdades sociais e, principalmente, dos desastres e ameaças ambientais decorrentes, em grande parte, do modelo de desenvolvimento vigente na maioria dos países a partir da revolução industrial, afloraram, nas décadas de 60 e 70, uma série de questionamentos e reflexões sobre os rumos e consequências do perseguido crescimento econômico. Desde então, algumas discussões importantes e movimentos surgiram no século XX que ajudaram a fundamentar o conceito de sustentabilidade, são eles: o relatório sobre os limites do crescimento, publicado em 1972, o surgimento do conceito de eco desenvolvimento, em 1973, a Declaração de Cocoyok, em 1974, o relatório da Fundação Dag-Hammarskjold, em 1975, e, finalmente, a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992. Todos estes marcos ajudaram a nos levar a um melhor entendimento sobre o tema do desenvolvimento sustentável. 18 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Desde então, diferentes atores como governos, empresas, organizações não governamentais, institutos de pesquisas e outros têm se engajado na busca por modelos de desenvolvimento mais equilibrados, que garantam as condições ideais de funcionamento dos sistemas humanos e ambientais, tanto para as gerações atuais como futuras. Com o passar dos anos, o conceito vem amadurecendo e novos atores estão se somando ao desafio de materializar o desenvolvimento de maneira sustentável. Eventos importantes, de repercussão mundial, estão promovendo debates e reflexões sobre a temática. Para entendermos melhor, a Figura 1 apresenta uma breve linha do tempo, sintetizando alguns marcos da evolução destes conceitos e atores. FIGURA 1 – LINHA DO TEMPO – CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FONTE: Adaptado de Louette (2007). Entre os novos atores engajados no desafio de promover o desenvolvimento sustentável, é possível destacar a adesão crescente de diferentes empresas e indústrias. Seja pela ciência das suas responsabilidades socioambientais, pela garantia de competitividade ou, ainda, pressionadas por legislações, acordos internacionais e/ou setoriais, referências da cadeia produtiva e até pelos seus próprios consumidores, as empresas e indústrias tem procurado se adequar à sustentabilidade e aproveitar as oportunidades existentes neste novo modelo. Pensando na sustentabilidade dentro da esfera das empresas e das indústrias, é interessante observarmos o conceito que o International Institute for Sustainable Development (IISD) apresenta, que é: para os negócios empresariais, desenvolvimento sustentável significa adotar estratégias de negócios e atividades que atendam a necessidades da empresa e seus stakeholders hoje, enquanto protege, sustenta e melhora os recursos humanos e naturais que serão 19 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 necessários no futuro (IISD, 2003). Este conceito revela que as indústrias estão buscando se posicionar e compreender esta nova dinâmica presente no desenvolvimento e crescimento de forma sustentável. Outro conceito, do prisma corporativo, é que o desenvolvimento sustentável é “a busca do equilíbrio entre o que é socialmente desejável, economicamente viável e ecologicamente sustentável” (SILVA, QUELHAS, 2006, p. 387). Mesmo diante dos esforços empreendidos e resultados alcançados, é possível perceber que ainda resta um longo caminho pela frente, cheio de obstáculos e barreiras a serem superadas. Ainda assim, muitos passos já foram dados. O tema desenvolvimento sustentável clareou as relações entre os sistemas econômicos, humanos e ambientais, expondo suas fragilidades e a necessidade urgente de equilíbrio e integração entre estes. Afinal, ficou evidente que o crescimento econômico não pode acontecer atingindo os sistemas humano e ambiental. A institucionalização do desenvolvimento sustentável no meio empresarial e corporativo tem ocorrido rapidamente, contudo, de diferentes maneiras. Em alguns casos, novas aspirações empresariais são visualizadas por trás da agenda da sustentabilidade, enquanto outros veem a continuação de antigas aspirações pelo controle ou dominação dos recursos mundiais. Já em outros casos, felizmente, empresários e executivos sensibilizados pelo tema, tem buscado soluções e mudançasconcretas para contribuir com o desenvolvimento sustentável. Assim, as organizações verdadeiramente preocupadas com a sustentabilidade são aquelas que perseguem nas suas atividades o equilíbrio entre as dimensões econômicas, sociais e ambientais. 2.2 DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE – TRIPLE BOTTON LINE Ao falarmos sobre sustentabilidade, sempre referenciamos os aspectos ambientais, sociais e econômicos. Isto se deve pelo fato de a sustentabilidade estar fundamentada no tripé resultante da visão do Triple Botton Line, denominado também de dimensões da sustentabilidade. Muitas vezes, o conceito é apenas relacionado a questões ambientais, que são, em alguns casos, as mais nítidas e de fácil sensibilização. No entanto, existem mais dimensões presentes no desenvolvimento sustentável que também precisam ser observadas, pois 20 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria englobam comportamentos individuais e coletivos que impactam diretamente na vida e na sociedade atual e futura. Contudo, a sustentabilidade trabalha com um conceito multidimensional, em que existem diferentes dimensões e que estas se inter-relacionam e se complementam. Existem diferentes propostas de dimensões para representar as múltiplas facetas do desenvolvimento sustentável. Em geral, as dimensões ambientais, econômicas e sociais são frequentemente destacadas. Na Figura 2, é possível visualizar as representações para estas dimensões com algumas variações: (a) o desenvolvimento sustentável como ponto de interseção entre as dimensões ambientais, econômicas e sociais; (b) a sustentabilidade empresarial como ponto de interseção entre as dimensões traduzidas em planeta, lucro e pessoas; e (c) a linha do pilar ambiental, econômico e social. FIGURA 2 – REPRESENTAÇÕES DE DIMENSÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FONTE: Barbieri (2010, p.146). Outra proposta de dimensões para o desenvolvimento sustentável considera, além das já citadas, as dimensões materiais, ecológicas, legais, culturais, políticas e psicológicas. Há, também, propostas que consideram a dimensão institucional, além das ambientais, econômicas e sociais. Apesar da tentativa de inserir diferentes dimensões da sustentabilidade, cabe ressaltar que, na realidade da área produtiva das indústrias as dimensões mais comumente observadas são as ambientais, sociais e econômicas, conhecidas e difundidas através do Triple Bottom Line (TBL). O termo Triple Bottom Line surgiu na década de 1990 e tornou-se de conhecimento do grande público em 1997, com a publicação do livro Cannibals 21 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 With Forks: The Triple Bottom Line of 21st Century Business de John Elkington, e, desde então, organizações como o Global Reporting Initiative (GRI) e a Account Ability (AA) vêm promovendo o conceito do Triple Bottom Line e o seu uso em corporações de todo o mundo, que refletem um conjunto de valores, objetivos e processos que uma organização deve focar para criar valor em três dimensões: econômica, social e ambiental. Outra fonte que estimula os conceitos do tripé da sustentabilidade são as normas. Por exemplo, as diretrizes da norma AA1000 auxiliam as empresas na determinação de suas estratégias de sustentabilidade e do quanto elas são incorporadas na gestão e no dia a dia da empresa. Para conhecer mais sobre o tema, leia o artigo que retrata a norma em uma indústria, disponível em: http:// www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2002-cab-1026.pdf Existem diferentes relações que permeiam as dimensões da sustentabilidade e o conceito do Triple Botton Line. A Figura 3 ilustra a relação entre as três dimensões para a sustentabilidade, onde observa-se a relação “suportável” (bearable) entre o Meio Ambiente (environment) e a Sociedade (social), a relação “equitativa” (equitable) entre a Sociedade e a Economia (economic), e a relação “viável” (viable) entre a Economia e o Meio Ambiente. O conceito da sustentabilidade está justamente no centro das três dimensões, em que é possível observar a convergência entre Meio Ambiente, Sociedade e Economia. FIGURA 3 – TRIPLE BOTTOM LINE FONTE: Adaptado de Dreosvg (2009). 22 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Muito embora existam outras propostas e uma gama de dimensões atribuídas à sustentabilidade, vamos nos concentrar em compreender melhor as três dimensões inseridas no conceito do triple botton line. A dimensão ambiental ou sustentabilidade ambiental é compreendida como a preservação dos sistemas de sustentação da vida. Esta pode ser incrementada pelo uso das seguintes alavancas: • intensificação do uso dos recursos potenciais dos vários ecossistemas, com um mínimo de dano aos sistemas básicos e para propósitos socialmente válidos; • limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos facilmente esgotáveis ou ambientalmente prejudicais; • redução do volume de resíduos e de poluição, por meio da conservação e reciclagem de energia e recursos; • autolimitação do consumo material pelos países ricos e pelas camadas sociais privilegiadas em todo o mundo; • intensificação da pesquisa de tecnologias limpas; • definição das regras para uma adequada proteção ambiental. Desta forma, as organizações devem entender o que é capital natural, ou seja, riqueza natural, para, então, fazer uma avaliação própria quanto a sua sustentabilidade ambiental. Já a dimensão social ou sustentabilidade social é entendida como a consolidação de um processo de desenvolvimento baseado em outro tipo de crescimento e orientado por outra visão do que é a boa sociedade. O objetivo desta dimensão, portanto, é o de construir uma civilização do “ser”, em que exista maior equidade na distribuição do “ter” e da renda, de modo a melhorar substancialmente os direitos e as condições de amplas massas de população e a reduzir a distância entre os padrões de vida de abastados e não-abastados. Existe uma preocupação emergente baseada no bem-estar humano para que seja aumentada a qualidade de vida das pessoas. Uma das iniciativas sociais neste sentido é o movimento para promover a igualdade de renda, que, na atualidade, diminui a diferença entre os níveis sociais e melhora o estilo de vida social da população. E, na terceira dimensão, temos a sustentabilidade econômica, que é possibilitada por uma alocação e gestão mais eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado. Uma condição fundamental para tanto é superar as atuais condições externas, decorrentes de uma combinação de fatores negativos como o ônus do serviço da dívida e do fluxo líquido de recursos financeiros do Sul para o Norte, as relações adversas de troca, as barreiras 23 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 protecionistas ainda existentes nos países tidos industrializados e, finalmente, as limitações do acesso à ciência e à tecnologia. Assim, a eficiência econômica deve ser avaliada mais em termos macrossociais a que apenas por meio de critérios de lucratividade empresarial. O pilar econômico deve ser avaliado mais em termos macrossociais do que apenas por meio de critérios pontuais de lucratividade empresarial, com o intuito de promover mudanças estruturais que atuem como estimuladores do desenvolvimento humano sem comprometer o meio ambiente natural. Assim, será possível agir de forma consciente, promovendo um novo modelo de desenvolvimento baseado na economia da permanência, reduzindo a poluição e aumentando a qualidade de vida de todos. 1 Descreva e explique cada uma das três dimensões contidas no conceito do tripé da sustentabilidade, do Triple Bottom Line. Desta forma, podemos entender que existe uma busca por parte das empresas na adoção de práticas que atendam estas três dimensões, ambiental, social e econômica. Porém, sabe-se que mesmo buscando o equilíbrio, este tripé porvezes está mais direcionado para a área econômica, social ou ambiental dependendo do momento em que vive a empresa. Pensando nestas perspectivas existem diversas metodologias que apoiam as empresas que buscam práticas sustentáveis, como a Produção Limpa aplicada no setor produtivo das indústrias de transformação. 2.3 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Ao pensarmos na dimensão ambiental da sustentabilidade, deparamo-nos com macro questões, como o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, o consumo de energia e o aumento da produção industrial. Todas essas preocupações devem estar presentes no dia a dia das indústrias e, também, das pessoas. Afinal, chegamos a este ponto devido a comportamentos individuais e coletivos, que precisam ser ajustados para garantirmos um futuro próspero. 24 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Ao falarmos de comportamento individual e para refletir sobre a sustentabilidade, assista o vídeo da ONU sobre cinco formas de ser mais sustentável no link: https://youtu. be/2NwZyszcdEY?list=PLUZOt6bFc2fiWCrPx_O06yeCnKjGIEdr8. Nesse sentido, devido à velocidade das mudanças, faz se necessário na mesma velocidade a avaliação e criação de soluções para esta nova realidade de produção e consumo. No entanto, não é isso que observamos na prática, pois algumas soluções até são criadas, mas a grande dificuldade está na capacidade das indústrias de absorver e inserir novas tecnologias, diferentes formas de produção, novas formas de descarte, uso de materiais diferenciados, entre outros. Nesta perspectiva, observamos que existe um limite de utilização dos recursos naturais para que estes sejam preservados. Como forma de exemplificar esta realidade, basta analisarmos as ações que alguns países adotam nesse sentido de tentar preservar os seus recursos, entre elas, podemos destacar: limitar o crescimento da população, garantir água, alimentos e energia a longo prazo, preservar a biodiversidade, usar fontes de energia renovável, controlar a urbanização e integrar as regiões do campo, as cidades menores e atender a população em suas necessidades de saúde, escola e moradia. Todas estas práticas evidenciam a importância da questão ambiental e de estratégias que promovam o desenvolvimento sustentável. Porém, o que sabemos é que o atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios, se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia a dia. Diante desta constatação, surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, com o fim da pobreza no mundo. 25 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 Para tentar promover um mundo mais equilibrado com proteção ambiental e desenvolvimento econômico, surgiu a Agenda 21 criada na conferência Rio 92, que serviu de base para outros documentos vinculados à sustentabilidade. A agenda foi um marco e um grande primeiro passo, pois, na oportunidade, mais de 170 países se comprometeram com um conjunto de metas para a criação de um mundo mais sustentável. Agora, temos a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, que também agrega um conjunto de metas a serem alcançadas. A Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável está disponível no link http://www.agenda2030.org.br/ sobre/. De forma prática, dentro das indústrias, se analisarmos as questões ambientais vamos nos deparar, inicialmente, com o centro do sistema produtivo que é a produção de bens. Para minimizar e diminuir os impactos gerados por sistemas produtivos alinhados a outras premissas como a abundância e o uso ilimitado dos recursos naturais, é necessário buscar formas mais sustentáveis de produção. Uma das formas de caminhar na direção do pilar ambiental da sustentabilidade é por meio do uso da metodologia conhecida como produção mais limpa, que busca soluções nos processos produtivos das indústrias, com foco principal na origem da geração de resíduos. A produção mais limpa é uma estratégia aplicada na produção e nos produtos a fim de economizar e maximizar a eficiência do uso de energia, matérias-primas e água e, ainda, minimizar ou reaproveitar resíduos gerados. Ela tem procedimentos simples e econômicos, podendo chegar a um número maior de empresas, pois a análise é feita compreendendo apenas a unidade fabril em questão, sem considerar a cadeia produtiva como um todo, ou seja, fornecedores e clientes não são foco de estudo. Segundo o Comitê Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) (CEBDS, 2005), a produção mais limpa, com seus elementos essenciais, adota uma abordagem preventiva em resposta à responsabilidade financeira adicional, trazida pelos custos de controle da poluição, assim como auxilia as empresas a adotarem práticas de fabricação através de um novo conceito de produção e consumo. A produção mais limpa pode ser considerada uma forma de produzir melhor gastando menos, e que nem sempre a alteração em um processo depende de 26 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria investimentos financeiros. Dessa forma, a produção mais limpa propõe que as indústrias invistam em tecnologias para redução de resíduos. Para isto, existe uma metodologia que auxilia o processo. O desafio das empresas é colocar entre seus planos estratégicos a produção mais limpa, que pode trazer benefícios ambientais, econômicos e de saúde ocupacional. Para tanto, é necessária uma mudança de atitude de todos, desde os níveis de diretoria até os níveis operacionais. A metodologia da produção mais limpa envolve algumas etapas, são elas: a) planejamento e organização – comprometimento da direção e dos funcionários e formação de equipes de trabalho; b) pré-avaliação e diagnóstico – estabelecimento de metas para produção mais limpa e elaboração de fluxogramas, com avaliação de entradas e saídas; c) avaliação da produção mais limpa – identificar as ações que podem ser implementadas imediatamente e as que necessitam de análises adicionais mais detalhadas, através de balanços materiais e de energia e informações das fontes e causas da geração de resíduos e emissões; d) estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental – selecionar as oportunidades viáveis e documentar os resultados esperados; e) implementação e plano de continuidade – implementar as opções selecionadas e assegurar atividades que mantenham a produção mais limpa, monitorar e avaliar as oportunidades implementadas, assim como planejar atividades que assegurem a melhoria contínua com a produção mais limpa. Nesse sentido, a Figura 4 apresenta a lógica da metodologia de implantação da produção mais limpa. FIGURA 4 – METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA FONTE: Adaptado de Kraemer (2002). O esquema apresentado na Figura 4 pode ser considerado um pequeno exemplo de uma metodologia em prol ao desenvolvimento ambiental sustentável dentro das indústrias. Porém, sabemos que um conjunto de ações é o que torna 27 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 uma indústria ambientalmente correta e responsável. Um outro exemplo a ser destacado, que também é utilizado pelas indústrias é o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O SGA é um conjunto de ações e diretrizes para que a indústria implemente de maneira correta as normas, legislações e boas práticas que possibilitam avaliar e controlar os impactos ambientais de suas atividades, processos, produtos e serviços. A intenção do SGA é permitir que a empresa alinhe suas estratégias e ações com a preservação do meio ambiente. Com a necessidade mundial de ser mais sustentável e com os consumidores cada vez mais exigentes, buscando empresas que tenham cuidado com a natureza e o meio ambiente, o sistema de gestão ambiental pode ser uma resposta para estruturar as ações da empresae dar uma resposta mensurável para a sociedade e seus consumidores. Além de se portar de forma sustentável o SGA também permite a redução de desperdícios e a redução de custos de produção para a empresa. Para entender essa lógica, é só pensarmos em uma indústria que utiliza muitos litros de água em seu processo produtivo. Caso ela inicie um processo de reaproveitamento de água, ela estará reduzindo custos e, ao mesmo tempo, preservando um importante recurso natural. Outro exemplo é a separação correta dos resíduos. Quando eles não são separados, tem como destino o aterro comum, mas, ao serem selecionados, podem ser vendidos como insumos para outras indústrias. É o caso do metal, plástico, vidro, papel, madeira, tecido, entre outros. Para implementar um SGA, a principal referência é a ISO 14.001, uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que especifica os requisitos para um SGA. Com estes requisitos, a empresa passa a compor uma estrutura para avaliar, controlar e monitorar os impactos ambientais de sua atividade. Nesse sentido, para alcançar e cumprir com os requisitos estabelecidos, a empresa necessita estabelecer uma política ambiental para apresentar os seus compromissos com o meio ambiente. Ter um ciclo de planejamento, execução, verificação e melhoria para atingir as metas e objetivos traçados pela organização. Além disso, deve haver uma participação efetiva da alta gestão da empresa, que deve avaliar de tempos em tempos como está o sistema de gestão ambiental e realizar os ajustes necessários. 28 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Para exemplificar a implantação de um sistema de gestão ambiental no ambiente industrial, leia o estudo de caso de uma indústria de papel que implementou a ISO 14.001. Link: https://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-23112017000200274. Uma outra iniciativa na busca de caminhos sustentáveis, que também é muito conhecida por sua ampla divulgação, é o crédito de carbono, que é a redução de emissões de gases que causam o efeito estufa. Este crédito pode ser concedido para uma pessoa ou para uma empresa. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de carbono que não foi emitida na atmosfera. Esses créditos podem ser comercializados no mercado mundial de carbono. Ao comprar créditos de carbono, um país ou uma empresa tem a permissão para emitir gases do efeito estufa. No entanto, é necessário obedecer às legislações estabelecidas pelos países com os limites estabelecidos de emissões. Para entender um pouco melhor sobre as emissões de carbono e o efeito estufa e, também, para refletir se o seu comportamento tem cooperado com a conservação do meio ambiente, assista o vídeo sobre pegada de carbono no link: https://youtu.be/s2yhSTcBGMI. Para traçar um caminho sustentável, é necessário, além de sistemas e boas práticas, uma forma de medir a sustentabilidade. Neste sentido, é preciso estabelecer métricas e sistemas de medição para avaliar se a rota traçada está correta ou se precisa de ajustes, porém, uma questão que surge é: como medir a sustentabilidade? Quais aspectos avaliar? Acredita-se que, medindo as ações, é possível ter uma visão do presente e subsídios para tomar decisões no futuro. Para começar, um bom caminho é o estabelecimento de indicadores, sim, indicativos que apontam para onde uma indústria está caminhando. Os indicadores, dentro do contexto industrial, têm um papel de demonstrar pontos passíveis de melhoria, que, se trabalhados pelas indústrias, podem promover avanços em prol do meio ambiente, além de proporcionar espaços 29 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 para reflexão de uma forma de atuação industrial mais consciente. Nas métricas ambientais, os indicadores permitem visualizar a sustentabilidade como fator competitivo e determinante para as indústrias que desejam destaque em um mercado mundialmente acirrado. Formas de avaliar e medir os impactos ambientais podem ser consideradas um caminho interessante para as indústrias atingirem patamares mais equilibrados entre a atividade industrial e o meio ambiente. A seguir, conheceremos algumas formas de medição. 3 MÉTRICAS DE SUSTENTABILIDADE Para se compreender melhor um cenário, uma situação, existem mecanismos para medir e quantificar as atividades e ações, que são chamados de indicadores. Eles permitem que as empresas tenham uma visão mais ampla e uma tomada de decisão mais assertiva. Ao se estabelecer indicadores, é possível tirar uma fotografia da situação atual, e, com as informações obtidas redirecionar atividades, rever processos e impulsionar melhorias dentro das empresas. 3.1 INDICADORES Os indicadores possibilitam conhecer verdadeiramente a situação que se deseja modificar, estabelecer as prioridades, escolher os beneficiados, identificar os objetivos e traduzi-los em metas e, assim, acompanhar melhor o andamento dos trabalhos, avaliar os processos, adotar os redirecionamentos necessários e verificar os resultados e os impactos obtidos. Com isso, aumentam as chances de serem tomadas decisões corretas e de se potencializar o uso dos recursos. Um indicador ajuda a compreender em que ponto se está, qual o caminho a ser seguido e a que distância se está da meta estabelecida. O indicador ajuda a identificar os problemas antes que se tornem insuperáveis, e auxiliam na sua solução. Para que um indicador seja efetivo, é necessário que seja relevante, refletindo o sistema que precisa ser conhecido, fácil de ser entendido, confiável e baseado em dados acessíveis (HART, 2005). Para ser relevante e representativo, os tomadores de decisão de uma empresa e demais envolvidos no processo precisam considerar importante o indicador. Apenas com o comprometimento de todos e a certeza de que a coleta de determinado dado fará a diferença nas atividades, é possível se estabelecer um ambiente de melhoria. As pessoas não devem olhar para o indicador como mais trabalho, mas sim como uma oportunidade de melhoria para seus processos. 30 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Um indicador é capaz de resumir diversas informações para uma pessoa que o observa e, também, pode ajudar a sinalizar a indicar a direção a ser seguida. Aquilo que é medido tende a se tornar relevante. Indicadores surgem de valores e geram valores, e podem ser usados como instrumentos de mudança, aprendizagem e propaganda (MEADOWS, 1998). Os indicadores são informações que apontam características de uma ação, atividade ou ambiente. Eles podem ser compostos por uma variável ou um conjunto de variáveis. São medições baseadas em mais de um dado. Bellen (2006) define variável como uma representação operacional de um atributo (qualidade, característica, propriedade) de um sistema. Embora os indicadores sejam apresentados na maioria das vezes em forma estatísticas ou gráficos, eles são distintos dos dados primários. Segundo Bellen (2006), os indicadores e índices mais agregados estão no topo de uma pirâmide de informações cuja base são os dados primários derivados do monitoramento e da análise das medidas e observações, conforme Figura 5. FIGURA 5 – PIRÂMIDE DE INFORMAÇÕES FONTE: Adaptado de Bellen (2006). Para Bellen (2006), o objetivo dos indicadores é agregar e quantificar informações de modo que sua significância fique mais aparente. Eles simplificam as informações sobre fenômenos complexos, tentando melhorar com isso o processo de comunicação sobre eles de forma mais compreensível e quantificável. Um indicador relevante deve possuir algumas destas características (OCDE, 1993): 31 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 • Ser simples e fácil de interpretar. • Fornecer um quadro representativo da situação. • Mostrar tendências ao longo do tempo. • Responder a mudanças do sistema. • Fornecer base para comparações. • Ser nacional ou aplicávela regiões que tenham relevância. • Estar associado a uma meta ou valor limite de tal modo que os usuários possam comparar e avaliar o significado dos valores observados. A utilização de indicadores para avaliar a dinâmica de um sistema complexo (ambiente, organização, território, entre outros) deve levar em conta os objetivos essenciais para os quais o indicador foi concebido. Basicamente, um indicador pode ter como objetivos (OCDE, 1993), (IISD,1999), (BELLEN, 2006): • Definir ou monitorar a sustentabilidade de uma realidade. • Facilitar o processo de tomada de decisão. • Evidenciar em tempo hábil modificação significativa em um dado sistema. • Caracterizar uma realidade, permitindo a regulação de sistemas integrados. • Estabelecer restrições em função da determinação de padrões. • Detectar os limites entre o colapso e a capacidade de manutenção de um sistema. • Tornar perceptíveis as tendências e as vulnerabilidades. • Sistematizar as informações, simplificando a interpretação de fenômenos complexos. • Ajudar a identificar tendências e ações relevantes, bem como avaliar o progresso em direção a um objetivo. • Prever o status do sistema, alertando para possíveis condições de risco. • Detectar distúrbios que exijam o replanejamento. • Medir o progresso em direção à sustentabilidade. Ao ser selecionado um indicador e/ou ao se construir um índice, tal como quando se utiliza um parâmetro estatístico, ganha-se em clareza e operacionalidade, e perde-se em detalhe da informação. Os indicadores e os índices são projetados para simplificar a informação sobre fenômenos complexos de modo a melhorar a comunicação. Ao se pensar em indicadores de sustentabilidade, indicadores ambientais, deve-se verificar as formas existentes de avaliação da sustentabilidade e do meio ambiente. Dentro das indústrias podemos citar o uso de alguns indicadores como: a quantidade de água utilizada no processo produtivo; a quantidade de energia utilizada em uma fábrica; quais fontes de energia são utilizadas; níveis de seleção de resíduos; uso de tratamento de efluentes, dentre outros. 32 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Para exemplificar os indicadores ambientais utilizados por uma indústria, leia o estudo que apresenta alguns indicadores de indústrias dos setores de celulose, têxtil, automotivo, madeireiro e de metais sanitários, disponível no seguinte link: https://siambiental.ucs. br/congresso/getArtigo.php?id=84&ano=_quinto#:~:text=Foram%20 considerados%20como%20indicadores%20principais,Tipos)%20 ( Ta b e l a % 2 0 2 ) . & t e x t = O s % 2 0 s e c u n d % C 3 % A 1 r i o s % 2 0 ser%C3%A3o%20classificados%20de,nas%20empresas%20 (Tabela%203). 3.2 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE E BIOINDICADORES Indicadores de sustentabilidade devem ser mais do que indicadores ambientais e só se transformam nisto através da incorporação da perspectiva temporal, limite ou objetivo. Assim como indicadores de desenvolvimento sustentável, devem representar mais do que crescimento econômico, expressando também eficiência, suficiência, equidade e qualidade de vida (SIENA, 2002). Os indicadores de sustentabilidade identificam até que ponto os objetivos sustentáveis são atendidos, sejam eles econômicos, sociais ou ambientais. Constituem de ferramentas relevantes os indicadores de sustentabilidade, por avaliarem o desempenho de uma empresa ou indústria, considerando a variedade disponível de indicadores e os níveis diversos de complexidade a ser aplicado em qualquer uma delas, cujos índices, desde que planejados, possam melhorar o funcionamento e desenvolvimento (AL-SHARRAH; ELKAMEL; ALMANSSOOR, 2010). Para exemplificar a categorização dos indicadores ambientais, sociais e econômicos, abordaremos brevemente sobre Pressão-Estado-Resposta (PER) para exemplificar a categorização dos indicadores ambientais, sociais e econômicos. O modelo PER é utilizado na análise de indicadores da área ambiental e do Desenvolvimento Sustentável, estando fundamentado em um marco conceitual que aborda os problemas ambientais segundo uma relação de causalidade. Os indicadores desenvolvidos pelo modelo buscam responder a três questões 33 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 básicas: o que está acontecendo com o ambiente (Estado); por que isso ocorre (Pressão) e o que a sociedade está fazendo a respeito (Resposta) (CARVALHO; BARCELLOS, 2010). Na Figura 6, está sistematizado o modelo PER, segundo a OECD. FIGURA 6 – SISTEMA PRESSÃO-ESTADO-RESPOSTA FONTE: OECD (1993, s. p). De acordo com a OCDE (1993), o método PER apresenta a vantagem de evidenciar os elos entre a atividade humana e o ambiente e, ajudar os tomadores de decisão e o público a perceber a interdependência entre as questões ambientais e as outras, sem, todavia, esquecer que existem relações mais complexas nos ecossistemas e nas interações entre o meio ambiente e a sociedade. Segundo Lira (2008), no modelo PER, os indicadores são divididos em três categorias: • Indicadores da pressão ambiental, que descrevem as pressões das atividades humanas sobre o ambiente, incluindo a quantidade e qualidade dos recursos naturais. • Indicadores das condições ambientais ou de estado que se referem à qualidade do ambiente e à qualidade e quantidade dos recursos naturais. Eles devem fornecer uma visão da situação do ambiente e sua evolução no tempo, não das pressões sobre ele. • Indicadores das respostas sociais que são medidas que mostram a resposta da sociedade às mudanças ambientais, podendo estar relacionadas à prevenção dos efeitos negativos da ação do homem sobre o ambiente, à paralisação ou reversão de danos causados ao meio, e à preservação e conservação da natureza e dos recursos naturais. 34 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Nesse sentido, a Figura 7 apresenta a estrutura PER e as relações existentes entre seus elementos. FIGURA 7 – ESTRUTURA PER FONTE: Adaptado de Maranhão (2007). Ao observarmos o modelo PER, percebemos que ele retrata as conexões entre o ambiente e a atividade humana e, também, possibilita a visão ampla de vários elementos de um problema ambiental. Por outro lado, as limitações do modelo são a falta do estabelecimento de metas a serem atingidas; o olhar limitado das pressões no ambiente causadas apenas pela ação humana; e a simplificação de situações complexas que são observadas de forma linear. Outra forma de mensurar as ações ao meio ambiente são os bioindicadores, que, de uma forma ampla, referem-se aos seres vivos da natureza utilizados para avaliar a qualidade ambiental. Considerando o uso desenfreado dos recursos naturais, o qual tem promovido uma degradação do meio ambiente, como a contaminação dos mares e dos rios, a poluição do ar, o esgotamento do solo, a extinção de espécies dentre tantos outros, percebemos que todo o movimento contribui em prol de um desequilíbrio ecológico que pode ser prejudicial e comprometer até mesmo a própria vida humana. Nesse sentido, a interação de uma forma sustentável com a natureza vem ganhando força e se transformando em um dos grandes objetivos dos indivíduos, sociedade, empresas, organizações e países. Os bioindicadores ajudam a quantificar se o meio ambiente está sofrendo com as nossas intervenções, pois, por meio de seres vivos, é possível medir as alterações do ambiente. Ao se constatar a presença, ausência ou abundância de determinados seres vivos 35 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 Ao pensarmos na indústria alimentícia, sabemos da importância da segurança alimentar e por sua vez do equilíbrio ambiental. Por isso para que um produto esteja de acordo com as normas estabelecidas, é necessário iniciar o monitoramento lá na agricultura, na plantação dos alimentos, observando o controle das pragas nas plantações, e isso pode ser realizado com os bioindicadores. Outro fatorimportante é o controle de qualidade de produtos agrícolas que pode ser assegurado pelas análises microbiológicas. Veja esse exemplo para realizar o controle de pragas, por meio de indicadores. Link: https://foodsafetybrazil.org/gestao-e-indicadores- de-controle-de-pragas/#:~:text=Um%20bom%20controle%20de%20 pragas,dados%20e%20um%20hist%C3%B3rico%20de em determinado ambiente pode ser um indicador de alguma degradação, contaminação que pode ser prejudicial para o meio ambiente atual e futuro. Existem diversos seres que podem atuar como bioindicadores. É interessante que eles sejam sensíveis ao desequilíbrio ambiental e que sejam de fácil monitoramento. Os bioindicadores permitem uma avaliação mais confiável e segura da qualidade ambiental. Ao medir um ambiente e identificar as características físicas e químicas, é possível retratar uma condição de uma forma pontual, de se obter uma fotografia da situação atual. Por outro lado, os bioindicadores permitem perceber as consequências da ação do homem no meio ambiente e a ação dos seres vivos da natureza podem ajudar na diminuição dos impactos provocados pelo ser humano. Para tornar mais clara a atuação dos bioindicadores abaixo, seguem alguns exemplos em diferentes ecossistemas. No solo, por exemplo, temos como um bioindicador as minhocas, pois elas podem ser prejudicadas em solos com contaminações ambientais ou com falta de nutrientes. A minhoca colabora para a fertilidade do solo e, por isso, sua presença é tão importante. O monitoramento de bactérias e fungos no solo permite maior produtividade e um uso mais sustentável do solo. No ar, a associação entre fungos e algas formam os chamados liquens, que são indicadores da qualidade do ar. Os liquens só conseguem se desenvolver em 36 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria locais úmidos e sem poluição, por isso, são um bioindicador para ar puro e de qualidade. Na água, um exemplo clássico é a maré vermelha, que ocorre quando algas vermelhas e marrons se proliferam de forma desordenada. Estes tipos de algas são tóxicas e provocam alterações de temperatura da água e salinidade, normalmente causado pelo direcionamento do esgoto no mar. Os bioindicadores ressaltam para nós que a própria natureza se regulariza, com uma capacidade incrível de emitir sinais. Cabe ao ser humano observar e interpretar estes indicativos e traçar caminhos mais sustentáveis de uso destes recursos essenciais. 1 Descreva o que é um bioindicador e qual a sua importância para o meio ambiente. Ao observarmos os diversos indicadores de sustentabilidade, é interessante realizar uma análise das vantagens e desvantagens da aplicação de indicadores que buscam promover o desenvolvimento sustentável. Na tabela 1 a seguir estão descritas algumas vantagens e limitações. TABELA 1 – SÍNTESE DE ALGUMAS VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA APLICAÇÃO DE INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FONTE: DGA (2000, s. p.). 37 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 No contexto mundial, a avaliação do desenvolvimento sustentável conta com alguns direcionamentos já consolidados, um exemplo é o documento intitulado Indicators of sustainable development: framework and methodologies, publicado pela Comissão para o Desenvolvimento Sustentável (CSD) das Nações Unidas. Em sua terceira edição, o documento, também conhecido como Livro Azul, contém uma proposta de 50 indicadores essenciais e outros 46 complementares, além de recomendações metodológicas 3.3 AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE Com um conjunto de indicadores, é possível formar métodos e formas de avaliar os impactos causados pela ação humana no meio ambiente. Para isso, existem diversos métodos e ferramentas utilizados pelas empresas para verificar se estão trilhando o caminho de práticas mais sustentáveis. Um dos desafios para se alcançar o desenvolvimento sustentável, perpassa, necessariamente, pela criação de ferramentas capazes de avaliar a sustentabilidade em suas diferentes perspectivas, além de prover informações relevantes ao processo de tomada de decisão. Assim, indicadores de desenvolvimento sustentável são tidos como instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável (IBGE, 2010). Vale destacar que as ferramentas e, principalmente, os indicadores de desenvolvimento sustentável servem como um meio para se atingir a sustentabilidade e não como um fim em si mesmos. Os indicadores e as ferramentas acrescentam mais pelo que apontam do que pelo seu valor absoluto, e são mais úteis quando analisados em seu conjunto do que pelo exame individual de cada indicador. Os indicadores devem simplificar as informações sobre fenômenos complexos, buscando melhorar o entendimento e comunicação sobre estes. Podem ser quantitativos ou qualitativos, sendo que existem autores que preconizam a utilização de indicadores qualitativos como mais adequados para avaliar as experiências referentes a sustentabilidade (VAN BELLEN, 2002). Em alguns casos, avaliações qualitativas podem ser transformadas em uma notação quantitativa. 38 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria para avaliação do desenvolvimento sustentável e está disponível no link: https://www.un.org/esa/sustdev/csd/csd9_indi_bp3.pdf. A maioria das avaliações de desenvolvimento sustentável faz uso da proposta de indicadores contida no Livro Azul das Nações Unidas. Um dos benefícios decorrentes é a disponibilização de informações consolidadas, unificadas e que permitem comparações entre diferentes países. Ainda que alguns dos indicadores propostos sejam passíveis de adaptação para o contexto corporativo, a avaliação do desenvolvimento sustentável nas organizações ainda não conta com a disponibilidade de documentos referenciais já consolidados. Ainda assim, existem algumas iniciativas que estão sendo amplamente utilizadas no meio empresarial corporativo, bem como ferramentas de avaliação que podem servir como inspiração para a construção de indicadores adequados à realidade e especificidades do público-alvo desejado. No Quadro 2, estão descritas algumas iniciativas e ferramentas de avaliação comumente utilizadas por organizações empresariais e industriais. Esse levantamento se torna relevante para proporcionar uma visão geral dos diferentes tipos de iniciativas e ferramentas. QUADRO 2 – FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA IDENTIFICAÇÃO PAÍS DE ORI- GEM DESCRIÇÃO Indicadores de Responsab- ilidade Social Empresarial (IARSE) Argentina Guia de autoaplicação para grandes empresas. Inclui correlação com os princípios do Pacto Global das Nações Unidas. IARSE para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) Argentina Ferramenta de autoavaliação e planejamento para PMEs. IARSE para Empresas Co- operativas de Usuários Argentina Guia de primeiros passos em re- sponsabilidade social para empre- sas cooperativas de usuários. Conselho Boliviano de Re- sponsabilidade Social Em- presarial (COBORSE) Bolívia Publicação colocada à disposição pelo IARSE a partir de uma a adap- tação feita pela organização argen- tina dos IARSE, publicado pelo In- stituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Instituto Brasileiro de Aná- lises Sociais e Econômicas (IBASE) Brasil Demonstrativo numérico sobre as atividades sociais das empresas em forma de tabela de uma página. De fácil preenchimento, permite a verificação dos dados e a compara- ção com outras empresas. 39 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 IDENTIFICAÇÃO PAÍS DE ORI- GEM DESCRIÇÃO Indicadores de Responsab- ilidade Social Empresarial (IARSE) Argentina Guia de autoaplicação para grandes empresas. Inclui correlação com os princípios do Pacto Global das Nações Unidas. IARSE para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) Argentina Ferramenta de autoavaliaçãoe planejamento para PMEs. IARSE para Empresas Co- operativas de Usuários Argentina Guia de primeiros passos em re- sponsabilidade social para empre- sas cooperativas de usuários. Conselho Boliviano de Re- sponsabilidade Social Em- presarial (COBORSE) Bolívia Publicação colocada à disposição pelo IARSE a partir de uma a adap- tação feita pela organização argen- tina dos IARSE, publicado pelo In- stituto Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Instituto Brasileiro de Aná- lises Sociais e Econômicas (IBASE) Brasil Demonstrativo numérico sobre as atividades sociais das empresas em forma de tabela de uma página. De fácil preenchimento, permite a verificação dos dados e a compara- ção com outras empresas. Escala Akatu de Respons- abilidade Social Empresar- ial Brasil Escala que propõe um conjunto de 60 referências Akatu – Ethos de Re- sponsabilidade Social Empresarial (RSE) que, uma vez respondidas, permite às empresas serem catego- rizadas em quatro grupos homogê- neos em sua prática de responsab- ilidade social. Bolsa de Valores Sociais e Ambientais (BOVESPA) Brasil Programa pioneiro no mundo, lançado pela Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo, para apoiar projetos na área da educação e do meio ambiente, apresentados por ONGs brasileiras, por meio da reprodução do mesmo ambiente de uma bolsa de valores, visando promover melhorias nas perspecti- vas sociais e ambientais do País. A ideia é unir organizações não-gov- ernamentais que precisem de re- cursos financeiros e de investidores (doadores) dispostos a provê-los. Indicadores ETHOS de Re- sponsabilidade Social Em- presarial Brasil Ferramenta de autodiagnóstico cuja principal finalidade é auxiliar as em- presas a gerenciarem os impactos sociais e ambientais decorrentes de suas atividades. Matriz Brasileira de Evidên- cias de Sustentabilidade – ETHOS Brasil Análise que relacione aspectos da sustentabilidade com reconhecidos fatores de sucesso nos negócios. Matriz de Critérios Essenci- ais de SER e seus Mecanis- mos de Indução – ETHOS Brasil Matriz que procura identificar um conjunto de critérios essenciais de responsabilidade social empresari- al e os diversos agentes indutores, no Brasil, que contribuem para a adoção de práticas de gestão so- cialmente responsáveis. Indicadores GIFE de Gestão do Investimento Social Privado – GIFE Brasil Conjunto de indicadores para aval- iação da gestão do investimento so- cial da organização. Manual de Indicadores de Responsabilidade Social das Cooperativas – FIDES Brasil Ferramenta de análise, planeja- mento e acompanhamento das práticas de responsabilidade social das cooperativas. 40 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Instrumento para aval- iação da sustentabilidade e planejamento estratégico – FDC Brasil Instrumento que sintetiza a com- preensão histórica e das tendên- cias futuras (estado da arte) de articulação entre os conceitos e práticas sobre Sustentabilidade e Planejamento Estratégico (SPE), possibilitando, dessa maneira, o estabelecimento de uma pauta para o encontro entre as premissas do movimento pelo desenvolvimento sustentável e a função de planeja- mento nas organizações. Indicadores de Responsab- ilidade Social Corporativa – ACCIÓN Chile Ferramenta prática que permite às empresas avaliar o nível de desen- volvimento de suas estratégias, políticas e práticas nos distintos âmbitos que envolvem a respons- abilidade de um bom cidadão cor- porativo. Manual de SER para PMEs – PROHUMANA Chile Manual orientado para as pequenas e médias empresas chilenas, que aspiram a adotar de maneira grad- ual estratégias de responsabilidade social que as levem a alcançar mel- horas em sua gestão e obter um desenvolvimento humano suste- ntável. Sistema de Gestión de Responsabilidad Integral (SGRI) Colômbia Conjunto de instrumentos que permite administrar, com um enfo- que mais sistemático, os esforços necessários para atingir, com êxi- to, o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social dos negócios. Índice CCRE - Centro Co- lombiano de Responsabili- dade Empresarial Colômbia O índice CCRE é uma ferramenta que avalia o estado das práticas de Responsabilidade Social que desenvolve a empresa com seus grupos de interesses e a congruên- cia de seus processos, políticas e princípios corporativos dentro de esquemas de gestão socialmente responsáveis. Indicadores de Respons- abilidade Social do Consor- cio Ecuatoriano para la RS (CERES) Equador Indicadores que permitam quan- tificar o grau de responsabilidade social das empresas, fundações, universidades, entre outras organi- zações. 41 Sustentabilidade na IndústriaSustentabilidade na Indústria Capítulo 1 Manual de Autoevaluación de la Responsabilidad So- cial Empresarial – DERES Uruguai Indicadores de Responsabilidade Social Empresarial. Modelo de Responsabili- dade Social Peru 2021 Peru Ilustração prática da aplicação da responsabilidade social que inclui uma revisão do conceito de re- sponsabilidade social, as ações que devem ser executadas pela empresa junto a cada um dos seus stakeholders ou grupos de inter- esse, e os benefícios gerados por estas ações, tanto para o grupo de interesse impactado como para a própria empresa. Indicadores de Responsab- ilidade Social Empresarial para Costa Rica - AED Costa Rica Ferramenta de autodiagnóstico que tem o intuito de rever a gestão da empresa em cada uma das áreas que demanda uma conduta social- mente responsável. Autoavaliação de Práticas de SER – FUNDEMAS El Salvador Objetivo de contribuir para o desen- volvimento econômico e social de El Salvador, mediante o fortaleci- mento da Responsabilidade Social da empresa privada, da promoção da filantropia empresarial e do fo- mento dos comportamentos em- preendedores. IndicaRSE 2006 – CEN- TRARSE Guatemala Instrumento de autoavaliação que mede a aplicação de políticas e práticas de RSE. AutoevaluaRSE – CEDIS Panamá Indicadores para autoavaliação da responsabilidade social. The Good Company – Ca- nadian Business for Social Responsibility (CBSR) Canadá Questionário e diretrizes que for- mulam um conjunto de práticas que podem ser facilmente aplicadas por pequenas, médias e grandes empresas que desejam melhorar a gestão da sua responsabilidade social. SD Planner – Global Envi- ronmental Management Ini- tiative (GEMI) EUA Ferramenta de autodiagnóstico, automatizada, desenhada para aju- dar as empresas a avaliar, plane- jar e integrar o desenvolvimento sustentável em seus processos de negócio. 42 Avaliação de Impactos Ambientais na Indústria Global Citizenship 360 – Future 500 (GC 360) EUA e Japão Software que permite melhor de- sempenho e estratégia de respons- abilidade social corporativa e ajuda a aprimorar relatórios de sustentab- ilidade e no modelo proposto pela GRI. Indicadores de Instituciona- lidad y Transparencia – CE- MEFI México Indicadores para que as organi- zações da sociedade civil (OSCIP), dedicadas à assistência, promoção e desenvolvimento social, e que lu- tam por causas fundamentadas nos princípios de solidariedade, filan- tropia e corresponsabilidade social, possam contar com um guia para alcançar padrões de institucionali- dade e transparência. Integrated Management Systems (IMS) (ECO4W- ARD) Áustria Gestão integrada de várias ferra- mentas passíveis de certificação: ASchG, OHSAS 18001, SCC, EM- ASVO, ISO 14001, ISO 9001:2000, ISO 9004:2000. Albatros – Business & Soci- ety Belgium Bélgica Questionário para autoavaliação da gestão geral e da responsabilidade social das empresas. VastuunAskeleit – Finnish Business & Society Finlândia É um conjunto de ferramentas que ajuda empresas a desenvolver a re- sponsabilidade social corporativa. Guide CSR Europe Allianc- es França Adaptação francesa de uma ferra- menta desenvolvida por uma insti- tuição de âmbito europeu destinada a pequenas e médias empresas que desejam
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