Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PATRÍCIA CRISTINA BANDEIRA DE MELO NBR 5626: UM COMPARATIVO ENTRE AS NORMAS DE 1998 E 2020 PARA INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA NATAL-RN 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Patrícia Cristina Bandeira de Melo NBR 5626: UM COMPARATIVO ENTRE AS NORMAS DE 1998 E 2020 PARA INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Profª. Drª. Micheline Damião Dias Moreira Coorientador: Mariana Lopes A. M. de Melo Natal-RN 2022 Patrícia Cristina Bandeira de Melo NBR 5626: UM COMPARATIVO ENTRE AS NORMAS DE 1998 E 2020 PARA INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA Trabalho de conclusão de curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovado em 11 de fevereiro de 2022: ___________________________________________________ Profª. Drª. Micheline Damião Dias Moreira – Orientadora UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ___________________________________________________ Engª. Mariana Lopes Araújo Medeiros de Melo – Coorientadora ___________________________________________________ Prof. Dr. Manoel Lucas Dantas Filho – Examinador interno UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ___________________________________________________ Eng. Antônio Teobaldo Bastos Júnior – Examinador externo Natal-RN 2022 Melo, Patrícia Cristina Bandeira de. NBR 5626: um comparativo entre as normas de 1998 e 2020 para instalações de água fria / Patrícia Cristina Bandeira de Melo. - 2022. 68f.: il. Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal, 2022. Orientadora: Dra. Micheline Damião Dias Moreira. Coorientadora: Dra. Mariana Lopes Araújo Medeiros de Melo. 1. Instalação predial - Monografia. 2. Água fria - Monografia. 3. Água quente - Monografia. 4. NBR - Monografia. I. Moreira, Micheline Damião Dias. II. Melo, Mariana Lopes Araújo Medeiros de. III. Título. RN/UF/BCZM CDU 624 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429 DEDICATÓRIA "A hora mais assustadora é sempre antes de começar. Depois disso, as coisas só podem melhorar.” – Stephen King Aos meus pais, Jubilene e Sidney AGRADECIMENTOS Seria impossível escrever este trabalho – provavelmente o mais importante da minha vida – e não agradecer àquelas pessoas que formaram minha rede de suporte. Entretanto, primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, que nos concede toda e qualquer capacidade e nos trouxe até aqui. Tenho certeza que este é apenas mais um início. Aos meus pais, que durante todos os anos de minha vida vi trabalharem com o desejo de dar aos seus filhos a melhor educação possível como o objetivo principal. Tenho certeza que o melhor de mim é resultado do trabalho duro deles e espero algum dia poder retribuir à altura. Aos meus irmãos, Antônio Marcos e Priscila, por terem sido constantemente meu ponto de fuga quando mais precisei de um tempo das pressões que o bacharelado me trouxe. Meu irmão com seu constante bom humor e alguns conselhos sempre que achou necessário, e, principalmente, minha irmã por ter se feito presente mesmo quando não lhe era conveniente. Minha eterna gratidão a vocês. Gratidão aos meus amigos de curso – e agora de vida -, Mariana, Bia, Clécio e Ellen. Não sei se eles têm alguma noção disso, mas nossas pausas para o café e tantas conversas durante esses anos foram a forma mais leve que poderia pedir para passar a graduação. “Seguramos diversas barras” juntos, aguentamos a pressão de cada semestre, viramos madrugadas estudando e, mais ainda, formamos um vínculo único e que nenhum outro poderá substituir. Vocês são o maior presente que a UFRN me deu. Se sou grata a Mariana (citada acima) pela graduação que pudemos cursar juntas, quero agradecer ainda mais por ela ter aceitado ser minha coorientadora neste trabalho. Sem ela, é bem provável que muito do que consta nestas páginas fosse diferente e, honestamente, com certeza eu não teria conseguido sem sua ajuda. Pelo menos não sem várias dores de cabeça a mais. Concluo agradecendo àquela a quem tanto admiro e sou feliz por ter sido aluna: minha orientadora, Micheline Damião. Agradeço imensamente por ter aceitado ser meu grande auxílio nessa etapa da minha vida e sou cheia de felicidade por ter tido a oportunidade de ser instruída por alguém que tanto respeito. Encontrei em sua pessoa não apenas uma professora extraordinária, como também uma mulher incrível, surpreendentemente paciente, compreensiva e de um intelecto maravilhoso. Obrigada por tudo! RESUMO NBR 5626: UM COMPARATIVO ENTRE AS NORMAS DE 1998 E 2020 PARA INSTALAÇÕES DE ÁGUA FRIA Este trabalho objetiva analisar as mudanças nos projetos hidráulicos decorrentes da nova NBR 5626:2020, a qual substituiu a NBR 5626:1998 e anulou a NBR 7198:1993. O estudo será feito a partir de um comparativo entre os resultados obtidos para o dimensionamento do sistema de água fria de uma residência unifamiliar de acordo com ambas as normas, discutindo o impacto que as mudanças constatadas poderão trazer tanto a nível de projeto e execução, bem como na utilização das instalações. Pretende-se, assim, que os resultados desta pesquisa norteiem e auxiliem profissionais e estudantes da área da construção civil (Engenharia Civil, Arquitetura, técnicos de instalações hidráulicas etc.) quanto às principais implicações resultantes das mudanças advindas com a nova norma. Palavras-chave: Instalação. Predial. Hidráulica. Água. Fria. Quente. ABSTRACT NBR 5626: A COMPARISON BETWEEN THE 1998 AND 2020 STANDARDS FOR COLD WATER INSTALLATIONS This work focus to analyze the changes in hydraulic projects resulting from the new NBR 5626:2020 - which replaced the NBR 5626:1998 and annulled the NBR 7198:1993. The study will base on the comparison between the results acquired for the dimensioning of the Cold-Water System of a one-family residence following both standards, discussing the impact that the changes might bring in terms of design and execution - plus the use of those facilities. It is purposed - therefore - that the results of this research assist professionals and students in the area of Civil Construction (Civil Engineering, Architecture, technicians of hydraulic installations, etc.) in regards to the main implications outcoming from these changes implemented by the new pattern. Keywords: Facility. Building. Hydraulics. Water. Cold. Hot. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................... 11 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 11 1.3 OBJETIVOS ..........................................................................................................................12 1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................................................. 12 1.3.2 Objetivos específicos .................................................................................................................. 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 14 2.1 CONCEITOS GERAIS ............................................................................................................ 14 2.1.1 Ramal Predial .............................................................................................................................. 14 2.1.2 Alimentador Predial .................................................................................................................... 14 2.1.3 Sistemas de Abastecimento ........................................................................................................ 15 2.1.4 Reservatórios .............................................................................................................................. 21 2.1.5 Potabilidade ................................................................................................................................ 21 2.1.6 Pressões ...................................................................................................................................... 22 2.1.7 Sistema de Recalque ................................................................................................................... 23 2.1.8 Golpe de Aríete ........................................................................................................................... 23 2.2 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA ............................................................................... 24 2.2.1 Perdas de Carga .......................................................................................................................... 24 2.3 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE .......................................................................... 33 2.3.1 Rede de Distribuição ................................................................................................................... 33 2.3.2 Materiais empregados ................................................................................................................ 34 2.3.3 Sistemas prediais de água quente .............................................................................................. 37 2.3.4 Dimensionamento....................................................................................................................... 38 3. METODOLOGIA - MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................... 39 3.1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 39 3.2 – ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS NORMAS ..................................................................... 39 3.3 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO ........................................................................... 40 3.4 – IDENTIFICAÇÃO, EM PROJETO, DAS PRINCIPAIS IMPLICAÇÕES DAS MUDANÇAS NORMATIVAS 41 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 52 4.1 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS NORMAS ....................................................................... 52 4.1.1 Anexos ......................................................................................................................................... 52 4.1.2 Pressões Mínimas ....................................................................................................................... 53 4.1.3 Pressões Máximas ....................................................................................................................... 54 4.1.4 Reservatórios .............................................................................................................................. 55 4.1.5 Potabilidade ................................................................................................................................ 56 4.1.6 Golpe de Aríete ........................................................................................................................... 56 4.1.7 Perda de Carga ............................................................................................................................ 56 4.1.8 Água Quente ............................................................................................................................... 57 4.1.9 Dilatação Térmica ....................................................................................................................... 57 4.2 IMPACTOS DA NOVA NORMA EM UM PROJETO HIDRÁULICO ................................................. 58 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 66 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67 11 1. INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais As Normas Técnicas Brasileiras (NBRs) são normas aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que têm como objetivo fornecer, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Este grau de qualidade se dá, normalmente, pela consequente padronização normativa estabelecida. Na construção civil, as NBRs definem desde valores a serem admitidos para projetos até como devem ser executadas diversas atividades. Além disso, essas normas passam por revisões, atualizações e até mesmo extinção ao longo do tempo. Algumas delas podem ser acrescidas ou reduzidas em alguns pontos, outras podem surgir a partir da fusão entre duas ou mais normas, as quais acabam sendo extintas em detrimento da nova norma que surgiu. No Brasil, a NBR 5626:1998 era o documento responsável – na prática, até o fim de 2020 – pelas especificações relacionadas às instalações de água fria. Entretanto, esta norma foi revisada e alterada, resultando na NBR 5626:2020, cuja utilização passou a ser exigida a partir do ano de 2021 não apenas para os projetos de instalações de águas frias como também para execução, operação e manutenção destas. Além disso, esta norma traz diretrizes e recomendações também para instalações de água quente, extinguindo a NBR 7198:1993, a qual até então tinha essa função. Este projeto de trabalho de conclusão de curso irá focar os aspectos relacionados às instalações de água fria. Entretanto, tendo em vista que a nova norma aborda também as instalações de água quente, estas serão brevemente comentadas nesse estudo. 1.2 Justificativa Juntamente com a falta de conhecimento e técnica na execução de uma obra, as contradições e falta de clareza em projetos estruturais, arquitetônicos e de instalações elétrica e hidrossanitárias são os maiores responsáveis por grandes problemas em edificações recém- construídas. Para Gnipper (2010), 50% das patologias são decorrentes de falhas ainda no projeto e a utilização incondicional das normas técnicas em vigor e da manutenção preventiva é bastante defendida. 12 Dentre os problemas citados acima, são as deficiências em projetos estruturais e de instalações que podem causar os maiores transtornos tanto a curto e médio prazos quanto num futuro um pouco mais distante. O presente trabalho abordará as instalações hidráulicas – mais precisamente as instalações de água fria – e sua normatização para sistemas prediais em qualquer tipo de edifício, residencial ou não, devidoà necessidade de constante atualização dos profissionais da engenharia e construção civil, principalmente se tratando de uma norma alterada e atualizada após tantos anos da sua última revisão. Há também a necessidade de observar que a nova norma não apenas especifica requisitos para projeto como também para execução, operação e manutenção de sistemas prediais de água fria e de água quente (NBR 5626:2020). Logo, sua análise mais detalhada não é apenas indicada, como também necessária. Para a realização deste trabalho, as principais fontes de informação serão justamente as normas antigas (5626:1998 – Instalação predial de água fria e NBR 7198:1993 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente) e a nova (NBR 5626:2020 – Sistemas Prediais de Água Fria e Água Quente – Projeto, execução, operação e manutenção), além de obras como Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura (Carvalho, 2017), Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais (Macintyre, 2010), Hidráulica Básica (Porto, 2006), Mecânica dos Fluidos (Zampar, 2018) e Manual de Instalações Prediais (Almeida et al., 2021). 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral O objetivo desde trabalho é realizar uma análise comparativa entre as NBR 5626:2020 e NBR 5626:1998, destacando pontos positivos e negativos, além de diferenças e semelhanças nas recomendações e nos métodos de cálculo para o dimensionamento das instalações através de um estudo de caso. 1.3.2 Objetivos específicos Os principais objetivos específicos deste trabalho são: ▪ Identificar e analisar novas informações presentes na NBR 5626:2020 e suas implicações no projeto de instalações hidráulicas; 13 ▪ Apontar as principais alterações e suas implicações a fim de auxiliar profissionais da área de engenharia no processo de adequação à nova norma; e ▪ Demonstrar na prática a aplicação da nova norma em um estudo de caso composto de um projeto de instalações hidráulicas e refletir sobre seu impacto na obra em questão. 14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este tópico tem como objetivo apresentar conceitos e informações resultantes da pesquisa bibliográfica, acerca da nova norma ABNT NBR 5626:2020, que foi elaborada através da incorporação da ABNT NBR 7198:1993 à ABNT NBR 5626:1998. Tal estudo tem caráter exploratório sobre o tema com a função de proporcionar uma visão sobre as principais mudanças e suas implicações. 2.1 Conceitos gerais 2.1.1 Ramal Predial É, segundo Macintyre (2010), “o trecho do encanamento compreendido entre o distribuidor público de água e a instalação predial caracterizada pelo aparelho medidor ou limitador de descarga, o qual é considerado como parte integrante do ramal externo”. Ou seja, é toda a tubulação que se estende do distribuidor público até o cavalete da edificação, como mostrado na Figura 1. 2.1.2 Alimentador Predial De acordo com Carvalho (2017), trata-se da canalização que liga o cavalete ao reservatório interno. Ou seja, é toda a tubulação localizada entre o ramal predial e a primeira válvula de flutuador do reservatório (Figura 2) Figura 1 – Esquema de um ramal de abastecimento d'água (sistema usual) Fonte: Macintyre (2010) 15 2.1.3 Sistemas de Abastecimento Os Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) são obras de engenharia cujas instalações englobam desde a captação e adução da água até seu tratamento e posterior distribuição para benefício de uma determinada população. São três os sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição, cada um com suas vantagens e desvantagens, devendo ser escolhido o sistema que melhor se adequar às características da edificação e da região na qual se encontra, sendo o projetista o principal responsável por essa análise e sua consequente decisão. Os sistemas são: ▪ Sistema Direto De acordo com Macintyre (2010), no Sistema Direto a alimentação do sistema predial de distribuição é feita diretamente pelo ramal predial, ou seja, pela rede pública de abastecimento, ocorrendo quando esta apresenta fluxo contínuo e pressão suficiente, não havendo a necessidade de reservatórios. Assim, ainda segundo o autor, a rede interna pode ser vista como uma extensão da rede pública, como é possível visualizar na Figura 3. Esse sistema tem como vantagem, segundo Carvalho (2017), o baixo custo de instalação. Entretanto, quaisquer problemas envolvendo a rede pública – como Figura 2 – Representação gráfica de uma instalação predial Fonte: Adaptado de: <https://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-ramal-predial.html>. Acesso em 26 de janeiro de 2022 16 baixas pressões, deficiência no abastecimento ou mesmo a interrupção do mesmo – irão afetar diretamente o sistema predial de distribuição. ▪ Sistema Indireto o Sem bombeamento Sua maior vantagem é a garantia de abastecimento do sistema predial mesmo que haja a interrupção momentânea do abastecimento da rede pública, já que é um sistema escolhido quando há pressão suficiente e fluxo contínuo na mesma, possibilitando a alimentação de um reservatório superior que, por gravidade, distribui a água para todos os pontos de consumo da edificação (Figura 4). Assim, deve-se considerar que o reservatório em questão está posicionado acima de todos esses pontos. A desvantagem deste sistema está no porte das edificações onde ele costuma ser utilizado. Segundo Carvalho (2017), recomenda-se seu uso apenas em edifícios até três pavimentos ou com no máximo 9 metros de altura total até o reservatório. Entretanto, de forma prática e a depender da região onde a edificação se encontra, este sistema pode sofrer alterações pelo Fonte: Carvalho (2017) Figura 3 – Sistema de distribuição direta 17 projetista e passar a fazer uso também de reservatório inferior quando houver mais de dois pavimentos. o Com bombeamento De acordo com Carvalho (2017), ao contrário do sistema anterior, o Sistema Indireto com Bombeamento é vantajoso para edificações com mais de três pavimentos e/ou acima de 9 metros de altura até o reservatório. Isso se deve à utilização de um sistema de recalque (conjunto motor-bomba) para auxiliar no abastecimento do reservatório superior a partir de um reservatório inferior alimentado pela rede pública de abastecimento, cuja pressão é insuficiente e não possui fluxo contínuo para alimentar diretamente um reservatório mais elevado. Neste sistema, a alimentação da rede predial de distribuição continua sendo realizada por gravidade a partir do reservatório superior, como representado na Figura 5. Fonte: Carvalho (2017) Figura 4 – Sistema indireto sem bombeamento 18 Macintyre (2010) aponta, ainda, a possibilidade de se utilizar dois reservatórios elevatórios em situações onde a altura da edificação resultar em uma pressão máxima superior a 400 kPa (40 mca) na coluna de distribuição. Dessa forma, cada reservatório será auxiliado por uma bomba e irá atender parte dos pavimentos do prédio em questão, como ilustrado na Figura 6. Fonte: Carvalho (2017) Figura 5 – Sistema indireto com bombeamento 19 o Hidropneumático Este é um sistema pouco utilizado devido ao custo de instalação e manutenção e que, quando empregado, geralmente se deve à não utilização de reservatório superior – seja por motivos técnicos ou econômicos. Nele, a água é pressurizada do reservatório inferior a partir de um equipamento próprio para este fim e, então, distribuída pela rede predial (Figura 7). Além dos custos iniciais de instalação e fixos de manutenção, outra desvantagem desse sistema é que, havendo interrupção energética na região e não existindo um gerador na edificação que dê suporte ao equipamento hidropneumático, a distribuição predialde água estará temporariamente comprometida. Figura 6 - Sistema indireto com dois reservatórios Fonte: Macintyre (2010) 20 ▪ Sistema Misto Neste caso, o sistema de distribuição predial é alimentado tanto pelo reservatório superior quanto diretamente pela rede público (Figura 8). Isto é, segundo Carvalho (2017), o que torna o sistema misto mais usual e vantajoso que os demais, já que não depende totalmente da constância do abastecimento de água público e entrega maior pressão de água nos pontos que estarão sendo alimentados pela rede pública, como torneiras externas. Fonte: Carvalho (2017) Figura 7 – Sistema indireto hidropneumático 21 2.1.4 Reservatórios No Brasil, as instalações prediais contam com a presença de reservatórios no sistema de abastecimento indireto para que seja garantida sua regularidade e, estando estes reservatórios localizados a uma altura superior, para que os pontos de consumo sejam alimentados por gravidade. Convencionalmente, é estabelecido que o reservatório domiciliar não esteja a uma altura superior a 9m (ou 3 pavimentos) em relação à via pública devido à necessidade de atendimento do sistema pela pressão da rede de distribuição, que pode variar ao longo do seu trajeto. Não havendo a possibilidade de alimentação do reservatório de forma direta, utiliza-se um sistema de recalque constituído por pelo menos dois reservatórios – um inferior e um superior. Assim, o reservatório inferior será alimentado pela rede pública de distribuição e, por sua vez, irá alimentar o reservatório superior através do conjunto motor-bomba que compõe o sistema de recalque. 2.1.5 Potabilidade Potabilidade da água é a água própria para consumo humano, não apresentando contaminantes nem risco à saúde. Fonte: Carvalho (2017) Figura 8 – Sistema de distribuição mista 22 2.1.6 Pressões São consideradas três tipos de pressão para instalações prediais: estática, dinâmica e de serviço. No Brasil, adota-se o Sistema Internacional de Medidas, o qual considera o Pa (pascal) como unidade de pressão. Entretanto, elas também podem ser medidas em kgf/m² ou mca (metro de coluna d’água), sendo que 1 kgf/m² corresponde à pressão exercida por 10 metros de coluna d’água. ▪ Pressão Estática Segundo a NBR 5626:2020, é a carga de pressão ou carga piezométrica atuante em determinada seção de tubulação sob carga, porém sem escoamento, considerada em sua linha de eixo. Ou seja, trata-se da pressão nos tubos quando a água está parada. Ainda segundo a norma, seu valor não pode passar de 400 kPa (40 mca) nos pontos de utilização. Logo, o maior valor possível de altura entre o reservatório superior e o ponto mais baixo da instalação predial para que todo o sistema funcione corretamente é de 40 metros. Do contrário, ocorrerá golpe de aríete e as instalações irão demandar mais manutenções. Em edificações com altura maior do que 40 metros, é comum que projetistas considerem a utilização de válvulas redutoras de pressão. ▪ Pressão Dinâmica É definida pela diferença entre a pressão estática e as perdas de cargas distribuídas e localizadas e, de acordo com a NBR 5626:2020, não deve ser inferior a 10 kPa (1 mca) nos pontos de utilização. Além disso, a norma também estabelece que, com exceção dos trechos verticais de tomada d’água nas saídas de reservatórios elevados para os barriletes (sistema indireto), a pressão dinâmica não pode ser inferior a 5 kPa (0,5 mca), qualquer que seja o ponto da rede predial e do sistema de distribuição. Segundo Carvalho, esse valor mínimo impede pressão negativa no ponto crítico da rede de distribuição, que se encontra no encontro entre o barrilete e a coluna de distribuição. A pressão dinâmica requerida para o adequado funcionamento da peça de utilização ou do correspondente aparelho sanitário operando com vazão de projeto pode ser obtida junto ao respectivo fabricante ou responsável pela colocação do produto no mercado nacional. (NBR 5626:2020) 23 ▪ Pressão de Serviço A NBR 5626:2020 a define como o maior valor de pressão a que um componente pode ficar submetido em condição de operação normal. Sobrepressões devem ser consideradas no dimensionamento das tubulações, mas não devem ser superiores a 200 kPa (20 mca) em relação à pressão dinâmica prevista em projeto. Logo, tendo-se em vista esta sobrepressão admissível e o valor máximo para a pressão estática (40 mca), entende-se que o valor máximo da pressão de serviço deve ser 60 mca. 2.1.7 Sistema de Recalque O transporte da água de uma fonte inferior para um ponto superior da edificação é realizado através de um sistema de recalque, o qual atua por meio de bombeamento. Segundo Porto (2006), existem dois aspectos mais importantes a serem considerados ao se projetar um sistema de recalque (ou sistema elevatório): o diâmetro da tubulação de recalque e a potência necessária do conjunto motor-bomba devido à tubulação de sucção. De acordo com a NBR 5626:2020, sistemas de recalque devem utilizar comandos de acionamento e desativação automáticos. 2.1.8 Golpe de Aríete Segundo Carvalho (2017), o golpe de aríete pode ser conceituado como um fenômeno que causa ruídos extremamente desagradáveis, ocorrendo devido a choques da água com a tubulação quando a primeira, vindo em velocidades consideradas altas, é bruscamente interrompida (Figura 9). A principal forma de amenizar o golpe de aríete é a utilização de acessórios que limitem a velocidade da água na tubulação, como registros com fechamento mais suave e válvulas de descarga, evitando danos ao sistema, como os exemplificados na Figura 10. 24 2.2 Instalações prediais de água fria 2.2.1 Perdas de Carga Segundo Macintyre (2017), perda de carga pode ser definida como a energia que o líquido irá despender para escoar no encanamento, a qual pode ser calculada a partir da seguinte equação: Fonte: <https://leiautdicas.files.wordpress.com/2015/08/45 .png>. Acesso em: 25 de janeiro de 2022 Fonte: <https://www.tlv.com/global/images/steam_theory/what-is- waterhammer/2001-wh-destruction.jpg>. Acesso em: 25 de janeiro de 2022 Figura 10 – Danos à tubulação causados pelo Golpe de Aríete Figura 9 – Golpe de Aríete https://leiautdicas.files.wordpress.com/2015/08/45.png https://leiautdicas.files.wordpress.com/2015/08/45.png 25 𝑍1 + 𝑃1 𝛾 + 𝑉1² 2𝑔 = 𝑍2 + 𝑃2 𝛾 + 𝑉2² 2𝑔 + ℎ𝑝12 Onde: Z - Carga potencial; está relacionada com o ponto geométrico do centro gravitacional em relação ao ponto de referência. P γ - Representa a carga de pressão e está relacionada com as forças de pressão do escoamento. 𝑉2 2𝑔 - Carga cinética; representa as forças de movimento do fluido. ℎ𝑝12 – Perda de energia entre dois pontos pré-determinados Quando se divide a perda de energia por um determinado trecho de comprimento, tem- se a perda de carga unitária (m/m), comumente designada pela letra J: 𝐽 = ℎ𝑝 𝐿 Já a perda de carga total é formada por duas parcelas: a perda de carga distribuída e a perda de carga localizada. ▪ Perda de carga distribuída: nas extremidades do fluido que está sendo escoado pela tubulação, a velocidade é nula devido à adesão entre o fluido e as paredes dessa tubulação, caracterizando a camada estacionária. À medida que nos aproximamos do centro da tubulação, a velocidade aumenta até que seja máxima no centro. Logo, a perda de carga distribuída é provocada pelo atrito que ocorre entre a camada estacionária e a parede interna da tubulação, sendo considerada em trechos de tubulação retilíneos e de diâmetro constante, e podendo ser calculada de várias formas, sendo as equações abaixo algumas delas: o Darcy-Weisbach (equação universal): ℎ𝑝 = 𝑓 𝐿 𝐷 𝑉2 2𝑔 Sendo: hp – Perda de carga (m) f – Coeficientede atrito* (pode ser obtido no Diagrama de Moody, conforme Figura 11) 26 L – Comprimento da canalização (m) V – Velocidade média (m/s) D – Diâmetro da canalização (m) g – Aceleração da gravidade (9,81 m/s²) *Observação: Embora haja valores tabelados para o coeficiente de atrito f (Tabela 1), sua obtenção no Diagrama de Moody através do número de Reynolds e da rugosidade relativa do material que compõe a tubulação possibilita maior precisão dos resultados. Material do tubo Rugosidade ε (mm) Coeficiente de atrito f Aço galvanizado novo Com costura 0,15 a 0,20 0,012 a 0,06 Sem costura 0,06 a 0,15 0,009 a 0,012 Ferro fundido Revestido com asfalto 0,3 a 0,9 0,014 a 0,10 Revestido com cimento 0,05 a 0,15 0,012 a 0,06 Usado (sem revestimento) 0,40 a 12,0 0,02 a 1,5 Cimento amianto Novo 0,05 a 0,10 0,009 a 0,058 Usado 0,60 0,10 a 0,15 PVC e cobre 0,015 0,009 a 0,050 Tabela 1 – Rugosidade ε e coeficiente de atrito f para alguns materiais Fonte: Adaptado de Macintyre (2010) 27 o Hazen-Williams: 𝐽 = 10,65 𝑄1,85 𝐶1,85𝐷4,87 Sendo: J – Perda de carga unitária (m/m) Q – Vazão (m³/s) C – Coeficiente que depende da natureza das paredes da tubulação (Tabela 2) D – Diâmetro da tubulação (m) Fonte: Macintyre (2010) Figura 11 – Diagrama de Moody 28 Aço corrugado (chapa ondulada) 60 Aço com juntas lock-bar, tubos novos 130 Aço com juntas lock-bar, em serviço 90 Aço galvanizado 125 Aço rebitado, tubos novos 110 Aço rebitado, em uso 85 Aço soldado, tubos novos 130 Aço soldado, em uso 90 Aço soldado com revestimento especial 130 Cobre 130 Concreto, bom acabamento 130 Concreto, acabamento comum 120 Ferro fundido, novos 130 Ferro fundido, após 15-20 anos de uso 100 Ferro fundido, usados 90 Ferro fundido revestido de cimento 130 Madeiras em aduelas 120 Tubos extrudados, P.V.C. 150 A perda de carga total é dada por: ℎ𝑝 = 𝐽 𝑥 𝐿 Sendo: hp (m) é a perda de carga total e L (m) é o comprimento da tubulação. Segundo Porto (2006), a fórmula de Hazen-Williams pode, também, ser tabelada na forma 𝐽 = 𝛽𝑄1,85 para vários diâmetros e coeficientes de rugosidade, sendo: J (m/100m), D (m) e Q (m³/s) conforme a Tabela 3. Fonte: Adaptado de Porto (2016) Tabela 2 – Valores do coeficiente C 29 De acordo com Porto (2006), a fórmula de Hazen-Williams deve ser vista com reservas, uma vez que, ao igualá-la com a fórmula universal, entende-se que seu coeficiente de rugosidade C não caracteriza uma categoria de tubos como havia sido especificado em suas tabelas, já que, além de depender do diâmetro, é também afetado pelo grau de turbulência na tubulação. Assim, o autor recomenda a utilização da fórmula universal em detrimento da fórmula de Hazen-Williams. o Fair-Whipple-Hsiao: Segundo Porto (2006), as seguintes fórmulas empíricas são usualmente utilizadas em projetos de instalações tanto de água fria quanto de água quente, com tubulações mais curtas, diâmetros variados - geralmente menores que 4 polegadas - e grande número de conexões. • Para aço galvanizado novo conduzindo água fria: 𝐽 = 0,002021 𝑄1,88 𝐷4,88 Valores da constante 𝜷 para Q (m³/s) e J (m/100m) D (pol.) D (m) C = 90 C = 100 C = 110 C = 120 C = 130 C = 140 C = 150 2 0,050 5,593x105 4,602x105 3,858x105 3,285x105 2,832x105 2,470x105 2,174x105 2 ½ 0,060 2,301x105 1,894x105 1,588x105 1,325x105 1,166x105 1,016x105 8,945x104 3 0,075 7,763x104 6,388x104 5,356x104 4,559x104 3,932x104 3,428x104 3,017x104 4 0,100 1,912x104 1,574x104 1,319x104 1,123x104 9,686x103 8,445x103 7,433x103 5 0,125 6,451x103 5,308x103 4,451x103 3,789x103 3,267x103 2,849x103 2,507x103 6 0,150 2,655x103 2,185x103 1,831x103 1,559x103 1,345x103 1,172x103 1,032x103 8 0,200 6,540x102 5,382x102 4,512x102 3,841x102 3,312x102 2,888x102 2,542x102 10 0,250 2,206x x102 1,815x102 1,522x102 1,296x102 1,117x102 97,417 85,744 12 0,300 90,785 74,707 62,630 53,318 45,980 40,089 35,285 14 0,350 42,853 35,264 29,563 25,168 21,704 18,923 16,656 16 0,400 22,365 18,404 15,429 13,135 11,327 9,876 8,692 18 0,450 12,602 10,370 8,694 7,401 6,383 5,565 4,898 20 0,500 7,544 6,208 5,204 4,431 3,821 3,331 2,932 Fonte: Adaptado de Porto (2016) Tabela 3 – Valores da constante β da fórmula de Hazen-Williams 30 Sendo: Q (m³/s), D (m) e J (m/m), podendo ser também obtidos através do ábaco da Figura 12. • Para PVC rígido conduzindo água fria: 𝐽 = 0,0008695 𝑄1,75 𝐷4,75 Sendo: Q (m³/s), D (m) e J (m/m), podendo ser também obtidos através do ábaco da Figura 13. Figura 12 - Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para tubulações de aço e ferro fundido Fonte: Macintyre (2010) 31 Ambas as equações podem ser tabeladas na forma: 𝐽 = 𝛽𝑄𝑚 Com: J(m/m), Q(l/s) e β determinado a partir da Tabela 4. Figura 13 - Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para tubulações de cobre e de plástico Fonte: Macintyre (2010) 32 Diâm. refer. (pol) Aço galvanizado 𝜷 PVC Soldável – Roscável 𝜷 ¾ 0,162 0,41668 0,5746 1 3,044x10−1 0,12024 0,1653 1 ¼ 9,125x10−2 0,03919 0,0431 1 ½ 3,945x10−2 0,01358 0,0241 2 1,034x10−2 0,00561 0,00719 2 ½ 3,346x10−3 0,00190 0,00201 3 1,429x10−3 0,00104 0,00089 4 0,351x10−3 0,00031 0,00025 ▪ Perda de carga localizada: ocorre devido à turbulência gerada pelas mudanças de direção do traçado da tubulação ou pela mudança de seção (diâmetro) do tubo. A perda de carga localizada está presente em trechos onde há presença de acessórios, como válvulas, derivações, curvas, conexões, registros, bombas e turbinas, por exemplo, podendo ser calculada a partir da expressão geral de perda de carga: ℎ𝐿 = 𝐾 𝑣2 2𝑔 Sendo: ℎ𝐿 – Perda de carga localizada (m) v – Velocidade média de escoamento (em peças em que há mudança de diâmetro, geralmente é considerada a velocidade média na seção de menor diâmetro), em m/s g – Aceleração gravitacional, em m/s² K – Coeficiente adimensional de perda de carga localizada, o qual depende do acessório utilizado e da situação (Tabela 5) Fonte: Adaptado de Porto (2016) Tabela 4 – Valores da constante β, da fórmula de Fair-Whipple-Hsiao, para Q (l/s) e J (m/m) 33 Acessório K Cotovelo de 90º, raio curto 0,9 Cotovelo de 90º, raio longo 0,6 Cotovelo de 45º 0,4 Curva 90º, r/D = 1 0,4 Curva de 45º 0,2 Tê, passagem direta 0,9 Tê, saída lateral 2,0 Válvula de gaveta aberta 0,2 Válvula de ângulo aberta 5,0 Válvula de globo aberta 10 Válvula de pé com crivo 10 Válvula de retenção 3 Curva de retorno, α = 180º 2,2 Válvula de bóia 6 2.3 Instalações prediais de água quente 2.3.1 Rede de Distribuição A rede de distribuição de água quente em uma edificação é executada de forma independente da de água fria, possuindo encanamento próprio, mas seguindo os mesmos critérios de dimensionamento desta. Dessa forma, cabe ao projetista levar em consideração a necessidade ou não de materiais próprios para o transporte da água nas temperaturas desejadas, assim como o isolamento térmico de sua tubulação. “Recomenda-se que o percurso da tubulação de distribuição da água quente seja o menor possível, a fim de minimizar perdas térmicas entre a geração da água quente e os pontos de utilização e reduzir o volume de água descartado antes da chegada da água quente em temperatura adequada ao uso a qualquer ponto de utilização.” (NBR 5626:2020) Fonte: Adaptado de Porto (2016) Tabela 5 – Valores do coeficiente K para diversos acessórios 34 Segundo a NBR 5626:2020, os sistemas de recirculação devem ser estabelecidos durante a fase de concepção e projeto do sistema de aquecimento de água e, em casos onde não haja esse sistema, recomenda-seque a tubulação de água quente utilize isolamento térmico sempre que tiver comprimento superior a 1,5 metros a jusante do aquecedor ou reservatório de água quente. Além disso, a mesma norma recomenda a utilização de isolamento térmico nas tubulações e componentes que conduzem água quente, adequadamente projetados em relação ao material isolante e espessura de isolação. 2.3.2 Materiais empregados Instalações Prediais de Água Quente possuem materiais específicos a serem utilizados em suas tubulações devido às altas temperaturas a que são submetidas, a fim de que sua vida útil não seja prejudicada nem apresente patologias devido à má escolha do material empregado. Alguns dos mais utilizados são: ▪ Cobre: resistente a altas temperaturas, podendo ser utilizado inclusive na união entre placas solares. Apesar disso, é um grande condutor térmico, necessitando de isolamento para diminuir o efeito das trocas de calor com o meio ambiente. Dessa forma, exige mão de obra especializada, encarecendo a execução. Figura 14 – Tubos e conexões de cobre Fonte: <https://www.schedule.net.br/tubos-e-conexoes-de-cobre/>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2022. 35 ▪ CPVC (Policloreto de Vinila Clorado): indicado para instalações tanto de água fria como de água quente, dispensa isolamento térmico (já que não é um com condutor de calor) e resiste à condução de líquidos sob pressão a altas temperaturas e suporta até 80 ºC. Além disso, dispensa mão de obra especializada, uma vez que pode ser soldado a frio com cola especial). ▪ PEX (Polietileno Reticulado Monocamada): é um polímero termoplástico indicado para paredes de drywall e edificações com ambientes padronizados, como pousadas e hotéis. Resistente a temperaturas de trabalho a 70 ºC (com picos de até 95 ºC), apresenta grande durabilidade e flexibilidade, o que possibilita a execução de tubulações cujos trajetos não exigirão o uso de conexões ou acessórios. Além disso, é um material bastante resiste à corrosão e, devido ao seu interior liso, possibilidade menores perdas de carga. Outra grande vantagem é o que normalmente se denomina memória térmica, ou seja, ao ser aquecido à temperatura de amolecimento, retorna à forma original, o que permite Figura 15 – Tubos e conexões de CPVC Fonte: <https://cuboguia.com/item/blog/447/460>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2022. 36 a execução de curvas a frio e a quente. Sua execução é rápida e fácil e sua manutenção é bastante simples. ▪ PPR (Polipropileno Copolímero Random): descrito como um sistema inteligente de condução de água fria e quente, o PPR é uma resina que suporta temperaturas de até 80 ºC e as mantém constantes durante todo o percurso devido à sua baixa condutividade térmica. Exige menor manutenção e apresenta praticidade em sua instalação. Além disso, diferentemente dos tubos metálicos, resiste à água quente sem risco de vazamentos, é um material não tóxico e, em condições extremas, oferece longa vida útil. Suas emendas podem ser executadas por termofusão e é o material mais estanque disponível no mercado. Entretanto, sua execução requer profissionais especializados e maquinário na obra, encarecendo bastante o custo final. Figura 16 – Tubulações PEX Fonte: <http://www.gsdengenharia.com.br/tubulacoes-pex/>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2022. 37 2.3.3 Sistemas prediais de água quente Os sistemas prediais de água quente são compostos por, basicamente, três etapas principais: geração da água quente, armazenamento (opcional) e sistema de distribuição. Segundo Macintyre (2017), os sistemas podem ser divididos de acordo com a Tabela 6: Sistema Definição Exemplo Individual (ou local) Ocorre quando o sistema alimenta apenas um aparelho, ou seja, gera água quente para um ponto de utilização. Apresentar menores perdas de calor com o meio, mas pode gerar o maior consumo de energia. Chuveiro elétrico, boiler, aquecedor de passagem etc. Central privado (ou domiciliar) Ocorre quando o sistema alimenta vários aparelhos de uma unidade. Residências unifamiliares Central coletivo Ocorre quando o sistema alimenta diversos conjuntos de aparelhos de várias unidades residenciais, comerciais etc. Hotéis, residências multifamiliares, escolas, hospitais, quartéis etc. Segundo o Manual de Instalações Prediais (Almeida et al., 2021), ainda é possível acrescentar à tabela acima o Sistema de Aquecimento por Energia Solar, no qual “a geração de água quente se dá inicialmente através dos coletores de energia (placas coletoras), que absorvem energia dos raios solares, aquecendo-se e transferindo o calor para a água contida em um Fonte: Autora Tabela 6 – Sistemas prediais de água quente Figura 17 – Tubulações e acessórios PPR Fonte: <https://www.isoltubex.net/es/sistema-isoltherm-tuberias-de-polipropileno/>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2022. 38 conjunto de tubos e em seguida sendo acumulados em um boiler ou outro tipo de reservatório com revestimento térmico”. 2.3.4 Dimensionamento No que se refere ao dimensionamento de sistemas prediais de água quente, as considerações que precisam ser feitas são basicamente as mesmas dos sistemas de água fria, atentando-se apenas ao que foi exposto nos tópicos anteriores. 39 3. METODOLOGIA - MATERIAIS E MÉTODOS Tendo em vista que os resultados deste trabalho foram obtidos a partir de estudo prévio e análise normativa, chegou-se à definição de quatro principais etapas durante sua realização, a seguir. 3.1 – Fundamentação Teórica Para o presente trabalho, foram realizadas consultas às normas NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria, NBR 5626:2020 – Sistemas Prediais e Água Fria e Água Quente – Projeto, execução, operação e manutenção e NBR 7198:1993 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente. Então, foram destacados os principais pontos abordados e alterados para, enfim, ser definido todo o conteúdo presente nesta parte inicial. Além disso, a Fundamentação Teórica foi dividida em tópicos a fim de separar conceitos iniciais básicos a qualquer tipo de instalação hidráulica de conceitos mais voltados para dimensionamento e casos particulares, como instalações de água quente. Dessa forma, foram realizadas consultas aos títulos bibliográficos mais clássicos da área de instalações prediais, como Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura (Carvalho, 2017), Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais (Macintyre, 2010), Hidráulica Básica (Porto, 2006), Mecânica dos Fluidos (Zampar, 2018) e Manual de Instalações Prediais (Almeida et al., 2021). 3.2 – Análise comparativa entre as Normas Para esta etapa, foi realizada a leitura das três normas citadas acima, conferindo- se os pontos em comum e dando destaque às principais mudanças entre elas. Dessa forma, as alterações, acréscimos e exclusões foram apresentadas neste trabalho em Etapa 01 - Fundamentação Teórica Etapa 02 - Análise comparativa entre as Normas Etapa 03 - Caracterização da área em estudo Etapa 04 - Idenficação, em projeto, das principais implicações das mudanças normativas 40 formato de tópicos, levando em consideração tudo o que poderia gerar maior impacto desde o momento da concepção de um projeto hidráulico e seu dimensionamento até sua posterior execução e manutenção. Assim, obteve-se o levantamento das principais mudanças recorrentes do comparativo entre a NBR 5626:2020 com a NBR 5626:1998 e a NBR 7198:2003 3.3 – Caracterização da área em estudo Para uma abordagem mais prática, foi realizada a análise do projeto de instalação hidráulica de uma edificação unifamiliar, cuja norma considerada durante sua concepção foi a NBR 5626:1998, focando em todas as modificações necessárias para adequaçãoao que está sendo atualmente normatizado. Conforme as Figuras 14, 15 e 16, a residência unifamiliar utilizada para estudo de caso conta com 205,78 m² de área total construída, possuindo três suítes, um closet, banheiro social, lavabo, área de estar/jantar, área de serviço, depósito, sala de estar, garagem, terraço, solarium, piscina e área gourmet. Fonte: Diniz (2020) Figura 18 – Render da residência unifamiliar analisada 41 3.4 – Identificação, em projeto, das principais implicações das mudanças normativas Nesta etapa, foi realizado o traçado do sistema hidráulico residencial em planta baixa (Figuras 17, 18 e 19) e em seus isométricos (Figuras 20, 21 e 22) de acordo com o projeto já existente, cuja concepção está de acordo com a NBR 5626:1998. Levou-se em consideração medidas, distâncias e localização de acessórios a partir deste sistema Fonte: Diniz (2020) Fonte: Diniz (2020) Figura 20 – Planta baixa do pavimento superior da residência unifamiliar analisada Figura 19 – Planta baixa do pavimento térreo da residência unifamiliar analisada 42 já concluído para que houvesse a possibilidade de posterior comparação, de forma que a forma do traçado não influenciasse no resultado e que os valores obtidos no novo dimensionamento fossem devidos às alterações recomendadas ou exigidas na NBR 5626:2020. 43 Fonte: Autora Figura 21 – Traçado do sistema hidráulico no pavimento térreo para análise comparativa entre as normas 44 Fonte: Autora Figura 22 – Traçado do sistema hidráulico no pavimento superior para análise comparativa entre as normas 45 Fonte: Autora Figura 23 – Traçado do sistema hidráulico na cobertura para análise comparativa entre as normas 46 Fonte: Autora Figura 24 – Isométrico 01 47 Fonte: Autora Figura 25 – Isométrico 02 48 Fonte: Autora Figura 26 – Isométrico 03 49 Após a realização do traçado e dos isométricos, fez-se o dimensionamento do sistema hidráulico residencial de acordo com as considerações e exigências da NBR 5626:2020, pelas quais foi preciso atenção aos seguintes pontos: ▪ Velocidade: de acordo com a norma de 2020, a velocidade de escoamento não precisa estar limitada a 3 m/s, como exigia a norma anterior, bastando apenas que o projetista assegure que não haverá golpe de aríete ou qualquer outro dano ao sistema ou desconforto ao residente da edificação. ▪ Desnível: a NBR 5626:2020 exige que, no reservatório, seja considerada a condição mais desfavorável de reserva de água. Logo, praticamente se deve considerar que não há coluna d’água sobre a saída da tubulação do barrilete. Portanto, para o desnível entre o cavalete e o reservatório foi considerada apenas a altura entre a tubulação imediatamente após o hidrômetro e a base inferior do reservatório, desconsiderando qualquer possível coluna d’água ali presente. ▪ Pressão disponível: ainda de acordo com a exigência que a nova norma faz em se considerar a situação mais desfavorável do volume de água presente no reservatório, o dimensionamento assumiu pressão disponível nula no ponto imediato de saída de água deste para a residência. Logo, uma vez que não há coluna d’água, não há pressão disponível no ponto em questão. ▪ Perda de carga: mudança com potencial mais expressivo, a perda de carga total deixou de ser calculada pela multiplicação da perda de carga unitária (obtida com a equação de Fair-Whipple-Hsiao) pelo comprimento total da tubulação e passou a ser obtida através da Equação de Darcy-Weisbach, ou equação universal (Tabela 7). Para isto, utilizou-se rugosidade dos tubos de PVC no valor de 0,015 (Macintyre, 2010) e o Diagrama de Moody (Figura 11) para obtenção do valor do coeficiente de perda de carga f. 50 Perda de carga - Equação universal Rugosidade ε ε/d Visc. Cinemática μ Reynolds f 0,015 0,000882 0,000001003 13800570,68 0,016 0,015 0,000426 0,000001003 33628243,64 0,0159 0,015 0,00054 0,000001003 29001632,34 0,0259 0,015 0,000694 0,000001003 20819545,69 0,016 0,015 0,000694 0,000001003 11128515,27 0,0172 0,015 0,000426 0,000001003 33628243,64 0,0159 0,015 0,000426 0,000001003 24621810,81 0,0159 0,015 0,000426 0,000001003 18067469,65 0,0159 0,015 0,000694 0,000001003 20819545,69 0,016 0,015 0,000694 0,000001003 11128515,27 0,0172 0,015 0,000426 0,000001003 33628243,64 0,0159 0,015 0,000426 0,000001003 24621810,81 0,0159 0,015 0,000426 0,000001003 18067469,65 0,0159 0,015 0,000694 0,000001003 20819545,69 0,016 0,015 0,000694 0,000001003 11128515,27 0,0172 Seguem abaixo, na Tabela 8, os valores obtidos para o dimensionamento de acordo com a NBR 5626:2020. Tabela 7 – Valores considerados e obtidos na perda de carga pela equação universal Fonte: Autora 51 Trecho Pesos Vazão (l/s) Diam. (mm) Diam. Int. (mm) Veloc (m/s) Comprimento (m) Perda de carga Desn (m) Pressão Unit Acum Real Equiv Total Unit (m/m) Total (m) Disp (m) Resid (m) CAV- RES 0,185185 20 17 0,815865 34,17 5,4 39,57 - 1,2635 -7,24 10 1,4965 A F- 1 IS O 0 1 AB 5,2 9,7 0,934345 40 35,2 0,960134 1,84 8,4 10,24 - 0,21733 1 0 0,78267 BN 3,1 4,5 0,636396 32 27,8 1,048451 3,06 10,6 13,66 - 0,713022 1,5 0,78267 1,569649 NC 1 1,4 0,354965 25 21,6 0,968697 4,26 4,9 9,16 - 0,324518 2,25 1,569649 3,495131 CCH 0,4 0,4 0,189737 25 21,6 0,51779 2,60 4,6 7,2 - 0,078346 -1,6 3,495131 1,816785 A F- 3 IS O 0 2 AB 4,5 9,7 0,934345 40 35,2 0,960134 1,84 8,4 10,24 - 0,21733 1 0 0,78267 BD 2,4 5,2 0,684105 40 35,2 0,702988 1,66 7,3 8,9604 - 0,101948 0 0,78267 0,680722 DE 1,4 2,8 0,501996 40 35,2 0,515852 2,48 0 2,48 - 0,015193 0 0,680722 0,665529 EF 1 1,4 0,354965 25 21,6 0,968697 2,79 8 10,79 - 0,382265 3,45 0,665529 3,733264 FCH 0,4 0,4 0,189737 25 21,6 0,51779 1,60 0 1,6 - 0,01741 -1,6 3,733264 2,115854 A F- 4 IS O 0 3 AB 4,5 9,7 0,934345 40 35,2 0,960134 1,84 8,4 10,24 - 0,21733 1 0 0,78267 BD 2,4 5,2 0,684105 40 35,2 0,702988 1,66 7,3 8,9604 - 0,101948 0 0,78267 0,680722 DE 1,4 2,8 0,501996 40 35,2 0,515852 2,48 0 2,48 - 0,015193 0 0,680722 0,665529 EG 1 1,4 0,354965 25 21,6 0,968697 3,09 7,2 10,29 - 0,364551 3,45 0,665529 3,750978 GCH 0,4 0,4 0,189737 25 21,6 0,51779 1,60 3,1 4,7 - 0,051142 -1,6 3,750978 2,099835 Tabela 8 – Dimensionamento do sistema hidráulico de acordo com a NBR 5626:2020 Fonte: Autora 52 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este tópico traz o que, de fato, mudou e pode gerar mudanças ao se projetar um sistema hidráulico predial de acordo com a NBR 5626:2020. 4.1 Principais diferenças entre as normas 4.1.1 Anexos Algumas das principais alterações destacadas neste trabalho se encontram nos anexos de ambas as normas. Indo desde o caráter normativo ou informativo de cada anexo, até mesmo o foco de cada um deles, a NBR 5626:2020 traz uma quantidade maior de anexos e a Tabela 9 apresenta um resumo dessas modificações. 53 Anexo Tipo Título 1998 2020 1998 2020 A Normativo Normativo Procedimento para dimensionamento de tubulações da rede predial de distribuição Ensaio para verificação da proteção contra refluxo B Normativo Normativo Verificação da proteção contra retrossifonagem em dispositivos de prevenção ao refluxo Proteção contra corrosão ou degradação C Normativo Informativo Ruídos e vibrações em instalações prediais de água fria Ruídos e vibrações D Normativo Informativo Corrosão, envelhecimento e degradação detubulações empregadas nas instalações prediais de água fria Recomendações para o uso eficiente de energia nos sistemas prediais de água fria e quente E - Informativo - Novos materiais, componentes ou tecnologias F - Informativo - Procedimento de limpeza e desinfecção do sistema de água fria e quente A partir da tabela acima, pode-se notar que as mudanças não foram apenas quanto ao caráter normativo ou informativo de cada norma, como também seus temas abordados, tendo a norma de 2020 acrescentado dois anexos informativos. 4.1.2 Pressões Mínimas Com relação às pressões mínimas normatizadas, os valores permaneceram os mesmos, havendo alteração apenas nas possibilidades de exceções, como consta a seguir, na Tabela 10: Fonte: Autora Tabela 9 – Alterações dos anexos entre as NBRs 5626:1998 e 5626:2020 54 Pressão Mínima NBR 5626:1998 NBR 5626:2020 Observação Dinâmica 5 kPa (0,5 mca) 5 kPa (0,5 mca) A norma de 2020 permite pressão dinâmica mínima menor que 5 kPa caso não seja possível atingir esse valor em regiões críticas. De Utilização 10 kPa (1 mca) 10 kPa (1 mca) A norma de 1998 permitia exceções, enquanto a de 2020 define o valor mínimo para todos os pontos de utilização. No que se refere à pressão dinâmica de distribuição, ambos os valores mínimos permanecem 5 kPa. Entretanto, enquanto a norma de 1998 definia este valor para qualquer ponto da rede predial de distribuição, a de 2020 permite pressão ainda inferior em regiões críticas – como reservatórios, tomadas d’água e barrilete, por exemplo – caso o mínimo de 5 kPa não seja possível, contanto que todo o restante da rede de distribuição apresente pelo menos este valor. Além disso, a norma antiga não especificava o nível de água que deveria ser considerado no interior do reservatório para fins de verificações, enquanto a nova norma estabelece que deve ser considerado o menor nível de água, o que resulta numa consideração ainda mais rigorosa. Já quando se trata da pressão de utilização, as duas normas mantêm o mesmo valor mínimo de 10 kPa, mas a norma de 1998 considera a caixa de descarga com 5 kPa e a válvula de descarga para a bacia sanitária com 15 kPa como exceções, enquanto a norma de 2020 as extingue e define que a pressão mínima de utilização deve ser de 10 kPa em todos os pontos de utilização. 4.1.3 Pressões Máximas Apesar de norma de 2020 acrescentar que a sobrepressão deve ser pensada em relação à pressão dinâmica prevista em projeto, tanto a norma antiga quanto a nova toleram sobrepressões desde que não sejam maiores que 200 kPa, não dispensando sua consideração durante o dimensionamento das tubulações. Além disso, não houveram mudanças no que se refere à pressão estática máxima e ambas as normas estabelecem que seu valor máximo não deve ultrapassar 400 kPa em qualquer ponto de utilização do sistema Fonte: Autora Tabela 10 – Alterações das pressões mínimas entre as NBRs 5626:1998 e 5626:2020 55 predial de distribuição. Caso este valor seja ultrapassado, faz-se necessário reservatório intermediário ou válvula de alívio de pressão. 4.1.4 Reservatórios Alguns pontos importantes referentes à reserva de água mudaram ou passaram a não ser mais uma exigência. A Tabela 11 traz, de forma objetiva, essas mudanças. Mudanças NBR 5626:1998 NBR 5626:2020 Tempo de enchimento Residências unifamiliares: menor que 1 h Grandes reservatórios: até 6 h Residências unifamiliares: até 3 h Grandes reservatórios: até 6 h Reserva mínima 24 horas Pequenas residências: 500 L 24 horas Dimensionamento 60 cm de afastamento de todas as paredes do reservatório (para reservatório enterrado) Capacidade de reserva máxima para 3 dias Divisão Reservatórios de grande capacidade Não exige divisão ▪ Tempo de enchimento: apesar do tempo de enchimento permanecer o mesmo para grandes reservatórios, a nova norma considera tempo de enchimento máximo de 3 horas para residências unifamiliares. ▪ Reserva mínima: a norma de 1998 estabelecia que o volume de água reservado para o uso doméstico deveria ser, no mínimo, o necessário para a 24 horas de consumo normal da edificação, e que reservatórios de residências pequenas deveriam ter, pelo menos, volume de 500 litros. Já a nova norma exige apenas que o volume mínimo atenda às 24 horas de consumo normal, considerando eventual volume adicional para combate a incêndio. ▪ Dimensionamento: a norma antiga exigia 60 centímetros de afastamento entre o solo e todas as paredes dos compartimentos dos reservatórios enterrados, incluindo as partes superior e inferior. Já a norma mais recente não faz mais essa exigência. Entretanto, ela estabelece alguns regulamentos: o Deve ser possível a realização de inspeção visual; o Deve ser possível a realização de manutenção; Fonte: Autora Tabela 11 – Mudanças normativas referentes à reservação de água potável entre as NBRs 5626:1998 e 5626:2020 56 o É necessário que seja possível a capacidade de reserva máxima para 3 dias – não havia qualquer informação sobre esse ponto na norma anterior. ▪ Divisão: enquanto a norma antiga exigia divisão em reservatórios de grande capacidade, a nova norma define que, havendo capacidade de manter o abastecimento residencial enquanto se realiza a manutenção do reservatório inferior, este não irá precisar de divisões. 4.1.5 Potabilidade A NBR 5626:1998 conceituava padrão de potabilidade de acordo com a Portaria nº36 de 1990 do Ministério da Saúde, pela qual água potável era aquela cujas características de qualidade eram determinadas a partir de um conjunto de valores máximos permissíveis. Já a norma de 2020 o define de acordo com a legislação vigente, sendo esta atualmente a Portaria nº2.914 de 2011, também do Ministério da Saúde. Desta forma, o padrão de potabilidade da água para consumo é definido por um conjunto de valores permitidos como parâmetro de qualidade, não significando grandes diferenças no sentido prático. 4.1.6 Golpe de Aríete A NBR 5626:2020 traz uma mudança significativa envolvendo a velocidade de escoamento do sistema predial: se antes, na norma antiga, essa velocidade – em qualquer trecho – não deveria ser superior a 3 m/s devido à possibilidade de que valores acima disso resultassem em golpe de aríete, a norma mais recente aponta que é possível velocidade de escoamento maior do que esta, desde que seja comprovado que não haverá danos ao sistema ou desconforto ao usuário. 4.1.7 Perda de Carga A Tabela 12 a seguir apresenta um resumo com as principais alterações no que diz respeito à perda de carga nas tubulações do sistema hidráulico predial. 57 Norma Equação Material Fórmula NBR 5626:1998 Equação de Fair-Whipple-Hsiao PVC rígido 𝐽 = 0,0008695 𝑄1,75 𝐷4,75 Aço galvanizado 𝐽 = 0,002021 𝑄1,88 𝐷4,88 NBR 5626:2020 Equação de Darcy-Weisbach (equação universal) Diversos materiais ℎ𝑝 = 𝑓 𝐿 𝐷 𝑉2 2𝑔 Na norma antiga, o Anexo A recomenda a utilização da equação universal (ou equação de Darcy-Weisbach) para o cálculo das perdas de carga. Entretanto, não havendo informações sobre a rugosidade do material pelos fabricantes, a norma recomenda, então, as expressões de Fair-Whipple-Hsiao. Já a NBR 5626:2020 indica unicamente a equação universal, a qual pode ser utilizada para tubos de diversos materiais, incluindo ferro, aço, cobre e PVC, além de ser válido para todos os fluidos, incluindo líquidos e gases. Nesse quesito, a única recomendação da nova norma é dispender atenção ao material utilizado nas tubulações e ao trecho da tubulação considerada em caso de utilização de equações empíricas. 4.1.8 Água Quente Considerando que a NBR 5626:2020 engloba também instalações prediais de água quente e anula a NBR 7198:1993 - antiganorma que tratava sobre o assunto -, faz-se necessário destacar a principal alteração entre uma norma e outra: enquanto a NBR 7198:1993 definia que o tempo de espera para que a água fosse do boiler ao ponto de utilização não deveria passar de 20 segundos, a NBR 5626:2020 não traz qualquer valor para esse tempo, apenas exige que seja o menor possível. 4.1.9 Dilatação Térmica Pode-se afirmar que a única e considerável diferença entre a NBR 7198:1993 e a NBR 5626:2020 no que se refere à dilatação térmica é que, apesar da primeira abordar situações onde se irá ou não considerar as deformações (ΔL, na Figura 23) por essa dilatação, é a segunda que exige a verificação da deformação pela movimentação térmica. Fonte: Autora Tabela 12 – Equações utilizadas para o cálculo da perda de carga 58 “Deve ser verificada a deformação imposta em mudanças de direção, derivações ou ramificações pela movimentação térmica de trechos retilíneos longos de tubulação. Estas devem ter meios de absorver as deformações, seja pela extensão suficiente em razão da sua flexibilidade e traçado, seja pela interposição de componente adequado à absorção dessas deformações, como liras e juntas de expansão apropriadas.” (NBR 5626:2020) 4.2 Impactos da nova norma em um projeto hidráulico No tópico 3.4 deste trabalho, falou-se sobre as principais implicações trazidas pelas mudanças normativas. Dessa forma, o presente tópico traz um comparativo entre os diferentes resultados obtidos entre o dimensionamento de acordo com a nova norma e os valores a partir da norma de 1998 (Tabela 13), focando no impacto dessas mudanças no projeto referente ao estudo de caso ora desenvolvido. Fonte: ABNT NBR 5626:2020 Figura 27 – Dilatação térmica linear para tubulação de água quente 59 Trecho Pesos Vazão (l/s) Diam. (mm) Diam. Int. (mm) Veloc (m/s) Comprimento (m) Perda de carga Desn (m) Pressão Unit Acum Real Equiv Total Unit (m/m) Total (m) Disp (m) Resid (m) CAV- RES 0,185185 20 17 0,815865 34,17 5,3 39,47 0,064967824 2,56428 -7,24 10 0,19572 A F- 1 IS O 0 1 AB 5,2 9,7 0,934345 40 35,2 0,960134 1,84 8,4 10,24 0,034780001 0,356147 1 0 0,643853 BN 3,1 4,5 0,636396 32 27,8 1,048451 3,06 10,6 13,66 0,054491673 0,744356 1,47 0,643853 1,369497 NC 1 1,4 0,354965 25 21,6 0,968697 4,26 4,9 9,16 0,065041221 0,595778 2,25 1,369497 3,023719 CCH 0,4 0,4 0,189737 25 21,6 0,51779 2,60 4,6 7,2 0,021733474 0,156481 2,32 3,023719 5,187238 A F- 3 IS O 0 2 AB 4,5 9,7 0,934345 40 35,2 0,960134 1,84 8,4 10,24 0,034780001 0,356147 1 0 0,643853 BD 2,4 5,2 0,684105 40 35,2 0,702988 1,66 7,3 8,9604 0,020156134 0,180607 0 0,643853 0,463246 DE 1,4 2,8 0,501996 40 35,2 0,515852 2,48 0 2,48 0,011726478 0,029082 0 0,463246 0,434164 EF 1 1,4 0,354965 25 21,6 0,968697 2,79 8 10,79 0,065041221 0,701795 2,25 0,434164 1,982369 FCH 0,4 0,4 0,189737 25 21,6 0,51779 1,60 0 1,6 0,021733474 0,034774 1,6 1,982369 3,547596 A F- 4 IS SO 0 3 AB 4,5 9,7 0,934345 40 35,2 0,960134 1,84 8,4 10,24 0,034780001 0,356147 1 0 0,643853 BD 2,4 5,2 0,684105 40 35,2 0,702988 1,66 7,3 8,9604 0,020156134 0,180607 0 0,643853 0,463246 DE 1,4 2,8 0,501996 40 35,2 0,515852 2,48 0 2,48 0,011726478 0,029082 0 0,463246 0,434164 EG 1 1,4 0,354965 25 21,6 0,968697 3,09 7,2 10,29 0,065041221 0,669274 2,95 0,434164 2,71489 GCH 0,4 0,4 0,189737 25 21,6 0,51779 1,60 3,1 4,7 0,021733474 0,102147 1,6 2,71489 4,212743 Legenda Sem influência direta da NBR 5626:2020 Diretamente influenciado pela NBR 5626:2020 Fonte: Autora Tabela 13 – Dimensionamento do sistema hidráulico de acordo com a NBR 5626:1998 60 ▪ Diâmetro das tubulações: as considerações da NBR 5626:2020 não influenciaram de forma muito expressiva no que se refere aos diâmetros das tubulações. No geral, o dimensionamento permaneceu o mesmo, possibilitando redução apenas da tubulação das colunas de distribuição dos banheiros, as quais compreendem os trechos destacados na Tabela 14. Entretanto, por motivos práticos de funcionamento do sistema, foi mantido o diâmetro de 25 mm para esses trechos, como mostrado nos isométricos da Figura 28. Trecho Diâmetro (mm) 1998 2020 CAV-RES 20 20 AF-1 ISO 01 AB 40 40 BN 32 32 NC 25 25 CCH 25 25 AF-3 ISO 02 AB 40 40 BD 40 40 DE 40 40 EF 25 25 FCH 25 25 AF-4 ISO 03 AB 40 40 BD 40 40 DE 40 40 EG 25 25 GCH 25 25 Fonte: Autora Tabela 14 – Valores obtidos para o diâmetro das tubulações Figura 28 – (a) Isométrico 01, (b) Isométrico 02 e (c) Isométrico 03 (a) (b) (c) Fonte: Autora 61 Vale destacar que o isométrico 02 foi o que definiu diâmetro mínimo para o restante da tubulação, uma vez que seus trechos entre os pontos A e E precisavam de pelo menos 40mm para que fosse obtido valor aceitável de pressão residual em seu ponto de saída d’água do chuveiro. ▪ Velocidade de escoamento: neste caso, como as vazões permaneceram as mesmas e se optou por manter os diâmetros da tubulação dos banheiros, a velocidade de escoamento permaneceu a mesma em todos os trechos considerados, como mostrado na Tabela 15. Trecho Veloc. (m/s) 1998 2020 CAV-RES 0,815865 0,815865 AF-1 ISO 01 AB 0,960134 0,960134 BN 1,048451 1,048451 NC 0,968697 0,968697 CCH 0,517790 0,517790 AF-3 ISO 02 AB 0,960134 0,960134 BD 0,702988 0,702988 DE 0,515852 0,515852 EF 0,968697 0,968697 FCH 0,517790 0,517790 AF-4 ISO 03 AB 0,960134 0,960134 BD 0,702988 0,702988 DE 0,515852 0,515852 EG 0,968697 0,968697 GCH 0,517790 0,517790 Fonte: Autora Tabela 15 – Valores obtidos para as velocidades de escoamento 62 ▪ Perdas de carga: com a mudança das equações utilizadas para obtenção das perdas de carga – Fair-Whipple-Hsiao para perda de carga unitária de acordo com norma de 1998 e Darcy- Weisbach de acordo com a norma de 2020 -, observou-se pequenas reduções das perdas de carga na maior parte dos trechos considerados. Na Tabela 16, os destaques em verde indicam a redução das perdas de carga no dimensionamento pela norma de 2020 em detrimento da de 1998. Trecho Perda de carga (m) 1998 2020 CAV-RES 2,56428 1,26350 AF-1 ISO 01 AB 0,356147 0,217330 BN 0,744356 0,713022 NC 0,595778 0,324518 CCH 0,156481 0,078346 AF-3 ISO 02 AB 0,356147 0,217330 BD 0,180607 0,101948 DE 0,029082 0,015193 EF 0,701795 0,382265 FCH 0,034774 0,017410 AF-4 ISO 03 AB 0,356147 0,217330 BD 0,180607 0,101948 DE 0,029082 0,015193 EG 0,669274 0,364551 GCH 0,102147 0,051142 Fonte: Autora Tabela 16 – Valores obtidos para as perdas de carga 63 ▪ Pressões residuais: com a redução das pernas de carga indicadas na tabela anterior, as pressões residuais sofreram aumentaram nos pontos críticos (chuveiros) no dimensionamento pela norma de 2020, como destacado em verde na Tabela 17, abaixo: Trecho Pressão residual (m) 1998 2020 CAV-RES 0,19572 1,49650 AF-1 ISO 01 AB 0,643853 0,782670 BN 1,399497 1,569649 NC 3,053719 3,495131 CCH 1,297238 1,816785 AF-3 ISO 02 AB 0,643853 0,782670 BD 0,463246 0,680722 DE 0,434164 0,665529 EF 3,182369 3,733264 FCH 1,547596 2,115854 AF-4 ISO 03 AB 0,643853 0,782670 BD 0,463246 0,680722 DE 0,434164 0,665529 EG 3,214890 3,750978 GCH 1,512743 2,099835 Além disso, a Tabela 18 traz a pressão mínima de funcionamento das linhas básicas de chuveiros de algumas das maiores marcas disponíveis no mercado, assegurando que as pressões Fonte: Autora Tabela 17 – Valores obtidos para as pressões residuais 64 residuais encontradas acima não apenas são maiores que as dimensionadas pela norma antiga, como também são suficientes para o normal funcionamentonesses pontos críticos. Marca Pressão mínima de funcionamento (m.c.a.) Deca 2 Docol 2 Lorenzetti 1 A partir dos resultados obtidos para adequação normativa de um sistema hidráulico em uma edificação unifamiliar, pode-se atribuir à NBR 5626:2020 um caráter mais conservador do que sua predecessora. Tal afirmação é assegurada principalmente pelas seguintes alterações: exigir que seja considerado o menor nível de água presente no(s) reservatório(s) superior(es), visando a situação mais desfavorável possível – o desabastecimento; aumentar de 1h para 3h o tempo de enchimento do(s) reservatório(s) – prevendo possíveis inconstâncias no fluxo de água oriundo da rede pública; fixar em 3 dias o prazo a ser atendido pela capacidade de reserva máxima no(s) reservatório(s) – assegurando a potabilidade da água ali presente; exigência de verificação da deformação pela movimentação térmica em casos de dilatação térmica – permitindo que seja identificável a suficiência do espaço no qual a tubulação se encontra. Esse caráter conservador pode ser visto de forma positiva, uma vez que considera imprevistos externos como também padroniza a capacidade de reserva máxima, a qual anteriormente ficava a critério do projetista. Dessa forma, a edificação terá mais segurança em seu fornecimento de água e os projetos hidráulicos estarão mais alinhados no que se refere à sua reserva. Se, por um lado, os critérios quanto à água reservada ficaram mais claros e bem definidos, por outro, percebe-se omissão de indicação do método de dimensionamento a ser adotado perante o sistema hidráulico. Além da NBR 5626:2020 alterar os anexos presentes na norma de 1998, ela retirou o Anexo A, que definia todo um procedimento para obtenção Fonte: Autora Tabela 18 – Pressões mínimas de escoamento de chuveiros disponíveis no mercado oes 65 do dimensionamento das tubulações, alterando também, as equações a serem utilizadas – substituindo a Equação de Fair-Whipple-Hsiao pela de Darcy-Weisbach para obtenção das perdas de carga, por exemplo. Com a retirada desse anexo, deixou-se a cargo do projetista a análise da literatura disponível para a definição de diversas variáveis, como os pesos de cada acessório e as perdas de carga para cada conexão, podendo haver diferenças nos valores de acordo com a metodologia empregada. Além disso, a norma de 2020 é bastante subjetiva no que se refere à velocidade de escoamento máxima, uma vez que retirou o valor máximo de 3 m/s e recomenda que o projetista assegure que a velocidade obtida não irá causar danos ao sistema, como o Golpe de Aríete, nem desconforto ao usuário. A alteração normativa traz como vantagem a possibilidade de utilização de novos materiais (como o CPVC e o PPR), porém, não há padronização devido inexistência de limites máximos de velocidade bem definidos de acordo com o material utilizado. 66 5. CONCLUSÃO Através das análises realizadas neste trabalho é possível concluir que a norma ABNT NBR 5626:2020, quando comparada com à de 1998, é caracterizada principalmente pela liberdade dada aos projetistas na concepção de diversas variáveis e na escolha do método de dimensionamento utilizado para o sistema hidráulico predial. Fatores como velocidade de escoamento, por exemplo, deixam de ser limitantes quanto ao material escolhido para as tubulações e passa a permitir a utilização de diversos outros mais duráveis e resistentes, a depender do tipo da obra a ser executada. Contatou-se a ausência de roteiro definido para o dimensionamento dos sistemas prediais, dando ao projetista a liberdade de escolher, dentre as metodologias existentes na literatura, a mais adequada à aplicação pretendida. Em relação à água quente, conclui-se que a NBR 5626:1998 segue as mesmas recomendações e as mesmas exigências que faz para a água fria, sendo mais conservadora do que a NBR 7198:1993 em poucos aspectos, como quando exige a verificação da deformação da tubulação pela dilatação térmica. Finalmente, pode-se constatar a importância da atualização das normas técnicas apontando, como motivação para estas mudanças trazidas pela NBR 5626:2020, o uso de novos produtos e técnicas. Ao revisar suas antecessoras, a nova norma permite que sejam utilizados na engenharia os novos materiais produzidos a partir dos avanços tecnológicos, com propriedades ampliadas, que permitem ao projetista diversificar as soluções propostas, atribuindo mais resistência e, consequentemente, maior segurança ao sistema hidráulico a ser concebido e dimensionado. 67 REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Técnica 5626, de Setembro de 1998. NBR 5626 - Instalação Predial de Água Fria, [S. l.], 30 out. 1998. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Técnica 5626, de Junho de 2020. NBR 5626 - Sistemas prediais de água fria e água quente: Projeto, execução, operação e manutenção, [S. l.], 29 jun. 2020. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Técnica 7198, de Setembro de 1993. NBR 7198 - Projeto e execução de instalações prediais de água quente, [S. l.], 1 nov. 1993. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 36, DE 19 DE JANEIRO DE 1990. [S. l.], 19 jan. 1990. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1990/prt0036_19_01_1990.html. Acesso em: 16 dez. 2021. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011. [S. l.], 12 dez. 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. Acesso em: 16 dez. 2021. CARVALHO JÚNIOR, Roberto. Instalações Hidráulicas: e o Projeto de Arquitetura. 11. ed. rev. [S. l.]: Blucher, 2017. 373 p. ISBN 978-8521211594. MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas: Prediais e Industriais. 4. ed. [S. l.]: LTC, 2010. 596 p. ISBN 978-8521616573. 68 PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. 4. ed. rev. São Carlos, SP: EESC-USP, 2016. 540 p. ISBN 85-7656-084-4. ZAMPAR FILHO, Luis Eduardo. Mecânica dos Fluidos. [S. l.]: Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. 208 p. ISBN 978-85-522-0740-5. ALMEIDA, Ana Victoria Carlos et al. Manual de Instalações Prediais. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34016. Acesso em: 17 jan. 2022.
Compartilhar