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Gestão Ambiental na Construção Civil

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GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 1 
 
 
Gestão ambiental na construção 
civil 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
1. Introdução 
 
Evolução histórica da problemática ambiental 
O avanço na tecnologia traz melhorias para a sociedade, de forma geral, e apesar de 
todos os benefícios, todo esse avanço tecnológico traz também efeitos negativos. 
 
De fato, a partir do século XVIII, na era da Revolução Industrial, o desenvolvimento 
tecnológico e o consequente aumento da produtividade provocaram uma melhora 
substancial na qualidade da vida material. Logo, a humanidade se deparou com as 
consequências do eventual dano em grande escala que as novas tecnologias poderiam 
causar ao meio ambiente. Foi um período em que se pôde observar a degradação 
ambiental sem precedentes, com o povoamento das cidades e a mecanização da 
produção agrícola. (BORGES E TACHIBANA, 2005) 
 
O primeiro alerta quanto à questão ambiental iniciou-se em 1962, com a publicação 
do livro Primavera Silenciosa, que traz a discussão sobre a utilização de pesticidas na 
agricultura. A partir dessa publicação, a visão sobre os impactos das atividades dos 
homens sobre o meio ambiente mudou, e o fato levou à proibição nacional do uso dos 
pesticidas DDT e outros. Nos Estados Unidos, foi criada a Environmental Protection 
Agency – EPA, agência americana de proteção ambiental. Em 1968, devido à 
quantidade de pessoas no mundo, políticas sobre controle populacional começaram a 
ser pensadas, após alerta exposto no livro Population Bob. 
 
Em 1972, foi organizada a I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, organizada 
pela Organização das Nações Unidas – ONU, realizada em Estocolmo. Neste evento, 
reconheceu-se a importância do gerenciamento ambiental e o uso da avaliação 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 3 
ambiental como uma ferramenta de gestão e representou um grande passo para o 
desenvolvimento do conceito de desenvolvimento sustentável. Após a conferência de 
Estocolmo, as nações começaram a estruturar seus órgãos ambientais e estabelecer 
suas legislações. Poluir passou a ser considerado crime em diversos países. (BORGES 
E TACHIBANA, 2005; RUPPENTHAL, 2014) 
 
No início da década de 1980, a ONU retomou o debate das questões ambientais e 
criou a Comissão Mundial para o Desenvolvimento e Meio Ambiente (CMDM). O 
documento final dos estudos da CMDM foi intitulado Nosso Futuro Comum, também 
conhecido como Relatório Brundtland, e propôs um ponto de partida na compreensão 
do vínculo entre desenvolvimento e meio ambiente, com o conceito de 
desenvolvimento sustentável, que é “aquele que atende às necessidades do presente 
sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas 
necessidades”. (RUPPENTHAL, 2014) 
 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
conhecida também como Cúpula da Terra ou Rio 92, realizada na cidade do Rio de 
Janeiro, resultou em importantes documentos como a Carta da Terra (conhecida como 
Declaração do Rio) e a Agenda 21. Em 1997, no Japão, na Conferência das Nações 
Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi anunciado um tratado internacional chamado 
Protocolo de Kyoto, que estipulava metas para a redução de emissões de gases do 
efeito estufa. O foco nos debates sobre o meio ambiente na década de 1990 passou a 
ser a otimização do processo produtivo e a redução do impacto ambiental, além de 
difusão de tecnologias mais limpas e menos poluentes. Surgiu o conceito de ciclo de 
vida dos produtos, que busca torná-los ecologicamente corretos desde a fase de 
concepção até o descarte ou reaproveitamento. Foram criadas as normas britânicas 
BS 7750 – Specification for Environment Management Systems, que serviram de base 
para a elaboração de um sistema de normas ambientais em nível mundial, a série ISO 
14.000. A integração entre a série ISO 14.000 e a série ISO 9.000, de gestão da 
qualidade, representaram um avanço em relação à conservação ambiental e ao 
desenvolvimento em bases sustentáveis. (RUPPENTHAL, 2014) 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 4 
Em 2002, foi realizada pela ONU, na África do Sul, a Cúpula Mundial sobre o 
Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio+10. As questões 
envolviam não só a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável como as 
questões sociais envolvendo a superpopulação e a demanda por alimento e energia. 
Algumas nações não aceitaram as propostas na conferência, a saber: cancelar as 
dívidas das nações mais pobres e o uso de 10% de fontes energéticas renováveis tais 
como eólica, solar, geotérmica, biomassa, entre outras. Uma das metas era reduzir 
até 2015 os números de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, isto é, com 
menos de um dólar por dia. A Rio+20 teve como principal objetivo renovar e reafirmar 
a participação dos líderes dos países com relação ao desenvolvimento sustentável no 
planeta Terra. Teve dois temas principais: a economia verde no contexto do 
desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza e a estrutura institucional 
para o desenvolvimento sustentável. Um grupo de 40 megacidades fez um acordo para 
reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa, numa quantidade 
comparável a toda a emissão anual do México. O setor empresarial participou de forma 
efetiva, reconhecendo o valor do capital natural e comprometendo-se a usar os 
recursos naturais de forma responsável. A mais recente resolução oficial da ONU 
ressaltando a necessidade do desenvolvimento sustentável foi intitulada O Futuro que 
Queremos, de 2012. Nesse documento, representantes de todo o mundo renovam o 
compromisso com o desenvolvimento sustentável para assegurar a promoção de um 
futuro econômico, social e ambientalmente sustentável para o planeta e para as 
gerações presentes e futuras. O reconhecimento da necessidade de promover o 
desenvolvimento sustentável integrando as questões econômicas, sociais e ambientais 
é a garantia de uma situação futura mais confortável. (RUPPENTHAL, 2014) 
 
Desenvolvimento sustentável 
 
Definição 
O termo desenvolvimento sustentável surge pela primeira vez em 1980, no documento 
Estratégia de Conservação Mundial: conservação dos recursos vivos para o 
desenvolvimento sustentável, publicado pela União Internacional para a Conservação 
da Natureza (UICN), pelo Fundo Mundial para Vida Selvagem (WWF) e pelo Programa 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 5 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). O documento diz que “para ser 
sustentável, o desenvolvimento precisa levar em conta fatores sociais e ecológicos, 
assim como econômicos; as bases dos recursos vivos e não vivos; as vantagens de 
ações alternativas, a longo e a curto prazo”. Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento elabora um novo significado para o termo:“aquele que 
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gerações 
futuras atenderem às suas próprias necessidades”. Em junho de 1992, na Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, 
reconheceu-se a importância de assumir a ideia de sustentabilidade de forma global, 
envolvendo todas as esferas do desenvolvimento (CAMPOS, 2001). 
 
Princípios 
O desenvolvimento sustentável procura satisfazer as necessidades da geração atual, 
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias 
necessidades. Isso significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um 
nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e 
cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e 
preservando as espécies e os habitats naturais (SENAI, 2005; RUPPENTHAL, 2014). 
 
O conceito do desenvolvimento sustentável é: a noção das limitações que o estágio da 
tecnologia e da organizaçãosocial impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender 
às necessidades presentes e futuras. 
 
O desenvolvimento sustentável requer o aperfeiçoamento dos sistemas: 
• Sistema político, com efetiva participação dos cidadãos no processo decisório, 
estimulando a atuação responsável; 
• Sistema econômico capaz de gerar excedentes e conhecimentos técnicos em bases 
confiáveis, possibilitando o desenvolvimento sem degradação;• Sistema social capaz 
de resolver as tensões causadas por um desenvolvimento desequilibrado e que 
estabeleça critérios para o crescimento populacional; 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 6 
• Sistema de produção que preserve a base da origem dos recursos naturais, com 
aproveitamento mais eficiente desses e dos resíduos gerados; 
• Sistema tecnológico que busque continuamente novas soluções voltadas para a 
ecoeficiência dos processos e dos produtos; 
• Sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e 
financiamento, gerando vantagens para a empresa; 
• Sistema administrativo flexível e capaz de se autoavaliar em um processo de melhoria 
contínua. 
 
A interligação dos sistemas cria um tripé que apoia o desenvolvimento sustentável, 
adotando medidas que envolvam o poder público, a iniciativa privada e a sociedade. 
 
Sistema de Gestão Ambiental 
 
Definição 
Segundo a NBR ISO 14.OO1 (2010), Sistema de Gestão Ambiental é a parte do sistema 
de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, 
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, 
implantar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. Com isso, as 
empresas certificadas com a ISO 14.001 descobriram que gerenciamento de riscos, 
redução de custos, desempenho ambiental melhorado, economia de energia e imagem 
corporativa são alguns dos benefícios obtidos com a certificação. 
 
Objetivos do SGA 
O sistema de gestão ambiental é um conjunto de procedimentos que visa a ajudar a 
organização empresarial a entender, controlar e diminuir os impactos ambientais de 
suas atividades, produtos ou serviços. Está baseado no cumprimento da legislação 
ambiental vigente e na melhoria contínua do desempenho ambiental da organização. 
Possibilita às organizações uma melhor condição de gerenciamento para seus aspectos 
e impactos ambientais, além de interagir na mudança de atitudes e de cultura da 
organização. Pode também alavancar seus resultados financeiros, uma vez que atua 
na melhoria contínua de seus processos e serviços (NBR ISO 14001, 2010). 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 7 
 
Vantagens de implantar e manter o SGA 
A busca da melhoria dos processos visa minimizar os impactos sobre o meio ambiente. 
A avaliação dos impactos também é um item fundamental para as empresas que 
buscam a certificação da série ISO 14.001 para seu sistema de gestão ambiental. O 
levantamento dos aspectos e impactos ambientais das atividades da empresa é uma 
etapa necessária para a melhoria dos processos, assim como para a certificação 
ambiental (NBR ISO 14.001, 2010). 
 
Aspecto ambiental é definido pela NBR ISO 14.001 como elemento das atividades, 
produtos e serviços de uma organização, que possam interagir com o meio ambiente. 
O aspecto pode estar relacionado a uma máquina ou equipamento, assim como a uma 
atividade executada por ela ou por alguém que produza ou apresente a possibilidade 
de produzir algum efeito sobre o meio ambiente. A NBR ISO 14.001 prioriza o 
levantamento dos aspectos ambientais significativos, já que os aspectos envolvidos 
em um processo são muitos. Aspecto ambiental significativo é aquele que tem um 
impacto ambiental significativo, e impacto ambiental é qualquer mudança no meio 
ambiente, tanto positiva quanto negativa, total ou parcial, resultado das atividades, 
produto ou serviços da organização (ABNT NBR ISO 14001:2004). 
 
Normas mundiais e a série ISO 
Algumas das normas que deram origem à série ISO 14.000: 
 
A Norma Britânica BS 7.750 
A BS 7.750 - Specifications for Environmental Management Systems teve sua primeira 
edição publicada em março de 1992, entrando em vigor em janeiro de 1994. Trata-se 
de um marco importante para a gestão ambiental, pois é uma forte referência para 
quase todos os sistemas existentes. A norma foi encomendada pelo Environmental and 
Pollution Standard Policy Committee of British Standard Institution a um comitê técnico 
formado por 38 instituições inglesas representando os mais variados setores da 
economia, tais como a Associação de Consultores Ambientais, a Corporação Britânica 
de Carvão e a Real Academia de Química. Trata-se de uma especificação para o 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 8 
desenvolvimento, implementação e manutenção de um sistema de gestão ambiental 
para assegurar e demonstrar conformidade com as declarações da empresa quanto à 
sua política, objetivos e metas relativos ao meio ambiente. Esta norma não estabelece 
uma exigência absoluta quanto ao desempenho ambiental. Exige, porém, atendimento 
às exigências legais locais e do comprometimento com a melhoria contínua. Estipula 
ainda que a organização formule políticas e objetivos que levem em conta as 
informações relativas aos efeitos ambientais significativos decorrentes de suas 
atividades. (CAMPOS, 2001) 
 
A norma europeia EMAS 
O Sistema Europeu de Ecogestão e Auditorias (EMAS: Eco-Management and Audit 
Scheme), estabelecido pelo regulamento da Comissão da Comunidade Europeia n°
1.836/93, definiu os critérios para certificações ambientais de processos industriais. A 
estes critérios foram incluídos posteriormente: um sistema de gestão e de auditoria; 
padrões de desempenho; verificações por terceiros; e declarações públicas após uma 
revisão ambiental inicial e conclusão de cada auditoria. O sistema entrou em operação 
a partir de 1995. O EMAS, basicamente, permite às empresas que desenvolvem 
atividades industriais nos países membros da Comunidade Europeia (CE) obter 
registros de suas fábricas junto a uma comissão da CE. Anualmente é publicada no 
jornal oficial da Comunidade Europeia uma lista de todas as instalações indústrias 
registradas. Tal registro pode ser considerado, portanto, um "certificado" de bom 
desempenho ambiental para quem o obtiver. (CAMPOS, 2001) 
 
A norma americana STEP 
Em 1990, a API (American Petroleum Institute), instituto fundado em 1919 pela 
indústria de petróleo americana, criou o STEP (Strategies for Today’s Environmental 
Partnership). O principal objetivo do STEP era desenvolver um guia para a indústria 
de petróleo americana que possibilitasse um aprimoramento de seu desempenho 
ambiental, de saúde e segurança. Desta forma, foi criado o American Petroleum 
Institute Environmental, Health and Safety Mission and Guiding Principles. Em linhas 
gerais, este documento tem como princípios: a prevenção da poluição, a conservação 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 9 
dos recursos naturais, a relação de parceria e acordos com a comunidade, entre 
outros. Cabe salientar ainda que a maioria dos princípios (apresentados a seguir) tem 
estreita relação com os requisitos normativos e a filosofia da norma ISO 14.001. O 
conjunto de normas, conhecido como ISO 14.000, abrange cinco áreas: Sistemas de 
Gestão Ambiental, auditoria ambiental, avaliação de desempenho ambiental, avaliação 
do ciclo de vida e rotulagem ambiental. (CAMPOS, 2001) 
 
ISO 14.001 e ISO 14.004: uma visão geral 
 
Objetivo 
A série de normas ISO 14.000, lançada internacionalmente em 1996, tem como 
objetivo a criação de um sistema de gestão ambiental que auxilie as organizações a 
cumprir os compromissos assumidos com o ambiente natural. (CAMPOS, 2001) 
 
A ISO 14001, conhecida internacionalmente como Environmental Management 
Systems - Specification with guidance for use, no Brasil é conhecida como NBR ISO 
14.001 -Sistemas de Gestão Ambiental- Especificação e diretrizes para uso. Esta é a 
única norma do conjunto ISO 14.000, até o momento, passível de certificação. Em 
linhas gerais, a Norma é aplicável a organizações que desejam (CAMPOS, 2001): 
a) Implementar e manter um sistema de gestão ambiental; 
b) Assegurar a conformidade com a sua política ambiental; 
c) Demonstrar sua conformidade a terceiros; 
d) Buscar certificação do seu sistema de gestão ambiental por terceiros; 
e) Fazer uma autodeterminação e declaração da sua conformidade com a Norma. 
 
Auditoria Ambiental 
 
Objetivo 
A auditoria ambiental surgiu nos Estados Unidos no final da década de 1970, com o 
objetivo principal de verificar o cumprimento da legislação. A atividade era vista pelas 
empresas norte-americanas como uma ferramenta de gerenciamento utilizada para 
identificar, de forma antecipada, os problemas gerados por suas operações, e 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 10 
influenciou empresas em outros países como Holanda, Reino Unido, Noruega e Suécia. 
No entanto, a auditoria ambiental sobre base normatizada começou a ser discutida 
internacionalmente em 1991, com a criação do Strategic Advisory Group on 
Environment (Sega), no âmbito da ISO. A discussão amplia-se mundialmente em 1994, 
com a divulgação dos projetos de norma dentro da série ISO 14.000. Em 1996, tais 
projetos são alçados à categoria de normas internacionais, sendo adotadas pelos 
países participantes da ISO. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) apresentou, em dezembro de 1996, as NBR ISO 14.010, 14.011 e 14.012, 
relacionadas à auditoria ambiental. (SILVA et al. 2009) 
 
A auditoria ambiental é uma ferramenta imprescindível para a verificação e fiscalização 
das empresas e uma avaliação de seus sistemas de gestão. Deve ser independente, 
sistemática, periódica, documentada e objetiva e realizada por equipe multidisciplinar 
de auditores especializados nos campos contábil, financeiro, econômico e ambiental. 
A ISO 14.011 define auditoria ambiental da seguinte forma: “processo de verificação 
sistemático e documentado para obter e avaliar evidências de modo objetivo, que 
determina se o sistema de gestão ambiental de uma organização está conforme os 
critérios de auditoria de SGA estabelecidos pela organização e para comunicar os 
resultados desse processo à administração”. (SILVA et al. 2009) 
 
Segundo a norma ISO 14.001, para uma auditoria do Sistema de Gestão Ambiental, a 
organização deve estabelecer e manter programa(s) e procedimentos para auditorias 
periódicas do SGA a serem realizadas de forma a: determinar se o sistema de gestão 
ambiental está em conformidade com as disposições planejadas para a gestão 
ambiental, inclusive os requisitos desta norma, e se foi devidamente implantado e tem 
sido mantido; além de fornecer à administração informações sobre os resultados das 
auditorias. Os resultados da auditoria devem estar alinhados com o sistema de ações 
corretivas existente no SGA, baseado no conceito de melhoria contínua, promovendo 
melhorias no SGA e assegurando uma melhor utilização dos recursos disponíveis. A 
auditoria ambiental possui um caráter nitidamente preventivo e constitui um 
instrumento fundamental para o aperfeiçoamento do SGA das organizações. Segundo 
a ISO 14.001 (ABNT NBR ISO 14.001/2004), o processo de auditoria ambiental 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 11 
compreende as seguintes etapas: a) planejamento da auditoria; b) preparação da 
auditoria ambiental; c) aplicação da auditoria ambiental no local; e d) elaboração do 
relatório de auditoria ambiental. (SILVA et al. 2009) 
 
Avaliação de desempenho ambiental (ADA) 
 
Objetivo 
O principal objetivo das metodologias de avaliação de desempenho é estabelecer o 
grau de evolução ou estagnação de seus processos. Para isso, tais metodologias 
normalmente definem indicadores de desempenho que devem estar alinhados às 
estratégias e objetivos da organização. Historicamente, os sistemas de avaliação de 
desempenho das empresas eram utilizados para avaliar o desempenho financeiro. A 
partir da década de 1990, começaram a surgir metodologias ou sistemas de avaliação 
de desempenho preocupados também com outras questões como desempenho dos 
processos, qualidade, satisfação dos clientes, motivação dos funcionários, entre 
outras. A consideração da questão ambiental nos negócios gerou a necessidade para 
a medição do desempenho do sistema de gestão ambiental nas organizações. 
(CAMPOS, 2001) 
 
É necessário para avaliação de desempenho que seja feita a coleta, análise avaliação 
e comunicados de dados. Existem mecanismos de monitoramentos e medições 
operacionais, entrevistas, observações, relatórios, registros que podem ser utilizados 
para coleta de dados. Os dados podem ser financeiros, contábeis ou operacionais - 
auditorias e avaliações ambientais, estudos científicos, entre outros. Para uma ADA, 
deve-se elencar uma série de fatores que interagem entre si, permitindo uma rápida 
visualização do comportamento e impacto dos indicadores ambientais em um índice 
que representa o desempenho ambiental. De acordo com a ABNT NBR ISO 
14.001/2004, o desempenho ambiental traduz os resultados mensuráveis da gestão 
de uma organização sobre seus aspectos ambientais. No contexto de sistemas da 
gestão ambiental, os resultados podem ser medidos com base na política ambiental, 
objetivos ambientais e metas ambientais da organização e outros requisitos de 
desempenho ambiental. (BORTOLIN et al, 2008) 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 12 
Indicadores 
A necessidade de parâmetros relevantes e confiáveis para a medida do desempenho 
ambiental pode ser atendida com a norma NBR ISO 14.031/2004, que traz exemplos 
de indicadores de desempenho ambiental que podem ser utilizados para avaliar as 
organizações, permitindo confrontá-las com os critérios previamente estabelecidos em 
seu SGA. Em linhas gerais, recomenda-se o uso de indicadores do desempenho 
ambiental, baseados nas diretrizes semelhantes àquelas utilizadas para o uso de 
indicadores de outras áreas (BORTOLIN et al 2008): 
1º A escolha dos indicadores deve fundamentar-se nos objetivos da avaliação; 
2º Os requisitos legais e outras demandas da sociedade devem ser contemplados; 
3º Os indicadores devem ser desdobrados a partir de aspectos ambientais 
significativos. 
 
Um conjunto fundamental de efeitos finais pode ser usado para definir prioridades 
para a ação de melhoria ambiental. Devem ser considerados os impactos e as 
condições ambientais em diferentes escalas: local, regional e global, tanto quanto 
possível. Deve ser bem definida a abrangência das atividades a serem mensuradas 
(linha de produção de um produto, unidade ou corporação). A tendência é optar por 
verificar todo o ciclo de vida do produto. Deve-se considerar também a capacidade de 
recursos financeiros, materiais e humanos para o desenvolvimento das medições. 
(BORTOLIN et al, 2008) 
 
A construção civil 
A indústria da construção civil ocupa posição de destaque na economia nacional, 
quando considerada a significativa parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do país pela 
qual é responsável e também pelo contingente de pessoas que, direta ou 
indiretamente, emprega. Por outro lado, esta indústria é responsável por cerca de 50% 
do CO2 lançado na atmosfera e por quase metade da quantidade dos resíduos sólidos 
gerados no mundo. Estima-se que a construção civil é responsável por algo entre 20 
e 50% do total de recursos naturais consumidos pela sociedade. O crescimento 
populacional, o desenvolvimento econômico e a utilização de tecnologias inadequadas 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 13 
têm contribuído para que esta quantidade aumente cada vez mais (JOHN, 2000; 
PINTO, 2005). 
 
A principal ação efetivada em termos legais visando à mudança deste quadro foi à 
publicação da Resolução nº 307 do CONAMA - Conselho Nacionaldo Meio Ambiente. 
Em vigor desde janeiro de 2003, a referida Resolução estabelece obrigações para os 
geradores e para os municípios. Conforme segue: 
 
Para o gerador: 
- Não geração de resíduos; 
- A redução, a reutilização, a reciclagem; 
- A destinação final; 
- Implantar programas de gerenciamento de resíduos; 
- Estabelecer procedimentos para o manejo e destinação adequados. 
 
Para os municípios: 
- Programar a gestão dos resíduos da construção civil; 
- Elaborar o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. 
 
A criação e manutenção de parâmetros e procedimentos em obra para a gestão 
diferenciada dos resíduos são fundamentais para assegurar o descarte adequado. 
Estas ações, quando executadas amplamente por empresas do setor, promovem a 
minimização substancial dos impactos ambientais que a disposição inadequada dos 
resíduos gera e contribuem para evitar a necessidade de soluções emergenciais. 
(SENAI, 2005) 
 
Resíduos sólidos 
Os resíduos sólidos são resultados negativos da atividade humana, nos estados sólido 
ou semissólido, assim como gases contidos em recipientes e líquidos, cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em 
corpos d’agua, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviável em 
face da melhor tecnologia disponível. Essa é a definição pela Lei 12.305/2010. 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 14 
 
Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) 
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio Ambiente 
e articula-se com a Política Federal do Saneamento Básico e com a Política Nacional 
da Educação Ambiental. Harmoniza-se também com a Lei de Consórcios e com as 
Políticas Nacionais de Recursos Hídricos, de Saúde, Urbana, Industrial, Tecnológica e 
de Comércio Exterior e as que promovam a inclusão social. A ordem de prioridade 
apresentada na PNRS é a não geração, a redução, a reutilização e o tratamento de 
resíduos sólidos, assim como a disposição final, ambientalmente adequada, dos 
rejeitos. Nesse contexto, as metas apresentadas são: redução do uso de recursos 
naturais nos processos produtivos, intensificação de ações de educação ambiental, 
aumento da reciclagem e promoção da inclusão social. Enfim, o reconhecimento do 
resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, 
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (MACHADO, 2010). 
 
Entre os principais instrumentos instituídos pela PNRS estão os planos de resíduos 
sólidos, o inventário e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos, a coleta 
seletiva, o incentivo às cooperativas de catadores. Também o monitoramento e a 
fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária, a cooperação técnica e financeira 
entre os setores público e privado, para o desenvolvimento de pesquisas de novos 
produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão. (MACHADO, 2010) 
 
Consumo de Recursos Naturais 
O setor da construção civil, “além de ser um dos maiores da economia, produz os bens 
de maiores dimensões físicas do planeta, sendo consequentemente o maior 
consumidor de recursos naturais de qualquer economia” (JOHN, 2000). 
 
O consumo de recursos naturais na construção civil é variável de acordo com cada 
região, dependendo de fatores como: 
• Taxa de resíduos gerados; 
• Vida útil ou taxa de reposição das estruturas construídas; 
• Necessidades de manutenção, inclusive as que visam corrigir falhas construtivas; 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 15 
• Perdas incorporadas nos edifícios; 
• Tecnologia empregada. 
 
Resíduos da Construção Civil 
Os resíduos gerados, provenientes das perdas ocorridas durante o processo de 
construção ou de demolições, são responsáveis por aumentar ainda mais o impacto 
ambiental provocado por este setor. (PINTO, 2005) 
 
A excessiva geração de resíduos e seu descarte irregular, em grande parte das cidades 
brasileiras, causa a poluição do ambiente urbano. Como exemplo, pode-se citar a 
obstrução e contaminação dos leitos de rios e canais, o comprometimento do tráfego 
em vias públicas e a degradação da paisagem das cidades, além da poluição do ar 
com gás carbônico liberado pelos veículos, necessário para realizar o transporte dos 
resíduos. Estes podem ser provenientes de construções, reformas, reparos e 
demolições de obras de construção civil ou da preparação e da escavação de terrenos, 
tais como: tijolos, blocos, cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, 
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento 
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de 
entulhos de obras, caliça ou metralha. 
 
Na Resolução 307, são encontradas várias definições de termos relacionados à gestão 
de resíduos de construção, além de estabelecer uma classificação para estes, a saber: 
resíduos do tipo Classe A; Classe B; Classe C; e Classe D (detalhes da Resolução 307 
no anexo). 
 
Alternativas para Redução do Impacto Ambiental 
Além dos impactos ambientais gerados pela atividade construtiva, soma-se a estes o 
impacto ambiental gerado durante o uso. Algumas soluções simples para reduzir estes 
impactos são citadas a seguir (SENAI, 2005 e PINTO, 2005): 
• Alteração em projeto visando à redução do consumo de recursos na fase de 
utilização. Exemplo: aproveitamento da iluminação e ventilação natural, promovendo 
uma redução no consumo de energia elétrica, principalmente nos edifícios comerciais; 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 16 
• Substituição de equipamentos e sistemas descartáveis por outros de maior 
durabilidade. Exemplo: substituição das escoras de madeira por metálicas, auxiliando 
na redução da extração de madeira; 
• Reciclagem dos resíduos gerados nas obras e uso de materiais reciclados. 
Exemplo 1: segregação de resíduos de plástico, papel e metal nas obras e 
encaminhamento para reciclagem. Exemplo 2: utilização de agregados reciclados em 
substituição aos agregados naturais, evitando a extração de novos recursos naturais 
e reduzindo o descarte dos resíduos; 
• Projeto do produto e planejamento dos sistemas de produção visando evitar perdas. 
Exemplo 1: planejamento da aquisição e do sistema de transporte e armazenamento 
dos materiais, evitando desperdícios por quebra ou perda das propriedades dos 
materiais. Exemplo 2: compatibilização de projetos e paginação da alvenaria, 
possibilitando o uso mais racional dos materiais, evitando quebra de blocos. 
 
Diretrizes para Gerenciamento de Resíduos da Construção (BRASIL, 2002) 
 
A Resolução 307 do CONAMA 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, preocupado com o aumento da 
disposição de resíduos de construção em locais inadequados, publicou em 5 de julho 
de 2002 uma resolução que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a 
gestão dos resíduos da construção civil, além de disciplinar as ações necessárias de 
forma a minimizar os impactos ambientais: a Resolução n°307. Esta resolução, que 
entrou em vigor em 02 de janeiro de 2003, define como resíduos da construção civil 
aqueles oriundos de atividades de construção, reforma, reparos e demolições de 
estruturas e estradas, bem como aqueles resultantes da remoção de vegetação e 
escavação de solos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 17 
A reciclagem na cadeia produtiva da construção 
A reciclagem de resíduos da própria construção vem sendo praticada há milênios. 
Porém, o uso de resíduos de construção e demolição (RCD) só se intensificou após a 
Segunda Guerra Mundial, principalmente na Alemanha, devido à enorme demanda por 
matéria-prima. Apesar de a Alemanha ter sido uma das precursoras, esta prática 
também é bastante difundida em toda comunidade europeia. Praticamente em todos 
os países-membros da comunidade europeia existem instalações de reciclagemde 
RCD, normas e políticas específicas para este tipo de resíduo, além de um esforço mais 
recente para a consolidação de normativa única para toda a comunidade. No Japão e 
nos Estados Unidos, esta prática também tem sido bastante difundida e utilizada. Já 
no Brasil, a reciclagem dos resíduos de construção e demolição é bastante recente. 
Alguns estudos foram realizados e paralelamente a estes, no início da década de 1980, 
difundiu-se o uso de “masseiras-moinho”, equipamento de pequeno porte que 
possibilita a moagem intensa de resíduos menos resistentes para reutilização. O 
resultado da sua utilização é bastante positivo, pois induz à segregação dos resíduos 
na obra, contribui para a minoração do impacto ambiental dos RCD nas áreas urbanas, 
reduz o consumo de agregados naturais, além de contribuir para a redução da emissão 
de poluentes. (SENAI, 2005) 
 
A possibilidade da reutilização de materiais ou mesmo a viabilidade econômica da 
reciclagem dos resíduos no canteiro, evitando sua remoção e destinação, deve ser um 
considerável ponto de atenção. O correto manejo dos resíduos no interior do canteiro 
permite a identificação de materiais reutilizáveis, que geram economia tanto por 
dispensarem a compra de novos materiais como por evitar sua identificação como 
resíduo e gerar custo de remoção. Em relação à reciclagem em canteiro dos resíduos 
de alvenaria, concreto e cerâmico, devem ser examinados os seguintes aspectos: 
i) Volume e fluxo estimado de geração; 
ii) Investimento e custos para a reciclagem (equipamento, mão-de-obra, consumo de 
energia etc.); 
iii) Tipos de equipamentos disponíveis no mercado e especificações; 
iv) Alocação de espaços para a reciclagem e formação de estoque de agregados; 
v) Possíveis aplicações para os agregados reciclados na obra; 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 18 
vi) Controle tecnológico sobre os agregados produzidos; 
vii) Custo dos agregados naturais; 
viii) Custo da remoção dos resíduos. 
 
A decisão por reciclar resíduos em canteiro somente poderá ser tomada após o exame 
cuidadoso dos aspectos acima relacionados, além de uma análise da viabilidade 
econômica e financeira. (PINTO, 2005) 
 
Normas Brasileiras para a Gestão de Resíduos (ABNT, 1996) 
A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas é o órgão responsável pela 
normalização técnica no país. Sendo assim, é responsável pela criação das normas 
brasileiras sobre os mais diferentes temas. A partir da necessidade manifestada pela 
sociedade brasileira é criada uma Comissão de Estudo (CE), com a participação 
voluntária de diversos segmentos da sociedade, para discussão do tema e, por fim, o 
Projeto de Norma é aprovado e encaminhado à Gerência do Processo de Normalização 
da ABNT para homologação e publicação como Norma Brasileira. 
 
Ligado ao tema Gestão de Resíduos, existem cinco normas brasileiras, a saber: 
• NBR 15.112/2004 - Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – Áreas de 
Transbordo e Triagem – Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação; 
• NBR 15.113/2004 - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes – Aterros 
– Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação; 
• NBR 15.114/2004 - Resíduos Sólidos da Construção Civil – Áreas de Reciclagem – 
Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação; 
• NBR 15.115/2004 - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil – 
Execução de Camadas de Pavimentação – Procedimentos; 
• NBR 15.116/2004 - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil – 
Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural – Requisitos. 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 19 
REFERÊNCIAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. INTERNATIONAL ORGANIZATION 
FOR STANDARDIZATION. NBR ISO 14.001: Sistemas de gestão ambiental - 
Especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro, 1996. 
 
BORGES, F. H.; TACHIBANA, W. K. A evolução da preocupação ambiental e seus 
reflexos no ambiente dos negócios: uma abordagem histórica. XXV Encontro Nac. 
de Engenharia de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out. a 1 de nov. de 2005. 
 
BORTOLIN, A. R. et al. Instrumentos de Avaliação de Desempenho Ambiental 
nas Empresas: Contribuições e Limitações, 2008. 
 
BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. CONSELHO NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE – CONAMA. Resolução Nº 307, de 05 de julho de 2002. Estabelece 
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, nº 136, 17 de julho de 
2002. Seção 1, p. 95-96. 
 
 
CAMPOS, L. M. SOUZA. SGADA - Sistema de Gestão e Avaliação de 
Desempenho Ambiental: Uma Proposta de Implementação. Tese de Doutorado. 
Santa Catarina, 2001. 
 
JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: contribuição à 
metodologia de pesquisa e desenvolvimento. Tese (Livre Docência). São Paulo: USP, 
2000. 
 
MACHADO, Gleysson B. Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
Disponível em: <https://goo.gl/eb3MgN>. Acesso em 28 nov. 2017. 
 
PINTO, T. P. Gestão ambiental de resíduos da construção civil: a experiência 
do Sinduscon-SP. Sinduscon, 2005. 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 20 
 
 
RUPPENTHAL, Janis Elisa. Gestão ambiental. Santa Maria: Universidade Federal de 
Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria; Rede e-Tec Brasil, 2014. 128 
p. 
 
SENAI, 2005. Gestão de resíduos na construção civil. COMPETIR. SENAI. SEBRAE 
GTZ, 2005. 
 
SILVA, F. R. C. et al. Auditoria Ambiental como Instrumento Gerencial de 
Apoio à Preservação do Meio Ambiente. Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio 
de Janeiro, v. 4, n. 2, jul./dez. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 21 
ANEXO 
Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. 
 
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da 
construção civil. 
 
(Publicação - Diário Oficial da União - 17/07/2002) 
 
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das 
competências que lhe foram conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em vista o 
disposto em seu Regimento Interno, Anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de 
1994, e 
 
Considerando a política urbana de pleno desenvolvimento da função social da cidade 
e da propriedade urbana, conforme disposto na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001; 
 
Considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução 
dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil; 
 
Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais inadequados 
contribui para a degradação da qualidade ambiental; 
 
Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo 
percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas; 
 
Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser 
responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e 
demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção 
de vegetação e escavação de solos; 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 22 
Considerando a viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais 
provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil; e 
 
Considerando que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá 
proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental, resolve: 
 
Art. 1º - Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos 
da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os 
impactos ambientais. 
 
Art. 2º - Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes definições: 
 
I - Resíduos da construção civil: são os provenientesde construções, reformas, reparos 
e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da 
escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, 
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, 
gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., 
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha; 
 
II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis 
por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução; 
 
III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e 
do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação; 
 
IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de 
resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em 
obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de 
engenharia; 
 
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou 
reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 23 
e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das 
etapas previstas em programas e planos; 
 
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do 
mesmo; 
 
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido 
submetido à transformação; 
 
VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos 
que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados 
como matéria-prima ou produto; 
 
IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas 
de disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando a reservação 
de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização 
da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume 
possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente; 
 
X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à 
disposição final de resíduos. 
 
Art. 3º - Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta 
Resolução, da seguinte forma: 
 
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: 
 
 a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras 
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
 
 b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes 
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 24 
 
 c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em 
concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; 
 
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, 
papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; 
 
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou 
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; 
 
IV - Classe "D": são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como 
tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde 
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações 
industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham 
amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
 
Art. 4º Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos 
e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. 
 
§ 1º Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos 
domiciliares, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em 
áreas protegidas por Lei, obedecidos os prazos definidos no art. 13 desta Resolução. 
 
§ 2º Os resíduos deverão ser destinados de acordo com o disposto no art. 10 desta 
Resolução. 
 
Art. 5º - É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção 
civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser 
elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o qual deverá incorporar: 
 
I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 25 
II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. 
 
Art. 6º - Deverão constar do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil: 
 
I - as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de Gerenciamento 
de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o 
exercício das responsabilidades de todos os geradores. 
 
II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem 
e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte 
da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos oriundos 
de pequenos geradores às áreas de beneficiamento; 
 
III - o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento 
e de disposição final de resíduos; 
 
IV - a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas; 
 
V - o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo; 
 
VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores; 
 
VII - as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos; 
 
VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua 
segregação. 
 
Art. 7º - O Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil será 
elaborado, implementado e coordenado pelos municípios e pelo Distrito Federal, e 
deverá estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 26 
responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com os critérios técnicos 
do sistema de limpeza urbana local. 
 
Art. 8º - Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão 
elaborados e implementados pelos geradores não enquadrados no artigo anterior e 
terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e 
destinação ambientalmente adequados dos resíduos. 
 
§ 1º - O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de 
empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de 
licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do 
empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em 
conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil. 
 
§ 2º - O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de atividades e 
empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental deverá ser analisado dentro do 
processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente. 
 
Art. 9º - Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão 
contemplar as seguintes etapas: 
 
I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos; 
 
II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser 
realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as 
classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução; 
 
III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamentodos resíduos após a 
geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em 
que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem; 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 27 
IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de 
acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; 
 
V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Resolução. 
 
Art. 10 - Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas: 
 
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou 
encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de 
modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; 
 
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de 
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou 
reciclagem futura; 
 
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade 
com as normas técnicas especificas. 
 
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em 
conformidade com as normas técnicas especificas. 
 
Art. 11 - Fica estabelecido o prazo máximo de doze meses para que os municípios e o 
Distrito Federal elaborem seus Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de 
Construção Civil, contemplando os Programas Municipais de Gerenciamento de 
Resíduos de Construção Civil oriundos de geradores de pequenos volumes, e o prazo 
máximo de dezoito meses para sua implementação. 
 
Art. 12 - Fica estabelecido o prazo máximo de vinte e quatro meses para que os 
geradores, não enquadrados no art. 7º, incluam os Projetos de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à aprovação 
ou ao licenciamento dos órgãos competentes, conforme §§ 1º e 2º do art. 8º. 
 
 
 
GESTÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 28 
Art. 13 - No prazo máximo de dezoito meses os Municípios e o Distrito Federal deverão 
cessar a disposição de resíduos de construção civil em aterros de resíduos domiciliares 
e em áreas de "bota fora". 
 
Art. 14 - Esta Resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2003. 
 
JOSÉ CARLOS CARVALHO 
 
Presidente do Conselho

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