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Objetivos Módulo 1 Epistemologia e contextualização da Psicologia Social Reconhecer a epistemologia da Psicologia Social. Acessar módulo Módulo 2 Pesquisa e métodos de investigação em Psicologia Social Analisar o estilo de pesquisa em Psicologia Social. Acessar módulo Módulo 3 A Psicologia Social Psicológica e a Sociológica Distinguir as duas vertentes em Psicologia Social. Acessar módulo Epistemologia e pesquisa em Psicologia Social Prof.ª Renata Casemiro Cavour Descrição A epistemologia da Psicologia Social, sua contextualização e os métodos científicos, ao longo de sua história. Propósito Reconhecer a epistemologia da Psicologia Social, entendendo como a contextualização histórica, filosófica e social influenciou sua teoria e metodologia, ao longo dos anos, permite identificar fatores fundamentais em intervenções e práticas do psicólogo tanto em grupos e comunidades quanto em casos individuais. d Introdução Neste conteúdo você entrará no universo da Psicologia Social, conhecendo a epistemologia deste assunto. Para isso, contextualizar as influências da Sociologia, da Filosofia e os acontecimentos históricos é de suma importância para entender o desenrolar de todo o desenvolvimento da Psicologia Social. Ao longo dos anos, o modelo experimental das ciências naturais era considerado o estilo padrão de metodologia para que se tivesse confiabilidade de ciência. Tanto a Psicologia como a Psicologia Social tentaram se enquadrar nesse modelo positivista para ganhar mais respaldo do meio científico. Com o passar do tempo, esse modelo foi criticado por correntes teóricas da Psicologia Social, especialmente por não levar em consideração a ação do homem em seu grupo social, nem o contexto socio-histórico. Por isso, na década de 1970, teve início a crise da Psicologia Social, que trouxe uma mudança tanto teórica quanto metodológica para a disciplina. Vamos, então, conhecer um pouco sobre todo esse caminhar da Psicologia Social para que, futuramente, você possa entender melhor as diversas abordagens e os estudos envolvidos. 1 Epistemologia e contextualização da Psicologia Social Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a epistemologia da Psicologia Social. Breve histórico da Psicologia Social A Psicologia Social é uma disciplina relativamente nova, já que o primeiro uso dessa expressão foi em 1908. Porém, muitos de seus principais contribuidores fazem parte de outras disciplinas, como Sociologia, Antropologia e Filosofia, uma vez que existia uma relativa falta de clareza e consenso sobre o seu objeto de estudo. Entre os principais nomes precursores, podemos citar: Charles Darwin e a teoria da evolução (A Origem das Espécies, 1859), na qual descreve que o ser humano é o processo final de um processo evolucionista de todas as espécies. d Herbert Spencer em 1870, inspirado pelas ideias de Darwin, escreve os Princípios de Psicologia, no qual afirma que nações e grupos étnicos deveriam ser classificados de acordo com seu grau de desenvolvimento, poder, organização e capacidade de adaptação. A Psicologia dos Povos, de Wilhelm Wundt, no qual associa a mente a um fenômeno histórico, um produto da cultura e da linguagem de um povo, que deveria ser explicada de forma coletiva, e não individual. Em Representações Individuais e Representações Coletivas, de Émile Durkheim, 1898, traz a ideia de que sentimentos privados se tornam sociais quando ultrapassam a barreira do indivíduo e se associam, dando origem à representação de uma sociedade. As Leis da Imitação, de Gabriel Tarde, de 1890, que demonstra o quanto a vida social tem como estrutura básica a imitação. Gustav Le Bon, em 1895, publicou Psicologia das multidões, no qual alega que, quando o indivíduo se junta à uma massa, perde suas características pessoais e autonomia, e passa a ser regido pelas características daquele grupo e do coletivo. Em 1908, William McDougall e Edward Ross lançaram seus livros Uma introdução à Psicologia Social e Psicologia Social: uma resenha e um livro-fonte, respectivamente, os quais marcaram a fundação da disciplina. Cabe lembrar que os livros, apesar do título, falavam de assuntos completamente diferentes. Enquanto McDougall, psicólogo britânico influenciado pelas obras de Darwin, dissertou sobre o conceito de instinto, enfatizando as características inatas, Edward Ross, psicólogo norte-americano e influenciado pelas obras de Tarde e Le Bon, definiu a Psicologia Social como o estudo que padronizava as formas de pensamentos, valores, crenças e comportamentos, como, por exemplo, a imitação, decorrentes das interações entre os seres daquele grupo. McDougall (à esquerda) recebendo os psicólogos refugiados judeus-alemães Kurt Lewin (centro) e William Stern (à direita) na Duke University, em meados da década de 1930. Morton Prince, inicia em 1921, a publicação do Journal of Abnormal and Social Psychology que passa a ser a principal fonte de publicação de experimentos em Psicologia Social até 1965. Somente em 1924, Floyd H. Allport publica o primeiro manual de Psicologia Social, contendo experimentos relacionados a fenômenos psicossociais que se contrapõem ao estudo da consciência coletiva e considera a Psicologia Social como parte da Psicologia do indivíduo. Assim, fica claro que a Psicologia Social deve ter como objeto de estudo as influências do comportamento individual em outras pessoas e as possíveis reações frente a essas ações. d Em 1927, inicia-se também os estudos de mensuração das atitudes de Thurstone e seus colaboradores. Esses estudos, aliados à sofisticação do método experimental, darão um status científico à Psicologia Social ao longo das décadas seguintes. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, há uma mudança de concepção de behaviorismo para gestaltismo, trazendo propriedades perceptivas e com os principais autores: (Kurt Lewin, 1890-1947) Muzar Sheriff, que tinha o foco em estudar os fatores que determinam a formação e a permanência das normas sociais. Kurt Lewin, que direcionava seus estudos para pesquisas sobre clima grupal e, diferentemente do colega behaviorista Allport, acreditava que o grupo tem dinâmica própria. Fritz Heider e suas duas linhas de pesquisa: teorias de atribuição e teoria de consistência cognitiva. Solomon Arch, que se opõe firmemente às ideias behavioristas e aplica princípios gestálticos sobre a percepção e impressão de pessoas e sua construção de um todo sobre elas. No final dos anos 1950 e no decorrer das duas décadas seguintes, houve uma mudança nos interesses de pesquisas, substituindo toda linha de pensamento a respeito de mudanças de atitude e processos grupais para teorias que tivessem sua base nos processos cognitivos. A teoria mais marcante desse período é a Teoria da Dissonância Cognitiva de Leon Festinger, que seria uma atitude contrária, desconfortável e conflituosa à crença inicial, levando a mudá-la e alcançar novamente a congruência. d Leon Festinger (1919 – 1989) Epistemologia em Psicologia Social Epistemologia tem sua origem nos termos gregos episteme, que significa conhecimento, e logos que significa estudo. Ou seja, estamos nos referindo ao estudo do conhecimento ou até mesmo, da teoria da ciência, como é mais conhecida. Mas o que isso significa, na prática? O valor da epistemologia se observa quando percebemos a importância da cronologia não somente como uma simples passagem de tempo, mas como uma forma de compreensão das novas perspectivas na discussão do conhecimento, prevista por novos paradigmas ou modelos, gerados ou geradores de novos tempos sociais e humanos. A Psicologia Social, segundo Farr (2008), foi fortemente influenciada pelo contexto em que se formou como ciência, surgindo como disciplina independente nos Estados Unidos e com raízes na Europa. Resposta Epistemologia é um conjunto de conhecimentos sobre a origem, a natureza, os métodos e os resultados do conhecimento científico, dentro de seus aspectos práticos e teóricos. d As bases europeias estavam principalmente relacionadas aos estudos de Gabriel Tarde sobre a imitação, a Psicologia das Massas, de Gustave Le Bon e principalmente os estudos de Wilhelm Wundt sobre a Psicologia dos Povos. G. Tarde acreditava que os efeitos da sociedade sobre o comportamento individual não são os resultados de processos psicológicos independentes e situados fora dos indivíduos, mas sim decorrência das influências recíprocas entre as consciências em um contexto de interações espontâneas. Le Bon tem como cerne de seus estudos o reconhecimento da massa como uma associação psíquica independente de seus membros e, portanto, quando os sujeitos se reúnem para formar uma aglomeração, surgem processos psicológicos que não estão presentes nos indivíduos isolados. Isso inclui, inclusive, os aspectos negativos dessa aglomeração, como a capacidade de transformar qualquer ideia em atos de barbárie. É como se estando em multidão, o sujeito perdesse sua identidade e mostrasse somente um caráter compartilhado. d Já o fortalecimento real da Psicologia como disciplina científica, independentemente das bases sociológicas e filosóficas, ocorreu em meados do século XIX, na Alemanha, e estava muito vinculada ao desenvolvimento das ciências naturais. Nesse contexto, Wilhelm Wundt deu um passo significativo sobre os pressupostos epistemológicos da Psicologia, indo a favor de uma Psicologia científica que segue os esquemas das ciências naturais. Ele caracterizou a Psicologia como a ciência da mente e reivindicou o uso da experimentação como a forma válida de estudar os processos mentais de maneira científica. A Völkerpsychologie ou Psicologia dos povos tem como ideia central que o desenvolvimento individual depende do contexto mental (constituído por linguagem, costumes e crenças) no qual a pessoa está inserida. Ou para melhor compreender, a Psicologia experimental estuda o comportamento possível de ser observado e quantificado, pertencendo às ciências naturais. Já a Psicologia dos povos foca a origem da mente pela língua e cultura, pertencentes às ciências humanas e sociais. Daqui observamos uma dicotomia na identidade da Psicologia como ciência que permanece até os dias de hoje. Em alguns contextos observamos um certo debate que procura delimitar a Psicologia como uma ciência pertencente à área da Saúde, por exemplo, ou à área das Ciências Humanas. A origem da Psicologia norte-americana foi extremamente influenciada pela Psicologia experimental de Wundt, mas sua duração foi curta, devido às teorias evolucionistas e ao desenvolvimento do pragmatismo, cuja figura mais marcante foi William James, com sua ideia de que a Psicologia deveria ter como objeto a decomposição da consciência em seus elementos constituintes. Foi também na Alemanha que surgiu a Psicologia da Gestalt, como uma alternativa à teoria experimental de Wundt, devido às suas bases na fenomenologia, e exerceu grande influência no desenvolvimento da Psicologia Social. Entretanto, a principal linha de influência no desenvolvimento da Psicologia Social na etapa inicial foi resultado das teorias evolucionistas. Grande parte do comportamento humano passou a ser explicada, recorrendo a fatores como instinto ou herança genética, apoderando-se da Psicologia Atenção! Tempos depois, o próprio Wundt, percebendo as limitações da Psicologia experimental para os processos mentais mais complexos, resolveu dividir a Psicologia em duas áreas: a Psicologia experimental, que teria o seu foco em processos mais básicos e a Völkerpsychologie, centrada em processos mentais superiores para os quais a compreensão individualista não seria adequada. d Social do início do século até o aparecimento do behaviorismo na Psicologia Social introduzido por Floyd Allport. Psicologia Social no contexto da Psicologia O marco do surgimento da Psicologia Social como disciplina independente e moderna foi a publicação de dois manuais: Do sociólogo Edward A. Ross, com o Social Psychology: an outline and a source book, que tinha suas bases nas ideias de Gabriel Tarde e estuda os fenômenos de imitação, de sugestão e da simpatia. Do psicólogo Willian McDougall e o An introduction to social psychology, que está dentro da tradição evolucionista da Psicologia britânica e tem como base a análise das bases instintivas do comportamento humano. A proposta de McDougall foi bem acolhida pelo contexto da época, pois coincidiu com o movimento da eugenia, que visava à melhoria da espécie humana mediante a intervenção no processo de seleção. Porém, logo as críticas a esse modelo começaram a aparecer, como, por exemplo, a validação do termo “instinto” no âmbito da Psicologia, devido à variedade de teorias e classificações dos instintos. E em 1924, virou alvo principal de John Watson e dos behavioristas, entre eles, Floyd Allport. Floyd Allport e o behaviorismo na Psicologia Social Nos Estados Unidos, surge um novo marco para a Psicologia Social. Floyd Allport começa a introduzir o behaviorismo na Psicologia Social a partir de seu livro Social Psychology, de 1924, definindo-a como uma especialidade da Psicologia dedicada ao estudo do comportamento social. Apesar de admitir e considerar a importância do conceito de consciência, ele a reduz a um papel secundário no estudo do comportamento. Delimita o campo da Psicologia Social, relacionando o behaviorismo e o individualismo, opondo- se à concepção da Psicologia Social que se concentrava no estudo de grupos, justificando que o grupo não pode ser considerado uma entidade psicológica independente. Allport acreditava que o grupo era somente um aglomerado de indivíduos diferentes que reagem uns diante dos outros ou de uma situação comum. E, com isso, a Psicologia Social deveria ser entendida como a d Psicologia individual, levando a uma proposta metodológica objetiva e, assim, uma influência decisiva para o rápido desenvolvimento da experimentação Em Psicologia Social. O apogeu e a queda do positivismo Durante as décadas de 1930 e 1940, o desenvolvimento tanto teórico quanto metodológico da Psicologia Social foi muito influenciado pelo positivismo lógico, que defendia que todo conhecimento, fosse ele derivado das ciências naturais ou das ciências sociais, tinha que ter como requisito a verificabilidade e deveria se submeter à aplicação rigorosa do método hipotético-dedutivo da física. Nesse período, também foi gerada a corrente do neobehaviorismo, cujas contribuições mais representativas na Psicologia Social foram: A teoria da frustração-agressão Que dizia que o aparecimento de um comportamento agressivo sempre significava a existência de frustração e a frustração sempre levava a alguma forma de agressão. A teoria da aprendizagem por imitação de Miller e Dollard Que afirmava que a aprendizagem acontece quando a imitação do comportamento é reforçada. Nos anos 1950 e 1960, os estudos estavam voltados para a percepção social, a influência social e a consistência cognitiva. Um dos estudos destacados nessa época é a teoria da dissonância cognitiva, de Leon Festinger, que trata da situação em que a pessoa percebe a existência de uma contradição entre dois elementos da cognição. A dissonância tem um efeito psicológico negativo e, portanto, a pessoa tenderá a eliminá-la para restabelecer a congruência. A partir dos anos 1970, a queda do positivismo lógico acelerou a crise do behaviorismo. O estudo dos processos cognitivos se tornou um dos principais temas de interesse para a Psicologia Social. A pesquisa da dissonância cognitiva perde espaço para as teorias da atribuição, e esse fato foi um importante ponto de interseção entre a Psicologia Social e a Psicologia cognitiva, que deu como frutos a consolidação da pesquisa sobre cognição social. d A Psicologia Social no contexto da Sociologia Como já falamos, dois manuais de Psicologia Social deram origem ao termo em 1908. Concomitante ao livro de William McDougall, surgiu o manual de Edward A.Ross como um exemplo do processo de consolidação simultânea da Psicologia Social tanto na Psicologia como na Sociologia. Ross definia a Psicologia Social como uma especialidade da Sociologia, que deveria ignorar as uniformidades no comportamento determinadas por fatores biológicos e se concentrar somente nas uniformidades, com explicações em causas sociais. Seus principais mecanismos explicativos são a invenção, a sugestão e a imitação. Entretanto, dos autores que tiveram seus textos publicados no início do século XX, devemos destacar aqueles que tiveram formação na Escola de Chicago, universidade fundada em 1890, e principal núcleo de desenvolvimento das ciências sociais norte-americanas, nas primeiras décadas do século XX. Do ponto de vista teórico, os sociólogos formados na instituição tiveram grandes influências do pragmatismo de John Dewey e a microssociologia de Georg Simmel. Porém, como destaque na influência do desenvolvimento em Psicologia Social, temos William I. Thomas e George Herbert Mead. Thomas contribuiu de duas formas para a Psicologia Social: utilizando uma metodologia com diversas fontes de dados e o caráter empírico do conceito de atitude, central para a constituição e o desenvolvimento da área. George Mead foi o autor da Escola de Chicago que mais exerceu influência em Psicologia Social. Crítico do individualismo, que era o enfoque característico da Psicologia na época, propôs uma mudança para que a experiência individual fosse tratada do ponto de vista da sociedade. Atenção! A Escola de Chicago tinha como premissa fazer ciência para a resolução dos problemas sociais, o que acabou criando o clima propício para o desenvolvimento da pesquisa sociológica. A principal característica da universidade foi a ausência de uma orientação predominante e a diversidade tanto teórica quanto metodológica de suas pesquisas. d Portanto, a ideia era explicar a determinação social do comportamento, afastando-se das concepções individualistas das teorias psicológicas, colocando ênfase no social, mas sem deixar de destacar a participação do indivíduo como agente ativo e não como passivo diante as influências do meio. Para isso, trouxe o conceito de interacionismo simbólico que visa à compreensão do modo como os indivíduos interpretam os objetos e as outras pessoas com as quais interagem e como tal processo de interpretação conduz o comportamento individual em situações específicas. Durante as décadas de 1930 e 1940, a dificuldade em realizar o estudo do comportamento social de forma que este rejeitasse a intervenção da consciência ou dos processos mentais superiores em suas ações abriu o caminho para que a Psicologia Social fosse influenciada pela Escola da Gestalt, que trouxe, como seus mais importantes princípios, a teoria de campo e os estudos experimentais sobre o comportamento grupal de Kurt Lewin. Na teoria do campo, Lewin dá importância aos fatores ambientais na determinação do comportamento sem renunciar às variáveis de caráter cognitivo, como o behaviorismo fazia. O grupo não se definia pela proximidade ou semelhança que seus membros poderiam apresentar, mas pelas relações de interdependência entre eles. Com relação aos experimentos de Lewin, suas contribuições mais conhecidas são no campo da dinâmica de grupos, destacando seus estudos sobre os processos intragrupais. Além disso, o trabalho de Lewin alcançou também o campo da metodologia, sendo fundamental para a Psicologia Social como uma ciência experimental. Ele defendeu a adequação do método experimental para os estudos dos pequenos grupos e destacou a necessidade de desenvolver também técnicas de pesquisa que permitissem realizar experimentos reais nos grupos sociais naturais existentes, sendo, portanto, um dos primeiros a introduzir o experimento de campo em Psicologia. Também teve uma contribuição importante à Psicologia Social com o conceito de pesquisa-ação, situando a pesquisa dentro do contexto do planejamento e da ação social. d A Psicologia Social chega às décadas de 1950 e 1960 apresentando um crescimento espetacular, consolidando-se como uma disciplina diferenciada na Psicologia. A Psicologia Social europeia foi perdendo espaço para a Psicologia Social norte-americana. Tanto os psicólogos sociais neobehavioristas como os gestaltistas assumiram princípios metodológicos da corrente da Psicologia à qual estavam vinculados, dando mais ênfase à experimentação e ela se tornou o principal método de pesquisa de Psicologia Social Psicológica. Entretanto, mesmo que a Psicologia Social Psicológica tenha vivenciado maior desenvolvimento, a Psicologia Social não se desligou totalmente da Sociologia, que durante a década de 1960 teve tendência aos estudos dos processos microssociológicos, que deram origem às correntes teóricas psicossociológicas, como as teorias do intercâmbio de George Homans, o desenvolvimento do interacionismo simbólico das Universidades de Chicago e Iowa, a Sociologia fenomenológica de Schutz, o enfoque dramatúrgico de Goffman e a etnometodologia de Garfinkel. Essa abordagem deu origem à Psicologia Social Sociológica. A crise da Psicologia Social Após esse apogeu da Psicologia Social durante a década de 1960, os anos 1970 apresentaram um cenário bem diferente. Iniciou-se uma grande e importante crise que afetou as bases teóricas, metodológicas e epistemológicas da disciplina. A crise ocorreu devido a um reflexo das mudanças que estavam acontecendo na época, no âmbito da Filosofia da ciência, com a diminuição da influência do positivismo lógico e a crise do behaviorismo. Nessa época, como consequência da crise, surgiram outras propostas teóricas e metodológicas, que ao se consolidarem, contribuíram para mudar a fisionomia da Psicologia Social. Os psicólogos sociais europeus passaram a reivindicar uma identidade própria e diferente da Psicologia Social norte-americana, defendendo a realização de pesquisas mais relevantes do ponto de vista social. d Também surgiu, no mesmo momento, na América Latina, o desenvolvimento da Psicologia Social, que procurava maior compromisso com a realidade social dos países que a compõem, com propostas mais voltadas ao trabalho com comunidades e com a mudança social. Nessa área, merecem destaque os aportes da Psicologia Social da liberação e da Psicologia Social comunitária, que tem como seu maior contribuidor Ignacio Martín-Baró. A obra de Baró foi orientada pelo seu compromisso com a mudança social necessária devido aos problemas sociais existentes nos países latino-americanos, tendo como temas: a aglomeração, o machismo, o fatalismo, a saúde mental, a violência e a guerra. Portanto, sua contribuição à Psicologia Social está voltada para a construção de uma teoria crítica da realidade social, propondo inverter um processo de raciocínio hipotético-dedutivo da epistemologia positivista para um realismo crítico. Baró propõe substituir a concepção universalista alheia à história e totalmente individualista da Psicologia Social hegemônica por um modelo mais contextual, histórico e mais sociológico, com um compromisso com as classes mais marginalizadas, a partir de um viés de uma Psicologia Social crítica e libertadora. Para ele, é fundamental levarmos em consideração as condições socio-históricas, o que faz com que o conhecimento da realidade não possa ser nem universal nem atemporal. A Psicologia Social comunitária, na América Latina, surgiu por causa da necessidade de responder aos enormes problemas sociais que atingiam a todos os países da região, buscando, assim, contribuir para melhorias nas condições de vida dos grupos mais desfavorecidos. Exemplo A teoria da identidade de Henri Tajfel, as teorias das representações e as minorias ativas de Serge Moscovici e os trabalhos sobre o desenvolvimento cognitivo de Willem Doise e seus colaboradores da Escola de Genebra foram exemplos dessa mudança de cenário. d A partir desse raciocínio, a Psicologia Social comunitária acredita queos problemas que afetam os grupos sociais não têm sua origem nas características pessoais de seus membros, mas na estrutura social em que se situam, e o seu enfoque está em intervir psicossocialmente para promover uma mudança na situação desses grupos. Pode-se verificar o desenvolvimento mais aprimorado da Psicologia Social pós-moderna, na qual se agrupam diversas correntes articuladas em torno de um relativismo epistemológico que questiona as bases da Psicologia Social tradicional e propõe uma nova forma de entender a disciplina. A Psicologia Social pós-moderna traz como suas principais objeções: A adoção de um enfoque relacional e não representacionalista da linguagem. A crítica a uma concepção naturalista e à Psicologia Social experimental. A ênfase na construção social do conhecimento científico. A rejeição da crença em critérios universais de validação do conhecimento. A aceitação de que a ciência não é superior a outras formas de conhecimento. Por consequência desse movimento, o desenvolvimento das correntes da Psicologia Social Sociológica, que antes era marginalizada pelo positivismo lógico, passa a trazer novas ideias para o enriquecimento do interacionismo simbólico. A Psicologia Social pós-moderna Neste vídeo, a especialista reflete sobre a crise da Psicologia Social, destacando o relativismo epistemológico que questiona as bases da Psicologia Social tradicional e propõe uma nova forma de entender a Psicologia Social pós-moderna. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. d Módulo 1 - Vem que eu te explico! Epistemologia em Psicologia Social Módulo 1 - Vem que eu te explico! Psicologia Social no contexto da Psicologia Módulo 1 - Vem que eu te explico! A Psicologia Social no contexto da Sociologia Questão 1 Martín-Baró alega que o papel do psicólogo na sociedade deve ser extremamente ativo, como um agente de mudança. Assinale a alternativa correta: Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A A Psicologia não tem uma especificidade como área de conhecimento científico e prático. B O trabalho do psicólogo deve buscar a alienação das pessoas e grupos, para que isso os ajude a chegar a um saber crítico sobre si próprios e sobre a realidade. C A conscientização constitui-se no horizonte primordial do “que fazer” psicológico. D O psicólogo deve transformar sua prática profissional, despojando-a de pressupostos teóricos adaptacionistas e de suas formas de intervenção a partir de posições de passividade. d Questão 2 Observe as afirmativas a seguir, inspiradas na Psicologia Social de orientação positivista. I. Propõe-se a descrever os processos observáveis dos encontros sociais. II. Seus objetivos estão voltados para a procura de formas adequadas de ajustamento de comportamentos individuais ao contexto social. III. O social é entendido apenas como a relação entre pessoas, e não como um conjunto de produções humanas que constroem a realidade social e, ao mesmo tempo, o indivíduo. IV. É uma Psicologia Social comprometida com a transformação das condições de desigualdade e injustiça social. Pode-se afirmar que E O psicólogo deve ficar despreocupado com as consequências históricas concretas que sua atividade esteja produzindo. Parabéns! A alternativa C está correta. Estar consciente do que acontece com o ambiente histórico-social é fundamental para saber fazer o psicológico. A apenas I e III estão corretas. B apenas I, II e III estão corretas. C apenas a I e a IV estão corretas. D apenas a I está correta. E apenas II, III e IV estão corretas. Parabéns! A alternativa B está correta. A Psicologia Social Psicológica propõe que os encontros sociais devem ser processos observáveis. Como foco principal se tem o d 2 Pesquisa e métodos de investigação em Psicologia Social Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o estilo de pesquisa em Psicologia Social. A pesquisa em Psicologia Social Já está claro para você que a Psicologia Social estuda a relação do indivíduo e seu meio social, ou seja, o sujeito sendo agente ativo em seu meio e sofrendo os impactos que o meio pode causar em seus comportamentos, cognições e emoções. Para isso, a Psicologia Social tem uma gama enorme de assuntos a serem estudados e analisados, utilizando diferentes tipos de abordagens metodológicas, visto que o objeto de estudo pode orientar a melhor metodologia a ser aplicada. Mas nem sempre a história foi essa. Segundo Tittoni e Jacques (2013), até o século XVIII, a definição do ser científico era tornar o conhecimento o mais objetivo possível, trazendo a ideia de que o conhecimento científico detinha o poder de construir uma verdade sobre a “vida real”. Essa concepção positivista da ciência se impôs no âmbito das Ciências Sociais durante as primeiras décadas do século XX, induzindo a ideia de que existia um método único científico, ao qual todas as ciências deveriam se ajustar. Essa concepção da ciência, presente nos momentos iniciais da Psicologia, propôs que os processos psicológicos fossem passíveis de experimentação, objetivação e generalização e, assim, seriam qualificados como científicos. comportamento do indivíduo em meio social e o social é passivo perante a ação do indivíduo. d A Psicologia Social em seus primórdios teve como sua base a Psicologia norte-americana, que tinha o seu forte na experimentação, tanto na concepção do objeto quanto nas estratégias metodológicas para abordagem dos processos sociais. O objetivo era entender de forma lógica como os objetos estudados influenciam ou são influenciados pelos comportamentos das pessoas. Após esse período, teve início um tempo de crítica ao modelo de ciência predominante na época, definindo a pesquisa como algo maior do que o senso comum, um recurso que possui vários métodos de produzir conhecimento e história de suas legitimações. Na Europa do final dos anos 1960, começam a surgir as críticas mais incisivas à Psicologia Social norte-americana, denunciando seu caráter ideológico. Nos países da América Latina, que tinham sua base toda inserida nos ensinamentos da Psicologia Social norte-americana, a crítica estava associada à distância dos estudos à realidade social. Mais especificamente após a década de 1970, instaura-se a crise em Psicologia Social, dada justamente pelo questionamento da hegemonia da forma de conceber a ciência, tanto no objeto quanto nos objetivos e estratégias metodológicas. Um dos pressupostos de pesquisa era o de mostrar que não existia essa neutralidade afirmada pelo experimentalismo e demonstrar o quanto o sujeito é um agente ativo de conhecimento. Essa visão de mundo e de homem como produto e produtor da história vai de encontro à ideia de gerar um conhecimento neutro, que o outro não interfira na existência. Pesquisador e pesquisado se definem por relações sociais que tanto podem ser reprodutoras como podem ser transformadoras das condições sociais onde ambos se inserem; dessa forma, conscientes ou não, sempre a pesquisa implica em intervenção, ação de um sobre os outros. (LANE, 1985, p. 18) A Psicologia Social, portanto, passa a trazer também como objeto de estudo, os cenários históricos, sociais, econômicos e culturais dos sujeitos examinados. d Para simplificar o entendimento, podemos dividir em três principais caminhos para entender o comportamento humano no contexto da Psicologia Social: 1. Observar o comportamento em seu ambiente natural. 2. Criar situações artificiais e monitorar o comportamento diante de tarefas definidas para essas situações. 3. Fazer questionamentos aos sujeitos sobre suas percepções, os comportamentos, pensamentos e as experiências acerca de algo de sua história pregressa, atual ou futura. A Psicologia Social passa a ter a concepção de ciência que propõe complexidade, pluralidade teórico-metodológica, a interseção de diferentes áreas do conhecimento,a prática interdisciplinar e uma preocupação ética com os laços sociais e políticos. Algumas observações ao fazer a pesquisa De acordo com Günther (2011), podemos estudar os fenômenos sociais a partir do referencial teórico e com métodos de diferentes áreas do conhecimento. A pesquisa começa com um palpite ou uma hipótese que o pesquisador queira testar e, a partir dela, o pesquisador tem que coletar os dados para submeter sua hipótese a teste. Quanto mais detalhada e específica for a hipótese, maior a chance de ter sucesso nos resultados. Todos os passos de uma pesquisa precisam estar claramente expostos, como, por exemplo, a descrição dos participantes para saber como foram recrutados e quais são seus aspectos; a descrição bem definida dos instrumentos utilizados e dos procedimentos para que outros pesquisadores possam replicá-la. d A análise de dados deve ser clara e explícita. Caso a escolha seja por métodos quantitativos, o detalhamento deve estar no procedimento estatístico escolhido. Se a escolha for por procedimentos qualitativos, a explicitação e a documentação de procedimentos analíticos são indispensáveis. A escolha de uma abordagem quantitativa ou qualitativa está muito relacionada com o objeto da pesquisa e não necessariamente são mutuamente excludentes. Os procedimentos quantitativos tendem a ser mais dedutivos e confirmatórios, partindo de uma teoria. Geralmente, utiliza-se questionários com perguntas fechadas, e a escala Likert de avaliação. Não se utiliza somente os métodos observacionais, mas sempre se realiza a coleta de dados de maneira sistemática e de forma que seja possível analisá-los estatisticamente, como modo de avaliar se esses dados e os resultados são fidedignos ou foram encontrados ao acaso. Já os métodos qualitativos tendem a ser mais intuitivos e exploratórios. Tenta-se coletar dados a partir de observações, registros de comportamentos e outros materiais como documentos, diários, filmes e gravações. Seus questionários tendem a utilizar perguntas abertas com um roteiro semiestruturado, permitindo que o sujeito investigado também consiga conduzir o rumo da investigação e dar mais explicação e/ou informação sobre o fenômeno estudado. A análise desses dados costuma ser mais interpretativa, usando-se de técnicas de análise do discurso e de análise do conteúdo. Outro aspecto que pode chamar atenção em alguns tipos de pesquisa são as variáveis. Podemos verificar dois tipos: Variável independente Com a qual o pesquisador altera algum ponto da pesquisa para provocar consequências em outra variável. Variável dependente Que é afetada diretamente pela variável independente. Geralmente, a hipótese é baseada no fato de que a variável dependente sofrerá influência da variável independente. A análise de conteúdo e pesquisa-ação Vamos conhecer alguns métodos de investigação utilizados em Psicologia Social. d Análise de conteúdo As características da análise de conteúdo são: Descrever e organizar o conteúdo de comunicações escritas ou verbais, podendo ser utilizados materiais visuais (filme, vídeo, desenhos), materiais impressos (jornais, revistas, livros) e registros verbais (entrevistas e questionários). Os sujeitos não são necessariamente as pessoas propriamente ditas, mas sim o material que foi produzido por elas. O procedimento consiste na análise do conteúdo dos artigos. O instrumento pode ser um programa que sistematize e analise o material coletado. Veja a seguir suas vantagens e desvantagens. 1 de 2 Pesquisa-ação As características da pesquisa-ação são: Suas vantagens são: Avaliar grandes quantidades de dados, podendo utilizar dados brutos recolhidos no momento do estudo. Utiliza procedimentos mais robustos e bem documentados, a partir dos quais o pesquisador estabelece como selecionar, organizar em unidades e categorizar os dados brutos de pesquisa. Tem a oportunidade de desenvolver dados históricos, tendo como fontes entrevistas já realizadas, alguns experimentos, dados observados e levantamentos passados que estão condicionados ao presente. Permite uma nova compreensão histórica/cultural por meio da análise de texto. d Fundamenta-se no materialismo histórico, tendo a hermenêutica dialética como sua principal ferramenta de análise. O foco do pesquisador é de solucionar algo por meio de uma ação ou um comportamento e, com isso, ele ser o seu objeto de estudo. Tanto o pesquisador quanto o grupo pesquisado interagem de modo participativo, desenvolvendo as ideias propostas no plano de pesquisa. O que pode resultar em alguma transformação comportamental do grupo envolvido e a possibilidade de solução para o objeto de estudo em questão. Diversos ajustes podem acontecer de forma progressiva dentro dos planejamentos de pesquisa, caso necessário, para que seja fortalecido o problema da pesquisa com ação. Essa metodologia também tem como objetivos potencialmente alcançáveis coletar os dados sobre o problema avaliado, desenvolver conhecimentos teóricos e comparar as teorias sobre o tema, e, finalmente, descrever os processos vivenciados em pesquisa e as suas variáveis, de modo a produzir resultados práticos sobre os problemas pertinentes à pesquisa. O ambiente da pesquisa é o local natural em que as práticas acontecem. Veja a seguir suas vantagens e desvantagens. 1 de 2 Experimentos, levantamento de dados e estudos de campo Vamos observar mais alguns métodos de investigação apontados por Rodrigues, Assmar e Jablosnski (2005): Experimento Suas vantagens são: É focada em mudança. Na pesquisa-ação, a metodologia de pesquisa deve ter sempre um olhar com relação à prática, de modo que não se deixe de avaliar o que mudou, por não dispor de um bom instrumento de medição ou de dados necessários. Os cenários onde acontecem esse tipo de metodologia não são manipulados como ocorre com a tradicional pesquisa científica experimental. Assim, a pesquisa-ação está mais dentro dos moldes intervencionistas. A pesquisa-ação traz como forma de problematização o apontamento sobre a quem cabe o problema. Esse é um olhar crítico da Psicologia Social. d O experimento pode ser de campo e de laboratório. Vamos ver cada um deles, bem como suas vantagens e desvantagens. Levantamento de dados Possui um número elevado de pessoas que simbolizam uma amostra do universo pesquisado. Os dados são coletados por meio de questionários no ato da pesquisa ou para serem enviados posteriormente. Passo a passo da pesquisa de levantamento: 1. Determinação dos objetos gerais 2. Determinação dos objetivos específicos e possível formulação de hipóteses 3. Escolha da amostra 4. Criação de um instrumento para coletar os dados da pesquisa 5. Trabalho de campo (coleta de dados) �. Codificação dos dados 7. Análise dos dados �. Relatório final Veja a seguir suas vantagens e desvantagens. Estudo de campo Permite ao pesquisador um olhar aprofundado sobre o tema em questão. O estudo é realizado em local predefinido, em que ocorre o fenômeno psicossocial no qual acontece o objeto de estudo. O pesquisador observa o fenômeno ou coleta os dados sobre o objeto de estudo de uma forma mais esmiuçada, mas ele não pode intervir sobre o que está acontecendo. Veja a seguir suas vantagens e desvantagens. De campo De laboratório Vantagens Desvantagens d Metodologias de pesquisa na Psicologia Social Neste vídeo, a especialista compara diferentes metodologias de pesquisa usadas na Psicologia Social, destacando as suas características, vantagens e desvantagens. A ética Princípios éticos dos psicólogos para a realização de pesquisas, segundo a American Psychological Association (2010): Os psicólogos devem buscar promover a exatidão, a honestidade e a veracidade na ciência, no ensino e na prática da Psicologia. Os psicólogos devem ter como prioridade o respeito à dignidade e ao valor das pessoas, os direitos individuais da privacidade, confidencialidade e autodeterminação.Quando os psicólogos vão realizar uma pesquisa pessoalmente, via transmissão eletrônica ou outras formas de comunicação, devem obter o consentimento informado da pessoa. Para obter o consentimento informado, os psicólogos devem informar aos participantes a respeito da finalidade da pesquisa, tempo de duração esperado e procedimentos; o direito de se recusar a participar e de se retirar da pesquisa quando já iniciada; as consequências previstas de se recusar ou se retirar; os fatores razoavelmente previsíveis que podem influenciar a decisão de participar ou não, como riscos potenciais, desconfortos ou efeitos adversos; quaisquer benefícios potenciais da pesquisa; limites de confidencialidade; Vantagens Desvantagens d incentivos para participar; e do contato para perguntar a respeito da pesquisa e dos direitos dos participantes. Os psicólogos são os principais responsáveis e devem tomar as devidas precauções para proteger a informação confidencial obtida ou guardada em qualquer tipo de mídia. A técnica do engano se refere a induzir o participante ao erro sobre a verdadeira finalidade do estudo ou do que está acontecendo. Os psicólogos não podem realizar uma pesquisa que envolva o engano, a menos que comprovem que a técnica do engano é justificada pelo potencial significativo do estudo com relação à ciência, educação ou valor agregado e que as alternativas efetivas que não envolvam o engano não sejam viáveis. Os psicólogos devem deixar claro aos participantes qualquer tipo de dúvida sobre os enganos, que eles fazem parte do projeto e da realização de um experimento, assim que possível. Os psicólogos devem fornecer uma forma de acesso imediato para que os participantes possam obter informações a respeito da origem, dos resultados e das conclusões da pesquisa e para poderem saber quais são os passos para corrigir quaisquer equívocos ocorridos, dos quais os psicólogos tenham conhecimento. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 2 - Vem que eu te explico! A pesquisa em Psicologia Social Módulo 2 - Vem que eu te explico! Princípios éticos para a realização de pesquisas segundo a APA Questão 1 Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. d Qual é o método de pesquisa em Psicologia Social que permite a indagação dos efeitos da variável independente sobre a dependente, com maior garantia de controle de variáveis externas? Questão 2 A Psicologia Social possui uma multiplicidade de métodos de pesquisa possíveis de serem aplicados em seus estudos. A partir disso, assinale a alternativa correta: A Análise do conteúdo. B Pesquisa-ação. C Experimento de campo. D Experimento de laboratório. E Estudo de campo. Responder A Une-se com o pressuposto da neutralidade do conhecimento ou apoia um conhecimento que não interfira na realidade do outro. B A abordagem qualitativa é a única possibilidade. A pesquisa quantitativa não é um recurso aplicado em Psicologia Social. C A pesquisa-ação, por sua objetividade, possibilita conhecer os diferentes fenômenos psicossociais. D Um ponto característico da pesquisa-ação é o envolvimento da população pesquisada nas diferentes etapas do desenvolvimento da investigação. E A pesquisa-ação é o único modelo de pesquisa aceitável em Psicologia Social. Responder d 3 A Psicologia Social Psicológica e a Sociológica Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir as duas vertentes em Psicologia Social. Diferenciação da Psicologia Social no contexto da Psicologia Como vimos, nas primeiras décadas do século XX, os Estados Unidos foram os protagonistas da ascensão do behaviorismo, foco principal da Psicologia verdadeiramente científica e que deveria estudar e explicar apenas o comportamento humano e dispensava a importância de aspectos mentais, cognitivos e emocionais. A partir desse olhar, os psicólogos sociais progressivamente abandonam os instintos humanos como uma explicação dos comportamentos sociais e utilizam a experimentação com foco no indivíduo como metodologia e teoria para a Psicologia Social, adotando um viés muito mais próximo de uma ciência natural do que de uma ciência social. Floyd Allport, considerado um dos mais famosos psicólogos sociais behavioristas da época, não apoiava o estudo da consciência coletiva pela Psicologia Social, por não acreditar na força da mente grupal, e valorizava que o foco deveria ser o indivíduo. Com esse raciocínio, a Psicologia Social não fazia parte da Sociologia, e sim da Psicologia, devendo, portanto, dedicar-se ao estudo das influências do comportamento que uma pessoa causa em sua sociedade e quais reações a sociedade teria em relação a tais influências. Com isso, a obra de Allport define os limites do que seria conhecido como Psicologia Social Psicológica, que tem um olhar de uma disciplina objetiva e de base experimental. Com a Segunda Guerra Mundial, muitos psicólogos sociais foram procurados com intuito de ajudar na resolução dos problemas sociais provocados pela guerra e esses estudos deram ênfase à Psicologia Social Psicológica no período que vai da década de 1930 à década de 1950. Novas demandas foram geradas pelos problemas sociais causados pela Segunda Guerra Mundial. d Os trabalhos de Fritz Heider foram responsáveis pelas bases conceituais de duas linhas de pesquisa que dominaram as décadas subsequentes: os fundamentos das teorias de atribuição, em 1944 e 1958, e o princípio do equilíbrio cognitivo, em 1946, que seria a base das teorias da consistência cognitiva, defendendo que as pessoas mantêm emoções e cognições consistentes sobre um mesmo objeto ou pessoa, obtendo uma situação de equilíbrio. Porém, quando esse equilíbrio se desfaz, dá-se início a uma situação de tensão e à busca para restabelecê-lo, a partir da mudança de algum dos elementos da situação. Em 1946, tivemos a atuação de Solomon Asch, que se colocava em oposição aos psicólogos sociais que defendiam a bandeira do behaviorismo, passando a dar ênfase aos princípios gestaltistas no campo da percepção de pessoas, um marco que até hoje é uma das principais áreas de estudo que abarca a Psicologia Social Psicológica. De acordo com Asch, quando temos uma impressão sobre uma pessoa ou objeto, criamos um todo estruturado e organizado sobre ela, uma impressão que difere do somatório de todas as partes de suas características pessoais. As duas décadas seguintes do pós-guerra foram cruciais para a produção de pesquisas inovadoras e mais sofisticadas metodologicamente, organizadas pelos psicólogos sociais psicológicos, com bases solidamente estabelecidas, que redirecionaram o surgimento de novas formas de pensar sobre pesquisa e teorização. Um dos focos do período pós-guerra foi o interesse pela pesquisa experimental sobre mudanças de atitudes, sendo o tema central da vertente psicológica da Psicologia Social durante os anos de 1960 e ocupando o maior espaço nos livros-texto da época. No final dos anos de 1960 e 1970, houve uma decadência na produção de pesquisas com essa temática, dando espaço para as teorias de base cognitiva. d Nos anos de 1970 e 1980, houve um redirecionamento dos interesses para as teorias da atribuição. Essas teorias representam também o desenvolvimento do cognitivismo, que tem como essência os processos cognitivos sendo responsáveis pelo processamento da informação social, e essa perspectiva se tornou dominante dos anos 1980 até os dias atuais na Psicologia Social Psicológica. A crise em Psicologia Social A Psicologia Social Psicológica tinha encontrado seu auge do período pós-guerra até o final dos anos 1960, visto que diversas teorias e experimentos foram realizados. Porém, no início dos anos 1970, houve uma mudança no foco de pesquisa, que deixa de lado toda a linha de raciocínio criada sobre comunidade e estudo de grupo e a substitui pela investigação de fenômenos e pelo olhar sobre processosde natureza cognitiva. Dá-se início a um período mais sombrio na história conhecido com a Crise da Psicologia Social, no qual se tem muitos questionamentos a respeito das bases conceitual e metodológica da Psicologia Social Psicológica predominante, que tinha como o objetivo central a pesquisa pelas leis universais capazes de explicar o comportamento social, desconsiderando o papel que as estruturas sociais e os sistemas culturais exercem sobre o sujeito. Esses questionamentos se direcionavam, principalmente, com relação à relevância social, já que essa vertente utilizava uma linguagem neutra e distante dos problemas sociais reais, além da falta de comprometimento ético e excessiva fragmentação dos modelos teóricos. Atenção! A teoria da dissonância cognitiva de Festinger deu margem para o desdobramento, nas décadas seguintes, de um volume considerável de pesquisas experimentais destinadas a testar seus pressupostos. Apesar de ter sido também alvo de críticas, ela foi a principal responsável pelo desenvolvimento da Psicologia Social Psicológica nas décadas seguintes (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2005). d Martín-Baró (1942 – 1989) A América Latina também vivencia esse movimento de oposição à Psicologia Social Psicológica ao final dos anos 1970, com o intuito de ir em busca de uma Psicologia Social mais voltada aos problemas políticos e sociais que estavam passando, como a arbitrariedade dos regimes militares e a grande desigualdade social do continente. Um destaque dessa fase na América Latina é Martín-Baró, que defendia a teorização em Psicologia Social contextualizada na história da região, marcada por problemas e conflitos vivenciados pelo povo latino-americano. Diferenciação da Psicologia Social no contexto da Sociologia Como vimos, a Psicologia Social Sociológica teve como sua principal vertente o interacionismo simbólico, com base nas obras de Charles Cooley e George Mead. Este último, apesar de ter recebido várias críticas, exerceu forte influência no desenvolvimento de duas diferentes correntes teóricas: a Escola de Chicago e a Escola de Iowa. Veja mais sobre elas a seguir. Outras vertentes teóricas foram desenvolvidas com o tempo, como a escola dramatúrgica de Goffman (1985) e a teoria da identidade de Stryker (1980), que deram importância em colocar em um patamar diferenciado a Psicologia Social Sociológica que, por muito tempo, vivia às sombras da Psicologia Social Psicológica, dominante no cenário acadêmico da Psicologia. A Psicologia Social Sociológica Neste vídeo, a especialista reflete sobre as principais características e objetivos da Psicologia Social Sociológica, destacando a importância do interacionismo simbólico e metodologias de pesquisa derivadas. Escola de Chicago Escola de Iowa d A Crise da Psicologia Social no Brasil A Psicologia Social no Brasil começou mais tardiamente. Os primeiros indícios foram na década de 1930, com algumas publicações em relação à análise de questões psicossociais. Mas foi em 1962 que a Psicologia Social foi institucionalizada, após a criação do Parecer de número 403/62 do Conselho Federal de Psicologia, que obrigava a entrada da Psicologia Social no currículo mínimo para os cursos de Psicologia. Até os anos 1970, o Brasil, assim como a maioria do mundo, sofria grandes influências da Psicologia Social Psicológica de origem norte-americana, que tem o brasileiro Aroldo Rodrigues como seu maior representante e o livro Psicologia Social sua principal obra, com sua primeira edição publicada em 1972. Rodrigues também estava à frente do desenvolvimento da linha de pesquisa em Psicologia Social Psicológica e dos diversos artigos sobre o assunto publicados na época. O autor também se opunha às novas vertentes que estavam surgindo na Psicologia Social brasileira dos anos 1970 e 1980, demonstrando que essas correntes tinham intenções unicamente políticas e não tinham preocupação com a teoria ou metodologia. Em contrapartida a esse grupo que considerava a Psicologia Social Psicológica como vertente única, em 1970 outro grupo de psicólogos sociais estava mais voltado ativamente ao movimento de ruptura com o modelo tradicional, que aconteceu na América Latina, principalmente devido ao sistema autoritário político e à falta de contextualização da realidade na visão dos tradicionalistas. Atenção! Dois nomes de psicólogos sociais brasileiros se destacaram nessa mudança de mentalidade: Silvia Lane e Wanderley Codo, que lançaram o livro Psicologia Social: o homem em movimento, em 1984. Essa obra foi um marco para que outros manuais brasileiros fossem criados, em um viés mais crítico. Nesse período, dois eventos foram importantes e influenciaram bastante a d Além dos encontros citados, um marco para a Psicologia Social no Brasil foi a fundação, em 10 de julho de 1980, na UERJ, da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), que tinha como visão a redefinição do campo da Psicologia Social, bem como a ideia de que o ser humano é um produto histórico-social e agente sobre a sociedade em que vive. Com isso, a ABRAPSO ficou sendo a principal incentivadora dos questionamentos a respeito da importação dos modelos norte-americanos para o Brasil e como eles não estavam associados aos problemas sociais locais, o que tirava a sua relevância e abria espaço para uma Psicologia Social com um viés mais voltado à realidade social e a sua busca para transformar o conhecimento científico em práxis. Silvia Lane estava à frente, na maior parte do tempo, desse movimento contra o modelo norte- americano, discordando de Rodrigues em ao menos dois aspectos: 1. Aroldo acreditava que a Psicologia Social era uma ciência básica, já Lane abraçava a ideia de que a ciência básica e a sua aplicação deveriam ser vistas como uma só e inseparáveis. 2. Rodrigues não concordava que a Psicologia deveria ter aspectos políticos, mantendo-se neutra cientificamente e com a liberdade acadêmica, já Silvia via que a Psicologia Social deveria ter como o foco a transformação da realidade social, defendendo o aspecto crítico e com viés político da disciplina. Por fim, no que tange à breve história da Psicologia Social brasileira, outro aspecto importante é o desenvolvimento dos cursos de pós-graduação stricto‑sensu na área, na década de 1980. A partir desses cursos, foram estruturadas diversas linhas de pesquisa na área de Psicologia Social, com uma multiplicidade de paradigmas e tendências, e novamente, um aumento na produção científica brasileira em Psicologia Social. Psicologia Social Sociológica: congressos da Sociedade Interamericana de Psicologia e o I Encontro Brasileiro de Psicologia Social, que reforçavam ativamente as críticas à vertente tradicional. d Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 3 - Vem que eu te explico! Diferenciação da Psicologia Social no contexto da Psicologia Módulo 3 - Vem que eu te explico! A crise da Psicologia Social no Brasil Questão 1 Que fato(s) estimulou(ram) a chamada “Crise da Psicologia Social”, na segunda metade do século XX? I. Falta de mercado de trabalho para os psicólogos sociais. II. Relevância social da área. III. Baixa autoestima dos psicólogos. IV. Perda de confiança nas abordagens clínicas. V. Não aplicabilidade do conhecimento produzido. Estão corretas as afirmativas: Vamos praticar alguns conceitos? Falta pouco para atingir seus objetivos. A IV e V apenas. B I, II e III apenas. d Questão 2 Como uma forma de classificar a Psicologia Social no desenvolvimento histórico, foram criadas duas vertentes para a Psicologia Social: a sociológica e a psicológica. O objetivo dessa classificação é C II e V apenas. D Apenas V. E I, IV e V apenas. Responder A separar a contaminação que a Sociologia produziu em parte da Psicologia Social e valorizar a vocação psicológica da Psicologia Social moderna. B estabelecer um critério quepermita ao leitor especializado reconhecer uma Psicologia que sabe equacionar os problemas relativos aos indivíduos em situação social. C na realidade, trata-se apenas de um recurso histórico para classificar a Psicologia produzida antes de 1930 nos EUA, que precede a Psicologia Social cognitivista. D a diferenciação entre George Mead e a Völkerpsychologie de Wundt. E estabelecer critérios que permitam compreender a influência da Sociologia e da Psicologia na produção da Psicologia Social, principalmente a partir do conhecimento desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial. Responder d Considerações �nais Neste conteúdo sobre a epistemologia e a pesquisa em Psicologia Social, conseguimos perceber o quão é importante entender os caminhos percorridos pela Psicologia Social durante sua história e percebermos as linhas de raciocínio que temos hoje. Suas duas principais vertentes, a Psicologia Social Psicológica e a Psicologia Social Sociológica nos levam para olhares diferentes dentro da mesma disciplina, sendo a primeira, os estudos sobre a relação entre indivíduo e sociedade, utilizando como unidade de análise o indivíduo, nos seus aspectos cognitivos ou comportamentais; e a segunda, os estudos adotando o coletivo, o social, como unidade de análise. Em torno dessas questões que entravam em discordância, junto à interdependência entre teoria e prática, à relevância da contextualização dos dados e da participação dos atores sociais, assim como da relação da pesquisa científica com os problemas ético-políticos e sociais, foi gestada a crise teórica da Psicologia Social, que teve profundas consequências no conteúdo e na prática primeiro na Europa e depois no contexto da América Latina. A crise da Psicologia Social veio juntar-se, em nosso continente, ao elemento político, em virtude das ditaduras militares, com a opressão social decorrente delas. Portanto, a partir desse momento de crise, duas vertentes de pensamento da Psicologia Social foram criadas: a Psicologia Social Psicológica, que trazia todo o olhar positivista e das correntes da Psicologia Clínica, e a Psicologia Social Sociológica, que trazia influência das correntes sociológicas e da visão do ser humano como agente do meio social em que vive. Podcast Neste podcast, a especialista discutirá as bases epistemológicas da Psicologia Social na atualidade, apresentando as diferenças entre a Psicologia Social Psicológica e a Psicologia Social Sociológica, destacando origens, objetivos e metodologias de pesquisa de cada vertente. 00:00 10:29 1x Referências ALVARO, J. L.; GARRIDO, A. Psicologia Social – Perspectivas psicológicas e sociológicas. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. Ethical Principles of Psychologists and Code of Condute. Consultado na Internet em: 10 abr. 2022. FARR, R. M. As raízes da psicologia social moderna. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. d https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03574/index.html FONSECA, T. M. G. Epistemologia. In: Psicologia Social Contemporânea (livro-texto). STREY, M. N. N et al. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. GÜNTHER, H. Métodos de pesquisa em psicologia social. In: NEIVA, E. R.; TORRES, C. V. Psicologia Social: principais temas e vertentes. São Paulo: Artmed, 2011. LANE, S. T. M.; CODO, W. (Org.). Psicologia Social - O homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1985. NEIVA, E. R.; TORRES, C. V. Psicologia Social: principais temas e vertentes. São Paulo: Artmed, 2011. RODRIGUES, A.; ASSMAR, E. M. L.; JABLONSKI, B. Psicologia Social. 18. ed. reform. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. TITTONI, J.; JACQUES, M. G. C. Pesquisa. In: STREY, M. N. et al. Psicologia Social Contemporânea (livro-texto). 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. Explore + Pesquise e saiba mais sobre os assuntos estudados neste conteúdo, no livro Psicologia Social – Perspectivas psicológicas e sociológicas, de José Luis Álvaro e Alicia Garrido, 2006. Conheça um clássico da Psicologia Social Psicológica na visão de autores que são referência na área: Psicologia Social, de Aroldo Rodrigues, Eveline Assmar e Bernardo Jablonski, 2005. Conheça um clássico da Psicologia Social Sociológica na visão de dois autores: Silvia Lane e Wanderley Codo, Psicologia Social: Homem em movimento. Baixar conteúdo d javascript:CriaPDF()
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