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ProduAAúoSabAúoEmBarra-Felipe-2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
BACHARELADO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS 
 
 
RENATO JUSTINO TAVARES FELIPE 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
PRODUÇÃO DE SABÃO EM BARRA A PARTIR DO ÓLEO DE 
COZINHA USADO EM ESCALA INDUSTRIAL 
 
 
 
 
 
ORIENTADORA: Profa. Dra. Katherine Carrilho De Oliveira Deus 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, RN 
2022 
RENATO JUSTINO TAVARES FELIPE 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE SABÃO EM BARRA A PARTIR DO ÓLEO DE 
COZINHA USADO EM ESCALA INDUSTRIAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte na linha de trabalho sobre tratamento de 
efluentes e seu reaproveitamento, para a obtenção do título de 
Engenheiro de Alimentos. 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Katherine Carrilho de Oliveira Deus 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RENATO JUSTINO TAVARES FELIPE 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE SABÃO EM BARRA A PARTIR DO ÓLEO DE 
COZINHA USADO EM ESCALA INDUSTRIAL 
 
 
 
 
Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado e aprovado como requisito parcial para 
obtenção do Título de bacharel em Engenharia de Alimentos, na Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. 
 
Natal, 15/02/2022. 
 
__________________________________________ 
Profa. Dra. Katherine Carrilho de Oliveira Deus 
Orientadora - UFRN 
 
_________________________________________ 
Profa. Dra Andréa Oliveira Nunes 
Membro interno - UFRN 
 
_________________________________________ 
Prof. Dr. Juarez Azevedo de Paiva 
Membro interno UFRN 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer a Deus, pela vitória que Ele me deu ao permitir que eu ingressasse em 
uma Universidade Federal, por ter permitido que eu chegasse até aqui e por ter me ajudado até 
aqui e o mais importante, por ter permitido eu estar finalizando esse curso. 
Aos amigos que fiz nesse mundo chamado UFRN. 
A todos os professores que eu tive durante esses seis anos e meio de curso e passaram o 
conhecimento que tenho hoje. 
Aos meus pais e familiares. 
A professora Drª Katherine Carrilho de Oliveira Deus por ter aceitado ser minha 
orientadora no presente TCC. 
A Drª Helena da Universidade Federal do Rio Grande por todo apoio. 
Aos meus irmãos em Cristo que Oraram por mim. 
A todos que torceram por mim e disseram “Vai dar certo!” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FELIPE, Renato Justino Tavares – Produção de sabão em barra a partir do óleo de 
cozinha usado em escala industrial. Trabalho de Conclusão de Curso, UFRN, Departamento de 
Engenharia Química. Áreas de concentração: Engenharia de Alimentos. 2022, Natal/RN, 
Brasil. 
Orientadora: Profa. Dra. Katherine Carrilho de Oliveira Deus. 
 
RESUMO: 
O óleo de cozinha é muito utilizado em residências, bares e restaurantes no preparo 
(fritura) de alimentos; mas após um tempo de uso, este perde suas propriedades e passa por um 
processo de rancidez, ficando impróprio para o uso. Muitas pessoas ainda desconhecem os 
riscos que o descarte inadequado do óleo provoca, estes riscos vão desde a poluição da água, 
do ar e do solo até o aparecimento de pestes e doenças e o encarecimento do tratamento da água. 
Mas existem formas de agregar valor ao óleo usado através da avaliação do ciclo de vida, da 
reciclagem e da economia circular, inserindo-o novamente como matéria-prima para produção 
de sabão, biodiesel e tintas, evitando assim o seu descarte inadequado. É nesse contexto que 
entra o tema do presente trabalho que tem como objetivo a agregação de valor a um resíduo, 
que seria descartado inadequadamente, para a produção de sabão em barra em escala industrial, 
gerando emprego e renda e evitando os impactos ambientais. Pensando nisso, foi proposta uma 
unidade recicladora, foram calculados os balanços de massa e energia e foi feita a análise 
econômica para chegar no custo unitário do produto. Devido à pandemia de Covid-19, não foi 
possível a realização de experimentos em laboratório, por isso os valores foram retirados de 
artigos e vídeos explicativos e, em seguida, adaptados para a escala industrial; com as 
adaptações feitas, foi possível estimar uma produção diária de 552 kg de sabão, sendo embalado 
em formas de 200 gramas, com isso foi possível estimar uma produção diária de 2760 barras. 
Apesar de ser algo já existente, é de grande importância a implantação de uma unidade 
recicladora de óleo para que as pessoas se conscientizem dos impactos negativos do seu descarte 
inadequado e que é possível agregar valor a um resíduo alimentício. 
Palavras Chave: Óleo usado, reciclagem, sabão. 
 
 
 
 
 
 FELIPE, Renato Justino Tavares – Production of bar soap from used cooking oil 
on an industrial scale. Completion of course work, UFRN, Department of Chemical 
Engineering. Areas of concentration: Food Engineering. 2022, Natal/RN, Brazil. 
 Advisor: Prof. Dr. Katherine Carrilho de Oliveira Deus. 
 
ABSTRACT: 
 
 Cooking oil is widely used in homes, bars and restaurants in the preparation (frying) 
of food; but after a while of use, it loses its properties and goes through a process of rancidity, 
becoming unfit for use. Many people are still unaware of the risks that the improper disposal of 
oil causes, these risks range from water, air and soil pollution to the appearance of pests and 
diseases and the increase in water treatment. But there are ways to add value to used oil through 
life cycle assessment, recycling and the circular economy, re-inserting it as a raw material for 
the production of soap, biodiesel and paints, thus preventing its inappropriate disposal. It is in 
this context that the theme of the present work enters, which aims to add value to a residue, 
which would be inappropriately discarded, for the production of bar soap on an industrial scale, 
generating employment and income and avoiding environmental impacts. With this in mind, a 
recycling unit was proposed, mass and energy balances were calculated and an economic 
analysis was carried out to arrive at the unit cost of the product. Due to the Covid-19 pandemic, 
it was not possible to carry out experiments in the laboratory, so the values were taken from 
articles and explanatory videos and then adapted to the industrial scale; with the adaptations 
made, it was possible to estimate a daily production of 552 kg of soap, being packaged in 200 
gram molds, with this it was possible to estimate a daily production of 2760 bars. Despite being 
something that already exists, it is very important to implement an oil recycling unit so that 
people are aware of the negative impacts of improper disposal and that it is possible to add 
value to a food waste. 
 Key-Words: used oil, recycling, soap. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABREVIATURAS 
 
V volume 
M3 metro cúbico 
M massa 
Kg quilogramas 
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas 
L litros 
S.C. Soda Caustica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 Composição (%) dos ácidos graxos de alguns dos óleos e gorduras de origem 
vegetal............................................................................................................. 
19 
Tabela 2 Custo Inicial com equipamentos e utensílios e a depreciação.......................... 37 
Tabela 3 Demais equipamentos, móveis e veículos e a depreciação.............................. 38 
Tabela 4 Custo Fixo Total............................................................................................. 38 
Tabela 5 Cargos e salários............................................................................................. 39 
Tabela 6 Custos Fixos.................................................................................................... 40 
Tabela 7 Insumos...........................................................................................................40 
Tabela 8 Embalagem e rótulo........................................................................................ 41 
Tabela 9 Custo Energético Total................................................................................... 42 
Tabela 10 Valor Total...................................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 Estrutura de um ácido graxo............................................................................. 15 
Figura 2 Principais ácidos graxos................................................................................... 15 
Figura 3 Formação da molécula de triacilglicerol........................................................... 16 
Figura 4 Quebra da molécula de triacilglicerol............................................................... 16 
Figura 5 Fluxograma do processo................................................................................... 24 
Figura 6 Tanque de Decantação...................................................................................... 25 
Figura 7 Reação de Saponificação.................................................................................. 26 
Figura 8 Formas de madeira para sabão.......................................................................... 27 
Figura 9 Túnel de encolhimento..................................................................................... 28 
Figura 10 Layout da Unidade Recicladora........................................................................ 29 
Figura 11 Balanço de Massa da Limpeza do Óleo............................................................ 30 
Figura 12 Balanço de Massa do Processo de Filtração...................................................... 31 
Figura 13 Balanço de Massa do Processo de Decantação................................................. 31 
Figura 14 Tanque dispersor.............................................................................................. 32 
Figura 15 Balanço de Massa do Processo de Homogeneização........................................ 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11 
1.1.1OBJETIVO GERAL ................................................................................. 13 
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 13 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 14 
2.1 Óleos vegetais ..................................................................................................... 14 
2.2 Principais tipos de óleos ................................................................................. 16 
2.3 Composição dos principais óleos .................................................................... 19 
2.4 Rancidez ........................................................................................................ 19 
2.5 Impactos do descarte irregular de óleo ............................................................ 20 
2.6 Sustentabilidade aplicada a reciclagem do óleo usado. .................................... 21 
3. METODOLOGIA ................................................................................................. 23 
3.1 Fluxograma do processo. ................................................................................ 23 
3.2 Descrição das etapas do fluxograma ............................................................... 23 
3.3 LAYOUT DA UNIDADE RECICLADORA.................................................. 27 
3.4 BALANÇOS DE MASSA .............................................................................. 29 
3.4.1 Balanço de Massa da Limpeza do Óleo. ................................................... 29 
3.4.2 Balanço de Massa do Processo de Filtração. ............................................. 29 
3.4.3 Balanço de Massa do Processo de Decantação. ......................................... 30 
3.4.4 Balanço de Massa do Processo de Homogeneização ................................. 30 
3.4.5 Balanço de Massa do Processo de Moldagem. .......................................... 33 
3.5 BALANÇO DE ENERGIA ............................................................................ 33 
3.5.1 Balanço de Energia da Limpeza do Óleo. ................................................. 34 
3.5.2 Balanço de energia da Homogeneização ................................................... 35 
3.6 ANÁLISE ECONÔMICA .............................................................................. 35 
3.6.1 Custo com Equipamentos. ........................................................................ 36 
3.6.2 Custo com Funcionários ........................................................................... 38 
3.6.3 Custos Fixos. ............................................................................................ 39 
 
 
3.6.4 Custos com insumos e embalagens. .......................................................... 39 
3.6.5 Custo Energético ...................................................................................... 40 
3.6.6 Valor unitário do produto ......................................................................... 41 
3.7 PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................... 42 
3.8 TRATAMENTO DE EFLUENTES................................................................ 43 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 44 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A rápida expansão populacional, o desenvolvimento econômico e a urbanização 
tornaram elevada a geração de resíduos sólidos, incluindo resíduos das produções agrícolas, 
resíduos do processamento industrial de alimentos, além dos resíduos domésticos (GUO et al., 
2021). O descarte inapropriado ou tratamento de resíduos inadequado está entre as principais 
causas da poluição ambiental e destruição dos ecossistemas, afetando a saúde humana e animal 
(MATHEW et al., 2020). Em vista disso, estimular o reaproveitamento destes resíduos têm 
implicações importantes para a preservação ambiental, além de impulsionar o desenvolvimento 
econômico (SHARMA et al., 2021). 
Aliado as pesquisas sobre o reaproveitamento de resíduos, avanços recentes têm 
sido realizados no desenvolvimento de processos “environmentally friendly”, ou seja, 
“amigáveis ao ambiente”, aplicando estratégias integradas de produção, as quais posteriormente 
podem ser incluídas no processo economia circular (cujo elemento principal é o reciclo), 
fazendo com que o conceito de “resíduo” desapareça (MATHEW et al., 2020; SHARMA et al., 
2021). 
Os óleos residuais (e ainda as gorduras) são provenientes, em sua maior parte, de 
processos de fritura de alimentos. As principais fontes desses rejeitos estão localizadas nos 
grandes centros industriais e comerciais e, em menor quantidade nos lares (CASTELLANELLI, 
2008). Quando é feito o descarte irregular destes materiais há a contaminação da água, do solo 
e até da atmosfera terrestre. 
Quando descartado na água, pode contaminar rios, mares, represas e afetar diretamente 
as espécies (animais e vegetais) que vivem nesses ambientes (RECICLA SAMPA, 2021). Essa 
contaminação acontece porque a densidade do óleo é menor que a da água, consequentemente, 
o óleo fica retido na superfície da água e o resultado (como foi citado no começo do parágrafo) 
é afetar diretamente as espécies que vivem nesses ambientes. Um exemplo claro disso é a morte 
do fitoplâncton (microalgas fotossintéticasque vivem em rios e mares), pois este depende da 
luz para desenvolver-se, e o resultado de sua morte vai desde o comprometimento da cadeia 
alimentar das espécies aquáticas pois estas ficariam sem alimento, até a diminuição do oxigênio 
atmosférico (FOGAÇA, 2021). 
Quando descartado no solo, o óleo o impermeabiliza, dificultando a infiltração da água, 
e o resultado são as enchente e inundações. Após a sua decomposição, o óleo pode liberar gás 
12 
 
metano na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e o aquecimento global (RECICLA 
SAMPA, 2021). 
Os números recentes sobre as quantidades de óleos residuais geradas no Brasil são 
elevados e causam preocupação. Existem várias alternativas e a primeira delas é a fabricação 
de sabão, que mesmo sendo uma tecnologia conhecida e antiga, ainda é bastante útil e usual, 
uma vez que converte o óleo a um produto menos poluente e de melhor biodegradabilidade 
(OLIVEIRA, 2015). 
Além de causar danos ao meio ambiente, o descarte irregular de óleo ainda pode trazer 
problemas aos encanamentos e às ETE’s (Estação de tratamento de efluentes), pois o mesmo 
fica retido nas tubulações, causando entupimentos e atraindo pragas que podem trazer doenças 
como a leptospirose e a cólera. Quando chega nas ETE’s, o óleo é tratado para que a água possa 
ser devolvida aos rios e às represas, porém esse tratamento é de apenas 68% e o resultado é que 
uma parte do óleo ainda é despejado. Um ponto importante a ser destacado é que o tratamento 
é muito caro, correspondendo a 20% do custo total do mesmo (FOGAÇA, 2021). A reciclagem 
do óleo pode ser vista do ponto de vista da sustentabilidade que envolve, além do uso de 
recursos naturais, os problemas da sociedade como um todo. 
Visando pautar a temática da sustentabilidade ao presente trabalho, será tomado como 
base o economista polonês Ignacy Sachs. Para Sachs, a sustentabilidade vai muito além do uso 
de recursos naturais. Esta, deve pautar de uma forma ampla nos problemas da sociedade como 
um todo. Segundo Sachs, a sustentabilidade se divide em dimensões social (com distribuição 
igualitária de renda e de bens), Econômica (através do gerenciamento mais eficiente dos 
recursos), ecológica (a principal do presente trabalho, que consiste em reduzir resíduos por meio 
da reciclagem), espacial (com uma divisão mais justa de espaços urbanos e rurais), e cultural 
(na busca de processos que não interfiram de forma significativa nos parâmetros culturais) 
(VERONA, 2015). 
Para o presente trabalho, será pautada a dimensão ecológica e social, porque, 
consequentemente, ao realizar a reciclagem do óleo (o tema do presente trabalho) está havendo 
uma redução de resíduos e também da poluição ambiental de um modo geral e ainda geração 
de emprego e renda. 
Em vista disso, o óleo descartado incorretamente causa muitos danos ao meio ambiente, 
mas para minimizar esses impactos, existem formas de reaproveitá-lo. A forma mais conhecida 
é a sua reciclagem para a fabricação de sabão, outras formas de reaproveita-lo é na produção 
de biodiesel, ração animal e resinas para tintas. Neste sentido o presente trabalho tem como 
13 
 
objetivo avaliar a implantação de uma unidade de fabricação de sabão a partir do 
reaproveitamento do óleo de cozinha, ou seja, discutirá a importância da agregação de valor ao 
óleo de cozinha usado para fabricação de sabão em escala industrial como alternativa para gerar 
emprego e renda. 
1.1 OBJETIVOS 
1.1.1OBJETIVO GERAL 
 
Apresentar uma proposta de implantação de uma unidade industrial para a 
produção do sabão. 
 
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Estudar os óleos vegetais mais usados e a sua composição antes do uso; 
 Analisar os impactos do descarte irregular do óleo vegetal usado ao meio ambiente; 
 Apresentar possíveis soluções para questão da reciclagem por meio da produção de 
sabão. 
 Avaliar a viabilidade da implantação de uma unidade de fabricação de sabão a partir 
do reaproveitamento do óleo de cozinha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Óleos vegetais 
 
O óleo vegetal pode ser definido como uma gordura natural extraída das plantas 
(CARVALHO, 2017). Uma das formas de se classificar um óleo vegetal é pela sua 
composição de ácidos graxos (FUENTES 2011), que são ácidos monocarboxílicos (um 
carbono ligado a uma hidroxila e um oxigênio) com um radical de cadeia longa e linear 
(como pode ser visto na Figura 1), com número par de átomos de carbono, podendo ser 
saturados, insaturados ou poli-insaturados (DIAS, 2021). 
Figura 1: Estrutura de um ácido graxo. 
 
Fonte: Diogo Lopes Dias, 2021. 
 Quando se fala em ácidos graxos, três são os principais dominantes nos óleos 
vegetais: palmítico (C16:0), oleico (C18:1(9)), linoleico (C18:2(9,12)), algumas vezes 
acompanhado de ácido esteárico (C18:0) e pelo ácido linolênico (C18:3(9,12,15)). Há 
também outros que estão presentes nos óleos especiais, incluindo mirístico, láurico, 
erúcico, hexadecenóico, ácido ᵞ-linolênico, eleostearico e isômeros, ricinoléico e 
vernólico (GUNSTONE, 2005). Na Figura 2 são mostradas as estruturas dos principais 
ácidos graxos. 
Figura 2: Principais ácidos graxos. 
 
Fonte: Raquel Machado de Sousa, 2015. 
15 
 
Os óleos vegetais são compostos em sua maioria por triglicerídeos, que são 
compostos por três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de glicerol 
(CARVALHO, 2017). Na Figura 3 é mostrado como ocorre a reação para a formação da 
molécula de triacilglicerol. 
Figura 3: Formação da molécula de triaciglicerol. 
 
Foto: Ana Carolina de Oliveira Carvalho, 2017. 
 
Os ácidos graxos dos óleos vegetais só são utilizados quando a estrutura do 
triacilglicerol se rompe. Esse rompimento acontece pela ação da água e do calor nos três 
locais em que o oxigênio realiza uma ligação simples com carbono saturado (indicado 
pelas setas azuis). Após isso, cada oxigênio desse recebe um átomo de hidrogênio e o 
carbono a que ele estava ligado recebe uma hidroxila (OH), como pode ser observado na 
Figura 4. 
Figura 4: Quebra da molécula de triacilglicerol. 
 
Foto: Diogo Lopes Dias, 2021. 
 
 
16 
 
2.2 Principais tipos de óleos 
 
 Os principais tipos de óleos são: 
 Óleo de soja: 
A soja (Glycine max) é uma leguminosa que pertence família Fabaceae, à sub-
família das Papilionoidea e do grupo das Faseoleas (CARVALHO, 2017). Considerada 
um dos grãos mais antigos que o homem conhece e começou a ser cultivada pelos 
chineses há cerca de 5.000 anos. Chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes japoneses 
em 1908, mas só foi introduzida em 1914 no Rio grande do Sul, e a sua expansão 
aconteceu nos anos 70 por causa do interesse crescente da indústria de óleos (JORGE, 
2009). A soja é composta por aproximadamente 40% de proteínas, 20% de lipídios, 17% 
de celulose e hemicelulose, 7% de açúcares, 5% de fibra e 6% de Cinzas (JORGE, 2009). 
Em 2020, a produção total de soja no mundo foi de 362,947 milhões de toneladas; 
No Brasil, maior produtor mundial do grão, a produção total foi de 135,409 milhões de 
toneladas; Mato Grosso (maior produtor brasileiro do grão) produziu ao todo 35,947 
milhões de toneladas (EMBRRAPA, 2021). 
A principal vantagem do óleo de soja em relação a outros se deve ao seu baixo 
preço aliado à sua boa qualidade (CARVALHO, 2017). Dentre as demais vantagens se 
destacam: alto nível de insaturação presente; o óleo se mantém líquido sobre uma 
oscilação de temperatura relativamente ampla; pode ser hidrogenado parcialmente; os 
fosfatos, restos de metais e sabões que permanecem após a extração podem ser removidos 
facilmente para obter um produto de alta qualidade; e a presença natural de antioxidantes 
(tocoferóis) que não foram removidos durante o processamento também contribui para 
sua estabilidade (JORGE, 2009). 
 Óleo de milho: 
O milho (Zea Mays L.) é uma planta pertencente à família das gramíneas, e é 
provavelmente o grão maisantigo cultivado nas Américas (JORGE, 2009). 
O óleo de milho comercial é obtido do gérmen do grão de milho. O gérmen 
representa 9% do grão e contém cerca de 83% do total de lipídios. Este cereal não é 
cultivado por seu conteúdo em óleo, o qual representa somente 3,1 – 5,7% do peso do 
grão, mas pelo seu elevado teor de amido (61 – 78%) e proteína (6 – 12%) (JORGE, 
2009). 
17 
 
Um fato importante que tem contribuído para o aumento da demanda nos 
mercados é a estabilidade oxidativa do óleo de milho durante o uso e a ausência de 
formação de precipitado sob refrigeração. Além disso, são muitos os benefícios 
nutricionais, primariamente relacionados aos seus ácidos graxos insaturados e conteúdo 
de vitamina E, que tem despertado o interesse por este tipo de óleo. Os ácidos graxos 
poliinsaturados ajudam a regular os níveis de colesterol sangüíneo, a síntese de 
eicosanóides e a diminuir a pressão arterial (JORGE, 2009). 
É um dos alimentos mais nutritivos que existem, e contém quase todos os 
aminoácidos conhecidos. O óleo é obtido da semente do milho. Na indústria alimentícia 
tem muitos usos, principalmente no preparo de bolos, tortas e doces, além de ser utilizado 
para fritar alimentos, elaborar margarinas, maioneses e molhos para saladas (JORGE, 
2009). 
 Óleo de canola: 
A canola [Brassica napus L. e Brassica rapa L.] planta da família das crucíferas 
(como o repolho e as couves), pertence ao gênero Brassica (CARVALHO, 2017). O nome 
canola é derivado da sigla Canadian Oil Low Acid, as sementes foram obtidas por 
modificação genética das espécies Brassica napus e Brassica rapa (campestres) 
(FUENTES, 2011). 
A canola é o único cultivo oleaginoso adaptado para as regiões temperadas. 
Possibilitando a germinação e o crescimento em baixas temperaturas, o que permite o 
cultivo em regiões mais frias e de maiores altitudes (FUENTES, 2011). Os grãos de 
canola produzidos no Brasil possuem em torno de 24 a 27% de proteína e de 34 a 40% de 
óleo (CARVALHO, 2017). 
O óleo pode ser obtido por prensagem ou por extração com solvente ou uma 
combinação dos dois métodos. O óleo bruto é de coloração âmbar escuro e contém alto 
nível de fosfatídios (3,5%), pigmentos e compostos sulfurados. O óleo refinado é amarelo 
claro e livre de cera, fósforo e de enxofre e apresenta odor e sabor suave (JORGE, 2009). 
O óleo de canola é usado em salada, fritura e na formulação da margarina. As 
vantagens nutricionais desse óleo se relacionam ao baixo índice de ácidos graxos 
saturados, que favoreceriam o aumento do nível de colesterol sangüíneo, um dos fatores 
de risco na arteriosclerose e também ao elevado teor de ácidos graxos poli-insaturados, 
que ajudam a diminuir o nível de colesterol sangüíneo. Graças as suas qualidades nesse 
18 
 
aspecto, o óleo de canola vem conquistando espaço no mercado ano após ano, mesmo 
vendido a preços mais altos (JORGE, 2009). 
 
 Óleo de girassol: 
O girassol (Helianthus annuus L.) é considerado uma das espécies mais antigas 
de sementes oleaginosas na América do Norte, pertence à família Compositae 
(Asteraceae) e ao gênero Helianthus (FUENTES, 2011). Quando foi levado para a Europa 
e para a Ásia no século XVI, a beleza da flor conquistou espaço como planta ornamental 
e hortaliça. Após isso, os russos descobriram o potencial do girassol como óleo vegetal 
(JORGE, 2009). Hoje, a planta é cultivada em todos os continentes, principalmente em 
locais de clima temperado como Rússia, Argentina, Europa Ocidental e Oriental, China 
e Estados Unidos (FUENTES, 2011). De maneira geral, a semente de girassol possui 
aproximadamente 24% de proteínas e 47,3% de matéria graxa em sua composição 
(FUENTES, 2011). 
O óleo da semente de girassol passou a ser consumido na Europa, no século XVIII. 
O óleo de girassol é produzido industrialmente a partir das sementes de girassol. Estas 
são limpas, secas, descascadas, trituradas e extraídas com solvente (CARVALHO, 2017). 
É um óleo que pode ser usado a frio diretamente sobre os alimentos, em molhos 
para saladas, maioneses, etc. Além de entrar na composição de numerosas margarinas e 
cremes de barrar, em combinação com outros componentes de mais elevado ponto de 
fusão (CARVALHO, 2017). 
 Óleo de algodão: 
 
O óleo de algodão, é derivado das sementes de Gossypium hirsutum (Americano) 
ou Gossypium barbadense (Egípcio), é um subproduto na obtenção da fibra (JORGE, 
2009). 
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o óleo 
após a extração é submetido ao processo de refino e desodorização por meio de processos 
tecnológicos adequados. Sua obtenção ocorre seja por prensagem ou métodos de extração 
por solvente. As sementes do algodão são ótimas fontes de proteína barata para formular 
alimentos (CARVALHO, 2017). 
É bastante usado em países pobres, por causa do alto teor destes constituintes e da 
boa qualidade dos seus ácidos graxos e aminoácidos e representam uma fonte alimentícia 
importante para suplementar uma dieta deficientes em proteínas (CARVALHO, 2017). 
19 
 
O óleo de algodão é usado principalmente como óleo para saladas ou óleo de 
cozinha, sendo que 56% são consumidos nesta categoria, enquanto que 36% são 
consumidos em forma de gorduras vegetais para frituras e cozimento, e uma pequena 
parte é usada em margarinas e outros (JORGE, 2009). 
 
2.3 Composição dos principais óleos 
 
A composição dos principais óleos vegetais pode ser vista na tabela abaixo: 
Tabela 1: Composição (%) dos ácidos graxos de alguns dos óleos e gorduras de 
origem vegetal. 
Fonte do 
óleo ou 
gordura 
Palmítico 
C16 
Esteárico 
C18 
Oléico 
C18:1(n9) 
Linoléico 
C18:2(n9,12) 
Linolênico 
C18:3(n9,12,15) 
Algodão 17-31 1-4 13-44 33-59 0,1-2,1 
Amendoim 6-16 1,3-6,5 35-72 13-45 <1 
Dendê 32-59 1,5-8 27-52 5-14 <1,5 
Girassol 3-10 1-10 14-65 20-75 <0,7 
Oliva 7,5-20 0,5-3,5 56-83 3,5-20 <1,5 
Milho 8-19 0,5-4 19-50 34-62 4-11 
Soja 7-14 1,4-5,5 19-30 44-62 4-11 
Fonte: Oliveira et al, 2021. 
 
2.4 Rancidez 
 
Rancidez pode ser definida como a deterioração em óleos e gorduras 
sensorialmente detectável (JORGE, 2009). Há dois tipos de Rancidez: 
 
 
 
 
 Hidrolítica: 
 
É a hidrólise de óleos e gorduras com produção de ácidos graxos livres, que ocorre 
por causa da ação de enzimas lipases presentes nas sementes oleaginosas ou lipases de 
origem microbiana (JORGE, 2009). 
20 
 
A decomposição das gorduras por meio da lipase é acelerada pela luz e calor, com 
formação de ácidos graxos livres que causam sabor e odor desagradáveis, principalmente 
em gorduras como manteigas, que possuem grande quantidade de ácidos graxos voláteis. 
Já, as gorduras com ácidos graxos não-voláteis, esses sabores e odores característicos não 
aparecem juntamente com a deterioração (JORGE, 2009). 
Além da rancidez hidrolítica enzimática, há também a rancidez hidrolítica não 
enzimática ou química (o foco do presente trabalho). Essa rancidez ocorre nos processos 
de fritura, nas quais a hidrólise se dá a altas temperaturas com a liberação de água do 
próprio alimento, produzindo ácidos graxos livres, monoacilgliceróis, diacilgliceróis, 
glicerol, monômeros cíclicos, dímeros e polímeros e um odor desagradável devido a 
presença da água do alimento (JORGE, 2009). 
 Oxidativa 
Também chamada de auto oxidação é a reação mais importante em óleos e 
gorduras do ponto de vista da qualidade. A principal reação é a ação direta do oxigênio 
atmosférico sobre as duplas ligações dos ácidos graxos insaturados, com a conseqüente 
formação de peróxidos e hidroperóxidos que são os produtos primários sensorialmente 
inertes (PORTAL EDUCAÇÃO, 2021). 
 
 
2.5 Impactos do descarte irregular de óleo 
 
Uma das principais fontes de poluição são as atividades industriais, que 
diariamente despejam resíduos sólidos, líquidos e gasosos no meio ambiente, e causam 
sérios impactos no solo, na água e no ar, trazendo vários prejuízospara a vida na Terra e 
para a natureza, que termina sofrendo com as consequências desses impactos. Mas além 
das atividades industriais, o ser humano também é uma das fontes de poluição, pois, 
muitas vezes por ignorância, o mesmo polui o meio ambiente, principalmente ao descartar 
resíduos sólidos e líquidos de forma incorreta, em especial o óleo de cozinha usado. 
Como já foi mencionado na Introdução, o descarte irregular do óleo traz sérios 
problemas ao meio ambiente; ao ar, por aumentar a concentração de carbono na 
atmosfera, contribuindo para o aquecimento global; à água, pois devido à sua baixa 
densidade, cria uma barreira que impede a passagem de luz e oxigênio, afetando 
negativamente a biodiversidade aquática; e ao solo, por impedir a infiltração da água das 
21 
 
chuvas e impedir a absorção de nutrientes para as plantas; além de entupir tubulações e 
encanamentos e trazer prejuízos nas estações de tratamento de efluentes, pois esse tipo de 
tratamento (separação de fases oleosa e aquosa) é caro e não separa as fases por completo. 
E infelizmente, por falta de conhecimento do descarte irregular de óleo e seus impactos 
negativos, muitas pessoas o descartam de forma inapropriada. 
 
2.6 Sustentabilidade aplicada a reciclagem do óleo usado. 
 
O Planeta tem enfrentado diariamente dificuldade em satisfazer a demanda cada 
vez maior da população no que tange os recursos naturais e em absorver os resíduos 
produzidos. Para diminuir essa realidade, surge o conceito de desenvolvimento 
sustentável, que visa o uso equilibrado e racional dos recursos disponíveis para atender 
as necessidades e as demandas da geração atual sem comprometer a demanda das 
gerações futuras (LUCCHETTI et al., 2019). 
A principal causa dos resíduos é o modo como as atividades são baseadas, que na 
maioria dos casos, consiste em um modelo econômico linear. Esse modelo consiste em 
transformar recursos naturais em materiais e produtos básicos para a venda. A 
desvantagem deste modelo é que é baseado na premissa incorreta de uma disponibilidade 
abundante de recursos, fácil de encontrar e de baixo custo para o descarte, ignorando os 
impactos ambientais relacionados (LUCCHETTI et al., 2019). 
Diante dessa problemática, surge o conceito de economia circular que consiste em 
associar desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, por meio de 
novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor 
dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e 
renováveis (SESI, 2022). 
Em síntese, a economia circular trata-se de um modelo econômico planejado para 
que o desperdício (no caso do presente trabalho, resíduo) de um determinado processo 
retorne à circulação tornando matéria prima para o mesmo ou para um processo diferente. 
Um sistema (processo) atinge a circularidade quando não produz resíduos (LUCCHETTI 
et al., 2019). 
A economia circular tem como objetivo imitar a natureza, pois a natureza não 
produz resíduos, e sim, por meio de processos cíclicos recicla e reaproveita a matéria de 
forma infinita. Ou seja, ao imitar a natureza, há uma melhora e otimização do uso dos 
22 
 
materiais que entram nos sistemas de produção e da energia que alimenta esses processos, 
garantindo, respectivamente, que o valor dos produtos e materiais seja mantido enquanto 
possível e utilizando fontes de energia renováveis (LUCCHETTI et al., 2019). 
É nesse contexto visando a economia circular que entra o tema do presente 
trabalho que consiste em agregar valor a um resíduo alimentício (óleo de cozinha usado) 
através da elaboração de um plano de negócios para implantação de uma unidade 
recicladora de óleo de cozinha usado para fabricação de sabão e assim gerar emprego, 
renda e evitar os impactos ambientais causados pelo seu descarte irregular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3. METODOLOGIA 
 
3.1 Fluxograma do processo. 
 
Em razão da pandemia de Covid-19 não foi possível a realização de experimentos 
em laboratório, logo, as etapas serão descritas conforme trabalhos científicos e vídeos 
explicativos e os valores serão adaptados para a realidade industrial. 
Figura 5: Fluxograma do processo.
 
Fonte: Autor, 2022. 
 
 
 
 
3.2 Descrição das etapas do fluxograma 
 
 Recepção: 
Nessa etapa inicial, as embalagens com o óleo usado chegam na unidade 
recicladora e ficam armazenadas em estrados sobre o chão. 
 Limpeza: 
É posto em um tanque de aço inoxidável óleo, água e água sanitária, todos nessa 
proporção, em seguida, o fogão é aceso. O objetivo dessa etapa é “lavar” o óleo e não há 
1. Recepção
2. Limpeza
3. Filtração 4. Decantação
5. 
Homogeneização 
(saponificação)
6. Endurecimento 7. Embalagem
8. 
Armazenamento
9. Expedição
24 
 
um tempo determinado, quando a mistura começar a ferver, o óleo está limpo, e isso 
acontece quando a cor do óleo fica mais clara do que antes da fervura. Uma observação 
importante é que todos os componentes devem ser postos juntos para evitar acidentes 
como o respingo do óleo quente. 
 Filtração: 
Após o óleo ficar limpo e clareado, o mesmo é filtrado. O objetivo dessa etapa é 
separar (reter) do óleo os restos de alimentos provenientes do processo de fritura. Isso é 
feito em uma peneira de aço inoxidável. 
 Decantação: 
Essa etapa tem como objetivo separar o óleo da água e da água sanitária, isso é 
feito deixando a mistura em repouso em um tanque de decantação de 100 kg (Figura 6). 
Como a densidade do óleo é menor que a da água, naturalmente o óleo sobe e a água 
desce pela ação da gravidade. Após a separação das fases, a solução clorada que foi 
formada é retirada primeiro por uma torneira na parte inferior, em seguida, é retirado o 
óleo. Esse óleo não é apropriado para consumo humano por conta do resíduo de água 
sanitária. 
Figura 6: Tanque de decantação. 
 
Fonte: Mercado Livre, 2022. 
 
 
25 
 
 Homogeneização (saponificação): 
Nessa etapa começa a produção do sabão propriamente dito, esse processo é 
chamado de saponificação e consiste em misturar soda caustica e óleo em meio aquoso. 
O processo pode ser visto na Figura 7: 
Figura 7: Reação de Saponificação. 
 
 
Fonte: Gama et Al, 2015. 
 
Para que a reação de saponificação ocorra são necessários um glicerídeo e uma 
base forte (hidróxido de sódio) em um meio aquoso e o produto dessa reação é um álcool 
(glicerol ou propantriol) e um sal (sabão, no caso). Pelo cálculo estequiométrico são 
necessários três mols de soda cáustica para reagir com um mol do glicerídeo e nessa 
reação há um rompimento de ligações, o cátion (sódio) se liga ao carbono próximo ao 
radical e o resultado é o sabão, enquanto que a hidroxila (OH-) se liga ao carbono próximo 
a um oxigênio e o resultado é um álcool (glicerol). 
Para a realização dessa etapa, tomou-se por base o artigo de Aberici & Pontes, 
2004, porém com algumas adaptações. Em seu artigo “Reciclagem de óleo comestível 
usado através da fabricação de sabão” as autoras utilizaram 4 L de óleo comestível usado, 
2 L de água, ½ copo de sabão em pó, 1 kg de soda cáustica (NaOH), 5 mL de óleo 
essencial. Como o objetivo da unidade é produzir sabão neutro e em escala industrial, 
serão retirados os itens sabão em pó e óleo essencial e adicionado álcool etílico 70 
tamponado para equilibrar o pH e ajudar no endurecimento, e os valores, posteriormente, 
serão adaptados para a escala industrial. 
Inicialmente, a água é aquecida a uma temperatura de 60 °C. Em seguida, a água 
é colocada em um tanque com capacidade para 10 L, e, aos poucos é adicionada a soda 
cáustica (lembrando de manter a mistura sempre em constante agitação com um agitador 
26 
 
mecânico); aos poucos é adicionado o óleo à solução alcalina que deve continuar sendo 
agitada por 40 minutos até a formação de uma massa com consistência pastosa. 
Por se tratar deum processo exotérmico, ou seja, que libera calor e energia, e 
tendo em vista que a soda cáustica é altamente corrosiva e o seu vapor pode causar danos 
à saúde do trabalhador, a execução dessa etapa só pode ser feita com o exaustor ligado e 
com os funcionários usando os EPI’s (Equipamentos de proteção individual) óculos, 
máscara facial, luva descartável, protetor auricular e touca, devidamente fornecidos pela 
empresa, de acordo com o Artigo N° 166 do Decreto-lei 5452 de 1° de maio de 1943 da 
CLT (consolidação das Leis Trabalhistas) que diz: 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento 
de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e 
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção 
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. (Redação dada pela Lei 
nº 6.514, de 22.12.1977) (BRASIL, 1943). 
 Endurecimento: 
Nessa etapa, a massa formada é colocada em formas retangulares (Figura 8) e, em 
seguida, fica em repouso por 24 horas para o endurecimento e finalização da reação de 
saponificação. 
Figura 8: Formas de madeira para sabão. 
 
Fonte: Mercado Livre, 2022. 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103515/lei-6514-77
27 
 
 Embalagem: 
Nessa etapa, o sabão é colocado em embalagens plásticas (embalagem primária), 
passa por um túnel de encolhimento (Figura 9) para selar bem o produto e por último é 
embalado em caixas de papelão (embalagem secundária). 
Figura 9: Túnel de encolhimento. 
 
Fonte: Cetro Máquinas, 2022. 
 
 Armazenagem: 
Após a embalagem, as caixas ficam armazenadas em um depósito até a expedição. 
 Expedição: 
O produto final (sabão) é enviado para os seus respectivos destinos. 
 
 
3.3 LAYOUT DA UNIDADE RECICLADORA. 
 
O International Labour Office de Genebra define layout como sendo a posição 
relativa dos departamentos, seções ou escritórios dentro do conjunto de uma fábrica, 
oficina ou área de trabalho (PELISSER et al., 2021). 
Para fazer um layout adequado, deve ser observada a representação espacial 
envolvendo homens, materiais e equipamentos. Além disso, que proporcione a 
minimização do esforço e da movimentação, para gerar valor no produto, reduzindo, 
assim, o custo de produção. Deve-se, ainda, respeitar o fluxo das operações, evitando 
cruzamentos, retornos e interrupção (PELISSER et al., 2021). 
28 
 
Para a indústria, em especial a de alimentos, o desenvolvimento de um layout 
adequado ao processo produtivo traz como resultados positivos a ergonomia, o aumento 
da produtividade/rendimento do processo e a redução de custos (PELISSER et al., 2021). 
Pensando nisso, foi planejado o layout (Figura 10) da unidade recicladora de óleo 
usado para produção de sabão de forma a garantir o fluxo da produção em escala linear, 
ou seja, após a finalização de uma etapa, o produto gerado segue para outra etapa sem 
haver cruzamentos, garantindo uma produção ágil e eficiente. 
Figura 10: Layout da Unidade Recicladora. 
 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2022. 
 
 
 
29 
 
3.4 BALANÇOS DE MASSA 
 
Para a realização dos balanços de massa será usada a Lei da conservação da massa, 
proposta por Lavoisier, que diz: Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se 
transforma (Royan, 2022). 
 O balanço de massa do presente trabalho será feito por etapas. A depender da 
etapa, alguns balanços seguirão os seus valores de referência enquanto outros serão 
adaptados para a escala industrial. Considerando que os compostos apresentam um grau 
de pureza elevado, não será necessário ser feito o balanço de massa por componentes. 
Estima-se uma produção diária (8 horas) de 552 quilos de sabão, sendo 69 quilos 
por hora. 
3.4.1 Balanço de Massa da Limpeza do Óleo. 
 
Figura 11: Balanço de Massa da Limpeza do óleo. 
 
 1,5 litros de óleo 
 
 3,150 litros de 
 óleo Clarificado 
 Com sujidades 
0,150 litros de 
Água sanitária 1,5 litros de água 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
Obs.: O balanço acima é para uma panela. Por se tratar de uma unidade industrial todos 
os valores são multiplicados por vinte e oito, porque esse processo não é feito em apenas 
uma panela, mas em um tanque de aquecimento com capacidade par 100 litros. 
 
3.4.2 Balanço de Massa do Processo de Filtração. 
 
Nessa etapa, não há valores significativos para as sujidades podendo variar entre 
5-10 gramas de restos alimentares ou mesmo o óleo já filtrado. Obs.: Essa etapa depende 
de como o óleo chegou na Unidade. 
30 
 
Figura 12: Balanço de Massa do Processo de Filtração. 
 
 3,15 litros 
 de óleo 
 filtrado 
 
 5-10 gramas de sujidades 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
3.4.3 Balanço de Massa do Processo de Decantação. 
 
Figura 13: Balanço de massa do processo de decantação 
 
 1,5 de óleo 
 decantado. 
3,15 de óleo 
filtrado 
 1,65 litros de solução clorada 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
 
 
3.4.4 Balanço de Massa do Processo de Homogeneização 
 
É nessa etapa que os valores serão convertidos para a escala industrial. Todo o 
processo é feito em um tanque dispersor de polipropileno com capacidade para 100 litros 
ou 0,1 m3 (Figura 14), logo, os valores que foram, anteriormente, usados para uma escala 
de até 10 litros, agora são convertidos para até 100 litros. A escolha do material do tanque 
se deve ao fato de que o plástico é um dos poucos materiais que não é corroído pela soda 
caustica. 
 
 
 
 
3,15 litros de óleo 
clarificado com sugidades 
31 
 
Figura 14: Tanque Dispersor. 
 
Fonte: Mercado Livre, 2022. 
 
Equação 1: Conversão do valor do óleo em escala convencional para industrial. 
 ÓLEO Volume do Tanque 
Escala convencional: 4,2 L  10 L 
Escala Industrial: X  100L 
Resolvendo a equação, temos que: X = (100 L do tanque x 4,2 L de óleo) /10 L 
do tanque. X = 42 litros de óleo. 
 
Equação 2: Conversão do valor da soda caustica em escala convencional para 
industrial. 
 S.C Volume do Tanque 
Escala convencional: 1 kg  10 L 
Escala Industrial: X  100 L 
 Resolvendo a equação, temos que: X = (100 L do tanque x 1 kg de S.C) / 
10 L. X = 10 kg de soda caustica. 
 
 
Equação 3: Conversão do valor da água em escala convencional para industrial. 
 ÁGUA Volume do Tanque 
Escala convencional: 2 L  10 L 
Escala industrial: X  100 L 
32 
 
 Resolvendo a equação, temos que: X = (100 L do tanque x 2 L de água) / 
10 L. X = 20 litros de água. 
Equação 4: Conversão do valor do álcool em escala convencional para industrial. 
 ÁLCOOL Volume do Tanque 
Escala convencional: 0,2 L  10 L 
Escala industrial: X  100 L 
 Resolvendo a equação, temos que: X = (100L do tanque x 0,2 L de álcool) 
/ 10 L. X = 2 litros de álcool. 
Como o produto final é medido em quilogramas, os valores em litros do óleo, do 
álcool e da água serão convertidos para massa multiplicando o valor em litro pelas suas 
respectivas densidades (massa por volume) através da equação 4. 
Equação 5: conversão de litro para volume. 
V = M x ρ. 
V é o volume (em litros, L); M é a massa (em quilogramas, kg) e ρ é a densidade 
(quilos por litros, kg/L). 
Convertendo os valores de volume da água, do álcool e do óleo para massa, temos 
que: 
Água: M água = 20 L x 1 (
kg
L
) = 20 kg. 
Segundo Gelson, 2018, a densidade do óleo de cozinha é de 891 kg/m3 e como 
1 m3 equivale a 1000 litros. Logo: 
Óleo: M óleo = 42 L x 0,891 (
kg
L
) = 37,42 kg. 
Segundo o CFQ, 2018, a densidade do álcool etílico é de 789kg/m3. Logo: 
Álcool: M álcool = 2 L x 0,789 (
kg
L
) = 1,58 kg 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 15: Balanço de Massa do Processo de Homogeneização. 
 1,58 kg de álcool 10 kg de Soda Caustica 
 
 
 
 69 kg de 
 sabão + 
 glicerina 
20 kg de Água 
 37,42 kg de óleo 
 
Fonte: Autor, 2022. 
 
3.4.5 Balanço de Massa do Processo de Moldagem. 
 
Nessa etapa, a massa formada (sabão + glicerina) é dividida e colocada em formas 
com 200 gramas. 
Fazendo o cálculo: Número total de formas = massa formada (kg)/massa vendida 
(kg). Logo, Número total de formas = 69 kg/0,200 kg => Número total de formas = 345 
formas. 
Total Produzido = 345 Formas x 8 => Total Produzido = 2760 barras de sabão. 
 
3.5 BALANÇO DE ENERGIA 
 
Para calcular o balanço energético, será usado como base a Primeira Lei da 
Termodinâmica que trata do princípio da conservação da energia. Segundo Planas, 2020, 
“A mudança na energia interna de um sistema termodinâmico durante sua transição de 
um estado para outro é igual à soma do trabalho das forças externas em o sistema e a 
quantidade de calor transferida para o sistema, e não depende da maneira pela qual essa 
transição é realizada.” 
 Segundo Souto, A primeira lei da termodinâmica diz que a variação na energia 
interna de um sistema (ΔU) é igual à transferência de calor resultante para dentro e para 
34 
 
fora do sistema (Q), mais o trabalho resultante realizado no sistema (W). Na forma de 
equação, a primeira lei da termodinâmica é, 
ΔU = Q + W. 
 
 Os balanços energéticos calculados serão os das etapas de limpeza e 
homogeneização, porque em ambos há variação de temperatura e no caso da 
homogeneização, há o cálculo da potência necessária para aquecer a água. 
 
3.5.1 Balanço de Energia da Limpeza do Óleo. 
 
Nessa etapa, não há trabalho realizado e a energia interna é nula, mas há geração 
de calor devido ao aumento da temperatura, foi estipulada a temperatura de 60°C após o 
aquecimento. O balanço energético dessa etapa é feito pela equação Q = M x Cp X (Tf – 
Ti). Em que Q é a quantidade de calor; M é a massa (em kg); Cp é a capacidade calorífica, 
ou calor específico, que pode ser definido, segundo Tanaka, como a quantidade de energia 
necessária para aquecer 1 grama de uma substância em um grau; e T é a temperatura final 
e inicial. 
Óleo: Segundo Tanaka, a capacidade calorífica do óleo é entre 0,4 e 0,5 cal/g °C. 
Fazendo as conversões, temos que: 
0,5 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 °𝐶
 x 1000 
𝑔
1 𝑘𝑔
 x 4,3 
𝐽
1 𝑐𝑎𝑙
 = 2150 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
, Com isso, a quantidade de energia 
nessa fase para o óleo é: 
Q = 37,42 kg x 2150 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x (60 °C – 25 °C) = 2.815.855 J ou 2.815,8 kJ. 
Água: Segundo Tanaka, a capacidade calorífica da água é 1 cal/g °C. Fazendo as 
conversões, temos que: 
1 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 °𝐶
 x 1000 
𝑔
1 𝑘𝑔
 x 4,3 
𝐽
1 𝑐𝑎𝑙
 = 4300 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
. Com isso, a quantidade de energia nessa 
fase para a água é: 
Q = 42 kg x 4300 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x (60 °C – 25 °C) = 6.321.000 J ou 6.321 kJ. 
Água Sanitária: Segundo Lucca 2006, o calor específico da água sanitária é de 
0,918 cal/g °C. Fazendo as conversões, temos que: 
0,918 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 °𝐶
 x 1000 
𝑔
1 𝑘𝑔
 x 4,3 
𝐽
1 𝑐𝑎𝑙
 = 3947,4 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
. Com isso, a quantidade de energia 
nessa fase para a água sanitária é: 
35 
 
Q = 4,2 kg x 3947,4 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x (60 °C – 25 °C) = 580.267,8 J ou 580 kJ. 
Logo, a quantidade de energia total para a limpeza do óleo é de: 
Q Total = Q água + Q óleo + Q água sanitária = 6.321 kJ + 2.815,8 kJ + 580 kJ = 9.716,8 
kJ. 
3.5.2 Balanço de energia da Homogeneização 
 
Nessa fase, há geração de calor por conta do aquecimento da água e há realização 
de trabalho por conta do movimento do agitador mecânico. Logo, 
Água: Q água = 20 kg x 4300 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x (60 °C – 25 °C) = 3.010.000 J ou 3.010 kJ. 
Álcool etílico: Segundo Junior, o calor específico do álcool etílico é 0,6 cal/g °C. 
Fazendo as conversões, temos que: 
0,6 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 °𝐶
 x 1000 
𝑔
1 𝑘𝑔
 x 4,3 
𝐽
1 𝑐𝑎𝑙
 = 2.580 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
. Logo, 
Q álcool = 1,58 kg x 2.580 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x (60 °C – 25 °C) = 142.674 J ou 142,7 kJ. 
Óleo: Q Óleo = 37,42 kg x 2150 
𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x (60 °C – 25 °C) = 2.815.855 J ou 2.815,8 
Kj. 
Hidróxido de Sódio: Segundo Hernandez et al 2015, o calor específico da soda 
caustica é de 1,48 kJ/kg °C. Logo, 
Q soda caustica = 10 kg x 1,48 
𝑘𝐽
𝑘𝑔 °𝐶
 x 60°C = 888 kJ. 
A quantidade total de calor nessa fase é: 
Q Total = Q água + Q álcool + Q óleo + Q soda caustica = 3.010 kJ + 142,7 kJ + 2.815,8 kJ 
+ 888 kJ = 6.856,5 kJ. 
 
 
3.6 ANÁLISE ECONÔMICA 
 
A análise financeira, também chamada de análise econômica, é o estudo da 
capacidade de geração lucro de uma empresa. Esta é também uma maneira de medir seu 
desenvolvimento. Através dela, encontramos métodos que nos permitem avaliar a 
situação financeira do negócio. O objetivo é determinar o seu desempenho para o melhor 
uso dos seus recursos (CLAUDINO, 2021). 
https://bizcapital.com.br/blog/gestao-financeira-empresarial-como-ficar-sempre-no-azul/
https://bizcapital.com.br/blog/gestao-financeira-empresarial-como-ficar-sempre-no-azul/
36 
 
Quando se fala em informação, as empresas prezam por saber de sua situação 
financeira, pois é através da coleta de dados que os gestores terão a oportunidade de tomar 
decisões absolutas, evitando arbitrariedades que possam resultar em prejuízos a longo 
prazo para as instituições. É nesse cenário de tomada de decisões que surge a análise 
econômico-financeira, que tem como função fornecer informações para auxiliar os 
gestores e os administradores (SANTOS, 2016). 
É com base nas afirmações acima que são calculados os custos com equipamentos, 
funcionários, despesas, materiais (insumos) e a quantidade produzida em um mês para se 
chegar no valor unitário de cada unidade produzida, de forma que não falte recurso a 
ponto da empresa ter prejuízo ou acumular muito capital, mas o objetivo principal é que 
o preço do produto final esteja adequado com a concorrência. A empresa Recicladora 
EcoMais produz diariamente 2760 unidades de sabão pesando 200 gramas, conta com 21 
funcionários, e levando em conta um mês de trabalho sem contar os feriados, a empresa 
trabalha por 21-22 dias úteis a depender da quantidade de dias em um mês. 
3.6.1 Custo com Equipamentos. 
 
O custo total com os equipamentos e utensílios é visto na Tabela 2 e fazem parte 
do custo fixo inicial para implantação da Recicladora EcoMais, levando em conta também 
a depreciação que é definida como a desvalorização de um bem pelo seu tempo de uso e 
normalmente ocorre por conta do desgaste devido ao uso, obsolescência ou mesmo passar 
do tempo (INVESTOR AVALIAÇÕES, 2022). 
O custo da depreciação é feito calculando 10% do valor total dos equipamentos 
dividido por 12 meses. Os custos foram obtidos em sites de vendas entre os meses de 
janeiro e fevereiro de 2022. 
 
Tabela 2: Custo inicial com equipamentos e utensílios e a depreciação. 
Quantidade Descrição Valor Unitário Valor Total Depreciação 
1 
Tanque de 
Aquecimento 
 R$ 
16.500,00 
 R$ 
16.500,00 R$ 137,50 
3 Peneira Inox 
 R$ 
21,62 
 R$ 
64,86 R$ 0,54 
1 
Tanque de 
Decantação 
 R$ 
850,00 
 R$ 
850,00 R$ 7,08 
1 Barril de 50 litros 
 R$ 
203,94 
 R$ 
203,94 R$ 1,70 
1 Coifa 
 R$ 
1.158,05 
 R$ 
1.158,05 R$ 9,65 
37 
 
1 
Tanque Dispersor 
100 litros 
 R$ 
7.400,00 
 R$ 
7.400,00 R$ 61,67 
79 Formas para sabão 
 R$ 
119,99 
 R$ 
9.479,21 R$ 78,99 
7 Balde 10 litros 
 R$ 
8,02 
 R$ 
56,14 R$ 0,47 
1 
Túnel de 
encolhimentoR$ 
7.590,00 
 R$ 
7.590,00 R$ 63,25 
2 Aquecedor versátil 
 R$ 
177,39 
 R$ 
354,78 R$ 2,96 
20 Estrado 
 R$ 
22,90 
 R$ 
458,00 R$ 3,82 
1 Balança industrial 
 R$ 
1.099,90 
 R$ 
1.099,90 R$ 9,17 
1 Balança Analítica 
 R$ 
6.257,00 
 R$ 
6.257,00 R$ 52,14 
1 pHmetro 
 R$ 
1.697,00 
 R$ 
1.697,00 R$ 14,14 
Total 
 R$ 
53.168,88 R$ 443,07 
 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2022. 
Os demais custos para iniciar o funcionamento da empresa incluem computadores, 
bancadas, cadeiras giratórias, além dos veículos usados para coleta do óleo usado e 
expedição do sabão como pode ser visto na Tabela 3. 
Tabela 3: Demais equipamentos, móveis e veículos e depreciação. 
Quantidade Descrição 
Valor 
Unitário Valor Total Depreciação 
3 Computador R$ 2.039,02 R$ 6.117,06 R$ 50,98 
3 Bancada R$ 190,71 R$ 572,13 R$ 4,77 
3 Cadeira Giratória R$ 329,99 R$ 989,97 R$ 8,25 
1 Pick up 
 R$ 
20.000,00 
 R$ 
20.000,00 R$ 166,67 
1 Furgão 
 R$ 
60.000,00 
 R$ 
60.000,00 R$ 500,00 
Total 
 R$ 
87.679,16 R$ 730,66 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
Com base nos valores calculados, o custo fixo inicial total para a abertura da 
empresa pode ser visto na Tabela 4. 
Tabela 4: Custo fixo total 
Custo 
Valor 
Total Depreciação 
38 
 
Equipamentos e utensílios 
 R$ 
53.168,88 R$ 443,07 
Móveis e veículos 
 R$ 
87.679,16 R$ 730,66 
Total 
 R$ 
140.848,04 R$ 1.173,73 
 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2022. 
3.6.2 Custo com Funcionários 
 
conforme estabelecido pela Medida Provisória nº 1,091/2021, O salário mínimo 
fica estabelecido em R$ 1.212,00 mensais a partir de 1° de janeiro de 2022 (BRASIL, 
2021). Os funcionários trabalham em escala de 8 horas diárias, 5 vezes por semana 
conforme previsto na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). O salário bruto é 
constituído pelo salário líquido mais os atributos (encargos) que inclui 11,11% de fração 
de férias; 8,33% de fração de 13º salário; 8% de FGTS; 4% de FGTS/Provisão de multa 
para rescisão; 7,93% de Previdenciário (férias, FGTS e Descanso Semanal Remunerado). 
 Os cargos e seus respectivos salários podem ser vistos na Tabela 5. 
Tabela 5: Cargos e salários 
Cargo Quantidade 
Salário 
Líquido 
Salário + 
encargo 
 Salário 
Total 
Engenheiro de Alimentos 1 
 R$ 
9.000,00 
 R$ 
12.543,30 
 R$ 
12.543,30 
Contador 1 
 R$ 
5.000,00 
 R$ 
6.968,50 
 R$ 
6.968,50 
Técnico de laboratório 1 
 R$ 
2.000,00 
 R$ 
2.787,40 
 R$ 
2.787,40 
Estagiário 2 
 R$ 
606,00 
 R$ 
844,58 
 R$ 
1.689,16 
Motorista 2 
 R$ 
1.700,00 
 R$ 
2.369,29 
 R$ 
4.738,58 
Técnico Administrativo 3 
 R$ 
2.500,00 
 R$ 
3.484,25 
 R$ 
10.452,75 
Almoxarife 1 
 R$ 
1.700,00 
 R$ 
2.369,29 
 R$ 
2.369,29 
Analista de Laboratório 1 
 R$ 
3.000,00 
 R$ 
4.181,10 
 R$ 
4.181,10 
Auxiliar de Produção 6 
 R$ 
1.500,00 
 R$ 
2.090,55 
 R$ 
12.543,30 
Encarregado da Produção 1 
 R$ 
2.000,00 
 R$ 
2.787,40 
 R$ 
2.787,40 
Recepcionista 1 
 R$ 
1.212,00 
 R$ 
1.689,16 
 R$ 
1.689,16 
https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=515&pagina=1&data=31/12/2021&totalArquivos=646
39 
 
Técnico de Segurança do 
Trabalho 1 
 R$ 
2.000,00 
 R$ 
2.787,40 
 R$ 
2.787,40 
Total 
 R$ 
65.537,35 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
3.6.3 Custos Fixos. 
 
Na Tabela 6, podemos ver os gastos fixos que inclui combustível, telefone, gás e 
os salários dos funcionários. 
 
 
Tabela 6: Custos fixos. 
Descrição Valor 
Mão de obra R$ 65.537,35 
Telefone R$ 150,00 
Gás R$ 500,00 
Combustível R$ 1.200,00 
Total R$ 67.387,35 
 Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
3.6.4 Custos com insumos e embalagens. 
 
Na Tabela 7 é mostrado os gastos com os insumos soda caustica, água e álcool 
etílico. O valor diário é a quantidade diária produzida (em litros ou quilos) multiplicado 
pelo valor encontrado em sites de busca. O valor mensal é o valor diário multiplicado por 
22 (quantidade de dias úteis em um mês.). 
Tabela 7: Insumos 
Insumos 
Quantidade 
diária Valor diário Quantidade mensal Valor Mensal 
Óleo L 320 R$ - 7040 R$ - 
Álcool etílico1 70 
L 16 R$ 126,40 352 R$ 2.780,80 
Soda Caustica2 
Kg 80 R$ 1.118,40 1760 R$ 24.604,80 
Água L 496 10912 R$ 300,00 
Água sanitária3 L 33,6 R$ 41,16 739,2 R$ 905,52 
Total R$ 27.685,60 
 
1 Utilidade Clínicas 
40 
 
2 Bio Clean 
3 Solução Limpo 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
Na Tabela 8 é mostrado os gastos com as embalagens primárias (plástico) e 
secundárias (palelão) e com a rotulagem. 
 
 
Tabela 8: Embalagens e rótulo 
Descrição Quantidade diária Valor diário 
Quantidade 
mensal Valor Mensal 
Plástico1 2760 R$ 134,40 60720 
 R$ 
2.956,80 
Papelão2 135 R$ 958,50 2970 
 R$ 
21.087,00 
Rótulo 2760 R$ 1.075,20 60720 
 R$ 
23.654,40 
Total R$ 47.698,20 
 
1 PMG Embalagens 
2 Kalunga 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
 
3.6.5 Custo Energético 
 
O custo energético total é calculado multiplicando a potência dos equipamentos 
pelo número de horas/uso e pela quantidade de dias em que o equipamento é utilizado. 
Atendendo a RESOLUÇÃO HOMOLOGATÓRIA N° 2.858 de 22 de abril de 2021 da 
ANEEL, a tarifa kW.h para o grupo B3 (Comercial, Serviços e outras atividades) fica 
estipulada no Rio Grande do Norte em R$ 0,5590. Com isso, o custo energético total em 
um mês é visto na Tabela 9. 
Tabela 9: Custo Energético total. 
Equipamento Quantidade Potência (kW) 
Tempo Utilizado 
(H) Dias Custo Total 
Agitador mecânico 1 0,425 8 22 
 R$ 
41,81 
Túnel de encolhimento 1 20 8 22 
 R$ 
1.967,68 
41 
 
Aquecedor 2 5,5 8 22 
 R$ 
541,11 
Balança analítica 1 0,008 8 22 
 R$ 
0,79 
Balança industrial 1 0,015 8 22 
 R$ 
1,48 
pHmetro 1 0,0025 8 22 
 R$ 
0,25 
Total 
 R$ 
2.553,11 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2022. 
 
3.6.6 Valor unitário do produto 
 
Com todos os valores calculados, é possível estipular um valor para o produto 
final. Esse valor é calculado dividindo o custo total pela quantidade do produto produzido 
em um mês. 
Tabela 10: Valor Total 
Descrição Valor 
Equipamentos e 
Utensílios R$ 53.168,88 
Móveis e veículos R$ 87.679,16 
Cargos R$ 65.537,35 
Gastos R$ 1.850,00 
Insumos R$ 27.685,60 
Embalagem R$ 47.698,20 
Gasto energético R$ 2.553,11 
Total R$ 286.172,30 
 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2022. 
Com os valores calculados, o custo unitário é 
Custo unitário = 
𝑅$ 286.172,30
2760 𝑥 22
 
Custo unitário = R$ 4,71 
Em pesquisas realizadas na internet, pôde se constatar que o valor está acima do 
valor de mercado, em relação aos sabões feitos de forma convencional. Um dos fatores 
que também podem influenciar no valor acima do mercado é que se trata de um produto 
42 
 
Eco Friendly, mas com o passar do tempo e com o crescimento da fábrica e ampliação 
das instalações será possível minimizar o custo. Além disso, uma das alternativas para 
minimizar o valor unitário do produto é tentar um auxílio com o governo, levando em 
conta que litros de óleo estão deixando de ser descartados incorretamente. 
 
 3.7 PLANO DE NEGÓCIOS 
 
O presente tópico trata da elaboração de um sumárioexecutivo para uma unidade 
(empresa) recicladora de óleo de cozinha usado para a produção de sabão. Isso inclui 
nome da empresa (razão social), CNPJ, responsável técnico e seu registro no CRQ, de 
que se trata o negócio, principal produto, clientes, fornecedores, Localização, balanços 
de massa e de energia dos processos, viabilidade econômica, layout da unidade, quadro 
de funcionários, equipamentos e gasto energético, despesas como água, luz, internet e 
telefone (Algumas informações serão ditas no presente tópico, outras serão ditas na 
metodologia). 
 Nome da empresa (razão social): Recicladora EcoMais. 
 CNPJ: XX. XXX. XXX/0001-XX. 
 Responsável técnico: Engenheiro de Alimentos Renato Justino Tavares Felipe. 
 Registro no CRQ: XXXXXXXXX 15ª Região. 
 Negócio: Produção de sabão a partir do óleo de cozinha residual. 
 Produto: Sabão em barra LimpoMais. 
 Clientes: Donos de mercadinhos locais e os próprios fornecedores do óleo. 
 Fornecedores: Restaurantes, lanchonetes, cooperativas de reciclagem, 
residências, microempresários do ramo alimentício que utilizam óleo para fritar 
os alimentos, além de parceria com a prefeitura. 
 Localização: Rua dos Caiapós, S/N, Cidade da Esperança, Natal/RN. 
 
Missão da empresa: Promover ações educativas e conscientes acerca dos impactos 
ambientais do descarte irregular do óleo de cozinha usado e sua agregação de valor para 
a produção de sabão. 
Setor: Indústria. 
Fonte de Recursos: O Capital Inicial virá de um empréstimo no Banco do 
Nordeste. 
43 
 
3.8 TRATAMENTO DE EFLUENTES 
 
Tratamento de efluentes pode ser definido como a ação de lidar com os efluentes 
gerados. O tratamento varia de acordo com o agente poluente e com a quantidade de 
resíduo gerado (AMBISCIENCE, 2022). O tratamento funciona de acordo com a 
natureza do efluente e varia de acordo com as características físicas químicas e biológicas 
(CAMARGOS, 2021). 
Na Empresa Recicladora EcoMais, a solução clorada proveniente do processo de 
clareamento do óleo é usada na sanitização das instalações e equipamentos industriais 
após o turno diário. Por se tratar de uma unidade recicladora, a empresa já é por si só uma 
unidade de tratamento de efluente, pois o resíduo (óleo usado) que seria descartado 
irregularmente é tratado antes de ser beneficiado para a produção de sabão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Apesar da fabricação de sabão a partir do óleo de cozinha usado ser algo existente, 
ainda são muitos os casos de descarte irregular do óleo usado, na maioria dos casos por 
ignorância e falta de conhecimento dos riscos do seu descarte irregular. 
É nesse contexto que entra a empresa Recicladora EcoMais, como alternativa para 
gerar emprego e renda, produzir sabão em barra a partir do óleo de cozinha usado em 
escala industrial e grandes quantidades e em aspectos ambientais, reduzir o descarte 
inadequado do óleo de cozinha usado. 
Apesar do seu custo ser elevado em relação aos sabões tradicionais presentes no 
mercado, este surge como alternativa em relação ao meio ambiente e seu custo pode ser 
reduzido a medida que a produção e a demanda aumentarem e surgirem concorrentes do 
mesmo ramo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Completo. Disponível em https://www.7lab.com.br/equipamentos/phmetros/phmetro-
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7 Lab. Balança Analítica Bel M214-AIH (4 casas) - 0,1mg, 220g Calibração 
 Automática – INMETRO. Disponível em 
https://www.7lab.com.br/equipamentos-para-laboratorio/balanca-de-
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