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Texto: Materiais didáticos e as múltiplas linguagens no ensino de História dos anos iniciais Cataloga os materiais didáticos sob duas vertentes: 1) suportes de informações e 2) documentos. Suporte de informação – entende que correspondem os materiais com o discurso produzido, tendo a intenção de comunicar e transmitir o saber das disciplinas escolares. Os suportes informativos são produzidos pela indústria cultural e destinados à escola, com linguagem e discurso especificamente escolar. Documentos – a autora pondera que é o conjunto de signos visuais e textuais que são produzidos sem uma finalidade escolar e que posteriormente passa a ser utilizado didaticamente. São diversos materiais como contos, lendas, filmes, documentários, músicas, poemas, pinturas, revistas, jornais, leis, cartas, romances e outros. Primeiramente, esses artefatos educativos potencializam o trabalho educacional, com situações didáticas contextualizadas e dinâmicas, mas, por outro lado, esses instrumentos podem ser formas de controle do trabalho do professor na sala de aula. (os materiais podem se tornar formas de manipulação e adestramento do trabalho pedagógico por diversos agentes do poder.) Em síntese, os materiais didáticos podem servir para legitimar uma hegemonia cultural que é imposta. Essa conjuntura acaba transformando ideologicamente os objetivos, princípios e conteúdos das disciplinas escolares. Esse olhar atento que os educadores devem incorporar no momento da seleção de materiais, optando por instrumentos pedagógicos, que cumpram realmente uma finalidade pedagógica mais democrática e ética. Dentre os vários objetivos das séries iniciais, o ponto central é a alfabetização. Expressam, consequentemente, numa cultura que desvaloriza o saber histórico escolar nas séries inicias. Indicam concepções e práticas de ensino que separam o processo de alfabetização e letramento dos conhecimentos da História (educadores relatam que é necessário ensinar ler e escrever, para posteriormente introduzir o saber histórico às crianças). ler é ler o mundo: não podemos aprender a ler as palavras sem a busca da compreensão do mundo, da História, da Geografia, das experiências humanas, construídas nos diversos tempos e lugares… Os PCNs (1997) de História e Geografia, destinados às séries iniciais, o documento defende que a transposição dos métodos de pesquisa da História para o ensino, desenvolve situações didáticas privilegiadas na construção de capacidades intelectuais autônomas do educando, em relação a leitura e pesquisa de obras humanas do presente e do passado. Neste sentido, o trabalho pedagógico requer pesquisa de novos materiais (relatos orais, imagens, objetos, danças, músicas, narrativas, etc…) que sejam instrumentos para a construção do saber histórico escolar. No caso do primeiro ciclo, considera-se que as crianças estão no início da alfabetização, deve-se dar preferência aos trabalhos com fontes orais e iconográficas e, a partir delas, desenvolver trabalhos com a linguagem escrita. De modo geral, no trabalho com fontes documentais – fotografias, mapas, filmes, depoimentos, edificações, objetos do uso cotidiano… Com base nestas premissas a função do professor é introduzir o aluno na leitura de diversas fontes de informação, para a conquista de sua autonomia intelectual. Os PCNs (1997) descrevem que os documentos são importantes, como fontes de informações para serem interpretadas, avaliadas e comparadas. São entendidos como obras humanas que registram, de modo fragmentado, pequenas parcelas das complexas relações coletivas. Essas fontes são: cartas, livros, relatórios, pinturas, esculturas, fotografias, filmes, músicas, mitos, lendas, espaços, construções arquitetônicas e paisagísticas, instrumentos de trabalho, utensílios, vestimentas, alimentos, habitações, meios de locomoção e comunicação. Essas fontes são analisadas nas abordagens culturais, estéticas, técnicas e históricas que os objetos expressam em sua historicidade, por intermédio das linguagens escrita, oral, numérica, gráfica, cartográfica, fotográfica e artística. O material didático, pode ser um instrumento de trabalho do professor, é igualmente instrumento de trabalho do aluno; nesse sentido, é importante refletir sobre os diferentes tipos de materiais disponíveis e sua relação com o método de ensino. A imensa oferta de materiais didáticos acaba fomentando uma visão mercadológica no espaço escolar, na qual o professor deixa de ser um sujeito que reflete sua prática docente, métodos de ensino e concepções pedagógicas, e acaba atuando como mero reprodutor de materiais pré-determinados. É na inter-relação do sujeito aprendente com os objetos de ensino, que se concretiza a sistematização dos saberes. Mas essa relação deve ser prazerosa e mediada pelo docente, respeitando as múltiplas possibilidades que são próprias dos atos, pensamentos, modos de ser e sentir a infância. Devem ser exploradas no ensino de História nos anos iniciais, através das imagens, músicas, poemas, textos, documentos, museus, objetos, literatura infantil, filmes, revistas, jornais, fontes orais e outros vários materiais, com suas específicas linguagens, que favoreçam a construção do saber histórico escolar de forma lúdica e prazerosa. Texto: As metodologias de ensino nos livros didáticos de História e Geografia dos anos iniciais do Ensino Fundamental No que se refere à História, o PCN recomenda que, nos anos iniciais do ensino fundamental, o conteúdo se atenha à história local; à distinção de noções de tempo (passado, presente e futuro); a transformações e permanências sociais, econômicas e culturais em vivências cotidianas; à caracterização do modo de vida de uma comunidade indígena; à diferenciação da cultura indígena com relação à própria comunidade; o reconhecimento de documentos históricos e fontes de informação além de outros. Sendo assim, a disciplina busca formas de transmitir o saber histórico voltado à realidade do aluno. A história individual é aprendida e investigada como parte importante de um conhecimento maior. A Pedagogia tem buscado fornecer uma educação voltada para o aluno, em que a avaliação é um processo contínuo e o professor se avalia visando melhorar o rendimento do aluno, em benefício da aprendizagem. Na área de geografia, para que a criança compreenda e se localize no espaço, tem sido proposto que faça, em um papel bem grande, o contorno de seu corpo. Em aulas posteriores, pede-se a ela para desenhar a sua carteira, escrever o seu nome, em seguida desenhar as carteiras, com os devidos nomes de todos os colegas que estão ao seu redor, visando que ela compreenda a sua localização em sala de aula, bem como as noções de frente, atrás, direita e esquerda. Também têm sido recorrentes as sugestões de se fazer uma maquete da sala de aula, localizando todas as crianças em cada uma das carteiras. Desenhar o caminho que percorre de casa para a escola é sempre o outro passo, após a elaboração da referida maquete e, finalmente, vem o desenho do bairro e da cidade. Texto: Imagens de negros e negras no livro didático de história dos anos iniciais do ensino fundamental Apesar de ter sido constatado que a maioria das obras analisadas já trata a temática valorizando as questões culturais, a maioria das imagens trazidas pelos livros remete o negro à visão de subalternos e sofredores, estando relacionado ao período da escravidão no Brasil. Esta visão acrítica, que trata somente dos valores culturais e dos constantes abusos cometidos em relação ao povo negro, não é suficiente para atender aos objetivos da lei 11645/08, isto é, a inclusão da obrigatoriedade do ensino da cultura africana e afro-brasileira, uma vez que as imagens não dão margem para compreensão do negro de forma positiva. Também aponta elementos que precisam ser considerados nos estudos que se dediquem ao entendimento das relações étnico-raciais nos livros didáticos: a) a predominância, ainda hoje, da população branca e de seu contextohistórico-cultural; b) necessidade de representação positiva de pessoas negras nos livros didáticos como possibilidade da criança se reconhecer e se orgulhar do seu pertencimento racial; c) representação concreta da cultura dos afro-brasileiros, tendo em vista perdurar ainda uma representação dos negros brasileiros de forma abstrata, como se não tivessem cultura; d) a difusão de preconceitos nos livros didáticos que mantem e reforça a estrutura discriminatória da sociedade brasileira; e) a veiculação de preconceitos explícitos através de imagens e ilustrações Texto: Livro didático de História: representações do ‘índio’ e contribuições para a alteridade A Lei 11.645/2008 (torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira, em escolas brasileiras da educação básica, públicas ou particulares.) objetiva contribuir para a construção de uma educação que valorize as relações étnico-raciais no sentido do resgate das identidades, incentivando o respeito entre os grupos que compõem a nossa sociedade e o questionamento do mito da ‘democracia racial’. O acréscimo da temática indígena não implica apenas o acréscimo de conteúdos, mas também novas abordagens, novas metodologias, novos objetos na História Ensinada. Em síntese, implica uma História que rompe com a tradicional visão eurocêntrica e propõe a desconstrução de estereótipos. O foco principal desta análise é observar como as orientações oficiais para os conteúdos da história indígena foram inseridas na coleção, no sentido de se promover uma educação que considere outras matrizes que não apenas a europeia. Além disso, essa educação deve estar em harmonia com a promoção de uma sociedade mais justa e livre de preconceitos, tendo como produto final cidadãos mais conscientes de seu papel, capazes de enxergar e compreender o outro nas suas diferenças. Duas outras questões importantes: primeiramente, a desconstrução do ‘mito da democracia racial’, o que irá nos permitir a formação de cidadãos conscientes da diversidade cultural verificada em nosso país; em segundo lugar, e como decorrência do primeiro aspecto, é preciso que esses estudantes se vejam representados nas narrativas, entendam a diferença como um direito que lhes é próprio, ao mesmo tempo em que devem respeitar a diferença do outro. Três categorias, que se encontram estrategicamente inseridas no centro dessa discussão: 1) ‘encontros’; 2) o conceito de desenvolvimento e a hierarquização das culturas; e, por fim, 3) textos, documentos e imagens que possibilitem a construção de referenciais identitários positivos. Os indígenas já viviam nas terras onde hoje é o Brasil milhares de anos antes da chegada dos portugueses. Apesar disso, com poucas exceções, aparecem nos livros escolares. E, muitas vezes, são mostrados apenas como vítimas, e não como sujeitos da História. Além disso, diferentes povos indígenas são muitas vezes chamados pelo nome de índio, como se fossem todos iguais. A história e o ensino de história passaram a ser essenciais na recuperação da cidadania dos grupos que ao longo da construção do saber histórico e do próprio desenvolvimento de nossa nação foram, de um modo ou de outro, marginalizados. Concluímos, pois, que a Lei 11.645/2008 constitui um ótimo ponto de partida para uma sociedade em que o racismo deixe de ser uma prática comum nas relações cotidianas, ainda que muitas barreiras precisem ser superadas. Texto: Ensino De História E Diversidade Cultural: Desafios E Possibilidades A Lei 10.639/2003 introduziu a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e africana no currículo escolar da educação básica. Quando aparecem nos livros didáticos, seja através de textos ou de ilustrações, índios e negros são tratados de forma pejorativa, preconceituosa ou estereotipada. No âmbito dos PCN a temática da Pluralidade Cultural diz respeito ao conhecimento e à valorização das características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes paradoxal. Dia 20 de novembro, em que se comemora o “Dia Nacional da Consciência Negra”, em alusão à morte do líder negro Zumbi dos Palmares, é uma excelente oportunidade para os professores trabalharem as múltiplas formas de resistência do negro à escravidão que lhe foi imposta e que se materializou na formação de inúmeros quilombos no decorrer de nossa história. Precisamos, permitir por meio do ensino em todos os níveis, o conhecimento de nossa diversidade cultural e pluralidade étnica, bem como a necessária informação sobre os bens culturais de nosso rico e multifacetado patrimônio histórico. Só assim contribuiremos para a construção de uma escola plural e cidadã e formando cidadãos brasileiros cônscios de seu papel como sujeitos históricos e como agentes de transformação social. Texto: História (BNCC) Todo conhecimento sobre o passado é também um conhecimento do presente elaborado por distintos sujeitos. O historiador indaga com vistas a identificar, analisar e compreender os significados de diferentes objetos, lugares, circunstâncias, temporalidades, movimentos de pessoas, coisas e saberes. As perguntas e as elaborações de hipóteses variadas fundam não apenas os marcos de memória, mas também as diversas formas narrativas, ambos expressão do tempo, do caráter social e da prática da produção do conhecimento histórico. A utilização de objetos materiais pode auxiliar o professor e os alunos a colocar em questão o significado das coisas do mundo, estimulando a produção do conhecimento histórico em âmbito escolar. Por meio dessa prática, docentes e discentes poderão desempenhar o papel de agentes do processo de ensino e aprendizagem, assumindo, ambos, uma “atitude historiadora” diante dos conteúdos propostos, no âmbito de um processo adequado ao Ensino Fundamental. Os processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise de um objeto estimulam o pensamento. A BNCC considera os processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise essenciais para estimular o pensamento. O documento pontua que identificação faz se importante a partir das questões ou objetos a ser estudado.
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