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OstracodaArthropodaCrustacea-Silva-2019

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ALEF KENNEDY ROCHA DA SILVA 
_______________________________________________ 
Dissertação de Mestrado 
Natal/RN, agosto de 2019 
OSTRACODA (ARTHROPODA, CRUSTACEA) SUBRECENTE DA PLATAFORMA 
CONTINENTAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL 
1 
ALEF KENNEDY ROCHA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
OSTRACODA (ARTHROPODA, CRUSTACEA) SUBRECENTE DA PLATAFORMA 
CONTINENTAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL 
 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Sistemática e Evolução da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em 
Sistemática e Evolução. 
 Orientadora: Profa Dra Simone Nunes Brandão 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2019 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
3 
ALEF KENNEDY ROCHA DA SILVA 
 
 
 
 
OSTRACODA (ARTHROPODA, CRUSTACEA) SUBRECENTE DA PLATAFORMA 
CONTINENTAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL 
 
 
 
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Sistemática e Evolução da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte como 
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em 
Sistemática e Evolução. 
Orientadora: Profa Dra Simone Nunes Brandão 
 
 
Aprovada em: 22 de agosto de 2019. 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
Dra. Simone Nunes Brandão (Presidente da banca) – UFERSA 
Dra. Mariana Santana Santos Pereira da Costa (Membro externo) – IFRN 
Dra. Emanuelle Fontenele Rabelo (Membro externo) – UFERSA 
 
 
 
 
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À minha família, 
por todo o afago e proteção. 
5 
AGRADECIMENTOS 
 
À Profa Dra. Simone Nunes Brandão, por todo o ensinamento, paciência e 
disponibilidade na orientação da pesquisa, assim como por coordenar um dos auxílios do 
Projeto BioAmbA (CNPq processo 442550/2014-6), e pelo planejamento e coordenação das 
coletas de parte das amostras analisadas na presente dissertação. 
À Profa Dra. Helenice Vital, pela coordenação de outros dois auxílios do Projeto 
BioAmbA (CNPq processos 400116/2013-8, 374397/2013-9), que financiaram a coleta de parte 
das amostras estudadas na presente dissertação, e finalmente por me permitir utilizar a 
infraestrutura do Laboratório GGEMMA (Departamento de Geologia-UFRN). 
Ao Prof. Dr. Moab Praxedes Gomes, coordenador do projeto “PROCESSOS 
OCEANOGRÁFICOS NA QUEBRA DA PLATAFORMA CONTINENTAL DO 
NORDESTE BRASILEIRO: FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS PARA O PLANEJAMENTO 
ESPACIAL MARINHO” (CAPES-Ciências do Mar 2 n° 43/2013, proj. nº 23038.004320/2014-
11), pelo planejamento e organização da coleta de amostras estudadas na presente dissertação. 
À Minha família, por todo o amor, confiança, respeito e auxílio em todos os pilares da 
vida. Em especial aos meus avós João Batista, Joana Barbosa, Sebastiana Rocha da Silva (in 
memoriam) e Raimundo Soares da Silva (in memoriam), com vocês aprendi sobre o que é 
amar/ser amado de fato. E as minhas tias Luzineide Silva de Carvalho e Lucineide Silva 
Trindade, por todo o cuidado e sentimento depositados em nossa relação. 
 Aos meus tios Rita Barbosa e Prof. Dr. Hermano Machado, por me receberem de braços 
e corações abertos durante o tempo que passei em Natal/RN. 
À minha grande amiga, Danyelle Alves, tenho um carinho e uma gratidão sem tamanho 
pela forma ao qual você me acolhe. 
À Heloísis Souza e Nathalia Kaluana, por acreditarem em mim em todas as horas, sou 
e vou ser eternamente grato por tudo. 
Aos amigos de longa/curta data, pois o tempo não importa. Assim lembrando quando 
ouço Murica: “...eu tô na missão de juntar gente onde me espalho...”. 
Ao Basquete Macau, por todos os amigos que ganhei e pela realização pessoal de 
representar Macau/RN tantas vezes ao longo desses últimos anos. 
À Victória Gabrielle, por todo o cuidado, afago e empatia com a nossa relação. Gratidão 
por tudo que partilhamos. 
 
Com respeito e admiração, um muito obrigado a todos! 
 
6 
RESUMO 
A classe Ostracoda apresenta um dos mais diversos e abundantes registros fósseis dentre todos 
os animais, além de uma ampla distribuição estratigráfica (do Ordoviciano ao Recente) e 
distribuição geográfica cosmopolita. Estas características fazem com que o grupo seja 
amplamente utilizado como indicador ecológico e paleoecológico. A presente dissertação de 
mestrado teve como objetivo fazer um levantamento taxonômico da fauna de Ostracoda 
subrecente da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil, 
assim como investigar aspectos ecológicos desta fauna. Vinte e uma amostras foram coletadas 
com auxílio de um busca fundo do tipo Van Veen na plataforma interna e externa ao largo do 
Rio Açu. Um total de 63 espécies, 32 gêneros e 16 famílias foram identificados. Hemicytheridae 
foi a família com maior riqueza de gêneros e também com maior abundância (número de valvas 
/ 100g de amostra seca). Pellucistoma Coryell & Fields, 1937 e Bythocythere Sars, 1866 foram 
os gêneros mais abundantes. Neonesidea Maddocks, 1969, Semicytherura Wagner, 1957 e 
Paracytheridea Mueller, 1894 apresentaram as maiores riquezas de espécies. Com base nas 
assembleias de Ostracoda, as regiões interna e externa da plataforma se mostraram 
significativamente diferentes. Dos 32 gêneros presentes nas amostras, nove (28,2%) foram 
encontrados somente na região externa, quatro (12,5%) na interna e 19 (59,3%) apresentaram 
ocorrência comum às duas regiões. Dentre as variáveis ambientais analisadas, a profundidade 
e o tipo de sedimento foram os fatores que melhor explicaram a distribuição atual dos 
ostracodes marinhos bentônicos ao longo das porções interna e externa da plataforma. Os dados 
gerados no presente estudo possibilitam uma maior compreensão da fauna Ostracoda presente 
na região, e devem servir de base para novas linhas de pesquisas, assim como para a exploração 
sustentável dos hábitats em que esses organismos se encontram. Aumentando o conhecimento 
e a proteção da fauna Ostracoda presente na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte. 
 
Palavras-chave: Ostracoda, levantamento taxonômico, plataforma continental, Brasil. 
 
 
 
 
 
 
7 
ABSTRACT 
The class Ostracoda shows one of the most diverse and abundant fossil records among all 
animals, as well as a wide stratigraphic distribution (from the Ordovician to the Recent) and 
cosmopolitan geographical distribution. For these characteristics the ostracods are widely used 
as ecological and paleoecological proxies. The present dissertation aimed at performing a 
taxonomic survey of the subrecent Ostracoda fauna of the northern continental shelf of Rio 
Grande do Norte, Northeast Brazil, as well as to investigate ecological aspects of this fauna. 
Twenty-one samples were collected with a Van Veen on the inner and outer continental shelf 
off the Açu River. A total of 63 species, 32 genera and 16 families were identified. 
Hemicytheridae was the family with the highest genera richness and also with the highest 
abundance (number of valves / 100g of dry sample). Pellucistoma Coryell & Fields, 1937 and 
Bythocythere Sars, 1866 were the most abundant genera. Neonesidea Maddocks, 1969, 
Semicytherura Wagner, 1957 and Paracytheridea Mueller, 1894 presented the highest species 
richness. Based on the Ostracoda assemblages, the inner and outer regions of the continental 
shelf were significantly different. Of the 32 genera present in the samples, nine (28.2%) were 
found only in the external region, four (12.5%) in the internal region and 19 (59.3%) were 
common in both regions. Among the environmental variables analyzed, depth and sediment 
type best explained the current distribution of benthic marine ostracodes along the internal and 
external portionsof the continental shelf. The data generated in the present study allow a better 
understanding of the Ostracoda fauna present in the region, and this information will serve as a 
basis for new scientific research, as well as the sustainable exploitation of the habitats in which 
these organisms are found. Increasing knowledge and protection of Ostracoda fauna present on 
the northern continental shelf of Rio Grande do Norte. 
 
Keywords: Ostracoda, taxonomic survey, continental shelf, Brazil. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Comparação entre as espécies Limnocythere cyphoma, Fabaeformiscandona subacuta e 
Dolerocypris sinensis (Retirado de Smith, 2019) .................................................................................. 13 
Figura 2. Imagem de microscopia eletrônica de varredura de um ostracode com a valva direita 
removida, revelando os apêndices dentro da carapaça (Retirado de Smith, 2019) ............................... 14 
Figura 03. Plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte, destacando a delimitação em 
plataforma interna, média e externa (Retirado de Gomes & Vital, 2010) ............................................. 16 
Figura 04. Plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu, 
com as localidades amostradas no presente estudo ................................................................................ 19 
Figura 05. Escalonamento multidimensional não métrico (nMDS) das assembleias de Ostracoda da 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu, mostrando 
diferenciação entre a plataforma interna e externa ................................................................................ 35 
Figura 06. Presença do gênero Pellucistoma nas estações de coleta da plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte ..................................................................................................... 38 
 
Figura 07. Presença do gênero Ruggiericythere nas estações de coleta da plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte ..................................................................................................... 39 
 
Figura 08. Presença do gênero Xestoleberis nas estações de coleta da plataforma continental setentrional 
do Rio Grande do Norte. Ssa caCor laranja = espécies presentes na porção interna da plataforma. Um 
único ponto pode apresentar mais de uma espécie ................................................................................ 40 
 
Figura 09. Presença do gênero Neonesidea nas estações de coleta da plataforma continental setentrional 
do Rio Grande do Norte. Um único ponto pode apresentar mais de uma espécie ................................ 41 
 
Figura 10. Frequência dos gêneros Polycope e Caudites para as estações de coleta da plataforma 
continental setentrional do Rio Grande do Norte ................................................................................... 43 
 
Figura 11. Frequência dos gêneros Keijcyoidea e Cornucoquimba para as estações de coleta da 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Um único ponto pode apresentar mais de 
uma espécie ........................................................................................................................................ ... 44 
 
Figura 12. Frequência do gênero Paranesidea para as estações de coleta da plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte. Um único ponto pode apresentar mais de uma espécie ............. 45 
 
Figura 13. Frequência dos gêneros Touroconcha e Henryhowella para as estações de coleta da 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Um único ponto pode apresentar mais de 
uma espécie ........................................................................................................................................... 46 
 
Figura 14. Grupo dos gêneros presentes apenas na porção externa da plataforma continental setentrional 
do Rio Grande do Norte ......................................................................................................................... 47 
 
 
9 
LISTA DE PRANCHAS 
 
Prancha 1. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Cytherelloidea sp. 1., valva direita; B, Keijcyoidea sp. 1., 
valva direita; C-D, Bairdoppilata sp. 1., C, valva direita; D, valva esquerda; E, Bairdoppilata sp. 2., 
valva esquerda; F, Neonesidea longisetosa Brady, 1902., valva esquerda; G-H, Neonesidea sp. 1., G, 
valva direita; H, valva esquerda ............................................................................................................. 26 
Prancha 2. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Neonesidea equatorialis Coimbra & Carreño 2002., A, 
valva direita; B, valva esquerda; C-D, Paranesidea sp. 1 cf. P. bensoni Teeter, 1975., C, valva direita; 
D, valva esquerda; E-F, Paranesidea sp. 2., valvas esquerdas; G-H, Triebelina sp. 1., valvas direitas 
............................................................................................................................................................... 27 
 
Prancha 3. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Macrocyprina sp. 1., A, valva direita; B, valva esquerda; 
C, Pontocyprididae sp. 1., valva esquerda; D, Pontocypris sp. 1., valva esquerda; E-F, Bythocythere sp. 
1., E, valva direita; F, valva esquerda; G-H, Bythocythere sp. 2., G, valva direita; H, valva esquerda 
............................................................................................................................................................... 28 
Prancha 4. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Pellucistoma sp. 1 cf. P. magniventra Edwards, 1944., A, 
valva direita; B, valva esquerda; C, Cytheropteron sp. 1., valva direita; D, Cytheropteron sp. 2., valva 
direita; E-F, Cytherura sp. aff. C. swaini Bold, 1963., valvas direitas; G, Hemicytherura bradyi (Puri, 
1960) Bold, 1966., valva direita; H, Semicytherura sp. 1., valva direita 
............................................................................................................................................................... 29 
Prancha 5. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Semicytherura sp. 2., valva esquerda; B, Semicytherura sp. 
3., valva esquerda; C, Semicytherura sp. 4., valva esquerda; D, Caudites sp. 1., valva direita; E, 
Cornucoquimba sp. 1., valva esquerda; F, Cornucoquimba sp. 2., valva esquerda; G-H, Orionina sp. 1 
cf. O. bradyi Bold, 1963., G, valva direita; H, valva esquerda 
............................................................................................................................................................... 30 
Prancha 6. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Puriana variabilis Chukewiski & Purper, 1985., A, valva 
direita; B, valva esquerda; C-D, Ruggiericythere sp. 1., C, valva direita; D, valva esquerda; E-F, 
Loxoconcha sp. 1 aff. L. sperata Williams, 1966., E, valva direita; F, valva esquerda; G-H, 
Loxocorniculum tricornatum Krutak, 1971. 1., G, valva direita; H, valva esquerda 
............................................................................................................................................................... 31 
Prancha 7. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largodo Rio Açu. A, Touroconcha sp. 1., valva esquerda; B, Touroconcha sp. 2., 
valva esquerda; C, Microcythere sp. 1., valva direita; D, Microcythere sp. 2., valva direita; E-F, 
Paracytheridea sp. 1., E, valva direita; F, valva esquerda; G-H, Paracytheridea sp. 2., G, valva direita; 
H, valva esquerda .................................................................................................................................. 32 
Prancha 8. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Paracytheridea sp. 3., valva direita; B, Paracytheridea sp. 4., 
valva direita; C, Trachyleberididae sp. 1., valva direita; D, Phyctocythere sp. 1., valva direita; E-F, 
Cativella sp. 1 aff. C. reticulocostata Coimbra, Ramos, Whatley e Bergue, 2004., E, valva direita; F, 
valva esquerda; G-H, Henryhowella tuberculoclaviforma Coimbra, Ramos, Whatley & Bergue, 2004. 
G, valva direita; H, valva esquerda ........................................................................................................ 33 
10 
Prancha 9. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Henryhowella sp. 1 cf. H. macrocicatricosa Whatley, 
Moguílevsky, Chadwíck, Toy & Ramos, 1998., A, valva direita; B, valva esquerda; C, Xestoleberis sp. 
1 aff. X. punctata Tressler, 1949., valva esquerda; D, Xestoleberis sp. 2., valva esquerda; E, Cyprididae 
sp. 1., valva esquerda; F, Podocopida sp. 1., valva esquerda 
............................................................................................................................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 01. Detalhes das localidades amostradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu ................................................................................................... 19 
 
Tabela 02. Riqueza de espécies apresentada pelas estações de coleta da plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte .................................................................................................... 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13 
1.1 CLASSE OSTRACODA LATREILLE, 1802 ............................................................. 13 
1.2 OSTRACODES COMO INDICADORES AMBIENTAIS E PALEOAMBIENTAIS 15 
 1.3 PLATAFORMA CONTINENTAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
................................................................................................................................................ 15 
1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 16 
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 17 
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 17 
2.2 OBJETIVOSESPECÍFICOS ....................................................................................... 17 
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 17 
3.1 PROJETOS BIOAMBA E AÇU-REEF ...................................................................... 17 
 3.2 AMOSTRAS, TRIAGEM E IDENTIFICAÇÃO ........................................................ 18 
 3.3 ANÁLISES DOS DADOS .......................................................................................... 20 
4. RESULTADOS ............................................................................................................... 21 
4.1 TAXONOMIA ............................................................................................................ 21 
4.2 RESULTADO DAS ANÁLISES DOS DADOS ........................................................ 35 
4.3 ABUNDÂNCIA, RIQUEZA E FREQUÊNCIA ......................................................... 35 
5. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 37 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 48 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 49 
8. ANEXOS .......................................................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
13 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. CLASSE OSTRACODA LATREILLE, 1802 
 Os ostracodes são artrópodes, mais precisamente crustáceos, distribuídos em cinco 
subclasses (Brandão et al., 2019). Cosmopolitas, esses organismos estão presentes em habitats 
marinhos (e. g., Hartmann 1954, 1955; Pinto et al., 1978; Coimbra et al., 1999), dulcícolas (e. 
g., Higuti & Martens, 2014; Higuti, Roche & Martens, 2017) e semi-terrestres (e. g., Pinto, 
Rocha & Martens 2003). Metacopa é uma subclasse extinta e marinha, Myodocopa, 
Palaeocopa, Platycopa e Podocopa são subclasses com táxons extintos e existentes, Podocopa 
é a única subclasse com representantes marinhos e não marinhos (Brandão et al., 2019). Bergue 
(2006) destaca a presença de ostracodes nos ecossistemas aquáticos e frisa que, no geral, o 
maior número de espécies vive nos oceanos. 
Esses microcrustáceos possuem tamanho corporal variando entre 0,20 mm e 2 mm, 
Figura 1 (Cohen, Peterson & Maddocks, 2007). Porém, existem exceções é o que descrevem 
Horne, Cohen & Martens (2002) ao enfatizar 32 mm para espécies do gênero Gigantocypris 
Mueller, 1895. Coimbra e colaboradores (2009) também chamam a atenção para o tamanho das 
espécies desse gênero citando a espécie Gigantocypris agassizii Mueller, 1895 e seu tamanho 
máximo de 25 mm. 
 
Figura 1. Comparação entre as espécies Limnocythere cyphoma, Fabaeformiscandona subacuta e 
Dolerocypris sinensis (Retirado de Smith, 2019b). 
 
 
https://en.wikipedia.org/wiki/arthropod
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=155943
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=600572
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=22711
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=155944
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=155944
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=783865
14 
A estrutura externa dos ostracodes, carapaça bivalve, engloba toda a parte interior do 
animal, corpo e apêndices (Horne, Cohen & Martens, 2002). É substituída diversas vezes 
durante o desenvolvimento do organismo até a fase adulta, com o número de mudas variando 
de um táxon para outro (Coimbra & Bergue, 2011), e dependendo da espécie pode ou não 
apresentar um conjunto de ornamentações (e. g., tubérculos e espinhos) (Bergue, 2006; 
Coimbra et al., 2009). 
Exibem de cinco a oito pares de apêndices desempenhando diferentes funções e um par 
de ramos caudais, esse último ausente ou reduzido em alguns táxons (Horne, Cohen & Martens, 
2002; Bergue, 2010; Williams et al., 2015). Na região cefálica é possível encontrar antênula e 
antena (função sensorial e locomotora), mandíbula e maxila (ambas auxiliando na alimentação). 
Na parte torácica estão presentes o quinto membro (associado a locomoção, respiração e 
alimentação, funções variando de acordo com o táxon), sexto membro (usado para locomoção) 
e sétimo membro (locomoção e limpeza). Os ramos caudais auxiliam na locomoção (Horne, 
Cohen & Martens, 2002), Figura 2. 
 Os ostracodes se reproduzem de forma sexuada e assexuada, na última o processo ocorre 
por meio de partenogênese, estando mais presente emespécies de água doce (Coimbra et al., 
2004). O dimorfismo sexual pode ser notado de forma frequente na fase adulta do animal, em 
alguns táxons essa característica fica evidente já no último estágio juvenil (Coimbra & Bergue, 
2011; De Deckker, 2002). Desigualdades presentes em antenas de machos e fêmeas de espécies 
do gênero Sclerocypris Sars, 1924 são descritas por Martens (1987). Em alguns táxons do 
gênero Cytherella Jones, 1849 as fêmeas apresentam tamanho corporal superior aos machos 
(Shaver, 1953). Quanto a alimentação, esses animais são considerados onívoros e possuem uma 
dieta bem variada (Coimbra et al., 2004). 
Figura 2. Imagem de microscopia eletrônica de varredura de um ostracode com a valva direita removida, 
revelando os apêndices dentro da carapaça (Retirado de Smith, 2019a). 
 
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=127566
15 
1.2. OSTRACODES COMO INDICADORES AMBIENTAIS E PALEOAMBIENTAIS 
Os microfósseis marinhos registram a história ecológica e evolução da vida no planeta 
(Bergue & Coimbra, 2008). Por apresentarem tamanho diminuto é possível estudá-los sem que 
haja necessidade de grandes gastos como, por exemplo, fixativos e transporte de amostras. Isso 
porque, em geral, 50 mL de sedimento contém dezenas a milhares de microfósseis (Williams 
et al., 2015), o que permite análises complexas e testes de hipóteses (Vital, Da Silveira & 
Amaro, 2005). Entre os artrópodes, a classe Ostracoda apresenta o mais diverso e abundante 
registro fóssil (Cohen, Peterson & Maddocks, 2007; Williams et al., 2015), pois a carapaça 
desses animais contém impregnação de carbonato de cálcio, o que favorece a preservação (e.g., 
Cohen, Peterson & Maddocks, 2007; Horne, Cohen & Martens, 2002). 
Alguns táxons apresentam ampla distribuição na linha temporal, como por exemplo, os 
ostracodes que possuem registros do Ordoviciano ao Recente (Bergue, 2006). Essa ampla 
distribuição estratigráfica do registro fóssil possibilita uma série de estudos (e. g., 
paleoceanográficos e bioestratigráficos). Em estudos paleoceanográficos é possível reconstruir 
aspectos físicos e químicos dos oceanos em diferentes períodos geológicos. Por exemplo, a 
relação entre o magnésio (Mg) e o estrôncio (Sr) na carapaça de um ostracode indica a 
temperatura e a salinidade do ambiente onde o animal viveu (Bergue & Coimbra, 2008). No 
campo da bioestratigrafia estes animais são excelentes indicadores na prospecção de petróleo 
ao indicarem a idade do depósito (Vital, Da Silveira & Amaro, 2005; Bergue, 2010). 
Os ostracodes também podem ser utilizados como indicadores de poluição, já que, 
algumas espécies são sensíveis e outras resistentes a presença de contaminantes. Yasuhara e 
colaboradores (2003) relatam o desaparecimento da espécie Callistocythere alata Hanai, 1957 
em regiões atingidas por poluição antropogênica na Baía de Hiroshima, no Japão. Em trabalho 
realizado no porto de Vladivostok, na Rússia, Schornikov (2000) observou a ausência de 
ostracodes em regiões com aporte de esgoto. 
1.3 PLATAFORMA CONTINENTAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
A área de estudo está localizada na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (RN), estando também compreendida na Bacia Potiguar (Gomes & Vital, 2010). 
Estudos geomorfológicos (Gomes & Vital, 2010) e sedimentológicos (Vital, Da Silveira & 
Amaro, 2005) já foram realizados na região. Quanto a caracterização geomorfológica da 
plataforma, Vital, Da Silveira & Amaro (2005) classificam como rasa. Dois vales incisos, 
denominados de vale inciso do Rio Apodi-Mossoró e vale inciso do Rio Piranhas-Açu, fazem 
parte das feições geomorfológicas da plataforma (Gomes & Vital, 2010), Figura 03. Vital, Da 
16 
Silveira & Amaro (2005) reconhecem 16 tipos de sedimentos, entre areia, cascalho, marga e 
lama, para a plataforma. As estações de coleta estão distribuídas nas porções interna e externa 
ao largo do Rio Açu, próximo ao município de Macau, RN. A região interna é composta por 
sedimentos do tipo lama e marga e possui uma isóbata com limite de 15 m, ao longo da porção 
externa é possível observar a predominancia de areia, além de isóbatas de 25 à 40 m (Gomes & 
Vital, 2010; Vital, Da Silveira & Amaro, 2005). 
 
Figura 03. Plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte, destacando a delimitação em 
plataforma interna, média e externa (Retirado de Gomes & Vital, 2010). 
 
1.4 JUSTIFICATIVA 
A classe Ostracoda apresenta um importante conjunto de características econômicas e 
ecológicas. No campo da bioestratigrafia, são excelentes indicadores na prospecção de petróleo 
ao indicarem a idade do depósito (Vital, Da Silveira & Amaro, 2005; Bergue, 2010). É 
importante salientar que a porçãosubmersa da Bacia Potiguar apresenta grande potencial quanto 
a presença de campos de petróleo (Milani & Araújo, 2003). Municípios como Macau e 
Guamaré, situados próximos a área de estudo, tem a extração do petróleo como um dos 
principais recursos econômicos (IDEMA, 2008a, 2008b). Fatores abióticos (e. g., composição 
do sedimento) estão diretamente ligados a abundância e diversidade de faunas de ostracodes. 
Em pesquisa realizada na plataforma equatorial brasileira Coimbra et al. (1999) relatam 
divergências entre assembléias de ostracodes presentes em diferentes tipos de sedimento. Dessa 
forma, é necessário proteger esses hábitats de ações antropogênicas que possam alterar a 
17 
composição do sedimento (e. g., dragagens), e como resultado ocasionar o desaparecimento de 
táxons ligados diretamente a algum sedimento específico. Estudos sobre a fauna de ostracodes 
da plataforma setentrional do Rio Grande do Norte foram até então direcionados a táxons 
específicos (e. g., Bergue & Coimbra, 2002; Coimbra & Carreño, 2002). Com isso, o 
conhecimento sobre a fauna desses microscrustáceos para a área estudada é parcial, já que, uma 
lista de espécies mais ampla não foi fornecida até então. Visando todos os pontos listados 
anteriormete para a classe Ostracoda, percebeu-se a necessidade de analisar, de forma mais 
ampla, a presença dos organismos na plataforma, gerando novos dados sobre sua fauna. 
 
2. OBJETIVOS 
2.1. OBJETIVO GERAL 
Estudar a fauna de ostracodes marinhos da plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (RN), assim como discutir aspectos ecológicos. 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Realizar o levantamento taxonômico da fauna de ostracodes da plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte; 
• Ilustrar as espécies encontradas em microscópio eletrônico de varredura (MEV); 
• Analisar padrões ecológicos das assembleias coletadas. 
 
3. MATERIAL E MÉTODOS 
3.1 PROJETOS BIOAMBA E AÇU-REEF 
Os projetos Biodiversidade Bentônica e o Ambiente no Atlântico (CNPq, processos 
442550/2014-6, 400116/2013-8, e 374397/2013-9) e “Processos oceanográficos da quebra da 
plataforma continental do nordeste brasileiro: fundamentos científicos para o planejamento 
espacial marinho” (CAPES, Edital Ciências do Mar 2 n° 43/2013, proj. nº 23038.004320/2014-
11, aqui denominado Açu-Reef) são iniciativas destinadas a ampliar o conhecimento da 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Estes projetos objetivaram 
identificação de áreas com potencial econômico e ampliação do conhecimento marinho da 
região para uma melhor conservação desse ecossistema. 
 
18 
3.2 AMOSTRAS, TRIAGEM E IDENTIFICAÇÃO 
As estações estudadas na presente pesquisa estão distribuídas ao largo do Rio Açu, 
próximo ao município de Macau, RN. As dez estações do BioAmbA foram amostradas em 
12/05/2014, ao longo da plataforma interna, e as onze estações do Açu-Reef foram amostradas 
em 23/07/2015, na plataforma externa, Figura 04. As amostras foram coletadas com auxílio de 
um busca fundo do tipo Van Veen. Para o estudo dos ostracodes, 50 mL do centímetro superior 
do sedimento foram armazenados em frascos e fixados em etanola 96%. As amostras foram 
processadas no Laboratório de Geoquímica do Departamento de Geologia da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, de acordo com o seguinte protocolo: (1) secagem das amostras 
em estufa (máximo de 40ºC); (2) pesagem em balança de precisão; (3) peneiramento (150 µm) 
em via úmida; (4) secagem em estufa (máximo de 40ºC); (5) pesagem em balança de precisão. 
A triagem dos ostracodes foi realizada no microscópio esteroscópico (Zeiss Discovery V8 
steREO) do Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha e Monitoramento Ambiental 
(GGEMMA) da UFRN. As amostras que continham um número de valvas muito superior a 
100, foram quarteadas com um microsplitter. A triagem dos ostracodes foi feita com o auxílio 
de um pincel, e as valvas foram acondicionadas em lâminas micropaleontológicas. Valvas de 
adultos em bom estado de conservação foram selecionadas para análise em microscópio 
eletrônico de varredura (MEV). 
A identificação taxonômica se deu até o menor nível taxonômico possível (na maioria 
dos casos, gênero). Para tal foram observados principalmente a forma das valvas e a 
ornamentação primária e secundária (por exemplo, reticulações, espinhos, tubérculos). A 
morfologia das valvas foi então comparada com pranchas de estudos previamente publicados. 
A lista completa das publicações utilizadas é apresentada no Anexo 01. Na segunda etapa, todas 
as valvas triadas foram identificadas com o auxilio de microscópio esteroscópico de acordo 
com as fotos de microscopia eletrônica. Os dados de temperatura (ºC), salinidade e 
profundidade (m) foram medidos com um CTD portátil na camada de água logo acima do 
assoalho marinho. A profundidade variou de 16.5 m (amostra VA1b4) a 56.7 m (amostra AR-
19), Tabela 01. A abundância das famílias, gêneros e espécies foi calculada para 100g de 
amostra, Anexos 2, 3 e 4. Para determinar a frequência de ocorrência das espécies, gêneros e 
famílias o seguinte cálculo foi aplicado: A/B x 100 = % de ocorrência do táxon dentro de todo 
o esforço amostral. A = Quantidade de ocorrências do táxon nas 21 estações de coleta. B = 
Quantidade de estações de coleta (21 estações), Anexos 5, 6 e 7. 
 
19 
Figura 04. Plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu, 
com as localidades amostradas no presente estudo. 
 
 
 
Tabela 01. Detalhes das localidades amostradas na plataforma continental setentrional do Rio Grande 
do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. 
 
Amostra Temperatura (ºC) Salinidade Profundidade (m) Latitude Longitude 
AR-09 27.2 36.2 32.2 -4.8227529 -36.6240583 
AR-10 27.3 36.1 33.8 -4.803517 -36.6123746 
AR-11 27.3 36.1 34.5 -4.790538 -36.6104036 
AR-12 27.3 36.2 36.3 -4.7751106 -36.6083599 
AR-13 27.3 36.1 38.7 -4.7685562 -36.6068055 
AR-14 27.3 36.1 44.1 -4.7581123 -36.6048541 
AR-15 27.3 36.1 44.2 -4.7481557 -36.6021529 
AR-16 27.3 36.2 40.5 -4.7342617 -36.6024267 
AR-17 27.4 36.1 32.5 -4.724548 -36.5967161 
20 
AR-18 27.3 36.1 33.4 -4.7154168 -36.5977332 
AR-19 27.4 36.1 56.7 -4.7059551 -36.6014563 
VA1a1 28.9 36.7 19.7 -4.948285 -36.658178 
VA1a2 28.8 36.8 17.6 -4.979342 -36.677886 
VA1a3 28.9 36.9 19 -4.938517 -36.685751 
VA1a4 28.9 36.8 22.2 -4.945622 -36.686559 
VA1a5 28.8 36.8 20.4 -4.946521 -36.688784 
VA1b1 29 36.9 17.6 -4.959926 -36.690976 
VA1b2 28.8 36.8 20.3 -4.98423 -36.702534 
VA1b3 28.9 36.9 20.8 -4.976921 -36.689347 
VA1b4 29.1 36.9 16.5 -4.968671 -36.684492 
VA1b5 28.9 36.9 19 -4.970276 -36.69871 
 
 
3.3 ANÁLISES DOS DADOS 
Considerando a diferença no número total de espécimes entre as assembleias, os dados 
bióticos (ostracodes) foram uniformizados através da transformação em raiz quadrada, em 
seguida o índice de similaridade de Bray-Curtis foi aplicado a matriz de abundância. Para testar 
a similaridade entre as faunas de ostracodes presentes nas porções interna e externa da 
plataforma, utilizou-se a análise de similaridade ANOSIM com 999 permutações. A análise de 
escalonamento multidimensional não métrico (nMDS) foi usada para mostrar a divergência 
entre as assembleias presentes na plataforma. Os dados abióticos foram normalizados e uma 
análise BioENV BEST com 99 permutações foi realizada para verificar quais fatores abióticos 
mais influenciaram nas assembleias de ostracodes presentes nas regiões interna e externa da 
plataforma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
4. RESULTADOS 
4.1 TAXONOMIA 
Nas 21 estações de coleta foram registrados um total de 2903 espécimes (1058 valvas 
esquerdas, 1160 valvas direitas e 685 carapaças fechadas) pertencentes a 63 espécies, 32 
gêneros e 16 famílias. A lista de táxons encontrados é apresentada a seguir. 
 
Classe Ostracoda Latreille, 1806 
Subclasse Myodocopa Sars, 1866 
Ordem Halocyprida Dana, 1853 
Subordem Cladocopina Sars, 1865 
Superfamília Polycopoidea Sars, 1865 
Família Polycopidae Sars, 1865 
Gênero Polycope Sars, 1866 
Polycope sp. 1 
Subclasse Platycopa Sars, 1866 
Ordem Platycopina Sars, 1866 Sars, 1866 
Superfamília Cytherelloidea Sars, 1866 
Família Cytherellidae Sars, 1866 
Gênero Cytherella Jones, 1849 
Cytherella sp. 1 
Gênero Cytherelloidea Alexander, 1929 
Cytherelloidea sp. 1 (Prancha 1, fig. A) 
Gênero Keijcyoidea Malz, 1981 
Keijcyoidea sp. 1 (Prancha 1, fig. B) 
Subclasse Podocopa Sars, 1866 
Ordem Podocopida Sars, 1866 
Podocopida sp. 1 (Prancha 9, fig. F) 
Podocopida sp. 2 
Subordem Bairdiocopina Gruendel, 1967 
Superfamília Bairdioidea Sars, 1888 
Família Bairdiidae Sars, 1865 
Gênero Bairdoppilata Coryell, Sample & Jennings, 1935 
22 
Bairdoppilata sp. 1 (Prancha 1, figs C-D) 
Bairdoppilata sp. 2 (Prancha 1, fig. E) 
Gênero Neonesidea Maddocks, 1969 
Neonesidea sp. 1 (Prancha 1, figs G-H) 
Neonesidea sp. 2 
Neonesidea longisetosa Brady, 1902 (Prancha 1, fig. F) 
Neonesidea equatorialis Coimbra & Carreño, 2002 (Prancha 2, figs A-B) 
Gênero Paranesidea Maddocks, 1969 
Paranesidea sp. 1 cf. P. bensoni Teeter, 1975 (Prancha 2, figs C-D) 
Paranesidea sp. 2 (Prancha 2, figs E-F) 
Gênero Triebelina Bold, 1946 
Triebelina sp. 1 (Prancha 2, G-H) 
Subordem Cypridocopina Jones, 1901 
Superfamília Cypridoidea Baird, 1845 
Família Cyprididae Baird, 1845 
Cyprididae sp. 1 (Prancha 9, fig. E) 
Superfamília Macrocypridoidea Müller, 1912 
Família Macrocyprididae Müller, 1912 
Gênero Macrocyprina Triebel, 1960 
Macrocyprina sp. 1 (Prancha 3, figs A-B) 
Superfamília Pontocypridoidea Müller, 1894 
Família Pontocyprididae Müller, 1894 
Pontocyprididae sp. 1 (Prancha 3, fig. C) 
Pontocyprididae sp. 2 
Pontocyprididae sp. 3 
Pontocyprididae sp. 4 
Pontocyprididae sp. 5 
Pontocyprididae sp. 6 
Pontocyprididae sp. 7 
Gênero Pontocypris Sars, 1866 
Pontocypris sp. 1 (Prancha 3, fig. D) 
Subordem Cytherocopina Baird, 1850 
Superfamília Cytheroidea Baird, 1850 
23 
Cytheroidea sp. 1 
Família Bythocytheridae Sars, 1866 
Gênero Bythocythere Sars, 1866 
Bythocythere sp. 1 (Prancha 3, figs E-F) 
Bythocythere sp. 2 (Prancha 3, figs G-H) 
Família Cytheromatidae Elofson, 1939 
Gênero Pellucistoma Coryell & Fields, 1937 
Pellucistoma sp. 1 cf. P. magniventra Edwards, 1944 (Prancha 4, figs A-B) 
Família Cytheruridae Müller, 1894 
Gênero Cytheropteron Sars, 1866 
Cytheropteron sp. 1 (Prancha 4, fig. C) 
Cytheropteron sp. 2 (Prancha 4, fig. D) 
Gênero Cytherura Sars, 1866 
Cytherura sp. 1 aff. C. swaini Bold, 1963 (Prancha 4, figs E-F) 
Gênero Hemicytherura Elofson, 1941 
Hemicytherura bradyi (Puri, 1960) Bold, 1966 (Prancha 4, fig. G) 
Gênero Semicytherura Wagner, 1957 
Semicytherura sp. 1 (Prancha 4, fig. H) 
Semicytherura sp. 2 (Prancha 5, fig. A) 
Semicytherura sp. 3 (Prancha 5, fig. B) 
Semicytherura sp. 4 (Prancha 5, fig. C) 
Família Hemicytheridae Puri, 1953 
Gênero Caudites Coryell & Fields, 1937 
Caudites sp. 1 (Prancha 5, fig. D) 
Gênero Cornucoquimba Ohmert, 1968 
Cornucoquimba sp. 1 (Prancha 5, fig. E) 
Cornucoquimba sp. 2 (Prancha 5, fig. F) 
GêneroOrionina Puri, 1954 
Orionina sp. 1 cf. O. bradyi Bold, 1963 (Prancha 5, figs G-H) 
Gênero Puriana Coryell & Fields, 1953 
Puriana variabilis Chukewiski & Purper, 1985 (Prancha 6, figs A-B) 
Gênero Ruggiericythere Aiello, Coimbra & Barra, 2004 
24 
Ruggiericythere sp. 1 (Prancha 6, figs C-D) 
Família Loxoconchidae Sars, 1925 
Gênero Loxoconcha Sars, 1866 
Loxoconcha sp. 1 aff. L. sperata Williams, 1966 (Prancha 6, figs E-F) 
Gênero Loxocorniculum Sars, 1866 
Loxocorniculum tricornatum Krutak, 1971 (Prancha 6, figs G-H) 
Gênero Phyctocythere Keij, 1958 
Phyctocythere sp. 1 (Prancha 8, fig. D) 
Gênero Touroconcha Ishizaki & Gunther, 1976 
Touroconcha sp. 1 (Prancha 7, fig. A) 
Touroconcha sp. 2 (Prancha 7, fig. B) 
Família Microcytheridae Klie, 1938 
Gênero Microcythere Mueller, 1894 
Microcythere sp. 1 (Prancha 7, fig. C) 
Microcythere sp. 2 (Prancha 7, fig. D) 
Família Neocytherideididae Puri, 1957 
Gênero Copytus Skogsberg, 1939 
Copytus sp. 1 
Copytus sp. 2 
Família Paracytherideidae Puri, 1957 
Gênero Paracytheridea Mueller, 1894 
Paracytheridea sp. 1 (Prancha 7, figs E-F) 
Paracytheridea sp. 2 (Prancha 7, figs G-H) 
Paracytheridea sp. 3 (Prancha 8, fig. A) 
Paracytheridea sp. 4 (Prancha 8, fig. B) 
Família Trachyleberididae Sylvester-Bradley, 1948 
Trachyleberididae sp. 1 (Prancha 7, fig. C) 
Gênero Acanthocythereis Howe, 1963 
Acanthocythereis sp. 1 
Gênero Cativella Coryell & Fields, 1937 
Cativella sp. 1 aff. C. reticulocostata Coimbra, Ramos, Whatley e Bergue, 2004 (Prancha 8, 
figs E-F) 
Gênero Henryhowella Puri, 1957 
25 
Henryhowella tuberculoclaviforma Coimbra, Ramos, Whatley & Bergue, 2004 (Prancha 8, 
figs G-H) Henryhowella sp. 1 cf. H. macrocicatricosa Whatley, Moguílevsky, Chadwíck, Toy 
& Ramos, 1998 (Prancha 9, figs A-B) 
Família Xestoleberididae Sars, 1928 
Gênero Xestoleberis Sars, 1866 
Xestoleberis sp. 1 aff. X. punctata Tressler, 1949 (Prancha 9, fig. C) 
Xestoleberis sp. 2 (Prancha 9, fig. D) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Prancha 1. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Cytherelloidea sp. 1., valva direita; B, 
Keijcyoidea sp. 1., valva direita; C-D, Bairdoppilata sp. 1., C, valva direita; D, valva esquerda; 
E, Bairdoppilata sp. 2., valva esquerda; F, Neonesidea longisetosa Brady, 1902., valva 
esquerda; G-H, Neonesidea sp. 1., G, valva direita; H, valva esquerda. 
 
 
27 
 
Prancha 2. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Neonesidea equatorialis Coimbra & 
Carreño 2002., A, valva direita; B, valva esquerda; C-D, Paranesidea sp. 1 cf. P. bensoni 
Teeter, 1975., C, valva direita; D, valva esquerda; E-F, Paranesidea sp. 2., valvas esquerdas; 
G-H, Triebelina sp. 1., valvas direitas. 
 
 
 
 
 
28 
 
Prancha 3. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Macrocyprina sp. 1., A, valva direita; B, 
valva esquerda; C, Pontocyprididae sp. 1., valva esquerda; D, Pontocypris sp. 1., valva 
esquerda; E-F, Bythocythere sp. 1., E, valva direita; F, valva esquerda; G-H, Bythocythere sp. 
2., G, valva direita; H, valva esquerda. 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Prancha 4. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Pellucistoma sp. 1 cf. P. magniventra 
Edwards, 1944., A, valva direita; B, valva esquerda; C, Cytheropteron sp. 1., valva direita; D, 
Cytheropteron sp. 2., valva direita; E-F, Cytherura sp. aff. C. swaini Bold, 1963., valvas 
direitas; G, Hemicytherura bradyi (Puri, 1960) Bold, 1966., valva direita; H, Semicytherura sp. 
1., valva direita. 
 
 
 
 
30 
 
Prancha 5. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Semicytherura sp. 2., valva esquerda; B, 
Semicytherura sp. 3., valva esquerda; C, Semicytherura sp. 4., valva esquerda; D, Caudites sp. 
1., valva direita; E, Cornucoquimba sp. 1., valva esquerda; F, Cornucoquimba sp. 2., valva 
esquerda; G-H, Orionina sp. 1 cf. O. bradyi Bold, 1963., G, valva direita; H, valva esquerda. 
 
 
 
 
31 
 
Prancha 6. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Puriana variabilis Chukewiski & Purper, 
1985., A, valva direita; B, valva esquerda; C-D, Ruggiericythere sp. 1., C, valva direita; D, 
valva esquerda; E-F, Loxoconcha sp. 1 aff. L. sperata Williams, 1966., E, valva direita; F, 
valva esquerda; G-H, Loxocorniculum tricornatum Krutak, 1971. 1., G, valva direita; H, valva 
esquerda. 
 
 
32 
 
Prancha 7. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Touroconcha sp. 1., valva esquerda; B, 
Touroconcha sp. 2., valva esquerda; C, Microcythere sp. 1., valva direita; D, Microcythere sp. 
2., valva direita; E-F, Paracytheridea sp. 1., E, valva direita; F, valva esquerda; G-H, 
Paracytheridea sp. 2., G, valva direita; H, valva esquerda. 
 
 
 
 
 
33 
 
Prancha 8. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A, Paracytheridea sp. 3., valva direita; B, 
Paracytheridea sp. 4., valva direita; C, Trachyleberididae sp. 1., valva direita; D, Phyctocythere 
sp. 1., valva direita; E-F, Cativella sp. 1 aff. C. reticulocostata Coimbra, Ramos, Whatley e 
Bergue, 2004., E, valva direita; F, valva esquerda; G-H, Henryhowella tuberculoclaviforma 
Coimbra, Ramos, Whatley & Bergue, 2004. G, valva direita; H, valva esquerda. 
 
 
34 
 
Prancha 9. Espécies de Ostracoda encontradas na plataforma continental setentrional do Rio 
Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu. A-B, Henryhowella sp. 1 cf. H. 
macrocicatricosa Whatley, Moguílevsky, Chadwíck, Toy & Ramos, 1998., A, valva direita; B, 
valva esquerda; C, Xestoleberis sp. 1 aff. X. punctata Tressler, 1949., valva esquerda; D, 
Xestoleberis sp. 2., valva esquerda; E, Cyprididae sp. 1., valva esquerda; F, Podocopida sp. 1., 
valva esquerda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
4.2 RESULTADO DAS ANÁLISES DOS DADOS 
A análise de similaridade (ANOSIM) mostrou que existe diferença significativa entre 
as assembleias de ostracodes presentes nas plataformas interna e externa. (i.e., sample statistic 
(Global R): 0,676, nível de significância: 0,1% (ou 0,001)). Esta diferença fica evidente no 
escalonamento multidimensional não métrico (nMDS). Pode-se observar que as amostras da 
plataforma interna e externa ocupam espaços distintos do gráfico: no lado esquerdo estão as 
amostras da plataforma interna, enquanto do lado direito estão as amostras da plataforma 
externa, Figura 05. Na BioENV BEST os percentuais de correlação mostraram que a relação 
entre profundidade, salinidade e sedimento apresentaram maior correlação com as assembleias 
de Ostracoda (i.e., sample statistic (Rho): 0,542, nível de significância: 1%). Bergue (2006), 
afirma que faunas de ostracodes presentes em áreas rasas e profundas divergem 
consideravelmente. Coimbra e colaboradores (1999) evidenciam a relação direta que esses 
microcrustáceosexercem com o sedimento e a profundidade. 
 
Figura 05. Escalonamento multidimensional não métrico (nMDS) das assembleias de Ostracoda da 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte (Brasil) ao largo do Rio Açu, mostrando 
diferenciação entre a plataforma interna e externa. 
 
4.3 ABUNDÂNCIA, RIQUEZA E FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIA 
A família Hemicytheridae apresenta uma ampla distribuição e riqueza de espécies em 
sedimentos marinhos, o táxon é um dos mais diversosda classe Ostracoda (Coimbra & De 
Morais, 2016). Corroborando com essas informações Hemicytheridae apresentou maior riqueza 
de gêneros (N = 5) e abundância (12.031 ostracodes considerando-se a abundância padronizada 
36 
para 100 g de peso seco de amostra) entre as famílias estudadas. Registros do táxon para a 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte já foram realizados (e.g., Coimbra 
et al., 1999; Costa, 2015). Os gêneros Neonesidea, Semicytherura e Paracytheridea 
apresentaram maior riqueza de espécies (N = 4) os demais gêneros exibiram uma ou duas 
espécies, Anexo 08. Coimbra & Carreño (2002) registram a presença de Neonesidea na 
plataforma equatorial brasileira, táxons desse gênero são comumente encontrados em 
plataformas rasas de clima tropical e subtropical (Maddocks, 1969). Coimbra e colaboradores 
(1999) evidenciam a presença de Semicytherura e Paracytheridea para a plataforma equatorial 
brasileira e destacam o considerável número de espécies para o gênero Paracytheridea. 
Pellucistoma com 9.872 ostracodes por 100 g e Bythocythere com 9.020 ostracodes por 
100 g são, respectivamente, os gêneros mais abundantes. Purper & Ornellas (1987) registraram 
os táxons nas regiões Norte e Nordeste da plataforma continental brasileira. Espécies do gênero 
Bythocythere estão bem distribuídas em regiões bentônicas de plataformas continentais 
(Athersuch, Horne & Whittaker, 1983). O gênero Keijcyoidea foi o menos abundante para a 
plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte, mas espécies desse táxon estão 
presentes de forma considerável na região (e.g., Coimbra et al., 1999; Bergue & Coimbra, 
2002). A estação de coleta AR-14 apresentou maior riqueza de espécies quando comparada as 
outras estações, Tabela 02. 
Tabela 02. Riqueza de espécies apresentada pelas estações de coleta da plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte. 
 
Projeto Amostra Nº de espécies Projeto Amostra Nº de espécies 
Açu-Reef AR-09 24 BioAmbA VA1a1 24 
Açu-Reef AR-10 22 BioAmbA VA1a2 19 
Açu-Reef AR-11 25 BioAmbA VA1a3 15 
Açu-Reef AR-12 24 BioAmbA VA1a4 12 
Açu-Reef AR-13 25 BioAmbA VA1a5 8 
Açu-Reef AR-14 26 BioAmbA VA1b1 10 
Açu-Reef AR-15 25 BioAmbA VA1b2 21 
Açu-Reef AR-16 18 BioAmbA VA1b3 16 
Açu-Reef AR-17 12 BioAmbA VA1b4 20 
Açu-Reef AR-18 17 BioAmbA VA1b5 13 
Açu-Reef AR-19 18 
 
37 
5. DISCUSSÃO 
A composição da fauna de ostracodes registrada na área de estudo, assemelha-se com 
outras comunidades de ostracodes amostradas na região setentrional da plataforma continetal 
brasileira (e. g., Nogueira, Ramos & Hunt, 2019). Gêneros como Pellucistoma, Ruggiericythere, 
Xestoleberis e Neonesidea estão presentes ao longo das duas porções da plataforma, Figuras 6, 
7, 8 e 9. Pellucistoma apresenta grande abundância na porção interna e pouca abundância na 
porção externa. Espécies do gênero Pellucistoma estão bem associadas a sedimentos arenosos 
e habitats com pequenas profundidades (Grossman & Benson, 1967; Benson, 1959). O que 
pode explicar a ampla distribuição do gênero ao longo das porções, já que, a plataforma é 
caracterizada como rasa e tem predominância de sedimento arenoso na porção externa. 
Ruggiericythere é um gênero descrito por Aiello, Coimbra & Barra (2004). Os autores 
descrevem quatro novas espécies (i. e., Ruggiericythere batistae, R. perspicua, R. purperae e 
R. vixalata), além de incluirem R. dimorphica Whatley, Moguilevsky, Chadwick, Toy & Ramos, 
1998 ao gênero. Segundo Aiello, Coimbra & Barra (2004) o táxon apresenta afinidade por 
águas frias e grande ocorrência na região sul da plataforma continental brasileira, assim como 
a ausência nas regiões Norte e Nordeste. Costa (2015) registra Ruggiericythere para a 
plataforma setentrional do Rio Grande do Note, mas em baixa abundância e frequência. 
Ruggiericythere sp. 1 apresenta grande frequência e abundância ao longo das regiões interna e 
externa, o táxon demonstra diferenças morfológicas consideráveis quando comparado as cinco 
espécies pertencentes ao gênero. Partindo dessas considerações é possível que Ruggiericythere 
sp. 1 seja uma nova espécie para a classe Ostracoda. Espécies dos gêneros Xestoleberis e 
Neonesidea estão bem associadas a regiões com presença de sedimento arenoso e algas 
marinhas (Maddocks, 1969; Bonaduce & Danielopol, 1988; Luz & Coimbra, 2015). 
Xestoleberis está presente nas mais variadas profundidades, mas com o maior número de 
espécies em hábitats rasos (Maddocks, 1969; Bonaduce & Danielopol, 1988; Luz & Coimbra, 
2015), segundo Luz & Coimbra (2015) é possivel encontar o gênero ao longo de toda a 
plataforma continental brasileira, isso explica a grande frequência das espécies Xestoleberis sp. 
1 e Xestoleberis sp. 2 ao longo da área estudada. O gênero Neonesidea apresenta baixa 
frequência e abundância nas estações de coleta da porção interna, nas amostras da plataforma 
externa, as espécies Neonesidea sp. 1 e Neonesidea equatorialis Coimbra & Carreño, 2002, 
estão em maior abundância quando se tem presença de algas marinhas. 
 
 
 
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=1044184
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=1044182
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=1044185
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=1044186
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=461645
http://www.marinespecies.org/ostracoda/aphia.php?p=taxdetails&id=461645
38 
Figura 06. Presença do gênero Pellucistoma nas estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. 
 
 
 
39 
Figura 07. Presença do gênero Ruggiericythere nas estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. 
 
 
40 
Figura 08. Presença do gênero Xestoleberis nas estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Ssa caCor laranja = espécies 
presentes na porção interna da plataforma. Um único ponto pode apresentar mais de uma espécie. 
 
 
41 
Figura 09. Presença do gênero Neonesidea nas estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Um único ponto pode apresentar 
mais de uma espécie. 
 
 
42 
Embora sejam gêneros presentes nos mais diferentes gradientes de profundidade e 
ecossistemas marinhos (Coimbra & Ornellas, 1989; Karanovic & Brandão, 2016), Caudites 
(presente em uma amostra e abundância de 83 ostracodes por 100 g) e Polycope (presente em 
três amostras e abundância de 417 ostracodes por 100 g) foram registrados apenas na porção 
interna da plataforma, apresentando baixa frequência e abundância, Figura 10. É provável que 
as espécies Caudites sp. 1 e Polycope sp. 1 desenvolvam pequenas populações, sendo 
consideradas espécies especialistas. Gêneros como Keijcyoidea, Cornucoquimba, Paranesidea, 
Touroconcha e Henryhowella estiveram presentes apenas na porção externa da plataforma, 
Figuras. 11, 12 e 13. Bergue & Coimbra (2002) relatam a presença do gênero Keijcyoidea ao 
longo da área estudada, espécies do táxon são comumente encontradas em habitats de pouca 
profundidade (Tsukagoshi, Okada & Horne, 2006). Cornucoquimba é um táxon frequente para 
regiões marinhas rasas de substratos arenosos (Coimbra & Do Carmo, 2002). Paranesidea 
apresenta uma das maiores taxas de abundância para a familia Bairdiidae, além de ser um táxon 
característico de hábitats com pouca profundidade e presença de algas marinhas (Maddocks, 
1969). As espécies Paranesidea sp. 1 e Paranesidea sp. 2 ocorreram apenas na porção externa 
da plataforma, apresentando pouca abundância, 190 ostracodes por 100 g e 49 ostracodes por 
100 g, respectivamente, e demonstrando relação direta com a presença de algas marinhas. 
Touroconhca apresenta carapaça bem ornamentada e está presente em regiões tropicais 
(Athersuch & Horne, 1984). Espécies do gênero Henryhowella ocorrem em sedimentosarenosos e profundidades menores que 100 m, é o caso da espécie Henryhowella 
tuberculoclaviforma descrita por Coimbra e colaboradores (2004) ao longo da área estudada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Figura 10. Frequência dos gêneros Polycope e Caudites para as estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. 
 
 
44 
Figura 11. Frequência dos gêneros Keijcyoidea e Cornucoquimba para as estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Um 
único ponto pode apresentar mais de uma espécie. 
 
 
45 
Figura 12. Frequência do gênero Paranesidea para as estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Um único ponto pode 
apresentar mais de uma espécie. 
 
 
46 
Figura 13. Frequência dos gêneros Touroconcha e Henryhowella para as estações de coleta da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. Um 
único ponto pode apresentar mais de uma espécie. 
 
 
47 
As porções interna e externa da plataforma apresentaram 32 gêneros. Destes, nove 
foram encontrados somente na região externa, quatro na interna e 19 apresentaram ocorrência 
comum às duas regiões. A profundidade e o tipo de sedimento presente na área estudada foram 
os fatores que melhor explicaram a composição e distribuição atual da fauna de ostracodes da 
plataforma. A maior parte da fauna presente no estudo está associada à habitats com pouca 
profundidade. Segundo Vital, Da Silveira & Amaro (2005) a plataforma continental 
setentrional do Rio Grande do Norte é classificada como rasa. Habitats marinhos de pouca 
profundidade tendem a concentrar um maior número de espécies com ornamentações (Babinot, 
1995; Piovesan, 2008). No geral, a maioria dos gêneros apresentou ornamentação na carapaça. 
Espécies com carapaças mais lisas tendem a viver em habitats de sedimento fino e espécies com 
carapaça ornamentada preferem sedimento com maior granulometria (Babinot, 1995; Piovesan, 
2008). Corroborando com essas informações Macrocyprina foi o único táxon que apresentou 
espécie com carapaça lisa entre o grupo de gêneros presente apenas na porção externa da 
plataforma, Figura 14. Alguns gêneros que apresentam ornamentações e estiveram presentes 
nas duas porções da plataforma, demonstraram maior frequência na porção externa (e. g., 
Loxocorniculum e Paracytheridea). Outrossim, gêneros com carapaça lisa presentes nas duas 
porções foram mais frequentes na porção interna (e. g., Phyctocythere), fortalecendo assim a 
hipótese de relação direta que os ostracodes exercem com o tipo de sedimento. 
Figura 14. Grupo dos gêneros presentes apenas na porção externa da plataforma continental setentrional 
do Rio Grande do Norte. 
 
48 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
De acordo com os resultados alcançados no presente trabalho, é possível relatar as 
seguintes considerações: 
1) As faunas de ostracodes presentes nas porções interna e externa da plataforma 
continental setentrional do Rio Grande do Norte apresentam diferença significativa. 28,2% dos 
gêneros estiveram presentes apenas na porção externa, 12,5% na porção interna e 59,3% 
apresentaram ocorrência comum às duas regiões. A profundidade e o tipo de sedimento 
presentes ao longo da área estudada foram os fatores que melhor explicaram a composição e 
distribuição atual dos ostracodes. Dessa forma, é fundamental proteger esses hábitats de ações 
antropogênicas que possam alterar a composição do sedimento (e. g., dragagens) e ocasionar o 
desaparecimento de táxons ligados diretamente a algum sedimento específico; 2) Foram 
registradas 63 espécies, 32 gêneros e 16 famílias para a classe Ostracoda. Esses dados 
aumentam o conhecimento sobre a fauna de ostracodes da plataforma continental setentrional 
do Rio Grande do Norte, já que, estudos realizados na região foram até então direcionados a 
táxons específicos (e. g., Bergue & Coimbra, 2002; Coimbra & Carreño, 2002). Não está 
descartada a possibilidade de novas ocorrências para a região (e. g., Ruggiericythere sp. 1 
apresentou diferenças morfológicas consideráveis quando comparado a outras espécies 
pertencentes ao gênero. Partindo dessas considerações é possível que o táxon seja uma nova 
espécie para a classe Ostracoda); 3) Os dados gerados no presente estudo possibilitam uma 
maior compreensão da fauna Ostracoda presente na região, e devem servir de base para novas 
linhas de pesquisas, assim como para a exploração sustentável dos hábitats em que esses 
organismos se encontram. Aumentando o conhecimento e a proteção da fauna Ostracoda 
presente na plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte. 
 
 
 
 
 
 
 
49 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Brazilian continental shelf.” Revista española de micropaleontologia 30(2):89–116. 
Williams, M., V. Perrier, C. Bennett, T. Hearing, C. Stocker & T. Harvey. 2015. “Ostracods: 
The ultimate survivors.” Geology today 31(5):193–200. 
Yasuhara, M., H. Yamazaki, Toshiaki Irizuki & S. Yoshikawa. 2003. “Temporal changes of 
ostracode assemblages and anthropogenic pollution during the last 100 years, in sediment 
cores from Hiroshima Bay, Japan.” The holocene 13(4):527–36. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
8. ANEXOS 
Anexo 01. Publicações utilizadas nas identificações taxonômicas de Ostracoda presente na plataforma 
continental setentrional do Rio Grande do Norte. 
Aiello, G., J. C. Coimbra & D. Barra. 2004. “Ruggiericythere, a new shallow marine ostracod 
genus from Brazil.” Bollettino della societa paleontologica italiana 43(1–2):71–90. 
Antonietto, L. S., C. P. Machado, A. D. do Carmo & J. W. C. Rosa. 2012. “Recent Ostracoda 
(Arthropoda, Crustacea) from São Pedro-São Paulo Archipelago, Brazil: A preliminary 
approach.” Zootaxa 3335:29–53. 
Bergue, C. T. & J. C. Coimbra. 2008b. “Late pleistocene and holocene bathyal ostraces from 
Santos Basin, southeastern Brasil.” Palaeontographica. Abteilung A, palaozoologie, 
stratigraphie 285:101–44. 
Coimbra, J. C., S. R. Bottezini & C. P. Machado. 2013. “Ostracoda (Crustacea) from the 
Archipelago of São Pedro and São Paulo , Equatorial Atlantic, with emphasis on a new 
Hemicytheridae genus.” Iheringia, série zoologia 103(3):289–301. 
Coimbra, J. C. & A. L. Carreño. 2002. “Sub-Recent Bairdiinae (Crustacea) from the brazilian 
equatorial shelf.” Revista española de micropaleontología 34(2):187–99. 
Coimbra, J. C., V. G. Ghilardi, G. M. Casetta & C. T. Bergue. 2009. “Ostracodes (Crustacea; 
Podocopida) da Ilha da Trindade e do Atol das Rocas, Brasil.” Pp. 125–41 in Ilhas 
oceânicas brasileiras: da pesquisa ao manejo. 
Coimbra, J. C., I. D. Pinto, N. L. Wuerdig & D. A. Do Carmo. 1999. “Zoogeography of 
holocene Podocopina (Ostracoda) from the brazilian equatorial shelf.” Marine 
micropaleontology 37(3–4):365–79. 
Coimbra, J. C., M. I. F. Ramos, R. C. Whatley & C. T. Bergue. 2004. “The taxonomy and 
zoogeography of the family Trachyleberididae (Crustacea: Ostracoda) from the equaterial 
contental shelf of Brazil.” Journal of micropalaeontology 23(2):107–18. 
Coimbra, J. C., Ramos, M. I. F. & Sanguinetti, Y. T. 1992. “Sub-Recent Ostracodes of the 
Tamandaré Bay, Northeastern Brazil: A preliminary report on biofacies.” Pesquisas 
19:94–105. 
Cronin, T. M. 1979. “Late pleistocene marginal marine ostracodes from the Southeastern 
Atlantic oastal plain and their paleoenvironmental implications.” Géographie physique et 
56 
quaternaire 33(2):121–73. 
Do Carmo & Sanguinetti. 1999. “Taxonomy and palaeoceanographical significance of the 
genus Krithe (Ostracoda) in the brazilian margin.” Journal of micropalaeontology 
18(2):111–23. 
Drozinski, N. G. S., J. C. Coimbra, A. L. Carreno & C. T. Bergue. 2003. “Ostracoda cool water 
masses indicators from the Rio Grande Do Sul State, Brazil - A first approach.” Revista 
brasileira de paleontologia 5:59–71. 
Luz, N. C. & J. C. Coimbra. 2015. “The genus Xestoleberis (Ostracoda: Xestoleberididae) in 
the Northern, Northeastern and Eastern regions of the brazilian continental shelf.” Zootaxa 
3974(2):177–195. 
Machado, C. P., J. C. Coimbra & A. L. Carreño. 2005. “The ecological and zoogeographical 
significance of the Sub-Recent Ostracoda off Cabo Frio, Rio de Janeiro State, Brazil.” 
Marine micropaleontology 55(3–4):235–53. 
Machado, C. P. 2008. “(Paleo) zoogeografia dos ostracodes holocênicos das regiões leste e 
nordeste da plataforma continental brasileira.” 
Piovesan, E. K. 2008. “Ostracodes Cretáceos (Turoniano-Maastrichtiano) Da Bacia Do Pará-
Maranhão: Aspectos Taxonômicos, Paleoecológicos e Paleobiogeográficos.” 
Purper, I. and L. P. Ornellas. 1987. “The genus Paracytheridea (Ostracoda) in the 
Northern/Northwestern brazilian continental shelf.” Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul, Instituto de Geociencias Pesquisas 20(20):103–24. 
Ramos, M. I. F., J. C. Coimbra, R. C. Whatley & A. Moguilevsky. 1999. “Taxonomy and 
ecology of the family Cytheruridae (Ostracoda) in ecent sediments from the Northern Rio 
de Janiro coast, Brazil.” Journal of micropalaeontology 18(1):1–16. 
Whatley, R. C., A. Moguilevsky, J. Chadwick, N. Toy & M. I. F. Ramos. 1998. “Ostracoda 
from the South West Atlantic. Part III. The Argentinian, Uruguayan and Southern 
Brazilian continental shelf.” Revista española de micropaleontologia 30(2):89–116. 
 
 
 
57 
Anexo 02. Abundância de família padronizada para 100 g de peso seco de amostra. 
FAMÍLIA 100g 
Hemicytheridae 12.031 
Cytheromatidae 9.872 
Bythocytheridae 9.019 
Bairdiidae 6.476 
Xestoleberididae 5.167 
Loxoconchidae 2.763 
Cytherellidae 2.384 
Neocytherideididae 1.195 
Trachyleberididae 997 
Microcytheridae 800 
Paracytherideidae 518 
Polycopidae 417 
Macrocyprididae 282 
Cyprididae 131 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
Anexo 03. Abundância de gênero padronizado para 100 g de peso seco de amostra. 
GÊNERO 100g 
Pellucistoma 9.872 
Bythocythere 9.020 
Ruggiericythere 8.794 
Xestoleberis 5.168 
Neonesidea 5.127 
Cytherura 2.029 
Semicytherura 1.854 
Puriana 1.845 
Loxoconcha 1.783 
Cytherella 1.575 
Orionina 1.359 
Cytheropteron 1.313 
Copytus 1.195 
Pontocypris 837 
Microcythere 801 
Cytherelloidea 783 
Bairdoppilata 730 
Loxocorniculum 720 
Acanthocythereis 630 
Paracytheridea 518 
Polycope 417 
Triebelina 380 
59 
Macrocyprina 282 
Touroconcha 260 
Paranesidea 239 
Cativella 225 
Henryhowella 46 
Cornucoquimba 34 
Keijcyoidea 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
Anexo 04. Abundância de espécie padronizada para 100 g de peso seco de amostra. 
ESPÉCIE 100g 
Pellucistoma sp. 1 cf. P. magniventra Edwards, 1944 9.872 
Ruggiericythere sp. 1 8.794 
Bythocythere sp. 1 8.210 
Xestoleberis sp. 1 aff. X. punctata Tressler, 1949 3.628 
Neonesidea equatorialis Coimbra & Carreño, 2002 2.558 
Hemicytherura bradyi (Puri, 1960) Bold, 1966 2.122 
Cytherura sp.1 aff. C. swaini Bold, 1963 2.029 
Puriana variabilis Chukewiski & Purper, 1985 1.845 
Loxoconcha sp. 1 aff. L. sperata Williams, 1966 1.783 
Cytherella sp. 1 1.575 
Xestoleberis sp. 2 1.539 
Orionina sp. 1 cf. O. bradyi Bold, 1963 1.359 
Cytheropteron sp. 2 1.307 
Neonesidea sp. 2 1.206 
Cytheroidea sp. 1 1.164 
Neonesidea sp. 1 1.091 
Copytus sp. 1 972 
Pontocypris sp. 1 837 
Semicytherura sp. 3 818 
Bythocythere sp. 2 810 
Cytherelloidea sp. 1 783 
Loxocorniculum tricornatum Krutak, 1971 720 
61 
Bairdoppilata sp. 1 676 
Microcythere sp. 1 668 
Pontocyprididae sp. 1 640 
Acanthocythereis sp. 1 630 
Phyctocythere sp. 1 598 
Pontocyprididae sp. 2 590 
Semicytherura sp. 2 584 
Pontocyprididae sp. 5 580 
Pontocyprididae sp. 3 555 
Polycope sp. 1 417 
Triebelina sp. 1 380 
Semicytherura sp. 1 327 
Macrocyprina sp. 1 282 
Neonesidea longisetosa Brady, 1902 272 
Paracytheridea sp. 3 249 
Podocopida sp. 2 231 
Cativella sp. 1 aff. C. reticulocostata Coimbra, Ramos, 
Whatley e Bergue, 2004 
225 
Copytus sp. 2 223 
Pontocyprididae sp. 6 204 
Touroconcha sp. 2 198 
Paranesidea sp. 1 cf. P. bensoni Teeter, 1975 190 
Pontocyprididae sp. 7 147 
Microcythere sp. 2 133 
62 
Cyprididae sp. 1 131 
Semicytherura sp. 4 125 
Paracytheridea sp. 1 110 
Paracytheridea sp. 4 106 
Trachyleberididae sp. 1 97 
Touroconcha sp. 1 63 
Bairdoppilata sp. 2 54 
Paracytheridea sp. 2 54 
Paranesidea sp. 2 49 
Henryhowella tuberculoclaviforma Coimbra, Ramos, Whatley 
& Bergue, 2004 
32 
Cornucoquimba sp. 1 28 
Keijcyoidea sp. 1 26 
Henryhowella sp. 1 cf. H. macrocicatricosa Whatley,

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